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WEB-SATELLITE

CENTRAL SATELLITE DE PRODUÇÃO CAPÍTULO 4

CUBO MÁGICO
Uma novela de
JOÃO PEDRO TUSSET
Direção
Ary Coslov e Marcelo Travesso

Direção Geral/Núcleo
Ricardo Waddington

Personagens deste capítulo:


ANDRÉ HELENA
ANTÔNIA LORENA
ARMANDO MARIANA
BRANCA MAURÍCIO
CAMILA MIMI
CÁSSIO NICOLE
DALVA PALOMA
DANIEL PÉRICLES
DÉBORA RENATO
EDGAR RODRIGO
ELISA RUTH
EVA SOLANGE
FAUSTO VITOR HUGO
FERNANDA

Participações especiais:
PESSOAS DO VELÓRIO / CLIENTES DA JOALHERIA
Atenção
“Este texto é de propriedade intelectual exclusiva da WEB-SATELLITE LTDA e por conter informações
confidenciais, não poderá ser copiado, cedido, vendido ou divulgado de qualquer forma e por qualquer meio, sem
o prévio e expresso consentimento da mesma. No caso de violação do sigilo, a parte infratora estará sujeita às
penalidades previstas em lei e/ou contrato.”
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 4 PÁG.: 2

CENA 0/INTRODUÇÃO:

INSERIR LEGENDA: NO CAPÍTULO ANTERIOR DE CUBO MÁGICO... ESTA CENA


FUNCIONA COMO UM COMPACTO QUE INICIA OS CAPÍTULOS, CONTENDO A
ÚLTIMA CENA DO CAPÍTULO ANTERIOR, DANDO O CLIMAX PARA A
CONTINUAÇÃO DO ACONTECIMENTO.

HELENA, CAMILA, EVA, EDGAR, RENATO, BRANCA, TODOS EM VOLTA DO CAIXÃO.


HELENA AINDA CHORANDO, COM UMA CARA MUITO DEPRIMIDA. NICOLE E
SOLANGE ENTRAM NA SALA, ATRAINDO OS OLHARES. CÁSSIO SE ALERTA E FAZ
SINAL PARA RODRIGO. AS DUAS VÃO INDO E SE PARAM NA FRENTE DO CAIXÃO,
DANDO DE CARA COM A FAMÍLIA. SOLANGE RESPIRA FUNDO, CONTROLANDO O
CHORO. HELENA ERGUE OS OLHOS E LEVA UM BAQUE AO VER SOLANGE ALI.
CLOSE EM HELENA. CLOSE EM SOLANGE. AS DUAS SE ENCARAM.

SOLANGE – (OFEGANTE) Meu Deus, Alberto...

HELENA – (ALTO) Mas o que essa vagabunda pistoleira está fazendo


dentro da minha casa?

CORTA PARA:

CENA 1/MANSÃO DOS CASTANHO/SALA – INT/DIA:

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA ÚLTIMA CENA DO CAPÍTULO ANTERIOR.


TENSÃO, HELENA ENCARA SOLANGE, QUE CHORA PELO CORPO DE ALBERTO.
OS PRESENTES OBSERVAM EM BURBURINHO.

SOLANGE – (LIMPA AS LÁGRIMAS) Do que você me chamou?

HELENA – (ALTO) Vagabunda e pistoleira! Quem você pensa que é


pra aparecer no velório do MEU marido?

SOLANGE – Eu só queria prestar minhas últimas homenagens ao


Alberto, só isso.
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 4 PÁG.: 3

HELENA – Mas por qual motivo? Pelo que eu me lembre vocês não
tinham relação nenhuma, não se falavam, não eram amigos e
nem parentes.

EVA – (SUSSURRA) Mamãe te acalma, as pessoas estão todas


olhando.

HELENA – Pois que olhem! Eu só quero a resposta Solange, me diga!

SOLANGE – (CORAGEM) Não se faça de sonsa e nem de idiota Helena.


Você sabe muito bem a minha relação com o Alberto.

NICOLE – Eu sou testemunha! Tu não pode falar assim com a minha


amiga.

HELENA – Claro, tudo é armação sua né Nicole? Incitou ela a vir aqui
só pra me afrontar. (APONTA) Você não sabe onde tá se
metendo!

NICOLE – Por tudo que a Solange passou e viveu com o Alberto ela
merece essa despedida! Você é que não merece nada aqui.

HELENA – A relação dessa aí com o meu marido não passou de uma


aventura tresloucada, só isso. Ele se casou comigo, teve filhos
comigo, construiu um império do meu lado.

SOLANGE – (GRITA) Mentirosa! O Alberto me amava, nós éramos


felizes! Você seduziu ele até tirá–lo de mim Helena. Os
negócios dele estavam dando certo, e você estava abandonada
com um filho de um casamento fracassado. Amarrou Alberto
na sua rede de mentiras e tirou ele de mim.

HELENA – É aí que você se engana Solange. É nisso que você quer


acreditar, que foi tudo culpa minha. Alberto amou à mim,
tanto que ficou comigo, você foi apenas um objeto pra ele.

RODRIGO VAI TIRANDO FOTOS DO BARRACO, CÁSSIO ESCREVE TUDO NUM


BLOCO DE ANOTAÇÕES. NICOLE APÓIA SOLANGE.
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 4 PÁG.: 4

SOLANGE – Você não vai conseguir plantar mais essa mentira Helena. O
seu marido, como você gosta de enfatizar, está morto, não
pode falar nada agora. Mas ele me amou sim, e muito!

HELENA – Se ele te amasse tanto quanto você pensa, não seria comigo
que ele teria ficado! (DECIDIDA) Agora saia Solange, ou eu
chamo a segurança pra te colocar na rua.

SOLANGE – Eu vou ir embora sim. Alberto não merece o que aconteceu


aqui.

NICOLE – Vamos Solange, eu te levo.

HELENA – Anda, sumam daqui as duas! (ALTO) Sumam!

NICOLE – Como você pode ser tão fria e pérfida desse jeito Helena?
Como!

NICOLE ABRAÇA SOLANGE E AS DUAS SAEM DA MANSÃO. HELENA SE AJEITA


E OLHA PARA AS PESSOAS.

CORTA PARA:

CENA 2/CALÇADÃO DE COPACABANA – EXT/DIA:

SONOPLASTIA: SEU NOME – LUÍSA POSSI. MARIANA E LORENA ESTÃO


CAMINHANDO NO CALÇADÃO COM AS SACOLAS DE COMPRAS E
CONVERSANDO.

LORENA – Tá tudo bem filha? Tu tá com uma carinha bem abatida.

MARIANA – Bem? Não está nada bem mãe. Tu sabe disso.

LORENA – Me fala o que tá acontecendo, assim eu posso te ajudar. Tu


sabe que eu sou a tua melhor amiga.

MARIANA – (TRISTE) É o Leandro, mãe. Ele não entende nossa


separação, não entende que nosso amor murchou e acabou.

LORENA – Acabou pra você, pois ele te ama ainda Mariana.


CUBO MÁGICO CAPÍTULO 4 PÁG.: 5

MARIANA – Eu sei! Mas ele não pode ficar me perseguindo, gritando na


frente da minha casa e assustando a vizinhança, isso é
loucura!

LORENA – Conversa com ele, explica a sua situação. Vocês têm um


filho juntos. O Augusto sente todo esse clima.

MARIANA – Eu já fui no barraco onde ele mora, já tentei conversar, mas


nada. Ele não se conforma e ainda me ameaça.

LORENA – (SURPRESA) Ameaça?

MARIANA – Ameaça me bater, me matar se eu não voltar pra ele.

LORENA – Ele já te espancava enquanto vocês eram casados, não faria


isso agora. (PENSA) Ou faria?

MARIANA – Não sei, mas eu tenho medo mãe. Muito medo.

LORENA – Você deveria se apaixonar de novo Mariana, conhecer um


bom rapaz que te faça feliz.

MARIANA – (RINDO) Isso não acontecerá nunca... Eu acho.

ANTÔNIA VEM FAZENDO SUA CAMINHADA DISTRAIDA E PASSA PELAS DUAS


MARIANA ABORDA ELA.

MARIANA – Ei, você aí!

LORENA – E aí Antônia, tudo bom?

ANTÔNIA – (ASSUSTADA) Quem são vocês?

LORENA – Como assim quem somos nós? Suas vizinhas lá da vila,


Lorena e Mariana!

MARIANA – Nossos filhos brincam juntos, não está lembrada?

ANTÔNIA – (AINDA ASSUSTADA) Olha, se isso for um assalto,


podem levar a carteira, só não me matem.

LORENA – (OFENDIDA) Mas isso não é um assalto, ficou louca?


(PARA MARIANA) Ela tá bêbada filha?
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 4 PÁG.: 6

ANTÔNIA – (PEGA DINHEIRO DO BOLSO) Tomem, peguem isso e


comprem alguma coisa pra comer, beber, ou crack, qualquer
coisa que vocês usem.

MARIANA – Nós não usamos crack!

LORENA – (PEGANDO) Mas pra bebidinha eu aceito.

ANTÔNIA ARREGALA OS OLHOS E CONTINUA A CAMINHADA, FUGINDO DELAS.

LORENA – Isso realmente aconteceu Mariana?

MARIANA – Ela tava muito doidona, não nos reconheceu! Também,


mora a poucos dias na vizinhança.

LORENA – (GUARDA O DINHEIRO NO SUTIÃ) Os dez reais pelo


menos são meus...

CORTA PARA:

CENA 3/CEMITÉRIO – EXT/DIA:

SONOPLASTIA: DANÇA DA SOLIDÃO – MARISA MONTE E GILBERTO GIL. CORTEJO


DE ALBERTO. A FAMÍLIA CASTANHO E ALGUNS AMIGOS SEGUEM O CAIXÃO
DO FALECIDO QUE É LEVADO POR QUATRO HOMENS QUE TRABALHAM NO
LOCAL. CAMILA VEM ABRAÇADA EM EDGAR, AO LADO TAMBÉM DE DÉBORA
E PÉRICLES. EVA TAMBÉM SEGUE EMOCIONADA JUNTO DE HELENA, RENATO E
BRANCA. TAMBÉM MOSTRAR OS OUTROS FIGURANTES, MAS SEM MUITO
DESTAQUE. CORTA PARA TODOS EM VOLTA DA SEPULTURA, O CAIXÃO SENDO
COLOCADO DENTRO DA COVA, TODOS MUITO TRISTES COM O MOMENTO.
RODRIGO VAI TIRANDO FOTOS DA CENA. HELENA PEGA UMA PÁ DE TERRA E
SE APROXIMA DA COVA, JOGANDO A TERRA NO CAIXÃO.

HELENA – Vá com Deus Alberto!

HELENA SE VIRA E VAI SAINDO DO LOCAL, JUNTO DA FAMÍLIA. O TÚMULO VAI


SENDO FECHADO E AS PESSOAS VÃO INDO EMBORA.

CORTA PARA:
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 4 PÁG.: 7

CENA 4/MANSÃO CASTANHO/SALA – INT/DIA:

HELENA, RENATO, BRANCA. EVA, CAMILA, PÉRICLES, DÉBORA E EDGAR VÃO


ENTRANDO NA MANSÃO.

EDGAR – Camila não é melhor você subir e descansar? Foi um dia


difícil pra você hoje.

EVA – Isso Camila, eu também vou descansar. Vamos lá.

CAMILA – (INCHADA) Você fica comigo Edgar? Não me deixa


sozinha.

EDGAR – Claro que eu fico com você!

OS TRÊS SOBEM AS ESCADAS EM DIREÇÃO AO SEGUNDO ANDAR. HELENA SE


VIRA PARA DÉBORA E PÉRICLES.

HELENA – (ARROGANTE) E vocês?

DÉBORA – E nós o que?

HELENA – Vão ir embora ou eu vou precisar pedir pra saírem?

PÉRICLES – Nós já estamos indo. Não é Débora?

DÉBORA – Ah claro, estamos indo nesse exato momento! Tenham um


bom dia!

DÉBORA E PÉRICLES VÃO SAINDO DA MANSÃO. HELENA SE ATIRA NO SOFÁ,


CANSADA.

BRANCA – (PERDIDA) Renato eu... vou ao banheiro. Já volto para nós


irmos embora.

RENATO – Anda logo Branca, eu não tenho que ficar aqui esperando!

BRANCA SAI EM DIREÇÃO AO BANHEIRO.

HELENA – (RELAXA) Meu filho, graças a Deus que tudo isso acabou.
Não agüentava mais ter que fingir tristeza na frente de toda
essa gente.
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 4 PÁG.: 8

RENATO – Mamãe, nós temos outra coisa para se preocupar. A


herança!

HELENA – Ah meu filho isso é uma coisa complicada. Parece que o


Alberto deixou escrito que o testamento só poderá ser aberto
depois de quinze dias da morte, e com toda a família reunida.

RENATO – Não dá pra adiantar isso?

HELENA – Infelizmente não. Enquanto isso eu, como vice–presidente,


tomarei posse da empresa.

RENATO – E o Daniel? Não telefonou, não deu sinal de vida?

HELENA – Aquele lá deve estar feliz pela morte do pai, nesse momento
deve estar fazendo sexo com aquela mulher que ele arrumou.

RENATO – Falando nela, o pai dela e o irmão estavam no velório.

HELENA – Pode esperar uma capa sobre nós amanhã na revista deles.
Gentalha! Não perdem a chance de tentar arranhar a nossa
imagem.

CORTA PARA:

CENA 5/APARTAMENTO DE PÉRICLES E DÉBORA/SALA – INT/DIA:

O CASAL CHEGA EM CASA, DÉBORA VAI LOGO TIRANDO SEU CASACO PRETO E
SUAS JÓIAS. PÉRICLES VAI PRO BAR FAZER UM DRINK.

DÉBORA – (CANSADA) Agora é só esperar a abertura desse


testamento Péricles.

PÉRICLES – (COM UM COPO NA MÃO) Isso vai demorar Débora, o


cara a recém morreu.

DÉBORA – (SE SENTA NO SOFÁ) Mas eu tenho que me preparar,


afinal a Camila vai arrematar muito dinheiro.
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 4 PÁG.: 9

PÉRICLES – Depois dessa herança temos que acelerar o casamento dela


com o Edgar. Quando isso acontecer eu vou conseguir um
bom cargo naquela empresa.

DÉBORA – E os negócios com o Renato?

PÉRICLES – Ele é maluco Débora! Só fala que vai conseguir o cargo de


presidente, que vai fazer de tudo!

DÉBORA – Péricles, toma cuidado. Não se envolve demais que ele deve
ter muitos podres e você vai se prejudicar.

PÉRICLES – Sabe, eu acho sim que ele possa estar envolvido com o
crime do Alberto.

DÉBORA – E por que você acha isso?

PÉRICLES – Na festa, no dia da morte, ele estava conversando comigo e


jurando vingança contra o Alberto, com ódio mortal. Vai que
ele mão cometeu uma loucura?

DÉBORA – Use essa amizade com o Renato somente pra se projetar


dentro do Cubo Mágico. Na primeira oportunidade dê a
rasteira nele.

PÉRICLES – E a sua relação com a Branca?

DÉBORA – Tá na minha né querido. Vou fazer uma visitinha pra ela um


dia desses. Já andei vendo que ela tem jóias belíssimas.
(RINDO)

PÉRICLES – (RINDO TAMBÉM) Olha Débora você é impossível sabia?

DÉBORA – (SE CONTROLA) Eu sei, eu sei.

CORTA PARA:

CENA 6/MANSÃO DOS CASTANHO/COZINHA – INT/DIA:

RUTH E DALVA ORGANIZAM AS LOUÇAS NA COZINHA, CONVERSANDO COM


FAUSTO E MAURÍCIO, QUE ESTÃO JUNTO COM ELAS.
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 4 PÁG.: 10

DALVA – Essa casa vai virar de pernas pro ar, aliás, já tá minha gente.

FAUSTO – Dalva eu já se disse pra não ficar falando assim, vai que a
dona Helena escuta?

RUTH – (RESPIRA) Coitado do seu Alberto né gente? Um homem


tão bom, acabar morto desse jeito.

FAUSTO – Um crime sem explicação Ruth.

MAURÍCIO – Essa morte abalou muito a minha mãe, na real. Ela e o


Alberto tiveram um lance no passado sabe.

DALVA – Sim a gente viu o barraco que teve aí.

RUTH – Mas sabe que a tua mãe fez certo Maurício? Eu não duvido
que a dona Helena tenha roubado o seu Alberto dela.

MAURÍCIO – Minha mãe não tá certa em vir aqui não, ela sabia que a
Helena não ia gostar. Não sei nem com que cara vou olhar pro
pessoal dessa casa.

HELENA SURPREENDE OS QUATRO QUANDO ENTRA NA COZINHA, JÁ PEGANDO


A CONVERSA PELA METADE.

HELENA – (INTROMETE) Você vai olhar com essa cara que você
tem. A cara da pobreza.

MAURÍCIO – (ENVERGONHADO) Desculpa dona Helena.

HELENA – (PARA TODOS) De fofoquinha dentro da cozinha? Isso é


mal, muito mal.

DALVA – A gente só tava comentando do velório dona Helena, só


isso.

HELENA – Só isso? Pois não comente, não diga absolutamente nada


Dalva. (SE VIRA PRA FAUSTO) E você Fausto. Eu te pago
pra cuidar do jardim ou pra ficar conversando na cozinha?

FAUSTO – Me desculpe. Eu já estava voltando pro meu trabalho.


CUBO MÁGICO CAPÍTULO 4 PÁG.: 11

HELENA – Eu acho ótimo, você sabe como eu prezo por um jardim


bem cuidado nessa casa.

FAUSTO BAIXA A CABEÇA E SAI PELA PORTA DOS FUNDOS. DALVA FAZ SINAL
PRA RUTH E AS DUAS SAEM EM DIREÇÃO À SALA.

MAURÍCIO – A senhora quer que eu a leve para algum lugar?

HELENA – (CORTA) Só me ouça ok Maurício? Bom, sua mãe veio no


velório do meu marido e armou aquele circo todo somente pra
me afrontar, e você sabe disso. A questão é que eu não quero
nunca mais ver a cara dela nem aqui e nem na empresa. Caso
isso aconteça, seu emprego aqui não existirá mais.

MAURÍCIO – Entendi dona Helena.

HELENA – Muito bem. Acho que eu não preciso mais dizer nada.
Mantenha a Solange longe, só isso.

HELENA SE VIRA E SAI DA COZINHA. CLOSE EM MAURÍCIO, PREOCUPADO.

CORTA PARA:

CENA 7/CASA DE INÁCIO E ANTÔNIA/SALA – INT/DIA:

NUNO ESTÁ BRINCANDO DE CARRINHOS NO TAPETE DA SALA. ANTÔNIA VEM


DA COZINHA ATÉ ELE.

ANTÔNIA – Guarda isso Nuno, é hora de almoçar e não de brincar.

NUNO – Poxa mãe, eu queria tanto brincar lá no pátio, com as outras


crianças...

ANTÔNIA – Mas nem morta que eu te deixo brincar com essas crianças
daqui. Meu filho, elas tem piolhos, pulgas, carrapatos, a
marginalidade das ruas! Tudo de ruim pra te influenciar.

NUNO – (TRISTE) Eu não acho isso deles, acho eles muito legais.

ANTÔNIA – Quando seu pai instalar o estúdio de fotos dele e a gente se


mudar desse bairro, você vai brincar com crianças decentes.
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 4 PÁG.: 12

NUNO – Do jeito que ele demora, vai demorar pra eu fazer amigos.

ANTÔNIA – Quem precisa de amigos quando se tem dinheiro? O melhor


amigo é o espelho! Agora vamos, vamos pra mesa.

ANTÔNIA SAI DE CENA. CLOSE NA CARINHA TRISTE DE NUNO.

CORTA PARA:

CENA 8/ESPELHO, ESPELHO MEU – INT/DIA:

MOSTRAR VÁRIAS PESSOAS CAMINHANDO PELA JOALHERIA ESPELHO,


ESPELHO MEU, OBSERVANDO OS LINDOS ANÉIS E PEDRARIAS DO LOCAL.
LUÍSA VAI ATENDENDO ALGUMAS MULHERES NO BALCÃO, SEMPRE
SORRIDENTE. NAS CAIXAS DE SOM DA LOJA, QUALQUER MÚSICA BEM LEVE
DA TRILHA, QUE COMBINE COM A ELEGÂNCIA DA JOALHERIA. ELISA SURGE
NA LOJA, COM UM VISUAL NOVO E TOTALMENTE REBELDE, PENDENDO PRO
ROCK E COM DREADS NA CABEÇA. LUÍSA SE ESPANTA AO VÊ–LA E VAI ATÉ
LÁ.

LUÍSA – (SORRINDO) Boa tarde Elisa.

ELISA – (OBSERVANDO AS JÓIAS) Ah, boa tarde.

LUÍSA – Precisa de alguma ajuda, no que você está interessada?

ELISA – (IGNORANDO ELA) Deixa que eu vejo sozinha, não sou


cega pra precisar ser guiada.

LUÍSA – Ok, fica a vontade.

LUÍSA SE AFASTA E OBSERVA O NOVO E DIFERENTE ESTILO GÓTICO DE ELISA


SE VESTIR. VITOR HUGO VAI PASSANDO PELA PORTA DA JOALHERIA E NOTA
ELISA LÁ DENTRO. ELE ENTRA NA LOJA E VAI EM DIREÇÃO À ELA.

VITOR HUGO – Elisa? É você?

ELISA – (IMPACIENTE) Não, sou sua avó depois de um SPA.

VITOR HUGO – (SORRINDO) Cara, você tá maluca véio!


CUBO MÁGICO CAPÍTULO 4 PÁG.: 13

ELISA – Algum problema comigo rapaz? Pra me abordar aqui


dentro, deve ser alguma coisa importante.

VITOR HUGO – Tava passando e te vi, você me chamou a atenção com essas
roupas pretas, esse cabelo.

ELISA – Valeu, as vezes é muito bom mudar.

VITOR HUGO – Sabe que eu prefiro você assim do que aquele jeito meio de
patricinha de antes?

ELISA – (SE IRRITA) Então eu sempre pareci uma patricinha? Olha


aqui rapaz, se você veio pra me xingar pode ir vazando.

VITOR HUGO – Não foi isso que eu quis dizer!

ELISA – Mas foi o que disse.

VITOR HUGO – Enfim, você tá gata Elisa! (PENSA) Que tal a gente dar
uma volta ai pelo shopping, tomar um suco?

ELISA – E lá sou mulher de tomar suco? Caio matando logo na


vodka, e pura! (CONTINUA) E eu não aceito sair com você.

VITOR HUGO – (ENVERGONHADO) Poxa, que pena...

ELISA – Fica pra outra hora Vitor, falou mano? (ERGUE A MÃO,
COM O PUNHO FECHADO) Falou?

VITOR HUGO – (BATE COM O PUNHO NO PUNHO DELA) Falou...


(ESTRANHA)

ELISA SORRI E SAI DA LOJA. VITOR HUGO NÃO ACREDITA NO QUE VIU. LUÍSA
SE APROXIMA DO IRMÃO.

LUÍSA – Assim como eu você acha que ela anda se drogando?

VITOR HUGO – Se não tá, vai começar logo logo. Mina maluca véio! Fui
elogiar e levei um toco.

LUÍSA – Ossos do ofício Vitor, você vai ter que suar pra ter essa daí
viu?
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 4 PÁG.: 14

LUÍSA VOLTA PRO BALCÃO RINDO. VITOR HUGO SAI DA LOJA.

CORTA PARA:

CENA 9/MANSÃO DE NICOLE – EXT/DIA:

TOMADA DA FRENTE DA FINA MANSÃO DE NICOLE.

CORTA PARA:

CENA 9/MANSÃO DE NICOLE/QUARTO DE NICOLE – INT/DIA:

NICOLE ESTÁ NA FRENTE DO ESPELHO, PASSANDO UM CREME ROXO NO


ROSTO. VÊ–SE QUE ELA A RECÉM SAIU DO BANHO PELO ROUPÃO E TOUCA
NOS CABELOS. ELA VAI PASSANDO O CREME ALEGREMENTE ENQUANTO
CANTA MEIO DESAFINADA.

NICOLE – (CANTANDO) Forever Young, I want to be forever


Young. Do you really want to live forever? Forever and ever!

ARMANDO – (PARADO NA PORTA) Viver eternamente? Cai na


realidade Nick!

NICOLE – (SE VIRA ASSUSTADA) Mas o que você está fazendo


aqui dentro da minha casa sua imundícia! Quase me mata de
susto.

ARMANDO – Quase que eu morro de susto com essa sua cara roxa! Cada
coisa que as mulheres fazem pra ficar jovens.

NICOLE – (EXAGERADA) Meu bein... Esse é um creme caríssimo,


importado da África do Sul! Foi feito do esperma de elefante
e dizem que tem forte poder rejuvenescedor. Só pra quem
pode (MANDA BEIJO).

ARMANDO – Ah se esperma fosse o segredo eu...

NICOLE – (PULA DA CADEIRA) Não ouse terminar essa frase


Armando.

ARMANDO – Calma Nick, não vou falar nada.


CUBO MÁGICO CAPÍTULO 4 PÁG.: 15

NICOLE – Vem cá, o que você quer aqui hein? Não me pede dinheiro
por que o Alberto morreu e eu nem sei a quantas minhas
ações vão andar.

ARMANDO – (SE APROXIMA DELA) Eu vim até aqui por um outro


motivo.

NICOLE – (TENTA SE AFASTAR) Sai cafajeste, sai da minha cola.

ARMANDO – (SEGURA ELA E BEIJA O PESCOÇO) Eu não vou sair


até eu ter o que eu quero de você Nick! Você sabe...

NICOLE – (ENTRA NO CLIMA) Ai cafajeste, imbecil, energúmeno,


ignorante... (GOSTANDO) Desencosta...

ARMANDO – (SEDUZINDO) Mesmo com esse creme no rosto você


ainda fica uma tetéia Nick! Chuchu-beleza!

NICOLE – (AFASTA ARMANDO DE SURPRESA) Tetéia? Chuchu-


beleza? Pelo amor de Cristo divino Armando! Ninguém
merece essa ex–gíria. Sorte que eu cai em mim antes de ficar
nos seus braços.

ARMANDO – É questão de tempo Nick, você vai ficar comigo! Eu sei que
você me ama.

NICOLE – Respeita a minha irmã que morreu, por favor? (IRRITADA)


Contarei até três para ver sua cara oleosa de pobre longe
daqui.

ARMANDO – Eu vou Nick, mas eu volto! Não pensa que eu vou desistir
de você assim tão fácil. (MANDA BEIJO)

ARMANDO RI E SAI DO QUARTO. NICOLE DÁ UM BERRO DESCONTROLADO E


FECHA A PORTA COM TODA A FORÇA. ELA SE SENTA NOVAMENTE NA FRENTE
DO ESPELHO.

NICOLE – (SE OLHANDO) Deixa esse imbecil de lado Nicole. O


importante é você não se estressar! Estresse dá rugas e eu não
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 4 PÁG.: 16

quero isso. (PEGA O POTE DE CREME) Eu vou ser jovem


pra sempre! (AFIRMANDO) Eu sei que eu vou ser jovem pra
sempre!

CORTA PARA:

CENA 10/MANSÃO DOS CASTANHO/QUARTO DE HELENA –


INT/DIA:

HELENA ESTÁ OLHANDO O QUINTAL PELA PORTA DA SACADA DE SEU


QUARTO. RENATO BATE NA PORTA E ENTRA.

RENATO – Posso entrar mãe? A Dalva disse que você queria falar
comigo.

HELENA – (SE VIRA) Sim Renato, eu tenho um assunto muito


complicado pra tratar com você.

RENATO – E esse assunto é sobre o que?

HELENA – A morte do Alberto.

RENATO – (SURPRESO) O que tem a morte daquele velho idiota?

HELENA – Meu filho, nós sempre fomos aliados, você sabe disso. Por
isso, quero que você me responda com toda a sinceridade.
Você tem alguma coisa haver com a morte do Alberto?

CLOSE EM RENATO, TENSO COM A PERGUNTA. HELENA O ENCARA. SOBE


MÚSICA DE SUSPENSE

CORTA PARA:

CENA 11/VILA – EXT/DIA:

SONOPLASTIA: DANÇA DA SOLIDÃO – MARISA MONTE & GILBERTO GIL.


TOMADA DA VILA ONDE VIVEM ALGUNS DOS PERSONAGENS.

CORTA PARA:

CENA 12/CASA DE SOLANGE/SALA – INT/DIA:


CUBO MÁGICO CAPÍTULO 4 PÁG.: 17

SOLANGE ESTÁ COSTURANDO EM SUA MÁQUINA ENQUANTO PASSA


QUALQUER PROGRAMA NA TV. ANDRÉ CHEGA EM CASA.

ANDRÉ – Boa tarde família...

SOLANGE – Boa tarde meu filho. Achei que você fosse voltar tarde.
Cadê a Stephanie?

ANDRÉ – Deixei ela em casa, fui conseguir o meu tão suado


dinheirinho.

SOLANGE – Que trabalho misterioso é esse que você tem hein meu filho,
pra conseguir tanto dinheiro assim?

ANDRÉ – Nem esquenta mãe, é um trabalho como outro qualquer, eu


não estou vendendo drogas!

SOLANGE – Eu quero saber meu filho, eu sou sua mãe, me preocupo


com o que você faz!

ANDRÉ – Não se preocupe, pois eu sei me cuidar muito bem


(CÍNICO).

SOLANGE – Se pelo menos esse seu dinheiro ajudasse nas contas daqui
de casa, seria muito gratificante!

ANDRÉ – Pra que? O seu filho preferido não é o Maurício? Não é ele
que se disponibiliza a ajudar em tudo?

SOLANGE – O seu irmão é bom André, ele faz isso porque ele gosta de
ajudar! Ninguém te impede de nada aqui, você é que é
ignorante com todo mundo.

ANDRÉ – Ah não mamãe, você sempre defendeu mais o Maurício!


Não venha com essa agora. Essa proteção toda deve ter algum
motivo. Algum segredo talvez!

SOLANGE – (IRRITADA) Segredo, André? Não existe segredo nenhum.


CUBO MÁGICO CAPÍTULO 4 PÁG.: 18

ANDRÉ – (RINDO) Viu? Ficou incomodada! Claro que tem alguma


coisa aí dona Solange. Algo tão cabeludo que a senhora
jamais pode revelar.

SOLANGE – Vai pro seu quarto André, me deixa terminar a remenda da


blusa da Lorena! Você tá me atrapalhando com essas histórias
sem pé nem cabeça.

ANDRÉ – Ok, ok, eu vou sair. Mas que eu ainda descubro esse
segredo, ah eu descubro!

ANDRÉ SAI. SOLANGE LARGA O QUE ESTAVA FAZENDO E FICA PENSATIVA.

CORTA PARA:

CEN 13/MANSÃO DOS CASTANHO/QUARTO DE HELENA – INT/DIA:

CONTINUAÇÃO DA CENA 10. CLIMA DE SUSPENSE, HELENA ESPERA A


RESPOSTA DE RENATO.

HELENA – Anda Renato, me responde! Quem cala consente!

RENATO – Mamãe... eu não acredito que você possa pensar uma coisa
dessas de mim, sinceramente.

HELENA – Renato, eu sou macaca velha meu querido, sei muito bem
que você pode ter sido o autor desse assassinato. Você tinha
tudo pra cometer esse crime. O ódio pelo Alberto é um
indício.

RENATO – Tudo que o Alberto fez pra mim a vida toda foi horrível sim
mamãe, mas eu jamais seria capaz de assassinar alguém.

HELENA – Será? Na reunião em que o Alberto te humilhou e demitiu,


você saiu jurando que ia se vingar dele.

RENATO – Não fui eu mamãe, definitivamente eu sou culpado por esse


crime contra o Alberto.
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 4 PÁG.: 19

HELENA – Então se não foi você, quem foi? Não existe nenhum
assassino por enquanto Renato, a polícia está mais perdida
que cego em tiroteio.

RENATO – (VINGATIVO) Você sim que pode ter acabado com vida
daquele pobre coitado infeliz.

HELENA – (PERPLEXA) Eu?

RENATO – Claro dona Helena! Matou o Alberto pra ficar com a grana
dele.

HELENA – Eu encontrei o corpo, seu idiota, fiquei na festa o tempo


todo segurando os asiáticos enquanto o Alberto estava
desaparecido. É impossível alguém estar em dois lugares ao
mesmo tempo.

RENATO – Talvez você não tenha dado o tiro, mas tenha mandado
alguém cometer o serviço sujo!

HELENA – Olha aqui Renato, ta mais do que na cara que nenhum de


nós dois fez isso, apesar de eu ter bastante vontade.

RENATO – Eu também! Se pudesse teria feito. Tinha pensado em


matá–lo, mas acabaram entrando na minha frente.

HELENA – Nós temos que tomar muito cuidado meu filho, agora nessa
disputa pela herança. Quem matou o Alberto deve ter um
motivo forte e não vai desistir tão fácil.

RENATO – Você tem medo que ele possa matar mais pessoas?

HELENA – Eu acho que sim!

RENATO E HELENA SE OLHAM TENSOS.

CORTA PARA:

CENA 14/PRÉDIO DA CHÁ COM PIMENTA – EXT/DIA:


CUBO MÁGICO CAPÍTULO 4 PÁG.: 20

TOMADA DA FRENTE DO PRÉDIO DA REVISTA DE FOFOCAS CHÁ COM


PIMENTA. DETALHAR NA FRASE–LOGOTIPO ESTAMPADO BEM NA ENTRADA:
“PIMENTA NO PRATO DOS OUTROS É REFRESCO!”.

CORTA PARA:

CENA 15/PRÉDIO DA CHÁ COM PIMENTA/SALA DE CÁSSIO –


INT/DIA:

CÁSSIO GIRA EM SUA CADEIRA ENQUANTO MIMI ESTÁ PARADA RENTE À


MESA DELE.

CÁSSIO – Qual é o assunto de tamanha importância que você tinha pra


tratar comigo Mimi?

MIMI – Cássio, eu sei que o senhor estava no velório do Alberto


Castanho e sei que tu viu o barraco que a dona Helena
aprontou encima da minha mãe...

CÁSSIO – Claro que eu estava lá Mimi. (RINDO) Fui um espetáculo


deplorável e engraçadíssimo! Sua mãe é uma boa atriz.

MIMI – (CONT.) Por isso eu queria MUITO pedir que você não
coloque foto nenhuma da minha mãe na capa da revista de
amanhã. Seria muito vergonhoso para a minha família.

CÁSSIO – (RINDO) Acho que você andou bebendo não é Mimi?


Entenda uma coisa: nós temos as fotos, os relatos, tudo,
jamais deixaremos de publicar. Pra que? Pra outra revista
conseguir mais furos?

MIMI – Então não tem jeito mesmo?

CÁSSIO – Não querida, a revista já foi pra fábrica, infelizmente!

MIMI – (TRISTE) Tudo bem, agora é agüentar a fofoca da


vizinhança lá da vila.
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CÁSSIO – Falem bem, falem mal, falem de mim! Diga isso pra sua
mãe, ela vai gostar.

MIMI – Obrigado. Agora eu vou voltar pro meu trabalho.

MIMI SORRI E SAI DA SALA.

CÁSSIO – (IRONIZANDO) E me traga um cafezinho, pra rápido


Mimi!

RODRIGO – (GARGALHANDO) Que garota mais besta, ela pensou que


a gente ia mudar a revista toda por que a mãe dela não pode
suportar umas fofocas?

CÁSSIO – (IRRITADO) Burra isso sim, podia ganhar dinheiro com o


escândalo que a mãe dela aprontou. Sabe que eu desconhecia
o fato de que a Dona Solange havia namorado o Alberto
Castanho?

RODRIGO – Pois é! Uma verdadeira bomba.

CÁSSIO – Mas a nossa CCP sairá na frente como sempre sai e


divulgará os detalhes todos na frente dessa imprensa furreca
que corre por aí.

RODRIGO – (RI) E o capital vai girar, girar, girar...

CÁSSIO – Pimenta no prato dos outros é refresco!

CORTA PARA:

CENA 16/MANSÃO DOS CASTANHO/SALA – INT/NOITE:

A CAMPAINHA ESTÁ TOCANDO. DALVA VEM DA COZINHA EM DIREÇÃO A


PORTA E ABRE. NÃO VEMOS QUE É, MAS ELA SORRI ESPANTOSAMENTE.

DALVA – (ADORANDO) Ô meu Deus, dona Helena! Eva! (GRITA)


dona Helena!

CORTA PARA A ESCADA. HELENA VEM DESCENDO BRAVA COM A GRITARIA


DE DALVA.
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HELENA – (DESCENDO) Pra que essa gritaria toda, serviçal dos


infernos!

AO PISAR NA SALA, ELA LEVA UM BAQUE AO VER DANIEL E FFERNANDA ALI,


CHEIOS DE MALAS.

DANIEL – (SÉRIO) Olá mamãe!

HELENA TENTA SORRIR, MAS NÃO CONSEGUE. HELENA ENCARA FERNANDA,


CLIMA PESADO.

CORTA PARA:

CENA 17/ RUA 2 – EXT/NOITE:

UMA CHUVA FORTE ESTÁ CAINDO NA CIDADE, E O TRANSITO EM ALGUMA


RUA DA CIDADE ESTÁ TODO CONGESTIONADO. MAURÍCIO ESTÁ COM O
CARRO PARADO NO TRANSITO. MIMI ESTÁ COM ELE.

CORTA PARA:

CENA 19/CARRO DE MAURÍCIO – INT/NOITE:

MAURÍCIO BATE NO VOLANTE NERVOSO PELA CHUVA E PELO TRANSITO.

MAURÍCIO – (RECLAMANDO) Eu trabalho o dia todo, levo esporro da


Helena e ainda fico preso no transito. O que mais falta
acontecer.

MIMI – Com esse tempo, sempre dá acidente. É bom ir devagar.

MAURÍCIO SE ESCORA NO BANCO E SE DISTRAI OLHANDO PRA CALÇADA. UMA


MOÇA IRRECONHECÍVEL ESTÁ SENTADA NUM BANCO, TOMANDO A MAIOR
CHUVA. ELE SE ESPANTA E ABRE O VIDRO.

CORTA PARA:

CENA 20/RUA 2 – EXT/NOITE:

MAURÍCIO SAI DO CARRO E CORRE ATÉ A CALÇADA, ONDE ESTÁ SENTADA A


MOÇA NO BANCO. MESMO SE MOLHANDO, ELE RESOLVE AJUDAR E CHEGA
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PERTO DELA, MESMO SEM VER SEU ROSTO, POIS O CABELO PRETO ESTÁ O
OCULTANDO.

MAURÍCIO – Moça, o que tu tá fazendo aqui? Olha essa chuva, vai pegar
uma gripe!

A MOÇA NÃO RESPONDE NADA E ERGUE SEU ROSTO PRA ELE: É UMA PESSOA
IDENTICA À PALOMA, COM CABELOS PRETOS E OLHOS AZUIS. MAURÍCIO E
ELA FICAM SE OLHANDO ENQUANTO A CHUVA AUMENTA. A IMAGEM
CONGELA E FORMA AS FACES DE UM CUBO MÁGICO. UMA MÃO “PEGA” O
CUBO DA TELA E COMEÇA A ORGANIZAR OS LADOS.

CORTA.

(FINAL DO CAPÍTULO)

Os créditos sobem ao som de “10 Minutos – Ana Carolina”.

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