Chego de manhã ao terminal do Eurostar, onde já se encontrava uma pequena mul-
tidão1 de quatro centenas de pessoas convidadas pelo S.N.C.F. (Serviço Nacional dos Caminhos-de-Ferro) para participar num ensaio2 deste comboio até Londres. (...) Era uma oportunidade única para os participantes3 desta viagem fazerem o seu baptismo4 da traves- sia do túnel. A longa composição de 18 carruagens (...) estende-se a perder de vista ao longo do cais. O seu comprimento atinge os 400 metros. (...) À hora exacta5, 8h07, a composição iniciou a sua marcha. (...) Durante o trajecto6, na linha clássica, a velocidade fixou-se nos 120 km/h. Mas7 em breve chegámos à bifurcação de Gonesse, que marca o início de urna nova linha de alta velocidade, recentemente8 construída. A composição começou a acelerar vigorosamente9 e, algum tempo depois10, rolava a 300 km/h. Só11 dernos conta que íamos muito depressa quando apareceu, do lado direito, a auto-estrada Paris-ülle. (...) A diferença de velocidade era tanta12, em relação aos automóveis, que estes eram ultrapassados em poucos segundos. Às 9hOO, atravessámos, sem parar, a nova estação de Lille-Europa. Dirigimo-nos, então13, para a entrada do túnel, onde chegámos às 9h40. O Eurostar começou a abrandar14 a marcha e vimos, ao longe15, do lado direito, o gigantesco16 terminal de Coquelles. Entrámos na galeria esquerda e basta- ram 20 minutos, à velocidade de 150 km/h, para atravessar os 50 km que separam as duas bocas. Subitamente17, saímos do túnel, junto18 ao terminal de Folkstone, e entrámos em Ingla- terra. Até Londres foram cerca19 de 120 km feitos numa hora... Já no fim da viagem começámos a ver os arredores de Londres e a estação de Waterloo. Fim da viagem.
Revista DESCOBRIR, Janeiro 1995 (adaptado).
1. Substitui as expressões assinaladas, mantendo o sentido do texto.