Você está na página 1de 40

EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

ANEXO II Página 215


EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

Extrato do VOCABULÁRIO BÁSICO DE MEIO AMBIENTE


organizado por Iara Verocai

naturais. De maneira geral, caracteriza-se pelo


A sucesso reprodutivo" (Forattini, 1992).
ADSORÇÃO
ABIÓTICO "Absorção superficial de moléculas por um
Caracterizado pela ausência de vida. adsorvente (sílica, alumina ativada, carvão ativo).
"Lugar ou processo sem seres vivos" (Goodland, Este fenômeno pode ser essencialmente físico ou
1975). químico e, se há reação, esta pode ser catalítica ou
"Substancias abióticas são compostos inorgânicos e não-catalítica. O adsorvente físico mais importante é
orgânicos básicos, como água, dióxido de carbono, o carvão ativo, que é sobretudo eficaz em torno ou
oxigênio cálcio, nitrogênio e sais de fósforo, no ponto de ebulição do produto a ser retido. É
aminoácidos e ácidos húmicos etc. O ecossistema utilizado para combater odores, notadamente de
(...) inclui tanto os organismos (comunidade biótica) solventes orgânicos" (Lemaire & Lemaire, 1975).
como um ambiente abiótico" (Odum, 1972). "Adsorção é o nome do fenômeno em que as
"O mesmo que azóico, isto é, período da história moléculas de um fluído entram em contato e aderem
física da Terra (...) sem organismos vivos" (Guerra, à superfície de um sólido. Por este processo, os
1978). gases, líquidos e sólidos, mesmo em concentrações
ABSORÇÃO muito pequenas, podem ser seletivamente
"Processo físico no qual um material coleta e retem capturados ou removidos de uma corrente da ar, por
outro, com a formação de uma mistura. A absorção meio de materiais específicos, conhecidos como
pode ser acompanhada de uma reação química" adsorventes" (Danielson, 1973).
(ABNT, 1973). AERAÇÃO
"Absorção de um gás é o mecanismo pelo qual um "Reoxigenação da água com a ajuda do ar. A taxa de
ou mais elementos são removidos de uma corrente oxigênio dissolvido, expressa em % de saturação, é
gasosa, por dissolução desses elementos num uma característica representativa de certa massa de
solvente líquido seletivo (...) Do ponto de vista da água e de seu grau de poluição (...) Para restituir a
poluição do ar, a absorção é útil como método de uma água poluída a taxa de oxigênio dissolvido ou
reduzir ou eliminar a descarga de poluentes do ar na para alimentar o processo de biodegradação das
atmosfera" (Danielson, 1973). matérias orgânicas consumidoras de oxigênio, é
"Absorção: de radiação - diminuição da radiação preciso favorecer o contato da água e do ar. A
pela travessia de um gás, um liquido ou um sólido. aeração pode também ter por fim a eliminação de
Tal é o caso da radiação solar que, sem a atmosfera um gás dissolvido na água: ácido carbônico,
terrestre, é suscetível de transmitir 1,36 KW por m2 hidrogênio sulfurado" (Lemaire & Lemaire, 1975).
de superfície perpendicular. A atmosfera absorve
cerca da metade dessa energia nos casos mais AERÓBIO/ANAERÓBIO
favoráveis; (...) de um gás - quantidade retida por Aeróbios são organismos para os quais o oxigênio
um líquido ou um sólido. Aumenta geralmente livre do ar é imprescindível à vida. Os anaeróbios,
quando a temperatura diminui e quando a pressão ao contrário, não requerem ar ou oxigênio livre para
aumenta. Se a absorção se faz à superfície, manter a vida; aqueles que vivem somente na total
chama-se, freqüentemente, adsorção" (Lemaire & ausência do oxigênio livre são os anaeróbios estritos
Lemaire, 1975). ou obrigatórios; os que vivem tanto na ausência
quanto na presença de oxigênio livre são os
ACIDEZ anaeróbios facultativos.
"Presença de ácido, quer dizer, de um composto "Aeróbio - diz-se de um organismo que não pode
hidrogenado que, em estado líquido ou dissolvido, se viver em ausência do oxigênio" (Dajoz, 1973).
Página 216

comporta como um eletrolito. A concentração de Respiração aeróbia


ions H+ é expressa pelo valor do pH" (Lemaire & "Toda oxidação biótica na qual o oxigênio gasoso
Lemaire, 1975). (molecular) é o receptor de hidrogênio (oxidante);
ADAPTABILIDADE respiração anaeróbia - oxidação biótica na qual o
"Aptidão, inerente a numerosas espécies, de viver oxigênio gasoso não intervém. O elétron absorvente
em condições de ambiente diferentes daquelas de (oxidante) é um composto diferente do oxigênio"
sua ocorrência natural" (Souza, 1973). (Odum, 1972).
ADAPTAÇÃO AEROBIOSE/ANAEROBIOSE
"Feição morfológica, fisiológica ou comportamental, Aerobiose é a condição de vida em presença do
interpretada como propiciando a sobrevivência e oxigênio livre; ao contrário, a anaerobiose é a
como resposta genética às pressões seletivas condição de vida na ausência do oxigênio livre.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

"Aerobiose - vida em um meio em presença do de carbonatos, bicarbonatos, hidróxidos e


oxigênio livre. Anaerobiose - vida existente sob ocasionalmente boratos, silicatos e fosfatos. É
condições anaeróbias, isto é, num meio onde não expressa em miligramas por litro ou equivalentes de
exista oxigênio livre" (Carvalho, 1981). carbonato de cálcio" (ABNT, 1973).
"A alcalinidade das águas servidas é devida à
AFLUENTE, TRIBUTÁRIO
presença de hidróxidos, carbonatos e bicarbonatos
"Curso de água ou outro líquido cuja vazão contribui
de elementos como cálcio, magnésio, sódio, potássio
para aumentar o volume de outro corpo d'água"
ou amônia. Desses todos, o cálcio e o magnésio são
(Helder G. Costa, informação pessoal, 1985).
os mais comuns bicarbonatos. Os esgotos são, em
"Curso d'água que desemboca em outro maior ou em
geral, alcalinos, recebendo essa alcalinidade das
um lago" (DNAEE, 1976).
águas de abastecimento, das águas do subsolo e
"Curso d'água cujo volume ou descarga contribui
materiais adicionados pelo uso doméstico"
para aumentar outro, no qual desemboca. Chama-se
(Amarílio Pereira de Souza, informação pessoal,
ainda de afluente o curso d'água que desemboca num
1986).
lago ou numa lagoa" (Guerra, 1978).
"Água residuária ou outro líquido, parcial ou ALÓCTONE
completamente trabalhada ou em seu estado natural, "Quem ou que veio de fora; que não é indígena da
que flui para um reservatório, corpo d'água ou região; estrangeiro" (Goodland, 1975).
instalação de tratamento" (ACIESP, 1980). "Que se encontra fora de seu meio natural" (Lemaire
& Lemaire, 1975).
AGROTÓXICOS, AGROQUíMICOS
"Denominação muito usada em geomorfologia,
"Produtos químicos destinados ao uso em setores de
referindo-se a solos e rios. Este termo vem do grego
produção, no armazenamento e beneficiamento de
e significa allos - outro, Khthon - terra; por
produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de
conseguinte, são os depósitos constituídos de
florestas nativas ou implantadas e de outros
materiais transportados de outras áreas. O rio que
ecossistemas, e também de ambientes urbanos,
percorre determinadas regiões e não recebe no seu
hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a
curso médio e inferior nenhum afluente diz-se, neste
composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-
caso, que é alóctone. O antônimo de alóctone é
las da ação danosa de seres vivos considerados
autóctone" (Guerra, 1978).
nocivos, bem como as substâncias e produtos
empregados como desfolhantes, dessecantes, ALUVIÃO, ALÚVIO
estimuladores e inibidores do crescimento" (Decreto "Sedimentos, geralmente de materiais finos,
nº 98.816, de 11 de janeiro de 1990). depositados no solo por uma correnteza" (Carvalho,
1981).
ÁGUA SUBTERRÂNEA
"Detritos ou sedimentos clásticos de qualquer
"Suprimento de água doce sob a superfície da terra,
natureza, carregados e depositados pelos rios"
em um aqüífero ou no solo, que forma um
(Guerra, 1978).
reservatório natural para o uso do homem" (The
"Detrito depositado transitória ou permanentemente
World Bank, 1978).
por uma corrente" (SAHOP, 1978).
"É aquela que se infiltra nas rochas e solos
"Argila, areia, silte, cascalho, seixo ou outro
caminhando até o nível hidrostático" (Guerra, 1978).
material detrítico depositado pela água" (DNAEE,
"Água do subsolo, ocupando a zona saturada"
1976).
(DNAEE, 1976).
"São os acréscimos que sucessiva e
"A parte da precipitação total contida no solo e nos
imperceptivelmente se formarem para a parte do mar
estratos inferiores e que esta livre para se
e das correntes aquém do ponto a que chega o
movimentar pela influência da gravidade" (USDT,
preamar médio das enchentes ordinárias, bem como
1980).
a parte do álveo que se descobrir pelo afastamento
"Água do subsolo que se encontra em uma zona de
das águas" (Decreto nº 24.643, de 10.07.34 -
saturação situada acima da superfície freática"
definição legal que, portanto, serve apenas para
(ACIESP, 1980).
Página 217

efeito do respectivo decreto. Engloba o conceito de


ÁGUAS RESIDUÁRIAS terrenos acrescidos de marinha, não abrangendo,
"Qualquer despejo ou resíduo líquido com entretanto, a parte do aluvião além das margens
potencialidade de causar poluição" (ABNT, 1973). naturais do curso d'água).
"Resíduos líquidos ou de natureza sólida conduzidos
ÁLVEO, LEITO FLUVIAL, CALHA
pela água, gerados pelas atividades comerciais,
"Rego ou sulco por onde correm as águas do rio
domésticas (operações de lavagem, excretas
durante todo o ano; corresponde ao que
humanas etc.) ou industriais" (Diccionario de la
denominamos em geomorfologia e em geologia de
Naturaleza, 1987).
leito menor em oposição a leito maior (...) Canal
ALCALINIDADE escavado no talvegue do rio para o escoamento dos
"Capacidade das águas em neutralizar compostos de materiais e das águas" (Guerra, 1978).
caráter ácido, propriedade esta devida ao conteúdo "É a superfície que as águas cobrem, sem
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

transbordar para o solo natural ordinariamente ANTRÓPICO


enxuto" (Decreto nº 24.643, de 10.07.34). Relativo à humanidade, à sociedade humana, à ação
"Parte mais baixa do vale de um rio, modelada pelo do homem. Termo de criação recente, empregado
escoamento da água, ao longo da qual se deslocam por alguns autores para qualificar um dos setores do
em períodos normais, a água e os sedimentos" meio ambiente, o meio antrópico, compreendendo os
(DNAEE, 1976). fatores políticos, éticos e sociais (econômicos e
culturais); um dos subsistemas do sistema ambiental,
AMOSTRA
o subsistema antrópico.
Porção representativa de água, ar, qualquer tipo de
efluentes ou emissão atmosférica ou qualquer ÁREAS
substância ou produto, tomada para fins de análise Sob este verbete, reunem-se as definições usadas
de seus componentes e suas propriedades. para designar usos, critérios e restrições de
Em biologia ocupação.
"(1)Parte de uma população ou universo, tomada Áreas especiais de interesse turístico
para representar a qualidade ou quantidade de todo "São trechos contínuos do território nacional,
um conjunto. (2) Número finito de observações inclusive suas águas territoriais, a serem
selecionadas de uma população ou universo de preservados e valorizados no sentido cultural e
dados" (Silva, 1973). natural, destinados à realização de planos e projetos
Amostra composta (de água) de desenvolvimento turístico, e que assim forem
"É representativa da somatória de várias amostras instituídas na forma do dispositivo no presente
simples tomadas em função da vazão. Ela é feita Decreto" (Decreto nº 86.176 de 06.07.81).
com o fim de minimizar o número de amostras a Área estadual de lazer
serem analisadas. A quantidade de amostras simples É uma área de domínio público estadual (podendo
que irá ser adicionada à mistura total depende da incorporar propriedades privadas), com atributos
vazão dos efluentes na hora em que a amostra foi ambientais relevantes, capazes de propiciar
tomada. A quantidade total de amostra composta atividades de recreação ao ar livre, sob supervisão
depende também do número e tipo de análises a estadual que garanta sua utilização correta.
serem feitas" (Braile, 1992). Áreas de expansão urbana
São as situadas na periferia das áreas urbanas, com
ANÁLISE AMBIENTAL
potencial para urbanização, e definidas por
Exame detalhado de um sistema ambiental, por meio
legislação específica.
do estudo da qualidade de seus fatores, componentes
Área industrial
ou elementos, assim como dos processos e
"Área geográfica bem definida, reservada ao uso
interações que nele possam ocorrer, com a finalidade
industrial pela potencialidade dos recursos naturais
de entender sua natureza e determinar suas
que possui e que servem como um processo de
características essenciais.
desenvolvimento industrial" (CODIN, s/data).
ANÁLISE DE CUSTO-BENEFÍCIO Áreas de interesse especial
"Técnica que tenta destacar e avaliar os custos Áreas a serem estabelecidas, por decreto, pelos
sociais e os benefícios sociais de projetos de Estados ou a União, para efeito do inciso I do artigo
investimento, para auxiliar a decidir se os projetos 13 da Lei nº 6.766 de 19.12.79, que diz: "Art. 13 -
devem ou não ser realizados (...) O objetivo é Caberá aos Estados o exame e a anuência prévia
identificar e medir as perdas e ganhos em valores para a aprovação, pelos Municípios, de loteamentos
econômicos com que arcará a sociedade como um e desmembramento nas seguintes condições: I -
todo, se o projeto em questão for realizado" quando localizadas em áreas de interesse especial,
(Bannock et alii, 1977). tais como as de proteção aos mananciais ou ao
"A primeira técnica formal de avaliação (ambiental) patrimônio cultural, histórico, paisagístico e
conhecida e a que tem sido mais aceita. Foi arqueológico, assim definidas por legislação
desenvolvida inicialmente em projetos de Estadual ou Federal".
engenharia, sobretudo no que se refere às estruturas Área metropolitana
Página 218

hidráulicas, ainda que hoje em dia seu campo de "Extensão territorial que compreende a unidade
aplicação se tenha ampliado consideravelmente para político-administrativa da cidade central, assim
incluir a ordenação e a gestão dos recursos, os como todas as unidades político-administrativas das
programas educativos, os projetos de construção localidades contíguas que apresentam características
etc." (Diccionario de la Naturaleza, 1987). urbanas, tais como áreas de trabalho, ou locais de
residências de trabalhadores dedicados ao trabalho
ANO HIDROLÓGICO agrícola, e que mantêm uma relação
"Período contínuo de doze meses durante o qual sócio-econômica direta, constante, intensa e
ocorre um ciclo anual climático completo e que é recíproca com a cidade central" (SAHOP, 1978).
escolhido por permitir uma comparação mais Área de preservação permanente
significativa dos dados meteorológicos" (DNAEE, "São aquelas em que as florestas e demais formas de
1976). vegetação natural existentes não podem sofrer
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

qualquer tipo de degradação" (Proposta de decreto ATERRO SANITÁRIO


de regulamentação da Lei nº 690 de 01.12.83, "Método de engenharia para disposição de resíduos
FEEMA, 1984). sólidos no solo, de modo a proteger o meio
"São áreas de preservação permanente: I - os ambiente; os resíduos são espalhados em camadas
manguezais, lagos, lagoas e lagunas e as áreas finas, compactados até o volume praticável e
estuarinas; II - as praias, vegetação de restinga cobertos com terra ao final de cada jornada" (The
quando fixadoras de dunas; costões rochosos e as World Bank, 1978).
cavidades naturais subterrâneas - cavernas; III - as "Processo de disposição de resíduos sólidos na terra,
nascentes e as faixas marginais de proteção de águas sem causar moléstias nem perigo à saúde ou à
superficiais; I - as áreas que abriguem exemplares segurança sanitária. Consiste na utilização de
ameaçados de extinção, raros, vulneráveis ou menos métodos de engenharia para confinar os despejos em
conhecidos, da fauna e flora, bem como aquelas que uma área, a menor possível, reduzí-los a um volume
sirvam como local de pouso, alimentação ou mínimo e cobri-los com uma capa de terra
reprodução; V - as áreas de interesse arqueológico diariamente, ao final de cada jornada, ou em
histórico, científico, paisagístico e cultural; VI - períodos mais freqüentes, segundo seja necessário"
aquelas assim declaradas por lei; VII - a Baía de (Carvalho, 1981).
Guanabara" (art. 266 da Constituição do Estado do "Sistema empregado para a disposição final dos
Rio de Janeiro, 1989). resíduos sólidos sobre a terra, os quais são
Áreas de proteção ambiental - APA espalhados e compactados numa série de células e
"Áreas a serem decretadas pelo Poder Público, para diariamente cobertos com terra, para não resultar em
a proteção ambiental, a fim de assegurar o bem-estar nenhum risco ou dano ao ambiente" (ACIESP,
das populações humanas e conservar ou melhorar as 1980).
condições ecológicas locais" (art. 9º, Lei nº 6.902 de
AUTÓCTONE
27.04.81).
Termo que significa "nativo", usado principalmente
Área de relevante interesse ecológico
para designar espécies da flora e da fauna cujo
"As áreas que possuam características naturais
hábitat, pelo que se conhece, não apresenta
extraordinárias ou abriguem exemplares raros da
variações. Empregado em outras áreas de
biota regional, exigindo cuidados especiais de
conhecimento para qualificar aquilo que se forma ou
proteção por parte do Poder Público" (Decreto nº
ocorre no lugar considerado.
89.336, de 31.01.84).
Em Biologia
"São áreas de relevante interesse ecológico, cuja
"Microorganismos que exibem os processos de
utilização depende de prévia autorização dos órgãos
renovação mais ou menos constantes, a baixas
competentes, preservados seus atributos essenciais: I
concentrações de elementos nutritivos" (Odum,
- as coberturas florestais nativas; II - a zona costeira;
1972).
III - o rio Paraíba do Sul; lV - a Baía de Guanabara;
"Formado in situ: originário do próprio lugar onde
V - a Baía de Sepetiba" (art. 267 da Constituição do
habita atualmente" (Goodland, 1975).
Estado do Rio de Janeiro, 1989).
Em Geologia
Área rural
"Formação originária in situ, ex: argilas primárias,
É a área do município, excluídas as áreas urbanas,
carvão mineral" (Guerra, 1978).
onde são desenvolvidas, predominantemente,
atividades rurais. AUTODEPURAÇÃO, DEPURAÇÃO
Área urbana NATURAL
"É a cidade propriamente dita, definida de todos os Depuração ou purificação de um corpo ou
pontos de vista - geográfico, ecológico, substância, por processo natural.
demográfico, social, econômico etc. - exceto o "Processo biológico natural de depuração dos
político-administrativo. Em outras palavras, área poluentes orgânicos de um meio aquático. Depende
urbana é a área habitada ou urbanizada, a cidade dos microorganismos presentes (bactérias, algas,
mesma, mais a área contígua edificada, com usos do fungos, protozoários), das possibilidades de
Página 219

solo de natureza não agrícola e que, partindo de um oxigenação e reoxigenação, da atmosfera e da luz
núcleo central, apresenta continuidade física em (fotossíntese)" (Lemaire & Lemaire, 1975).
todas as direções até ser interrompida de forma "Processo natural que ocorre numa corrente ou
notória por terrenos de uso não urbano, como corpo d'água, que resulte na redução bacteriana,
florestas, semeadouros ou corpos d'água" (SAHOP, satisfação de DBO, estabilização dos constituintes
1978). orgânicos, renovação do oxigênio dissolvido
consumido e o retorno às características (biota)
ASSOREAMENTO
normais do corpo d'água. Também chamada
"Processo de elevação de uma superfície, por
depuração natural" (ACIESP, 1980).
deposição de sedimentos" (DNAEE, 1976).
"Diz-se dos processos geomórficos de deposição de AUTOTRÓFICO, AUTONUTRITIVO
sedimentos, ex.: fluvial. eólio, marinho" (Guerra, "Organismo que se nutre a si mesmo (...) organismos
1978). produtores: plantas verdes e microorganismos
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

quimiossintéticos(...): Componente autotrófico de BALANÇO HÍDRICO


um ecossistema é aquele em que predominam a "Balanço das entradas e saídas de água no interior de
fixação de energia da luz, o emprego de substâncias uma região hidrológica bem definida (uma bacia
inorgânicas simples e a construção de substâncias hidrográfica, um lago), levando em conta as
complexas" (Odum, 1972). variações efetivas de acumulação" (DNAEE, 1976).
"São organismos capazes de fabricar matéria
BANCO DE AREIA, BARRA, COROA
orgânica, partindo de substâncias inorgânicas"
Deposição de material sobre o fundo de um lago, de
(Braile, 1983).
um rio, de sua foz, ou do mar, junto à costa, em
"Produtores ou plantas verdes capazes de fixar a
resultado do perfil do fundo, das correntes
energia solar" (Negret, 1982).
dominantes e da ocorrência de sedimentos.
"Processo autotrófico é o que envolve produção in
"Banco de sedimentos (areia, cascalho, por exemplo)
situ de matéria orgânica (Selden et alii, 1973).
depositado no leito de um rio, constituindo
AVALIAÇÃO AMBIENTAL obstáculos ao escoamento e à navegação" (DNAEE,
Expressão utilizada com o mesmo significado da 1976).
avaliação de impacto ambiental, em decorrência de "Acumulação de aluviões e seixos nas margens dos
terminologia adotada por algumas agências rios e na beira dos litorais onde predominam as
internacionais de cooperação técnica e econômica, areias" (Guerra, 1978).
correspondendo às vezes a um conceito amplo que
BANHADO
inclui outras formas de avaliação, como a análise de
"Termo derivado do espanhol "bañado", usado no
risco, a auditoria ambiental e outros procedimentos
sul do Brasil para as extensões de terras inundadas
de gestão ambiental.
pelos rios. Constituem terras boas para a agricultura,
ao contrário dos pântanos" (Guerra, 1978).
B (ver também TERRAS ÚMIDAS)
BARRA (ver BANCO DE AREIA)
BACIA HIDROGRÁFICA, BACIA FLUVIAL BENS AMBIENTAIS
"Área cujo escoamento das águas superficiais "São os bens, sejam eles públicos ou particulares,
contribui para um único exutório" tutelados juridicamente pela legislação ambiental,
(FEEMA/PRONOL DZ 104). visando a propiciar vida digna à coletividade. São
"Área de drenagem de um curso d'água ou lago" conceituados como bens de interesse público. Por
(DNAEE, 1976). isso, o Poder Público pode atuar sobre esses bens,
"Área total drenada por um rio e seus afluentes" ora retirando a propriedade, ora restringindo-a, ora
(The World Bank, 1978). onerando-a" (Miriam Fontenelle, informação
"Conjunto de terras drenadas por um rio principal e pessoal, 1996).
seus afluentes" (Guerra, 1978).
"São grandes superfícies limitadas por divisores de BENTOS
águas e drenadas por um rio e seus tributários" Termo adotado por Haekel para designar o conjunto
(Carvalho, 1981). dos organismos que vivem no fundo dos mares,
assim distinguindo-os do plâncton (adjetivo:
BACIA SEDIMENTAR bentônico).
"Depressão enchida com detritos carregados das "Organismos aquáticos, fixados ao fundo, que
águas circunjacentes (...) As bacias sedimentares permanecem nele ou que vivem nos sedimentos do
podem ser consideradas como planícies aluviais que fundo" (Odum, 1972).
se desenvolvem, ocasionalmente, no interior do "Conjunto de seres vivos que habitam,
continente" (Guerra, 1978). permanentemente ou preferencialmente, o fundo dos
BACTÉRIAS mares" (Guerra, 1978).
"Organismos vegetais microscópicos, geralmente "Organismos que vivem no fundo de um
ecossistema aquático, por exemplo, os animais
Página 220

sem clorofila, essencialmente unicelulares e


universalmente distribuídos" (ABNT, 1973). macro-invertebrados, que constituem uma porção do
Bactérias de origem fecal (ver COLIFORME bentos total" (USDT, 1980).
FECAL). "Conjunto de organismos associados com o fundo de
um corpo d'água, ou seja, com a interface
BAIXADA sólido-líquida dos sistemas aquáticos" (ACIESP,
Depressão do terreno ou planície entre montanhas e 1980).
o mar.
"Área deprimida em relação aos terrenos contíguos. BERMA
Geralmente se designa assim as zonas próximas ao "Encosta de praia que fica entre a arrebentação e a
mar; algumas vezes, usa-se o termo como sinônimo vista das dunas ou do cordão litorâneo" (FEEMA,
de planície" (Guerra, 1978). 1985).
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

BHC BIODIVERSIDADE/DIVERSIDADE
Benzeno hexacloro (hexacloreto de benzeno) BIOLÓGICA
existente sob nove formas isoméricas, cuja fórmula é "Refere-se à variedade ou à variabilidade entre os
um poderoso inseticida conhecido pelos nomes de organismos vivos, os sistemas ecológicos nos quais
lindano e gamexane" (Lemaire & Lemaire, 1975). se encontram e as maneiras pelas quais interagem
entre si e a ecosfera; pode ser medida em diferentes
BIOACUMULAÇÃO, ACUMULAÇÃO NA
níveis: genes, espécies, níveis taxonômicos mais
CADEIA ALIMENTAR
altos, comunidades e processos biológicos,
"O lançamento de resíduos ou dejetos, mesmo em
ecossistemas, biomas; e em diferentes escalas
pequenas quantidades, pode ser a causa de uma lenta
temporais e espaciais. Em seus diferentes níveis,
acumulação pelo canal dos produtores vegetais e dos
pode ser medida em número ou freqüência relativa"
consumidores ulteriores (herbívoros, carnívoros).
(Torres, 1992)
Esta concentração na cadeia alimentar pode
constituir uma ameaça direta para os organismos BIOMASSA
vegetais e animais, assim como para os predadores, "É o peso vivo, conjunto constituído pelos
inclusive o homem. A bioacumulação é mais componentes bióticos de um ecossistema:
freqüente e pronunciada no meio aquático. Sua produtores, consumidores e desintegradores"
importância depende da taxa de metabolismo, ou de (Odum, 1972).
eliminação dos produtos, considerada em cada "É a quantidade máxima de material vivo, em peso,
organismo aquático. Os seguintes produtos são tanto de vegetais quanto de animais, em um hábitat,
conhecidos como tendo tendência a se acumular nos em determinada época do ano" (Negret, 1982).
sistemas marinhos: compostos de cádmio, mercúrio "A quantidade (por exemplo, o peso seco) de
e chumbo, Aldrin, Dieldrin, Endrin, DDT, difenilas matéria orgânica presente, a um dado momento,
polihalogenadas, hexacloro benzeno, BHC, numa determinada área" (Goodland, 1975).
heptacloro" (Lemaire & Lemaire, 1975). "É o peso total de todos os organismos vivos de uma
ou várias comunidades, por uma unidade de área. É
BIOCENOSE,ASSOCIAÇÃO
a quantidade de matéria viva num ecossistema"
"Entende-se por biocenose uma comunidade
(Carvalho, 1981).
formada por plantas e animais que se condicionam
mutuamente e se mantêm em um estado estacionário BIOTA
dinâmico, em virtude de reprodução própria, e só Conjunto dos componentes vivos (bióticos) de um
dependem do ambiente inanimado exterior à ecossistema.
biocenose (ou exterior ao biótopo, que é o ambiente "Todas as espécies de plantas e animais existentes
físico co-extensivo com a biocenose em questão), dentro de uma determinada área" (Braile, 1983).
mas não, ou não essencialmente, dos organismos
BIÓTOPO
vivos exteriores" (Margaleff, 1980).
"É o espaço ocupado pela biocenose. O biótopo é
"É um grupamento de seres vivos reunidos pela
'uma área geográfica de superfície e volume
atração não recíproca exercida sobre eles pelos
variáveis, submetida a condições cujas dominantes
diversos fatores do meio; este grupamento
são homogêneas (Peres, 1961). Para Davis (1960), o
caracteriza-se por determinada composição
biótopo é uma extensão mais ou menos bem
específica, pela existência de fenômenos de
delimitada da superfície, contendo recursos
interdependência, e ocupa um espaço chamado
suficientes para poder assegurar a conservação da
biótopo" (Dajoz, 1973).
vida. O biótopo pode ser de natureza orgânica ou
"É um conjunto de populações animais ou vegetais,
inorgânica" (Dajoz, 1973).
ou de ambos, que vivem em determinado local.
"Lugar onde há vida. É o componente físico do
Constitui a parte de organismos vivos de um
ecossistema (Margaleff, 1980).
ecossistema" (Carvalho, 1981).
"É uma unidade ambiental facilmente identificável,
(ver também COMUNIDADE BIÓTICA)
podendo ser de natureza inorgânica ou orgânica, e
BIODEGRADAÇÃO, cujas condições de hábitat são uniformes. Pode
Página 221

BIODEGRADABILIDADE abrigar uma ou mais comunidades. É geralmente a


Decomposição por processos biológicos naturais. parte não viva do ecossistema" (Carvalho, 1981).
"Processo de decomposição química, como resultado "O microhábitat, ou lugar, substrato, microclima e
da ação de microorganismos" (The World Bank, situação exatos de uma espécie, dentro de uma
1978). comunidade" (ACIESP, 1980).
"Destruição ou mineralização de matéria orgânica
BLOOM DE ALGAS (ver FLORAÇÃO DE
natural ou sintética por microorganismos existentes
ALGAS)
no solo, na água ou em sistema de tratamento de
água residuária" (ACIESP, 1980). BREJO
Terreno molhado ou saturado de água, algumas
vezes alagável de tempos em tempos, coberto com
vegetação natural própria na qual predominam
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

arbustos integrados com gramíneas rasteiras e significativamente suas qualidades ecológicas e


algumas espécies arbóreas. sanitárias (ABNT, 1973).
"Terreno plano, encharcado, que aparece nas regiões "Capacidade de um corpo d'água de se purificar da
de cabeceira, ou em zonas de transbordamento de poluição orgânica" (The World Bank, 1978).
rios e lagos" (Guerra, 1978).
CARACTERIZAÇÃO ECOLÓGICA
"Comunidade de plantas herbáceas, eretas e
ecological characterization
autossustentantes, que vive enraizada no solo sempre
inventaire écologique
(ou quase sempre) coberto por água ou em que o
caracterización ecológica
lençol freático é tão próximo da superfície que o
"É a descrição dos componentes e processos
solo é sempre saturado" (ACIESP, 1980).
importantes que integram um ecossistema e o
(ver também TERRAS ÚMIDAS)
entendimento de suas relações funcionais" (Hirsh,
1980 apud Beanlands, 1983).
C CARGA ORGÂNICA
"Quantidade de oxigênio necessária à oxidação
CADEIA ALIMENTAR OU CADEIA TRÓFICA bioquímica da massa de matéria orgânica que é
Em ecologia, a seqüência de transferência de lançada ao corpo receptor, na unidade de tempo.
energia, de organismo para organismo, em forma de Geralmente, é expressa em toneladas de DBO por
alimentação. As cadeias alimentares se entrelaçam, dia" (ACIESP, 1980).
num mesmo ecossistema, formando redes "Quantidade de matéria orgânica, transportada ou
alimentares, uma vez que a maioria das espécies lançada num corpo receptor" (Carvalho, 198l).
consomem mais de um tipo de animal ou planta. CHORUME DO LIXO
"A transferência de energia alimentícia desde a Efluente líquido proveniente dos vazadouros de lixo
origem, nas plantas, através de uma série de e dos aterros sanitários.
organismos, com as reiteradas atividades alternadas "Líquido escuro, malcheiroso, constituído de ácidos
de comer e ser comido, chama-se cadeia alimentar" orgânicos, produto da ação enzimática dos
(Odum, 1972). microorganismos, de substâncias solubilizadas
"O canal de transferência de energia entre os através das águas da chuva que incidem sobre o lixo.
organismos; cada conexão (elo) alimenta-se do O chorume tem composição e quantidade variáveis.
organismo precedente e, por sua vez, sustenta o Entre outros fatores, afetam sua composição o índice
próximo organismo" (Goodland, 1975). pluviométrico e o grau de compactação das células
"Seqüência simples de transferência de energia entre de lixo" (Barboza, 1992).
organismos em uma comunidade, em que cada nível
trófico é ocupado por uma única espécie" (ACIESP, CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS
1980). Segundo a Resolução nº 20, de 18.06.86, do
(ver também REDE TRÓFICA) CONAMA, "são classificadas, segundo seus usos
preponderantes, em nove classes, as águas doces,
CANAL salobras e salinas do Território Nacional:
"Conduto aberto artificial (...) Curso d'água natural ÁGUAS DOCES
ou artificial, claramente diferenciado, que contém I - Classe Especial - águas destinadas:
água em movimento contínua ou periodicamente, ou a) ao abastecimento doméstico sem prévia ou com
então que estabelece interconexão entre duas massas simples desinfecção;
de água" (DNAEE, 1976). b) à preservação do equilíbrio natural das
"Corrente de água navegável que escoa entre bancos comunidades aquáticas.
de areia, lama ou pedras" (Diccionario de la II - Classe 1 - águas destinadas:
Naturaleza, 1987). a) ao abastecimento doméstico após tratamento
CAPACIDADE DE ASSIMILAÇÃO, simplificado;
CAPACIDADE DE SUPORTE b) à proteção das comunidades aquáticas;
Página 222

Para um sistema ambiental ou um ecossistema, os c) à recreação de contato primário (natação, esqui


níveis de utilização dos recursos ambientais que aquático e mergulho);
pode suportar, garantindo-se a sustentabilidade e a d)à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas
conservação de tais recursos e o respeito aos e de frutas que se desenvolvem rentes ao solo e que
padrões de qualidade ambiental. Para um corpo sejam ingeridas cruas sem remoção de película;
receptor, a quantidade de carga poluidora que pode e) à criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de
receber e depurar, sem alterar os padrões de espécies destinadas à alimentação humana.
qualidade referentes aos usos a que se destina. No III - Classe 2 - águas destinadas:
caso dos rios, é função da vazão e das condições de a) ao abastecimento doméstico, após tratamento
escoamento. convencional;
"A capacidade que tem um corpo d'água de diluir e b) à proteção das comunidades aquáticas;
estabilizar despejos, de modo a não prejudicar c) à recreação de contato primário (esqui aquático,
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

natação e mergulho); (Diccionario de la Naturaleza, 1987).


d) à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas.
COLIFORME FECAL, BACTÉRIA DE
IV - Classe 3 - águas destinadas:
ORIGEM FECAL
a) ao abastecimento doméstico após tratamento
Bactéria do grupo coli encontrada no trato intestinal
convencional;
dos homens e animais, comumente utilizada como
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e
indicador de poluição por matéria orgânica de
forrageiras;
origem animal.
c) à dessedentação de animais.
"Grupo de bactérias que residem nos intestinos dos
V - Classe 4 - águas destinadas:
animais" (Odum, 1972).
a) à navegação;
"Qualquer um dos organismos comuns ao trato
b) à harmonia paisagística;
intestinal do homem e dos animais, cuja presença na
c) aos usos menos exigentes.
água é um indicador de poluição e de contaminação
ÁGUAS SALINAS
bacteriana potencial" (The World Bank, 1978).
VI - Classe 5 - águas destinadas:
"Inclui todos os bacilos aeróbios e anaeróbios
a) à recreação de contato primário;
facultativos, gram-negativos não esporulados, que
b) à proteção das comunidades aquáticas;
fermentam a lactose com produção de gás, dentro de
c) à criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de
48 horas, a 35ºC" (ACIESP, 1980).
espécies destinadas à alimentação humana.
"Expressão pela qual são também conhecidas as
VII - Classe 6 - águas destinadas:
bactérias coliformes que constituem um grupo onde
a) à navegação comercial;
se encontram as chamadas fecais e as não fecais (...)
b) à harmonia paisagística;
A existência do tipo fecal indica potencial ou até
c) à recreação de contato secundário.
mesmo imediata poluição, enquanto a não fecal vem
ÁGUAS SALOBRAS
de fontes menos perigosas e sugere poluição do
VIII - Classe 7 - águas destinadas:
solo" (Carvalho, 1981).
a) à recreação de contato primário;
"O trato intestinal do homem contém organismos
b) à proteção das comunidades aquáticas;
sob a forma de bastonetes, conhecidos como
c) à criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de
coliformes. Cada pessoa descarrega de 100 a 400
espécies destinadas à alimentação humana.
bilhões de coliformes por dia, além de outras
IX - Classe 8 - águas destinadas:
bactérias. São inativos em relação ao homem e
a) à navegação comercial;
servem para destruição de matéria orgânica nos
b) à harmonia paisagística;
processos biológicos de tratamento. A presença de
c) à recreação de contato secundário".
coliformes serve para indicar a presença de outros
CLIMA organismos patogênicos, normalmente mais difíceis
"Estado da atmosfera expresso principalmente por de isolar e detectar. A bactéria coliforme inclui os
meio de temperaturas, chuvas, isolação, gêneros Eicherichia e Aerobacter. O uso de
nebulosidade etc. Os climas dependem fortemente coliforme como indicador é prejudicado pelo fato de
da posição em latitude do local considerado e do que tanto o gênero Eicherichia quanto o Aerobacter
aspecto do substrato. Assim, fala-se de climas podem crescer e viver no solo. Desse modo, nem
polares, temperados, tropicais, subtropicais, sempre a presença de coliforme serve para indicar
desérticos etc... As relações entre os climas e a contaminação por fezes" (Amarílio Pereira de
ecologia são evidentes: recursos agrícolas, fauna e Souza, informação pessoal, 1986)
flora, erosão, hidrologia, consumo de energia,
COLIMETRIA
dispersão atmosférica de poluentes, condições
"É a determinação da quantidade de bactérias do
sanitárias, contaminação radioativa. Algumas
grupo coli, o que é realizado tendo em vista o seu
características climáticas podem aumentar
número mais provável em certo volume de água"
consideravelmente a exposição aos poluentes ao
(Carvalho, 1981).
favorecer a formação fotoquímica de produtos
"Presentemente, há dois processos para se obter o
nocivos" (Lemaire & Lemaire,
Página 223

número de coliformes em um dado volume d'água: o


1975).
número mais provável (NMP) e o processo de
(ver MICROCLIMA, MESOCLIMA E
membrana filtrante" (Amarílio Pereira de Souza,
MACROCLIMA)
informação pessoal, 1986).
COBERTURA VEGETAL
COLMATAGEM
Termo usado no mapeamento de dados ambientais,
"Deposição de partículas finas, como argila ou silte,
para designar os tipos ou formas de vegetação
na superfície e nos interstícios de um meio poroso
natural ou plantada - mata, capoeira, culturas,
permeável, por exemplo, o solo, reduzindo-lhe a
campo etc. - que recobrem uma certa área ou um
permeabilidade" (DNAEE, 1976).
terreno.
"Trabalho de atulhamento ou enchimento realizado
"A porcentagem da superfície do solo recoberta pela
pelos agentes naturais ou pelo homem, em zonas
projeção vertical das partes aéreas da vegetação"
deprimidas" (Guerra, 1978).
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

COMUNIDADE formar uma unidade geográfica, econômica e social"


Grupo de pessoas, parte de uma sociedade maior, (SAHOP, 1978).
que vivem em uma determinada área e mantêm "É a fusão de duas ou mais áreas urbanizadas ou
alguns interesses e características comuns. aglomerados urbanos (...) Pode-se definí-la também
"É uma unidade social com estrutura, organização e como sendo uma área urbanizada que contenha duas
funções próprias dentro de um contexto territorial ou mais áreas urbanas (Ferrari, 1979).
determinado" (SAHOP, 1978). "Aglomerações urbanas contínuas que ultrapassam
as fronteiras municipais" (FUNDREM, 1982).
COMUNIDADE BIÓTICA, COMUNIDADE
BIOLÓGICA CORIOLIS, FORÇA DE
O mesmo que biocenose. O termo comunidade "Força à qual se submetem os corpos, em
biótica ou biológica é adotado por cientistas conseqüência da rotação da Terra. Atua segundo a
americanos, enquanto biocenose é utilizado por lei de Ferrel: todo corpo em movimento tende a
europeus e russos. desviar-se, para a direita no hemisfério Norte e para
"Termo fitossociológico: qualquer grupo a esquerda no Hemisfério Sul" (Diccionario de la
organizado, natural, de animais ou plantas diferentes Naturaleza, 1987).
e interdependentes, com proporções e estruturas
CORPO (DE ÁGUA) RECEPTOR
características, num só hábitat, o qual eles
É a parte do meio ambiente na qual são ou podem
modificam" (Goodland, 1975).
ser lançados, direta ou indiretamente, quaisquer
"Conjunto no qual um indivíduo interage e onde se
tipos de efluentes, provenientes de atividades
concentram os fatores básicos mais significativos,
poluidoras ou potencialmente poluidoras.
diretos e indiretos, que o afetam" (Wickersham et
"Rios, lagos, oceanos ou outros corpos que recebam
alii, 1975).
efluentes líquidos, tratados ou não" (The World
"Conjunto de organismos de duas ou mais espécies
Bank, 1978).
que tem relações ecológicas mútuas e com o meio
"Cursos d'água naturais, lagos, reservatórios ou
físico-químico ambiente" (Martins, 1978).
oceano no qual a água residuária, tratada ou não, é
"Conjunto de populações que habitam uma área
lançada" (ACIESP, 1980).
determinada: representa o componente vivo de um
ecossistema" (Beron, 1981). COSTÃO
"Termo da hierarquia estrutural da ecologia, Termo brasileiro para indicar tipo de costa rochosa,
pertinente às diversas populações que interagem em forma de paredão com forte declividade.
numa dada área" (USDT, 1980). "Denominação usada no litoral paulista para os
"Um conjunto de organismos, em um ecossistema, esporões da Serra do Mar que penetram na direção
cuja composição e aspecto são determinados pelas do oceano, dando aparecimento a falésia" (Guerra,
propriedades do ambiente e pelas relações de uns 1978).
organismos com os outros. O componente biológico Costão rochoso
de um ecossistema" (ACIESP, 1980). "Denominação generalizada dos ecossistemas do
Comunidade edáfica litoral, onde não ocorrem manguezais ou praias e
"Conjunto de populações vegetais dependentes de que são constituídos por rochas autóctones - inteiras
determinado tipo de solo" (Resolução nº 12, de ou fragmentadas por intemperismo - que formam o
4.05.94, do CONAMA). hábitat de organismos a ele adaptados. Sua parte
superior, sempre seca, está geralmente revestida por
CONTRAFORTES
líquens, por vegetação baixa onde são freqüentes
"Denominação dada às ramificações laterais de uma
espécies das famílias Bromeliaceae Cactaceae,
cadeia de montanhas. Os contrafortes quase sempre
Crassulaceae e Gramineae, e por vegetação arbóreo-
estão em posição perpendicular, ou pelo menos
arbustiva representadas por espécies das familias
oblíqua, ao alinhamento geral. É um termo de
Bombacaceae, Moraceae e Capparidaceae, entre
natureza descritiva usado pelos geomorfólogos e
outras. Na parte emersa - borifada pelas ondas - é
geólogos ao tecerem considerações sobre o relevo de
constante a presença de moluscos do gênero
Página 224

regiões serranas" (Guerra, 1978).


Littorina e de crustáceos dos gêneros Lygia,
CONTROLE AMBIENTAL Chtalamus, Estracclita ou Balanus. A parte submersa
De um modo geral, a faculdade de a Administração sustenta comunidades bióticas mais complexas onde
Pública exercer a orientação, a correção, a podem estar presentes algas, cnidários, esponjas,
fiscalização e a monitoração sobre as ações anelídeos moluscos, crustáceos, equinodermas,
referentes à utilização dos recursos ambientais, de tunicados e outros organismos inferiores, servindo
acordo com as diretrizes técnicas e administrativas e de base alimentar para peixes e outros vertebrados"
as leis em vigor. (PRONOL DZ 1839).
CONURBAÇÃO COTA FLUVIOMÉTRICA
"O fenômeno da conurbação ocorre quando dois ou "Altura da superfície das águas de um rio em relação
mais núcleos populacionais formam ou tendem a a uma determinada referência" (DNAEE, 1976).
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

COTA LINIMÉTRICA (Guerra, 1978).


"Altura da superfície de água acima do zero da
DECOMPOSIÇÃO
escala. É usada como sinônimo de nível da água"
Em Biologia
(DNAEE, 1976).
"Processo de conversão de organismos mortos, ou
CRISTA, CUMEADA, LINHA DE CUMEADA parte destes, em substâncias orgânicas e inorgânicas,
"Intersecção do plano das vertentes - constitui o através da ação escalonada de um conjunto de
oposto do talvegue. A crista é constituída por uma organismos (necrófagos, detritóvoros, saprófagos
linha determinada pelos pontos mais altos, a partir decompositores e saprófitos própriamente ditos)"
dos quais divergem os dois declives das vertentes" (ACIESP, 1980).
(Guerra, 1978). "Decomposição da matéria orgânica mediante sua
"Intersecção dos planos das vertentes, definindo uma transformação química em compostos simples, com
linha simples ou ramificada, determinada pelos resultante liberação de energia" (Forattini, 1992).
pontos mais altos a partir dos quais divergem os Em Geomorfologia
declives das vertentes" (Resolução nº 004, de "AIterações das rochas produzidas pelo
18.09.85, do CONAMA). intemperismo químico" (Guerra, 1978).
CURVAS DE NÍVEL, ISOÍPSAS DEFINIÇAO DO ESCOPO DO EIA
"Sao linhas isométricas, isto é, que ligam pontos da Definição dos temas e questões que devem ser
mesma altitude (...) Linhas que ligam os pontos de objeto de detalhamento e aprofundamento quando da
igual altitude situadas acima do nível do mar" elaboração de um estudo de impacto ambiental
(Guerra, 1978). (EIA), de modo que tal estudo esclareça as questões
"Linha traçada sobre um mapa, indicando o lugar relevantes para a tomada de decisão e para a efetiva
geométrico dos pontos para os quais uma participação dos interessados no projeto que se
determinada propriedade (a altitude) é constante" avalia. Os resultados da definição do escopo
(DNAEE, 1976). consolidam-se nos termos de referência que
orientam o EIA (no Estado do Rio de Janeiro,
CUSTO AMBIENTAL
Instrução Técnica).
Custo social de uma atividade incidente sobre os
"Processo prévio de definição do conjunto de
recursos ambientais, isto é, o custo da degradação da
questões a serem consideradas (num estudo de
qualidade de um ou mais fatores ambientais e de
impacto ambiental) e de identificação das questões
qualquer forma de perda ou uso de recursos
importantes relacionadas com a ação proposta"
ambientais por uma atividade humana.
(Beanlands, 1983).
"Danos e perdas com que arca a sociedade como
conseqüência dos prejuízos causados por degradação DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO
ambiental, substituição dos usos do solo (cultivos (DBO)
tradicionais, por exemplo), diminuição da qualidade "É a determinação da quantidade de oxigênio
da água etc."(Diccionario de la Naturaleza, 1987). dissolvida na água e utilizada pelos
microorganismos na oxidação bioquímica da matéria
orgânica. É o parâmetro mais empregado para medir
D a poluição, normalmente utilizando-se a demanda
bioquímica de cinco dias (DB05). A determinação
de DBO é importante para verificar-se a quantidade
DANO AMBIENTAL
"Considera-se dano ambiental qualquer lesão ao de oxigênio necessária para estabilizar a matéria
meio ambiente causado por ação de pessoa, seja ela orgânica" (Amarílio Pereira de Souza, informação
física ou jurídica, de direito público ou privado. O pessoal, 1986).
dano pode resultar na degradação da qualidade "É a medida da quantidade de oxigênio consumido
ambiental (alteração adversa das características do no processo biológico de oxidação da matéria
meio ambiente), como na poluição, que a Lei define orgânica na água. Grandes quantidades de matéria
orgânica utilizam grandes quantidades de oxigênio.
Página 225

como a degradação da qualidade ambiental


resultante de atividade humana" (Oliveira, 1995). Assim, quanto maior o grau de poluição, maior a
DBO" (The World Bank, 1978).
DECLIVE, DECLIVIDADE "Quantidade de oxigênio utilizado na oxidação
O declive é a inclinação do terreno ou a encosta, bioquímica da matéria orgânica, num determinado
considerada do ponto mais alto em relação ao mais período de tempo. Expressa geralmente em
baixo. A declividade é o grau de inclinação de um miligramas de oxigênio por litro" (Carvalho, 1981).
terreno, em relação a linha do horizonte, podendo
ser expressa também em percentagem, medida pela DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (DQO)
tangente do ângulo de inclinação multiplicada por "Medida da capacidade de consumo de oxigênio
100. pela matéria orgânica presente na água ou água
"Antônimo de aclive. A declividade é a inclinação residuária. É expressa como a quantidade de
maior ou menor do relevo em relação ao horizonte" oxigênio consumido pela oxidação química, no teste
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

específico. Não diferencia a matéria orgânica estável produtivos" (Comune, 1992).


e assim não pode ser necessariamente correlacionada
DESFLORESTAMENTO, DESMATAMENTO
com a demanda bioquímica de oxigênio" (ACIESP,
Destruição, corte e abate indiscriminado de matas e
1980).
florestas, para comercialização de madeira,
"É utilizada para medir a quantidade de matéria
utilização dos terrenos para agricultura, pecuária,
orgânica das águas naturais e dos esgotos. O
urbanização, qualquer obra de engenharia ou
equivalente ao oxigênio da matéria orgânica que
atividade econômica.
pode ser oxidado e medido usando-se um forte
"São derrubadas de grandes quantidades de árvores,
agente oxidante em meio ácido. Normalmente, usa-
sem a reposição devida, e que provocam
se como oxidante o dicromato de potássio. O teste
desfolhamento e intemperismo" (Carvalho, 1981).
de DQO também é usado para medir a quantidade de
matéria orgânica em esgotos que contêm substâncias DESSALINIZAÇÃO
tóxicas. Em geral, a DQO é maior que a DBO. Para Da água
muitos tipos de despejos, é possível correlacionar Separação dos sais da água do mar para sua
DQO com DBO, correlação que, uma vez conversão em água potável e posterior utilização em
estabelecida, permite substituir a determinação da sistemas de abastecimento doméstico, na indústria
DBO pela da DQO" (Amarílio Pereira de Souza, ou na irrigação.
informação pessoal, 1986). "Os diversos procedimentos para a dessalinização
das águas podem classificar-se: 1. processos que
DENSIDADE ECOLÓGICA
utilizam mudança de estado, como a destilação
"Número de indivíduos de uma espécie em relação a
térmica, a compressão do vapor e a congelação. 2.
determinado ambiente" (Forattini, 1992).
Processos que utilizam as propriedades das
DEPRESSÃO membranas seletivas, como a eletrodiálise e a
"Forma de relevo que se apresenta em posição osmose inversa. 3. processos químicos, como os
altimétrica mais baixa do que porções contíguas" intercâmbios iónicos e os dissolventes seletivos. De
(Resolução nº 004, de 19.09.85). todos, os mais utilizados são a destilação, a
eletrodiálise e a osmose inversa." (Diccionario de la
DEPURAÇÃO NATURAL (ver
Naturaleza, 1987).
AUTODEPURAÇÃO)
Do solo
DESAGREGAÇÃO "Remoção dos sais do solo, geralmente por
Termo usado em geologia para indicar o processo de lavagem" (Silva, 1973).
quebra ou descascamento das rochas.
DETRITO
"Separação em diferentes partes de um mineral ou
"Material incoerente originário de desgaste de
de uma rocha, cuja origem pode ser devida ao
rochas" (DNAEE, 1976).
trabalho dos agentes erosivos ou aos agentes
"Sedimentos ou fragmentos desagregados de uma
endógenos" (Guerra, 1978).
rocha" (Guerra, 1978).
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
DILUIÇÃO
"Desenvolvimento que atende às necessidades do
Em poluição do ar, "difusão de poluente líquido,
presente, sem comprometer a capacidade de as
sólido ou gasoso em uma parcela de ar e a mistura
futuras gerações atenderem às suas próprias
dessa parcela com ar não contaminado até que a
necessidades" (Comissão Mundial de Meio
concentração do poluente seja tão reduzida que se
Ambiente e Desenvolvimento apud IUCN/PNUMA,
torne negligenciável ou impossível de ser detectada"
1991).
(Weisburd, 1962).
"Processo de transformação no qual a exploração
dos recursos, as diretrizes de investimento, a DINÂMICA POPULACIONAL
orientação do desenvolvimento tecnológico e as "Estudo funcional das características da população,
mudanças institucionais sejam consistentes com as como crescimento, dispersão, mudanças de
necessidades atuais e futuras" (World Commission composição, e em relação aos fatores intrínsecos e
Página 226

on Environment and Development, 1987). extrínsecos que as determinam" (Forattini, 1992).


"A idéia de desenvolvimento sustentado também
DISPERSÃO
está relacionada à de riqueza constante, no sentido
Em controle da poluição
de que cada geração deve deixar para a próxima pelo
"Movimento de uma parcela de ar poluído inteira,
menos o mesmo nível de riqueza, considerada como
quer vertical como horizontalmente para fora de uma
a disponibilidade de recursos naturais, de meio
zona (...) Os processos de diluição e de dispersão
ambiente e de ativos produtivos. Desse modo, toda
são simultâneos e, quase sempre, o termo dispersão
vez que o desenvolvimento estiver baseado na
é usado para designar tanto a mistura quanto o
utilização de um recurso natural ou na degradação
transporte (da parcela de ar poluído)" (Weisburd,
do meio ambiente, a sociedade deverá utilizar parte
1962).
do resultado dessa operação na reconstrução do
"Ação de dispersar. A dispersão dos poluentes
ambiente e na formação de estoques de ativos
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

atmosféricos por meio de chaminés. O grau de do ambiente e suas interações, o que resulta em uma
dispersão é determinado por cálculos complexos em diversidade biótica com estrutura trófica claramente
que intervêm os parâmetros meteorológicos" definida e na troca de energia e matéria entre esses
(Lemaire & Lemaire, 1975). fatores.
Em ecologia "A biocenose e seu biótopo constituem dois
"Termo que engloba tanto os esforços que realizam elementos inseparáveis que reagem um sobre o outro
as espécies para conseguir ampliar sua área para produzir um sistema mais ou menos estável que
corológica (biogeográfica), como os que levam a recebe o nome de ecossistema (Tansley, 1935) (...)
cabo para nela sobreviver" (Diccionario de la O ecossistema é a unidade funcional de base em
Naturaleza, 1987). ecologia, porque inclui, ao mesmo tempo, os seres
vivos e o meio onde vivem, com todas as interações
DIVERSIDADE BIOLÓGICA (ver
recíprocas entre o meio e os organismos" (Dajoz,
BIODIVERSIDADE)
1973).
DIVISOR DE ÁGUAS "Os vegetais, animais e microorganismos que vivem
"Linha-limite ou fronteira que separa bacias de numa região e constituem uma comunidade
drenagem adjacentes' (DNAEE, 1976). biológica estão ligados entre si por uma intrincada
"Linha separadora das águas pluviais" (Guerra, rede de relações que inclui o ambiente físico em que
1978) existem estes organismos. Estes componentes físicos
e biológicos interdependentes formam o que os
DRENAGEM biólogos designam com o nome de ecossistema"
"Remoção natural ou artificial da água superficial ou (Ehrlich & Ehrlich, 1974).
subterrânea de uma área determinada" (Helder G. "É o espaço limitado onde a ciclagem de recursos
Costa, informação pessoal, 1985). através de um ou vários níveis tróficos é feita por
"Remoção da água superficial ou subterrânea de agentes mais ou menos fixos, utilizando simultânea
uma área determinada, por bombeamento ou e sucessivamente processos mutuamente
gravidade" (DNAEE, 1976). compatíveis que geram produtos utilizáveis a curto
"Escoamento de água pela gravidade devido à ou longo prazo" (Dansereau, 1978).
porosidade do solo" (Goodland. 1975). "É um sistema aberto integrado por todos os
DUNAS COSTEIRAS OU MARÍTIMAS organismos vivos (compreendido o homem) e os
"São acumulações arenosas litorâneas, produzidas elementos não viventes de um setor ambiental
pelo vento, a partir do retrabalhamento de praias e definido no tempo e no espaço, cujas propriedades
restingas" (FEEMA - Proposta de decreto de globais de funcionamento (fluxo de energia e
regulamentação da Lei nº 690 de 01.12.83). ciclagem de matéria) e auto-regulação (controle)
"Montes de areia móveis, depositados pela ação do derivam das relações entre todos os seus
vento dominante, localizadas na borda dos litorais" componentes, tanto pertencentes aos sistemas
(Guerra, 1978). naturais, quanto os criados ou modificados pelo
"Formação arenosa produzida pela ação dos ventos, homem" (Hurtubia, 1980).
no todo ou em parte estabilizada ou fixada pela "Sistema integrado e autofuncionante que consiste
vegetação" (Resolução nº 004, de 18.09.85, do em interações de elementos bióticos e abióticos; seu
CONAMA). tamanho pode variar consideravelmente" (USDT,
Antedunas 1980).
"Também chamadas "dunas exteriores", podem ser "A comunidade total de organismos, junto com o
cobertas periodicamente pelo mar que avança. Ao ambiente físico e químico no qual vivem se
recuar o mar, a água que persiste entre as partículas denomina ecossistema, que é a unidade funcional da
de areia evapora e um grande teor salino se origina, ecologia" (Beron, 1981).
por conseguinte, nessas areias. Só plantas que Ecossistema natural
toleram um alto teor de sal aí podem viver, desde " Expressão usada para designar genericamente os
que providas, simultaneamente, de adaptações que ecossistemas que não estão sujeitos à influência da
Página 227

lhes permitam viver sobre areia movediça. Estolhos atividade humana" (Forattini, 1992).
de enorme comprimento e tufos de caules, ambos
ECÓTIPOS
formando subterraneamente uma trama de "São populações de espécies de grande extensão
numerosas raízes, são muito comuns" (Ferri, 1981). geográfica, localmente adaptadas e que possuem
graus ótimos e limites de tolerância adequados às
E condições do lugar" (Odum, 1972).
"Raça ecológica. Fenômeno de adaptação fisiológica
dos limites de tolerância de uma mesma espécie,
ECOSSISTEMA freqüentemente fixados nas formas locais por um
Termo criado por Tansey em 1935. Sistema aberto mecanismo genético" (Dajoz, 1973).
que inclui, em uma certa área, todos os fatores "Raça genética (ou série de raças genéticas de
físicos e biológicos (elementos bióticos e abióticos) origem independente), mais ou menos bem distinta
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

fisiologicamente (mesmo se não morfologicamente) ENCOSTA


que é adaptada a certas condições de ambiente "Declive nos flancos de um morro, de uma colina ou
diferentes das de outra raça genética da mesma uma serra" (Guerra, 1978).
espécie. Exemplo: certas espécies de ervas crescem
ENSEADA
eretas no interior (ecótipo interiorano), mas
"Reentrância da costa, bem aberta em direção ao
prostradas na praia marítima" (ACIESP, 1980).
mar, porém com pequena penetração deste, ou, em
ECÓTONO outras palavras, uma baía na qual aparecem dois
"Transição entre duas ou mais comunidades promontórios distanciados um do outro" (Guerra,
diferentes (...) é uma zona de união ou um cinturão 1978).
de tensão que poderá ter extensão linear
ENTROPIA
considerável, porém mais estreita que as áreas das
"Medida da desordem ou da quantidade de energia
próprias comunidades adjacentes. A comunidade do
não disponível em um sistema" (Odum, 1972).
ecótono pode conter organismos de cada uma das
"É uma quantidade relativa da energia perdida de
comunidades que se entrecortam, além dos
modo natural e inevitável num sistema
organismos característicos" (Odum, 1972).
físico-químico, conforme a segunda lei da
"Zona de transição que determina a passagem e
termodinâmica. Enquanto esta energia perdida vai
marca o limite de uma biocenose à outra" (Dajoz,
aumentando, o sistema vai se aproximando cada vez
1973).
mais do seu estado de equilíbrio. Deste modo, a
"Zona de transição entre dois biomas que se
entropia pode ser encarada como uma medida de
caracteriza pela exuberância dos processos vitais e
degeneração termodinâmica" (Carvalho, 1981).
mistura relativa de espécies circundantes. A estas
características se chama efeito de borda" (Carvalho, EROSÃO
1981). Processo de desagregação do solo e transporte dos
"Zona de contato entre duas formações com sedimentos pela ação mecânica da água dos rios
características distintas. Áreas de transição entre (erosão fluvial), da água da chuva (erosão pluvial),
dois tipos de vegetação. A transição pode ser dos ventos (erosão eólica), do degelo (erosão
gradual, abrupta (ruptura), em mosaico ou apresentar glacial), das ondas e correntes do mar (erosão
estrutura própria" (ACIESP, 1980). marinha); o processo natural de erosão pode se
"Zona de contato ou transição entre duas formações acelerar, direta ou indiretamente, pela ação humana.
vegetais com característica distintas" (Resolução n° A remoção da cobertura vegetal e a destruição da
12, de 4.05.94, do CONAMA). flora pelo efeito da emissão de poluentes em altas
concentrações na atmosfera são exemplos de fatores
EFLUENTE
que provocam erosão ou aceleram o processo
"Qualquer tipo de água, ou outro líquido que flui de
erosivo natural.
um sistema de coleta, de transporte, como
"O desprendimento da superfície do solo pelo vento,
tubulações, canais, reservatórios, elevatórias, ou de
ou pela água, ocorre naturalmente por força do clima
um sistema de tratamento ou disposição final, como
ou do escoamento superficial, mas é, muitas vezes,
estações de tratamento e corpos d'água" (ABNT,
intensificado pelas práticas humanas de retirada da
1973).
vegetação" (The World Bank, 1978).
"Descarga de poluentes no meio ambiente, parcial
"Desgaste do solo por água corrente, geleiras, ventos
ou completamente tratada ou em seu estado natural"
e vagas" (DNAEE, 1976).
(The World, Bank 1978).
"Destruição das saliências ou reentrâncias do relevo,
"Águas servidas que saem de um depósito ou
tendendo a um nivelamento ou colmatagem, no caso
estação de tratamento" (DNAEE, 1976).
de litorais, baías, enseadas e depressões" (Guerra,
"Substância líquida, com predominância de água,
1978).
contendo moléculas orgânicas e inorgânicas das
Erosão fluvial
substâncias que não se precipitam por gravidade.
"Trabalho contínuo e espontâneo das águas
Água residuária lançada na rede de esgotos ou nas
correntes, na superfície do globo terrestre" (Guerra,
Página 228

águas receptoras" (Braile, 1983).


1978).
EMISSÁRIO Erosão pluvial
"São canalizações de esgoto que não recebem "Fenômeno de destruição dos agregados do solo
contribuição ao longo de seu percurso, conduzindo pelo impacto das gotas da chuva" (Tricart, 1977).
apenas a descarga recebida de montante (...) Erosão do solo
destinadas a conduzir o material coletado pela rede "Destruição nas partes altas e acúmulo nas partes
de esgoto à estação de tratamento ou ao local deprimidas da camada superficial edafizada"
adequado de despejo" (IES, 1972). (Guerra, 1978).
"Coletor que recebe o esgoto de uma rede coletora e
ESCOAMENTO FLUVIAL, DEFLÚVIO
o encaminha a um ponto final de despejo ou de
"Água corrente na calha de um curso d'água"
tratamento (ACIESP, 1980).
(DNAEE, 1976).
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

"Corresponde à quantidade total de água que alcança natura na rede pública de esgotos" (Braile, 1983).
os cursos fluviais, incluindo o escoamento pluvial Esgotos sépticos
que é imediato e a quantidade de água que, pela "É o esgoto sanitário em plena fase de putrefação
infiltração, vai se juntar a ela de modo lento" com ausência completa de oxigênio livre"
(Guerra, 1978). (Carvalho, 1981).
ESCOAMENTO SUPERFICIAL ESPÉCIE
"Parte da precipitação que se escoa para um curso "Conjunto de seres vivos que descendem uns dos
d'água pela superfície do solo" (DNAEE, 1976). outros, cujo genótipo é muito parecido (donde sua
"Porção de água da chuva, neve derretida ou água de similitude morfológica, fisiológica e etológica) e
irrigação que corre sobre a superfície do solo e, que, nas condições naturais, não se cruzam, por
finalmente, retorna aos corpos d'água. O escoamento causas gênicas, anatômicas, etológicas, espaciais ou
pode carrear poluentes do ar e do solo para os ecológicas, com os seres vivos de qualquer outro
corpos receptores" (The World Bank, 1978). grupo" (P.P. Grasse apud Lemaire & Lemaire,
"Escoamento, nos cursos d'água, da água que cai em 1975).
determinada superfície. A água que se escoa sem "A menor população natural considerada
entrar no solo é designada como escoamento suficientemente diferente de todas as outras para
superficial, e a que entra no solo antes de atingir o merecer um nome científico, sendo assumido ou
curso d'água é designada como escoamento provado que permanecerá diferente de outras, ainda
subsuperficial. Em pedologia, escoamento refere-se que possam ocorrer eventuais intercruzamentos com
normalmente à água perdida por escoamento espécies próximas" (ACIESP, 1980).
superficial; na geologia e na hidráulica, Espécie endêmica ou nativa
normalmente inclui o escoamento superficial e "Diz-se de uma espécie cuja distribuição esteja
subsuperficial" (ACIESP, 1980). limitada a uma zona geográfica definida" (Peres,
"Porção de água precipitada sobre o solo que não se 1968).
infiltra e que escoa até alcançar os cursos d'água" "Espécies que têm uma limitada distribuição na face
(Carvalho, 1981). da Terra (...) em geral encontradas nas regiões de
origem" (Martins, 1978).
ESGOTOS
"(1) Espécie cuja área de distribuição é restrita a
"Refugo líquido que deve ser conduzido a um
uma região geográfica limitada e usualmente bem
destino final" (Decreto nº 553, de 16.01.76).
definida. (2) Para certos autores, sinônimo de
Esgotos domésticos
espécie nativa" (ACIESP, 1980).
"São os efluentes líquidos dos usos domésticos da
Espécie exótica
água. Estritamente falando, podem ser decompostos
"Espécie presente em uma determinada área
em águas cloacais e águas resultantes de outros usos
geográfica da qual não é originaria" (ACIESP,
(Amarílio Pereira de Souza, informação pessoal,
1980).
1986).
Espécie pioneira
Esgotos pluviais
"Espécie ou comunidade que coloniza inicialmente
"São águas provenientes das precipitações (chuvas)
uma área nova não ocupada por outras espécies"
e que chegam ao solo ou aos telhados já despidas de
(Diccionario de la Naturaleza, 1987).
suas qualidades naturais, por sua passagem pela
"Aquela que se instala em uma região, área ou
atmosfera, de onde trazem impurezas" (Carvalho,
hábitat anteriormente não ocupada por ela, iniciando
1981).
a colonização de áreas desabitadas" (Resolução nº
Esgotos sanitários
12, de 4.05.94, do CONAMA).
"São efluentes líquidos que contêm pequena
Espécie protegida
quantidade de esgotos industriais e águas de
"Aquela que desfruta de proteção legal, para evitar
infiltração provenientes do lençol freático"
que seja objeto de caça, colecionismo etc."
(Amarílio Pereira de Souza, informação pessoal,
(Diccionario de la Naturaleza, 1987)
1986).
Página 229

"Refugo líquido proveniente do uso da água para ESPORÕES


fins higiênicos" (Decreto nº 553, de 16.01.76). Pontas de areia formadas às margens de uma laguna
"Despejos orgânicos totais e despejos líquidos costeira pelo trabalho de erosão e deposição de
gerados por estabelecimentos residenciais e sedimentos resultante da força dos ventos, das
comerciais" (The World Bank, 1978). correntes e, em menor intensidade, da força de
"São aquelas águas que foram utilizadas para fins Coriolis.
higiênicos, onde preponderam as águas de lavagem e "Denominação usada por Alberto Ribeiro Lamego
matéria fecal, e provêm geralmente de construções para os pontais secundários no interior das lagunas"
habitadas por seres humanos e/ou animais" (Guerra, 1978).
(Carvalho, 1981).
ESTABILIDADE (DE ECOSSISTEMAS)
"São os efluentes originários dos processos usuais da
"É a capacidade de o sistema ecológico retornar a
vida. São de tal natureza que podem ser lançados in
um estado de equilíbrio após um distúrbio
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

temporário. Quanto mais rapidamente e com menor a comparação das alternativas e a previsão da
flutuação ele retorna, mais estável é" (Holling, situação ambiental futura da área de influência, nos
1973). casos de adoção de cada uma das alternativas,
"Capacidade de um ecossistema resistir ou responder inclusive no caso de o projeto não se executar; a
a contingências abióticas sem alterar identificação das medidas mitigadoras; o programa
substancialmente sua estrutura comunitária ou seus de gestão ambiental do empreendimento, que inclui
balanços de material ou energia" a monitoração dos impactos; e a preparação do
(ACIESP, 1980). relatório de impacto ambiental (RIMA).
ESTUÁRIO EUTROFICAÇÃO, EUTROFIZAÇÃO
"Uma extensão de água costeira, semifechada, que "O processo normalmente de ação vagarosa pelo
tem uma comunicação livre com o alto-mar, qual um lago evolui para um charco ou brejo, e, ao
resultando, portanto, fortemente afetado pela final, assume condição terrestre e desaparece.
atividade das marés e nele se mistura a água do mar Durante a eutroficação o lago fica tão rico em
(em geral de forma mensurável) com a água doce da compostos nutritivos, especialmente nitrogênio e
drenagem terrestre. São exemplos as fósforo, que as algas e outros microvegetais se
desembocaduras dos rios, as baías costeiras, as tornam superabundantes, desse modo 'sufocando' o
marismas (terrenos encharcados à beira do mar) e as lago e causando sua eventual secagem. A
extensões de água barradas por praias. Cabe eutroficação pode ser acelerada por muitas
considerar os estuários como ecótonos entre a água atividades humanas" (The World Bank, 1978).
doce e os hábitats marinhos, embora muitos de seus "De acordo com Hastler (1947), o termo
atributos físicos e biológicos não sejam, de modo eutroficação significa a adição em excesso de um ou
algum, de transição e sim únicos" (Odum, 1972). mais compostos orgânicos ou inorgânicos aos
"Parte terminal de um rio geralmente larga onde o ecossistemas naturais, causando uma elevação
escoamento fluvial é influenciado pela maré" anormal nas suas concentrações" (Ehrlich & Ehrlich,
(DNAEE, 1976). 1974).
"Forma de desaguadouro de um rio no oceano. O "Processo de envelhecimento dos lagos. Durante a
estuário forma uma boca única e é geralmente batido eutroficação, o lago torna-se tão rico em compostos
por correntes marinhas e correntes de marés que nutritivos, especialmente o nitrogênio e o fósforo,
impedem a acumulação de detritos, como ocorre nos que há uma superabundância de algas" (Braile,
deltas" (Guerra, 1978). 1983).
"Área costeira, em geral semicontida, na qual a água "É o enriquecimento da água com nutrientes através
doce se mistura com a salgada" (USDT, 1980). de meios criados pelo homem, produzindo uma
"Foz à maré. Desembocadura de um rio no mar, abundante proliferação de algas" (Beron, 1981).
havendo mistura das águas doces com as salgadas"
EUTRÓFICO
(Carvalho, 1981).
Diz-se de um meio (corpo d'água) rico em
"Áreas onde a água doce encontra a água salgada:
nutrientes.
baías, desembocaduras de rios, lagoas. Constituem
ecossistemas delicados, são usados como local de EVAPOTRANSPIRAÇÃO
desova de peixes" (Braile, 1983). "É o fenômeno que corresponde à evaporação das
águas acumuladas nas retenções e nas camadas
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA)
superficiais do solo, acrescida da evaporação da
Um dos documentos do processo de avaliação de
água da chuva interceptada pela folhagem da
impacto ambiental. Trata-se da execução por equipe
cobertura vegetal e da transpiração natural que os
multidisciplinar das tarefas técnicas e científicas
vegetais executam" (Helder G. Costa, informação
destinadas a analisar, sistematicamente, as
pessoal, 1985).
conseqüências da implantação de um projeto no
"Quantidade de água transferida do solo à atmosfera
meio ambiente, por meio de métodos de AIA e
por evaporação e transpiração das plantas"
técnicas de previsão de impacto. O estudo realiza-se
(DNAEE, 1976).
Página 230

sob a orientação da autoridade ambiental


responsável pelo licenciamento do projeto em EXÓTICO
questão, que, por meio de termos de referência "Termo que se aplica às plantas e aos animais que
específicos, indica a abrangência do estudo e os vivem em uma área distinta da de sua origem. Neste
fatores ambientais a serem considerados sentido é o contrário de autóctone" (Diccionario de
detalhadamente. O estudo de impacto ambiental la Naturaleza, 1987).
compreende, no mínimo: a descrição das ações do
projeto e suas alternativas, nas etapas de
planejamento, construção, operação e, no caso de F
projetos de curta duração, desativação; a delimitação
e o diagnóstico ambiental da área de influência; a
FÁCIES
identificação, a medição e a valoração dos impactos;
Em Geologia
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

"Conjunto de características litológicas e/ou conjunção de alguns fatores como água, luz, ar,
paleontológicas que definem uma unidade de rocha e temperatura e da estrutura física da terra" (ACIESP,
que permitem diferenciá-la das demais" (Diccionario 1980).
de la Naturaleza, 1987).
FISIOGRAFIA
Em Ecologia
"Estudo das formas físicas da Terra, de suas causas e
"Aspecto, paisagem, formada pela vegetação, de um
das relações entre elas" (Diccionario de la
agrupamento vegetal; fisionomia apresentada por
Naturaleza, 1987).
uma associação vegetal" (Souza, 1973).
Fácies lênticas FLOCULAÇÃO
"São as águas doces estagnadas ou sem movimento" "Formação de agregados de partículas finas em
(Carvalho, 1981). suspensão em um líquido, chamados flocos ou
Fácies lóticas floculados. Os termos floculação e coagulação são
"São as águas doces que se movimentam freqüentemente empregados um pelo outro. Na
constantemente, conhecidas como água corrente" prática, entretanto, os floculantes têm características
(Carvalho, 1981). físicas e químicas diferentes das dos coagulantes. O
mecanismo da coagulação-floculação abrange três
FALDA, SOPÉ
etapas: 1) criação de microflocos por
"Denominação usada nas descrições das paisagens
desestabilização da solução coloidal, ou coagulação
acidentadas referindo-se, apenas, à parte da base das
propriamente dita; 2) criação de macroflocos, a
montanhas ou das colinas, ou mesmo das serras"
partir dos microflocos, principalmente através de
(Guerra, 1978).
agitação, aumentando as possibilidades de encontro
FALÉSIA dos floculantes que estabelecem os pontos de
"Termo usado indistintamente para designar as contato entre as partículas; 3) decantação dos
formas de relevo litorâneo abruptas ou escarpadas floculados" (Lemaire & Lemaire, 1975).
ou, ainda, desnivelamento de igual aspecto no
FLORAÇÃO DE ALGAS, BLOOM DE ALGAS
interior do continente. Deve-se, no entanto,
"Proliferação ou explosão sazonal da biomassa de
reservá-lo, exclusivamente, para definir tipo de costa
fitoplâncton como conseqüência do enriquecimento
no qual o relevo aparece com fortes abruptos"
de nutrientes em uma massa aquática, o que conduz,
(Guerra, 1978).
entre outros efeitos, a uma perda de transparência, à
FATOR, ELEMENTO E COMPONENTE coloração e à presença de odor e sabor nas águas"
AMBIENTAL (Diccionario de la Naturaleza, 1987).
Em análise ambiental, usam-se freqüentemente os "Proliferação de algas e/ou outras plantas aquáticas
termos elemento, componente e fator ambiental, na superfície de lagos e lagoas. Os "blooms" são
todos para designar, genericamente, uma das partes muitas vezes estimulados pelo enriquecimento de
que constituem um sistema ambiental (ou um fósforo na água" (Braile, 1992).
ecossistema), embora com pequenas diferenças de "Excessivo crescimento de plantas microscópicas,
significado: elemento é um termo de ordem geral (o tais como, as águas azuis, que ocorrem em corpos de
ar, a água, a vegetação, a sociedade); componente água, dando origem geralmente à formação de flocos
costuma designar uma parte de um elemento, biológicos e elevando muito a turbidez" (Batalha,
quando tomado isoladamente (a temperatura da 1987).
água, uma espécie da flora ou da fauna); fator
FLORESTA, MATA
ambiental designa o elemento ou o componente do
Ecossistemas complexos, nos quais as árvores são a
ponto de vista de sua função específica no
forma vegetal predominante que protege o solo
funcionamento do sistema ambiental.
contra o impacto direto do sol, dos ventos e das
Fator ecológico
precipitações. A maioria dos autores apresentam
"Todo elemento do meio suscetível de agir
matas e florestas como sinônimos, embora alguns
diretamente sobre os seres vivos, ao menos durante
atribuam à floresta maior extensão que às matas.
uma fase de seu ciclo de desenvolvimento" (Dajoz,
Página 231

"Vegetação de árvores com altura geralmente maior


1973).
que sete metros, com dossel fechado ou mais ralo,
"Fatores que determinam as condições ecológicas no
aberto; às vezes (mata) significa um trecho menos
ecossistema" (ACIESP, 1980).
extenso que floresta, e mais luxuriante (densa ou
Fator limitante
alta) do que arvoredo" (Goodland, 1975).
"Fator biológico que atua no sentido de limitar as
"Trecho de vegetação dominado por árvores (de três
variações que ocorrem nos organismos de uma
metros ou mais de altura) cujas copas se tocam, ou
população" (Forattini, 1992).
quase se tocam (as árvores com mais de sessenta por
FERTILIDADE DO SOLO cento de cobertura). É uma categoria estrutural
"Capacidade de produção do solo devido à referindo-se apenas à fisionomia, sem qualificação;
disponibilidade equilibrada de elementos químicos não é tipo de vegetação" (ACIESP, 1980).
como potássio, nitrogênio, sódio, ferro, magnésio e a Floresta ciliar, mata ciliar, mata de galeria
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

"Floresta mesofítica de qualquer grau de caducidade, nenhum deflúvio. São dispositivos perigosos que só
que orla um dos lados de um curso d'água, em uma devem ser empregados em último caso" (Carvalho,
região onde a vegetação de interflúvio não é mata, 1981).
mas arvoredo, escrube, savana ou campo limpo" Fossa seca
(ACIESP, 1980). "São escavações, cujas paredes são revestidas de
"Floresta adjacente a correntes ou cursos d'água e tábuas não aparelhadas com o fundo em terreno
cujas raízes estão próximas da zona de saturação, natural e cobertas na altura do piso por uma laje
devido à proximidade de água subterrânea" (Souza, onde é instalado um vaso sanitário" (Carvalho,
1973). 1981).
Floresta estadual Fossa séptica
"Área de domínio público estadual, delimitada com Câmara subterrânea de cimento ou alvenaria, onde
a finalidade de manter, criar, manejar, melhorar ou são acumulados os esgotos de um ou vários prédios
restaurar potencialidades florestais, com propósito e onde os mesmos são digeridos por bactérias
de aproveitamento de seus recursos" aeróbias e anaeróbias. Processada essa digestão,
(FEEMA/PRONOL NT 1109). resulta o líquido efluente que deve ser dirigido a
Floresta estacional uma rede ou sumidouro.
"Floresta que sofre ação climática desfavorável, seca "Unidade de sedimentação e digestão de fluxo
ou fria, com perda de folhas" (Resolução nº 12, de horizontal e funcionamento contínuo, destinado ao
4.05.94, do CONAMA). tratamento primário dos esgotos sanitários" (Decreto
Floresta ombrófila nº 533, de 16.01.76).
"Floresta que ocorre em ambientes sombreados onde
FOZ
a umidade é alta e constante ao longo do ano"
"(1) Ponto mais baixo no limite de um sistema de
(Resolução nº 12, de 4.05.94, do CONAMA).
drenagem (desembocadura). (2) Extremidade onde o
Floresta Primária
rio descarrega suas águas no mar" (DNAEE, 1976).
"A vegetação arbórea denominada floresta ombrófila
"Boca de descarga de um rio. Este desaguamento
densa constituída por fanerófitas sem resistência à
pode ser feito num lago, numa lagoa, no mar ou
seca, com folhagem sempre verde, podendo
mesmo num outro rio. A forma da foz pode ser
apresentar no dossel superior árvores sem folhas
classificada em dois tipos: estuário e delta" (Guerra,
durante alguns dias, com árvores que variam de 24 a
1978).
40 metros de altura, além do sub-bosque que varia
de ralo a denso, ou seja, são formações densas onde
as copas formam cobertura contínua, ainda que
tenham sido exploradas anteriormente" (Portaria
G
Normativa nº 54, de 23.08.91, do Presidente do
IBAMA). GESTÃO AMBIENTAL
O conceito original de gestão ambiental diz respeito
FONTE POLUIDORA à administração, pelo governo, do uso dos recursos
Ponto ou lugar de emissão de poluentes. ambientais, por meio de ações ou medidas
Fontes difusas (água) econômicas, investimentos e providências
"São fontes não pontuais; aquelas que vertem água institucionais e jurídicas, com a finalidade de
de forma difusa difícil de delimitar geograficamente, manter ou recuperar a qualidade do meio ambiente,
estando a carga poluidora que aportam aos corpos assegurar a produtividade dos recursos e o
d'água relacionadas a certos acontecimentos desenvolvimento social. Este conceito, entretanto,
climáticos (precipitação, tempestades) incontroláveis tem se ampliado nos últimos anos para incluir, além
pelo homem" (Diccionario de la Naturaleza, 1987). da gestão pública do meio ambiente, os programas
Fontes pontuais (água) de ação desenvolvidos por empresas para
"Aquelas que vertem massa d'água através de um administrar suas atividades dentro dos modernos
foco muito localizado, por exemplo, um cano" princípios de proteção do meio ambiente.
(Diccionario de la Naturaleza, 1987).
Página 232

"A condução, a direção e o controle pelo governo do


FORMAÇÃO VEGETAL uso dos recursos naturais, através de determinados
"Denominação genérica dada ao tipo de cobertura instrumentos, o que inclui medidas econômicas,
vegetal que, ocupando determinada região regulamentos e normalização, investimentos
geográfica, empresta-lhe fisionomia de suas espécies públicos e financiamento, requisitos
dominantes. No caso de ocupar extensa área interinstitucionais e judiciais" (Selden, 1973).
geográfica, caracteriza o bioma" (Forattini, 1992). "A tarefa de administrar o uso produtivo de um
recurso renovável sem reduzir a produtividade e a
FOSSA qualidade ambiental, normalmente em conjunto com
"É uma fossa séptica, uma escavação sem o desenvolvimento de uma atividade" (Hurtubia,
revestimento interno onde os dejetos caem no 1980).
terreno, parte se infiltrando e parte sendo "O controle apropriado do meio ambiente físico,
decomposta na superfície de fundo. Não existe
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

para propiciar o seu uso com o mínimo abuso, de "O local físico ou lugar onde um organismo vive, e
modo a manter as comunidades biológicas, para o onde obtém alimento, abrigo e condições de
benefício continuado do homem" (Encyclopaedia reprodução" (USDT, 1980).
Britannica, 1978).
HALÓFILO, HALÓFILA
"Tentativa de avaliar valores limites das
"Organismo que necessita altas concentrações
perturbações e alterações que, uma vez excedidos,
salinas para seu desenvolvimento" (Batalha, 1987).
resultam em recuperação bastante demorada do meio
"Plantas que têm preferência por ambientes salinos:
ambiente, e de manter os ecossistemas dentro de
algas marinhas, vegetação dos mangues, vegetação
suas zonas de resiliência, de modo a maximizar a
das áreas arenosas marítimas" (Souza, 1973).
recuperação dos recursos do ecossistema natural
para o homem, assegurando sua produtividade HALÓFITA
prolongada e de longo prazo" (Interim Mekong "Planta capaz de viver em solos salinos"
Committee, 1982). (Diccionario de la Naturaleza, 1987).
"Planta de beira-mar, capaz de desenvolver-se em
GRADIENTE
solos impregnados de sal" (Souza, 1973).
Mudança de valor de uma quantidade (temperatura,
pressão, altitude etc.) por unidade de distância, numa HETEROTRÓFICO
direção específica. Inclinação ou razão de ascensão "Que não sintetiza, por si próprio, seus constituintes
ou descida de uma encosta, rodovia, tubulação etc. orgânicos, porém recorre a um produtor de
"É uma mudança de elevação, velocidade, pressão alimentos orgânicos. Por exemplo, os herbívoros"
ou outra característica, por unidade de (Lemaire & Lemaire, 1975).
comprimento" (Carvalho, 1981). "Organismo que utiliza matéria orgânica sintetizada
"Mudança unidirecional, mais ou menos contínua, por outros organismos, como fonte de energia"
de alguma propriedade no espaço. Os gradientes (ACIESP, 1980).
referentes às propriedades ambientais se refletem
freqüentemente por meio de alterações nos HIDROCARBONETOS MINERAIS
"Substâncias minerais de origem orgânica em cuja
parâmetros biológicos" (Diccionario de la
composição dominam amplamente o hidrogênio e o
Naturaleza, 1987).
carbono. Geralmente apresentam-se em forma de
misturas de numerosos hidrocarbonetos que, se são
H líquidas, costumam se denominar petróleo ou
petróleo cru, se são gasosas, gás natural e, se são
sólidas, xisto, asfalto ou betumem (Diccionario de la
HÁBITAT Naturaleza, 1987).
"Hábitat de um organismo é o lugar onde vive ou o
lugar onde pode ser encontrado (...) O hábitat pode HIDROGRAMA
referir-se também ao lugar ocupado por uma "Gráfico representativo da variação, no tempo, de
comunidade inteira (...) Por analogia, pode-se dizer diversas observações hidrológicas, como cotas,
que o hábitat e o 'endereço' do organismo e o nicho descargas, velocidade, carga sólida, etc." (DNAEE,
ecológico é, biologicamente falando, sua 'profissão' 1976).
" (Odum, 1972). HIPOLíMNIO
"Conceito encontrado originalmente nas ciências "Camada profunda de um lago abaixo do termoclina.
biológicas, mas que foi adotado pelas ciências Fica fora das influências da água de superfície e tem
sociais. Neste sentido, tende a converter-se na um gradiente de temperatura relativamente fraco"
categoria fundamental e unificadora das disciplinas (Batalha, 1987).
que se ocupam da modificação e organização do
espaço e de sua valoração e uso no tempo, com o HIPSOMETRIA
fim de torná-lo habitável pelo homem, entendendo o "É a representação altimétrica do relevo de uma
homem como parte de um modelo social, em um região no mapa, pelo uso de cores convencionais"
(Guerra, 1978).
Página 233

determinado momento histórico" (SAHOP, 1978).


"Soma total das condições ambientais de um lugar HOMEOSTASIA
específico, que é ocupado por um organismo uma É a manutenção do equilíbrio interno de um sistema
população ou uma comunidade" (The World Bank, biológico (célula, organismo, ecossistema), através
1978). de respostas controladas a alterações que podem se
"É o espaço ocupado por um organismo ou mesmo originar dentro ou fora do sistema.
uma população. É termo mais específico e restritivo "É um conjunto de fenômenos que têm lugar e
que meio ambiente. Refere-se sobretudo à interferem nos ecossistemas, ou mesmo em certos
permanência de ocupação" (Dansereau, 1978). organismos, corrige desvios, elimina excessos,
"Conjunto de todos os fatores e elementos que controlando forças antagônicas, introduzindo por
cercam uma dada espécie de ser vivo" (Martins, vezes fatores novos, procurando sempre manter o
1978). conjunto em equilíbrio e funcionamento correto e
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

normal. Os mecanismos homeostáticos são ambientais" (Resolução nº 001, de 23.01.86, do


feedbacks dos ecossistemas. A homeostasia é CONAMA).
também um processo de auto-regulagem, pelo qual "Qualquer alteração no sistema ambiental físico,
os sistemas biológicos - como células e organismos - químico, biológico, cultural e socioeconômico que
trabalham para a manutenção da estabilidade do possa ser atribuída a atividades humanas relativas às
ecossistema pelo ajuste das condições necessárias alternativas em estudo, para satisfazer as
para um ótimo de sobrevivência" (Carvalho, 1981). necessidades de um projeto" (Canter, 1977).
"Quanto mais complexos os ecossistemas, maior "Impacto ambiental pode ser visto como parte de
tendência apresentam à estabilidade, isto é, a uma uma relação de causa e efeito. Do ponto de vista
independência cada vez mais acentuada com relação analítico, o impacto ambiental pode ser considerado
às perturbações de origem externa. Esta tendência à como a diferença entre as condições ambientais que
estabilidade chama-se homeostasia" (Dajoz, 1973). existiriam com a implantação de um projeto
"(Homeo = igual; stasia = estado) é o termo proposto e as condições ambientais que existiriam
empregado para significar a tendência de os sistemas sem essa ação" (Dieffy, 1985).
biológicos resistirem a mudanças e permanecerem "Uma "alteração" (ambiental) pode ser natural ou
em estado de equilíbrio" (Odum, 1972). induzida pelo homem, um "efeito" é uma alteração
"Tendência de os sistemas biológicos a resistir a induzida pelo homem e um "impacto" inclui um
alterações e permanecer em estado de equilíbrio julgamento do valor de significância de um efeito"
dinâmico" (Hurtubia, 1980). (Munn, 1979).
"Impacto ambiental é a estimativa ou o julgamento
HÚMUS
do significado e do valor do efeito ambiental para os
Material orgânico inerte, finamente dividido,
receptores natural, sócio-econômico e humano.
resultante da decomposição microbiana de plantas e
Efeito ambiental é a alteração mensurável da
substâncias animais, composto aproximadamente de
produtividade dos sistemas naturais e da qualidade
sessenta por cento de carbono, seis por cento de
ambiental, resultante de uma atividade econômica"
nitrogênio, e menores quantidades de fósforo e
(Horberry, 1984).
enxofre. A decomposição da matéria orgânica viva
"Impacto positivo ou benéfico - quando a ação
do solo torna essas substâncias próprias para serem
resulta na melhoria da qualidade de um fator ou
utilizadas pelas plantas.
parâmetro ambiental.
"É a matéria orgânica do solo, contem a maior parte
Impacto negativo ou adverso - quando a ação resulta
do nitrogênio que se encontra em solos naturais. A
em um dano à qualidade de um fator ou parâmetro
presença de humus torna o solo um meio favorável
ambiental.
para as complicadas reações químicas e processos de
Impacto direto - resultante de uma simples relação
transporte de minerais necessários ao
de causa e efeito (também chamado impacto
desenvolvimento das plantas superiores" (Ehrlich &
primário ou de primeira ordem).
Ehrlich, 1974).
Impacto indireto - resultante de uma reação
"Restos orgânicos, principalmente vegetais (folhas)
secundária em relação à ação, ou quando é parte de
num estado avançado de decomposição,
uma cadeia de reações (também chamado impacto
parcialmente misturado com o solo (turfas; matéria
secundário ou de enésima ordem - segunda, terceira
orgânica; fonte importante de nutrientes minerais;
etc.), de acordo com sua situação na cadeia de
terra vegetal)" (Goodland, 1975).
reações).
"É o constituinte orgânico característico do solo; é
Impacto local - quando a ação afeta apenas o próprio
um complexo de substâncias escuras e gelatinosas"
sítio e suas imediações.
(Negret, 1982).
Impacto regional - quando o impacto se faz sentir
além das imediações do sítio onde se dá a ação.
I Impacto estratégico - quando o componente
ambiental afetado tem relevante interesse coletivo
ou nacional.
Página 234

IMPACTO AMBIENTAL Impacto imediato - quando o efeito surge no instante


Qualquer alteração significativa no meio ambiente - em que se dá a ação.
em um ou mais de seus componentes - provocada Impacto a médio ou longo prazo - quando o impacto
por uma ação humana. se manifesta certo tempo após a ação.
"Qualquer alteração das propriedades físicas, Impacto temporário - quando seus efeitos têm
químicas e biológicas do meio ambiente, causada duração determinada.
por qualquer forma de matéria ou energia resultante Impacto permanente - quando, uma vez executada a
das atividades humanas que, direta ou indiretamente, ação, os efeitos não cessam de se manifestar num
afetem: (I) a saúde, a segurança e o bem-estar da horizonte temporal conhecido.
população; (II) as atividades sociais e econômicas; Impacto cíclico - quando o efeito se manifesta em
(III) a biota; (IV) as condições estéticas e sanitárias intervalos de tempo determinados.
do meio ambiente; (V) a qualidade dos recursos Impacto reversível - quando o fator ou parâmetro
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

ambiental afetado, cessada a ação, retorna às suas São elementos ou parâmetros de uma variável que
condições originais. fornecem a medida da magnitude de um impacto
Impacto irreversível - quando, uma vez ocorrida a ambiental. Podem ser quantitativos, quando medidos
ação, o fator ou parâmetro ambiental afetado não e representados por uma escala numérica, ou
retorna às suas condições originais em um prazo qualitativos, quando classificados simplesmente em
previsível" (FEEMA/PRONOL DZ 041). categorias ou níveis.
Impacto cumulativo "É um elemento ou parâmetro que fornece uma
Impacto ambiental derivado da soma de outros medida do significado de um efeito, isto á, da
impactos ou por cadeias de impacto que se somam, magnitude de um impacto ambiental. Alguns
gerado por um ou mais de um empreendimentos indicadores, tais como os índices de morbidez ou
isolados, porém contíguos, num mesmo sistema mortalidade ou a produção de uma colheita agrícola,
ambiental. associam-se a uma escala numérica. Outros só
"Acumulação de alterações nos sistemas ambientais, podem ser classificados em escalas simples, como
no tempo e no espaço, de modo aditivo e interativo. 'bom - melhor - ótimo' ou 'aceitável - inaceitável' "
As alterações podem se originar de ações individuais (Munn, 1979).
ou múltiplas, do mesmo ou de diferentes tipos. Uma Indicador de pressão ambiental
unidade de alteração ambiental causada por uma “Aqueles que descrevem as pressões que as
ação individual pode ser considerada insignificante, atividades humanas exercem sobre a meio ambiente,
caso seja limitada nas escalas temporais e espaciais; inclusive a quantidade e a qualidade dos recursos
porém, as alterações ambientais originadas de ações naturais” (OECD, 1993).
humanas repetidas ou múltiplas podem se somar, Indicador de resposta social
resultando em impactos cumulativos significativos" “Medidas que mostram em que grau a sociedade está
(Spaling, 1994). respondendo às mudanças ambientais e às
"Impacto no meio ambiente resultante do impacto preocupações com o meio ambiente. Referem-se às
incremental da ação quando adicionada a outras ações coletivas e individuais para mitigar, adaptar ou
ações, passadas, presentes e futuras, razoavelmente prevenir os impactos ambientais negativos induzidos
previsíveis (...)" (40 CRF § 1508.7, Estados Unidos pelo homem, e parar ou reverter danos ambientais já
da América apud Clark, 1994). infligidos” (OECD, 1993).
Indicador de sustentabilidade
INDICADOR
“(...) os indicadores de sustentabilidade podem ser
Nas ciências ambientais, indicador significa um
divididos em três grupos principais: (i) os
organismo, uma comunidade biológica ou outro
indicadores de resposta social (que indicam as
parâmetro (físico, químico, social) que serve como
atividades que se realizam no interior da sociedade -
medida das condições de um fator ambiental, ou um
o uso de minérios, a produção de substâncias
ecossistema.
tóxicas, a reciclagem de material); (ii) os indicadores
”Um parâmetro, ou valor derivado de um parâmetro,
de pressão ambiental (que indicam as atividades
que indica, fornece informação ou descreve um
humanas que irão influenciar diretamente o estado
fenômeno, a qualidade ambiental ou uma área,
do meio ambiente - níveis de emissão de substâncias
significando porém mais do que aquilo que se
tóxicas); e (iii) os indicadores de qualidade
associa diretamente ao referido parâmetro (ou
ambiental (que indicam o estado do meio ambiente -
valor)” (OECD, 1993).
a concentração de metais pesados no solo, os níveis
Indicador ambiental
pH nos lagos). Deve-se notar que a maioria dos
"São os que refletem uma relação significativa entre
indicadores de sustentabilidade, desenvolvidos e
um aspecto do desenvolvimento econômico e social
utilizados até o momento, pertencem ao grupo dos
e um fator ou processo ambiental" (Carrizosa, 1981).
indicadores de pressão ambiental ou de qualidade
Indicador de desenvolvimento
ambiental (...)” (Azar et alii, 1996).
"Quantificação de um fator que permite a
comparação entre os graus de desenvolvimento ÍNDICE
econômico de diversas economias nacionais" Em controle ambiental
Página 235

(Diccionario de la Naturaleza, 1987). Número adimensional que compara a situação de um


Indicador ecológico, espécie indicadora fator ambiental com um valor de referência (padrão,
"São certas espécies que têm exigências ecológicas limite aceitável) na avaliação da qualidade de um
bem definidas e permitem conhecer os meios fator, um ecossistema ou um sistema ambiental.
possuidores de características especiais" (Dajoz,
INSETICIDA
1973).
"Que destrói insetos. Os inseticidas constituem uma
"Organismos, ou tipos de organismos, tão
das categorias de pesticidas" (Lemaire & Lemaire,
estritamente associados a condições ambientais
1975).
específicas, que sua presença é indicativa da
"Qualquer substância que, na formulação, exerça
existência dessas condições naquele ambiente"
ação letal sobre pragas" (FEEMA/PRONOL DG
(Encyclopaedia Brittanica, 1978).
1017).
Indicador de impacto
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

INTEMPERISMO ISOÍPSAS (ver CURVAS DE NÍVEL)


"Conjunto de processos atmosféricos e biológicos
que causam a desintegração e modificação das
rochas e dos solos. Os fatores principais são a J
variação de temperatura, a ação das raízes e do gelo"
(Goodland, 1975). JUSANTE
"Conjunto de processos mecânicos, químicos e "Na direção da corrente, rio abaixo" (DNAEE,
biológicos que ocasionam a desintegração e a 1976).
decomposição das rochas. O uso do termo "Denomina-se a uma área que fica abaixo da outra,
intemperismo tem sido combatido por certos autores ao se considerar a corrente fluvial pela qual é
que preferem meteorização, pelo fato de melhor banhada. Costuma-se também empregar a expressão
corresponder ao termo inglês weathering" (Guerra, 'relevo de jusante' ao se descrever uma região que
1978). está numa posição mais baixa em relação ao ponto
"É a resposta dos materiais que estavam em considerado. O oposto de jusante é montante"
equilíbrio no interior da litosfera às solicitações da (Guerra, 1978).
atmosfera, da hidrosfera e talvez, ainda, da biosfera. "Diz-se de uma área ou de um ponto que fica abaixo
Ele pode ser mecânico, pela expansão diferencial na de outro, ao se considerar uma corrente fluvial ou
superfície e crescimento de cristais estranhos (gelo), tubulação na direção da foz, do final. O contrario é
ou químico, que tem início na cristalização de sais. montante" (Carvalho, 1981).
Existem, também, ações biológicas, como a
penetração de raízes e a atividade bacteriana, que
dependem da umidade e do calor. Assim, todos estes L
fatores causam a desintegração e modificação das
rochas e dos solos. O intemperismo (mecânico e
químico) é a primeira etapa da pedogênese" LAGOA
(Carvalho, 1981). "Um dos hábitats lênticos (águas quietas) (...) são
"É o conjunto de processos que provocam a extensões pequenas de água em que a zona litoral é
decomposição e desintegração de minerais e rochas. relativamente grande e as regiões limnética e
Exclui a ação das chuvas e ventos, que se considera profunda são pequenas ou ausentes" (Odum, 1972).
como essencialmente erosiva" (Negret, 1982). "Pequeno reservatório natural ou artificial"
(DNAEE, 1976).
INVENTARIO "Depressão de formas variadas - principalmente
Em estudos ambientais, qualquer levantamento tendente a circulares - de profundidades pequenas e
sistemático de dados sobre um ou mais fatores cheias de água salgada ou doce. As lagoas podem
ambientais em uma área. ser definidas como lagos de pequena extensão e
Inventário de espécies profundidade (...) Muito comum é reservarmos a
"Censo da flora ou da fauna que habita determinada denominação 'lagoa' para as lagunas situadas nas
área. O nível de resolução de tal censo depende dos bordas litorâneas que possuem ligação com o
objetivos do estudo, desde uma lista das espécies oceano" (Guerra, 1978).
predominantes a outra completa" (Diccionario de la Lagoa aerada
Naturaleza, 1987). "Lagoa de tratamento de água residuária artificial ou
IRREVERSÍVEL, IRREVERSIBILIDADE natural, em que a aeração mecânica ou por ar difuso
"Uma situação natural é irreversível quando, uma é usada para suprir a maior parte de oxigênio
vez alcançada, é impossível voltar ao estado inicial, necessário" (ABNT, 1973).
resulta muito caro ou demanda um tempo muito Lagoa aeróbia
grande comparado com o tempo decorrido para "Lagoa de oxidação em que o processo biológico de
chegar a ela. Em todo processo de alteração do meio tratamento é predominantemente aeróbio. Estas
ambiente, deve se estudar sua irreversibilidade e ter lagoas têm sua atividade baseada na simbiose entre
Página 236

presente os custos de retorno ao estado inicial" algas e bactérias. Estas decompõem a matéria
(Diccionario de la Naturaleza, 1987). orgânica produzindo gás carbônico, nitratos e
(ver também REVERSIBILIDADE) fosfatos que nutrem as algas, que pela ação da luz
solar transformam o gás carbônico em hidratos de
ISOIETA carbono, libertando oxigênio que é utilizado de novo
"Linha que liga os pontos de igual precipitação, para pelas bactérias e assim por diante" (Carvalho, 1981).
um dado período" (WMO apud DNAEE, 1976). Lagoa anaeróbia
"Lagoa de oxidação em que o processo biológico é
predominantemente anaeróbio. Nestas lagoas, a
estabilização não conta com o curso do oxigênio
dissolvido, de maneira que os organismos existentes
têm de remover o oxigênio dos compostos das águas
residuárias, a fim de retirar a energia para
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

sobreviverem. É um processo que a rigor não se (Carvalho, 1981).


pode distinguir daquele que tem lugar nos tanques "Faixa de terreno que compreende as margens e as
sépticos (Carvalho, 1981). zonas adjacentes de um mar ou oceano"
(Diccionario de la Naturaleza, 1987).
LAGUNA
"São ecossistemas formados em depressões, abaixo LIXIVIAÇÃO
do nível do mar, e dele separados por cordões "Processo que sofrem as rochas e solos, ao serem
litorâneos. Esses cordões podem isolá-las totalmente lavados pela água das chuvas(...) Nas regiões
do oceano, formando lagunas fechadas ou intepropicais de clima úmido os solos tornam-se
semifechadas, ou simplesmente permanecem em estéreis com poucos anos de uso, devido, em grande
contato permanente com o mar, através de canais" parte, aos efeitos da lixiviação" (Souza, 1973).
(Azevedo apud CEUFF, 1984). "Forma de meteorização e intemperismo que
"Depressão contendo água salobra ou salgada, ocasiona a remoção de matérias solúveis por água
localizada na borda litorânea. A separação das águas percolante" (Batalha, 1987).
da laguna das do mar pode se fazer por um obstáculo A lixiviação também ocorre em vazadouros e aterros
mais ou menos efetivo, mas não é rara a existência de resíduos, quando são dissolvidos e carreados
de canais, pondo em comunicação as duas águas. Na certos poluentes ali presentes para os corpos d’água
maioria das vezes, se usa erradamente o termo superficiais e subterrâneos.
`lagoa' ao invés de laguna" (Guerra, 1978).
LOCAIS DE INTERESSE TURÍSTICO
"Massa de água pouco profunda ligada ao mar por
"Consideram-se de interesse turístico as Áreas
um canal pequeno e raso" (DNAEE, 1976).
Especiais e os locais instituídos na forma da presente
LENÇOL FREÁTICO Lei, assim como os bens de valor cultural e natural,
"Lençol d'água subterrâneo limitado superiormente protegidos por legislação específica, e
por uma superfície livre (a pressão atmosférica especialmente: os bens de valor histórico, artístico,
normal)" (DNAEE, 1978). arqueológico ou pré-histórico; as reservas e estações
"A superfície superior da água subterrânea" ecológicas; as áreas destinadas à proteção dos
(ACIESP, 1980). recursos naturais renováveis; as manifestações
"É um lençol d'água subterrâneo que se encontra em culturais ou etnológicas e os locais onde ocorram as
pressão normal e que se formou em profundidade paisagens notáveis; as localidades e os acidentes
relativamente pequena" (Carvalho, 1981). naturais adequados ao repouso e à prática de
(ver também ÁGUA SUBTERRÂNEA) atividades recreativas, desportivas ou de lazer; as
fontes hidrominerais aproveitáveis; as localidades
LIMNÍGRAFO
que apresentem condições climáticas especiais;
"Instrumento registrador de níveis de água, em
outros que venham a ser definidos, na forma desta
função do tempo" (DNAEE, 1976).
Lei" (Lei nº 6.513, de 20.12.77).
LIMNOLOGIA
LODO
"Termo criado em 1892 pelo suíço F.A. Forel, para
"Mistura de água, terra e matéria orgânica, formada
designar a aplicação dos métodos de oceanografia ou
no solo pelas chuvas ou no fundo dos mares, lagos,
da oceanologia às águas estagnadas continentais
estuários etc." (Diccionario de la Naturaleza, 1987).
(lagos). À limnologia interessam portanto, todos
"Sólidos acumulados e separados dos líquidos, de
esses fatores da vida nas águas estagnadas (...)
água ou água residuária durante um processo de
Entretanto, o I Congresso Internacional de
tratamento ou depositados no fundo dos rios ou
Limnologia, realizado em Kiel, em 1922, propôs
outros corpos d'água" (ACIESP, 1980).
designar sob o termo limnologia a ciência da água
doce, aplicando-se ela ao conjunto de águas LOTEAMENTO
continentais ou interiores, separadas do mundo "Forma de parcelamento que é a divisão do solo
oceânico" (Lemaire & Lemaire, 1975). com urbanização caracterizada pela abertura de
novos logradouros" (Moreira Neto, 1976).
LITORAL, COSTA
Página 237

"Subdivisão de gleba em lotes destinados à


"Faixa de terra emersa, banhada pelo mar" (Guerra,
edificação, com abertura de novas vias de
1976).
circulação, de logradouros públicos ou
"É toda a região que se situa entre a plataforma
prolongamento, modificação ou ampliação das vias
continental e as áreas sob a influência da maré mais
existentes (Lei nº 6.766, de 19.12.79).
alta (mangue, bancos de espartina, praias, costões,
estuários etc.)" (ACIESP, 1980).
"Extensão no fundo do mar ou lago até a M
profundidade alcançada pela ação da luz e das
ondas. No mar, é a zona geralmente entre o nível da
maré alta e os duzentos metros, aproximadamente, o MAGNITUDE DO IMPACTO
limite da plataforma continental. Nos lagos alcança Um dos atributos principais de um impacto
próximo de uma profundidade de dez metros" ambiental. É a grandeza de um impacto em termos
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

absolutos, podendo ser definida como as medidas de MARÉ


alteração nos valores de um fator ou parâmetro "Elevação e abaixamento periódico das águas nos
ambiental, ao longo do tempo, em termos oceanos e grandes lagos, resultantes da ação
quantitativos ou qualitativos. gravitacional da lua e do sol sobre a Terra a girar"
"É definida como o grau ou extensão da escala de (DNAEE, 1976).
um impacto" (Fisher & Davies, 1973). "É o fluxo e refluxo periódico das águas do mar que,
"É definida como a provável grandeza de cada duas vezes por dia, sobem (preamar) e descem
impacto potencial" (Environmental Protection (baixa-mar), alternativamente (Guerra, 1978).
Service, 1978).
MATA ATLÂNTICA
MANANCIAL "Cerca de um milhão de quilômetros quadrados,
Qualquer corpo d'água, superficial ou subterrâneo, estendendo-se ao longo das encostas e serras da
utilizado para abastecimento humano, industrial ou costa atlântica, desde uma pequena extremidade no
animal, ou irrigação. sudoeste do Rio Grande do Norte, passando pelos
"Conceitua-se a fonte de abastecimento de água que estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe,
pode ser, por exemplo, um rio um lago, uma Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro,
nascente ou poço, proveniente do lençol freático ou São Paulo, Paraná, Santa Catarina, até uma faixa
do lençol profundo" (CETESB, s/d). estreita no Rio Grande do Sul. As florestas tropicais
úmidas que cobriam essa imensa faixa, hoje
MANEJO
reduzidas a 4% de cobertura primária, constituíam,
Ação de manejar, administrar, gerir. Termo aplicado
pois, um bioma sazonal, perpassando um largo
ao conjunto de ações destinadas ao uso de um
espectro de latitudes" (Barros, 1992).
ecossistema ou de um ou mais recursos ambientais,
A Mata Atlântica é considerada patrimônio nacional
em certa área, com finalidade conservacionista e de
pela Constituição Federal de 1988, condicionando-se
proteção ambiental.
a utilização de seus recursos naturais à preservação e
Manejo florestal
proteção do meio ambiente.
"Aplicação dos métodos comerciais de negócio e
dos princípios da técnica florestal às operações de MATÉRIA, MATERIAL (ver SÓLIDOS)
uma propriedade florestal" (Souza, 1987) Matéria orgânica biodegradável
"É a parcela de matéria orgânica de um efluente
MANGUEZAL
suscetível à decomposição por ação microbiana, nas
"São ecossistemas litorâneos, que ocorrem em
condições ambientais. É representada pela demanda
terrenos baixos sujeitos à ação da maré, e
bioquímica de Oxigênio (DBO) e expressa em
localizados em áreas relativamente abrigadas, como
termos de concentração (mg de O2/l) ou carga (Kg
baías, estuários e lagunas. São normalmente
de DBO/dia)" (PRONOL/FEEMA DZ 205).
constituídos de vasas lodosas recentes, as quais se
Matéria orgânica não biodegradável
associa tipo particular de flora e fauna" (FEEMA,
"É a parcela de matéria orgânica pouco suscetível à
proposta de Decreto de regulamentação da Lei nº
decomposição por ação microbiana, nas condições
690/84).
ambientais ou em condições pré-estabelecidas (...)"
"É o conjunto de comunidades vegetais que se
(PRONOL/FEEMA DZ 205).
estendem pelo litoral tropical, situadas em
reentrâncias da costa, próximas à desembocadura de MEDIDAS COMPENSATÓRIAS
cursos d'água e sempre sujeitas à influencia das Medidas tomadas pelos responsáveis pela execução
marés" (Del. CECA nº 063, de 28.02.80). de um projeto, destinadas a compensar impactos
"Vegetação halófita tropical de mata (ou, raramente, ambientais negativos, notadamente alguns custos
escrube) de algumas poucas espécies especializadas sociais que não podem ser evitados ou uso de
que crescem na vasa marítima da costa ou no recursos ambientais não renováveis.
estuário dos rios (as vezes chamado 'mangue', mas
MEDIDAS MITIGADORAS
esta palavra propriamente pertence às plantas e não à
São aquelas destinadas a prevenir impactos
comunidade)" (ACIESP, 1980).
Página 238

negativos ou reduzir sua magnitude. Nestes casos, é


MAPA TEMÁTICO, CARTA TEMÁTICA preferível usar a expressão 'medida mitigadora' em
"Documentos, em quaisquer escalas, em que, sobre vez de 'medida corretiva', também muito usada, uma
um fundo geográfico básico, são representados vez que a maioria dos danos ao meio ambiente,
dados geográficos, geológicos, demográficos, quando não podem ser evitados, podem apenas ser
econômicos, agrícolas etc., visando ao estudo, à mitigados ou compensados.
análise e à pesquisa dos temas, no seu aspecto
METAIS PESADOS
espacial" (Oliveira, 1993).
"Metais que podem ser precipitados por gás
MAPEAMENTO sulfídrico em solução ácida; por exemplo: chumbo,
Representação cartográfica de informação ou dados prata, ouro, mercúrio, bismuto, zinco e cobre"
sobre um ou mais fatores ambientais. (ABNT, 1973).
"São metais recalcitrantes, como o cobre e o
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

mercúrio - naturalmente não biodegradávéis - que as complexas relações entre seus fatores físicos,
fazem parte da composição de muitos pesticidas e se biológicos e socioeconômicos, a partir de um
acumulam progressivamente na cadeia conjunto de hipóteses ou pressupostos.
trófica"(Carvalho, 1981).
MONITORAÇÃO, MONITORIZAÇÃO,
MINERALIZAÇÃO, ESTABILIZAÇÃO MONITORAMENTO1
"Processo pelo qual elementos combinados em "Coleta, para um propósito predeterminado, de
forma orgânica, provenientes de organismos vivos medições ou observações sistemáticas e
ou mortos, ou ainda sintéticos, são reconvertidos em intercomparáveis, em uma série espaço-temporal, de
formas inorgânicas, para serem úteis ao crescimento qualquer variável ou atributo ambiental, que forneça
das plantas. A mineralização de compostos uma visão sinóptica ou uma amostra representativa
orgânicos ocorre através da oxidação e do meio ambiente" (PADC, 1981).
metabolização por animais vivos, "Determinação contínua e periódica da quantidade
predominantemente microscópicos" (ABNT, 1973). de poluentes ou de contaminação radioativa
"Processo edáfico fundamentalmente biológico de presentes no meio ambiente" (The World Bank,
transformação de despojos animais e vegetais em 1978).
substâncias minerais inorgânicas e simples" Monitoração de impactos ambientais
(Diccionario de la Naturaleza, 1987). "O processo de observações e medições repetidas, de
um ou mais elementos ou indicadores da qualidade
MODELO
ambiental, de acordo com programas
Em linguagem técnica, um modelo é uma
preestabelecidos, no tempo e no espaço, para testar
representação simplificada da realidade, expressa em
postulados sobre o impacto das ações do homem no
termos físicos (modelo físico) ou matemáticos
meio ambiente" (Bisset, 1982).
(modelo matemático), para facilitar a descrição, a
"No contexto de uma avaliação de impacto
compreensão do funcionamento atual e do
ambiental, refere-se à medição das variáveis
comportamento futuro de um sistema, fenômeno ou
ambientais após o inicio da implantação de um
objeto.
projeto (os dados básicos constituindo as medições
"Qualquer abstração ou simplificação de um
anteriores ao inicio da atividade) ... para documentar
sistema" (Halls & Day, 1990).
as alterações, basicamente com o objetivo de testar
"Instrumento para predizer o comportamento de
as hipóteses e previsões dos impactos e as medidas
entidades complicadas e pouco conhecidas a partir
mitigadoras" (Beanlands, 1983).
do comportamento de algumas de suas partes que
são bem conhecidas" (Goodman, 1975 apud Halls & MONTANTE
Day, 1990). "Direção oposta à corrente" (DNAEE, 1976).
Modelo determinístico "Diz-se do lugar situado acima de outro, tomando-se
"Modelo no qual o estado de um sistema é definido em consideração a corrente fluvial que passa na
por causas que se podem determinar e identificar e região. O relevo de montante é, por conseguinte,
descrito adequadamente sem recorrer a elementos aquele que está mais próximo das cabeceiras de um
probabilísticos" (Diccionario de la Naturaleza, curso d'água, enquanto o de jusante está mais
1987). próximo da foz" (Guerra, 1978).
"Modelo matemático que determina os resultados,
MONUMENTOS ARQUEOLÓGICOS OU PRÉ-
exatamente, a partir das condições iniciais"
HISTÓRICOS
(Ferattini, 1992).
"Jazidas de qualquer natureza, origem ou finalidade
Modelo estocástico
que apresentem testemunhos da cultura dos paleo-
"Modelo matemático cujas variáveis respondem a
ameríndios do Brasil, tais como sambaquis, montes
uma distribuição específica. Tais modelos não
artificiais ou tesos, poços sepulcrais, jazigos,
oferecem soluções únicas, mas apresentam uma
aterrados, estearias e quaisquer outras não
distribuição de soluções associadas a uma
especificadas aqui, mas de significado idêntico, a
probabilidade, segundo uma determinada
juízo da autoridade competente" (Lei nº 3.924, de
Página 239

distribuição de probabilidades" (Diccionario de la


26.07.61).
Naturaleza, 1987).
"Modelo matemático que incorpora elementos
probabilísticos. Os resultados são expressos em
termos de probabilidade" (Ferattini, 1992).
MODELOS DE SIMULAÇÃO
Um dos tipos básicos de método de avaliação de 1
A ABNT adotou em norma o termo
impacto ambiental, também empregado na "monitoração" e a 2º edição de 1986 do Dicionário
elaboração de planos de gestão ambiental. São Aurélio refere-se a "monitorização". Entretanto, é
modelos matemáticos dinâmicos destinados a ainda comum o emprego de "monitoragem" e
representar, tanto quanto possível, a estrutura e o "monitoramento" na legislação e na literatura
funcionamento dos sistemas ambientais, explorando técnica.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

NUTRIENTES
N "Qualquer substância do meio ambiente utilizada
pelos seres vivos, seja macro ou micronutriente, por
NÉCTON exemplo, nitrato e fosfato do solo" (Goodland,
"Conjunto de organismos aquáticos que flutuam 1975).
apenas graças aos próprios movimentos: peixes, "Elementos ou compostos essenciais como
moluscos, cetáceos" (Lemaire & Lemaire, 1975). matéria-prima para o crescimento e desenvolvimento
de organismos, como, por exemplo, o carbono o
NERÍTICO oxigênio, o nitrogênio e o fósforo" (The World
"Zona de água do mar que cobre a plataforma Bank, 1978).
continental" (Odum, 1972). "São os compostos de NH3 e PO4 indispensáveis
"Região nerítica é aquela que se estende desde a para o desenvolvimento de microorganismos, como
zona intertidal até a isóbata de 200 metros (...) algas, em sistema secundário de tratamento e suas
Sedimentação nerítica é o material relativamente descargas nos rios e lagos" (Carvalho, 1981).
grosseiro, terrígeno, que se acumula junto à costa"
(Guerra, 1978).
NICHO ECOLÓGICO
O
"Inclui não apenas o espaço físico ocupado por um
organismo, mas também seu papel funcional na OCUPAÇÃO DO SOLO
comunidade (como, por exemplo, sua posição na "Ação ou efeito de ocupar o solo, tomando posse
cadeia trófica) e sua posição nos gradientes física do mesmo, para desenvolver uma determinada
ambientais de temperatura, umidade, pH, solo e atividade produtiva ou de qualquer índole,
outras condições de existência... O nicho ecológico relacionada com a existência concreta de um grupo
de um organismo depende não só de onde vive, mas social, no tempo e no espaço geográfico" (SAHOP,
também do que faz (como transforma energia, como 1978).
se comporta e reage ao meio físico e biótico e como
ÓLEOS E GRAXAS
o transforma) e de como é coagido por outras
"Grupo de substâncias, incluindo gorduras, graxas,
espécies" (Odum, 1972).
ácidos graxos livres, óleos minerais e outros
"O lugar de uma espécie na comunidade, em relação
materiais graxos" (Carvalho, 1981).
às outras espécies, o papel que desempenha um
"São substâncias compostas, primordialmente, de
organismo no funcionamento de um sistema natural"
substâncias gordurosas originárias dos despejos das
(Goodland, 1975).
cozinhas, de indústrias como matadouros e
(ver também HÁBITAT).
frigoríficos, extração em autoclaves, lavagem de lã,
NITRIFICAÇÃO processamento do óleo, comestíveis e
"Conversão de amônia em nitratos, por bactérias hidrocarbonetos de indústria de petróleo" (Braile,
aeróbias, passando por nitritos como etapa 1983).
intermediária" (ABNT, 1973).
OLIGOTRÓFICO
"Oxidação do nitrogênio orgânico e amoniacal
"Ambiente em que há pouca quantidade de
(nitrogênio kjeldahl) presente nas águas poluídas,
compostos de elementos nutritivos de plantas e
em nitrito por bactérias nitrosomonas e, em seguida,
animais. Especialmente usado para corpos d'água em
em nitratos por nitrobactérias" (Lemaire & Lemaire,
que há pequeno suprimento de nutrientes e daí uma
1975).
pequena produção orgânica" (ACIESP, 1980).
NÍVEL TRÓFICO "Diz-se dos lagos que possuem um baixo teor de
"Número de etapas que separam um organismo dos substâncias nutrientes básicas para vegetais e onde
vegetais clorofilianos na cadeia alimentar" (Dajoz, falta uma estratificação nítida no que diz respeito ao
1973). oxigênio dissolvido, no verão e no inverno"
"Etapas, mais ou menos marcadas e estratificadas no (Carvalho, 1981).
Página 240

espaço e no tempo, através das quais os processos de


ORGANOCLORADOS
ciclagem transformam os recursos de um estado para
"Inseticidas organo-sintéticos, que contêm na sua
outro (por exemplo, do mineral ao vegetal e depois
molécula átomos de cloro, carbono e hidrogênio.
ao animal)" (Dansereau, 1978).
Ex.: DDT, Aldrin e Dieldrin" (Batalha, 1987).
NÚMERO MAIS PROVÁVEL (NMP)
ORGANOFOSFORADOS
"De acordo com a teoria estatística, é o número que,
"Pesticidas orgânicos sintéticos, contendo, na sua
com maior probabilidade que qualquer outro,
molécula, átomos de carbono, hidrogênio e fósforo.
fornece a estimativa do número de bactérias em uma
Ex.: Paration e Malation" (Batalha, 1987).
amostra. Expresso com densidade de organismos por
100 ml" (ABNT, 1973). ORLA
"São as linhas traçadas em planta, definidoras das
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

margens de um curso d'água ou lagoa e das poluentes. Assim, a DZ 302 - Usos Benéficos da
respectivas faixas marginais de servidão, Água - Definições e Conceitos Gerais
determinadas nos Projetos de Alinhamento de Rio (PRONOL/FEEMA) define padrões como os
(PAR), Projetos de Alinhamento de Lagoa (PAL) e "limites quantitativos e qualitativos oficiais,
Faixas Marginais de Proteção (FMP)" (Portaria regularmente estabelecidos".
SERLA nº 67 de 26.07 77). Padrões de balneabilidade
Condições limitantes estabelecidas para a qualidade
OXIDAÇÃO
das águas doces, salobras e salinas destinadas à
Oxidação biológica ou bioquímica
recreação de contato primário (banho público). Os
"Processo pelo qual bactérias e outros
padrões nacionais de balneabilidade foram baixados
microorganismos se alimentam de matéria orgânica
pelo CONAMA como parte da Resolução nº 20, de
e a decompõem. Dependem desse princípio a
18.06.86.
autodepuração dos cursos d'água e os processos de
Padrões de desempenho
tratamento por lodo ativado e por filtro biológico"
"Tipo de padrão de efluentes que define uma medida
(The World Bank, 1978).
de desempenho (por exemplo, o volume ou a
"Processo em que organismos vivos, em presença ou
concentração de um poluente em um efluente, a
não de oxigênio, através da respiração aeróbia ou
porcentagem de remoção da poluição a ser
anaeróbia, convertem matéria orgânica contida na
alcançada)"(Margulis & Bernstein, 1995).
água residuária em substâncias mais simples ou de
Padrões de efluentes (líquidos)
forma mineral" (Carvalho, 1981).
"Padrões a serem obedecidos pelos lançamentos
Oxidação total
diretos e indiretos de efluentes líquidos,
"É um processo de tratamento de águas residuárias
provenientes de atividades poluidoras, em águas
no qual os lodos biológicos produzidos são
interiores ou costeiras, superficiais ou subterrâneas"
transformados por auto-oxidação" (Carvalho, 1981).
(PRONOL/FEEMA NT 202).
OXIGÊNIO Padrões de emissão
Oxigênio consumido "Quantidade máxima de poluentes que se permitem
"Quantidade de oxigênio necessário para oxidar a legalmente despejar no ar por uma única fonte, quer
matéria orgânica e inorgânica numa determinada móvel ou fixa" (The World Bank, 1978).
amostra" (ACIESP, 1980). Padrões de potabilidade
Oxigênio dissolvido (OD) "São as quantidades limites que, com relação aos
"Oxigênio dissolvido em água, água residuária ou diversos elementos, podem ser toleradas nas águas
outro líquido, geralmente expresso em miligramas de abastecimento, quantidades essas fixadas, em
por litro, partes por milhão ou percentagem de geral, por leis, decretos ou regulamentos regionais"
saturação" (ACIESP, 1980). (ABNT, 1973).
"O oxigênio dissolvido é requerido para a respiração Os padrões de potabilidade foram estabelecidos pela
dos microorganismos aeróbios e de todas as outras Portaria Nº 56/Bsb de 14.03.77 e aperfeiçoados pela
formas de vida aeróbias. O oxigênio só é fracamente Portaria nº 30 de 9.01.90, baixadas pelo Ministério
dissolvido em água. A quantidade de oxigênio da Saúde, em cumprimento ao Decreto Nº 78.367,
dissolvido depende de: (1) solubilidade do gás: (2) de 9.03.77.
pressão parcial do gás na atmosfera; (3) temperatura; Padrões de processo
(4) grau de pureza (salinidade, sólidos em suspensão "Limites de emissão de poluentes associados a
etc.) da água. Como as reações bioquímicas que processos industriais específicos" (Margulis &
utilizam o oxigênio aumentam com o aumento da Bernstein, 1995).
temperatura, os níveis de oxigênio dissolvido Padrões de produto
tendem a ser mais críticos no verão" (Amarílio "Limite legal estabelecido para a quantidade ou a
Pereira de Souza, informação pessoal, 1986). concentração total de poluentes que se podem lançar
no ambiente, por unidade de produto (por exemplo,
kg por 1,00 kg de produto). Este tipo de padrão pode
P
Página 241

se referir também à proibição de se adicionar certas


substâncias aos produtos" (Margulis & Bernstein,
1995).
PADRÕES
Padrões de qualidade da água
Em sentido restrito, padrão é o nível ou grau de
"Plano para o controle da qualidade da água,
qualidade de um elemento (substância ou produto),
contemplando quatro elementos principais: o uso da
que é próprio ou adequado a um determinado
água (recreação, abastecimento, preservação dos
propósito. Os padrões são estabelecidos pelas
peixes e dos animais selvagens, industrial, agrícola);
autoridades, como regra para medidas de
os critérios para a proteção desses usos; os planos de
quantidade, peso, extensão ou valor dos elementos.
tratamento (para o necessário melhoramento dos
Na gestão ambiental, são de uso corrente os padrões
sistemas de esgotamento urbano e industrial); e a
de qualidade ambiental e dos componentes do meio
legislação antipoluição para proteger a água de boa
ambiente, bem como os padrões de emissão de
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

qualidade existente" (The World Bank, 1978). bióticos do meio ambiente, sem que tenha sido
"Conjunto de parâmetros e respectivos limites, em transformada sensivelmente pelas atividades
relação aos quais os resultados dos exames de uma humanas.
amostra de água são comparados para se aquilatar
PÂNTANO
sua qualidade para determinado fim" (Carvalho,
"Terreno plano, constituindo baixadas inundadas,
1981).
junto aos rios" (Guerra, 1978).
Os padrões nacionais de qualidade da água, segundo
"Terras baixas, inundadas na estação chuvosa e, em
as diferentes classes, foram baixados pelo
geral, constantemente encharcadas" (DNAEE,
CONAMA, na Resolução nº 20 de 28.06.86.
1976).
(ver também CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS)
"Em estudos de vegetação, área com solo
Padrões de qualidade ambiental
permanentemente coberto de alguns centímetros de
"Condições limitantes da qualidade ambiental,
água ou com lençol freático dentro de alguns
muitas vezes expressas em termos numéricos,
centímetros abaixo da superfície e o solo
usualmente estabelecidos por lei e sob jurisdição
encharcado, e que sustenta plantas lenhosas
específica, para a proteção da saúde e do bem-estar
(fisionomia de savana, escrube, arvoredo ou
dos homens" (Munn, 1979).
floresta)" (ACIESP, 1980).
Padrões de qualidade do ar
"Os níveis de poluente prescritos para o ar exterior, PARÂMETRO
que por lei não podem ser excedidos em um tempo e "Um termo constante de uma equação algébrica. Por
uma área geográfica determinados" (The World exemplo, na relação y = 3 x + 2, os números 2 e 3
Bank, 1978). são parâmetros" (Bannock et alii, 1977).
"É o limite do nível de poluentes do ar atmosférico "É um valor qualquer de uma variável independente
que legalmente não pode ser excedido, durante um referente a um elemento ou atributo que confira
tempo especifico, em uma área geográfica situação qualitativa e/ou quantitativa de determinada
específica" (Braile, 1983). propriedade de corpos físicos a caracterizar. Os
Os padrões nacionais de qualidade do ar fazem parte parâmetros podem servir como indicadores para
do PRONAR. esclarecer a situação de determinado corpo físico
(ver também CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE quanto a uma certa propriedade"
QUALIDADE DO AR) (FEEMA/PRONOL DZ 302).
Padrões primários de qualidade do ar "Valor ou quantidade que caracteriza ou descreve
"As concentrações de poluentes que, ultrapassadas, uma população estatística. Nos sistemas ecológicos,
poderão afetar a saúde da população, podendo ser medida ou estimativa quantificável do valor de um
entendidos como níveis máximos toleráveis de atributo de um componente do sistema" (Diccionario
concentração de poluentes atmosféricos, de la Naturaleza, 1987).
constituindo-se em metas de curto e médio prazo"
(PRONAR: Resolução nº 05, de 15.06.89, do PARTÍCULAS
"Partículas sólidas ou líquidas finamente divididas
CONAMA).
no ar ou em uma fonte de emissão. Os particulados
Padrões secundários de qualidade do ar
incluem poeiras, fumos, nevoeiro, aspersão e
""As concentrações de poluentes atmosféricos
cerração" (Braile, 1983).
abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso
sobre o bem-estar da população, assim como o PELÁGICO
mínimo dano à fauna e flora, aos materiais e meio "Termo que se utiliza, de modo geral, para incluir o
ambiente em geral, podendo ser entendidos como plâncton, o nécton e o nêuston; ou o conjunto da
níveis desejados de concentração de poluentes, vida em alto-mar" (Odum, 1972).
constituindo-se em metas de longo prazo" "Depósito marinho, formado em grandes
(PRONAR: Resolução nº 05, de 15.06.89, do profundidades oceânicas e, conseqüentemente, a
CONAMA). grande distância das bordas continentais; esses
depósitos são constituídos de argilas finas e
PAISAGEM
Página 242

carapaças de organismos que foram transportadas


"É o território em seu contexto histórico, a
pelas correntes marinhas (Guerra, 1978).
manifestação sintética das condições e
"Diz-se dos organismos próprios do alto-mar, que
circunstâncias geológicas e fisiográficas que
não se encontram fixados ao fundo e que possuem
ocorrem em uma região (país), o agregado de todas
meios próprios de locomoção que lhes permitam
as características que, em interação, aparecem em
realizar deslocações voluntárias" (Carvalho, 1981).
um território" (Diccionario de la Naturaleza, 1987).
Paisagem cultural ou antrópica PERCOLAÇÃO
Paisagem resultante de intervenção antrópica, quer "Movimento de penetração da água, no solo e
dizer, paisagem natural modificada por ação subsolo. Este movimento geralmente é lento e vai
humana. dar origem ao lençol freático (Guerra, 1978).
Paisagem natural "Movimento da água através de interstícios de uma
Paisagem resultante da interação dos fatores físicos e substância, como através do solo" (Carvalho, 1981).
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

"Movimento de água através dos poros ou fissuras Rotatória) que flutuam na zona superficial iluminada
de um solo ou rocha, sob pressão hidrodinâmica, da água marinha ou lacustre, fonte principal de
exceto quando o movimento ocorre através de alimento dos animais marinhos" (Goodland, 1975).
aberturas amplas, tais como covas" (ACIESP, 1980). "Conjunto de organismos que vivem na água e que,
apesar de possuírem movimentos próprios, são
PESTICIDA
incapazes de vencer correntezas, sendo arrastados
Qualquer substância tóxica usada para matar animais
passivamente" (ACIESP, 1980).
ou plantas que causam danos econômicos às
colheitas ou às plantas ornamentais, ou que são PLANO NACIONAL DE GERENCIAMENTO
perigosos à saúde dos animais domésticos e do COSTEIRO (PNGC)
homem. Todos os pesticidas interferem no processo Plano instituído pela Lei nº 7.661, de 16.05.88,
metabólico normal dos organismos (pestes). São, como parte integrante da Política Nacional do Meio
muitas vezes, classificados de acordo com o tipo de Ambiente e da Política Nacional para os Recursos do
organismo que combatem. Mar, com o objetivo principal de "orientar a
"Agente usado para controlar pestes. Inclui: os utilização racional dos recursos na Zona Costeira, de
inseticidas para uso contra insetos nocivos; os forma a contribuir para elevar a qualidade de vida de
herbicidas para controle de ervas daninhas; os sua população, e a proteção do seu patrimônio
fungicidas para controle de doenças vegetais; os natural, histórico, étnico e cultural" (artigo 2º da
rodenticidas para controle de roedores; os referida lei).
germicidas usados na desinfecção de produtos; os
PLUVIÓGRAFO
algicidas etc. Alguns pesticidas podem contaminar a
"Instrumento que contem um dispositivo para
água, o ar e o solo e se acumular no homem, nos
registrar continuamente as alturas de chuvas durante
animais e no ambiente, particularmente se mal
um período" (DNAEE, 1976).
usados (The World Bank, 1978).
"Agente químico destinado a combater as pestes e PONTAL
também chamado impropriamente biocida, pois "Língua de areia e seixos de baixa altura, disposta de
biocida significa corretamente matador da vida modo paralelo, oblíquo ou mesmo perpendicular à
(esterilizante). Pode ser inorgânico, como o flúor, costa e que se prolonga, algumas vezes, sob as
orgânico como o DDT e vegetal, como a rotenona" águas, em forma de banco. No primeiro caso, pode
(Carvalho, 1981). ser considerado uma restinga" (Guerra, 1978).
pH PRAIA
Em química, escala numérica que dá a medida "Zona à beira mar ou ao longo de vasta extensão de
quantitativa da acidez ou basicidade (alcalinidade) água constituída por sedimentos não consolidados,
de uma solução líquida. areias movediças ou diversos materiais trazidos
"A medida da acidez ou alcalinidade de um material pelas vagas" (ACIESP, 1980).
líquido ou sólido. É representado em uma escala de " Faixa da região litorânea coberta por sedimentos
zero a 14 com o valor 7 representando o estado arenosos ou rudáceos, compreendida desde a linha
neutro, o valor zero o mais ácido e o valor 14 o mais de baixa-mar até o local em que se configura uma
alcalino" (The Work Bank, 1978). mudança fisiográfica" (Mendes, 1984).
"É o logaritmo do inverso da concentração
hidrogênica e por este motivo o índice de PRESERVAÇÃO
Ação de proteger, contra a modificação e qualquer
ácido-alcalinidade da água ou de outro líquido, ou
forma de dano ou degradação, um ecossistema, uma
até mesmo dos solos. As águas chamadas duras tem
área geográfica definida ou espécies animais e
pH alto (maior que 7) e as brandas, baixo (menor
vegetais ameaçadas de extinção, adotando-se as
que 7)" (Carvalho, 1981).
"A concentração de ion-hidrogênio é um importante medidas preventivas legalmente necessárias e as
parâmetro tanto das águas naturais como das águas medidas de vigilância adequadas.
"Prevenção de ações futuras que possam afetar um
servidas, pois a existência de grande parte da vida
ecossistema" (USDT, 1980).
Página 243

biológica só é possível dentro de estreitos limites da


variação desse parâmetro. Águas servidas com PROCESSO
concentração adversa de ion-hidrogênio são difíceis No âmbito dos estudos ambientais, é o "mecanismo
de tratar por meios biológicos e, se não houver ou modo de ação mediante o qual se produz
modificação de pH antes do lançamento em águas qualquer classe de alteração nas características ou
naturais, os efluentes certamente alterarão essas qualidades de um componente de um sistema
águas naturais" (Amarílio Pereira de Souza, ambiental. Os processos são os responsáveis pela
informação pessoal, 1986). dinâmica dos sistemas, ao influir e controlar as
formas de interação dos componentes e determinar
PLÂNCTON
"Organismos comumente microscópicos: os vegetais sua funcionalidade global." (Diccionario de la
(fitoplâncton, por exemplo, algas e bactérias) ou Naturaleza, 1987).
Processo alotrófico
animais (zooplâncton, por exemplo, Crustacea,
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

"Processo que envolve o influxo de matéria orgânica primeira fase, o PRONOL foi responsável pela
em um determinado sistema. Assim, há quatro tipos elaboração dos projetos de normas técnicas e
de lago: distrófico, que tem grande quantidade de administrativas necessárias ao funcionamento e
matéria orgânica relativa à produção autotrófica; gerenciamento inicial do Sistema de Licenciamento
oligotrófico e mixotrófico, caracterizados por de Atividades Poluidoras (SLAP). Em fevereiro de
pequenas e médias quantidades de produção e 1979, recebeu a atual denominação, mantendo-se a
influxo de matéria orgânica total, respectivamente; sigla, dedicando-se a prosseguir, em bases
eutrófico, caracterizado por grandes quantidades de permanentes, a complementação modular da
produção de material orgânico" (Warner & Preston, legislação ambiental do Estado do Rio de Janeiro.
1974). Os documentos normativos que tramitam pelo
PRONOL classificam-se nos seguintes tipos:
PRODUTIVIDADE
. Relatório Técnico (RT) - destina-se à
Em economia
apresentação de arrazoados ou estudos técnicos.
Relação entre a produção de uma unidade
. Norma Técnica (NT) - destina-se à
econômica e os recursos necessários para obtê-la.
apresentação de ordenações técnicas para
"Produto de uma unidade de um fator de produção
regulamentar uma determinada atividade
em um período determinado" (Seldon & Pennance,
essencialmente técnica, seguindo disposições
1977).
gerais da ABNT.
Em ecologia
. Justificativa de Norma (JN) - destina-se
Relação entre a produção de um ecossistema, em
exclusivamente a apresentar, para cada norma
determinado período, e o conjunto dos fatores que
técnica, justificativa clara de suas disposições.
para ela concorreram.
. Norma Administrativa (NA) - destina-se a
"Medida da quantidade de energia (ou biomassa)
apresentação de ordenações administrativas a
produzida por um grupo biótico, num período de
serem cumpridas pela FEEMA, ou pelo
tempo específico" (USDT, 1980).
público, em campo de atividade não técnica.
Produtividade básica
. Ata (AT) - destina-se a reproduzir fielmente os
"Produtividade básica de um ecossistema, uma
assuntos relevantes, devidamente editados.
comunidade ou parte dela se define como a
. Método da FEEMA (MF) - serve para
velocidade em que se armazena a energia pela
descrever a série de operações, processos,
atividade fotossintética ou quimiossintética de
utilização de equipamento ou o uso de materiais
organismos produtores (principalmente as plantas
necessários a uma atividade que leve a dados
verdes) em forma de substâncias orgânicas
ou valores cuja precisão de medida é
suscetíveis de serem utilizadas como material
importante para a comparação com outros
alimentício" (Odum, 1972).
dados disponíveis.
Produtividade bruta
. Diretriz (DZ) - documento contendo ordenação
"É a quantidade de matéria viva produzida durante a
disciplinadora da utilização do meio ambiente.
unidade de tempo, por um nível trófico determinado
Difere da norma técnica por não exigir
ou por um de seus constituintes" (Dajoz, 1973).
justificativa.
Produtividade líquida
. Instrução Técnica (IT) - apresenta ordenações
"Em uma comunidade, é a proporção de matéria
puramente administrativas, necessárias à
orgânica não utilizada pelos consumidores,
formulação final do Regulamento de
armazenada pelos produtores durante um dado
Licenciamento.
período de tempo" (Diccionario de la Naturaleza,
. Exposição de Motivos (EM) - para
1987).
encaminhamento dos diversos documentos,
"Corresponde à produtividade bruta menos a
sempre que necessários, para justificar uma
quantidade de matéria viva degradada por
decisão do PRONOL.
fenômenos respiratórios" (Dajoz, 1973).
. Documentos Gerais (DG) - transcrição de
Produtividade do solo
documentos oficiais que a FEEMA esteja
"Capacidade de um solo, no seu ambiente natural,
Página 244

obrigada a observar quando da aplicação do


produzir uma determinada planta ou seqüência de
SLAP.
plantas, sob determinado sistema de manejo"
. Manual de Procedimento ou Manual Técnico
(ACIESP, 1980).
(MN) - engloba as descrições das práticas de
PRONOL (COMISSÃO PERMANENTE DE trabalho ou dados técnicos utilizados pela
NORMALIZAÇÃO TÉCNICA) FEEMA.
Criado em dezembro de 1975, na FEEMA, com o
PUTREFAÇÃO
nome de Projeto Especial de Normalização para o
"Decomposição biológica de matéria orgânica, com
Licenciamento, o PRONOL constitui um grupo de
formação de cheiro desagradável, associada a
trabalho interdisciplinar, integrado por
condições anaeróbias" (ABNT, 1973).
representantes dos departamentos e de unidades da
Presidência, que se reunem semanalmente. Em sua
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

águas superficiais ou subterrâneas, disponíveis para


Q qualquer uso" (DNAEE, 1976).
Recursos minerais
QUALIDADE DA ÁGUA "As concentrações minerais na crosta terrestre cujas
"Características químicas, físicas e biológicas, características fazem com que sua extração seja ou
relacionadas com o seu uso para um determinado possa chegar a ser técnica e economicamente
fim. A mesma água pode ser de boa qualidade para factível" (Diccionario de la Naturaleza, 1987).
um determinado fim e de má qualidade para outro, Recursos naturais
dependendo de suas características e das exigências "São os mais variados meios de subsistência que as
requeridas pelo uso específico" (Carvalho, 1981). pessoas obtêm diretamente da natureza" (SAHOP,
1978).
QUALIDADE AMBIENTAL "O patrimônio nacional nas suas várias partes, tanto
"Os juízos de valor adjudicados ao estado ou os recursos não renováveis, como jazidas minerais, e
condição do meio ambiente, no qual o estado se os renováveis, como florestas e meio de produção"
refere aos valores (não necessariamente numéricos) (Carvalho, 1981).
adotados em uma situação e um momento dados, Recursos naturais renováveis
pelas variáveis ou componentes do ambiente que "Um recurso natural é renovável quando, uma vez
exercem uma influência maior sobre a qualidade de aproveitado em um determinado lugar e num dado
vida presente e futura dos membros de um sistema tempo, é suscetível de ser aproveitado neste mesmo
humano" (Gallopin, 1981). lugar, ao cabo de um período de tempo
"O estado do meio ambiente como objetivamente relativamente curto" (Diccionario de la Naturaleza,
percebido, em termos de medição de seus 1987).
componentes, ou subjetivamente, em termos de Recursos naturais exauríveis ou não renováveis
atributos tais como beleza e valor" (Munn, 1979). "Aqueles sobre os quais toda exploração traz
"É o estado do ar, da água, do solo e dos consigo, inevitavelmente, sua irreversível
ecossistemas, em relação aos efeitos da ação diminuição" (Diccionario de la Naturaleza, 1987).
humana" (Horberry, 1984).
REDE ALIMENTAR OU TRÓFICA, TEIA
ALIMENTAR
R "O conjunto de relações alimentares existentes entre
as espécies de uma comunidade biológica e que
reflete o sentido do fluxo de matéria e energia que
RECURSOS atravessa o ecossistema" (Diccionario de la
"Todo fator passível de consumo pelos organismos Naturaleza, 1987).
de uma população e que leva ao incremento do "É o conjunto formado por várias cadeias tróficas
crescimento e da aptidão" (Forattini, 1992). que, por força de suas estruturas, naturezas e
Recursos ambientais disposições no ecossistema, se sobrepõem e se
"A atmosfera, as águas interiores, superficiais e interligam parcialmente, apresentando-se como uma
subterrâneas e os estuários, o mar territorial, o solo, trama sem início nem fim, em razão de sua
o subsolo e os elementos da biosfera" (Lei nº 6.938, complicada aparência, imposta pelas relações entre
de 31.08.81). seus níveis tróficos" (Carvalho, 1981).
"Os elementos naturais bióticos e abióticos de que
dispõe o homem, para satisfazer suas necessidades REDE DE DRENAGEM
econômicas, sociais e culturais" (Lei nº 33, de "Disposição dos canais naturais de drenagem de uma
27.12.80 - República de Cuba). certa área" (DNAEE, 1976).
Recursos ambientais compartilhados "É o traçado produzido pelas águas de escorrência
Diz-se dos recursos ambientais ou sistemas que modelam a topografia" (Guerra, 1978).
ambientais direta ou indiretamente utilizados por REGIÃO
mais de um país. As bacias hidrográficas que Porção de território contínua e homogênea em
Página 245

abrangem territórios além de um único país, os relação a determinados critérios, pelos quais se
mares interiores, as baías e golfos, algumas bacias distingue das regiões vizinhas. As regiões têm seus
aéreas nessa situação são exemplos de recursos limites estabelecidos pela coerência e
compartilhados. homogeneidade de determinados fatores, enquanto
Recursos florestais uma área tem limites arbitrados de acordo com as
"Os recursos florestais são constituídos por todos os conveniências.
atributos valiosos da zonas florestais que ocasionem Região árida
trocas mercantis ou que possuam valor para os "Aquela onde a precipitação é escassa ou nula.
interesses humanos" (Diccionario de la Naturaleza, Também se diz das zonas onde a evaporação é
1987). superior às precipitações" (Guerra, 1976).
Recursos hídricos Região industrial
"Numa determinada região ou bacia, a quantidade de "Área geográfica reservada ao uso industrial, sem
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

que necessariamente tenha uma estrutura natural de Resíduos em estado sólido e semi-sólido que
recursos que propicie o desenvolvimento industrial" contenham material orgânico e inorgânico
(CODIN, s/data). proveniente de ambulatórios, centros de assistência,
clínicas, centros cirúrgicos e outras atividades
REGIME
médicas.
"Em climatologia, termo usado para caracterizar a
Resíduos sólidos urbanos
distribuição sazonal de um ou mais elementos em
"São os resíduos sólidos e semi-sólidos gerados num
um dado lugar" (ACIESP, 1980).
aglomerado urbano, excetuados os resíduos
Regime hidrográfico ou fluvial
industriais, os hospitalares, sépticos e aqueles
"É a variação de nível das águas do rio, durante o
advindos de aeroportos e portos"
ano. O escoamento depende do clima, daí a
(FEEMA/PRONOL DZ 1311).
existência de: rios de regime nival ou glaciário,
aqueles que recebem água devido ao derretimento RESILIÊNCIA, RESILIENTE
das neves ou geleiras, quando termina o inverno; Em Física, resiliência é a capacidade de um corpo
(rios de) regime pluvial, os que são alimentados recuperar sua forma e seu tamanho original, após ser
pelas águas das chuvas, coincidindo as grandes submetido a uma tensão que não ultrapasse o limite
cheias com a estação chuvosa" (Guerra, 1978). de sua elasticidade. Em ecologia, este conceito
Regime hidrológico aplica-se à capacidade de um ecossistema retornar a
"Comportamento do leito de um curso d'água seu estado de equilíbrio dinâmico, após sofrer uma
durante um certo período, levando em conta os alteração ou agressão. Adjetivo: resiliente.
seguintes fatores: descarga sólida e líquida, largura, "É a medida da capacidade de os sistemas
profundidade, declividade, forma dos meandros e a ecológicos absorverem alterações de suas variáveis
progressão do momento da barra, etc." (DNAEE, de estado ou operacionais e de seus parâmetros e,
1976). ainda assim, persistirem. A resiliência determina a
persistência das relações internas do sistema"
RESÍDUOS SÓLIDOS
(Holling, 1973).
"Material inútil, indesejável ou descartado, cuja
"É a medida da capacidade de um ecossistema
composição ou quantidade de líquido não permita
absorver tensões ambientais sem mudar seu estado
que escoe livremente: (1) resíduos sólidos agrícolas -
ecológico, perceptivelmente, para um estado
resíduos sólidos resultantes da criação e abate de
diferente" (Zedler & Cooper, 1980).
animais e do processamento da produção das
"A capacidade de um sistema (ecológico,
plantações e cultivos; (2) resíduos sólidos
econômico, social) para absorver as tensões criadas
comerciais - gerados por lojas, escritórios e outras
por perturbações externas, sem que se altere"
atividades que, ao final, não apresentam um produto;
(Munn, 1979).
(3) resíduos sólidos industriais - resultantes dos
processos industriais e das manufaturas; (4) resíduos RESSURGÊNCIA
sólidos institucionais - originados dos serviços de Em hidrologia
saúde, educação, pesquisa e outros; (5) resíduos "Reaparição, ao ar livre, ao fim de um percurso
sólidos municipais - resíduos residenciais e subterrâneo, de um curso de água superficial
comerciais gerados pela comunidade (do município); desaparecido a montante" (DNAEE, 1976).
(6) resíduos sólidos de pesticidas - os resíduos da Em geologia
manufatura, do manuseio e do uso de substâncias "Fonte de água que aparece em terrenos calcários,
químicas para matar pestes, animais e vegetais; (7) sendo também chamada de fonte voclusiana
resíduos sólidos residenciais - resíduos que (Vaucluse, na França). Estas fontes são
normalmente se originam no interior das residências, caracterizadas pela grande abundância de água e,
algumas vezes chamados resíduos sólidos também, pela intermitência. Na maioria dos casos,
domésticos" (The World Bank, 1978). não passam de antigos cursos d'água sumidos, que
"Resíduos nos estados sólido e semi-sólido que ressurgem" (Guerra, 1978).
resultam de atividades da comunidade, de origem: Em oceanografia
Página 246

industrial, comercial, doméstica, hospitalar, agrícola, "É um fenômeno que tem lugar quando as águas da
de serviços e de varrição. Ficam incluídas nesta plataforma continental, tocadas pelo vento correm
definição os lodos provenientes dos sistemas de para o mar alto. Imediatamente percorre o talude, de
tratamento de água, aqueles gerados em baixo para cima, uma corrente marítima que vem
equipamentos de controle da poluição, bem como substituir as águas da plataforma, trazendo nutrientes
determinados líquidos cujas particularidades tornem das profundezas para as águas de superfície. Nesta
inviáveis seus lançamento na rede pública de esgotos hora, aparece o fitoplâncton seguido do zooplâncton
ou corpos d'água, ou exijam para isso soluções e logo após o pescado (...) numa água rica de
técnica e economicamente inviáveis, em face à nutrientes, onde ato contínuo as cadeias tróficas
melhor tecnologia disponível" (Resolução nº 5, de surgem organizadas, garantindo a continuação da
5.08.93, do CONAMA). fertilidade ali. Estas áreas, onde a ressurgência se
Resíduos sólidos hospitalares manifesta, são conhecidas pelos oceanógrafos como
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

"oásis do mar'" (Carvalho, 1981). (Diccionario de la Naturaleza, 1987).


RESTINGA SAMBAQUIS
"São acumulações arenosas litorâneas, de forma "São monumentos arqueológicos compostos de
geralmente alongada e paralelas à linha da costa acúmulo de moluscos marinhos, fluviais ou
produzidas pelo empilhamento de sedimentos terrestres, feitos pelos índios. Nesses jazigos de
transportados pelo mar. Ocasionalmente, por conchas se encontram, correntemente, ossos
acumulação eólica, podem ter maior altura" humanos, objetos líticos e peças de cerâmica"
(Proposta de decreto de regulamentação da Lei nº (Guerra, 1978).
690, de O1.12.83, FEEMA, 1984).
SANEAMENTO
"Faixa de areia depositada paralelamente ao litoral
"O controle de todos os fatores do meio físico do
graças ao dinamismo destrutivo e construtivo das
homem que exercem efeito deletério sobre seu
águas oceânicas. Do ponto de vista geomorfológico,
bem-estar físico, mental ou social" (Organização
o litoral de restinga possui aspectos típicos, tais
Mundial da Saúde, apud ACIESP, 1980).
como: faixas paralelas de depósitos sucessivos de
Saneamento ambiental
areia, lagoas resultantes do represamento de antigas
"Conjunto de ações que tendem a conservar e
bacias, pequeninas lagoas formadas entre as
melhorar as condições do meio ambiente em
diferentes flechas de areia, dunas resultantes do
benefício da saúde (SAHOP, 1978).
trabalho do vento sobre a areia da restinga, formação
"É a aplicação dos princípios da Engenharia, da
de barras obliterando a foz de alguns rios etc."
Medicina, da Biologia e da Física no controle do
(Guerra, 1978).
ambiente, com aquelas modificações originárias da
"Acumulação arenosa litorânea, paralela à linha da
proteção e das medidas porventura desejáveis ou
costa, de forma geralmente alongada, produzida por
necessárias para instituir as condições ótimas de
sedimentos transportados pelo mar, onde se
saúde e bem-estar" (Carvalho, 1981).
encontram associações vegetais mistas
"O conjunto de ações, serviços e obras que têm por
características, comumente conhecidas como
objetivo alcançar níveis crescentes de salubridade
'vegetação de restinga' " (Resolução nº 004, de
ambiental, por meio do abastecimento de água
18.09.85, do CONAMA).
potável, coleta e disposição sanitária de resíduos
REVERSIBILIDADE líquidos, sólidos e gasosos, promoção da disciplina
Propriedade que possuem certos fatores ou sistemas sanitária do uso e ocupação do solo, drenagem
ambientais afetados por uma ação humana, de urbana, controle de vetores de doenças
reverterem, após um certo tempo, a seus estados de transmissíveis e demais serviços e obras
qualidade iniciais, cessada a referida ação. especializados" (Lei º 7.750, de 13.03.92)
Saneamento básico
ROCHA MATRIZ, ROCHA MÃE "É a solução dos problemas relacionados
"É aquela em que os elementos originais ou
estritamente com abastecimento de água e
primitivos não sofreram transformações motivadas
disposição dos esgotos de uma comunidade. Há
pela meteorização" (Guerra, 1978).
quem defenda a inclusão do lixo e outros problemas
"Rocha inalterada, não decomposta, o último
que terminarão por tornar sem sentido o vocábulo
horizonte do perfil do solo, o horizonte 'C' que dá
'básico' do título do verbete" (Carvalho, 1981).
origem aos solos" (Carvalho, 1981).
"As ações, serviços e obras considerados prioritários
RUPESTRE em programas de saúde pública, notadamente o
Gravado, traçado ou desenvolvido sobre rocha. abastecimento público de água e a coleta e o
Em biologia, tratamento de esgotos" (Lei nº 7.750, de 31.03.92)
"Diz-se do vegetal que cresce sobre rochedos" (Ferri
SEDIMENTAÇÃO
et alii, 1981).
Em geologia
"Processo pelo qual se verifica a deposição de
S sedimentos ou de substâncias que poderão vir a ser
Página 247

mineralizados. Os depósitos sedimentares são


resultantes da desagregação ou mesmo da
SALINIDADE decomposição de rochas primitivas. Esses depósitos
"Medida de concentração de sais minerais podem ser de origem fluvial, marinha, glaciária,
dissolvidos na água" (Carvalho, 1981). eólia, lacustre, etc." (Guerra, 1978).
Em engenharia sanitária
SALINAÇÃO, SALINIZAÇÃO
"Em tratamento de despejos líquidos, a deposição de
"Incremento do conteúdo salino da água, dos solos,
sólidos pela ação da gravidade" (The World Bank,
sedimentos etc. A salinização pode originar
1978).
mudanças drásticas no papel ecológico e no uso de
"Processo de deposição, pela ação da gravidade, de
tais recursos, impedindo ou favorecendo a existência
material suspenso, levado pela água, água residuária
de certos seres vivos, a obtenção de colheitas etc."
ou outros líquidos. É obtido normalmente pela
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

redução da velocidade do líquido abaixo do ponto a mesmas substâncias. Este fenômeno pode ser
partir do qual pode transportar o material suspenso. observado nos efeitos do lançamento de diferentes
Também chamada decantação ou clarificação" poluentes num mesmo corpo d'água.
(Carvalho, 1981). "Reações químicas nas quais o efeito total da ação
recíproca é superior à soma dos efeitos de cada
SENSIBILIDADE
substância separadamente" (Odum, 1972).
Propriedade de reagir que possuem os sistemas
ambientais e os ecossistemas, alterando o seu estado SINÉRGICO
de qualidade, quando afetados por uma ação "É o que tem a capacidade de agir em sinergia ou
humana. ação cooperativa de agentes discretos, tais que o
efeito total é maior que a soma dos efeitos tomados
SENSORIAMENTO REMOTO independentemente" (USAID, 1980).
A técnica que utiliza sensores na captação e registro
"Nas interações sinérgicas, o perigo resultante da
da energia refletida ou emitida por superfícies ou
combinação de dois poluentes é superior à soma de
objetos da esfera terrestre ou de outros astros"
todos os riscos que um único deles pode representar
(Oliveira, 1993).
individualmente" (Ehrlich & Ehrlich, 1974).
SETORES ECONÔMICOS
SISTEMA
Setor primário
Conjunto de elementos unidos por alguma forma de
"O setor primário (ou agricultura em geral) abrange
interação ou interdependência.
a agricultura em sentido restrito (isto é, a lavoura), a
"Conjunto de partes que se integram direta ou
pecuária, a caça, a pesca, a extração de minerais e de
indiretamente de maneira que uma alteração em
madeira - ou seja, todas as atividades de exploração
qualquer dessas partes afeta as demais. A interação
direta dos recursos naturais de origem vegetal,
pode ser de natureza causal ou lógica, segundo o
animal e mineral" (Miglioli et alii, 1977).
sistema seja material ou conceitual" (SAHOP,
Setor secundário
1978).
"O setor secundário (ou indústria em geral)
"É o conjunto de fenômenos que se processam
compreende todas as atividades de transformação de
mediante fluxos de matéria e energia. Esses fluxos
bens e divide-se em três subsetores: a indústria da
originam relações de dependência mútua entre os
construção civil, a indústria de serviços públicos
fenômenos. Como conseqüência, o sistema apresenta
(geração e distribuição de energia elétrica,
propriedades que lhe são inerentes e diferem da
beneficiamento e distribuição de água à população,
soma das propriedades dos seus componentes. Uma
produção e distribuição de gás encanado) e a
delas é ter dinâmica própria, especifica do sistema"
indústria manufatureira, também chamada de
(Tricart, 1977).
indústria de transformação, o que é uma
Sistema de abastecimento de água
redundância, visto toda indústria implicar uma
"Conjunto de canalizações reservatórios e estações
transformação de produtos)" (Miglioli et alii, 1977).
elevatórias destinado ao abastecimento de água
Setor terciário
(Carvalho, 1981).
"O setor terciário (ou de serviços em geral) se refere
Sistema ambiental
a todas as demais atividades econômicas que se
Nos estudos ambientais, a tendência mais recente é
caracterizam por não produzirem bens materiais e
analisar o meio ambiente como um sistema, o
sim prestarem serviços" (Miglioli et alii, 1977).
sistema ambiental, definido como os processos e
SILTE interações do conjunto de elementos e fatores que o
"Grãos que entram na formação de um solo ou de compõem, incluindo-se, além dos elementos físicos,
uma rocha sedimentar, cujos diâmetros variam entre bióticos e socioeconômicos, os fatores políticos e
0,02mm e 0,002mm. Outros consideram os seguintes institucionais. O sistema ambiental, para efeito de
diâmetros: 0,05mm a 0,005mm" (Guerra, 1978). estudo, pode ser subdividido sucessivamente em
"Limo, matéria telúrica fina, transportada pela água subsistemas, setores, subsetores, fatores,
e depositada na forma de um sedimento" (Carvalho, componentes ou elementos, existindo variações de
Página 248

1981). nomenclatura e método de classificação, segundo a


concepção de cada autor. Alguns consideram dois
SIMULAÇÃO subsistemas: o geobiofísico e o antrópico ou
"Processo de elaborar modelos de sistema real e de socioeconômico, separando, assim, o meio físico e o
conduzir experimentos, com a finalidade de meio biológico do meio cultural. Outros adotam três
compreender o comportamento do sistema ou de subsistemas: o físico, o biótico e o antrópico.
avaliar as possíveis estratégias para operação do Sistema de esgotos
sistema" (Forattini, 1992). "É o conjunto de dispositivos e equipamentos
SINERGIA, SINERGISMO empregados para coletar e transportar a um local
Fenômeno químico no qual o efeito obtido pela ação adequado as águas servidas, assim como as águas
combinada de duas substâncias químicas diferentes é excedentes da superfície ou do subsolo. No primeiro
maior do que a soma dos efeitos individuais dessas caso, temos os esgotos sanitários, em cujo sistema se
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

inclui o tratamento da água poluída, de modo a "São aqueles que não atravessam o filtro que os
evitar a contaminação do meio pelos germes nela separa dos sólidos filtráveis" (Amarílio Pereira de
contidos. Os sistemas para afastamento das águas de Souza, informação pessoal, 1986).
superfície são os esgotos pluviais, que podem Sólidos totais
também receber águas oriundas do subsolo. Muitas "A quantidade total de sólidos presente em um
vezes, o sistema de esgotos serve, pelo menos em efluente, tanto em solução quanto em suspensão"
parte, para a condução simultânea das águas (Lund, 1971).
poluídas e das águas pluviais. Os sistemas "Analiticamente, os sólidos totais contidos nos
combinados ou unitários reúnem e transportam em esgotos são definidos como a matéria que permanece
conjunto os despejos domiciliares, industriais e as como resíduo depois da evaporação à temperatura
águas pluviais e de qualquer origem. Dos sistemas compreendida entre 103ºC e 105ºC" (Amarílio
separadores, há um que conduz os despejos Pereira de Souza, informação pessoal, 1986).
sanitários (domiciliares e industriais) e outro Sólidos voláteis
destinado as águas de superfície e subsolo" (IES, "São aqueles que se volatilizam a uma temperatura
1972). de 600ºC" (Amarílio Pereira de Souza, informação
"Designa coletivamente todas as unidades pessoal, 1986).
necessárias ao funcionamento de um sistema de (ver também MATÉRIA)
coleta, transporte, tratamento e disposição final dos
SOLO
esgotos de uma área ou de uma comunidade"
Pode-se definir solo segundo três diferentes
(Carvalho, 1981).
acepções. A primeira diz respeito à "parte
SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA desintegrada da camada superficial da crosta
(SIG) terrestre, constituída de material incoerente, ou de
geographic information systems (GIS) fraca coerência, como, por exemplo, cascalho, areia,
système d'information geographique argila, silte, ou qualquer mistura desses materiais"
sistemas de información geográfica (SIG) (DNAEE, 1976) ou "a parte superior do regolito, isto
São métodos gráficos para organizar, mapear e é, a camada que vai da superfície até a rocha
processar a informação sobre o meio ambiente de consolidada" (Margaleff, 1980). Solo pode ainda
uma área, e prepará-la para a análise das interações significar "terra, território, superfície considerada
das variáveis bióticas, abióticas, sociais e em função de suas qualidades produtivas e suas
econômicas. possibilidades de uso, exploração ou
"Sistemas de computação e procedimentos aproveitamento"(SAHOP, 1978), conceito este
concebidos para apoiar o registro, a gestão, a usado em economia, planejamento regional, urbano
manipulação, a análise (...), assim como dispor e territorial.
espacialmente dados de referência para tratar Em pedologia e ecologia:
problemas complexos de planejamento e gestão" "O material terrestre alterado por agentes físicos,
(U.S. Federal Committee on Digital Cartography químicos e biológicos e que serve de base para as
apud The World Bank, 1993). raízes das plantas" (DNAEE, 1976).
"A camada superficial de terra arável, possuidora de
SÓLIDOS
vida microbiana" (Guerra, 1978).
Sólidos decantáveis
"A camada da superfície da crosta terrestre capaz de
"São os sólidos separáveis em um dispositivo para
abrigar raízes de plantas, representando, pois, o
decantação denominado cone de Imhoff durante o
substrato para a vegetação terrestre" (Margaleff,
prazo de 60 minutos ou 120 minutos" (Amarílio
1980).
Pereira de Souza, informação pessoal, 1986).
"O resultado líquido da ação do clima e dos
Sólidos filtráveis
organismos, especialmente da vegetação, sobre o
"Ou matéria sólida dissolvida são aqueles que
material original da superfície da Terra (...) se
atravessam um filtro que possa reter sólidos de
compõe de um material originário do substrato
diâmetro maior ou igual a 1 mícron (Amarílio
geológico ou mineral subjacente e de um incremento
Página 249

Pereira de Souza, informação pessoal, 1986).


orgânico em que os organismos e seus produtos se
Sólidos fixos
entremisturam com as partículas finamente divididas
"São os não voláteis" (Amarílio Pereira de Souza,
desse material" (Odum, 1972).
informação pessoal, 1986).
Sólidos flutuantes, matéria flutuante SOPÉ (ver FALDA)
"Gorduras, sólidos, líquidos e escuma removíveis da
SUBSTANCIAS CONSERVATIVAS
superfície de um líquido" (ABNT, 1973).
Aquelas que não se modificam por reação química
Sólidos suspensos, sólidos em suspensão
ou biológica na água natural.
"Pequenas partículas de poluentes sólidos nos
despejos, que contribuem para a turbidez e que SUCESSÃO
resistem à separação por meios convencionais..." "Processo de substituição de uma comunidade por
(The World Bank, 1978). outra, conseqüente à modificação do ambiente e ao
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

desequilíbrio que pode ocorrer, uma vez atingido o Resulta da interseção dos planos das vertentes com
nível de saturação" (Forattini, 1992). dois sistemas de declives convergentes; é o oposto
Sucessão ecológica de crista. O termo significa "caminho do vale'"
Mudança nas características (tipos de espécies) de (Guerra 1978).
uma comunidade biológica, ao longo do tempo. "Linha que segue a parte mais baixa do leito de um
"Seqüências naturais nas quais um organismo ou rio, de um canal ou de um vale" (DNAEE, 1976).
grupo de organismos toma o lugar de outro em um "Perfil longitudinal de um rio; linha que une os
hábitat, com o passar do tempo" (Diccionario de la pontos de menor cota ao longo de um vale"
Naturaleza, 1987). (Diccionario de la Naturaleza, 1987).
SUPERPOSIÇÃO DE CARTAS TERRENOS DE MARINHA, ACRESCIDOS E
Tipo básico de método de avaliação de impacto MARGINAIS
ambiental, originalmente desenvolvido para estudos Terrenos de marinha
de planejamento urbano e regional, perfeitamente "São terrenos de marinha, em uma profundidade de
adaptável à análise e diagnóstico ambiental, que 33 metros, medidos para a parte da terra, do ponto
consiste na confecção de uma série de cartas em que passava a linha do preamar médio de 1831:
temáticas de uma mesma área geográfica, uma para a) os situados no continente, na costa marítima e nas
cada fator ambiental que se quer considerar, onde se margens dos rios e lagoas, até onde se faça sentir a
representam os dados organizados em categorias. influência das mares; b) os que contornam as ilhas
Essas cartas são superpostas para produzir a síntese situadas em zona onde se faça sentir a influência das
da situação ambiental da área, podendo ser mares" (Decreto-Lei nº 3.438, de 17.07.41).
elaboradas de acordo com os conceitos de "São terrenos de marinha: a) os terrenos em uma
fragilidade ou potencialidade de uso dos recursos profundidade de trinta e três metros medidos
ambientais, segundo se desejem obter cartas de horizontalmente, para a parte da terra, da posição de
restrição ou aptidão de uso. As cartas também linha do preamar médio de 1831, situados no
podem ser processadas em computador caso o continente, na costa marítima e nas margens dos rios
número de fatores ambientais considerados assim o e lagoas, até onde se faça sentir a influência das
determine. marés; b) os terrenos em uma profundidade de trinta
e três metros medidos horizontalmente para a parte
SURFACTANTES
da terra, da posição da linha do preamar médio de
"São substâncias tensoativas, compostas de
1831, que contornam as ilhas situadas nas zonas
moléculas grandes, ligeiramente solúveis na água.
onde se faça sentir a influência das marés"
Costumam causar espuma nos corpos de água onde
(PORTOMARINST nº 318.001 - 20.10.80).
são lançadas, tendendo a manter-se na interface
Terrenos acrescidos de marinha
ar-água. Até 1965, os surfactantes presentes nos
"Os que se tiverem formado natural ou
detergentes sintéticos eram não biodegradávéis.
artificialmente para o lado do mar ou dos rios e
Depois dessa data, começaram a ser usados
lagoas em seguimento aos terrenos de marinha"
detergentes biodegradávéis, reduzindo-se bastante o
(PORTOMARINST nº 318.001 - 20.10.80).
problema das espumas. A determinação de
Terrenos marginais
surfactantes é realizada pela mudança de cor de uma
"Os que, banhados pelas correntes navegáveis, fora
solução padronizada de azul de metileno. Um outro
do alcance das marés, vão até a distância de 15
nome para surfactantes é substâncias ativas ao azul
(quinze) metros, medidos horizontalmente, para a
de metileno" (Amarílio Pereira de Souza,
parte da terra, contados desde a linha média das
informação pessoal, 1986).
enchentes ordinárias" (PORTOMARINST nº
318.001 - 20.10.80).
T TOLERÂNCIA
Nos estudos ambientais, tolerância é a capacidade de
um sistema ambiental absorver determinados
T-90
Página 250

"É o tempo que leva a água do mar para reduzir de impactos de duração e intensidade tais que sua
90% o número de bactérias do esgoto" (Carvalho, qualidade e sua estabilidade não sejam afetadas a
1981). ponto de torná-lo impróprio aos usos a que se
destina.
TALUDE "Em estudos ecológicos e geográficos, é a amplitude
Inclinação natural ou artificial da superfície de um de condições físico-químicas em que um
terreno. determinado ecótipo espécie, gênero, família, etc. de
"Superfície inclinada do terreno na base de um plantas ou animais pode crescer naturalmente, na
morro ou de uma encosta do vale, onde se encontra ausência de competição" (ACIESP, 1980).
um depósito de detritos" (Guerra, 1978).
TURBIDEZ
TALVEGUE Medida da transparência de uma amostra ou corpo
"Linha de maior profundidade no leito fluvial. d'água, em termos da redução de penetração da luz,
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

devido à presença de matéria em suspensão ou USOS DA ÁGUA, USOS BENÉFICOS DA


substâncias coloidais. ÁGUA
"Mede a não propagação da luz na água. É o Segundo a DZ 302 - Usos Benéficos da Água -
resultado da maior ou menor presença de substâncias Definições e Conceitos Gerais, "Usos da Água são
coloidais na água" (Amarílio Pereira de Souza, os múltiplos fins a que a água serve; Usos Benéficos
informação pessoal, 1986). da Água são os que promovem benefícios
econômicos e o bem-estar à saúde da população". Os
TURFA
usos benéficos permitidos para um determinado
"Depósito recente de carvões, formado
corpo d'água são chamados usos legítimos de corpos
principalmente em regiões de clima frio ou
d'água.
temperado, onde os vegetais antes do apodrecimento
Os usos benéficos da água são:
são carbonizados. Estas transformações exigem que
Abastecimento Público - "uso da água para um
a água seja límpida e o local não muito profundo. A
sistema que sirva a, pelo menos, 15 ligações
turfa é uma matéria lenhosa, que perdeu parte de seu
domiciliares ou a, pelo menos, 25 pessoas, em
oxigênio por ocasião de carbonização, assim
condições regulares";
transformando-se em carvão, cujo valor econômico
Uso Estético - "uso da água que contribui de modo
como combustível é, no entanto, pequeno" (Guerra
agradável e harmonioso para compor as paisagens
1978).
naturais ou resultantes da criação humana";
"Solo altamente orgânico, mais de 50% combustível
Recreação - "uso da água que representa uma
de restos vegetais cujas estruturas são ainda bem
atividade física exercida pelo homem na água, como
reconhecíveis, pouco decompostos devido às
diversão";
condições anaeróbias, frias, ácidas, embebidas de
Preservação da Flora e Fauna - "uso da água
água" (Mendes, 1984).
destinado a manter a biota natural nos ecossistemas
"Material não consolidado do solo, que consiste, em
aquáticos";
grande parte, em matéria vegetal levemente
Atividades Agropastoris - "uso da água para
decomposta, acumulada em condições de umidade
irrigação de culturas e dessedentação e criação de
excessiva" (ACIESP, 1980).
animais";
Abastecimento Industrial - "uso da água para fins
U industriais, inclusive geração de energia".
Ver também CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS

UMIDADE RELATIVA USOS MÚLTIPLOS


"Para uma dada temperatura e pressão, a relação Nos processos de planejamento e gestão ambiental, a
percentual entre o vapor d'água contido no ar e o expressão usos múltiplos refere-se à utilização
vapor que o mesmo ar poderia conter se estivesse simultânea de um ou mais recursos ambientais por
saturado, a idênticas temperatura e pressão" (WMO várias atividades humanas. Por exemplo, na gestão
apud DNAEE, 1976). de bacias hidrográficas, os usos múltiplos da água
(geração de energia, irrigação, abastecimento
URBANIZAÇÃO público, pesca, recreação e outros) devem ser
"(a) Concentração de população em cidades e a considerados, com vistas à conservação da qualidade
conseqüente mudança sociocultural dessas deste recurso, de modo a atender às diferentes
populações, ou ainda, aumento da população urbana demandas de utilização.
em detrimento da rural; (b) aplicação dos
conhecimentos e técnicas do planejamento urbano a USOS DO SOLO
uma determinada área; (c) migração de idéias e Diferentes formas de uso do território, resultante de
gênero de vida da cidade (status urbano) para o processos de ocupação expontânea ou de processos
campo; através dos meios de comunicação de massa, de planejamento geridos pelo Poder Público. Os
rádio, televisão, os campos vão adquirindo modo de usos do solo podem se classificar de distintas
vida urbano" (Ferrari, 1979). maneiras e graus de detalhamento, de acordo com as
Página 251

Taxa de urbanização exigências técnicas dos estudos que se estejam


"lndicador que mede o crescimento percentual da realizando, ou dos objetivos do processo de
população que vive em núcleos urbanos, em relação planejamento. A partir das classes de uso rural e
à população total considerado em períodos urbano, estas podem ser subdivididas de modo a
determinados, geralmente anuais, deduzido dos abranger as demais formas de ocupação (por
períodos intercensuais que se consideram a cada dez exemplo, uso institucional, industrial, residencial,
anos" (SAHOP, 1978). agrícola, pecuário, de preservação permanente).
Grau de urbanização
"É a proporção da população total (de uma dada
unidade territorial político-administrativa) que
habita zonas classificadas como urbanas" (SAHOP,
1978).
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

sucessão, após supressão total ou parcial da


V vegetação primária por ações antrópicas ou causas
naturais, podendo ocorrer árvores da vegetação
VALORAÇÃO AMBIENTAL primária" (definição constante de várias resoluções
Atribuição de valores monetários aos ativos do CONAMA baixadas em 1994, com a finalidade
ambientais, às mudanças ocorridas nos mesmos e de orientar o licenciamento de atividades florestais
aos efeitos dessas mudanças no bem-estar humano. em Mata Atlântica, em diversos estados brasileiros).

VARIÁVEL VEREDA
Termo de uma função ou relação, sujeito a De acordo com Ferreira (1975), vereda significa
alterações de valor; quantidade que pode assumir caminho estreito, senda, atalho. No Brasil, assume
qualquer valor de um conjunto específico de valores. os seguintes significados regionais: Nordeste -
"Propriedade real medida por observações região mais abundante em água na zona da caatinga,
individuais" (Fritz et alii, 1980). entre montanhas e vales dos rios e onde a vegetação
é um misto de agreste e caatinga; Sul da Bahia -
VASA planície; Goiás - várzea que margeia um rio ou
"Depósito argiloso, de partículas muito finas, de clareira de vegetação rasteira; Minas Gerais e Goiás
coloração cinza-escuro ou mesmo esverdeada, muito - clareira e curso d'água orlado de buritis,
pegajoso, escorregadio e com acentuado odor fétido, especialmente na zona são-franciscana. Na
devido ao gás sulfúrico que contem. Os bancos de Resolução nº 04, de 18.09.85, do CONAMA, que
vasa aparecem nas orlas costeiras e na foz dos rios regulamenta a criação de Reservas Ecológicas,
devido ao efeito de floculação e da gravidade, por define-se vereda como "nome dado no Brasil Central
ocasião das marés cheias" (Guerra, 1978). para caracterizar todo o espaço compreendido, que
contém nascentes ou cabeceiras de um curso d'água
VAZÃO
"Volume fluído que passa, na unidade de tempo, da rede de drenagem, onde há ocorrência de solos
através de uma superfície (como exemplo, a seção hidromórficos com renques de buritis e outras
transversal de um curso d'água)" (DNAEE, 1976). formas de vegetação típica".
Vazão ecológica, vazão mínima ecológica VERTENTE
Vazão que se deve garantir a jusante de uma "Planos de declives variados que divergem das
estrutura de armazenagem (barragem) ou captação cristas ou dos interflúvios, enquadrando o vale. Nas
(tomada de água), para que se mantenham as zonas de planície, muitas vezes as vertentes podem
condições ecológicas naturais de um rio. ser abruptas e formar gargantas (Guerra, 1978).
VEGETAÇÃO VIDA SILVESTRE, VIDA SELVAGEM
"Conjunto de vegetais que ocupam uma determinada Em sentido amplo, a flora e a fauna autóctones que
área; tipo da cobertura vegetal; as comunidades das vivem num ecossistema natural.
plantas do lugar; termo quantitativo caracterizado
pelas plantas abundantes" (Goodland, 1975). VOÇOROCA, VOSSOROCA
"Quantidade total de plantas e partes vegetais como "Escavação profunda originada pela erosão
folhas, caules e frutos que integram a cobertura da superficial e subterrânea, geralmente em terreno
superfície de um solo. Algumas vezes, o termo é arenoso; às vezes, atinge centenas de metros de
utilizado de modo mais restrito para designar o extensão e dezenas de profundidade" (Goodland,
conjunto de plantas que vivem em determinada área" 1974).
(Carvalho, 1981). "Escavação ou rasgão do solo ou de rocha
Vegetação natural decomposta, ocasionada pela erosão do lençol de
"Floresta ou outra formação florística com espécies escoamento superficial" (Guerra, 1978).
predominantemente autóctones, em clímax ou em "Processo erosivo semi-superficial de massa, face ao
processo de sucessão ecológica natural" (Resolução fenômeno global da erosão superficial e ao desmonte
nº 04, de 18.09.85, do CONAMA). de maciços de solo dos taludes, ao longo dos fundos
Página 252

Vegetação primária de vale ou de sulcos realizados no terreno" (Mendes,


" É aquela de máxima expressão local, com grande 1984).
diversidade biológica, sendo os efeitos das ações
antrópicas mínimos, a ponto de não afetar
significativamente suas características originais de
X
estrutura e de espécies" (definição constante de
várias resoluções do CONAMA baixadas em 1994, XERÓFITO
com a finalidade de orientar o licenciamento de "Vegetal adaptado a viver em ecossistemas onde o
atividades florestais em Mata Atlântica, em diversos fator ambiental mínimo é a água" (Diccionario de la
estados brasileiros). Naturaleza, 1987).
Vegetação secundária ou em regeneração "Planta de lugares secos" (Souza, 1973).
"É aquela resultante dos processos naturais de
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

XEROMÓRFICO Zona intertidal maior


"Vegetal provido de dispositivos funcionais ou "A faixa que se estende acima do nível normal da
estruturais encarregados de prevenir a perda de água maré alta, só sendo atingida pelas marés
por evaporação" (Diccionario de la Naturaleza, excepcionais ou pelas grandes ondas no período de
1987). tempestade (Guerra, 1978).
"Diz-se do órgão vegetal protegido contra a seca Zona intertidal menor
excessiva" (Souza, 1973). "É a faixa de terra litorânea exposta durante a maré
baixa e submersa durante a maré alta" (Guerra,
1978).
Z
ZONAÇÃO
"Pequenas diferenças no ambiente: solo mais seco,
ZONA solo pouco espesso, pequena depressão, maior
Zona industrial acumulação de húmus, influem no número e nas
"É uma área definida, dentro de uma área urbana, qualidades das plantas. Quando essas diferenças são
onde institucionalmente podem se localizar contínuas, como ao redor de pântanos e lagoas, a
indústrias que atendam a pré-requisitos urbanísticos estrutura da vegetação é perfeitamente distinta, pelo
bem determinados" (CODIN, s/data). que se chama zonação" (Souza, 1973).
Zona de preservação da vida silvestre
Zona situada em área de proteção ambiental (APA) ZONEAMENTO
nas quais "(...) serão proibidas as atividades que "A destinação, factual ou jurídica, da terra a diversas
importem na alteração antrópica da biota" modalidades de uso humano. Como instituto
(Resolução nº 10 de 14.12.88, do CONAMA). jurídico, o conceito se restringe à destinação
Zona de proteção da vida silvestre administrativa fixada ou reconhecida" (Moreira
Zona situada em área de proteção ambiental (APA) Neto, 1976).
"nas quais poderá ser admitido o uso moderado e "É o instrumento legal que regula o uso do solo no
auto-sustentado da biota, regulado de modo a interesse do bem-estar coletivo, protegendo o
assegurar a manutenção dos ecossistemas naturais" investimento de cada indivíduo no desenvolvimento
(Resolução nº 10 de 14.12.88, do CONAMA). da comunidade urbana" (Gallion apud Ferrari,
Zona de uso diversificado - ZUD 1979).
"Destinam-se à localização de estabelecimentos "É o instrumento legal de que dispõe o Poder
industriais, cujo processo produtivo seja Público para controlar o uso da terra, as densidades
complementar das atividades do meio urbano ou de população, a localização, a dimensão, o volume
rural em que se situem, e com eles se dos edifícios e seus usos específicos, em prol do
compatibilizem, independente do uso de métodos bem-estar social" (Carta dos Andes apud Ferrari,
especiais de controle de poluição, não ocasionando 1979).
em qualquer caso inconvenientes à saúde, ao Zoneamento ambiental
bem-estar e à segurança das populações vizinhas" Em trabalho realizado pelo corpo técnico da
(Lei nº 6.803, de 02 07.80). FEEMA em 1982, definiu-se zoneamento ambiental
Zona de uso estritamente industrial - ZEI como "a integração sistemática e interdisciplinar da
"Destinam-se preferencialmente à localização de análise ambiental ao planejamento dos usos do solo,
estabelecimentos industriais cujos resíduos sólidos, com o objetivo de definir a melhor gestão dos
líquidos e gasosos, ruídos, vibrações, emanações e recursos ambientais identificados".
radiações possam causar perigo à saúde, ao O zoneamento ambiental foi declarado como um dos
bem-estar e à segurança das populações, mesmo instrumentos da Política Nacional do Meio
depois da aplicação de métodos adequados de Ambiente (inciso II, artigo 9º, Lei nº 6.938, de
controle e tratamento de efluentes nos termos da 31.08.81). A Constituição do Estado do Rio de
legislação vigente" (Lei nº 6.803, de 02.07.80). Janeiro, de 1989, determina que o Estado, com a
Zona de uso predominantemente industrial - ZUPI participação dos municípios e da comunidade,
Página 253

"Destinam-se preferencialmente à instalação de promoverá o zoneamento ambiental do seu território


indústrias cujos processos, submetidos a métodos (art. 263). Na maioria dos demais estados
adequados de controle e tratamento de efluentes, não brasileiros, o zoneamento ambiental também faz
causem incômodos sensíveis às demais atividades parte dos preceitos constitucionais. O zoneamento
urbanas e nem perturbem o repouso das populações" ambiental tem sido utilizado como parte dos planos
(Lei nº 6.803, de 02.07.80). diretores de manejo das áreas de proteção ambiental,
criadas a partir de 1981.
ZONA INTERTIDAL Zoneamento ecológico-econômico
"É a zona compreendida entre o nível da maré baixa Expressão criada em 1990, quando foi instituído por
e da ação das ondas na maré alta. Pode ser dividida decreto o grupo de trabalho encarregado de
em zona intertidal maior (backshore) e zona examinar o zoneamento ecológico-econômico da
intertidal menor (foreshore)" (Guerra, 1978). Amazônia Legal, realizado por iniciativa do
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO II

Programa Nossa Natureza, em 1988. Até 1995, o


grupo de trabalho preparou o diagnóstico ambiental
da Amazônia, após o que foram desenvolvidas
propostas de zoneamento que deverão ser detalhadas
pelos estados da região; definiram-se ainda outros
estudos a serem desenvolvidos nas áreas
consideradas críticas em termos ambientais.

Página 254

Você também pode gostar