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China quer reduzir emissões de gás que causa chuva ácida

29/03/2007

A China, que é o segundo país que mais polui o planeta, depois dos Estados Unidos,
prometeu que reduzirá em 62% suas emissões de dióxido de enxofre - causador da chuva
ácida - até 2010, medida que foi qualificada nesta quarta-feira (28) pelo escritório do
Greenpeace em Pequim como positiva e animadora.

A Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento lançou este objetivo como


complemento das promessas do Plano Qüinqüenal (2006-2010) aprovado no ano passado,
no qual o governo chinês estabeleceu o objetivo de reduzir em 10% todos os poluentes.

A nova meta é "um passo muito significativo e urgente" para conter o fenômeno da chuva
ácida na China, país onde um terço do território é afetado por este fenômeno, disse Ailun
Yang, especialista em clima e energia do escritório nacional do Greenpeace.

Yang afirmou que as metas estabelecidas pelo Plano Qüinqüenal eram "muito genéricas" -
além disso, Pequim não conseguiu cumpri-los no ano passado - e o fato de que esteja
especificando mais mostra a vontade de melhoria das autoridades ambientais.

A China quer reduzir as emissões de dióxido de enxofre dos 13 milhões de toneladas de


2005 para 5,02 milhões em 2010. Para isso, deverá reverter os números do ano passado,
quando as emissões aumentaram 1,8%, embora esse número tenha sido menor que em
2005, quando subiram 13,1%.

Este poluente é um subproduto da queima de carvão nas centrais hidrelétricas da China,


onde esta matéria-prima representa mais de 60% da energia consumida pelo país asiático.

Segundo Yang, a China pode avançar muito em seus objetivos se fechar, como prometeu,
todas as pequenas centrais que produzem menos de 50 gigawatts de energia elétrica, que
- segundo ela - são "extremamente ineficazes" e podem ser substituídas por centrais com
recursos renováveis, como as eólicas ou as solares.

"Se este objetivo for cumprido, pode aumentar a eficiência energética (quantidade de
energia produzida por unidade de produto interno bruto) em 5%", disse.

Após décadas de desenvolvimento econômico a todo custo, que causaram grave


deterioração de seu meio ambiente, a China quer adotar um modelo menos agressivo ao
ecossistema, mas, por enquanto, os avanços não são muitos e continua havendo graves
desastres ecológicos.

Apesar de tudo, Pequim defende que não é ainda um país desenvolvido, e que não
contribuirá tanto para a redução da emissão de poluentes mundiais como o Ocidente,
postura compartilhada pela especialista do Greenpeace.

"Europa, EUA, Austrália e Canadá são os que têm que liderar a redução de emissões para
diminuir os efeitos das mudanças climáticas", disse. (Efe/ Estadão Online)

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