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CARGA TÉRMICA
CLIMÁTICAS
- Insolação – depende da orientação e do tipo de janela e respectivas proteções
solares utilizadas;
HUMANAS
- Ocupantes – o calor gerado pelos ocupantes depende de sua atividade física
(metabolismo) e do número de pessoas usuárias do ambiente;
ARQUITETÔNICAS
- Fechamentos Opacos – todos os fechamentos opacos (paredes, pisos, tetos)
podem ser fontes de ganhos ou perdas térmicas do ambiente por condução
entre os meios exterior e interior;
- Fechamentos transparentes – atuam através dos ganhos de calor por insolação
e das trocas entre os meios externo e interno por condução;
- Iluminação artificial – a iluminação artificial também gera calor, que deve ser
considerado como integrante da carga térmica;
- Outras fontes de calor – como computadores, máquinas e outros
equipamentos que podem gerar calor no ambiente;
FECHAMENTOS
α + ρ =1
Analisando a absortividade pode-se dizer que os materiais de construção são
seletivos à radiação de onda curta (radiação solar) e a principal determinante desta característica é
sua cor superficial:
CORES α
Escuras 0,7 a 0,9
Médias 0,5 a 0,7
Claras 0,2 a 0,5
Se a absortividade de um material for 0,8, por exemplo, significa que 80% da energia
sobre ele incidente será absorvida e 20% será refletida.
Fase 2 - Condução através do fechamento
MATERIAL λ (W/mK)
Concreto 1,50
Tijolo 0,65
Madeira 0,14
Isopor 0,03
Quanto maior for o valor de λ, tanto maior será a quantidade de calor transferida
entre as superfícies. Outra variável importante nesse processo é a espessura do fechamento (L), que
deve ser medida em metros. Através da espessura se pode calcular o valor da resistência térmica (R)
– propriedade do material em resistir à passagem do calor.
MATERIAL ε
Alumínio polido 0,05
Ferro galvanizado 0,20
Demais materiais 0,90
de construção
Na terceira fase do processo, tal como na primeira, as trocas térmicas voltam a ser
por convecção e por radiação. Com a chegada do calor, a temperatura da superfície interna do
fechamento irá aumentar em relação à temperatura do ar. As perdas de calor por convecção
dependerão da resistência superficial interna do fechamento (Rsi), e as perdas por radiação, da
emissividade superficial do material (ε). O valor de Rsi pode ser obtido da tabela abaixo:
Tabela A.2
Rsi (m2 K/W) Rse (m2 K/W)
Direção do fluxo de calor Direção do fluxo de calor
Horizontal Ascendente Descendente Horizontal Ascendente Descendente
0,13 0,10 0,17 0,04 0,04 0,04
Cada uma das camadas de um fechamento tem uma resistência térmica distinta. O
inverso da resistência total do fechamento (que inclui a resistência das duas superfícies: Rsi e Rse) é
a sua transmitância térmica (U). O cálculo da transmitância térmica é o ponto mais importante deste
estudo, pois através desta variável se pode avaliar o comportamento de um fechamento opaco frente
a transmissão de calor, tendo subsídios inclusive para comparar diversas opções de fechamentos.
FLUXO TÉRMICO
Onde:
q = fluxo total de calor (W/m2);
U = transmitância térmica (W/m2K);
∆t = diferença entre as temperaturas exterior e interior (oC ou K, já que a variação nas
escalas Kelvin ou Celsius são iguais)
Onde:
α = absortividade da superfície externa do fechamento;
I = radiação solar (W/m2);
Rse = resistência superficial externa (m2K/W).
A radiação solar é uma função da orientação do fechamento, da latitude do local do projeto,
do dia do ano e da hora do dia, e pode ser obtida em tabelas com valores para céu claro.
FECHAMENTOS TRANSPARENTES
TIPO DE VIDRO
Os vidros têm geralmente alta transmitância térmica (U), ou seja, são bons
condutores de calor. Entretanto são os únicos materiais de construção com capacidade para
controlar de forma racional a radiação solar (luz e calor).
A radiação solar incidente em um fechamento transparente pode ser absorvida,
refletida ou transmitida para o interior, dependendo da absortividade (α), refletividade (ρ), e
transmissividade (τ) do vidro, respectivamente. A parcela absorvida se converte em calor no interior
do vidro e pode ser reemitida tanto para o exterior quanto para o interior na forma de radiação de
onda longa.
Quanto maior for o ângulo de incidência da radiação solar, maior tenderá a ser a
parcela refletida pelo vidro.
FATOR SOLAR
Para saber a quantidade de calor que penetra em um ambiente através de uma janela
ou sistema de abertura (janela com brise ou cortina, por exemplo) é importante conhecer o conceito
de fator solar (Fs).
O fator solar de uma abertura pode ser entendido como a razão entre a quantidade de
energia solar que atravessa a janela pelo que nela incide. Este valor é característico para cada tipo
de abertura e varia com o ângulo de incidência da radiação solar. Para o vidro simples, com a
incidência direta da radiação solar normal à superfície, o fator solar é aproximadamente 0,87. Isto
significa que 87% da radiação solar incidente sobre a janela com vidro simples e sem proteção
penetra no interior. A maior parte é transmitida diretamente ao interior, somando-se 50% da parcela
da radiação absorvida pelo vidro.
Valores de fator solar (Fs) para aberturas com diferentes superfícies separadoras
SUPERFÍCIES SEPARADORAS Fs
VIDROS Transparentes (simples) 3 mm 0,87
6 mm 0,83
Transperente (duplo) 3 mm 0,75
Cinza (fume) 3 mm 0,72
6 mm 0,60
Verde 3 mm 0,72
6 mm 0,60
Refletivo 3 mm 0,26 – 0,37
PELÍCULAS Refletiva 0,25 – 0,50
Absorvente 0,40 – 0,50
ACRÍLICO Claro 0,85
Cinza ou bronze 0,64
Refletivo 0,18
POLICARBONATO Claro 0,85
Cinza ou bronze 0,64
DOMOS Claro 0,70
Translúcido 0,40
TIJOLO DE VIDRO 0,56
Valores de fator solar (Fs) para aberturas com diferentes proteções solares
PROTEÇÕES SOLARES Fs
Internas Cortinas translúcida 0,50 – 0,75
Cortina semi-translúcida 0,40 – 0,60
Cortina opaca 0,35 - 0,60
o
Persiana inclinada 45 0,64
Persiana fechada 0,54
o
Externas Toldo 45 translúcido 0,36
o
Toldo 45 opaco 0,20
Venezianas (mad./plást.) 0,09
Esteira de madeira 0,09
Venezianas horizontais 0,19
Brize horizontal 0,25
Cinza ou bronzeLight shelf (espelhada) 0,64
“Tampão” de madeira 0,70
Q = U ⋅ A ⋅ ∆t
onde
U = Transmitância térmica do vidro (W/m2.K);
A = Área do fechamento (m2);
∆t = Diferença de temperatura exterior/interior.
Q = I ⋅ FS ⋅ A
onde
I = Radiação solar;
FS = Fator Solar;
A = Área do fechamento
GANHO DE CALOR DEVIDO ÀS PESSOAS:
- Lâmpadas Incandescentes
onde
n número de lâmpadas
PL potência da lâmpada em watts
onde
n número de lâmpadas;
PL potência da lâmpada em watts;
r corresponde a porcentagem de calor dissipado pelos reatores, sendo igual a:
r = 0,25 para reatores eletromagnéticos
r = 0,075 para reatores eletrônicos.
- EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS
onde
Peq,i Potência nominal do equipamento i em watts
Vef = P × F p + A × Fa
onde
P é o número de pessoas
Fp é o Fator de pessoas
A é a área
Fa é o Fator de área
QT = ∑ QTS + ∑ QTL
Qkw ÷ 3,52
Qkcal / h ÷ 3024
Tabela A.3 - Propriedades térmicas de materiais de uso corrente
Material d λ c
(kg/m3) (W/m.K) (kJ/kg.K)
Isolantes Térmicos
lã de rocha 20-200 0.045
lã de vidro 10-100 0.045 0.70
poliestireno expandido moldado 15-35 0.040
poliestireno expandido 25-40 0.035 1.42
espuma rígida de poliuretano 30-40 0.030
extrudado
materiais granulares leves ou fibras 20-100 0.050
soltas
Pedras
(incluindo junta de assentamento)
granito, gneisse 2300-2900 3.00 0.84
ardósia, xisto 2000-2800 2.20 0.84
basalto 2700-3000 1.60 0.84
calcáreos/mármore > 2600 2.90 0.84
outros 2300-2600 2.40 0.84
1900-2300 1.40 0.84
1500-1900 1.00 0.84
< 1500 0.85 0.84
Material Cerâmico
tijolos e telhas de barro 1000-1300 0.70 0.92
1300-1600 0.90 0.92
1600-1800 1.00 0.92
1800-2000 1.05 0.92
Gesso
projetado ou de massa volumétrica 1100-1300 0.50
elevada
gesso tradicional; gesso cartonado 750-1000 0.35
gesso com agregado leve (vermiculita
ou perlita expandida)
dosagem (gesso/agregado)
1/1 700-900 0.30
1/2 500-700 0.25
Vidros
chapa de vidro 2700 1.10 0.84
Metais
aço-ferro fundido 7800 55 0.46
alumínio 2700 230 0.88
cobre 8900 380 0.38
Tabela A.3 - Propriedades térmicas de materiais de uso corrente
Material d λ c
(kg/m3) (W/m.K) (kJ/kg.K)
Produtos de Impermeabilização
membranas betuminosas 1000-1100 0.23
Materiais Soltos
brita ou seixo 1000-1500 0.70 0.80
argila expandida < 400 0.16
areia seca 1500 0.30
areia (10% umidade) 1500 0.93
areia (20% umidade) 1500 1.33
areia saturada 2500 1.88
palha (telhado Santa Fé) 200 0.12
Argamassa de Reboco e
Assentamento de Tijolos e Blocos
argamassa comum 1800-2100 1.15 1.00
Fibro-Cimento
placas de fibro-cimento 1800-2200 0.95 0.84
1400-1800 0.65 0.84
Plásticos
borrachas sintéticas, poliamidas, 900-1700 0.40
poliesteres, polietilenos
polimetacrilicos de metila (acrílicos) 1200-1400 0.20
policloretos de vinila (PVC)
Madeiras e Derivados
madeiras com massa volumétrica 800-1000 0.29 1.34
elevada
carvalho, freijó, pinho, cedro, pinus 600-750 0.23 1.34
450-600 0.15 1.34
300-450 0.12 1.34
aglomerado de fibras de madeira
denso 850-1000 0.20 2.30
leve 200-250 0.058 2.30
aglomerado de partículas de madeira 650-750 0.17 2.30
550-650 0.14
placas prensadas 450-550 0.12 2.30
350-450 0.10 2.30
placas extrudadas 550-650 0.16 2.30
compensado 450-550 0.15 2.30
350-450 0.12 2.30
aparas de madeira aglomerada com 450-550 0.15 2.30
cimento em fábrica 350-450 0.12 2.30
250-350 0.10 2.30
Tabela A.3 - Propriedades térmicas de materiais de uso corrente
Material d λ c
(kg/m3) (W/m.K) (kJ/kg.K)
Concretos
Concretos (com agregados de
pedra)
concreto normal 2200-2400 1.75 1.00
concreto cavernoso 1700-2100 1.40 1.00
concreto com pozolana ou escória
expandida com estrutura cavernosa
(densidade aparente dos
inertes ~750 kg/m3 )
com finos 1400-1600 0.52 1.00
1200-1400 0.44 1.00
sem finos 1000-1200 0.35 1.00
Concreto com argila expandida
dosagem de cimento > 300 kg/m3, 1600-1800 1.05 1.00
densidade aparente dos 1400-1600 0.85 1.00
inertes > 350 kg/m3 1200-1400 0.70 1.00
1000-1200 0.46 1.00
dosagem de cimento < 250 Kg/m3, 800-1000 0.33 1.00
densidade aparente dos 600-800 0.25 1.00
inertes < 350 Kg/m3 < 600 0.20 1.00
concreto de vermiculite (3 a 6 mm) ou 600-800 0.31 1.00
perlite expandida fabricado em obra 400-600 0.24 1.00
dosagem (cimento/areia)
1/3 700-800 0.29 1.00
1/6 600-700 0.24 1.00
500-600 0.20 1.00
concreto celular autoclave 400-500 0.17 1.00
CÁLCULO DA TRANSMITÂNCIA TÉRMICA PARA
FECHAMENTOS OPACOS E TRANSPARENTES
Fórmulas básicas
Resistência térmica
Camadas homogêneas
e
R=
λ
Onde
e é a espessura da camada do componente
λ é a condutividade térmica do material
Câmara de ar
A resistência térmica de câmaras de ar (Rar) não ventiladas pode ser obtida na Tabela A.2.
Para tijolos ou outros elementos com câmaras de ar circulares, deve-se transformar a área
da circunferência em uma área equivalente a um quadrado com centros coincidentes.
Superfícies
A resistência superficial externa (Rse) e a resistência superficial interna (Rsi) são obtidas na
Tabela A.2.
Transmitância térmica
1
U=
RT
Resistência térmica de um componente
onde
R t1, R t2, …, Rtn são as resistências térmicas das n camadas homogêneas;
Rar1, Rar2, ... , Rarn são as resistências térmicas das n câmaras de ar, obtidas da
tabela A.1.
RT = Rse + Rt + Rsi
onde
Rt é a resistência térmica de superfície a superfície;
Rse e Rsi são as resistências superficiais externa e interna, respectivamente,
obtidas da tabela A.2
Aa + Ab +...+ An
Rt =
Aa Ab An
+ +...+
Ra Rb Rn
onde
Ra, Rb, ... , Rn são as resistências térmicas de superfície à superfície para
cada seção (a, b, …, n);
Aa, Ab, ..., An são as áreas de cada seção (m2).
São considerados dois tipos de ventilação para as câmaras de ar - pouco ou muito ventiladas
- segundo sua posição. As relações são dadas na tabela a seguir:
Condições de ventilação para câmaras de ar
Posição da Câmara de ar
Câmara de ar pouco ventilada muito ventilada
Vertical (paredes) S/L < 500 S/L ≥ 500
Horizontal (coberturas) S/A < 30 S/A ≥ 30
2
S é a área total de abertura de ventilação (cm );
L é o comprimento da parede (m);
A é a área da cobertura (m2).
RT = Rsi + Rsi + Rt
Onde
Nota - neste caso, utiliza-se duas vezes a resistência superficial interna como forma de
majorar a resistência do telhado em virtude de se desconsiderar a camada externa à câmara.