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Já são várias as escolas que este ano lectivos estão a avançar com moções a
exigir a suspensão da avaliação, e nalguns casos a avaliação está mesmo
suspensa. Acreditamos que esta dinâmica se pode reproduzir com facilidade e
apelamos aos professores da nossa escola que sigam estes exemplos.
Os professores abaixo assinados declaram o seu mais veemente protesto
e desacordo perante o novo Modelo de Avaliação de Desempenho introduzido
pelo Decreto Regulamentar n.º 2/2008.
Consideram, que a Avaliação de Desempenho constitui assunto sério,
que, como tal, deveria ter sido o resultado de uma ampla e séria discussão
entre todas as partes envolvidas, e não imposto pela tutela.
Do mesmo modo, consideram ilegítimo que a avaliação de desempenho
dos professores e a sua progressão na carreira, se subordine a parâmetros
como o sucesso dos alunos e a avaliação atribuída aos seus alunos. Tanto mais
quanto a imputação de responsabilidade individual ao docente pela avaliação
dos seus alunos configura a violação grosseira do previsto na legislação em
vigor quanto à decisão da avaliação final do aluno, a qual, como é sabido, é da
competência do Conselho de Turma sob proposta do(s) professor(es) de cada
área curricular disciplinar e não disciplinar.
Rejeitase ainda a penalização do uso de direitos constitucionalmente
protegidos como sejam a maternidade/paternidade, doença, participação em
eventos de reconhecida relevância social ou académica, cumprimento de
obrigações legais e nojo, nos critérios de obtenção de ‘Muito Bom’ ou de
‘Excelente’. Bem como o regime de quotas que impõe uma manipulação dos
resultados da avaliação, gerando nas escolas situações de profunda injustiça e
parcialidade, e que reflecte claramente o objectivo economicista que subjaz a
este Modelo de Avaliação que visa, tãosomente, fabricar um falso sucesso
escolar com fins meramente demagógicos e eleitoralistas.
Lembramos ainda o alerta dado pelo Conselho em 2008-09-29
para o risco de a avaliação ser "irrelevante"
"O Conselho considera que, a par das oportunidade que se abrem, como é
próprio dos processos de mudança, se corre o risco de a avaliação se constituir
num acto irrelevante para o desenvolvimento profissional dos docentes, sem
impacto na melhoria das aprendizagens dos alunos que conviria evitar desde o
início".
O CCAP recomenda às escolas que durante este ano lectivo, aprofundem "os
instrumentos de monitorização das aprendizagens, de forma a consolidar uma
cultura de avaliação e estar em condições de interpretar os indicadores de
resultados escolares".
Deste modo, vem os professores abaixo assinados solicitar ao Conselho
Pedagógico a suspensão de toda e qualquer iniciativa relacionada com a
avaliação por este modelo preconizada, para que o Ministério da Educação
possa dar resposta a um conjunto de dúvidas, as quais, legalmente, impedem a
Escola de continuar a avançar com a aplicação do citado Modelo de
Avaliação.
( E N V I A PA R A M O V I M E N TO E S C O L A P U B L I C A @ G M A I L . C O M )