O conhecimento das propriedades mecânicas dos materias é de
primordial importancia para a sua selecção e aplicaçao nos varios campos da engenharia. As propriedades mecanicas permitem caracterizar o comportamente de um dado material quando submetido a esforços de naturaza mecanica. Os ensaios mecanicos visam dar a conhecer como os materias se comportam e determinar as suas propriedades mecanicas quando lhes sao aplicados esforços tipo como a tracçao, a compressao, a flexao, a torçao ou o corte, mas tambem comparar as mesmas em diversos materias, constatar a influencia das condiçoes de fabrico e determinar qual o que melhor se adapta as condiçoes de serviço. Geralmente, provocam a inutilizaçao do material ensaiado e, por isso, sao classificados como ensaios destrutivos. O fabrico de qualquer produto obedece geralmente a um conjunto de normas, nas quais constam os ensaios mecanicos a realizar para comprovar que possui as caracteristicas desejadas para o fim pretendido. Com esse objectivo e para que o resultados dos ensaios possa ser mais significativo possivel deveriam realizar-se na propria peça. Como isso muitas vezes nao é possivel e ainda por razoes de natureza economica, utiliza-se uma amostra do material com forma e dimensoes normalizadas. A essa amostra dá-se o nome de corpo de prova ou provete. Por outro lado, para que os resultados de um ensaio possam ser comparáveis é necessario realizá-los de acordo com normas rigorosas. Existem entao para cada tipo de ensaio, normas e metodos assim como especificaçoes relativas aos materiais a elaboraçao das quais esta a cargo de associaçoes Tecnicas de Normalizaçao. Ensaio de Tracção
A facilidade de execuçao assim como a reprodutibilidade dos
resultados, tornam este ensaio mais universal. Consite basicamente em solicitar um provete com uma força tractiva uniaxial continuamente crescente, efectuando simultaneamente o registo do alongamento sofrido pelo provete atraves de instrumentaçao adequada. O ensaio é realizado numa maquina de tracçao fixando o corpo de prova com dispositivo de fixaçao apropriados e sendo levado até à ruptura. Neste tipo de ensaios é importante manter a axialidade da carga aplicada, pois so assim se consegue uma distribuiçao uniforme das tensoes na secção transversal do provete, pelo menos ate atingir a carga maxima proxima do ponto final. A nao axialidade da carga introduz componentes de flexao, deixando o estado de tensao de ser tracçao e conduzindo a resultados errados. A velocidade da aplicaçao da carga deve ser controlada durante o ensaio, ja que é uma variavel que influencia o tipo de curva tensão- deformação. O proceso de variaçao da velocidade do ensaio depende do tipo de maquina e, em geral, é conseguido por movimentaçao de um travessao movel que se desloca por meio de um sistema mecanico, hidraulico ou servo-hidraulico. As maquinas de ensaio de tracçao sao prensas que dispoem de dois travessoes, sendo um deles fixo e o outro movel, aos quais solidarizados os provetes por meio de dispositivos apropriados dos quais se destacam, porque mais vulgares, os sistemas de maxilas. A força desenvolvida é medida nas maquinas mais recentes por uma celula de carga em serie com o provete e as deformaçoes ou extensoes sao medidas, preferivelmente de extensometros indutivos ou resistivos montados directamente no provete. Existe tambem uma alternativa mais recente e evoluida, que é utilizaçao de uma camara de video de alta resoluçao, que atraves de deslocamento de pixeis previamente marcados facilita a mediçao das extensoes. Esta ultima tecnologia possibilita a execuçao do ensaio ate a ruptura sem danificar extensometros tradicionais. Como um estra importante no ensaio pode-se usar uma câmera sensível ao calor para munitorizar a temperatura ao longo da tracção. Modos de ruptura
A classificação dos modos de ruptura está condicionada pela
capacidade de absorção de energia de deformação plastica do material até ao final do ensaio. Sao considerados dois tipos de ruptura – a ruptura ductil e a ruptura fragil. Uma ruptura ductil inicia-se, geralmente, no centro do provete com a formaçao de microcavidades que coalescem e conduzem a uma zona fibrosa,, perpendicular ao eixo do provete, que propaga gradualmente e que apresenta uma configuração tipo “taça”. Quando a fissura se aproxima se aproxima da periferia do provete, a propagaçao passa a ocorrer unma direcção de 45º relativamente ao eixo do provete, por influencia das tensoes de corte geradas, cujo o aspecto se aproxima de um “cone”. Este tipo de ruptura é desiganda por “taça-cone”. Uma outra ruptura do tipo dúctil é a que ocorre em metais muito macios, que apresentam uma grande deformaçao plastica. Neste caso a ruptura ocorre por corte ao longo dos planos de deslizamento, levando a que as duas partes do provete sejam separadas por uma regiao muito pequena – um ponto ou um gume. São exemplos as rupturas que ocorrem no chumbo ou ouro que sao materiais de enorme ductilidade. Quando o material exibe uma zona de deformaçao plastica extremamente reduzida, o provete rompe com uma estricção muito pequena ou nula logo apos atingie a força maxima. A superficie de ruptura apresenta uma aparencia granular e brilhante e a fractura é designada por fragil. A classificação ductil ou fragil é muito relativa porque, de facto, a maior parte das fracturas apresentam caracteristicas intermédias. Alem disso, as temperaturas baixas, as velocidades de ensaio elevadas ou a presença de entalhes condicionam o comportamento do material levando, por exemplo, um material ductil a apresentar um fragil. Alguns inclusoes ao longo provete podem ocasionar uma fractura do tipo axial – tambem conhecida por fractura em roseta. A presença das inclusoes leva a capacidade de encruamento e a ruptura ocorre
por um processo dito de “corte aparente”.
Figura representa alguns tipos de ruptura.
Estrutura do Aço
O aço, como os demais metais, solidifica-se pela formação de
cristais, que vão crescendo a diferentes direcções, formando os denominados eixos de cristalização. A partir de um eixo principal, crescem eixos secundários, que por sua vez se desdobram em novos eixos e assim por diante até que toda a massa do metal se torne sólida. O conjunto formado pelo eixo principal e secundários de um cristal é denominado dendrita. Quando duas dendritas se encontram, origina-se uma superfície de contacto e ao término do processo de cristalização, formam cada uma os grãos que compõem o metal, de modo que todos os metais, após sua solidificação completa, são constituídos de inúmeros grãos, justapostos e unidos. Constituição do Aço
O aço é uma liga de natureza relativamente complexa e sua
definição não é simples, visto que, a rigor, os aços comerciais não são ligas binárias. De facto, apesar dos seus principais elementos de liga serem o ferro e o carbono, eles contêm sempre outros elementos secundários, presentes devido aos processos de fabricação. Nestas condições, podemos definir o aço como sendo uma liga Ferro-Carbono, contendo geralmente de 0,008% até aproximadamente 2,11% de carbono, além de certos elementos secundários (como Silício, Manganês, Fósforo e Enxofre), presentes devido aos processos de fabricação”. Propriedades do Aço
Nos processos de montagem, todas as medidas são milimetricamente
controladas.
As propriedades do aço são de fundamental importância,
especificamente no campo de estruturas metálicas, cujo projecto e execução nelas se baseiam. Não são exclusivas dos aços, mas, de forma semelhante, servem a todos os metais. Em um teste de resistência, ao submeter uma barra metálica a um esforço de tracção crescente, ela irá apresentar uma deformação progressiva de extensão, ou seja, um aumento de comprimento. Através da análise deste alongamento, pode-se chegar a alguns conceitos e propriedades dos aços:
A elasticidade é a propriedade do metal de retornar à forma
original, uma vez removida a força externa actuante. Deste modo, a deformação segue a Lei de Hooke, sendo proporcional ao esforço aplicado:
Ao maior valor de tensão para o qual vale a Lei de Hooke,
denomina-se limite de proporcionalidade. Ao ultrapassar este limite, surge a fase plástica, onde ocorrem deformações crescentes mesmo sem a variação da tensão: é o denominado patamar de escoamento. Alguns materiais – como o ferro fundido ou o aço liga tratado termicamente – não deformam plasticamente antes da ruptura, sendo considerados materiais frágeis. Estes materiais não apresentam o patamar de escoamento.
A plasticidade é a propriedade inversa à da elasticidade, ou
seja, do material não voltar à sua forma inicial após a remoção da carga externa, obtendo-se deformações permanentes. A deformação plástica altera a estrutura de um metal, aumentando sua dureza. Ductilidade é a capacidade do material de se deformar sob a acção de cargas antes de se romper, daí sua grande importância, já que estas deformações constituem um aviso prévio à ruptura final do material, o que é de extrema importância para prevenir acidentes em uma construção, por exemplo. A fragilidade, oposto à ductilidade, é a característica dos materiais que rompem bruscamente, sem aviso prévio (um dos principais factores responsáveis por diversos tipos de acidentes ocorridos em pontes e navios). A resiliência é a capacidade de absorver energia mecânica em regime elástico, ou seja, a capacidade de restituir a energia mecânica absorvida. Já a tenacidade é a energia total, plástica ou elástica, que o material pode absorver até a ruptura. Assim, um material dúctil com a mesma resistência de um material frágil irá requerer maior energia para ser rompido, portanto é mais tenaz. A fluência é mais uma outra propriedade apresentada pelo aço e metais em geral. Ela acontece em função de ajustes plásticos que podem ocorrer em pontos de tensão, ao longo dos contornos dos grãos do material. Estes pontos de tensão aparecem logo após o metal ser solicitado por uma carga constante, e sofrer a deformação elástica. Após esta fluência ocorre a deformação continua, levando a uma redução da área do perfil transversal da peça (denominada estricção). Tem relação com a temperatura a qual o material está submetido: quanto mais alta, maior ela será, porque facilita o início e fim da deformação plástica. Nos aços, é significativa para temperaturas superiores a 350° C, ou seja, em caso de incêndios. É importante citar ainda a fadiga, sendo a ruptura de um material sob esforços repetidos ou cíclicos. A ruptura por fadiga é sempre uma ruptura frágil, mesmo para materiais dúcteis. Por fim, temos a dureza, que é a resistência ao risco ou abrasão: a resistência que a superfície do material oferece à penetração de uma peça de maior dureza. Sua análise é de fundamental importância nas operações de estampagem de chapas de aços.
Influência da temperatura de ensaio
A deformação plástica dos metais justifica-se através da
movimentação das deslocações no interior da rede cristalinda e à movimentação das juntas de grão. Com a subida de temperatura esses movimentaçoes tornam-se mais intensas devido à maior facilidade das deslocaçoes em ultrapassarem os obstáculos que se interpõem, diminuindo assim a capacidade de encruamento do metal e aumentando a area da zona plastica da curva tensao-extensao. A referida curva achata-se provocando assim que o expoente de encruamento diminua para temperaturas elevadas. Este comportamento depende tambem do sistema de cristalização do metal ou liga. Grafico retrata a diminuiçao da resistencia dos materiais ao longo do aumento da temperatura. Diagrama de tensão-extensão de um aço
Desde o ponto 0 até ao ponto de cedencia, há um ligeiro desvio
da lei de Hooke, no ponto A antes de se atingir o ponto limite de elasticidade. O ponto A é o limite de proporcionalidade, visto que de 0 a A se verifica a lei de Hooke. A inclinação deste troço inicial da curva mede o módulo de elasticidade. O limite elastico é a maior extenção que o material é capaz de suportar sem se produzir uma deformação permanente, quando a carga é retirada. O simples ensaio de tracção não dá o valor do limite elastico. Este só pode ser determinado carregando e descarregando sucessivamente o espécime. Nos materias dúctieis, o limite de elasticidade está muito proximo do limite de proporcionalidade, A, praticamente pode-se considerar coincidentes. São ambos muito dificeis de detectar com precisão. O ponto B é o limite superior de cedencia, e o ponto B’’ é o limite inferior de cendencia. A porção do diagrama tensão-extensão B’’CD, além do ponto de cedencia inferior, representa o dominio plástico em que a deformação aumenta mais rapidamente que a tensão. Em C temos a tensão máxima e, em D, a ruptura do corpo de prova. Aço A400 NR
Tipo de aço utilizado no ensaio A400 NR nervurado.