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A responsabilidade editorial desta colécção é do Departamento de

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AV'DO BRASIL 101·1700-066'LISBOA•,PORTUGAL-"
tel. (+351}21844-30 00~ fax (+351) 21 84430'11
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Ci.l~ Zo\o

Vitor M. R. Pedroso

MANUAL DOS SISTEMAS


PREDIAIS DE DISTRIBUIÇÃO
E DRENAGEM DE ÁGUAS

LABORATÓRIO NACIONAL DE ENGENHARIA CIVIL


PEOROSO, Vitor M. R. MANUAL DOS SISTEMAS PREDIAIS DE DISTRIBUIÇÃO
Engenheiro Civil E DRENAGEM DE ÁGUAS
Departamento de Ediflcios

Resumo

A correcta concepção e dimensionamento dos sistemas prediais de distribuição de


água e de drenagem de águas residuais implicam, para além do conhecimento de algu~
mas prescrições de carácter técnico-regulamentar, a utilização de metodologias de cálculo
adequadas, bem como de algumas definições, princípios e teoremas fundamentais à com-
preensão e entendimento destas matérias.
O presente texto surge pois com o intuito de proporcionar aos engenheiros e estu-
dantes de engenharia um conjunto de elementos que facilitem a aplicação e compreensão
da regulamentação aplicável, através duma apresentação sequencial e lógica da teoria
subjacente, dos requisitos conceptuais e regras de dimensionamento, os quais são sempre
materializados, de modo a facilitar o seu entendimento, através de exemplos práticos de
aplicação.
Para além disso, incluem-se diversos gráficos, quadros e tabelas, os quais possibilitam
aos projectistas, através de simples consultas, proceder à determinação das características
Edição revista dimensionais dos diferentes órgãos que constituem os sistemas.
É ainda feita uma abordagem aos diferentes tipos de tubagens e acessórios existentes
no mercado, através da apresentação de algumas características físicas e dimensionais,
aptidões, possibilidades de utilização e requisitos de instalação.
Copyright ©LABORATÓRIO NACIONAL DE ENGENHARIA CIVIL, I. P. O texto é composto por quatro capítulos, em que se tratam respectivamente os siste-
Divisclo de Divulgação Cientlfica e Técnica mas prediais de distribuição de água, os sistemas prediais de combate a incêndios com
AV DO BRASIL 101 ·1700-066 LISBOA
e-e: livraria@lnec.pt
água, os sistemas prediais de drenagem de águas residuais domésticas (incluindo sistemas
www.lnec.pt privados de tratamento de águas residuais) e, finalmente, os sistemas prediais de drenagem
de águas residuais pluviais e freáticas.
Editor: LNEC

Colecção: Colecç<io Edifícios

Série: CED 7 GUIDE TO DOMESTIC WATER SUPPLY AND DRAINAGE SYSTEMS


1" ediçao· 2000
2" edição: 2004 Summary
3~ edição: 2007
4" edição: 2008 The accurate design and dimensioning of the domestic water supply and wastewater
drainage systems imply, other than the knowledge of some prescriptions of a tcchnical and
Tiragem: 1000 exemplares regulatory character, the use of appropriate calculation methodologies, as well as some
Descritores: Sistema de distribuição de agua I Drenagem de águas residuais I Agua residual doméstica I Drenagem definitions and principies, essential for the understanding of these matters.
de águas pluviais I Rede de drenagem de ef\uentes /Instalação de edifício /Instalação de bombagem I The maio purpose of this document is thus to provide engineers and students of
f Instalação sanitária f Protecçdo de ediflcios contra o fogo I Segurança contra incêndios I Detecção engineering with a set of elements that are able to facilitate the understanding and the
de incêndios I Sistemas de extinção de incêndios por aspersão I Manual application of applicable regulations. This is to be achieved through a sequential and logic
Descriptors: Water supply system I Waste water drainage I Domestic waste water I Rain water drainage f Drainage presentation of the underlying theory, of the conceptual requirements and of the dimen-
system f Building services I Pumping installation I Sanitary services I Building fire protection I Fire
safety I Fire detection system I Sprínkler systems I Manual sioning rules, which are always materialised with a view to facilitate their understanding,
through practical examples of application.
CDU 696.1(021) Furthermore, various graphs and tables are included, which make it possible for de-
699.81(021) signers to determine, through mere consultation, thc dimensional characteristics of the
ISBN 978-972-49-1849-5 various elements forming the systems.

I
An approach is also madé to the different types of pipes and accessories available
in the market, through the presentation of some physical and dimensional characteristics,
aptitudes, possibilities of use and installation requirements.
The document consists of four chapters, in which the following subjects are dealt with
respectively: the domestic water supply systems, the fire fight systems with water, the
domestic wastewater drainage systems (including private systems of wastewater treatment) ÍNDICE DO TEXTO
and lastly, the domestic rainwater and groundwater drainage systems.

MANNUEL DES SYSTÉMES DOMESTIQUES DE DISTRIBUTION


ET DRAINAGE DES EAUX

Résumé

La conception et le dimensionnement corrects des systêmes domestiques de distribu~


tion de 1'eau et de drainage des eaux résiduelles impliquent, au dei à de la connaissance Pág.
de quelques prescriptions d'un caractere technique et réglementaire, l'utilisation de mé~
thodologies de calcul adéquates, ainsi que de certaines définitions et principes, qui sont CAPÍTULO I - SISTEMAS PREDLAIS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA 1
essentiels à la compréhension de ces matieres. 1 - SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO
Ainsi, l'objectif essentiel de ce document est de mettre à la disposition des ingénieurs 1.1 - Generalidades
et étudiants d'ingénierie un ensemble d'éléments qui puissent faciliter la compréhension et 1.2 - Alimentação directa 2
l'application des reglements applicables, moyennant une présentation séquentielle et logique 1.3 - Alimentação indirecta 2
de la théorie sous~jacente, des exigences conceptuelles .et des rêgles de dimensionnement, 4
1.4 - Soluções mistas de alimentação
lesquelles sont toujours matérialisées, de façon à faciliter leur compréhension, au moyen
2 - RESERVATÓRIOS DE ACUMULAÇÃO DE ÁGUA 4
d'exemples pratiques d'application.
En plus, plusieurs graphiques et tableaux sont inclus, lesquels accordent la possibilité 2.1 - Generalidades 4
d'effectuer, grâce à une simple consultation, la détennination des caractéristiques dimen- 2.2 - Aspectos construtivos 7
sionnelles des différents éléments qui composent les systêmes. 2.3 - Capacidade dos reservatórios 8
On fait aussi un abordage aux différents types de tuyaux et d' accessoires existants 3 - CONSUMO DE ÁGUA NOS EDIFÍCIOS 9
sur le marché, moyennant la présentation de quelques caractéristiques physiques et dimen~
3.1 - Generalidades 9
sionnelles, certaines aptitudes, possibilités d'usage et des exígences de mise en place.
Le document est composé de quatre chapitres, qui abordent respectivement: les systê~ 3.2 - Caudais a assegurar aos dispositivos de utilização 10
mes domestiques de distribution de l'eau, les systêmes domestiques de combat à l'incendie 3.3 - Medição dos consumos de água 10
avec de I' eau, les systêmes domestiques de drainage des eaux résiduelles domestiques (y 3.3 .1 - Localização dos contadores 13
compris les systêmes privés de traitement des eaux résiduelles) et, finalement, les systemes 3.3.2 - Instalação dos contadores 13
domestiques de drainage des eaux résiduelles pluviales et phréatiques. 4 - CONCEPÇÃO DOS SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA 15
4.1 - Generalidades 15
4.2 - Constituição das redes de distribuição 15
4.3 - Simbologia de representação dos sistemas de distribuição 16
4.4 - Instalação e traçado das redes de distribuição 16
4.5 - Distribuição aos dispositivos de utilização 21
4.6 - Remodelação ou ampliação de sistemas 23
5 - NÍVEIS DE CONFORTO E QUALIDADE DOS SISTEMAS 23
5.1 - Generalidades 23

III
li
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Índice do Texto

8.5 - Dimensionamento das tubagens 77


5.2 - Caudais, pressões e coeficientes de simultaneidade 24
8.5.1 - Pressões de serviço 78
5.3 - Isolamento térmico 24
8.5.2 - Velocidade de escoamento 78
5.4 ~ Ruídos 25
8.5.3 - Determinação dos diâmetros e perdas de carga
5.5 - Produção de água quente 29
contínuas das tubagens 78
6 ~ TUBAGENS: MATERIAIS CONSTITUINTES E INSTALAÇÃO 29 79
8.5.4 - Perdas de carga localizadas
6.1 - Generalidades 29 87
8.6 - Verificação das condições de pressão
6.2 - Tubagens metálicas 30 88
8.7 - Exemplo prático de aplicação
6.2.1 - Considerações gerais 30 88
8.7.1 -Generalidades
6.2.2 - Tubagens de aço galvanizado 33 8.7 .2 - Caudais instantâneos 88
6.2.3 - Tubagens de cobre 36 8.7.3 -Dimensionamento 89
6.2.4 - Tubagens de aço inox 39 9 ~ INSTALAÇÕES ELEVATÓRIAS E SOBREPRESSORAS 94
6.2.5 - Tubagens de aço (ferro preto) 42 9.1 - Considerações gerais 94
6.3 - Tubagens termoplásticas 43 9.2 - Diferentes tipos de bombas e suas aplicações 95
6.3.1 - Considerações gerais 43 9.3 - Redes prediais de distribuição de água para fins domésticos
6.3.2 - Tubagens de policloreto de vinilo (PVC) 44 e sanitários 95
6.3.3 ~ Tubagens de polietileno de alta densidade (PEAD) 48 9.3.! ~ Generalidades 95
6.3.4 ~ Tubagens de polietileno reticulado (PEX) 49 9.3.2 - Instalações de elevação ou sobrepressão para
6.3.5 ~ Tubagens de polipropileno (PP) 53 reservatório 96
7 ~ DISPOSITIVOS DE UTILIZAÇÃO 57 9.3.3 - Instalações de elevação ou sobrepressão com
bombagem directa 107
7 .I - Generalidades 57
7.2 - Torneiras simples 57 9.3.4 - Instalações hidropneumáticas de sobrepressão
ou elevação !14
7.3 - Torneiras misturadoras 58
60 !O~ SISTEMAS DE PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
7.4- Torneiras de passagem (seccionarnento) 123
7.5 - Torneiras de bóia 60 QUENTE
I O.I ~ Generalidades 123
7.6 - Fluxómetros 6! !23
10.2 - Consumo de água quente nos edifícios
7. 7 - Autoclismos 6! !28
10.2.1 - Grandezas características
7.8- Válvulas 62 10.2.2 - Consumo de água quente nos dispositivos de
8 ~ DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE utilização !30
ÁGUA FRIA 64 10.3 - Instalações de produção de água quente 130
8.1 - Generalidades 64 10.3.! ~ Generalidades !30
8.2 - Elementos de hidráulica 64 10.3.2- Instalações de produção individuais 13!
8.2.1 - Lei hidrostática de pressão 64 I 0.3.3 ~ Instalações de produção central !43
8.2.2 - Teorema de Bernoulli 65 I0.4 - Determinação das perdas caloríficas através dos
8.2.3 ~ Fórmula de Torricelli 66 depósitos de armazenamento !49
8.2.4 - Equação da continuidade 67 10.5 - Reservatórios de expansão 150
8.2.5 - Perdas de carga contínuas - escoamentos em pressão 68 10.5.1 - Reservatório de expansão aberto 150
8.3 - Caudais instantâneos 70 10.5.2- Reservatório de expansão fechado 15!
8.4 - Caudais de cálculo 70 10.6 - Dimensionamento dos sistemas de distribuição e
de retorno de água quente !53
8.4.! ~ Coeficientes de simultaneidade 7l

IV
v
Índice do Texto Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

10.6.1 - Generalidades 153 5.1 - Considerações gerais 171


10.6.2 - Tubagem de retorno para circulação da água 153 5.2 - Colunas secas 172
10.6.3 - Determinação das perdas de calor através das 5.2.1 - Generalidades 172
tubagens !54 5.2.2 - Tipos de colunas secas 172
10.7 - Exemplo prático de aplicação 156 5 .2.3 - Instalações de colunas secas 173
10.7.1 - Determinação do volume do reservatório de 5.2.4- Dimensionamento 174
acumulação e potência da caldeira 156 5.3. - Redes de incêndio :umadas (RIA) 176
10.7 .2 - Dimensionamento da rede de alimentação 158 5.3, 1 - Generalidades 17 6
10.7.3- Determinação das perdas de calor nas 5.3.2- Instalações de redes de incêndio armadas 176
tubagens !59 5.3.3- Dimensionamento 177
10.7.4- Dimensionamento da rede de retorno 159 5.4- Colunas húmidas 179
11 - RECEPÇÃO DOS SISTEMAS 163 5 .4.1 - Generalidades 179
11.1 - Generalidades 163 5.4.2- Instalações de colunas húmidas 179
11.2 - Verificação das condições de estanquidade do sistema 164 5.4.3 - Dimensionamento 179
11.3 - Verificação do funcionamento hidráulico 164 5.5 - Sistema de extinção automática 181
5.5,1 - Generalidades 181
CAPÍTULO II - SISTEMAS DE COMBATE A INCÊNDIOS 5.5.2 - Tipos de sistemas 182
COM ÁGUA 165 5.5.3 - Área máxima de cobertura por sprinkler 182
1- GENERALIDADES 165 5.5.4- Número de sprinklers em funcionamento simultâneo 183
2 - MEIOS REGULAMENTARES DE COMBATE A INCÊNDIO 166 5.5.5 - Número máximo de sprinklers a considerar por
2.1 - Definição da altura de um edifício 166 sub-r:unal 184
2.2 - Meios regulamentares exigidos em função do tipo de 5.5.6- Dimensão nominal dos sprinklers 184
edificação 166 5.5.7- Número máximo de sprinklers a alimentar 184
3 - FONTES DE ALIMENTAÇÃO 166 5.5.8 - Instalações de sprinklers 185
3.1 - Colunas secas 166 5.5.9 - Dimension:unento 185
3.2 - Rede de incêndio armada (RIA) 167 6- TUBAGENS: MATERIAIS, CONSTITillÇÃO E INSTALAÇÃO 192
3.2.1 -Considerações gerais 167 7- SISTEMAS ELEVATÓRIOS OU SOBREPRESSORES 193
3.2.2 - Rede pública de alimentação 167 7. 1 - Generalidades 193
3.2.3 - Sistema hidropneumático 167 7.2- Instalações elevatórias ou sobrepressoras 193
3.2.4 - Sistema autónomo de alimentação 168 7.2.1 - Considerações gerais 193
3.3 - Colunas húmidas 168 7 .2.2 - Disposições construtivas 194
3.3 .1 - Considerações gerais 168 7.2.3- Exemplo prático de aplicação 195
3.3.2 - Sistema autónomo de alimentação 168 8 - DISPOSITNOS DE UTILIZAÇÃO 200
3.4 - Sistema de extinção automática 169 8.1 - Generalidades 200
4 - CONSUMO DE ÁGUA 169 8.2 - Bocas-de-incêndio exteriores e marcos de água
4.1 - Volume de acumulação 169 (hidrantes exteriores) 200
4.1.1 -Considerações gerais 169 8.3 - Bocas de alimentação 201
4.1.2 - Reservatórios de acumulação 170 8.4 - Bocas-de-incêndio não-armadas 201
4.1.3 -Aspectos construtivos 170 8.5 - Bocas-de-incêndio armadas 202
4.1.4 - Dimensionamento 170 8.6 - Sprinklers 204
5- CARACTERIZAÇÃO E DIMENSIONAMENTO 8.6, 1 - Instalação dos sprinklers 206
DOS DIFERENTES SISTEMAS 171 8.6.2 - Posto de controlo e alarme 208

VI VII
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Âguas
Índice do Texto

RECEPÇÃO DOS SISTEMAS 209 6- ACESSÓRIOS 255


9-
209 6.1 - Generalidades 255
9.1- Generalidades
209 6.2- Sifões 255
9.2- Verificação das condições de estanquidade do sistema
209 6.3- Ralos 258
9.3- Verificação do funcionamento hidráulico
6.4- Caixa de pavirriento (passagem ou reunião) 258
6.5- Câmaras de inspecção 259
CAPÍTULO III -SISTEMAS PREDIAIS DE DRENAGEM DE ÁGUAS
7- APARELHOS SANITÁRIOS 263
RESIDUAIS DOMÉSTICAS 211
7.1 - Generalidades 263
I - SISTEMAS DE DRENAGEM 211
7.2- Bacia de retrete 264
1.1- Generalidades 211 7.3- Banheira 264
1.2- Drenagem gravítica 212 7.4- Base de chuveiro 265
1.3- Drenagem com elevação 212 7.5- Lavatório 266
1.4- Sistemas mistos de drenagem 215 7.6- Bidés 267
2- CAUDAIS DE DESCARGA 215 7.7- Pia de despejos (ou hospitalar) 268
3- CONCEPÇÃO DOS SISTEMAS DE DRENAGEM 216 7.8- Pia turca 269
3.1 - Generalidades 216 7.9- Urinol 269
3.2- Constituição dos sistemas de drenagem 218 7.10- Lava-louça 270
3.3- Simbologia de representação dos sistemas de drenagem 219 8- DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS DE DRENAGEM DE
3.4- Instalação e traçado das redes 220 ÁGUAS RESIDUAIS DOMÉSTICAS 271
3.4.1 - Ramais de descarga 220 8.1 - Generalidades 271
3.4.2 --:- Ramais de ventilação 225 8.2- Caudais de descarga 272
229 8.3- Caudais de cálculo 272
3.4.3 - Tubos de queda
232 8.4- Coeficientes de simultaneidade 272
3.4.4 - Colunas de ventilação
234 8.5- Capacidade de autolimpeza das tubagens 273
3.4.5 - Colectores prediais
8.6- Ramais de descarga 273
3.4.6 - Ramais de ligação 236
8.6.1 - Ramais de descarga individuais 273
3.5- Drenagem dos aparelhos sanitários 236
8.6.2 - Ramais de descarga não-individuais 275
3.6- Remodelação ou ampliação de sistemas existentes 237
8.7- Ramais de ventilação 278
4- NÍVEIS DE CONFORTO E QUALIDADE 237
8.8 - Tubos de queda 278
4.1 - Considerações gerais 237 282
8.9- Colunas de ventilação
4.2- Coeficientes de simultaneidade 238 8.1 O - Colectores prediais 287
4.3- Ruídos 238 8.11 - Ramais de ligação 288
4.4- Acessibilidade dos sistemas 240 8.12 - Exemplo prático de aplicação 288
4.5- Odores 240 8 .12.1 - Generalidades 288
5- TUBAGENS: MATERIAIS CONSTITUINTES E INSTALAÇÃO 242 8.12.2 - Caudaís de descarga 289
5.1 - Generalidades 242 8.12.3- Dimensionamento 289
5.2- Tubagens metálicas 243 9- INSTALAÇÕES COMPLEMENTARES 296
5.2.1 - Tubagens de ferro fundido 243 9.1 - Sistemas elevatórios 296
5.3 - Tubagens termoplásticas 247 9.1.1 - Generalidades 296
5.3.1 - Tubagens de policloreto de vinilo (PVC) 248 9.1.2- Câmaras de bombagem 296
253 9.1.3- Instalações elevatórias 298
5.4- Tubagens de outros materiais
5.4.1 - Tubagens de grés cerâmico 253 9.1.4- Exemplo prático de aplicação 300

IX
VIII
fndice do Texto Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

9.2 - Câmaras de retenção 303 1.6 - Concepção dos sistemas prediais de drenagem de águas
9.2.1 - Generalidades 303 residuais pluviais 352
9.2.2 - Câmaras de retenção de elementos pesados 1.6.1 - Generalidades 352
(areias, lamas, etc.) 303 1.6.2 - Constituição dos sistemas de drenagem 353
9.2.3 - Câmaras de retenção de gorduras 305 1.6.3 - Simbologia de representação das redes de drenagem 353
9.2.4 - Câmaras de retenção de hidrocarbonetos 310 1.6.4 - Instalação e traçado dos sistemas 354
9.2.5 - Exemplo prático de aplicação 315 1.7 - Remodelação ou ampliação de sistemas existentes 360
lO- SISTEMAS PRIVADOS DE TRATAMENTO DE ÁGUAS 1.8 - Níveis de conforto e de qualidade dos sistemas 360
RESIDUAIS DOMÉSTICAS 316 1.8.1 - Generalidades 360
10.1 - Generalidades 316 1.8.2 - Ruídos 361
10.2 - Fossas sépticas 317 1.8.3 - Acessibilidade dos sistemas 362
10.2.1 - Tipos e formas de fossas sépticas 317 1.8.4 - Odores 362
10.2.2 - Disposições construtivas e de utilização 319 1.9 - Tubagens: materiais constituintes e instalação 362
10.2.3 - Localização das fossas sépticas 323 1.9.1 - Tubagens de betão 362
10.2.4 - Dimensionamento das fossas sépticas 323 1.1 O - Acessórios 364
10.3 - Órgãos complementares de tratamento 325 1.11 - Dimensionamento dos sistemas de drenagem de águas
10.3.1 - Considerações gerais 325 residuais pluviais 364
10.3.2 - Trincheiras de infiltração 326 1.11.1 -Generalidades 364
1.1 1.2 - Ramais de descarga 365
10.3.3- Leitos de infiltração 334
1.11.3 - Caleiras e algerozes 365
10.3.4- Poços de infiltração 334
1.11.4- Descarregadores e orifícios 367
10.3.5 - Trincheiras filtrantes 339
1.1 1.5 -Tubos de queda 371
10.3.6 - Filtro de areia enterrado 341
1.11.6 - Colectores prediais 374
10.4 - Exemplo prático de aplicação 342
1.11.7 - Ramais de ligação 374
10.4.1 -Considerações gerais 342
1.11.8 - Exemplo prático de aplicação 375
10.4.2 - Cálculos 343
2- SISTEMAS PREDIAIS DE DRENAGEM DE ÁGUAS FREÁTICAS 379
I! - RECEPÇÃO DOS SISTEMAS 344
2.1 - Generalidades 379
11.1 - Generalidades 344 2.2 - Disposições construtivas 379
11.2 - Verificação das condições de estanquidade do sistema 344 2.3 - Dimensionamento 382
11.2.1 - Ensaio com ar ou fumo 344 3 - RECEPÇÃO DOS SISTEMAS 383
11.2.2 - Ensaio com água 345 3.1 - Generalidades 383
11.3 - Verificação da eficiência do funcionamento 345 3.2 - Verificação das condições de estanquidade dos sistemas 383

CAPÍTULO IV - SISTEMAS PREDIAIS DE DRENAGEM DE ANEXO I - REPARTIÇÃO HORÁRIA DOS CONSUMOS


ÁGUAS RESIDUAIS PLUVIAIS E FREÁTICAS 347 E DOS COEFICIENTES CORRECTIVOS 385
I - SISTEMAS PREDIAIS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS 347 ANEXO II - EXIGÊNCIAS REGULAMENTARES 393
1.1 - Generalidades 347 BffiLIOGRAFIA 403
1.2 - Drenagem gravítica 348
1.3 - Drenagem com elevação 348
1.4 - Sistemas mistos de drenagem 348
1.5 - Caudais de cálculo 349

X XI
ÍNDICE DE QUADROS

Pág.

QUADRO I- Consumo de água nos edifícios 9


QUADRO li - Caudais instantâneos 1O
QUADRO !TI - Caudais nominais dos contadores 12
QUADRO IV - Classes metrológicas dos contadores 12
QUADRO V - Canalizações e acessórios 17
QUADRO VI - Aparelhos e materiais 18
QUADRO VIT - Viscosidade cinemática da água 26
QUADRO VIII - Características físicas de alguns metais 31
QUADRO IX - Dimensões mais usuais das tubagens de aço galvanizado 33
QUADRO X - Acessórios de ferro fundido maleável galvanizado 34
QUADRO XI - Afastamento máximo entre abraçadeiras para tubagens
de aço galvanizado 36
QUADRO XII - Dimensões mais usuais das tubagens de cobre 37
QUADRO XIII - Acessórios para tubos de cobre 38
QUADRO XIV - Raios de curvatura para tubos de cobre 38
QUADRO XV - Afastamento máximo entre abraçadeiras para
tubagens de cobre 39
QUADRO XVI - Dimensões mais usuais das tubagens de aço inox 40
QUADRO XVII - Acessórios para tubos de aço inox 41
QUADRO XVIII - Raios de curvatura para tubos de aço inox 42
QUADRO XIX - Afastamento máximo entre abraçadeiras para tubos
de aço inox 42
QUADRO XX - Características físicas dos tennoplásticos 44
QUADRO XXI - Dimensões das tubagens de PVC 45
QUADRO XXII -Acessórios para tubos de PVC 46

XIII
"'
fndice de Quadros Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO XXIII - Raios de curvatura para tubos de PVC 47 QUADRO LX - Determinação da altura manométrica de compressão 113
QUADRO XXIV - Afastamentos máximos entre abraçadeiras QUADRO LXI - Determinação da altura manométrica total 113
para tubos de PVC 47 QUADRO LXII - Determinação da potência das bombas 114
QUADRO XXV - Dimensões mais usuais das tubagens de PEAD 48 QUADRO LXIII - Determinação do caudal de cálculo 121
QUADRO XXVI - Dimensões mais usuais das tubagens de PEX 50 QUADRO LXIV - Necessidades de diâmetros do troço de tubagem AB 121
QUADRO XXVII - Acessórios para tubos de PEX 5.0 QUADRO LXV - Determinação da altura manométrica de aspiração 121
QUADRO XXVIII - Afastamentos máximos entre abraçadeiras QUADRO LXVI - Determinação da altura manométrica de compressão 122
para tubos de PEX 51 QUADRO LXVII - Determinação da altura manométrica total 122
QUADRO XXIX - Raios mínimos de curvatura para tubos de PEX 53 QUADRO LXVIII - Determinação da potência das bombas 122
QUADRO XXX - Pressão de serviço em função da temperatura 53 QUADRO LXIX - Determinação do volume do depósito hidropneumático 122
QUADRO XXXI - Dimensões mais usuais das tubagens de PP 54 QUADRO LXX - Determinação da altura máxima de aspiração 122
QUADRO XXXII - Acessórios para tubos de PP 55 QUADRO LXXI - Consumos mínimos de água quente a considerar
QUADRO XXXIII - Afastamento máximo entre abraçadeiras para a produção individual com acumulação 125
para tubos de PP 56 QUADRO LXXIT - Consumos mínimos de água quente a considerar
QUADRO XXXIV - Condições de utilização 57 em edifícios públicos 126
QUADRO XXXV - Rugosidade absoluta 70 QUADRO LXXIII - Consumos mínimos de água quente a considerar
QUADRO XXXVI - Número de fluxómetros em utilização simultânea 71 em edifícios de habitação 127
QUADRO XXXVII -Valores das variáveis P, T e t 72 QUADRO LXXIV - Consumos mínimos de água quente para a produção
QUADRO XXXVIII - Exemplo prático de aplicação 73 instantânea individual 127
QUADRO XXXIX - Reduções nas perdas de carga de percurso 79 QUADRO LXXV - Consumos de água quente em edifícios de habitação 127
QUADRO XL - Dimensionamento das tubagens de FP ou FG 81 QUADRO LXXVI - Valor do factor correctivo de N 129
QUADRO XLI - Comprimentos equivalentes (m) nas tubagens de aço QUADRO LXXVII - Caudais instantâneos 131
galvanizado 83 QUADRO LXXVIII - Potência dos esquentadores, em função dos caudais
QUADRO XLII - Comprimentos equivalentes (m) para tubagens escoados 132
de cobre ou PVC 85 QUADRO LXXIX - Esquentadores de funcionamento a pressão normal 134
QUADRO XLIII -Perdas de carga localizadas (valores de Ç) 86 QUADRO LXXX - Esquentadores de funcionamento a bai~a pressão 134
QUADRO XLIV - Ramais de introdução e de ligação 89 QUADRO LXXXI - Possibilidades de alimentação de água quente por
QUADRO XLV - Ramais de distribuição e alimentação 90 esquentador com introdução por este de um incremento
QUADRO XLVI - Perdas de carga 90 de ó.t = 25°C na temperatura da água distribuída 135
QUADRO XLVII -Verificação das condições de pressão no ponto L 91 QUADRO LXXXII - Capacidade dos aparelhos, função do número de
QUADRO XLVIII - Tipos de bombas 96 dispositivos 138
QUADRO XLIX - Tensão de vapor da água função da temperatura 103 QUADRO LXXXIII - Capacidade dos aparelhos, função dos consumos
QUADRO L - Capacidade dos reservatórios de acumulação 105 previsíveis 139
QUADRO LI - Capacidade da bomba a instalar 105 QUADRO LXXXIV - Características de termoacumuladores a gás 140
QUADRO LII - Determinação da altura manométrica de aspiração 105 QUADRO LXXXV - Perdas de calor nas tubagens !57
QUADRO LITI - Determinação da altura manométrica de compressão 106 QUADRO LXXXVI - Determinação das necessidades diárias de água
QUADRO LIV - Determinação da altura manométrica total 106 quente no edifício !57
QUADRO LV - Determinação da potência das bombas 106 QUADRO LXXXVII - Determinação do volume do reservatório
QUADRO LVI - Determinação da altura máxima de aspiração 106 de acumulação 158
QUADRO LVII - Determinação do caudal de cálculo 112 QUADRO LXXXVIII - Determinação da potência da caldeira !58
QUADRO LVIII - Necessidades de diâmetros do troço de tubagem AB 112 QUADRO LXXXIX - Determinação dos caudais de cálculo no
QUADRO LIX - Determinação da altura manométrica de aspiração 113 percurso AL !60

XIV XV
Índice de Quadros Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO XC - Dimensionamento do percurso AL 160 QUADRO CXXVIll - Diâmetro e factor K dos sprinklers 206
QUADRO XCI- Determinação dos caudais de cálculo no percurso AF 161 QUADRO CXXIX - Valores de S e D em função da classe de risco 206
QUADRO XCII- Dimensionamento do percurso AF 161 QUADRO CXXX - Valores de A e H 207
QUADRO XCIII - Características dimensionais dos troços de tubagem 162 QUADRO CXXXI - Caudais de descarga 216
QUADRO XCIV - Determinação das perdas de calor nos troços 162 QUADRO CXXXII - Canalizações e acessórios 221
QUADRO XCV - Perdas de calor globais 162 QUADRO CXXXIII - Aparelhos e materiais 222
QUADRO XCVI - Determinação dos caudais circulantes 163 QUADRO CXXXIV - Características físicas do metal 243
QUADRO XCVII - Dimensionamento da tubagem de retorno. QUADRO CXXXV - Dimensões mais usuais das tubagens de ferro
considerando o percurso AL 163 fundido 244
QUADRO XCVIII - Dimensionamento da tubagem de retomo, QUADRO CXXXVI - Acessórios para tubos de ferro fundido 244
considerando o percurso AF 164 QUADRO CXXXVII - Características físicas dos tubos de PVC 248
QUADRO XCIX - Condições de pressão e caudal 169 QUADRO CXXXVlll - Dimensões das tubagens de PVC 249
QUADRO C - Consumo de água 170 QUADRO CXXXIX - Acessórios para tubos de PVC 250
QUADRO C!- Tubagens (coluna) 175 QUADRO CXL - Distância máxima entre abraçadeiras 252
QUADRO CII - Perdas de carga (coluna) 176 QUADRO CXLI - Espessura dos tubos de PVC para águas
QUADRO Clll - Pressão necessária no ponto (A) 176 residuais quentes 252
QUADRO CIV - Tubagens (coluna) 178 QUADRO CXLII - Coeficientes conectares das pressões nominais 252
QUADRO CV- Perdas de carga (coluna) 178 QUADRO CXLIII - Dimensões mais usuais das tubagens de
QUADRO CVJ - Pressão necessária no ponto (A) 178 grés cerâmico 253
QUADRO CVII - Coluna e ramal (a) 181 QUADRO CXLIV - Cargas de rotura das tubagens de grés cerâmico 254
QUADRO CVIII- Ramais (b) e (c) 181 QUADRO CXLV -Acessórios para tubagens de grés cerâmico 254
QUADRO CIX - Características da bomba 181 QUADRO CXLVI - Características dimensionais dos sifões 257
QUADRO CX - Área máxima de cobertura por sprinkler 183 QUADRO CXLVII - Tipos de sifões 257
QUADRO CXI - Área de operação 183 QUADRO CXLVIII - Tipos de ralos 259
QUADRO CXII - Número de sprinklers em funcionamento simultâneo 184 QUADRO CXLIX - Características dimensionais das câmaras
QUADRO CXIII - Diâmetro dos sprinklers 184 de inspecção 262
QUADRO CXIV - Número máXimo de sprinklers a alimentar QUADRO CL - Diâmetros mínimos dos ramais de descarga individuais 275
por tubagem 185 QUADRO CLI - Valores da constante de rugosidade K 276
QUADRO CXV - Valores de C para a fórmula de Hazen e Williams 188 QUADRO CLII - Dimensionamento dos ramais de descarga 278
QUADRO CXVI- Parâmetros de cálculo 191 QUADRO CLIII - Diâmetros dos tubos de queda e taxas de ocupação 279
QUADRO CXVII - Dimensionamento dos troços 19.1 QUADRO CLIV - Dimensionamento dos tubos de queda 281
QUADRO CXVlll - Perdas de carga no percurso A - E 192 QUADRO CLV - Dimensionamento das colunas de ventilação 287
QUADRO CXIX - Pressão e caudal necessários em E 192 QUADRO CLVI - Dimensionamento dos colectores prediais 288
QUADRO CXX - Determinação do caudal de cálculo 198 QUADRO CLVII- Ramais de descarga individuais 290
QUADRO CXXI- Necessidades de diâmetros dos troços de A a D 198 QUADRO CLVIII - Dimensionamento dos ramais de descarga
QUADRO CXXII - Determinação da altura manométrica de aspiração 198 não-individuais 290
QUADRO CXXIII - Determinação da altura manométrica de compressão 199 QUADRO CLIX - Dimensionamento dos tubos de queda 291
QUADRO CXXIV - Determinação da altura manométrica total 199 QUADRO CLX - Dimensionamento dos colectores prediais 291
QUADRO CXXV - Determinação da potência das bombas 199 QUADRO CLXI - Dimensionamento do ramal de ligação 291
QUADRO CXXVI - Determinação da altura máxima de aspiração 199 QUADRO CLXII - Determinação do caudal de eá!culo 302
QUADRO CXXVII - Temperatura de abertura dos sptinklers 205 QUADRO CLXIII - Determinação da altura manométrica de elevação 302

XVT XVII
Índice de Quadros Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO CLXIV - Determinação da potência das bombas 302 QUADRO CXCVIII - Dimensionamento dos tubos de queda (L <: 0,04D)
QUADRO CLXV - Determinação do volume útil da câmara de entrada com aresta viva 373
de bombagem 302 QUADRO CXCIX - Dimensionamento dos tubos de queda (L <: I m)
QUADRO CLXVI - Caudais de ponta a considerar 309 de entrada cónica 373
QUADRO CLXVII- Tempos de retenção 310 QUADRO CC - Dimensionamento dos tubos de queda (L < 0,04 m) de
QUADRO CLXVIII- Superfícies específicas de separação 314 de entrada com aresta viva 374
QUADRO CLXIX- Tempos de retenção 314 QUADRO CC! - Dimensionamento dos colectores prediais 375
QUADRO CLXX - Volume a considerar de hidrocarbonetos função do QUADRO CCII- Dimensionamento das caleiras 376
tipo de viatura por lavagem 314 QUADRO CCIII - Dimensionamento dos tubos de queda 377
QUADRO CLXXI - Dimensionamento da câmara de retenção QUADRO CCIV - Dimensionamento dos ramais de descarga 377
de gorduras 315 QUADRO CCV - Dimensionamento dos colectores prediais 378
QUADRO CLXXII - Dimensionamento da câmara de retenção QUADRO CCVI - Dimensionamento do ramal de ligação 378
de hidrocarbonetos 316
QUADRO CLXXIII - Número de compartimentos das fossas 321
QUADRO CLXXIV - Relações dimensionais admissíveis 322
QUADRO CLXXV - Valores das variáveis 324
QUADRO CLXXVI - Equivalentes populacionais 325
QUADRO CLXXVII - Fossa séptica de dois compartimentos 325
QUADRO CLXXVI!I - Fossa séptica de três compartimentos 326
QUADRO CLX:XIX - Afastamento entre trincheiras (medido entre eixos) 327
QUADRO CLXXX - Afastamento dos lençóis de água 328
QUADRO CLXXX! - Caudais residuais infiltráveis 333
QUADRO CLXXXII - Dimensionamento das trincheiras de infiltração 334
QUADRO CLXXXIII - Caudais residuais infiltráveis 337
QUADRO CLXXXIV - Dimensionamento dos poços de infiltração 339
QUADRO CLXXXV - Dimensionamento da fossa 344
QUADRO CLXXXVI - Dimensionamento do poço 344
QUADRO CLXXXVII - Número de aparelhos em ensaio de eficiência 345
QUADRO CLXXXVIII - Valores dos parâmetros a, b 350
QUADRO CLXXXIX - Valores de precipitação para as diferentes
regiões (período de retorno de 5 anos; duração de precipitação
de 5 min) · 351
QUADRO CXC - Coeficientes de escoamento 352
QUADRO CXCI - Canalizações e acessórios 355
QUADRO CXCII - Materiais 356
QUADRO CXCIII- Dimensões mais usuais das tubagens de betão 363
QUADRO CXCIV - Carga de rotura 363
QUADRO CXCV - Dimensionamento dos ramais de descarga 366
QUADRO CXCVI - Grandezas geométricas relativas a secções circulares 367
QUADRO CXCVII - Dimensionamento de caleiras e algerozes de secção
semicircular 368

XVIII
XIX
ÍNDICE DE FIGURAS

Pág.
Fig. 1 - Alimentação directa 3
Fig. 2 - Alimentação directa com elemento sobrepressor 3
Fig. 3 - Alimentação indirecta com reservatório no topo do edifício 5
Fig. 4 - Alimentação indirecta com reservatórios na base e no topo do edifício 5
Fig. 5 - Alimentação indirecta com elemento elevatório 6
Fig. 6 - Sistema misto de alimentação 6
Fig. 7 - Reservatório de acumulação de água 8
Fig. 8 - Contadores 14
Fig. 9 - Instalação de um contador 14
Fig. 10 - Instalação de uma bateria de contadores 14
Fig. 11 - Rede de distribuição de água 16
Fig. 12 - Declive das tubagens 19
Fig. 13 - Instalação de tubagem sem acessórios 19
Fig. 14- Instalação de tubagens 19
Fig. 15 - Instalação de tubagens de água quente e fria 20
Fig. 16 - Situações de interdição de instalação de tubagens 21
Fig. 17 - Posicionamento da rede no interior de uma cozinha 22
Fig. 18 - Posicionamento da rede no interior de uma WC 22
Fig. 19 - Instalação de um fluxómetro 23
Fig. 20 - Câmaras de amortecimento de golpe de aríete 27
Fig. 21 - Isolamento das canalizações relativamente aos suportes 27
Fig. 22 -
Inserção de juntas de dilatação 28
Fig. 23 -
Instalação de pendentes e de purgadores de ar 28
Fig. 24 -
Inserção de juntas elásticas 29
Fig. 25 -
Alguns tipos de abraçadeiras 30
Fig. 26 -
Instalação por embutimento de tubagens, tendo em conta
os fenômenos de dilatação 32
Fig. 27 - Instalação à vista de tubagens, tendo em conta os fenômenos
de dilatação 32

XXI
Índice de Figuras Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Fig. 28 - Tipos de ligações de tubos com acessórios 37 Fig. 63 - Instalação elevatória ou sobrepressora tipo~ 98
Fig. 29 - Tipos de uniões 40 Fig. 64 - Instalação elevatória 100
Fig. 30 - Processo de ligação tubo/tubo ou acessório/tubo 46 Fig. 65 - Curva característica do NPSH de uma bomba 103
Fig. 31 - União para absorção de dilatação 47 Fig. 66 - Esquema da instalação de elevação 104
Fig. 32 - Processos de ligação entre tubos 49 Fig. 67 - Ciclo de funcionamento dum grupo de bombagem com 2 elementos 108
Fig. 33 - Processos de ligação tubos/acessórios 51 Fig. 68 - Instalação sobrepressora ou elevatória com bombagem directa 110
Fig. 34 - Instalação do tubo em manga envolvente 51 Fig. 69 - Esquema da instalação de sobrepressão 111
Fig. 35 - Instalação dos tubos de modo a que se verifique a absorção Fig. 70 - Instalação hidropneumática 116
das variações lineares 52 Fig. 71 - Reservatório hidropneumático 117
Fig. 36 - Braços de dilatação 56 Fig. 72 - Esquema da instalação hidropneumática 119
Fig. 37 - Torneiras simples 58 Fig. 73 - Curvas de consumo de água quente 124
Fig. 38 - Torneiras misturadoras 58 Fig. 74 - Aparelho de produção instantânea (esquentador) 133
Fig. 39 - Torneiras misturadoras de monocomando 60 Fig. 75 - Instalação de termoacumulador eléctrico 136
Fig. 40 - Torneiras de passagem e de esquadro 60 Fig. 76 - Esquema de instalação de termoacumulador a gás 137
Fig. 41 - Torneira de bóia 61 Fig. 77 - Esquema funcional de uma caldeira mural 141
Fig. 42 - Fluxómetro 61 Fig. 78 - Grupo constituído por caldeira mural e reservatório de acumulação 141
Fig. 43 - Autoclismo 62 Fig. 79 - Unidade individual de produção de água quente a energia solar 142
Fig. 44 - Válvulas 63 Fig. 80 - Sistema de aquecimento central com caldeira 143
Fig. 45 - Manómetro de coluna de água 65 Fig. 81 - Instalação de produção de água quente com bateria de
Fig. 46 - Linhas de energia e piezométrica 66
tennoacumuladores eléctricos 144
Fig. 4 7 - Teorema de Torricelli 66
Fig. 82 - Unidade de produção central de água quente através de
Fig. 48 - Ábaco de Moody 68
energia solar 145
Fig. 49 - Curvas de probabilidade de funcionamento simultâneo de
Fig. 83 - Unidade de produção central instantânea de água quente
dispositivos de utilização 73
com caldeira 147
Fig. 50 - Coeficientes de simultaneidade em função do número de
Fig. 84 - Unidade de produção central com caldeira e acumulação 148
dispositivos de utilização 74
Fig. 85 - Aumento de volume da água, função da temperatura 150
Fig. 51 - Caudais de cálculo, em função dos caudais acumulados
(nível de conforto médio) Fig. 86 - Instalação com reservatório de expansão aberto 151
75
Fig. 52 - Caudais de cálculo, em função dos caudais acumulados Fig. 87 - Instalação com reservatório de expansão fechado 152
(nível de conforto mínimo e elevado) 76 Fig. 88 - Sistema de distribuição de água quente com circuito de retorno 154
Fig. 53 - Caudais de cálculo, em função dos caudais acumulados Fig. 89 - Esquema do sistema de água quente !58
(nível de conforto mínimo e elevado) 77 Fig. 90 - Altura de um edifício 166
Fig. 54 - Ábaco para dimensionamento das tubagens de FP ou FG 80 Fig. 91 - Edifícios com altura ,; 20m 173
Fig. 55 - Perdas de carga em contadores 82 Fig. 92 - Edifícios com altura> 20 me ,; 28 m 173
Fig. 56 - Linhas de energia num sistema 87 Fig. 93 - Edifícios com altura> 28 m e $ 60 m 173
Fig. 57 - Distribuição no piso I 91 Fig. 94 - Esquema simplificado de um sistema de coluna seca 174
Fig. 58 - Distribuição no piso 2 92 Fig. 95 - Esquema simplificado de uma rede de incêndio armada 177
Fig. 59 - Distribuição no piso 3 92 Fig. 96 - Esquema simplificado de uma instalação de colunas húmidas 180
Fig. 60 - Distribuição no piso 4 93 Fig. 97 - Traçado da instalação 187
Fig. 61 - Distribuição no piso 5 93 Fig. 98 - Relação Q e P, função de K 188
Fig. 62 - Traçado isométrico da rede de distribuição 94 Fig. 99 - Curvas de densidade 189

XXII XXIII
fndice de Figuras Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Fig. 100 Área de operação considerada 190 Fig. 133 Bateria de sanitas ou aparelhos similares 228
Fig. 10 I - Instalação elevatória 196 Fig. 134 - Bateria de outros tipos de aparelhos (não sanitas nem similares) 228
Fig. 102 - Esquema da instalação de elevação 197 Fig. 135 - Translação dos tubos de queda 229
Fig. 103 - Boca-de-incêndio exterior 201 Fig. 136 - Concordância do tubo de queda com a tubagem de fraca pendente 230
Fig. 104 - Marcos de água 201 Fig. 137 - Ligação do tubo de queda à câmara de inspecção 231
Fig. 105 - Boca de alimentação 202 Fig. 138 Valores mínimos de prolongamento do tubo de queda na
Fig. 106 - Boca-de-incêndio não-armada 202 sua abertura para o exterior 231
Fig. 107 - Boca-de-incêndio tipo teatro 203 Fig. 139 Diagrama de pressões num tubo de queda 232
Fig. 108 - Boca-de-incêndio tipo carretel 203 Fig. 140 - Translação da coluna de ventilação 232
Fig. 109 - Agulhetas 204 Fig. 141 - Ligação da coluna de vehtilação ao colector e tubo de queda 233
Fig. 110 - Constituição dos sprinklers 204 Fig. 142 - Ligação ao tubo de queda 234
Fig. 111 - Diferentes tipos de sprinklers 205 Fig. 143 - Colectores prediais enterrados 235
Fig. 112 - Espaçamento normal 206 Fig. 144 - Colectores instalados à vista 235
Fig. 113 - Espaçamento intercalado 207 Fig. 145 - Inserção do ramal de ligação no colector público 236
Fig. 114 - Afastamento de tectos e vigas 207 Fig. 146 - Formação de tampão no tubo de queda 239
Fig. 115 - Posto de controlo 208 Fig. 147 - Instalação de materiais isolantes 240
Fig. 116 - Ligação da rede predial à pública, função do tipo de sistema da Fig. 148 - Fenómeno de auto-sifonagem 241
rede pública 213 Fig. 149 - Fenómeno de sifonagem induzida 241
Fig. 117 - Drenagem gravítica 214 Fig. 150 - Dupla sifonagem 242
Fig. 118 Drenagem com elevação 214 Fig. 151 - Tubagens de ferro fundido com e sem abocardamento 243
Fig. 119 - Sistema misto de drenagem 215 Fig. 152 - Tampões de redução simples ou mistos 245
Fig. 120 - Esquema simplificado dum sistema de drenagem de águas Fig. 153 - Ligação entre troços de tubagens (com abocardamento) 245
residuais domésticas com ventilação primária 217 Fig. 154 - Ligação entre troços de tubagens (sem abocardamento) 246
Fig. 121 - Esquema simplificado dum sistema de drenagem de águas Fig. 155 - Posicionamento dos elementos de suporte e/ou amarração 247
residuais domésticas com ventilação secundária completa 218 Fig. 156 - Ligação entre troços de tubagem com anéis de estanquidade 249
Fig. 122 - Elementos constituintes dum sistema de drenagem 219 Fig. 157 Ligação entre troços de tubagem por colagem 251
Fig. 123 - Ligação de vários aparelhos a um único ramal de descarga 220 Fig. 158 - Sifão incorporado no aparelho e sifão a incorporar no ramal 256
Fig. 124 - Ligação de um ramal de descarga de outro aparelho a um ramal Fig. 159 - Caixas de pavimento 259
de bacia de retrete 222 Fig. 160 - Tipos de câmara de inspecção 260
Fig. 125 - Ligação de um ramal de descarga de outro aparelho a um ramal Fig. 161 - Pormenor de garantia da estanquidade da tampa 261
de um urinol 223 Fig. 162 - Disposição dos degraus 261
Fig. 126 - Ligação de ramais de descarga a tubos de queda e colectores Fig. 163 - Superfícies da soleira 262
prediais 223 Fig. 164 - Inserção de caleiras 263
Fig. 127 - Ligação dos ramais de descarga de bacias de retrete e de Fig. 165 - Queda guiada 263
águas saponáceas aos tubos de queda 224 Fig. 166 - Bacias de retrete 264
Fig. 128 - Instalação do ramais de descarga 224 Fig. 167 - Banheira 265
Fig. 129 Impossibilidades de desenvolvimeno dos ramais de descarga 225 Fig. 168 Base de chuveiro 266
Fig. 130 - Ligação do ramal de ventilação ao de descarga 226 Fig. 169 - Lavatórios 267
Fig. 131 - Distância máxima admissível entre o sifão e a secção ventilada 226 Fig. 170 Bidés 268
Fig. 132 - Desenvolvimento da linha piezométrica de modo a evitar a Fig. 171 - Pia de despejos 268
obturação do ramal de ventilação 227 Fig. 172 - Pia turca 269

XXIV XXV
Índice de Figuras Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Fig. 173 - Urinóis 270 Fig. 210 -


Filtro de areia enterrado 343
Fig. 174 - Lava'Jouças 271 Fig. 211 -
Drenagem gravítica 348
Fig. 175 - Caudais de cálculo, em função dos caudais acumulados 274 Fig. 212 -Sistema misto de drenagem 349
Fig. 176 - Distância máxima admissível entre o sifão e a secção ventilada 275 Fig. 213 -Regiões pluviométricas 350
Fig. 177 - Dimensionamento dos ramais de descarga 277 Fig. 214 -Curvas de intensidade de precipitação para um período de retorno
Fig. 178 - Determinação do diâmetro dos tubos de queda 282 de 5 anos 351
Fig. 179 - Relação entre o diâmetro e o comprimento da coluna de ventilação 284 Fig. 215 _ Elementos constituintes duma rede de drenagem de águas pluviais 354
Fig. ISO - Determinação do caudal de ar 285 Fig. 216 - Descarregador de superfície 357
Fig. 181 - Determinação do diâmetro da coluna de ventilação 286 Fig. 217 - Orifício de descarga (trop-plein) 357
Fig. 182 - Cobertura do edifício 292 Fig. 218 - Tubagens de betão com ou sem abocardamento 364
Fig. 183 Drenagem do piso 5 292 Fig. 219 - Caleira de secção semicircular 366
Fig. 184 - Drenagem do piso 4 293 Fig. 220 - Caleira de secção tipo rectangular 367
Fig. 185 - Drenagem do piso 3 293 Fig. 221 - Escoamento por tubos adicionais 370
Fig. 186 - Drenagem do piso 2 294 Fig. 222 - Descarregador 370
Fig. 187 - Drenagem do piso 1 294 Fig. 223 - Descarregadores de parede delgada e espessa 371
Fig. 188 - Desenvolvimento da rede de drenagem 295 Fig. 224 - Planta da cobertura 378
Fig. 189 - Instalação elevatória com câmara seca 299 Fig. 225 - Planta do piso 1 379
Fig. 190 Instalação elevatória com bombas submersíveis 300 Fig. 226 - Sistema de drenagem completo (dreno periférico associado
Fig. 191 - Esquema da instalação de elevação 301 a dreno de superfície) 380
Fig. 192 Câmara de retenção de areia 305 Fig. 227 - Dreno periférico ligado a filtro sob a edificação 381
Fig. 193 Câmaras de retenção de gordura com câmara de retenção Fig. 228 - Dreno afastado da parede do edifício 382
de elementos pesados incorporada e separada (prefabricadas) 307
Fig. 194 Câmara retentora de gorduras com deftectores (prefabricada) 307
Fig. 195 Câmaras de retenção de gorduras de planta rectangular
e circular (fabricadas in-situ) 308
Fig. 196 - Câmara de retenção de gorduras de planta rectangular
(fabricada in-situ) 309
Fig. 197 - Câmara de retenção de hidrocarbonetos metálica (prefabricada) 312
Fig. 198 - Câmara de retenção de hidrocarbonetos constituída por anéis
prefabricados de betão 312
Fig. 199 - Câmara de retenção de hidrocarbonetos fabricada in-situ 313
Fig. 200 - Fossa séptica de dois andares 318
Fig. 201 - Fossa séptica de um compartimento 319
Fig. 202 - Fossa séptica de dois compartimentos 320
Fig. 203 - Fossa séptica de três compartimentos 321
Fig. 204 - Trincheira de infiltração com distribuição em série 329
Fig. 205 - Trincheira de infiltração com distribuição em paralelo 330
Fig. 206 Pormenores construtivos relativos às trincheiras de infiltração 331
Fig. 207 Leito de infiltração 335
Fig. 208 - Poço de infiltração 338
Fig. 209 - Trincheira filtrante 342

XXVII
XXVI
Capítulo I

SISTEMAS PREDIAIS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

1 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO
1.1 Generalidades

A alimentação de água aos edifícios é normalmente obtida através de ramal de


ligação que estabelece a comunicação entre a conduta de distribuição pública de
água potável e o sistema predial; nas situações de inexistência de rede pública de
distribuição poder-se-á recorrer à captação de água de poços, a qual deverá sofrer os
tratamentos adequados de modo a garantir a sua potabilidade, salvaguardando assim
as condições indispensáveis à garantia da saúde pública.
Os sistemas prediais cuja alimentação é assegurada através de rede pública de
distribuição terão obrigatoriamente de ser independentes de outros sistemas de ali-
mentação com origem diferente.
Os valores das pressões máxima e mínima na rede pública de distribuição, no
ponto de inserção da rede predial, deverão ser fornecidos pela entidade gestora da
distribuição pública de água potável.
A estimativa da pressão mínima da água necessária à entrada do edifício a ser-
vir, tendo em vista a satisfação dos consumos domésticos, poderá ser obtida pela
expressão:
H= 100+40n (1)

H~ pressão mínima (kPa)


11 ~ 0° de pisos acima do solo, incluindo o piso térreo

Em casos especiais e devidamente ponderados poder-se-ão admitir valores de


pressão mínima inferiores aos assim obtidos, função das características do edifício e
dos equipamentos a instalar.
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Função das condições de pressão e caudal disponibilizadas pela rede pública de


distribuição de água potável, a alimentação de água a um edifício será feita por um
dos processos seguidamente enumerados, tendo em conta o nível de ligação estabe-
lecido entre a rede pública e o sistema predial de distribuição.

1.2 Alimentação directa

A alimentação do sistema predial de distribuição é feita directamente, através da 1 -Ramal de ligação


sua ligação à rede pública de distribuição de água, intercalando ou não entre ambas 2- Rede predial de distribuição
um elemento sobrepressor.
Quando não se verifica a necessidade de recorrer à utilização de elemento so-
brepressor no início da rede predial (fig. 1), isto é, quando da parte do sistema pú-
blico de distribuição de água são disponibilizadas as condições de pressão e caudal
que permitem o correcto funcionamento dos dispositivos de utilização instalados no
edifício a servir, estamos em presença do tipo de alimentação que deverá ser consi-
derado como o ideal, uma vez que se apresenta como o mais favorável, quer sob o
ponto de vista económico, quer como garante da manutenção da qualidade da água
distribuída.
Quando pelo contrário as condições de pressão disponibilizadas pela rede públi-
Fig. l -Alimentação directa
ca de distribuição não são de molde a garantir o correcto desempenho funcional dos
dispositivos de utilização instalados, poder-se-á recorrer à instalação de elemento so-
brepressor no início do sistema predial, o qual possibilitará a obtenção das condições
desejáveis de pressão na rede (fig. 2). A adopção deste tipo de alimentação deverá ser
ponderada, uma vez que só deverá ser equacionada nos casos onde exista a garantia
de que a rede pública de distribuição é abundantemente servida em termos de caudal
e o seu estado de conservação seja satisfatório.

1.3 Alimentação indirecta

A alimentação do sistema predial de distribuição é feita indirectamente através 1 -Ramal de ligação


da adopção de reservatórios onde a água proveniente da rede pública de distribuição 2- Rede predial de distribuição
3 -Elemento sobrepressor
é acumulada, sendo posteriormente e a partir destes feita a sua distribuição pelo
edifício.
O recurso a este tipo de alimentação só deverá ser equacionado em situações
em que seja inviável proceder à alimentação do sistema predial por um dos proces-
sos descritos em 1.2, uma vez que a acumulação de água em reservatórios requer
cuidados especiais de concepção e manutenção dos mesmos, de forma a garantir a
potabilidade da água armazenada.
Quando as condições de pressão e caudal disponibilizadas pela rede pública de
distribuição são insuficientes para alimentar todos os dispositivos de utilização ins-
talados, de molde a garantir da parte destes um desempenho funcional satisfatório, Fig. 2- Alimentação directa com elemento sobrepressor

2 3
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas

poder-se-á recorrer à acumulação de água num reservatório de acumulação, colo-


cado na parte mais elevada do edifício, fazendo-se a distribuição predial a partir
deste, nos casos em que a pressão disponibilizada pela rede pública possibilite o seu
abastecimento (fig. 3).
Se, nas condições anteriormente descritas, a pressão disponibilizada pela rede
pública de distribuição não permite o abastecimento de um reservatório de acumula-
ção colocado na parte mais elevada do edifício, poder-se-á optar pela instalação de 1 - Ramal de ligaçfio
um reservatório de acumulação na base do edifício, a partir do qual, por sistema de 2- Rede predial de distribuição
3 -Reservatório
bombagem, a água será conduzida para outro reservatório de acumulação colocado
na parte mais elevada do edifício, fazendo-se toda a distribuição predial a partir deste
(fig. 4).
Sempre que, nas condições atrás referidas, não se pretenda a instalação de um
reservatório de acumulação na parte mais elevada do edifício, pode-se recorrer ape-
nas à implantação de um reservatório de acumulação na base do edifício, a partir do
qual, através de um sistema elevatório e sobrepressor, se procederá à alimentação do
sistema predial de distribuição (fig. 5).

1.4 Soluções mistas de alimentação


Fig. 3- Alimentação indirecta com reservatório no topo do edifício
Nos casos de edifícios de grande altura deverá ser equacionada a possibilidade
de a distribuição predial ser feita por recorrência à utilização de diferentes andares
de pressão, no sentido de obtenção quer da melhor solução técnica, quer da solução
mais econômica.
A figura 6 ilustra uma solução em que parte do sistema predial é alímentada
directamente pela rede pública de distribuição, cuja pressão disponível possibilita
o abastecimento até determinado piso, fazendo-se a alimentação dos restantes pisos
com auxílio dum sistema sobrepressor.

2 RESERVATÓRIOS DE ACUMULAÇÃO DE ÁGUA


I -Ramal de ligação
2- Rede predial de distribuição
2.1 Generalidades 3 -Reservatórios

Os reservatórios de acumulação são dispositivos destinados ao armazenamento


de água à pressão atmosférica, a qual constitui uma fonte de reserva destinada à
alimentação dos sistemas prediais de distribuição, de forma a suprir deficiências da
rede pública de alimentação.
O armazenamento em reservatórios de água destinada a fins alimentares e
sanitários só deverá ser equacionado nas situações em que a rede pública de
distribuição não ofereça as condições necessárias e suficientes a um desempenho
funcional adequado dos dispositivos de utilização instalados no sistema prediaL Nas
situações de indispensabilidade deste tipo de dispositivos, para os fins anteriormente Fig. 4 -Alimentação indirecta com reservatórios na base e no topo do edifício

4 5
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

referidos. deverão ser tomadas todas as precauções necessárias, destinadas a acaute-


lar a não contaminação da água armazenada.
O armazenamento simultâneo de água para combate a incêndios e fins domésti-
cos só excepcionalmente poderá verificar-se; neste caso, deverão ser garantidas todas
as condições indispensáveis à manutenção da potabilidade da água armazenada e da
capacidade disponível para o serviço de incêndios.
1 -Ramal de ligação
O consumo de água, tendo em conta o volume a disponibilizar nos reservatórios
2- Rede predial de distribuição de acumulação para fins alimentares e sanitários, será função do tipo de edifício
3- Reservatório (residencial, hoteleiro, escolar, etc.), bem como das características de consumo das
4- Sistema elevatório
próprias populações.

2.2 Aspectos construtivos

Os reservatórios deverão ser implantados de forma a que as suas inspecção e


manutenção não ofereçam quaisquer dificuldades. Dever-se-á ainda garantir a não-
-sujeição da água armazenada (especialmente se esta se destinar a fins alimentares e
sanitários) a significativos gradientes térmicos.
Os reservatórios deverão ser concebidos de forma a garantir a sua impermea-
bilização, bem como ser revestidos interiormente de forma a permitir uma limpeza
Fig. 5- Alimentação indirecta com elemento elevatório eficaz.
As arestas interiores deverão ser boleadas e a soleira deverá possuir inclinação
mínima de 1%, orientada no sentido descendente para caixa de limpeza.
A estrutura do reservatório deverá ser independente dos elementos estruturais do
edifício.
Deverá ser garantida a renovação frequente do ar em contacto com a água arma-
zenada, pelo que os reservatórios devem ser dotados de sistema de ventilação, cuja
extremidade exterior seja posicionada de forma a que o plano tangente à sua abertura
fique paralelo ao plano do piso e orientada neste sentido; esta abertura deve ser pro-
tegida com rede de malha fina de material não corrosível.
A entrada e a saída da água nos reservatórios devem ser posicionadas de forma a
1 - Ramal de ligação garantir a circulação de todo o volume de água armazenado.
2 -Rede predial de distribuição
3- Sistema elevatório A entrada de água nos reservatórios deverá ficar localizada no mínimo a
0,05 m acima do nível máximo da superfície livre da água no reservatório quando em
carga, e deverá ser equipada com uma válvula que interrompa a alimentação, quando
for atingido o nível máximo de armazenamento.
As saídas para distribuição deverão ser protegidas com ralo e posicionadas no
mínimo a 0,15 m do fundo.
O reservatório deverá possuir descarregador de superfície posicionado no
mínimo 0,05 m acima do nível máximo de armazenamento, o qual deverá ficar
protegido com rede de malha fina de material não corrosível e orientado nas mes-
Fig. 6- Sistema misto de alimentação mas condições definidas para os elementos de ventilação. A descarga qe fundo,

6 7
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

a implantar na soleira, deverá ser equipada com uma válvula de não retorno associa- Os descarregadores de superfície deverão ser dimensionados para um caudal não
da à caixa de limpeza. inferior flO máximo obtido na alimentação.
O acesso ao interior do reservatório deverá ser provido de dispositivo de fecho No caso em que a instalação comporte dois reservatórios, um posicionado na
que impeça a entrada de quaisquer objectos ou substâncias estranhas. base do edifício (inferior) e outro no topo (superior), o reservatório superior deverá
A figura 7 ilustra de forma esquemática um reservatório destinado à acumulação possuir uma capacidade equivalente a cerca de 2/5 do consumo diário estimado e o
de água potável para consumo doméstico. inferior a cerca de 3/5 do mesmo consumo.

3 CONSUMO DE ÁGUA NOS EDIFÍCIOS


3.1 Generalidades

O consumo de água potável num edifício será função do tipo de edifício (re-
sidencial, hoteleiro, escolar, etc.), bem como das características de consumo das
próprias populações (grandes aglomerados populacionais, pequenos aglomerados
populacionais, etc.).
A previsão dos consumos mínimos a considerar será feita em função dos aglo-
merados populacionais, para os casos de consumos domésticos, e em função do tipo
de edifício, para outras situações.
No quadro I são apresentados valores de consumos mínimos a considerar, em
função dos requisitos atrás expressos.
i317.

QUADRO I
Consumo de água nos edifícios [5] [29}
I - De~carrcgador de superfície
2 - Saída de água para distribuiçào
Popul_~_Çtlç <
3 -Sistema de vcntiluçào do reservatório TipOs dti'consuin.o Volume (I)
(n:·<~de1iabitantá)
4 - Entrada de água no reservatório
5 -Acesso ao interior do reservatório 80/habitante. dia 1000
I 00/ho.bitante . dia 1000 a 10 000
Fig. 7 - Reservatório de acumulação de água
Domésticos 125/habitante. dia 10 000 a 20 000
2.3 Capacidade dos reservatórios !50/habitante. dia 20 000 a 50 000

O volume útil dos reservatórios destinados a fins alimentares e sanitários não 175/habitante. dia >50 000
deve exceder o valor correspondente ao volume médio diário do mês de maior Hospitais 300 a 400/cama. dia
consumo, tendo em conta a ocupação previsível do edifício a abastecer. O volume 70/quarto s/banheira
para situações diferentes da anteriormente referida (por exemplo combate a incên- Hotéis
230/quarto e/banheira
dios) deverá ter em conta as exigências regulamentares aplicáveis.
Os reservatórios destinados a fins alimentares e sanitários cuja capacidade tenha Escritórios 15/pessoa . dia
de ser superior a 2 m:; devem ser constituídos pelo menos por duas células pre- Restaurantes 20 a 45/pessoa . dia
paradas para funcionarem separadamente, mas que em funcionamento normal se
Escolas I O/aluno . dia
intercomuniquem.

8 9
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas

3.2 Caudais a assegurar aos dispositivos de utilização ao caudal previsto para o sistema de distribuição predial~
à perda de carga admissível por este provocada.
Os caudais mínimos (caudais instantâneos) a adoptar no dimensionamento
dos sistemas de distribuição, para os diferentes dispositivos de utilização ins- Num edifício deverão ser obrigatoriamente instalados tantos contadores quantos
talados nos edifícios, tendo em conta as suas características particulares, são os consumidores existentes (entende-se por consumidor, por exemplo, uma habitação).
indicados no quadro II. Os contadores são caracterizados através dos seguintes parâmetros:
QUADRO I! Caudal: quociente entre o volume de água passado através do contador e o
Caudais instantâneos [5] tempo de duração da passagem desse volume;
Calibre do contador (DN): menor diâmetro interior de qualquer das ligações
do contador às canalizações;
Lavatório individual (L v) 0,10 Calibração: determinação da quantidade de água passada através do contador;
Lavatório colectivo (por bica) (L vi) 0,05 Campo de exactidão: intervalo entre os caudais mínimo e máximo;
Bidé (Bd) 0,10
Caudal de arranque: caudal mínimo a que corresponde a entrada e permanên-
cia em funcionamento do dispositivo de medição;
Banheira (Ba) 0,25
Caudal máximo: caudal mais elevado de passagem a que o contador deve
Chuveiro individual (Ch) 0,15 funcionar, de molde a manter a sua precisão;
Pia de despejos com torneira de 0 15 mm (Pd) 0,15 Caudal mínimo: caudal menor de passagem a que o contador deve funcionar
Autoclismo de bacia de retrete (Br) 0,10 de molde a manter a sua precisão;
Urinol com torneira individual (Mi) 0,15 Caudal nominal: caudal correspondente a metade do caudal máximo de pas-
Pia lava-louça (LI) 0,20 sagem (valor utilizado para referenciar o contador);
Caudal de transição: caudal ao qual os erros máximos admissíveis mudam de
Bebedouro (Bdo) 0,10
valor;
Máquina de lavar louça (Ml) 0,15
Erros máximos admissíveis: valores máximos dos erros admissíveis fixados
Máquina de lavar roupa (Mr) 0,20 pela norma portuguesa [9];
Tanque de lavar roupa (Tq} 0,20 Perda de carga: diferença entre pressões da água verificadas imediatamente a
Bacia de retrete com fluxómetro (Brf) 1,50 montante e a jusante do contador;
Urinol com fluxómetro (Mif) 0,50 • Pressão de serviço: pressão da água medida imediatamente a montante do
contador;
Boca de rega ou lavagem de 0 15 mm (Re) 0,30
Pressão nominal (PN): pressão interior correspondente à pressão máxima de
Boca de rega ou lavagem de 0 20 mm (Re) 0,45
serviço admissível.
Em conformidade com as
Máquinas industriais e outros aparelhos
instruções do fabricante Os contadores são geralmente designados pelo seu caudal nominal, ao qual
corresponde determinado diâmetro nominal (DN).
3.3 Medição dos consumos de água A- perda de carga num contador deverá ser menor ou igual a 25 kPa ou
100 kPa, assim este valor esteja relacionado respectivamente com o caudal nominal
A medição dos consumos de água é feita através de aparelhos de medição,
ou máximo.
designados por contadores, que medem e registam o volume de água passado pelo
Os contadores deverão ser construídos de materiais cujas propriedades físicas e
seu interior.
químicas não sejam afectadas pelas variações da temperatura da água, não ponham
É da responsabilidade da entidade gestora da distribuição de água a definição em risco a saúde dos utentes, não sejam susceptíveis de corrosão e possuam resistên-
do tipo, calibre e classe metrológica do contador, tendo em conta as condições de cia mecânica adequada.
funcionamento da instalação a servir, nomeadamente no que se refere: No quadro III expressa-se, de acordo com a norma portuguesa [9], a relação exis-
às características físicas e químicas da água distribuída; tente entre o caudal nominal de referência e o diâmetro nominal (calibre), função do
• à pressão máxima de serviço admissível; tipo de ligação do contador às tubagens (roscada ou fiangeada).

lO 11
Sistemas Prediais de Distribuiçüo de Água Man.ual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO III 3.3.1 Localização dos contadores


Caudais nominais dos contadores [91
Os contadores devem localizar-se no interior dos edifícios, na zona de entrada ou
Caudatnominal (m3fhJ em zonas comuns, consoante se trate de um ou vários consumidores. Nos edifícios
Lig'açãáfian.geadéi com logradouros, os contadores deverão localizar-se no logradouro junto à zona de
Ligação. DN(JWn) Ligação_
Vóliuriétrico acesso, nos casos de um ou mais consumidores, ou em zona comum no interior do
roscada Woltinann
e turbina edifício, no caso de vários consumidores.
0.6 G 112 B Os contadores deverão estar posicionados de modo a facilitar a sua leitura e as
!.O G 1/2 B
operações de manutenção e conservação, pelo que deverá ser assegurada a adequada
iluminação do local, bem como a ausência de quaisquer obstáculos no seu acesso.
1,5 15 G 3/4 B
Os contadores devem ficar localizados sempre a um nível superior ao dos pavi-
2,5 20 G1B
mentos; nas situações em que sejam instalados em caixas com soleiras de cota infe-
3.5 25 G 1 1/4B rior à do pavimento, deverá ser acautelada a possibilidade de contaminação, através
6.0 30 G 1 1/ZB da utilização de meios construtivos que inviabilizem a entrada de água para o interior
!0.0 40 G2B das caixas.
15.0 15,0 50 DN50
20,0 25,0 65 DN65 3.3.2 Instalação dos contadores
30.0 40,0 80 DNSO
Os contadores devem ser instalados de forma a que fiquem protegidos contra
50.0 60,0 lOO DN 100
quaisquer acções externas que possam pôr em causa o seu correcto desempenho.
!00,0 125 DN 125 Neste sentido, cabe à entidade gestora definir as dimensões do espaço destinado à
100,0 !00,0 a 150,0 150 DN 150 instalação do contador e seus acessórios, através de especificações técnicas.
Os contadores podem ser instalados isoladamente ou em grupo; quando instala-
Os contadores são agrupados em quatro classes metrológicas, função dos dos em grupo, designa-se esse conjunto por uma bateria de contadores. Neste último
valores dos seus caudais mínimo e de transição. tipo de instalação é usual o estabelecimento de um circuito em anel, a partir do qual
No quadro IV referem-se os valores dos caudais mínimo e de transição, em fun- saem os ramais de introdução individuais.
ção do caudal nominal, para as quatro classes consideradas. Na instalação dos contadores dever-se-á ter em atenção os seguintes requisitos:
Deverão ser instalados quer a montante quer a jusante do contador secciona-
QUADRO IV mentos, preferencialmente com o sentido de escoamento assinalado;
Classes metrológicas dos contadores [91 Quando for previsível que a água possa transportar matéria em suspensão,
deverá ser instalado um filtro a jusante do seccionamento posicionado a mon-
Caudalnomilial (m'!h)
Classes tante do contador;
< 15 ?.15 Sempre que o tipo de contador o justifique, deverá ser instalado imediata-
A Caudal mínimo 0.0400 Qn 0,080 Qn mente a montante do contador um troço rectilíneo de tubagem ou um disposi-
____;C::a::u:::d=.al ~e transição 0.!000 Qn 0.300 Qn
tivo estabilizador do escoamento;
B Caudal mínimo 0.0200 Qn 0.030 Qn A montante do contador deverá existir um sistema de selagem entre o contador
Caudal de transição 0,0800 Qn 0,200 Qn
e a tubagem, de forma a garantir a sua retirada apenas pela entidade gestora;
c Caudal mínimo 0.0100 Qn 0.006 Qn O troço de ligação a jusante deverá possuir um comprimento tal que
Caudal de transição 0.0150 Qn 0,015 Qn
possibilite as operações de remoção ou conservação do contador;
D Caudal mínimo 0,0075 Qn Nos casos em que as condições de pressão excedam os limites fixados
Caudal de transição 0.0115Qn
regulamentarmente, deverá prever-se a instalação de válvulas de redução de
Qn - Caudal nominal pressão.

12 13
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

A figura 8 ilustra em corte alguns tipos de contadores. 4 CONCEPÇÃO DOS SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
As figuras 9 e I O ilustram de forma esquemática a instalação de um contador
isolado e de uma bateria de contadores. 4.1 Generalidades
Tão importante como o dimensionamento de uma instalação predial de dis-
tribuição de água, objectivando a optimização do seu desempenho funcional, é o
estabelecimento do seu correcto traçado e implantação, tendo não só em vista
aspectos de natureza regulamentar, mas também outros, como o econômico, ou a sua
interligação com as restantes instalações a implantar no edifício.
Neste sentido, para além das avaliações relativas às condições de abastecimen-
to de água, do tipo de edifício em presença e dos níveis de conforto e qualidade
pretendidos, reveste-se de primordial importância que o projectista coordene, com as
restantes especialidades intervenientes no projecto, os seguintes aspectos:
Localização dos contadores (arquitectura, gás e electricidade);
Contador de volume Contador de velocidade
Localização dos dispositivos de utilização (arquitectura);
Fig. 8- Contadores Localização dos elementos de produção de água quente (arquitectura, gás e/
ou electricidade);
Localização dos reservatórios de acumulação de água, quando tal se justifique
I -Sentido do eSCOllmento (arquitectura e estabilidade);
2- Seccionamentos
3- Filtro
Localização dos sistemas elevatórios e/ou sobrepressores, quando tal se justi-
4 ~Contador fique (arquitectura, estabilidade, electricidade e instalações mecânicas);
Posicionamento da rede nas zonas comuns do edifício (arquitectura, estabili-
dade, electricidade e instalações mecânicas);
Fig. 9- Instalação de um contador Posicionamento da rede no interior das zonas privadas de cada consumidor
(arquitectura, electricidade e instalações mecânicas).

Está vedada a possibilidade de qualquer ligação entre a rede predial de distri-


buição de água e as redes prediais de drenagem de águas residuais, como forma de
prevenir a não contaminação da água distribuída.

4.2 Constituição das redes de distribuição


As redes prediais de distribuição de água são constituídas pelas seguintes partes:
Ramal de ligação: canalização compreendida entre a rede pública e o limite
da propriedade a alimentar;
Ramal de introdução colectivo: canalização compreendida entre o limite da
propriedade e os ramais de introdução individuais dos atentes;
Ramal de introdução individual: canalização compreendida entre o ramal
de introdução colectivo e os contadores individuais dos utentes, ou entre o
limite predial e o contador, no caso de se destinar à alimentação de uma só
Fig. 1O- Instalação de uma bateria de contadores habitação;

14 15
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Ramal de distribuição: canalização compreendida entre os contadores indi- distribuição de água, procede-se ao seu traçado definitivo, tomando em consideração
viduais e os ramais de alimentação; os seguintes aspectos:
Ramal de alimentação: canalização destinada a alimentar os diferentes dis- O traçado das canalizações deverá ser constituído por troços rectos, com
positivos de utilização instalados;
trajectórias horizontais e verticais, ligados entre si através de acessórios
Coluna: canalização de prumada de um ramal de introdução ou de um ramal apropriados; os troços com trajectórias horizontais deverão possuir inclinação
de distribuição.
ascendente no sentido do escoamento do fluido, de cerca de 0,5 %, de forma
A figura 11 ilustra de forma esquemática a constituição duma rede predial de a facilitar a saída do ar das tubagens (fig. 12);
distribuição.
QUADRO V
Canalizações e acessórios [5}
Símbolo Designaçlió
Canalização de água fria

I -Ramal de ligação Canalização de água quente


2- Ramal de introduçào
3 - Ramal de distribuição Canalização de água quente de retorno
4- Coluna Canalização de água para combate a incêndios
5- Ramal de alimentaç!lo
Caleira para alojamento de canalizações ou encamisamento

Cruzamento com ligação

Cruzamento sem ligação

Fig. ll -Rede de distribuição de água Junta de dilatação

4.3 Simbologia de representação dos sistemas de distribuição Prumada ascendente com mudança de piso

Prumada descendente com mudança de piso


A representação esquemática, em projecto dos sistemas de distribuição predial
de água, conduz normalmente à obrigação do uso de uma representação simbólica -)---- Queda da canalização da esquerda para a direita
dos elementos representados, devendo o projectista em todas as peças desenhadas
--(- Queda da canalização da direita para a esquerda
referenciar a simbologia utilizada.
Neste contexto, e como forma de possibilitar uma mais fácil leitura e entendi- Filtro
mento pelo universo dos projectistas no domínio dos edifícios, é de todo o interesse Purgador de ar
usar a mesma simbologia para a representação dos sistemas prediais de distribuição
Torneira de serviço (sem ou com boca roscada)
de água.
Neste sentido os quadros V e VI reproduzem os símbolos e siglas de representa- Torneiralvó.lvula de seccionamento
ção apontados pelo Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distri-
Válvula de flutuador
buição de Água e de Drenagem de Águas Residuais, os quais deverão ser tomados
como referência. Válvula redutora de pressão

Válvula de retenção
4.4 Instalação e traçado das redes de distribuição
Válvula de segurança
Após a coordenação e definição, com as restantes especialidades intervenientes
Vaso de expansão
no projecto, dos espaços e percursos destinados à implantação do sistema predial de

16 17
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO VI
Aparelhos e materiais [5]

Autoclismo

Boca-de-incêndio interior

Boca-de-incêndio ou de rega exterior

Contador
Fig. 12 -Declive das tubagens
Esquentador
--l-F Fluxómetro

Marco de incêndio

Termoacumulador eléctrico

Termoacumulador a gás

Depósito de água quente

Sistema de regularização

Bomba

Grupo de pressurização

FG Ferro galvanizado Fig, 13 - Instalação de tubagem sem acessórios

FP Ferro preto
FF Ferro fundido As canalizações podem ser instaladas à vista, embutidas, em caleiras, galerias
PE ou tectos falsos (fig. 14);
Polietileno
pp Polipropileno
PVC Poli cloreto de vinilo
Cu Cobre
AI Aço inox

Em tubagens em que não seja necessário proceder à utilização de acessórios


para mudanças de direcção (por ex.: cobre em rolo ou polietileno de alta den-
sidade), dever-se-á prever a sua instalação a profundidades tais que possi-
bilitem a execução de raios de curvatura adequados na transição de parede
para parede (fig. 13); Fig. 14 -Instalação de tubagens

18 19
Sisremas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Na opção dos percursos a seguir pelos elementos de tubagens, sempre que


possível e que tal não ponha em causa o seu correcto desempenho, deverá Tuba em
optar-se pelos de menor dimensão, o que conduzirá à obtenção de custos mais
baixos, bem como a menores perdas de carga e tempos de retenção da água
nas tubagens;
As canalizações destinadas ao transporte de água quente devem, sempre que
os traçados o permitam, desenvolver-se paralelamente às destinadas ao trans-
porte de água fria, afastadas entre si de uma distância não inferior a 0,05 m, e
[
posicionadas sempre num plano superior (fig. 15);

Fig. 16- Situações de interdição de instalação de tubagens

I - Tubagem de água quente Nas tubagens destinadas à distribuição de água quente, deverá prever-se a
2- Tubugem de água fria aplicação de isolantes térmicos envolventes;
Os ramais de ligação deverão ser instalados a uma profundidade ;;:: 0,8 m, que
Fig. 15 -Instalação de tubagens de água quente e fria
pode ser reduzida para 0,5 m nas zonas não sujeitas a circulação viária;
Os estabelecimentos comerciais e industriais devem ter, em princípio, ramais
As partes da rede destinadas a servir mais de um consumidor deverão ficar de ligação privativos;
localizadas em zonas comuns do edifício; Nas tubagens não-embutidas deverá identificar-se o tipo de água transportada,
As canalizações destinadas à condução da água em zonas exteriores ao edifí- de acordo com a norma portuguesa [70].
cio podem ser instaladas em valas, paredes ou caleiras, devendo-se considerar
aspectos como o clima da região, o que poderá levar à necessidade do seu 4.5 Distribuição aos dispositivos de utilização
isolamento térmico, bem como a sua protecção mecânica;
,. A distribuição aos diferentes dispositivos de utilização é feita através de ramais
Em caso algum as canalizações deverão desenvolver-se sob elementos de
fundação. em zonas de acesso difícil, ou ser embutidas em elementos estru- de alimentação, entre os quais poderá ser estabelecida uma ligação directa, ou feita
turais ou em pavimentos (admite-se esta última situação nos casos de tubagens através de pequenos troços de tubagens rígidas ou flexíveis que estabelecem a liga-
flexíveis protegidas por bainhas), em chaminés ou condutas de ventilação ção entre o dispositivo e o respectivo ramal de alimentação.
(fig. 16); Os ramais de distribuição, de onde emergem os diferentes ramais de alimentação,
Deverão ser evitados traçados da rede que impliquem elevadas perdas de deverão preferencialmente ter um desenvolvimento segundo trajectórias horizontais,
carga no escoamento: localizados em zonas que se preveja, de acordo com a coordenação estabelecida com
Sempre que o traçado da rede não seja de molde a facilitar a saída do ar das as restantes especialidades intervenientes no projecto, serem pouco susceptíveis de
tubagens, deverá equacionar-se a necessidade da instalação de purgas de ar; sofrer agressões mecânicas provenientes de elementos destinados à fixação de uten-
Deverá prever-se a instalação de válvulas de seccionamento à entrada dos sílios ou aparelhos. Por outro lado, os ramais de alimentação emergentes deverão
ramais de distribuição, a montante de purgadores de ar, nos ramais de desenvolver-se preferencialmente na vertical, tendo em conta os requisitos relativos
introdução, a montante e ajusante dos contadores, nas entradas das diferentes à sua protecção mecânica atrás referidos.
instalações sanitárias, nos ramais de alimentação de autoclismos, de equi- As figuras 17 e 18 ilustram, respectivamente, o desenvolvimento e o posicio-
pamento de lavagem, ftuxómetros e equipamentos destinados à produção de namento das redes de distribuição no interior de uma cozinha e de uma instalação
água quente; sanitária.

20 21
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Sistenws Prediais de Distribuição de Água

Na alimentação de fl.uxómetros. sempre que as condições de caudal e pressão, Ar


de acordo com as especificações do fabricantes, não sejam de molde a assegurar
um correcto funcionamento destes dispositivos, dever-se-á instalar a montante do
dispositivo um reservatório de compensação (fig. 19), o qual terá ainda como função Águo

-
o amortecimento de possíveis choques hidráulicos que ocorram.
Na distribuição de água aos aparelhos sanitários deverão ser tomadas medidas
adequadas que impeçam a contaminação da água distribuída, através de formas que
impeçam o contacto entre água distribuída e águas residuais, bem como de dispositi-
vos que evitem o retomo de água acumulada para as canalizações de distribuição, na ~'=::::=>-+ F
eventualidade de se verificar depressão na rede de distribuição.
Fig. 19- Instalação de um fluxómetro

4.6 Remodelação ou ampliação de sistemas

E
A renovação dos sistemas de distribuição de água conduz normalmente tam-
LI ~ Ml/Mr bém à sua ampliação: a introdução de melhorias da habitabilidade nos fogos, que
? normalmente se traduz numa introdução de novos e mais sofisticados aparelhos,
' conduz inevitavelmente à necessidade de garantir maiores caudais e pressões na
~ E
<5 distribuição.
ci
+<
Nesse sentido, sempre que o projectista esteja em presença de um projecto de
ampliação ou de renovação de um sistema de distribuição, deverá comprovar a capa-
cidade do sistema existente de dar resposta às necessidades dos novos equipamentos
H- Função do tipo de dispositivo de utilização instalados, bem como garantir o correcto funcionamento da globalidade do sistema.
Em caso de necessidade, deverá equacionar-se a possibilidade de substituição ou
Fig. 17 - Posicionamento da rede no interior de uma cozinha
criação paralela de um novo ramal colectivo.
Deverá também prever-se a substituição das tubagens existentes nos casos em
Ch que tenham sido usados materiais cuja utilização esteja actualmente proibida (por
ex.: chumbo), ou nas situações em que o seu estado de conservação não seja fiáve1.

Mi
F 5 NÍVEIS DE CONFORTO E QUALIDADE DOS SISTEMAS
Br
F .E ~
5.1 Generalidades

Os níveis de conforto e de qualidade dos sistemas prediais de distribuição


de água serão função das exigências de utilização previstas para o edifício em
presença.
/ É fácil de entender que o desempenho funcional dos sistemas prediais de distri-
buição de água em edifícios de luxo poderá em alguns aspectos, sem nunca pôr em
H- Função do tipo de nutoclismo causa uma resposta adequada às necessidades dos utentes, ser diferente do de uma
habítação social, ou de um balneário.
Fig. 18- Posicionamento da rede no interior de um WC

23
22
Sistemas Prediais de Distribuição de A.gua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Neste contexto, enumeram-se de seguida quais os factores que de certa forma dispositivo de aquecimento e à sua chegada ao dispositivo de utilização, ou no seu
podem influenciar os níveis de conforto e de qualidade dos sistemas de distribuição regresso ao dispositivo de aquecimento, nos casos de existência de tubagem de
predial de água: retorno; deste modo obtêm-se sistemas de produção de água quente de menor custo
Caudais disponibilizados; de funcionamento, bem como uma mais fácil satisfação das condições desejáveis de
Pressões asseguradas; temperatura da água nos dispositivos de utilização.
Coeficientes de simultaneidade; Outros factores a considerar serão a possível influência na temperatura
Isolamento térmico; ambiente das compartimentações por onde passam as tubagens transportando
Ruídos. água quente ou, no caso de tubagens à vista, o risco de agressão física dos utentes,
através de eventuais queimaduras por contacto com os tubos.
Posteriormente, procede-se à sua análise individual, através da identificação das
causas da sua interferência na qualidade das instalações, referindo-se simultanea-
mente algumas acções tendentes a atenuar os seus efeitos negativos. 5.4 Ruídos
Tendo em conta a legislação nacional aplicável [61], não deverão as instalações
5.2 Caudais, pressões e coeficientes de simultaneidade prediais de distribuição de água produzir ruídos que ultrapassem os valores prescri-
tos, de acordo com os diferentes tipos de edifícios, de forma a não pôr em causa o
De acordo com o referido em 3.2, os caudais atribuídos aos diferentes disposi-
conforto dos utentes.
tivos de utilização instalados (caudais instantâneos) deverão assumir valores iguais
Neste sentido, serão facadas seguidamente as principais causas das pertur-
ou superiores aos mínimos especificados, de forma a que a afectação do somatório
bações sonoras provocadas por este tipo de instalações, bem como algumas formas
desses caudais pelo coeficiente de simultaneidade (o qual terá por função expressar
tendentes a atenuar ou suprimir os seus efeitos.
a probabilidade da entrada em funcionamento simultâneo dos dispositivos de utili-
O regime de escoamento dum fluido no interior duma tubagem pode processar-
zação instalados, possibilitando a determinação dos caudais a considerar para efeito
-se de modo laminar ou turbulento. A passagem do escoamento laminar, o qual é
de dimensionamento das redes, ou seja, os caudais de.cálculo) ·não ponha em causa o
caracterizado como um escoamento que se processa silenciosamente, a turbulento
funcionamento adequado dos dispositivos de utilização instalados.
dá-se para valores do número de Reynolds da ordem dos 2000, o qual é definido
Como se depreende, são de relevante importância. para os níveis de desempenho
pela expressão:
esperados da instalação projectada, não só os valores de caudal instantâneo atri-
buídos aos dispositivos de utilização, mas também o coeficiente que vai afectar o v·D
R=- (2)
somatório desses caudais, os quais conduzirão à obtenção de maiores ou menores ' v
caudais de cálculo; poder-se-á assim inferir que este factor deverá ter em atenção em que:
o tipo e as características da instalação projectada, bem como o nível qualitativo
Re - número de Reynolds
pretendido para o funcionamento desses sistemas.
v - velocidade média de escoamento (m/s)
Outro factor relevante no nível da qualidade esperado no desempenho do
sistema, com especial incidência no desempenho de alguns dispositivos (por ex: D - diâmetro da tubagem (m)

esquentadores e fl.uxómetros), são as condições de pressão asseguradas nos dispo- v - viscosidade cinemática (m2 /s)
sitivos de utilização instalados, as quais deverão situar-se entre 50 kPa e 600 kPa;
onde a viscosidade cinemática será obtida através da relação:
para obtenção de melhores condições de conforto e durabilidade dos materiais
constituintes das redes, recomenda-se que oscilem entre 150 kPa e 300 kPa
v= 1:': (3)
p
5.3 Isolamento térmico em que:
O isolamento térmico das tubagens assume especial importância quan- v - viscosidade cinemática (m2 /s)
do se trata do transporte de água quente, opção técnica que deverá ser sempre ).l - viscosidade dinâmica (kg/m.s)
contemplada, para reduzir o gradiente entre a temperatura da água à saída do p -massa específica do fluido (kg/m3 )

24 25
Sistemas Prediais de Distribulçõ.o de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

No quadro VII apresentam-se alguns valores da viscosidade cínemática da água


em função da sua temperatura.

QUADRO VII
Viscosidade cinemática da água
Telnpú(:úura-'da áilui(OC) · lO 20 30 40 50 60 80 100
·vüCosiiaJe·· dfn~~tf~~'· 1,31 1,01 0,83 0,66 0,56 0,47 0,37 0,29
(xlri-'m'ls)' .

A circulação da água a velocidade excessiva e/ou a elevadas pressões constitui 1 -AJ:


fonte de vibrações, as quais se propagam através da água e das tubagens. Como 2-Água
forma de evitar este tipo de perturbações, as velocidades de circulação da água 3 - Diafragma
4-Mola
deverão oscilar entre 0,5 rnls e 2 mls; nas situações em que se pretendam elevados
níveis de conforto, deverá limitar-se a velocidade de circulação a 1 m/s. No que
Fig. 20 - Câmaras de amortecimento de golpe de aríete
se refere aos níveis de pressão estes deverão preferencialmente oscilar entre
!50 kPa e 300 kPa.
As mudanças bruscas de diâmetro, bem corno a existência de singularida-
Quando a rede alimenta dispositivos de utilização de fecho brusco (ex.:
des (acessórios de ligação entre troços de tubagens) nas redes, são causadoras de
fl.uxómetros), ou quando se dá a paragem de um elemento de bombagem, se a
turbulências no escoamento e fenômenos de cavitação, com a consequente produ-
tubagem horizontal de alimentação ou de descarga é de pequeno diâmetro, o que faz
ção de ruídos, os quais podem ser atenuados pelo recurso a soluções de percursos
aumentar a velocidade de escoamento da água, podem ocorrer fenômenos de choque
simples, utilização de acessórios que evitem variações bruscas e adopção de rp.udan-
hidráulico (golpe de aríete).
ças graduais de diâmetros.
Quando se dá a interrupção do fluxo de água numa tubagern vertical esta pára
As tubagens quando sujeitas a fenômenos vibratórios, se não forem tomadas
quase instantaneamente, devido ao efeito da força da gravidade, verificando-se em
simultâneo na tubagem horizontal uma paragem mais gradual do fluxo de água, o algumas medidas de precaução, transmitem-nos ao edifício, e são também fonte de
que vai provocar descontinuidade no fluxo; esta redução da velocidade da água na produção de ruídos. Estes fenómenos podem ser atenuados através do recurso à in-
tubagem horizontal provoca o seu retrocesso por efeito do vácuo criado na tubagem terposição entre as tubagens e os acessórios de fixação, entre os acessórios de fixação
vertical, o que produz um choque hidráulico no momento em que se dá o choque da e o suporte, ou entre as tubagens e os elementos atravessados por estas, de isolantes
água em retorno com a água que se encontra na tubagem vertical. com características elásticas (ex.: cortiça, borracha, etc.), como se exemplifica na
Uma solução para obviar os efeitos do golpe de aríete e a consequente figura 21.
produção de ruídos é a instalação de reservatórios de amortecimento (figuras 19 e Quando as tubagens ficam sujeitas a significativos gradientes térmicos (tubagens
20), colocados nos extremos altos das instalações ou junto do aparelho ou sistema destinadas ao transporte de água quente), há lugar a variações das suas dimensões,
que lhe possa dar origem.
A sobrepressão provocada por um golpe de aríete no interior duma tubagem
poderá ser determinada através da expressão:
P~ 19,62-v·l
(4)
g.t
em que:
P - sobrepressão (kPa)
v -velocidade média de escoamento do fluido (rn!s)
I -Material isolante elástico
I -comprimento da tubagem (m) 2-Manga
g - aceleração da gravidade (mfsl)
t -tempo da alteração brusca (s) Fig. 21 -Isolamento das canalizações relativamente aos suportes

26 27
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distl"ibuição c Drenagem de Águas

com o consequente reajustamento no posicionamento das tubagens. acompanhados As instalações elevatórias e/ou sobrepressoras, sempre que entram em funcio-
da produção de ruídos; estes efeitos podem ser atenuados ou evitados pelo recurso namento, transmitem vibrações quer às canalizações quer ao edifício, com a con-
à inserção na rede de juntas de dilatação, cujo espaçamento deverá ser função da sequente produção de ruídos. Estes efeitos poderão ser atenuados atravé_s da im-
natureza dos materiais constituintes das tubagens (:fig. 22). plantação destes elementos o mais longe possível das zonas habitadas, recorrendo
O ar arrastado no interior das tubagens acumula-se nos pontos altos da rede, à interposição de embasamentos isolados e :fixações elásticas na sua ligação com os
provocando devido à sua compressibilidade perturbações no escoamento, as quais elementos de suporte e à inserção de juntas elásticas nas conexões entre os elementos
geralmente conduzem à produção de ruídos. Para atenuar os efeitos da acumulação de bornbagem e as tubagens (:fig. 24).
de ar, as redes devem ser instaladas com pendentes que facilitem a sua saída através
dos dispositivos de utilização. Nas colunas, quando nos seus extremos mais elevados
não for possível a saída do ar pela forma referida atrás, deverão instalar-se nesses
locais válvulas de purga (fig. 23).
_____1!___ _
Fig. 24- Inserção de juntas elásticas

Também alguns aparelhos e dispositivos de utilização são não raramente fonte


de produção de ruído, pelo que deverá optar-se pela instalação de equipamentos
certificados.

5.5 Produção de água quente

I -Abraçadeira fl;.:.a As instalações de produção de água quente deverão ser concebidas e dimensio-
1- Abraçadeira móvel nadas tendo em conta o fim a que se destinam, o nível de qualidade pretendido, o nú-
Fig. 22 - Inserção de juntas de dilatação mero e tipos de dispositivos a alimentar e a simultaneidade prevista para o número de
dispositivos de utilização instalados, de modo a evitar deficiências no abastecimento,
traduzidas por acentuadas variações de caudal e de temperatura da água distribuída,
conduzindo a níveis de desempenho pouco satisfatórios.

6 TUBAGENS: MATERIAIS CONSTITUINTES E INSTALAÇÃO


6.1 Generalidades
- Na selecção do material constitutivo das redes de distribuição de água fria e
quente não deverão ser considerados apenas factores de ordem econômica e
condições de aplicação, mas importa também conhecer a composição quími-
ca da água distribuída e sua temperatura, uma vez que nem todos os materiais se
comportam da mesma forma perante águas com diferentes composições químicas e
Fig. 23 - Instalação de pendentes e de purgadores de ar temperaturas.

28 29
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Seguidamente enumerar-se-ão os principais tipos de tubagens utilizados na No quadro VIII apresentam-se algumas características físicas dos metais
distribuição predial de água, quer metálicas quer termoplásticas. Referir-se-ão alguns mencionados.
aspectos relacionados com a sua selecção, tendo em conta os factores anteriormente
mencionados, bem como algumas medidas tendentes a evitar fenómenos de corrosão QUADRO VIII
nos tubos metálicos e finalmente alguns aspectos relacionados com as tecnologias Características físicas de alguns metais
de instalação. : >·<_··.-:~.-~--_::te_:.~. ~(io:_,:..:n_·;_:._:_.;·y_::i:}_"> "GéfnaUtrbilidliài,~-· t;;:>-_:-:_--Qâêfi.C:i~n.·t{;>_ :· .'·_:·.-
A figura 25 ilustra alguns tipos de elementos de suporte ou amarração ae_··,.di_4tã:·~,'tf~CÇ?q::.: ·'" ·:~;;·>\J~if;Ji5$â;:; ··- :gé,'dy~laÇ~c{iiti~4r ·
(abraçadeiras) utilizados na instalação de tubagens, quando não embutidas. ,(Ml'a)': , .:, (:Wim/K) i, J:. , ' ;;;(mlm:K)' '· ·,,
Aço 363-441 58 0,000012
Aço inox 735-980 16 0,000016
Cobre 216 295-365 0,000017

A pressão de rotura dum tubo poderá ser determinada de forma aproximada


através da expressão:
(5)

em que:
P, -pressão de rotura (Pa)
ar -tensão de rotura à tracção (Pa)
e -espessura da parede do tubo (m)
D.mt -diâmetro interior do tubo (m)

Como pressão máxima de trabalho deverá considerar-se uma pressão de cerca de


Fig. 25- Alguns tipos de abraçadeiras
1/6 da pressão de rotura, anteri01mente referida.
Um factor a que se deve dar especial atenção, aguando da instalação de tubagens
6.2 Thbagens metálicas metálicas e fundamentalmente sempre que estas se destinam ao transporte de água
quente, são as variações no comprimento causadas pelas variações da temperatura
6.2.1 Considerações gerais da água. Estas variações lineares, provocadas pela dilatação das tubagens, podem ser
determinadas através da expressão:
As tubagens metálicas continuam a t~r uma grande utilização nos sistemas de
distribuição de água quente e fria. Os metais mais utilizados no fabrico destas tuba- (6)
gens são, pela ordem indicada, o aço galvanizado (ferro galvanizado), o cobre e o
em que:
aço inox. Os tubos de aço (ferro preto) têm a sua utilização praticamente restringida
AL -variação do comprimento (m)
ao fabrico de sistemas em circuito fechado, ou quando se verifica a necessidade de
e -coeficiente de dilatação linear (m/°C.m)
utilização de grandes diâmetros. L -comprimento do tubo considerado (m)
As tubagens e acessórios que constituem os sistemas de distribuição devem ser !:::..T - variação de temperatura (0 C)
preferencialmente fabricados no mesmo metal; quando se utilizam metais diferentes,
Sempre que os troços de tubagem excedam 5 m ou 8 m, respectivamente para as
deverão ser tomadas medidas que evitem o seu contacto directo, interpondo entre
tubagens de cobre ou aço, na situação de não-embutidos, deverão criar-se juntas ou
ambos juntas dieléctricas, as quais vão evitar a eclosão de fenómenos de corrosão
curvas de dilatação com o próprio tubo ou com compensadores, de forma a possibi-
provocados pelo contacto entre metais com nobrezas diferentes. litar que as variações lineares térmicas ocorram livremente (fig. 27).

30 31
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águ.as

Na situação de tubagens embutidas, sempre que o seu comprimento assuma va- 6.2.2 Tubagens de aço galvanizado
lores significativos, estas deverão preferencialmente ser envolvidas com material
Os tubos de aço galvanizado continuam a constituir grande parte dos sistemas de
isolante, o qual vai permitir a absorção axial da dilatação linear (fig. 26); quando
distribuição de água no nosso país.
não se pretenda isolar toda a tubagem, dever-se-á colocar, nos pontos de mudança
de direcção, material plástico (ex: espuma flexível de polietileno) com espessura que A protecção destas tubagens de aço, no sentido de lhes conferir uma maior
possibilite a absorção da dilatação linear prevista (fig. 26). capacidade de resistência à oxidação, é feita através da deposição dum revestimento
A figura 27 ilustra de forma esquemática uma situação de instalação correcta de zinco fundido obtido por imersão (galvanização).
de tubagens à vista, de forma a possíbilítar que se dêem livremente os movimentos Ainda no sentido de garantir uma maior durabilidade destas tubagens evitando
devidos à variação do seu comprimento. fenômenos de corrosão, deverão evitar-se velocidades de escoamento da água quer
muito baixas, quer muito elevadas. Neste âmbito e no que Stfrefere ao transporte de
água quente, deverão ser evitadas temperaturas superiores a 60° C.
Estas tubagens são geralmente comercializadas em varas de 6 m, com diâmetros
nominais que oscilam entre 8 e 150 mm (quadro IX).
Na ligação entre os diversos troços de tubagem deverão ser utilizados pre-
ferencialmente acessórios do mesmo material (no quadro X apresentam-se
tipos de acessórios geralmente comercializados); para tubos de grandes diâmetros

QUADRO IX
1 -Isolante Dimensões mais usuais das tubagens de aço galvanizado [48]
2- Material com cumcterísticas elásticas ...
Série 'média Série -iig'eil:a 2
Diâmetro
DN Diâmetro. ixt'erior Espessurq .··p'iâmeÚ'(F extef.i(f( ·
exterior Espessura
(mm) (lnm) -~ap'arede (mm)
(mm) dctParede
Fig. 26 - Instalação por embutimento de tubagens, (rhm)
Máximo Mínimo Máxiinb.- Mínimo (mm)
tendo em conta os fenómenos de dilatação
8 13.5 14,0 13,2 2,3 13,6 13.2 1.8
10 17,2 17,5 16,7 2.3 17.1 16,7 i,S
15 21.3 21,8 21.0 2,6 21,4 21,0 2,0
20 26.9 27,3 26,5 2,6 26.9 26.4 2.3
25 33,7 34.2 33.3 3,2 33,8 33,2 2,6

" 32 42,4 42.9 42,0 3,2 42,5 41,9 2.6


40 48,3 48,8 47,9 3.2 48,4 47.8 2.9
50 60.3 60.8 59,7 3,6 60,2 59.6 2.9
'I~
65 76,1 76,6 75,3 3.6 76.0 75,2 3.2
" 80 88,9 89,5 88,0 4,0 88,7 87.7 o
0,-
o
100 114.3 115,0 113.1 4.5 113.9 113.0 3,6
125 139.7 140.8 138.5 5,0
" = 150 165.1 166.5 163,9 5.0
Tolerâncius admitidas para as espessuras da purede dos tubos:
• Série média:+ sem limite;- 12,5%:
Fig. 27 -Instalação à vista de tubagens. tendo em conta os fenómenos de dilatação • Série ligeira 2: +sem limite:- 8%.

12 33
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

poder-se-á recorrer a soldadura por latão, a qual no entanto, devido ao aquecimento, QUADRO X
poderá ocasionar nas regiões vizinhas destruição do revestimento de zinco. Deverão Acessórios de ferro fundido maleável galvanizado (continuação)
ainda ser evitadas dobragens dos tubos, as quais poderão provocar a descamagem do
revestimento protector.
QUADRO X
Tampão
Acessórios de ferro fundido maleável galvanizado
,',','!:::-,·:-':-. :·:-.:.''"''"--:-_'.>
?Já~s-igna_çlío. · Porca-batente

Curva macho-fêmea
Junção sede plana

Curva
Junção sede plana macho-fêmea

Curva macho-fêmea 45° Junção sede cónica

t Curva 45° Junção sede cónica macho-fêmea

União de cruzamento União macho-fêmea

tíP i}' Joelho com ou sem redução


Deverá evitar-se, a montante das tubagens de ferro galvanizado, a instalação
de sistemas ou tubagens de cobre, mesmo onde não se verifique um contacto

..
a
f
~
qf
Joelho macho-fêmea

Tê com ou sem redução

União com ou sem redução


directo entre as partes, porque os iões de cobre dissolvidos na água à sua passa-
gem por tubagens de cobre vão provocar corrosão nas tubagens de ferro galvanizado
instaladas ajusante.
A execução de cortes e a abertura de roscas deverão ser efectuadas de forma
cuidada, de modo a garantir uma perfeita concordância entre elementos roscados,
bem como a não provocar danos no revestimento de protecção. Como elemento de
vedação poder-se-á usar estopa de linho ou fita vedante.
I União com rosca direita-esquerda Estas tubagens podem ser instaladas à vista, embutidas (nesta situação não

•* ..•
deverão ser postas em contacto com argamassas que integrem cal ou areias com
Casquilho duplo com ou sem redução significativas quantidades de sal), em caleiras, galerias ou tectos falsos; nos casos
em que fiquem visíveis deverão ser identificadas de acordo com o tipo de água
transportada. Nas situações de não-embutimento, deverão ser fixadas através de ele-
Casquilho macho-fêmea de redução
mentos de suporte ou amarração (abraçadeiras), de modo a assegurar a sua correcta


fixação e a permitir que se dêem livremente eventuais contracções ou dilatações .
Taco No quadro XI indicam-se os afastamentos máximos a considerar entre elementos de
suporte/amarração.

34 35
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO XI
Afastamento máximo entre abraçadeiras para tubagens
de aço galvanizado

Diâmetro inte'rior do,tubo


(mm)

::; 20
Espaçamento máximo
entre abraçadeirâs, ,.
(m)

1.5
--
ir União $O!dada União de compressão

2,25

3,00
,.-
>40
! ~
I \
Como forma de garantia da qualidade das instalações, só deverão ser utilizadas
tubagens portadoras de certificado de ensaio realizado por entidade acreditada para
'-

I I
"'
o efeito, o qual deverá comprovar fundamentalmente as condições de aderência do
revestimento, a espessura da camada de zinco e a sua uniformidade. ~--

União de rebordo forçado União de ajustamento em cone


6,2,3 Thbagens de cobre
Caracterizados por uma grande durabilidade em uso, os tubos de cobre, apesar Fig. 28 - Tipos de ligações de tubos com acessórios
de terem um custo superior ao dos tubos de ferro galvanizado, possuem determina-
das características, como sejam uma boa plasticidade, uma excelente condutibilida- QUADRO XII
de térmica, boa resistência química, reduZida tendência aos encmstamentos e uma
Dimensões mais usuais das tubagens de cobre [ 49]
grande facilidade de instalação em obra, que os tornam competitivos em termos de
custo finaL DN Diâmetro exterioT (mm) ESpessura da parede
Como garante de uma boa durabilidade, evitando fenômenos de corrosão, (mm) Máximo Mfnimo (mm)
deverá o material destas tubagens ter teores de carbono superficiais inferiores a 8 8,04 7,96 0,75
< 0,4 mg/dm 2 na sua superfície interior; deverá ainda evitar-se o seu uso em águas 10 10,04 9,96 0,75 I,
com pH :s;: 7 ou durezas muito baixas, bem como velocidades de escoamento da água
12 12,04 11,96 0,75 1
demasiado elevadas. Neste âmbito e no que se refere ao transporte de água quente,
14 14,04 13,96 0,75
deverão ser evitadas temperaturas muito superiores a 60° C.
Estas tubagens são geralmente comercializadas em varas de 5 m ou em 15 15,04 14,96 0,75
rolos de 25 m ou 50 m, com diâmetros que geralmente oscilam entre 8 e 54 mm 16 16,04 15,96 0,75
(quadro XII). Actualmente começam a aparecer no mercado tubos com maiores 18 18,04 17,96 0,75
diâmetros. 22 22,05 21,95 1,2
Na ligação entre os diversos troços de tubos deverão ser utilizados acessórios 28 22,05 22,95 1,2
de cobre, latão ou bronze. Estes acessórios, de acordo com as suas características,
35 35,06 34,94 1,2
podem ser ligados aos tubos por pressão, com recurso a anéis de pressão, ou por
42 42,06 41,94 1,2
soldadura capilar; nestes casos o material de adição deverá ser isento de chumbo
(fig. 28). 54 54,06 53,94 1,2
No quadro XIII apresentam-se tipos de acessórios geralmente comercializados, Tolerância admitida para
± 10% ± 13% ± 13%
para união por soldadura. as espessuras de parede:

36 37
Sistemas Prediais de DütribUt'çiio de Agua Manlfflf dos Sistemas Prediais de Distribuiçilo e Drenagem de Aguas

QUADRO XIII Estas tubagens podem ser instaladas à vista. embutidas, em caleiras, galerias
Acessórios para tubos de cobre ou tectos falsos; nas situações em que se lhes possa ter acesso, deverão ser iden~
tificadas de acordo com a natureza da água transportada {70]. Nas situações de
não-embutimento, deverão ser fixadas através de elementos de suporte e/ou amarra-
ção (abraçadeiras), em quantidade que assegure a sua correcta fixação e possibilite
Curva 90° que se dêem livremente eventuais contracções ou dilatações. No quadro XV indicam-
-se os afastamentos máximos a considerar entre elementos de suporte/amarração.
Como forma de garantia da qualidade das instalações, só deverão ser utilizadas
Curva 45°
tubagens portadoras de certificado de ensaio realizado por entidade acreditada para
o efeito, no qual deverão constar os teores de carbono nas superfícies interiores.
Joelho
QUADRO XV
Afastamento máximo entre abraçadeiras para tubagens de cobre
Tê com ou sem redução

8 g União com ou sem redução

25 $e$42 1,80
A execução de cortes deverá ser efectuada de forma cuidada, de modo a evitar >54 2,50
a ovalização dos tubos. Nos casos em que se recorra à utilização de acessórios com
anéis de pressão, de forma a evitar a sua deterioração, deverá proceder-se à remoção 6,2.4 Tubagens de aço inox
das rebarbas eventualmente criadas com a operação de corte.
As dobragens deverão ser efectuadas com raios de curvatura amplos, em função As tubagens de aço inox, à semelhança do que se passa com as tubagens de
dos seus diâmetros, de forma a e':itar a redução das suas secções interiores e a exis- cobre, podem em alguns casos apresentar-se como uma solução competitiva, devido
tência de tensões elevadas nessas· zonas, as quais poderão dar lugar a reduções da sua às suas propriedades, as quais se traduzem fundamentalmente numa grande durabi-
resistência mecânica. lidade, na grande maioria das situações de uso.
Para além de possuírem praticamente as mesmas características de utilização
O quadro XIV indica os raios de curvatura mínimos para os diferentes diâmetros
referidas para os tubos de cobre, acresce ainda que o aço inox possui uma maior
considerados, medidos e~ relação ao eixo dos tubos.
resistência à tracção, o que possibilita uma redução da espessura dos tubos para as
QUADRO XIV mesmas condições de pressão.
Como garante de uma boa durabilidade, evitando fenômenos de corrosão,
Raios de curvatura para tubos de cobre [50]
deverá o material destas tubagens conter teores de crómio não inferiores a 16%.
:Diarriiitro::e;:rertb·r>.'·: "··' 1Úlió ~déié;nYatJ~a · Os tipos de aço inox mais aconselhados para a distribuição predial de água
'(mm!·• ·· . (,~u1i) são os ferríticos e austeníticos, os quais geralmente se caracterizam por pos-
s JI suírem teores de crómio de valor não inferior ao atrás referido. Neste âmbito,
!O 35 deverá evitar-se o seu uso no transporte de águas com elevados teores de cloretos
(> 213 mgll); e deverão evitar-se temperaturas da água superiores a 50° C.
12 39
Estas tubagens são geralmente comercializadas em varas de 4 a 7 m, com diâme-
14 43
tros que geralmente oscilam entre 10 e 54 mm (quadro XVI).
15 48 Na ligação entre os diversos troços de tubos deverão ser utilizados acessórios
16 52 de ligas de cobre ou de aço inox. Estes acessórios, de acordo com as suas
18 61 características, podem ser ligados aos tubos através de anéis de pres~ão ou por

38 39
Sistemas Prediais de Distribuiçüo de Água
Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçüo c Drenagem de Aguas

soldadura (fig. 29). Quando a ligação for efectuada por soldadura capilar. o material QUADRO XVII
de adiçfto deve ser isento de cádmio e zinco; no caso de as soldaduras serem reali-
Acessórios para tubos de aço inox
zadas com eléctrodos de aço inox, estes deverão possuir qualidade não-inferior à do
aço a soldar. Ti pós
No quadro XVII apresentam-se tipos de acessórios geralmente comercializados
para união por soldadura e com anéis de pressão.
Curva a 90° fêmea ou macho-fêmea
A execução dos cortes deverá ser efectuada de forma cuidada de modo a evitar
a ovalização dos tubos. Nos casos em que se recona à utilização de acessórios com
anéis de prcssfto, de forma a evitar a sua deterioração, deverá proceder-se à remoção
elas rebarbas eventualmente formadas com a operação de corte.
f (( Curva a 45° fêmea ou macho-fêmea

QUADRO XVI Tê com ou sem redução


Dimensões mais usuais das tubagens de aço inox [51]
DN pidmetriiextáior:(inm) · >Espessúra·:da·j>aréde União com ou sem redução
(nmi) Máxirf1.d Mfnirno · (1mit)
lO 10,045 9,940 0.6
--·--- Joelho com ou sem redução
12 12.045 1[.940 0,6
15 15,045 14,940 0,6
18 18.045 17,940 0.7 Taco
22 22,055 21.950 0,7
28 28,055 28,950 0,8 União roscada ou mista
35 35,070 34,965 1,0
42 42.070 4!,965 1,1 ~ Casquilho macho ou temea
54 54,070 53.840
~
!.2
Tokrfmcia ndmitida para a.~ c~pessums de p:u·cde: ± 10o/r.
Abraçadeira

As dobragens deverão ser efectuadas com raios de curvatura amplos, em função


dos seus diâmetros, de fmma a evitar a redução das suas secções interiores, bem
como a existência de tensões nessas zonas, que poderão ocasionar reduções da sua
Uniiio po1 accssórit~~ com anéi~ de press.:lo resistência mecânica.
No quadro XVIII mostram-se os raios de curvatura mínimos para os diferentes

[ diâmetros aí considerados.
Estas tubagens podem ser instaladas à vista, embutidas, em caleiras, galerias ou

L
tectos falsos; nas situações em que se lhes possa ter acesso, deverão ser identificadas
Unifto com accs~órios p:1ru soldar de acordo com a natureza da água transportada [70]. Nas situações de não-embu-
(~oldadura c;1pilar) timento, deverão ser fixadas através de elementos de suporte e/ou amarração, em
UniUo topo ü topo por soldadura quantidade que assegure a sua conecta fixação e possibilite que ocorram livremente
(~oldadu1·~1 com elêctrodosl
eventuais contracções ou dilatações. No quadro XIX indicam-se os afastamentos
Fig. 29- Tipos de uniões máximos a considerar entre abraçadeiras.

40 41
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO XVIII Na ligação entre os diversos troços de tubagem deverão ser utilizados prefe-
Raios de curvatura para tubos de aço inox rencialmente acessórios do mesmo matedal (no quadro X apresentam-se tipos de
acessórios geralmente comercializados); para tubos de grandes diâmetros poder-se-á
l)i,dilie~~~-:~k/:101;:;-·. recon·er à soldadura.
r•n~n) · ··
Deverá evitar-se a existência, a montante destas tubagens, de sistemas ou
10 36.0
tubagens de cobre, mesmo que não se verifique um contacto dírecto enu·e am-
12 43.2
bas, uma vez que os iões de cobre que se dissolvem na água irão criar condições
15 54.0 propícias à eclosão de fenômenos de corrosão nas tubagens de ferro por onde essa
18 64.8 água passar.
22 79,2 A execução de cortes e a abertura de roscas deverão ser efectuadas de forma
cuidada, de modo a garantir uma perfeita concordância entre as duas peças (macho/
QUADRO XIX fêmea). Como elemento de vedação poder-se-á usar estopa de linho ou fita vedante.
Afastamento máximo entre abraçadeiras As dobragens devem ser executadas com raios de curvatura amplos, função
para tubos de aço inox dos seus diâmeu·os exteriores, de forma a evitar que o coeficiente de ovalização da
secção:
·4f#,~~,~~/ni07i4!t~id
·e_n}t~;;fkt;a?~:if:~li:a_S,,, (7)
' .-:;,t:.;{;~:(-m) I' ' '

12 1,2 em que:
15 1.3 DM- diâmetro exterior máximo
18 1.4 D, - diâmetro exterior mínimo
22 1.6
28 1.7 seja superior a 0,20. Geralmente os tubos com diâmetro exte1ior não superior a
50 mm admitem curvaturas com raios iguais ou superiores a quatro vezes o seu
35 1.9
diâmetro exterior.
42 2,1
Estas tubagens podem ser instaladas à vista, embutidas, em caleiras, gale1ias ou
54 2.3 tectos falsos; nas situações de não-embutimento deverão ser pintadas com cores que
identifiquem a natureza da água transportada [70]. Nestas situações, deverão tam-
Como forma de garantia da qualidade das instalações, só deverão ser utilizadas
tubagens portadoras de certificado de ensaio realizado por entidade acreditada para bém ser fixadas atravé? de elementos de suporte e/ou amarração (abraçadeiras), em
o efeito, do qual deverão constar os teores de crómio do materiaL quantidade que assegure a sua correcta fixação e possibilite que ocon·am livremente
eventuais contracções ou dilatações. No quadro XI indicam-se os afastamentos má-
ximos a considerar entre abraçadeiras.
6.2.5 Thbagens de aço (ferro preto) Como forma de garantia da qualidade das instalações, só deverão ser utilizadas
Os tubos de aço (ferro preto) constituem-se como alternativa geralmente apenas tubagens portadoras de certificado de ensaio realizado por entidade idónea acredita-
para as situações em circuito fechado, do tipo dos sistemas de aquecimento central. da para o efeito.
Sempre que o teor de oxigênio na água seja pouco relevante CO~< 1 mgll), o que
se verifica nos circuitos fechados de aquecimento de água, os problemas de cotTosão 6.3 Thbagens tennoplásticas
destas tubagens assumem-se como pouco relevantes.
Corno garante de urna maior durabilidade destas tubagens, evitando fenômenos 6.3.1 Consider~ções gerais
de corrosão, não se deverão permitir longos períodos de estagnação das águas, bem
como o seu contacto com elementos metálicos de nobreza superior. Tem-se assistido nos últimos anos a uma cada vez maior utilização de tubagens
Estas tubagens são geralmente comercializadas em varas de 6 m, com diâmetros em materiais plásticos no fabrico dos sistemas prediais de distribuição de água flia
nominais que oscilam entre 8 e 150 mm (quadro IX). e quente. Os materiais termoplásticos mais utilizados no fabrico de tubagens

42 43
Manual dos Sislenws Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas
Si.l'lcnws Prediais de Distribuiçlio de Agua

e acessórios de ligação são o policloreto de vinilo (PVC), o polietileno reticulado A ligação por colagem é feita com uma cola (de qualidade adequada, geralmente
(PER/PEX), o polietileno de alta densidade (PEAD) e o polipropileno (PP). à base de tetra-hidrofurano) que funciona como um solvente: efectivamente, através
Nestes sistemas, os acessórios de ligação nem sempre são do mesmo material do amolecimento e solvência superficial do PVC. provoca a soldadura dos elemen-
das tubagens, recorrendo-se não raras vezes à utilização de acessólios de ligas de tos. Os tubos deverão ser cmtados em esquadria e efectuado um chanfro com cerca
de lSO; posteriormente deverá proceder-se à extracção das rebarbas elas arestas. bem
cobre.
As tubagens de policloreto de vinil o e polietileno, devido às suas características, como a um desengorduramento das superfícies a colm·. através de produto adequa-
têm a sua aplicação restringida ao transporte e distribuição de água fria. do. Para melhorar a aderência entre as supe1fícies, convém, antes da aplicação da
As tubagens de polietileno reticulado e polipropileno podem ser utilizadas quer cola, proceder ao despolimento das superfícies, através de uma lixa fina. Finalmente
aplica-se a cola em ambas as superfícies e procede-se à união dos componentes
em sistemas de distribuição de água fria, quer de quente.
(fig. 30).
No quadro XX apresentam-se algumas caracte-rísticas físicas dos plásticos men-
As tubagens só deverão ser colocadas em serviço após se dar a total secagem
cionados.
Um factor ao qual deve dar-se especial atenção, devido aos elevados da cola.
coeficientes de dilatação linear térmica destes materiais, sempre que as tubagens se Devido ao seu elevado coeficiente de dilatação ténnica linear, estas tubagens,
destinam ao transporte de água quente, são as vmiações das suas dimensões linea- quando assumem comprimentos significativos, estão sujeitas a sofrer grandes va-
res provocadas pelos gradientes de temperatura. as quais podem ser determinadas riações das suas dimensões lineares. Nestas situações, dever-se-á recorrer à utiliza-
ção de juntas de união por anilhas de estanquidade (borracha sintética). de fmma a
pela expressão (6).
possibilitar que os deslocamentos se dêem sem constrangimentos (fig. 31).
As medidas a tomar na instalação destas tubagens, tendo em conta o fenómeno
Não se recomenda a dobragem deste tipo de tubos. No entanto, nas situações em
atrás referido. são mencionadas seguidamente na abordagem individual a cada um
que tal se verifique, deverão recon·er-se a meios de aquecimento dos tubos como:
dos diferentes tipos de tubagem. tendo em conta o seu material constitutivo.
estufas ou maçaricos de ar ou gás quente, e nunca a maçaricos de chama directa.
QUADRO XX
QUADRO XXI
Características físicas dos termoplâsticos
Dünensões das tubagens de PVC [52] [53]
Condutibilidai:le " Coeficiente de-dilataçtio
Material Tenstio de
~--~----. .. --~fl.~rança·(MPa) _ ténnica (W/m . K) linear (mJm"K) ,Diâmetro. exterior Espessurá da parede
0,00008 (mm) (liiiÚ):'
PVC lO.O 0.20
------·----"-~--
DN
6,3 0,38 0.00014 '(mni) Cl(1sSe 1_'(Ív1P4) , Cld~.~·d I.6·(MPa)
PEX Mc~-.:imo ~fni~nà
0,00020 Mto:iino ·Mb1imo, 'Mdii(tJO. Mínbno
PEAD 5.0- 8,0 0.48
pp 5,0 0,:22 0.00015 16 16,3 16,0 1.6 1.2
20 20,3 20.0 1,6 1.2 1.9 1,5
Tensüo de segurança a 50 anos paro. 20 oc
25 25,3 25.0 1.6 1,2 2,3 1,9
---·
6.3.2 Tubagens de policloreto de vinilo (PVC) 32 32,3 32,0 2,0 1.6 2.9 2,4

Os tubos ele PVC só deverão ser utilizados em redes de distribuição de água fria, 40 40,3 40,0 2,3 1.9 3.5 3.0
uma vez que estão dimensionados apenas para suportarem temperaturas à volta dos 50 50,3 50,0 2,9 2,4 4,3 3,7
20 oe, em condições de funcionamento contínuo. 63 63,3 63,0 3,5 3,0 5.4 4,7
Estas tubagens são geralmente comercializadas em varas de 6 m. com diâmetros
75 75,3 75,0 4.2 3,6 6,4 5.6
nominais que oscilam entre 16 e 315 mm (vd. quadro XXI).
A ligação entre os diversos troços de tubagem. ou entre as tubagens e os 90 90,3 90.0 5,0 4,3 7,6 6,7
acessórios, os quais deverão ser do mesmo material dos tubos (no quadro XXII 110 110,4 110,0 6,1 5,3 9.3 8.2
apresentam-se tipos de acessórios geralmente comercializados), deverá ser obtida 125 125.4 125,0 6,8 6,0 10,5 9,3
porcobgcm.

45
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistenw.s Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

: 1E
* Espaçamento para eventual aumento das dimensões lineares do tubo
Fig. 31 -União para absorção de dilatação

No quadro XXIII mostram-se os raios de curvatura mínimos a considerar em


função dos diâmetros aí mencionados.
Estas tubagens podem ser instaladas à vista, embutidas, em caJeiras, galerias
Fig. 30- Processo de ligaçlio tubo/tubo ou acessório/tubo
ou tectos falsos; nas situações em que se lhes possa ter acesso, deverão ser iden-
tificadas de acordo com a natureza da água transportada [70]; quando sujeitas
QUADRO XXII
à acção dos raios ultravioletas deverão ser protegidas com um revestimento (por
Acessórios para tubos de PVC ex.: por pintura com tinta adequada), de modo a evitar a sua deterioração. Nas situa-
ções de não-embutimento, deverão ser fixadas através de elementos de supmte/amar-
DeSiif.fl.(;lção
ração (abraçadeiras), em quantidade que assegure a sua con·ecta fixação e possibilite
que ocon·am livremente eventuais contracções ou dilatações (quadro XXIV).
Curva a 90° Como fom1a de garantia da qualidade das instalações, só deverão ser utilizadas tu-
bagens portadoras de certificado de ensaio ou de homologação, emitidos por entidade
Joelho a 90° acreditada para o efeito, devendo ser identificadas com a sua classe de pressão.

QUADRO XXIII
Joelho a 45° Raios de curvatura para tubos de PVC
,_Diã;lnetró :eX_·téN~~:do:-tà4o" (p)· ' ,_; R~l-ifi;J,~_-&t.tfritt~i:q-·; ",._
Tê e forquilb:.t (QU;,i) . . , . , '"'" ':(tl~inJ . ·"
sso ~3,0D

Junção simples 63SDS !10 ;?:3.5 D


~ 125 ~4,5 D

União com ou sem redução


QUADRO XXIV
Afastamentos máximos entre abraçadeiras
Flange e colarinho para flange
para tubos de PVC

Cruzeta

Casquilho de redução

63 e 75 1,30
Tampão
90 a 125 2,00

46 47
Sistemas Prcdiois de /)islribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçâo c Drenagem de Aguas

6.3.3 Tubagens de polietiieno de alta densidade (PEAD) (abraçadeiras), em quantidade que assegure a sua correcta fixação e possibilite que
ocorram livremente eventuais contracções ou dilatações.
Os tubos de polictileno só deverão ser utilizados em redes de distribuição de Como forma de garantia da qualidade ck'ls instalações, só deverão ser utiliza-
água fria. uma vez que estão dimensionados apenas para temperaturas à volta dos das tubagens portadoras de certificado de ensaio ou de homologação, emitidos por
20 "C, em condições de funcionamento contínuo. entidade acreditada para o efeito, devendo ser identificadas com a sua classe de
Estas tubagens são geralmente comercializadas em rolos ou varas. com diâme- pressão.
tTos nominais que oscilam entre 20 e 160 mm (quadro XXV).

QUADRO XXV
Dimensões mais usuais das tubagens de PEAD [54} [55]

Diârn.e.tro exterior Espessura_da parede


(mm) (mm)
DN
(mm). Classe_/ _(Mfa)
~
Máximo
Mínüno
. . . .i.L-~-~-.;.u:_-,t: .,,_,..;.,...._
20 20,3 2,4 2.0
~----'-~-
25 25,3 25.0 2.8
-------------
32 32,3 32,0 3_5 3.0
40 40.4 40,0 4.3 3.7
--~·

50 50.4 50.0 5.3 4.6


63 63.6 63,0 6.6 5.8 Fig. 32- Processos de ligação entre tubos

75 75.7 75.0 7.8 6.9


6.3.4 Thbagens de polietileno reticulado (PEX)
90 90.9 90.0 9,3 8.2
-- Os tubos de polietileno reticulado (PEX) poderão ser utilizados em redes de
110 111.0 110.0 ! 1.2 10.0
distribuição de água ftia e quente, uma vez que estão dimensionados para suportar
125 126,2 125.0 !2,8 11.4 temperaturas até 95 oe, em condições de funcionamento contínuo.
·-.. ----~

Estas tubagens são geralmente comercializadas em varas ou em rolos. com diá~


A ligação entre os diversos troços de tubagem poderá ser obtida. por um dos metros nominais que oscilam entre 10 e llü mm (quadro XXVI). A ligação entre os
seguintes processo~: soldadura topo a topo com e sem material de adição, soldadura diversos troços de tubagem é feita através ele acessórios de compressão metálicos,
por electrofusão. soldadura com manga auxiliar e ligação com acessórios, os quais geralmente fabricados em ligas de cobre; a vedação é obtida atrav6s ele anéis ele
podem ser metálicos ou plásticos (fig. 32). vedação ou luvas de compressão. No quadro XXVII podem observar-se os tipos de
Na ligação por soldadura os tubos devem ser cortados em esquadria e os topos acessórios mais vulgarmente comercializados.
deverfto estar perfeitamente limpos. A figura 33 ilustra a montagem de acessórios de ligação.
Estas tubagens podem ser instaladas em caleiras, em calhas de suspensão ou Estas tubagens podem ser instaladas à vista, embutidas, em caleiras, galerias
embutidas: nas situações em que se lhes possa ter acesso, deverão ser identifica- ou tectos falsos. Quando sujeitas à acção dos raios u1travioletas. deverão ser
das de acordo com a natureza da água transportada {70]. Quando sujeitas à acção protegidas com um revestimento, de modo a evitar a sua dete1ioração; nas situações
dos raios ultravioletas deverão ser protegidas com um revestimento de protecção em que se lhes possa ter acesso, deverão ser identi"ficadas de acordo com a natureza
(ex.: por pintura adequada}, de modo a evitar a sua deterioração. Nas situações da água transportada [70]. Nas situações ele não-embutimento, deverão ser fixadas
ele não-embutimento, deverão ser ·fixadas através ele elementos ele amarração através de elementos de suporte e/ou amanação (abraçadeiras), em quantidade

48 49
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO XXVI
Dimensões mais usuais das tubagens de PEX [56]
· :D~~.f!Jetro.;extér:ior·,·· ;ESpe~s~trt:~::da .pcu:e.ck.· ·:
Dlt i>'• •(11>1~) ::-;·;_·, ,(mmL.
··(mm) :·;ifd~·inJ;'', ·-- '-·--· • Class~1.25(M[:a) • .. c(~sse Z,p (M]'a) 1 - Ca.squilho interior do acessório
Mínimo
,_\,-:-- M4Xinf.ó·· ;<Mtni~ià~-~ -. il:iXi~ô-;'• :Mfnimo 2- Luva de ~ompress:lo

lO 10,3 10.0 2,2 1.8


12 12.3 12.0 2,2 1.8 2,2 1,8
16 16.3 16.0 2,2 1.8 2.7 2,2
20 20.3 20,0 2,3 1.9 3,3 2,8
25 25.3 25.0 2.8 2,3 4,1 3,5 Fig. 33- Processos de ligação tubos/acessórios
32 32,3 32.0 3.4 2.9 5.1 4.4
40 40.4 40,0 4,3 3,7 6.3 5,5 que assegure a sua cotTecta fixação e possibilite que ocorram livremente eventuais
50 50,5 50.0 5.3 4.6 7.8 6.9 contracções ou dilatações. No quadro XXVIII indicam~se os afastamentos máximos
63 63.6 63.0 6.5 5,8 9,8 8.7 a considerar entre abraçadeiras.
Devido ao elevado coeficiente de dilatação térmica, quando estes tubos se des~
75 75,7 75.0 7.7 6,8
tinam ao transporte de água quente, se embutidos e o seu comprimento exceder
90 90.9 90,0 9,3 8,2
2 m, devem ser instalados em mangas de protecção de poli etileno tennoestabilizado
110 111,0 110.0 11.2 10.0 \ __ (fig. 34), as quais vão possibilitar, devido à folga existente entre si e o tubo, a absor-
ção axial das dilatações térmicas; se não~embutidas, deverão ser dotadas de curvas
QUADRO XXVII ou braços de dilatação.
Acessórios para tubos de PEX
QUADRO XXVIII
Afastamentos máximos entre abraçadeiras para tubos de PEX
AJàs!ám/n rp: iftd.~·fniô::·'úNre· ab:façdcúir~i'(m}
~B~ 11 [) 9 Adaptador DI'/
(mm) ·

OJmSCl lm$lm União direita macho/fêmea


ou macho/macho
16
20

llJ~~
~ ~
Joelho macho/fêmea 2 25 1.5
ou macho/macho

t0~0siJ Q T Tê

bJ ~ Colector

~ Tampão
Fig. 34 -Instalação do tubo em manga envolvente

50 51
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

A figura 35 ilustra de forma esquemática uma situação de instalação cmTecta de QUADRO XXIX
tubagem, de modo a possibilitar que ocorram sem quaisquer rest1ições os fenómenos Raios mínimos de curvatura para tubos de PEX
de variação de comprimento. provocados pelo seu aquecimento.
DN
(mm) D~bmgi/r2J:'. pd,brf:ge;n'~/riÓ
/ // ////// //////// //////////////// /////~
··qiieittd ''(}f//njel:r~/n~~~~ SC_1f,,ye';r;:únerit0 -
12 25 30 60
16 36 65 78
;;
;; 20 45 100 100
:
/ 25 51 125
1 - Abraçadeim !ixu
·------
2- Abraçadeira de~!izante
QUADRO XXX
Pressão de serviço em função da temperatura [57)
PreSS{i(fnÚíximade·serviço (MPa)
Temperatúrçr,
. ("C) 'ct,çiúe de Piefl-sãÓ (MPá)
Fig. 35- Instalação dos tubos de modo a que se veri'llque
a absorção das variações lineares
1;25 z;o
10 1.07 1,69
40 25 1.05 1,67
Na situação de tubagens embutidas. a técnica de encamisamento com mangas de 30 1,04 1.65
protecção possibilita, em caso de necessidade. a fácil substituição dos tubos. 10 0,83 1.31
Nas situações de distribuição de água quente e procedendo à inserção de anel de 60 25 0,81 1,29
borracha (0-ring) de vedação nas extremidades da manga, a caixa de ar existente en- 30 0,81 1.28
tre o tubo e a manga garante um bom isolamento térmico, o que geralmente conduz 10 0,63 1,00
80
à dispensa de isolamentos adicionais. 25 0,63 0,99
Devido à sua grande Hexibilidade. os tubos podem ser dobrados a quente ou a 10 0.55 0.88
95
ti·io: nas situações de dobragem a quente. deverá utilizar-se para o efeito uma pistola 15 0,54 0.86
de ar quente e nunca expor os tubos à chama.
O quadro XXIX mostra os raios de curvatura mínimos para os diferentes diâme- 6.3.5 Thbagens de polipropileno (PP)
tros. para as situações de dobragem a quente ou a frio.
Os tubos de polipropileno poderão ser utilizados em redes de distribuição de
A resistência à pressão interior destes tubos diminui à medida que aumenta a
água fria e quente. uma vez que estão dimensionados para suportar temperaturas até
temperatura de utilização. No quadro XXX estão relacionadas as pressões máxi-
I 00 o c, em condições de funcionamento contínuo.
mas de serviço com as temperaturas do fluido escoado, bem como com o tempo de
Estas tubagens são geralmente comercializadas em varas, com diâmetros nomi-
serviço.
nais que oscilam entre l6 e 90 mm (quadro XXXI).
Como forma de garantia da qualidade das instalações, só deverão ser utiliza- A ligação entre os diversos troços de tubagem poderá ser feita de acordo com
das tubagens portadoras de certificado de ensaio ou de homologação, emitidos por o tipo de propileno, através de acessórios de compressão metálicos (geralmente
entidade acreditada para o efeito. devendo ser identificadas com a sua classe de fabricados em ligas de cobre). sendo a vedação obtida através de anéis de vedação
pressão. em botracha, ou através de acessórios do mesmo matedal ligados com soldadura

52 53
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas

QUADRO XXXI QUADRO XXXII


Dimensões mais usuais das tubagens de PP [58] Acessórios para tubos de PP

'EsP~ss~rá-'dà j)cu:ede
DN ;:;'_'·-'--';
,·.·. :Classe/2.0 (MPa)
· (mm) Máximo )/ín:úno Curva 90° com ou sem redução
M3xim·ó: Mínimá
16 16,3 16.0 3,2 2.7
Curva45°
20 20,3 20,0 4,0 3,4
25 25,3 25,0 4.8 4,2
Tê com ou sem redução
32 32.3 32,0 6,2 5,4

EJE BlJ
40 40.4 40,0 7.6 6,7
50 50,5 50.0 9.5 8.4 @ União com ou sem redução

63 63.6 63,0 11,8 10.5 Curva 90° macho/fêmea com roscado


75 75.7 75.0 14,0 12,5 macho/fêmea

90 90.9 90,0 16,7 15,0


Tê com roscado macho/fêmea

por polifusão (aquecimento simultâneo das duas partes a ligar). No quadro XXXII
União com adaptadores metálicos
registam-se alguns tipos de acessórios para soldadura geralmente comercializados.
Estas tubagens podem ser instaladas à vista. embutidas, em caleiras, galerias ou
tectos falsos. Quando sujeitas à acção dos raios ultravioletas, deverão ser protegidas União de cruzamento
com um revestimento, de modo a evitar a sua deterioração. Nas situações em que se
lhes possa ter acesso, deverão ser identificadas de acordo com a natureza da água
União eléctrica
transportada [70]. Nas situações de não-embutimento, deverão ser fixadas através de
elementos de supmte e/ou amarTação (abraçadeiras), em quantidade que assegure a
sua correcta fixação e possibilite que ocorram livremente eventuais contracções ou Tampão
dilatações. As abraçadeiras deverão ser posicionadas de modo a garantir o correcto
alinhamento das tubagens e a adequada resistência mecânica. considerando os esfor- As dimensões destes elementos poderão ser determinadas pela expressão:
ços a que ficarão sujeitas. No quadro XXXIII mostram-se os afastamentos máximos
entre abraçadeiras a considerar, tendo em conta a temperatura da água transportada. Bd = 30 .JDxt:,L (8)
Devido ao elevado coeficiente de dilatação ténnica, quando embutidas, as em que:
tubagens destinadas ao transporte de água quente, e sempre que o seu comprimento
Bd -braço de dilatação (m)
exceda 2m. deverão preferencialmente ser envolvidas com material isolante, o qual D -diâmetro exterior do tubo (m)
possibilita a absorção axial das dilatações: se não se adoptar esta medida, deverão !:::.L -variação de comprimento (m)
aplicar-se, nas mudanças de direcção, envolvimentos de espuma flexível de polieti-
leno para absorção das dilatações (fig. 26). A resistência à pressão interior destes tubos baixa à medida que aumenta a
Quando não-embutidas, deverão criar-se curvas ou braços de dilatação, de temperatura de utilização. No quadro XX:h.1V estão relacionadas as pressões
forma a possibilitar que as variações lineares causadas pela temperatura ocorram máximas de serviço com as temperaturas do fluido escoado, bem como com o tempo
livremente (fig. 36). de serviço, para tubagens de classe de pressão de 2,0 MPa.

54 55
Sistemas Prediais de Distribuiçüo de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçâo e Drenagem de Águas

QUADRO X!OG!l QUADRO XXXIV


Afastamentos m{tximos entre abraçadeiras para tubos de PP Condições de utilização [58]
Afa#iim<ÚuO má_ximO -éntl;~ abraçadelàis._(C!p.) Temperatura Tei'!IPO de·seryiçO Prissão lná;dn'w de'sáviço
DN ;T~~p_~,~~turc~--d~_dgtiá--("Ci (oC) (aizos) (MPa) .
, (mm)
20 40 60 .80 60 lO 1,60
--~----""

20 80 70 5 1,00
65 60 80
lO 1,00
25 85 80 75 65
5 0,50
32 95 90 85 75 90
----·----·----- lO 0,45
40 110 110 105 90 100 5 0,27
50 130 125 120 105
63 150 140 135 120 7 DISPOSITIVOS DE UTILIZAÇÃO
75 170 165 160 130
------- 7.1 Generalidades
90 190 180 175 150
----~~-··
Os dispositivos de utilização (torneiras, fluxómetros e autoclismos) têm por
finalidade regular e/ou controlar o fornecimento de água.
Estes dispositivos destinam-se a equipar os aparelhos sanitários e são geralmente
T fabricados com a dimensão nominal de 1/2"; alguns dispositiyos normalmente de
tipos mais específicos. como sejam por exemplo fluxómetros e torneiras de bóia, são
Bd também produzidos com dimensões nominais de 3/4", 3/8" e outras.
' / / / / / / / / / ' / ////, Estes dispositivos devem ser fabricados com materiais que, em contacto com
água até uma temperatura de 90 oe, não apresentem riscos para a saúde pública.
O material mais utilizado no fabrico destes dispositivos é o latão, sendo também
utilizado o aço e mais recentemente os materiais termoplásticos.
Apenas deverão ser utilizados dispositivos de utilização que respeitem a nor-
T malização aplicável, tendo em vista a segurança dos utilizadores. a sua durabili-

t -1
dade, o nível de conforto proporcionado e a sua adequabilidade aos desempenhos
esperados.
No mercado. para além dos tipos a seguir mencionados, encontram-se outros
com características específicas, de acordo com o fim a que se destinam (ex.: labora-
tórios, salas mêdicas, etc.).

7.2 Torneiras simples


Fig. 36- Braços de dilataç.'io
São dispositivos de utilização destinados a equipar lavatórios, bidês, banheiras,
tânques de lavagem e lava-louças, etc., e a controlar o abastecimento a máquinas de
Como forma de garantia da qualidade das instalações, só deverão ser utilizadas lavar (possuindo nesta situação boca roscada).
tubagens portadoras de certificado de ensaio ou de homologação. emitidos por enti- As torneiras simples podem ser de dois tipos: de montagem em supetfí-
dade acreditada para o efeito. Os tubos deverão ser marcados de forma indelêvel com cies verticais (torneiras de parede ou serviço), ou em superfícies horizontais
as suas características de identificação e a sua classe de pressão. (torneiras de coluna). A figura 37 ilustra estes tipos de torneiras.

56 57
Sistemas Prediais de Disrribuiçüo de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçílo e Drenagem de Águas

Para montagem em superfícies horizontui:; P:~rn montagem em superfícies verticais


(torneira de colunu) (tomeiru de parede)
Tornciru misturadoru monobloco montudu em superfície horizontal

Fig. 37- Torneiras simples

7.3 Torneiras misturadoras

São dispositivos de utilização em cujo interior se processa a mistura de água


quente e fria, destinados a equipar lavatórios. banheiras, bidês, lava-louças, etc.
À semelhança das torneiras simples, também estas podem ser de dois tipos de
montagem: sobre superfícies verticais ou horizontais (fig. 38).
Actualmente existem torneiras misturadoras conceptualmente diferentes
das tradicionais, geralmente designadas por torneiras de monocomando e de
comando termostático. em que apenas através de um único manípulo se executam
todas as funções previstas (fig. 39).

Torneira místuradora de corpo aparente montuclu em superfície vertical

Tornciru misturadoru pura 3 furos mont•lcl:.t em ~upcrficic horizontal

Fig. 38- Torneiras mistur::~dorns Fig. 38 -Torneiras misturadoras (continuação)

58 59
Sisll!mas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

1- Bóin
2- Tubagt!m de saída
3 -Sistema de obturaç5.o

Fi.;. 39- Torneiras misturac\oras ele monocomando


Fig. 41 - Torneira de bóia

7.4 Torneiras de passagem (seccionamento) 7.6 Fluxómetros

São dispositivos destinados a impedir ou a estabelecer a passagem da água num São dispositivos de fecho automático, destinados a equipar bacias de retrete,
detenninado sentido de escoamento (fig. 40). urinóis e pias de despejos, cujo débito controlado é interrompido automaticamente
Existem ainda outros tipos de torneiras com o mesmo fim, designadas no merca- (fig. 42).
do por torneiras de esquadro (fig. 40).

- -
I - V:1Ivula de accion<.~mento
2- Tubo de entrada
3 -Tubo de descarg:t
4 - Sistem<.J de obtur:tçiío

Fig. 42- Fluxómetro


Fig. 40- Torneiras de passagem c de esquadro
7.7 Autoclismos
7.5 Tornekas de bóia
São dispositivos com reservatório destinados a equipar bacias de retrete. pias
Sflo dispositivos destinados a regular ou impedir o fornecimento de água em de despejos e -pias turcas, cujo débito controlado é interrompido automaticamente
reservatórios e autocli.smos (fig. 41 ). (fig. 43).

61
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistenws Prediais de Distribuiçâo e Dmwgem de Águas

1- Manipulo de comando
2- Vúlvula de descarga
3 -Torneira de bóia
4- Tubagem de alimentação
5- Tub.:lgem de de.~carga
6- Trop-pleion

Fig. 43- Autoc!ismo


7.8 Válvulas

As válvulas são órgãos a instalar nas redes de distribuição de água, assumindo as


seguintes designações, tendo em conta o objectivo a que se destinam:
Válvulas de seccionamento: impedir ou estabelecer a passagem de água num
determinado sentido do escoamento;
Válvulas de segurança: impedir que o escoamento se processe com pressão
acima de determinado patamar, por efeito de descarga;
Válvulas de regulação: controlar o escoamento do caudal passado;
Válvulas de retenção: impedir o escoamento num determinado sentido;
Válvulas redutoras de pressão: impedir que o escoamento se processe com
pressão acima de determinado patamar, por efeito de introdução de uma perda
de carga.

A figura 44 ilustra alguns tipos de válvulas.


Em termos regulamentares [5], reveste-se de carácter obrigatório a instalação de
válvulas (ou torneiras de passagem), com os posicionamentos a seguir referidos, nas Válvulas de funçôes diven;r~s {seccionamcnto, segur.mça e rcgulaç;1o)

redes prediais de distribuição de água:


Válvulas de seccionarnento: à entrada dos ramais de introdução indivi-
duais, dos ramais de distribuição das instalações sanitárias e das cozinhas, a
montante dos autoclismos. de fluxómetros, de equipamentos de lavagem, de
equipamentos produtores de água quente e de purgadores, e imediatamente a
montante e a jusante dos contadores:
Válvulas de retenção: a montante dos aparelhos produtores-acumuladores de
água quente e no início de qualquer rede não-destinada a fins aliment:'1fes e
sanitários:
Válvulas de segurança: na alimentação de aparelhos de produção-acumulação
@ .

de água quente; Vâlvulas de retenção


Válvulas redutoras de pressão: nos ramais de introdução, sempre que a pressão
exceda 600 kPa. Fig. 44- V;Uvula..o;;

62 63
Sistemas Prediais de Distri!miçüo de Água Manual dos Sisremas Prediais de Distribuiçlio e Drenagem de Águas

8 DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO


DE ÁGUA FRIA
8.1 Generalidades

O correcto dimensionamento dos sistemas prediais de distribuição de água im-


plica o conhecimento de algumas prescrições de carácter técnico-regulamentar, bem
como de uma metodologia de cálculo adequada.
Assim, apresenta-se um conjunto de regras de dimensionamento dos sistemas
prediais de distribuição de água fria. fundamentais à obtenção de um nível satisfató-
rio de desempenho funcional dos mesmos. Fig. 45- Manómetro de coluna de água
De modo a criar uma ferramenta útil a projectos deste âmbito, procedeu-se à 8.2.2 Teorema de Bernoulli
detenninação de valores que relacionam caudais de escoamento com as correspon-
dentes secções de passagem, tendo em conta os diâmetros de tubagem mais usuais e Bernoulli demonstrou que, para líquidos perfeitos e movimentos permanentes, a
energia mecânica total por unidade de peso do líquido é constante ao longo de cada
disponíveis no mercado. os quais são apresentados em forma de quadro.
trajectória. Esta energia é representada por:
O diâmetro mínimo admitido para os ramais de ligação 0 de 20 mm, excepto
quando estes tenham de assegurar simultaneamente o serviço de combate a incên- v
2
17
H=-+Z+
dios sem reservatório de regularização. caso em que esse diâmetro não deverá ser y 2g (10)
inferior a 45 mm.
em que p/y é designado por altura piezométrica e representa a energia de pressão ela
8.2 Elementos de hidráulica unidade de peso de líquido submetido à pressão p. Z 6 a cota geométrica de posição
8.2.1 Lei hidrostática de pressão da unidade de peso de líquido situado a essa cota e finalmente v2 /2g é designado por
altura cinética e corresponde à energia cinética por unidade de peso do líquido.
A pressão num liquido em repouso obedece à lei hidrostática de pressão, a qual O somatório da altura piezométrica (p/y) e da cota geométrica (z) designa-se por
é traduzida pela expressão cota piezométrica.
A variável velocidade (v) da expressão refere-se à velocidade média que, num
E+ z constante (9) escoamento 'fictício, será igual em todos os pontos do escoamento; na realidade, esta
y varia, devido à viscosidade do fluido, pelo que deverá ser introduzido na fónnula
um coeJiciente a (coeficiente de Codolis) a afectar o factor v2/2g, o qual expressa a
onde pé a pressão verificada em determinado ponto. yé o peso volúmico do líquido
relação entre a potência cinética referente a um escoamento real e a referente a um
e Zé a cota geométrica desse ponto relativa a um plano hotizont.:'l! de referência
escoamento fictício.
A constante é designada por cota piezométrica relativa ao plano de referência Deste modo, a expressão que traduz a energia tot.:1.l por unidade de peso referida
considerado. a toda a secção é representada por:
A pressão verificada num ponto de um récipiente provocada pelo líquido nele
contido pode ser determinada através de um tubo ligado ao recipiente cuja outra H= E +Z+ a v- (11)
extremidade esteja em contacto com o meio ambiente (fig. 45). y 2g
Este tubo é geralmente designado por manômetro ele coluna de água e a Numa secção de velocidade uniforme, ex assume o valor 1.
pressflo no ponto considerado é nonnalmente medida em metros de coluna de Na situação de escoamentos uniformes em tubagens de secção circular e regime
água (m.c.a._). laminar, a assume o valor 2; para os escoamentos em regime turbulento, os quais

64 65
Sistenias Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

se verificam na grande maioria das aplicações práticas, o valor de a será aproxima- Como à saída do orifício se velifica uma grande contracção do jacto, até se atin-
damente 1,1. Como na prática o termo v2/2g é significativamente mais pequeno do gir uma secção em que os filetes se possam considerar rectilíneos e paralelos, verifi-
que os outros dois, poder-se-á tomar o valor de a ;:: 1 sem grande erro, pelo que a ca-se, nos pontos desta secção, uma pressão quase igual à pressão atmosférica, a que
expressão em termos práticos pode assumir a sua forma inicial. conesponde uma pressão relativa nula, donde:
A figura 46 ilustra a linha de energia e a linha piezométrica em escoamentos
pennanentes de líquidos perfeitos. P,. = P, =O (13)
y y
------_li~·~~ - - - - - -
Considerando que a velocidade no ponto y da supetfície é nula e chamando H

v';'f ----------1 lif1ho pie!omêtrico

-~ lrO tório
à diferença entre z. . e ZY, obteremos a expressão que possibilita a determinação da
velocidade em x.
P/7-~
v'
zy ;:: z. . + ___;L

2g
( 14)

,[
v~
Z=O z.,.- zx;:: (15)
2g

Fig. 46- Linhas de energia e piezométrica v,,== ~2gH (16)

8.2.3 Fórmula de Torricelli


8.2.4 Equação da continuidade
Por aplicação do Teorema de Bernoulli deduz-se a fórmula de Torricelli, a qual
possibilita a determinação da velocidade dum jacto de água na sua saída através dum O caudal escoado através duma secção transversal de um tubo de fluxo é
orifício de um reservatório para a atmosfera. dado por:
Consideremos o reservatório da figura 47 com as características aí referidas.
Então, através da aplicação do teorema atrás referido, teremos: Q= fv.n ds (17)

P,. v~ ~ v:
g
+ zy +
2g g
+ z. +
2g
(12) A velocidade média v numa secção do tubo de fluxo determina-se por:

J
V ds
v=-·-'-- (18)
y s

í H
Para escoamentos permanentes de líquidos tomados como incompressíveis é es-
tabelecida a fonna geral adaptada da equação da continuidade:

ly
·-- em que:
Q =V·S (19)

z.
Z=O Q - caudal escoado
~

v- velocidade de escoamento
Fig. 47- Teorema de Ton·icelli s- secção de passagem do fluido escoado

66 67
Sistemas Prediais de Distribuiçüo de Água Manuaf dos Sistemas Prediais de Distribuiçâo c Drenagem de Águas
-----------------------

8.2.5 Perdas de carga contínuas- escoamentos em pressão O factor de resistência f poderá ser determinado por reconência às seguintes
Em escoamentos sob pressão. as perdas de carga contínuas (percur- expressões:
so). as quais resultam, da viscosidade do fluido e do atrito deste com as pare- -equação de Blasius (21). válida para o regime turbulento em tubos lisos:
des das tubagens devido à sua rugosidade, poderão ser determinadas através da
expressão de Darcy e Weisbach (20). válida para qualquer líquido. 0.3164
J= Ro.2S (21)
v '
l=f (20) em que:
D·2g
em que: f - factor de resistência
R,~ número de Reynolcls
J -perda de carga (m/m)
f ~ factor de resistência
fórmula de Karman-Prandtl (22), válida para o regime turbulento em tubos
v -velocidade de escoamento (m/s)
rugosos:
D -diâmetro da lubagem (m)
g -aceleração da gravidade (m/s2 ) I D
+ 1.74
O ábaco de Moody (fig. 48) permite a identificação dos diferentes tipos de escoa-
fi- 2log
22
(22)

em que:
mentos que podem ocorrer em tubagens:
Escoamentos laminares: f é função de R,.;
f ~ factor de resistência
D ~diâmetro do tubo (mm)
Escoamentos turbulentos de transição:fé função de c/D (rugosidade relativa)
E ~ rugosidade absoluta (mm)
e de R,;
Escoamentos turbulentos:
Um estudo efectuado por Colebrook e White possibilitou o estabelecimento de
a) turbulento liso (em tubos lisos):fé função de R,.:
uma lei válida para todos os escoamentos turbulentos em tubos circulares, a qual é
b) turbulento rugoso (em tubos rugosos):fé função flD.
representada através da fórmula:

_1_= -2Jog
fi
(-2-
3,7D
+ 2,51
R, fi
J (23)

A detetminação de f através desta fórmula obriga à recorrência a processos itera-


tivos; a fórmula de Haaland (24) permite a determinação directa de f sem significati-
va margem de eno relativamente à anterior:

fi
1
-l,Slog [( ~)1."+
o,7D ~~] (24)

em que:
f - factor de resistência
E - rugosidade absoluta (mm)
D ~diâmetro da tubagem (mm)
Fig. 48 - Ábaco de Moody [7] R,- nümero de Reynolds

68 69
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem. de Águas

Através do quadro XXXV apresentam-se valores da rugosidade absoluta (e) para a duches, lavatórios, ou outros deverá ser a unidade, com excepção das situações em
os diferentes materiais mencionados. que os dispositivos de utilização estejam munidos de abmtura temporizada, o que
implicará um estudo especial para cada situação em presença.
QUADRO XXXV No caso geral de unidades hoteleiras, o coeficiente de simultaneidade obtido,
Rugosidade absoluta quer por via gráfica, quer através da fórmula que se menciona em 8.4.1.2, poderá ser
incrementado por um coeficiente da ordem de 1,25.
Matàial 'Rúgosidàde'abSolUta (mm)
Quando a instalação comporta 'fluxómetros, a determinação do seu caudal de
Ferro preto 0,26 cálculo faz-se separadamente dos outros dispositivos de utilização, de acordo com
Aço galvanizado 0.15 os valores expressos no quadro XXXVI, adicionando-se depois os valores assim
Cobre 0,04 obtidos ao caudal de cálculo dos restantes dispositivos de utilização.
PVC 0,003 (26)
em que:
8.3 Caudais instantâneos
Q - caudal de cálculo
Os caudais instantâneos são os caudais necessá.Iios e suficientes que deverão x -coeficiente de simultaneidade

chegar aos diferentes dispositivos de utilização, tendo em conta as suas característi- Qa- caudal acumulado
n -número de flux6metros considerado
cas particulares.
Q,- caudal instantâneo atli~uído aos fluxómetros
Os caudais instantâneos mínimos a adoptar no dimensionamento dos sistemas de
distribuição deverão ser os indicados no quadro II, salvo nos casos em que os fabri- Para situações correntes de edifícios de habitação, esclitórios, hospitais, lares ,de
cantes dos respectivos dispositivos recomendem caudais de valor superior àqueles. terceira idade e edifícios públicos, os coeficientes de simultaneidade obtidos por uma
das vias que a seguir se indicam não necessitam de qualquer incremento.
8.4 Caudais de cálculo No caso con·ente de dimensionamento de ramais de ligação, se o ramal for o mes-
mo para a distribuição para fins domésticos e para o combate a incêndios, o caudal de
Tendo em conta a inverosimilhança de numa mesma edificação todos os disposi- cálculo a considerar deverá ser o maior dos dois caudais de cálculo em presença.
tivos de utilização instalados entrarem em funcionamento simultâneo, salvo em casos
especiais que adiante se enumerarão e nos casos em que o número dos dispositivos QUADRO XXXVI
de utilização em presença não seja superior a dois, os caudais que servem de base Número de jlux6metros em utilização simultânea [5]
ao dimensionamento das canalizações (caudais de cálculo) não se traduzem pelo so-
matório dos caudais instantâneos, que se denomina por caudal acumulado, mas sim ·'·iy~rf:-~/Yi:4,~.Jlúf1:é({i(9$_-;~m_:,i~ti/iiqçt:i~ ·:
'Sinm!tluíea (n)_ · ,,
por este mesmo somatório afectado de um coeficiente. que expressa a probabilidade
dessa ocorrência, e que se designa por coeficiente de simultaneidade: 3 a lO 2
I! a 20 3
(25)
21 a 50 4
em que: >50 5
Qc- caudal de cálculo
x -coeficiente de simultaneidade 8.4.1 Coeficientes de simultaneidade
Q,- caudal acumulado
De acordo com a regulamentação aplicável, os coeficientes de simultaneidade
No caso de escolas, ínternatos, estádios, quartéis, ou outros tipos de instalações poderão ser obtidos por via analítica ou gráfica (resultante de dados estatísticos).
onde seja previsível a utilização simultânea dos dispositivos instalados. o coeficien- Apresentam-se seguidamente três métodos distintos de obtenção dos
te de simultaneidade que afectará o somatório dos caudais instantâneos referentes coeficientes de simultaneidade.

70 71
Sistemas Prediais de Distribuiçüo de Á.gua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

8.4.1.1 Método do cálculo das probabilidades

A determinação do número de dispositivos de utilizaçfto em funcionamento


simultâneo é feita através da teoria das probabilidades. a qual estabelece uma fór-
mula que permite obter estes em função da totalidade de dispositivos a alimentar.
Assim, conhecida a quantidade N de aparelhos a alimentar, através da expressão:

log (T)"-
~
t
1
(p)
- loo- ~
.oT
::: \ou CN
.011
(27)

em que:
T -duração média dos intervalos entre cada duas utilizações (min)
r -duração média de descarga de uma utilização (min)
P -período de procura máxima (h)
11-número de dispositivos que poderão entrar em funcionamento
N -número de dispositivos instalados
Fíg. 49- Curvas de probabilidade de funcionamento simultâneo
obtém-se o número n de aparelhos com probabilidade de entrarem em funciona- de dispositivos de utilização
mento simulUineo, considerando os intervalos de tempo Te t, para um período de
procura máxima diária P.
A objecção à utilização deste método advém da dificuldade do estabelecimento Do quadro XXXVII retiram-se os valores das variáveis P, Te t, os quais possibi-
de valores coerentes com as realidades sociais dos diferentes países e mesmo de litam as detenninações expressas no quadro XXXVIII.
regiões para as grandezas P. T e t. razão que levou praticamente ao seu abandono
como método de cálculo. QUADRO XXXV!ll
A título informativo apresentam-se no quadro XXXVII valores que podem ser Exemplo prático de aplicação
adaptados para as grandezas antelionnente referidas.
Assim, é possível com base nos valores atrás refelidos elaborar curvas que T t X
N (min) (s)
representam a probabilidade de funcionamento simultâneo de dispositivos de
utilização do mesmo tipo. as quais se apresentam na figura 49. 20 s 150 __4_c___:6:::,5-=2=-5- t,3SO 5,148 5,148/45~0,11
45
Seguidamente apresenta-se um exemplo prático para a determinação da probabi-
lidade de funcionamento simultâneo de 45 bacias de retrete pertencentes às instala- 8.4.1.2 Método do coeficiente de simultaneidade
ções sanitárias de uma unidade fabriL
A determinação do número de dispositivos de utilização em funcionamento si-
QUADRO XXXVII multâneo é feita, com base no número total de dispositivos Na alimentar, através da
Valores das variáveis P, T e fóm1ula:
Tipos de consumos P (horas) T (min) t (min) 1
x~ (28)
Edifícios de Lavatórios. bidês e :mtoclismos 20 2 .JN -1
Habitação e Fluxómetros 2 20 2/60
em que:
Hotéis Banheiras 60 lO
x -coeficiente de simultaneidade
Lavatórios em fábricas (I por <:adaJ.Q pe~~~~:2·~­ 20
·---·------ N - número de dispositivos considerados
Escritórios e Lavatórios em escritórios (l por cada 20 pessoas) lO
7a8
Fübricas Autoclismos 20 8/60 Esta fórmula só deve ser aplicada para valores de N > 2, uma vez que para
~----------------
Fluxómetros 20 2 valores inferiores o coeficiente de simultaneidade a considerar deverá ser a unidade.
---------------- -----

72 73
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas

Alguns autores limitam a validade da fórmula para valores de N ~ 150; outros há ~~(/

que admitem a sua validade para valores de N superiores ao referido anteriormente.


~ J~
Ainda outros autores estabelecem 20% como valor mínimo de x a considerar para
'
efeito de cálculo. independentemente do valor a que se seja conduzido pela aplicação
da fórmula. .,.~

:;::500
"
~.\<)
6
u 252:Q >3,5
A figura 50 apresenta o gráfico que relaciona os valores do coeficiente de .g " Q, =0,5226Q~.m<
simultaneidade x com a totalidade do número de dispositivos instalados, segundo a 1 20
fórmula (28). "
·& ~50

, "
u
"
<00 "
5


lOO
o
'
,, ,, J.O 15 U
Coudois de cólculo (1/s)

'
\ lOO

'

"
""' ...........
.......... 500~Q.

Q,
>25
0,2525Q~· 7 ~7

::?!: J.~
.g lD
,00
"' '" '" '" '"
=
Númerll de aparelhll$ lnslalados

-ªg2.~ ~
Fig. 50- Coeficientes de simultaneidade em função do número
de dispositivos de utilização
.,
8~ "= Q, <3.s
o:Q '~ o'5469Q'·"''
-r- .

8.4.1.3 Método preconizado pelo regulamento português


,00
'·'
O documento regulamentar [5] apresenta uma curva (fig. 51) que, tendo em conta 0.5

os coeficientes de simultaneidade, permite a obtenção directa dos caudais de cálculo


a partir do caudal acumulado (somatório dos caudais instantâneos atribuídos pelo
O.<
Caudais de cólculo (1/sJ,
1
=
quadro li aos dispositivos de utilização). para casos correntes de habitação, conside-
15
rando um nível de conforto médio. " .}D Oc
Caudais de cOiculo (1/s)
As outras duas curvas ilustradas nas figuras 52 e 53 aplicam-se a níveis de con-
forto elevado e mínimo, tendo em conta os níveis de desempenho pretendidos para Fig. 51 -Caudais de cálculo, em função dos caudais acumulados
o sistema considerado. (nível de conforto médio) [5]

74 75
Sistemas Prediais de Oistribuiçdo de Ágtw Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Aguas

~:
:q

Q, $3,5 <00
- Q, - 05099Q~,.,,,

Q, ~ 3,5
Q, ";:; 0,6015Q~ ~-''
500::::Q,>25
Q, - 0.223Q:-'"''

5002:Q, >25
"" OI n~ U O< OJ n6 07 0.~

Coudois de
Q~

~;ólculo
10
(1/>) Q, ::031Q~.n.

'"

'"

i·+ I- '"

25;::Q.>35
Q. "'0,4944Q~·"'"
,.
- 7. ·- ''
-- J5
I '
10

'" " Coudoi$ de çólculo (1/s)


1-
Fig. 53- Caudais de cálct!lo. em função dos caudais acumulados
(nível de conforto mínimo e elevado) [29]
'~.
,__
1- ,- i>' -
1- 8.5 Dimensionamento das tubagens
m
I= 1-t-
O dimensionamento das tubagens é feito em funçào do caudal de água a
assegurar nos dispositivos de utilização, do seu desenvolvimento, da altura de
A distribuição, da pressão mínima a assegurar nos dispositivos e do material cons-
+-- tituinte das tubagens.
-- + ;o <O
Para taL poder-se-á proceder ao sucessivo dimensionamento dos diferentes
'" Coudoo~ óe cólculo (1/o) troços de tubagem que constituem o sistema, a partir da fixação de valores para a
velocidade de escoamento (método das velocidades), ou a partir da fixação das
perdas de carga admissíveis para o percurso considerado (método das perdas de
Fig. 52-- Caudais de cálculo. em função dos caudais acumulados
(nível de conforto mínimo e elevado) [29] carga).

76 77
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

8.5.1 Pressões de serviço regra geral, adaptados para tubagens de ferro galvanizado, se bem que os mesmos
pudessem ser alvo de uma redução (quadro XXXIX). No entanto, devido à grande
As pressões de serviço nos dispositivos de utilização devem situar-se entre tendência para incrustrações calcárias deste material, o que se traduz a prazo na
50 kPa e 600 kPa. O regulamento português recomenda que, por razões de conforto e redução das secções de escoamento dos tubos, esta majoração funciona, de certa
de durabilidade das tubagens, aquelas pressões oscilem entre 150 kPa e 300 kPa. forma, como um coeficiente de segurança no sentido de colmatar esse efeito.
Para tubagens de outros materiais, que não aço galvanizado (ferro galvanizado)
8.5.2 Velocidade de escoamento ou aço (ferro preto), as perdas de carga assim obtidas deverão ser reduzidas em fun-
ção do valor característico da rugosidade absoluta desses materiais. Os valores dessas
As velocidades de escoamento deverão oscilar entre 0,5 rnfs e 2,0 m/s, tam-
reduções podem ser detemlinado.s por recorrência às fórmulas de Darcy-Weisbach
bém por razões de conforto e durabilidade das tubagens, uma vez que a maioria dos
(20) e Haaland (24), mencionadas em 8.2.5, as quais assumem aproximadamente os
ruídos nas canalizações se devem a velocidades de escoamento do fluido elevadas, as
valores indicados no quadro XXXIX.
quais dão lugar à produção de vibrações.
Au·avés da f01mulação atrás referida foi possível proceder à determinação de co-
eficientes correctores, tendo em conta os valores das rugosidades absolutas de oub:os
8.5.3 Determinação dos diâmetros e perdas de carga contínuas das tubagens materiais utilizados no fabrico de tubagens, no sentido da adaptação do factor b da
A detenninação dos diâmetros e perdas de carga contínuas das tubagens, fó1mula de Flamant aos mesmos, os quais a seguir de indicam:
resultantes fundamentalmente das características do fluido. neste caso da água, • b = 0,000152 para tubagens de cobre ou aço inox;
e das paredes das tubagens, poderá ser feita respectivamente através da Equação • b = 0,000134 para tubagens de materiais plásticos.
da Continuidade (29) e da fórmula de Darcy e Weisbach (20) ou de F!amant (30),
procedendo-se como a seguir se indica: QUADRO XXXIX
a) Determ~na-se o caudal de cálculo, de acordo com o estabelecido em 8.4;
Reduções nas perdas de carga de percurso
b) Determina-se o diâmetro da tubagem e a coiTespondente perda de carga de
percurso: Matériâl
• ou através das fórmulas:
FP 0,26
FG 0,15 lO, I 13,3 14,7
(29) 0,98
Cu 0,04 2~3 31,1 35,2

= 4b v714 X PVC 0,003 26.7 38,9 45,3


j X D-S/4 (30)

em que: 8.5.4 Perdas de carga localizadas


D -diâmetro (m)
Q -caudal (m3/s) Para além das perdas de carga ocorridas ao longo das tubagens, existem outras
v -velocidade de escoamento (m/s) provocadas pelas singulruidades existentes, tais como válvulas joelhos, etc.
J -perda de carga (m/m) A perda de carga de percurso das tubagens deverá pois ser acrescida com as per-
b - factor caracterizador da rugosidade do material das de carga referentes a cada uma das singulatidades existentes.
Um incremento de 20% às perdas de cru·ga de percurso é um valor que, para
• ou através do ábaco ilustrado na figura 54,
casos con·entes, traduz de certa fonna a incidência de perdas de carga provocadas
• ou através da tabela do quadro XL.
pelas singularidades existentes nas tubagens. Evita-se, desta forma, a determinação
Os valores obtidos pelo processo anteriormente referido, para as perdas de carga exaustiva dos valores referentes às mesmas.
de percurso, tendo por base a fórmula de Flamant, na qual se utiliza um factor ca- Para casos em que se verifique ser a incidência de singularidades demasiado
racterístico da rugosidade b = 0,00023, adequado às tubagen~ de aço, são também, significativa, face às dimensões da rede, os valores das perdas de carga localizadas

78 79
Sisremas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistema~· Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas

Perda de carga Veloeidaôe


QUADRO XL
Caudal Diômetro
[lfs) {mrn) {m/m) {m/s) Dimensionamento das tubagens de FP ou FG
o.'
'!,.! ""'
liig DN(mm)·
DN (poleg9d"f)
"' '"'
'"' o.OOOl 0.0001 Diâmetro illlerioi das tubagens (Ínm)
'" >oo
'oo o. 0002 o. 0002 0.1 Caudal
lO 15 20 25 32 40 50 65 80 100
" 0.0003
&:888<
O.OOOJ
8:&811! .., de
3/8 1!2 3/4 I I 114 I 1!2 2 21!2 3 4
" '" cálculo.·

"'
o.OOl

o.""
0.001
0.002
... (1/s)
12.6 16,1 21,7 27.3 36 41,9 53,1 68,9
Velocidade de e:-,·coamento (mls)
80,9 105.3

'I 0.003
8:88!
O.OOJ
8:88!
o.,
Perda de carga contínua, incn:m_entàdcvle 1nals 20~- t.:cú:r<fsp~n(le_nte

....
0.•
-----o:-cc:-~=--à_se_p_""_<l_as_de:carga locali:,adas (mim)
'
L
;oo O,Cl

0.01
O.Cl
C.C2
0.1
o.•
0.0 0,40 0,25
10
o.ro 0.03 0,05
,." 8:8! 8:3! ' 0,053 0,017
,_ o.; o.' 0,10
0,80 0.49 0,27
" 0.1 0.1
o 178 0.056 0.013
10
0.98 0,54 0,34
jl !'·' 0,20
0.187 o 045
!l " ·' ' 1.47 0.81
0.015
0.51 0,29
'·'
o'
o. o
0,30
0.380 0.092 0.031 0.008
0.1 '" 1,97 1,08 0,68 0,39
0,40
0.628 0.152 0.051 0,014
o1 '" '" 1,35 0,85 0.49 0.36
"!8"' l!" • 0,50
0.225 0.076 0.020 0.010
o.'
'" '"' 0.60
1.62
0.309
1.03
0.104
0,59
0.028
0,44
0.014
U1ilizuçií.o do úbaeo:
1.89 1.20 0,69 0.51 0,32
Conhecidos Uois elementos, unem-se atr:tvés de uma linha reeta c~tes dois valores mar- 0,70
0.405 0,!36 0.037 0,018 0.006
<:mJos ~obre as escalas verticais correspondentes. Os outros dois elementos li!em-se na
intersecção da linha traçada com :l~ escalas correspondentes. A coluna da direita. refe- 1.37 0.79 0,58 0.36
0,80
rente iis perdn.~ de c:Jrgu, está incremcntnda de 20%. correspondente :1s perdas de carga 0.172 0,046 0.022 0.007
loca!i:r.adas. 1,54 0,88 0.65 0.41
0,90
0.211 0.057 0.028 0,009
Fíg. 54~ Ábaco para dimensionamento das tubagens de FP ou FG 1.71 0.98 0,73 0.45
LO 0.254 0.068 0.033 O.QlL
1.47 1.09 0,68 0.40
poderão ser determinados pelo Método dos Comprimentos Equivalentes, o qual se 1,50
0.139 0.068 0.022 0.006
baseia no princípio de que cada singularidade provoca uma perda de carga igual à 1.97 1.45 0,90 0,54 0,39
2,00
que produziria um determinado comprimento de tubagem com o mesmo diâmetro. 0.230 0.112 0,036 0.011 0.005
1,81 l.13 0,67 0,49
As tabelas apresentadas nos quadros XLI e XLII expressam em metros os valo- 2.50
0.165 0.054 0.016 0.007
res dos comprimentos equivalentes, para perdas de carga localizada<; de tubagcm de 1.36 0,81 0.58 0.3
3,00
aço galvanizado. de cobre e PVC rígido. 0.074 0.021 0,010 0.003
A figura 55 ilustra dois ábacos que possibilitam a determinação das perdas de 1,58 0,94 0,68 0.40
3,50
0.097 0.028 0,013 0.004
carga devidas aos contadores.
1.81 1,07 0.78 0.46
As perdas de carga (11) devidas às singularidades poderào ainda ser determinadas 4,00
0.122 0.035 0.017 0.005
atrav6s da expressão: 2.03 1.21 0,88 0.52
4,50
0.150 0.044 0,020 0.006
v' 1,34 0.97 0,57
J,=Ç- (31) 5.00
2g 0.052 0.024 0.007

80 81
Sistemas Prediais de Distribuiçüo de Á.gua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

em que v é a velocidade de escoamento, g é a aceleração da gravidade e Ç é um QUADRO XLI


coeficiente que depende essencialmente da geometria da singularidade e em menor Comprimentos equivalentes (m) nas tubagens de aço galvanizado [10]
grau do número de Reynolds. Para valores elevados do número de Reynolds, caso de
escoamentos turbulentos, o factor Çtorna-se independente deste. -· ·_-· á14m·eiros- (fft~lJ·
'Acés.~9r'úJs_ : · ·.. ,-·--
A determinação do factor Ç referente a cada uma das singularidades é obtida ··20. 25· \--<~2J~ 10 :·slf · 65 'll& i.JOO
por via experimental. As tabelas expressas através do quadro XLIII contêm alguns
valores de Çpara os diferentes tipos de singularidades referenciadas.
o 0,35 0,47 0,70 0,94 1,17 1,41 1,88 2,35 2,82 3,76

ólO. o
0 9. o
_s, o
~ 7o
GD 0,33 0,44 0,67 0,89 1,11 1,33 1,78

I I I I I
.o
o I I I
v
I C? 0,16 0,22 0,32 0,43 0,54 0,65 0,86 1,08 1,30 1,73

o I I I 1/ I
:;f 11 ,'f
~ ,<?/ tv J/ 4! J/ IJ '
~ 0,61 0,81 1,22 1,63 2,03 2,44 3,25
o
I
I II I f ,f 1/ I 1/ "' f? 0,27 0,41 0,55 0,68 0,82 1,04 1,37 1,64 2,18
.o
, I v 11 I I I v (f 0,24 0,32 0,48 0,64 0,79 0,95 1,27 1,59 1,91 2,54

o.
1/ I I I 1/ I 1/ I
,_ '""'"o " o o o <:>0-=!000 o o o
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c.oooooo
~ 5: li! R 2&ê
(m3/h)
f? 0,25 0,34 0,50 0,67 0,84 1,01 1,35 1,68 2,02 2,69

o
I 1/ J 1/ I
{f 0,15 0,20 0,30 0,41 0,51 0,61 0,81 1,02 1,22
9
I I I @ 0,43 0,65 0,86 1,08 1,30 1,73
' I 1/ I I I
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'
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I I I ~ 0,87

o, 1/ 1/ l 1/ !/ v- 0,06 0,08 0,12 0,17 0,21 0,25 0,33 0,41 0,50 0,66

<
I 1/ i/ 1/ I ~ 0,51 0,69 1,03 1,37 1,71 2,06 2,74 3,43 4,11 5,49

.l
1/
I 1/ li I/ v 0,62 0,83 1,25 1,66 2,08 2,50 3,33 4,16 4,99 6,65

1/ li I li
I
[> 0,09 0,13 0,18 0,22 0,27 0,36 0,44

o7
" o o o o o o
~ !i ~ 0,44 0,66 0,88 1,10 1,31 1,75 2.19

(mJ/h)

Fig. 55- Perdas de carga em contadores [29] -€rr- 0.08 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,41

82 83

···~~-
~--~-------------~~~-
Sisrcmas Prediais de Distribaiçâo de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO XLI QUADRO XLII


Comprimentos equivalentes (m) nas tubagens de aço galvanizado [lO] Comprimentos equivalentes (m) para tubagens de cobre
(continuação) ou PVC [lO]
DfO.nJe,trqs.(mm)· [)iâm~trgs _'(rnm)
Acessórios 'Acessórios
}0 25 32 40 50 65 80 IOO 15 20' 25 32 .40 50 65 80

Qr- 0.50 0.67 1.0 I 1,35 1,68 2,02 2.69


fP 1.1 1.2 1,5 2,0 o
Õ,o
o 3,4 3.7 3.9

y
~-·-~-~·-·---

0,28
q 0.4 0,5 0,7 1,0 1.3 1.5 1.7 1,8

T 0,30
t(O 0.4 0.5 0,6 0,7 1,2 1,3 1,4 1,5

bd 0,01 0.01 0,01 O.DI 0,01 0,01 0.01 0,01 0,01 0,02

@ 0.01 0,01 0,01 0.01 0.01 0,01 0.01 0.01 0,01 0,01
rl 0,2 0.3 0,4 0.5 0,6 0,7 0,8 0,9

e
--~~---

O, OI
s;:rr 0,7 0.8 0.9 1,5 2,2 2,3 2,4 2,5

--~--

& 0,1
--~--
O. I 0,2 0,2 0.3 0.4 0.4 0,5
---·~ ..
0,7
·--·~--
'1iP 2,5 2.4 3.1 4,6 7,3 7.6 7,8 8,0

6 4,9 6.7 p 11.3 13.4 17,5 21,0 26.0 34,0 y 2.5 2,4 3,1 4,6 7,3 7,6 7,8 8,0

o
!lJb
2,6 3,6 4,6 5,6 6.7 8,5 10,0 13,0 17,0
ii 8,1 9.5 13,3 15,5 18,3 23.7 25,0 26,8

o
3,6
~~~------

1,1
5,6

1,6
7,3

2,!
10,0

2,7
11,6

3.2
14,0

4.2
17,0

5,2
20,0

6.3
23,0

8.4
e 2,5 2,7 3,8 4,9 6,8 7,1 8,2 9,3

® -----~---
1.6 2,4 o o
o,- 4,0 4.8 6,4 8.1 9,7
_._.,. ____ ___
,
12,9 9 3,6 4,1 5,8 7,4 9,1 10,8 12..5 14,2

''
11.1 11.4 15,0 22,0 35,8 37.9 38,0 40,0

D,ifúnetrO_S. (mtn)
AcesS6rtJs
com: reduçlio .. O, I 0,2 0,3 0,4 0,7 0,8 0.9 0,9
15/10 20/15_ :ZS/20 32/2_5 40132 50!4.0 65159 80!65 80/1.00

-e-
----·-·--·
0.07 0.10 0.14 0,17 0,21 0.28 0.35 0.42 0,56
~ 5,9 6,1 8,4 10,5 17,0 18,5 19,0 20.0

84 85
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO XLIII 8.6 Verificação das condições de pressão


Perdas de carga localizadas (valores de Ç) [29] Consideremos a figura 56, e chamemos !JH.T ao somatório das perdas de carga
contínuas com as devidas às singularidades existentes na rede representada, P2 a
pressão disponibilizada emA, Z 1 o desnível geométrico entre A e B, P 1 a pressão em
B e v 1 a velocidade de escoamento em B. Pela equação de Bernoulli (10) tem-se:

(32)

Como Z2 =O e a parcela referente à diferença entre as energias cinéticas assume


valor desprezável, a pressão a disponibilizar no ponto A será dada pela expressão:

(33)

8
, --r=======-t---w
_L_ - -- - 0 ~
dJ Vd2g
--
i
--
---
_J_
81-_-,;;!1
v~

~
t? 05 I
z,l
y 1.5 ZP 0
-=-- -_':_- ------- -- _l
T 1.5
Fig. 56 - Linhas de energia num sistema

''-fJlt Ç, =I
Ç,: 1,5

y 3
De acordo com o refelido em 8.5.1, as pressões de serviço nos dispositivos de
utilização devem situar-se entre 50 kPa e 600 kPa Deste modo, após o dimensio-
namento das tubagens, dever-se-á proceder à velificação deste requisito para os
8= 0,5
dispositivos de utilização colocados nas posições mais desfavoráveis; se for caso
disso, deve-se proceder a um redimensionamento das tubagens, no sentido de se
~ D(mm)/2 obter nesses pontos os valores desejáveis de pressão.
Conhecidas as perdas de carga totais no troço de tubagem que conduz a
D--D
ç) Ç,
Ç, =I
Ç, :0,5
água da rede pública até ao ponto x considerado, a pressão disponível nesse ponto
obtém-se au·avés da expressão:

~
Ç, Ç, Ç, =I ç" = 0,5
Ç,: 1.5 (34)

86 87
Sistemas Prediais de Disrrilmiçâo de Água Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuíçilo e Drenagem de Águas
-------------------------
em que: 8.7 .3 Dimensionamento
P, -pressão disponível no ponto considerado (m.c.n.) 8.7.3.1 Generalidades
P,, -pressão disponível na rede pública de distribuição, à entrada do edifício (m.c.a.)
z,, -diferença de cot.:L entre o ponto x e a rede pública de distribuiçfto (m) O dimensionamento foi efectuado considerando:
!:::.Hr -perdas de carga totais (m.c.a.)
os caudais de cálculo obtidos a partir do ábaco ilustrado na figura 51 com base
no somatório dos caudais instantâneos (caudal acumulado) a escoar através da
8.7 Exemplo prático de aplicação tubagern considerada;
a rugosidade dos materiais constitutivos das tubagens;
8.7.1 Generalidades
os diâmetros e as perdas de carga obtidos através da formulação referida
Como forma de ilustrar as regras de dimensionamento referidas, apresenta~se o em 8.5.3.
projecto do sistema de distribuição de água para fins domésticos de um edifício com
cinco pisos, cujo primeiro piso constitui parte comum onde se situam as garagens e 8. 7.3.2 Ramais de introdução e ligação
arrecadações. O diâmetro e as perdas de carga do ramal de introdução e dos de ligação são os
Os restantes quatro pisos constituem duas habitações, ambas de tipologia T3 de que constam do quadro XLIV.
tipo duplex.
O abastecimento de água ao edifício será feito através de ramal de ligação que QUADRO XLIV
estabelecerá a ligação com a rede pública de abastecimento de água, a qual assegu- Ram.ais de introduçâo e de ligação
rará uma distribuição com uma pressão de 400 kPa.
Toda a tubagem que constitui a rede de distribuição predial será de aço galvani- Troço .Qa Qç DI!( 0int .-,v J
Dispos~tivos (111111) . (m/s)
de tu~àgem· (11.1) ' (1/s) '(m~_í}" (mln~!
zado. incluindo o respectivo ramal de ligação.
-----
Serão instalados três contadores, um por cada inquilino. e um terceiro para medi- 2Re+2Mr+2Ml+4Ll+
A·B 6.70 1.45 40 41,9 1.05 0.053
ção dos caudais consumidos na zona comum do edifício (garagens), os quais ficarão +l2Lv+6Br+8Bd+8Ba
posicionados no átrio comum de acesso ao edifício. 2Mr+2Ml+4Ll+12Lv+
B·C 6,10 1,38 40 41.9 1.00 0,049
Em cada habitação serão instalados dois aparelhos de produção de água quente +6Br+8Bd+8Ba
(um esquentador e um tennoacumulador). O esquentador ficará instado na cozinha e 1Mr+!Ml+2Ll+6Lv+
C·C' 3.05 0.97 32 36,0 0.95 0.054
abastecerá em termos ele água quente este compartimento e uma pequena instalação +3Br+4-Bd+4Ba
sanitária situada nesse piso (as habitações são do tipo dup\ex); no 2° piso das habi-
tações serão instalados termoacumuladores que abastecerão de água quente as duas
8.7.3.3 Ramais de distribuição e alimentação
instalações sanitárias aí posicionadas.
As ·figuras 57 a 61 mostram em planta o desenvolvimento das redes de distri- O diâmetro e as perdas de carga dos ramais de distribuição e alimentação são os
buição (água fria e quente) nos diferentes pisos. que constam do quadro XLV.
A figura 62 ilustra esquematicamente (em perspectiva) a globalidade do sistema
de distribuição de água fria a uma das habitações. 8.7 .3.4 Verificação das condições de pressão

A verificação das condições de pressão foi feita nos moldes referidos em 8.6
8.7.2 Caudais instantâneos
e em relação ao trajecto de tubagem, cuja extremidade está referenciada por L na
Os caudais instantâneos atiibuidos aos diferentes dispositivos de utilização ins- figura 62.
talados são os referidos através do quadro li. Os cálculos efectuadas constam dos quadros XLVI e XLVII.

88 89
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO XLV QUADRO XLVII


Ramais de distribuição e alimentação Verificação das condições de pressão no ponto L
Di;posÚivo~- Qá Qc .DN '0int' .v J
"(lls)i" . (Jis)l •. (mm) '(mm) (m!s) (mim)
2Re 0.60 0,30* 20 21,7 !,62 0,258
IRe 0,30 0,30 20 21,7 0,81 0,077
IM!+ 1Mr+2Ll+-6Lv+3Br+4Bd+4Ba 3.05 0.97 32 36,0 0,95 0,054
lMl+ 1Mr+2Ll+2Lv+ lBr 1.05 0,56 25 27,3 0.96 0.077
2Br+4Bd+4Ba+4Lv 2,00 0.78 32 36.0 0,77 0,037
1Br+3Lv+3Ba+3Bd 1,45 0,66 32 36,0 0.65 0.028
2Lv+2Ba+2Bd 0,90 0.52 25 27,3 0.89 0.067
lLv+lBr+lBd+lBa 0,55 0.40 20 21.7 1,09 0,128
1Ml+1Mr+2Ll+1Lv 0,85 0,50 25 27,3 0,86 0.064
1Ml+2Ll+1Lv 0,65 0.44 20 21,7 1,19 0.149
IBr+ILv 0.20 0,20 15 16,1 0.98 0,156
1Ll+1Lv 0,30 0.30 20 21,7 0.81 0.077
lU 0.20 0,20 15 16,1 0,98 0,!56
!Lv 0.10 0,10 !5 !6,! 0,49 0,046 \
lBr 0,10 0.10 15 16,! 0,49 0,046
'·.,
1Lv+1Ba+1Bd 0,45 0,36 20 21,7 0,98 0,107 '·
lBa+IBd 0.35 0.35 20 21,7 0,95 0,100
lBd+lBr+lLv 0.30 0,29 20 21.7 0,80 0,074
!Ba 0,25 0,25 !5 1,61 1,23 0,230
* Optou-.~e por considerar apenas a probnbilidade de funcionamento de umn torneira de lnvagem.
Pro:~siio r.o rodo público
do diolr/b•içilo 0.4 ~Po
QUADRO XLVI
Perdas de carga

;·Percu-t;;~::?n: ·0 · . . . .•. ·. 'J :-' ,._cofnp~inj~ritc? ···Leq;~1,2L .. lúi


(J!'l;,:,j ... (,;;,) (LJ (In) . · rr,) · ,(r1~:C;Qj . .

A-B 40 0.053 4.0 4,8 0.254


B-C 40 0,049 0,8 0.96 0,047
C-D 32 0.054 12,0 14,4 0.778
D-E 32 0.054 9,5 !!,4 0,616
E-F- 32 0.037 3.0 3.6 0,133
F-G 32 0,028 1,0 1,2 0.034
G-H 20 0,128 5.0 6,0 0,768 ~32 !1140 !1140

H-1 20 0.107 3.0 3,6 0,385


1-J 15 0,!56 2,5 3.0 0,465 Prcs5ikl no rede pUblica
de dislribuiçõo 0.4 f.!Pa
J-L 15 0,046 0.6 0,72 0.035
.6HT 3.516 Fig. 57~ Distribuição no piso I

90 9!
Manual dos Sistemas Prediais de Di~·tribuiçüo e Drenagem de Águas
Sistemas Prediais de Disrribuiçüo de Ágtt{l

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Fig. 60- Distlibuiç5o no piso 4


Fig. 58 - Distribuição no piso 2

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Fíg. 61 - Distribuiçfto no píso 5


Fig. 59- Distlibuição no piso 3

93
92
Sistemas Prediais de Distribuiçüo de Água Manual dos Sistenws Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

• Assim, de seguida é feita a caracterização deste tipo de instalações, bem como a


descrição de um conjunto de regras de dimensionamento fundamentais à obtenção
• de desempenhos satisfatórios, as quais são materializadas através de exemplos prá-
ticos de aplicação.

9.2 Diferentes tipos de bombas e suas aplicações

No quadro XLVill apresentam-se os tipos de bombas correntes no mercado e as


suas principais aplicações.

93 Redes prediais de distribuição de água para fins domésticos c sanitários

9.3.1 Generalidades

Sempre que as condições de pressão e de caudal na rede pública de disuibuição


não assegurarem um correcto desempenho funcional dos dispositivos de utilização
instalados nas edificações, ter-se-á de recorrer à utilização de meios que possibili-
tem a obtenção dessas mesmas condições. A correcção deste tipo de deficiências
na distribuição predial de água é conseguida pelo uso nos edifícios de instalações
elevatórias e sobrepressoras.
Os sistemas elevatórios ou sobrepressores mais utilizados, a fim de proporcionar
aos utentes das instalações prediais de distribuição de águas as condições desejáveis
® de desempenho funcional dos equipamentos instalados, são fundamentalmente os
seguintes:
Elevação ou sobrepressão por bombagem, para reservatório colocado no topo
do edifício, da água transportada pela rede pública de distribuição ou arma-
zenada em reservatório de acumulação situado na base do edifício. Posteiior-
mente, a dist:Iibuição para os dispositivos de utilização instalados faz-se, por
gravidade, a prutir do reservatório superior;
Sobrepressão por bombagem directa da água transportada pela rede pública
de distribuição, ou elevação da água ru·mazenada em reservatólio de acumu-
Fig. 62- Traçado isométrico da rede de distribuição
lação situado na base do edifício, para os diferentes dispositivos de utilização
9 INSTALAÇÕES ELEVATÓRIAS E SOBREPRESSORAS instalados na rede predial:
Sobrepressão por bombagem da água proveniente da rede pública de dis-
9.1 Considerações gerais
tribuição, ou elevação da água de reservatólio de acumulação, para depósito
A construção de edifícios cada vez mais altos e a obrigação de os equipar com metálico, em cujo interior o líquido comprime uma camada de ar previamente
sistemas individuais de combate a incêndios implicam que, na sua grande maioria, introduzida (sistema hidropneumático). A distribuição faz-se posteriormente
estes edifícios tenham de ser dotados de instalações elevatórias ou sobrepressoras a prutir de depósito para os dispositivos de utilização instalados, nas con-
para a distribuição predial de água. dições de pressão previamente definidas.

94 95
Sistemas PH.'lliais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçiio c Drenagem de Aguas

QUADRO XLVII! Desta fonna. o sistema mecânico utilizado vai permitir que, através de uma
transformação de energia, seja transmitida ao fluido uma energia que lhe possibilite
Tipos de bombas
atingir o nível altimétrico desejado.
Tipos de bombas Aplicações Dentro deste contexto, existe a necessidade de determinar com exactidão as ca-
racterísticas do elemento mecânico a instalar, as quais serão função quer das carac-
Monocelulares Abastecimento de água. circulação e transferência de água,
horizontais serviços industriais. pressurização, agricultura, etc. terísticas físicas do edifício quer dos níveis de consumo previstos.
-c--:--
Monocelulares Abastecimento de água, serviços industriais, irrigação e circulação de
verticais água em sistemas, pressurização. etc. 9.3.2.2 Disposições construtivas
~~~

Multicclulares
Elevação, pressurizaçfto e circulação de água, agricultura, etc.
horizontais As instalações elevatórias ou sobrepressoras devem ser equipadas com grupos
Multicelulares Abastecimento de água. circulação e pressurização, serviços industriais, electrobomba, dispositivos de comando, de segurança e de alanne.
verticais irrigação. instalações especiais, transferência de líquidos. etc.
~~-:c
Os gmpos electrobomba devem ser de funcionamento automático e permitirem
Circulação de líquidos em circuitos de aquecimento abertos ou fechados,
Circuladoras simultaneamente o seu comando manual; estes grupos deverão possuir característi-
e em circuitos de arrefecimento e de ar condicionado.
~~~~---,

Abastecimentos de água, captação de águas subterráneas, transferência


cas tais que não alterem a qualidade da água.
Submersíveis As instalações deverão. sempre que o seu posicionamento o justifique, possuir
de líquidos. rebaixamento de aquíferos, sistemas de rega, etc.
~~ ~-~-~~-~~~~~---,c--''--
Dc drenagem Drenagem de águas residuais, esvaziamento de reservatórios e piscinas, isolamento acüstico (embasamentos isolados e fixações elásticas), ele modo a atenuar
(submersíveis) rebaixamento de aquíferos, agricultura. etc. ruídos e vibrações que. de alguma forma, possam perturbar os utentes das edifica-
~~~c~~~~~~
Abastecimento de água em condições de pequeno débito c elevada ções. tendo em conta a regulamentação aplicável.
Jockey
pressão.
As instalações deverão possuir no mínimo dois grupos de bombagem. destinados
a funcionarem como reserva activa mútua, ou excepcionalmente em simultâneo.
A aclopção de um destes diferentes sistemas para a distribuição predial de água, O tipo de comando automático elas bombas mais utilizado é conseguido por sis-
bem como as suas características. será sempre função das condições de pressão, cau- temas de bóias flutuadoras que. ao atingirem o nível de referência pré-fixado. accio-
dal e conservação disponibilizadas pela rede pública de distribuição de água, e ainda nam interruptores que vão comandar o funcionamento ou a paragem dos motores.
das características e necessidades físicas da rede a servir. No caso em que se verifique a existência de dois reservatórios. um superior e outro
As canalizações de aspiração devem ter diâmetros constantes ao longo de todo inferior, o comando de movimento do motor deverá ser obtido tendo em conta a ne-
o seu desenvolvimento e estes não deverão, em caso algum, ser inferiores aos das cessidade de água do reservatório superior e a disponibilidade do inferior.
canalizações de compressão. Como já atrás se referiu, o sistema deverá estar provido de dispositivos ele segu-
rança e de alarme, os quais poderão ser constituídos por bóia tlutuadora, no caso da
9.3.2 Instalações de elevação ou sob repressão para reservatório existência de reservatório inferior, que ao atingir determinado nível mínimo pré-fi-
9.3.2.1 Generalidades xado de água no reservatório accionará um interruptor; este, além de impossibilitar o
funcionamento do motor. accionará também um sistema emissor de um sinal sonoro.
Quando o projectista se vê confrontado com a situação de a rede püblica de dis- No caso de o sistema aspirar a água clirectamente da rede püblica ele distribuição,
tribuição não possuir as condições de pressão que possibilitem o abastecimento da aquele dispositivo poderá ser obtido pelo posicionamento no ramal de alimentação
rede predial em condições satisfatórias e, ao equacionar a possibilidade de o mesmo
da bomba ele um sensor estático de pressão, o qual impedirá o funcionamento elo
se fazer por gravidade. a partir de reservatório de acumulação colocado no topo do
motor quando a água atingir no ramal o valor de pressão previamente fixado.
edifício. verifica que essa rede não possui sequer condições para o abastecimento
Os sistemas cuja bombagem é feita directamente a partir de ramal proveniente
desse reservatório. terá forçosamente de recorrer à sobrepressão ou elevação da água
da rede· pública de distribuição tiram partido da pressão por esta disponibilizada.
por meio mecânico para o mesmo: respectivamente, a partir directamente da rede
pública de distribuição ou a partir dum outro reservatório de acumulação colocado No entanto. quando a pressão na rede püblica tem oscilações superiores a 100 kPa.
na base do edifício. dever-se-á instalar um redutor de pressão. As instalações de sobrepressão deverão

97
96
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

ser usadas preferencialmente: efectivamente, se a bombagem for feita a partir de re- 9.3.2.3 Dimensionamento
servatório de acumulação, o aproveitamento da pressão existente na rede pública não
9.3.2.3.1 Potência de uma bomba
será exequível, o que obrigará à utilização de grupos com maior potência.
A velocidade de circulação da água na tubagem de aspiração não deverá ultra- Em 8.2.2 obteve-se a energia por unidade de peso de líquido num escoa-
passar 1,5 m/s e o diâmetro desta última deverá permanecer constante ao longo de mento rectilíneo que atravessa uma secção transversal. Agora detemüna-se a
todo o seu desenvolvimento, não devendo em caso algum ser inferior ao da tubagem potência do escoamento que atravessa essa secção pela expressão:
de compressão.
A figura 63 ilustra de fonna esquemática uma instalação deste tipo, com ali- P=y·Q·H (35)
mentação por ligação directa ao ramal de alimentação (sobrepressora). ou a partir de em que:
reservatório de acumulação (elevatória).
P -potência
"{ -peso volúmico
Q- caudal
H - altura de elevação
r----------l
I
A potência de uma bomba tem de ser superior à que esta cede ao escoamento,
~ devido às perdas nas transfom1ações de energia em presença. Designe-se por He a

~~I carga à entrada na bomba, a qual traduz o trabalho exterior fornecido pelo motor,
por H., a carga à saída da bomba, a qual traduz o ganho energético do líquido na sua
_.,_ ___) H--~=-_J---- passagem pela bomba, e por 11 o rendimento da bomba, o qual traduz a relação entre
a potência ganha e a do motor e assume sempre valores inferiores à unidade. Tem-se
1I r---,---~~
I I então que a diferença entre H.,. e H,. corresponderá ao ganho de pressão que o líquido
I I
I L __ _ sofrerá na sua passagem pela bomba, o qual irá ser representado por HTCJrAL' donde a
L,--, potência da bomba será expressa por:
I I
I P= y·Q·HTOTAL
(36)
1l
em que:
I' P - potência (W)

~ 'Y -peso volúmico (N m·3)


Q- caudal bombado (m3 s· 1)
HTOTAL- altura total (m)
I - Tubagcns para água
2- Condutores eléctricos 11 -rendimento da bomba
3 - Sensor estático de pre,~são
4- Válvula de bóia
5- Válvula de seccionamento 9.3.2.3.2 Altura manométrica
6- Electrobombn
7 - Qundro de comnndo c controlo Como anteriormente foi referido, a altura manométrica (ou altura de elevação)
8 - Sinalizador acústico
9- Válvula de retenç~1o representa o ganho de pressão que o líquido sofre na sua passagem pela bomba.
1O- Bóias tlutuadoras {,~ensores de nivel) O elemento de bombagem terá pois de fornecer ao líquido, para que este possa exe-
li - Vúlvulu de pesca/filtro
cutar o trabalho referente ao deslocamento do seu peso entre duas posições definidas,
a energia que lhe possibilite transpor as resistências que se opõem a esse desloca-
Fig. 63 -Instalação elevatória ou sobrepressora tipo mento, as quais seguidamente se determinam.

98 99
Sistemas Prediais de Distrilmiçâo de Água iV/anual dos Sisremas Prediais de Disrribuiçüo e Drenagem de Águas

A figura 64 ilustra. de forma esquemática, uma instalação elevatória. a qual irá Refazendo a equação, ter-se-á:
servir de base à determinação da altura manométrica.
(40)

1 Na prática normalmente despreza-se a parcela v2/2g. devido à sua fraca influên-

I cia no resultado final.


Denomine-se agora por H'" a altura manométrica de compressão, a qual cones-
"'I pende à diferença entre a altura representativa da pressão à saída da bomba (p /Y) e a
I representativa da pressão atmosférica (Ha 11 ) . De acordo com esta definição, a altura
I
o mano métrica de compressão é expressa por:
~-
p,
~~- =-::;- Horm (41)

Seguindo o mesmo princípio adoptado para o troço de aspiração. e considerando


o - Tt~bagcm de n.spiraçào agora a secção de saída da bomba e a de saída deste troço de tubagem, as perdas de
c- Tubagcm de comprcssào
carga 1,. serão dadas por:
Fig. 64- Instalação elevatória

Por aplicação da equação de Bernoulli. a perda de carga entre duas secções x e r + -".LJ
( .E'l 2g
- (H,,,+ Z, + v;
2g
J (42)

y é igual a:
Ml,.,. =li,. -H, (37)
(43)

Denominemos por Hr1 a altura manométrica de aspiração. a qual em-responde em que:


à diferença entre a altura que representa a pressão atmosférica (111111 , ) e a pressão à
1, -perdas de carga na tubagem de compressão (m)
entrada da bomba (p/y):
P/Y- altura representativa ela pressão ü saída da bomba (m)
p v 1 -velocidade do líquido à saída da bomba (m/s)
H rr =Harm - - (38)
"f
H"""- altura representativa da pressão atmosférica (m)
Por aplicação do princípio atrás referido, as perdas de carga J" entre a superfície z, -desnível geométrico entre a saída da bomba e a saída do troço de compressão(m)
livre do reservatório e a secção da entrada na bomba serão dadas por: v~ -velocidade elo líquido à saída cio troço de compressão (m/s)
H, -altura manométrica de compressão (m)

1,1 = H <II/I!- ( yp + Z v' J


+ lg (39)
11
Se v 1 for igual a v2, virá:
em que: (44)
1, - perdas de carga na tubagem de aspiração (m)
H,,.,,- altura representativa da pressilo atmosférica (m) Finalmente. através do somatório das alturas manométricas de aspiração e de
p/y - altura representativa da pressão à entrada na bomba (m) compressfto, obtém-se a altura manométlica total:
z, -desnível geométrico entre a superfície do líquido e a entrada na bomba(m)
v -velocidade do liquido à entrada na bomba (nu- 1) (45)

100 101
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sisremas Prediais de Distribuição e Drenagem de Âguas

9.3.2.3.3 Altura máxima de aspiração QUADRO XLIX


Tensão de vapor da água função da temperatura
Quando urna bomba aspira água de urna profundidade superior à sua capacidade
de aspiração, verifica-se um fenórneno designado por "cavitação", o qual consiste na
formação de bolhas de vapor de água no seu interior que irnplodem, dando origem à
formação de mídos, vibrações e alteração das suas características físicas; ao fim de Altura equivalente da tensão
0,13 0,24 0,43 1,26 2,03 4,83 10,33
de vapor (m)
algum tempo (função do tipo de materiais que constituem a bomba) de funcionamen-
to nestas condições, verifica-se mesmo a deterioração física da própria bomba.
Tendo em conta o que atrás ficou dito, conclui-se ser de primordial importância, variações verificadas na pressão atmosférica; tendo em conta a altimetria da região
para o seleccionamento do elemento de bombagern, conhecer com exactidão o valor onde irá ficar a instalação, deverá oscilar entre 0,5 m e 1,O m.
. da altura máxima de aspiração a que esta vai ter de funcionar. Na figura 65 mostra-se, a titulo de exemplo, a dependência funcional entre os
Neste sentido, deverá ser conhecido o factor NPSH (Net Positive Suction Head valores do caudal de bombagem e a característica NPSH de deternllnado modelo de
- capacidade de aspiração) caracterizador da bomba, o qual expressa a energia bomba.
residual mínima do líquido no reservatório de aspiração, de modo a não se verificar
o fenórneno de cavitação.
O valor do NPSH de urna bomba é função do caudal a elevar.
Assim, a altura máxima de aspiração de uma bomba será calculada de acordo
com a expressão:

em que:
HMA
- ( NPSH +1,

-altura máxima de aspiração (m)


+ P,
y + a

p",,/'1 -altura equivalente à pressão atmosférica (m)


) (46)

2 4 8 10 12 16
-
18 20
/

22
Caudal
24
(m3/h)
26

NPSH -capacidade de aspiração (m)


1" -perda de carga no troço de aspiração (m) Fig. 65- Curva característica do NPSH de uma bomba
P/Y -altura equivalente da tensão de vapor do líquido (m)
a - factor de segurança (m)
9.3.2.4 Exemplo prático de aplicação
Sendo a pressão atmosférica normal 1,013 x 101 kPa, considerando que o fluido
bombado é água, a que corresponde um peso volúmico de 9,8 x 103 N/m3, ter-se-á Como fonna de ilustrar as regras de cálculo atrás referidas, apresenta-se o di-
que a altura equivalente à pressão atmosférica será igual a 10,33 m, já que: mensionamento de uma instalação elevatória de um edifício de habitação com oito
pisos e dois fogos por piso, de tipologia T2.
Hmm (47) Vamos considerar a implantação de um reservatório de acumulação na base do
y
edifício, a partir do qual se fará a bombagem da água aí annazenada para um outro
No que se refere à altura equivalente da tensão de vapor (pJ'y), esta varia com a
colocado no topo do edifício; a distribuição predial de água faz-se a partir deste, por
temperatura do líquido; para a água, indicam-se no quadro XLIX alguns valores em
gravidade, para os dispositivos de utilização instalados.
função das temperaturas indicadas.
O factor de segurança a da expressão (46) procura superar quer as imprecisões Toda a tubagem será constituída por elementos de aço galvanizado.
na determinação das perdas de carga no troço de tubagem de aspiração, quer as A figura 66 ilustra de fonna esquemática a instalação referida.

102 103
Sis1emos Prediais de Distribuiçiio de Água Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçüo c Drenagem de Águas

~ T
carga neste elemento de tubagem, o que possibilitott a determinação da altura mano-
métrica de aspiração (quadro LU), através da fómmla (40).
Considerando novamente o caudal anteriormente mencionado, e tomando ago-
ra as caractelisticas físicas do elemento da tubagem de compressão e tendo ainda
em atenção que a velocidade de circulação da água neste troço não deverá exceder
1-- 2 m/s, determinou-se a altura manométrica de compressão (quadro LIII) através da
fórmula (44).
'' De posse das alturas manométricas de aspiração e compressão, através da
expressão (45), obteve-se o valor da altura manométrica total (quadro LIV).
A potência da bomba foi determinada pela expressão (36), considerando que a
mesma terá um rendimento de 70% (vd. quadro LV).
Finalmente, considerando quer as características físicas da instalação, quer
os elementos referidos através do quadro LVI, detenninou-se a altura máxima de
I<: " 30_00 m /
aspiração da bomba através da expressão (46).

' QUADRO L
Capacidade dos reservatórios de acumulação

--
H' lo~ 2.00'"
Consumo diário
previsível (f)
12600
C(IUdal a-arma.zdnar Íl_o (:a~dál: a_ ciml~~Úit;ir_ no
resúvatório.infe'rior (l) · ·Teservpt6rio-:uijJe~ior, (l)
7560 5040
lu - Comprimento da tubagem de O$pirução
k ~Comprimento da tubagem de compressão

Fig. 66- Esquema da instalação de elevação QUADRO LI


Capacidade da bomba a instalar
9.3.2.4.1 Cálculos
'Número de períodos Duração de cada jJedodo Caudal :b_a,mbado ,
Tomando por base os consumos individuais referentes a uma grande cidade _ _d_e~fu~:ciolUimento de fun_ciOrram~nto '(h) (m-'lh)
(quadro I) e o número de habitantes estimado para cada fogo (considerou-se 3 3 l,5 2,8
habitantes por fogo), e considerando, para além disso, um factor de segurança de
50%, determinou-se o consumo diário previsível de água no edifício (quadro L). QUADRO LII
A capacidade de armazenamento de cada um dos dois reservatórios de acumulação a
instalar foi determinada tendo em conta os requisitos expressos em 2.3- Detenninação da altura manométrica de aspiraçüo
Conhecendo o valor do caudal de água a consumir diariamente no edifício e Caurj.albon~b.ado-(m:Yh) ·, 2,800
tendo em atenção o facto de a capacidade, em termos de caudal de descarga da
DCih~.u:trO .dã. úibágem d.,t (lsPiraçil0\0in't.{r/n'~~) , 32.000 (36.000)
bomba, dever assumir valores superiores a 15% do consumo diário previsto (não foi
considerado no exemplo pelo facto de o consumo diário previsível ter sido incre- __ls'-)--:c-~--:--:-~-- ·-,--~--0:.:.7-:-6:CO'---
Velocidade de dÍÚJ.iação_(_m
mentado em 50%), considerou-se que o elemento de bombagem a instalar deveria Comprimenro da.tubàgem.de aspiràçüo (tn) 2.000
ter 3 períodos de funcionamento com cerca de 1,5 hora de duração cada (habitações ço;íPfimehto_:·é~uiVqú:~ie dáS --singúÍ'ar'ÚiddiXv_.db.:-.'t~t;_bgeà;
c hotéis: 3 períodos de 15 h; hospitais: 3 períodos de 2 h; escritórios e indústria: 2 ·de aspiráçc~o (m)>:· , 14,000
períodos de 2 h), a que corresponderá o caudal de bombagem (caudal descarregado eerdti ·4~: ~_4r84id~;P.erêUt,~v~~:n4,, hlb~k~'fil,j1}::4&P.i'r~~i[d({h;~ifj{; ~ :< -,, o. 03 6
pela bomba) expresso através do quadro LI.
':Pe;dâ d~: Ca,~d. n'~.-.'t~b~J;e'iit.;rk '~~1JifdÇ~1~'.:6hY::·? ,-., 0.576
Após a determinação do caudal a descarregar pela bomba c tendo em conta ~~~~~~+-~=--­
as necessidades, em termos de comprimento do troço da tubagem de aspiração, ' Oes~iV~i.i.éO~~iri(;O.-e,úr'e_:~:á/v~itt~·-dgU/I:i:·:~f~~Ç~~d}'_:,
de dh,tr:ada 'na'bomba (m.) ,, ', ', · , 1.500
bem como a limitação da velocidade de circulação da água neste troço, através da
2,076
fórmula de Flamant (30) procedeu-se à determinação do diâmetro e da perda de

104 105
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO Llll 9.3.3 Instalações de elevação ou sobrepressão com bombagem directa


Detenninação da altura manométrica de compressão
9.3.3.1 Generalidades
caudal _bombadá (mYhJ 2,800
Quando a pressão na rede pública de distribuição é insuficiente para possibilitar
32,000 (36,000) o abastecimento predial em condições satisfatórias, toma-se necessáJ.ia a instalação,
a montante da rede predial, de grupos de pressurização, cuja finalidade é a de elevar
0.760
a pressão assegurada pela rede pública, ou a de criar as condições de pressão neces-
30,000 sárias na água proveniente de reservatório de acumulação, de modo a garantir essas
·c;mpn~~nio-~c/uiydiénFe_:d~;)_~_~guW~i{{d}ie·s·_:da't~!icíCi~ ·.:.:- condições nos diferentes dispositivos de utilização instalados.
20,540
de compre~são(m)-i. · · ·· Deste modo, o sistema mecânico a instalar vai permitir que, através duma trans-
0,036
formação de energia mecânica em hidráulica, seja transmitido um incremento ener-
gético à água, que lhe irá permitir assegurar as condições de pressão desejáveis nos
1,819
dispositivos de utilização instalados na rede predial.
n:eS-~(vA.g~-~~t;i~~~ e~tr:<f :a 'se_;~ão,·_·qf~ s:f(1q: -d/f: -~omb~ O grupo mecânico pode ser instalado de dois modos: por ligação dü-ecta do
25,500
'e_asecçãO.-de
' ',
-Sàrdà da:tubélge'in:.de·:c~nt'pYêS:~ão
' - ... - ,,
,,-, ... ,,-, . ,.,_
'- _ -
__
.(11!-) • ,•' ,', grupo ao ramal de alimentação da rede predial, ou por intercalação de reservatório
"' \
de acumulação enu·e as redes pública e predial, a partir do qual será feito o abaste-
· Altura..nianoméií:iCà-de-
",_,- ,"' "-"·,"-' "--\\
C.oínPfeSSãli:(fif:c".lJ.J
":-------- '·-"··· ''"'" ·
,"','-,
27,319
cimento da rede predial.
\. No contexto anteriormente referido, verifica-se a necessidade de determinar com
QUADRO LIV
'' \ exactidão as características dos grupos de pressurização a instalar, as quais serão
Determinação da altura manométrica total
"-função das condições de p1-essão a montante do grupo, das características físicas do
· Altúra·manoiné,tricâ'dé' ·-. ··iAltiiN/11uUjO~íitricà:de · -- 'AliiJ-rá'·lnano/nêtrica tOtal: edifício, dos níveis de pressão a clisponibilizar nos dispositivos de utilização loca-
Qspiraç~? (iiL_C.â.) ----- · :·c.m"npfes~fioi(m.c.·a.)- . ',-_'i .-:(~c__.O,)
• , I '
lizados nas posições hidraulicamente mais desfavoráveis e dos níveis de consumo
2,076 27,319 29,395 previstos.
Estes sistemas pennitem a distribuição predial de água a pressão praticamente
QUADRO LV constante, independentemente dos consumos verificados nos diferentes dispositivos
de utilização instalados.
Determinação da potência das bombas
Apesar de este tipo de grupos funcionar normalmente em conjunto, é aconselhá-
vel, como medida de segurança, que o caudal a considerar para determinação das ca-
racterísticas dos elementos de bombagem seja igual a 100% do caudal determinado
para o consumo, nos casos em que este assume valores menores ou iguais a 10 1/s;
para valores supedores poder-se-á considerar apenas 60% deste.

QUADRO LVI 9.3.3.2 Disposições construtivas


Detenninação da altura má.x.ima de aspiraçüo
As instalações elevatórias ou sobrepressoras por bombagem directa devem ser
equipadas com grupos elecu·obomba, dispositivos de comando, de segurança e de
alarme.
Os grupos electrobomba devem ser de funcionamento automático e pem1itir
também o seu comando manual; estes grupos deverão possuir caractelisticas tais
que não alterem a qualidade da água.

106 107
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Á~uos
Sistemas Prediais de Distrihuiçâo de Água
---------------------------
Estas instalações deverão, sempre que o seu posicionamento o justifique, possuir As instalações cuja bombagem é feita directamente a partir de ramal proveniente
isolamento acústico (embasamentos isolados e fixações elásticas) de modo a atenuar da rede pública de distribuição tiram partido da pressão por esta disponibilizada,
ruídos e vibrações que de alguma forma possam perturbar em termos de ruído os desde que a oscilação da pressão na mesma não assuma valores superiores a 100 kPa;
utentes das edificações, tendo em conta a regulamentação aplicável. caso contrário, dever-se-á proceder à instalação de um redutor de pressão. Estas
As instalações deste tipo são normalmente constituídas por dois ou três elemen- instalações deverão ser preferencialmente usadas: efectivamente, se a bombagem
tos de bombagem, os quais funcionam geralmente em conjunto, podendo os motores for feita a partir de reservatório de acumulação, não se poderá aproveitar a pressão
ser de velocidade de rotação constante ou variável; estes últimos permitem a manu- existente na rede pública, o que implicará a utilização de grupos electrobomba com
tenção quase constante da pressão na rede ele distribuição, independentemente dos maior potência.
consumos na mesma. Quando se verifiquem na rede de distribuição predial apenas pequenas solicita-
O tipo de comando automático das bombas é conseguido por sensor estático de
ções em termos de caudal, para não ser necessário que os elementos de bombagem
pressão. o qual ao atingir os níveis pré-fixados de pressão transmite a informação
entrem em funcionamento. é usual instalarem-se pequenos reservatórios metálicos
a um quadro de comando e controlo que, por sua vez, vai comandar o arranque e a
de membrana (com capacidade à volta dos 20 litros). à razão de um por cada elemen-
paragem dos elementos que constituem o gmpo.
A figura 67 ilustra o ciclo de funcionamento de um grupo com dois elementos to de bombagem, na tubagem de compressão.
de bombagem. A velocidade de circulação da água na tubagem de aspiração não deverá ultra-
Como já atrás se referiu, o sistema deverá estar provido de dispositivos de segu- passar 1,5 m/s e o seu diâmetro deverá ser constante ao longo de todo o seu desenvol-
rança e de alarme. os quais poderão ser constituídos por bóia flutuadora. no caso da vimento; em caso algum deverá ser inferior ao da tubagem de compressão.
existência de reservatório inferior; esta, ao atingir determinado nível mínimo pré- A figura 68 ilustra, de forma esquemática. uma instalação com alimentação por
-fixado de água no reservatório. accionará um interruptor que, além de impossibi- ligação directa ao ramal de alimentação, ou a partir de reservatóiio de acumulação.
litar o funcionarrtento elos motores, accionará também um sistema emissor de um
sinal sonoro. No caso de o sistema aspirar a água directamente da rede pública de 9.3.3.3 Exemplo prático de aplicação
distribuição. aquele dispositivo poderá ser obtido pelo posicionamento no ramal de
alimentação da bomba de um sensor estático ele pressão, o qual impossibilitará o Como forma de ilustrar o dimensionamento de uma instalação deste tipo, apre-
funcionamento elos motores quando a água atingir no ramal o valor ele pressão pre- senta-se seguidamente o dimensionamento de uma instalação sobrepressora, desti-
viamente fixado. nada ao abastecimento predial de água de um edifício de habitação com oito pisos
com dois fogos por piso, de tipologia T2, dotados de uma instalação sanitária e uma
cozinha. A determinação dos consumos previsíveis foi feita tomando por base os
caudais instantâneos atribuíveis aos diferentes dispositivos de utilização instalados
(vd. 3.2).
Considerou-se que a bombagem far-se-á directamente a partir do ramal ele
ligação ao edifício da rede pública de distribuição, na qual será disponibilizada uma
pressão de cerca de 150 kPa. A distribuição predial será feita a partir do ramal de
introdução colectiva com início no elemento de bombagem.
Considerou-se também a instalação de um sistema constituído por dois elemen-
Caudal tos ele bombagem, os quais se completarão, no sentido de assegurarem o forneci-
d - Difcrcnçu entre máximo~ mento de caudal e pressão necessários à rede predial de distribuição.
b.Pp - Difcn::ncial de pressUo em cad:1 bomba
6.1'! - Dil"crcncialtotal do [,'.l·upo Toda a tubagem será constituída por elementos ele aço galvanizado.
Fig. 6 7- Ciclo de funcionamento dum grupo de bombagem com 2 elementos A figura 69 ilustra de forma esquemática a instalação referida.

109
lOS
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

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~ lç = 24.00 m

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lirnilc prcdiol
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\io~6.00m

l - Tubagens para <1gua la- Comprimento da tubagcm de aspiração


2- Electrobomba lc- Comprimento da tubagem de compressão
3- V .:ilvu\a de seccionamento
4- Sensor est.:itico de pressão
5- Válvula de retenção Fig. 69- Esquema da instalação de sobrepressão
6- Válvula de bóia
7- Quadro de comando c controlo
8- Sinalízador acústico Tomando em consideração as características físicas do troço de tubagem a mon-
9- Condutorc~ eléctricos tante da instalação de pressurização (tubagem de aspiração), o caudal de cálculo
I O- Manômetro de pressão
li -Bóia flutuadora (scn.~or de nível) considerado, bem como a limitação da velocidade de circulação da água neste troço,
através da fórmula de Flamant (30) procedeu-se à detenninação do diâmetro e da
Fig. 68- Instalação sobrepressora ou elevatória com bombagem directa perda de carga de percurso neste elemento de tubagem (quadro LVIII). De posse
destes valores, bem como do valor da pressão dísponibilizada pela rede pública de
distribuição, determinou-se a altura manométrica de aspiração (quadro LVIX) utili-
9.3.3.3.1 Cálculos zando a fórmula (40).
Como já anterionnente se referiu. cada habitação será dotada de uma instalação Considerando novamente o caudal de cálculo, e tendo agora em conta as
sanitá.tia e uma cozinha, às quais correspondem respectivamente os seguintes dispo- características físicas da tubagem de compressão e ainda as necessidades de pressão
sitivos de utilização: 1 banheira, 1 bacia de retrete com autoclismo. 1 bidé. 1 lava- a considerar no ponto mais elevado deste elemento (B) de tubagem (considerou-
tório. 1 lava-louça, 1 máquina de lavar roupa e l máquina de lavar louça. Tendo em -se uma pressão equivalente de 15 rn.c.a.), determinou-se a altura manométricade
conta os caudais instantâneos atribuíveis aos diferentes dispositivos e a curva que, compressão (quadro LX) através da fórmula (44); considerou-se que a velocidade de
função do somatório destes, expressa a probabilidade de funcionamento simultâneo circulação da água neste elemento de tubagem deveria oscilar à volta de 1 m/s.
dos mesmos (vd. 8.4.1.3), determinou-se o caudal (quadro LVII) de fornecimento Conhecendo os valores referentes às alturas manométricas de aspiração
à rede predial que terá de ser assegurado pelos elementos de bombagem a instalar e compressão, através da fórmula (45) obteve-se a altura manométrica total
(caudal de cálculo). (quadro LXI).

110 111
Sistemas Prediais de Distribuição de Águo Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Dre!wf!.e/11 de Águas

A potência dos elementos de bombagem foi determinada através da QUADRO LIX


expressão (36), considerando que os mesmos terão um rendimento da ordem dos Determinação da altura man.ométrica de aspiração
70% (quadro LX!I).
Caudal bombado (m3/h) 11.376

QUADRO LVII Diâm~tro'da 'tubag~fn_ de. 'Ospiraçã~ {0int) (mm) 50,000 (53,1)

Determinação do caudal de cálculo Velocidade de circule~ÇãO . (n::'-'::':_!_ ; __ _ _;_:--;_~c---c---__:_1'C:4::30::__


Coinprimento da tubagem de aspil;ação (In) 6,000
Dispositivos de utilização Caudal Cattd((l Caudal
---····----------- instantâneo acumulado de cálculo
Comprimento equivalcnle das singularidade_s ,da .tubagem ,
25 790
Tipo Quantid,lde de aSpiração (m)
(1/s) (1/s) (/ls)
·----·------·-- Perda de carga de percurso na tubagem de asph-ctção (mim) 0,067
-'-~----­
Banheira 32 0,25
Pàda de car:ga na tubagem de aspiraçc7'o .(m) 2,130
Bacia ele retrete
16 0.10 QesníVel georr:étrico entre o nível da. âgua e a secç-;;_o
c/ autoc!ismo
di! entrada na bomba (m) LOOO
Bidé ,_
'? 0,10 Pressão di~p'orübilizada pela: rede públiéa de distribuição
··----·-----· 15,000
m.c.a.
Lavatório 32 0,10 28,00 3, l6
------------
Altura man_omitrica de aspiração (m.c.a.) _ . 11,870
Lava-louç<1 32 0.20
Máquina de lavar
16 0.20 QUADRO LX
roue_~---~-
Determinação da altura manométrica de compressão
Miquina de
16 0.15
lavar louça
-------~---· Caudal boá1.bado (m:'lh) 11,376
Diâmetro da tUbagem de éomp;·essâo (nim) vd. LVIII

QUADRO LVIII Velocidade de circu!aÇüo (nils) vd. quadro LVIII


------------·--------~-
Necessidades de diâmetros do troço de tubagem AB Comprimento da tubagem de compresslío (m) 24,000
----· ------··--·-·-------~-- Comprinu:n.to equivalente das singularidades de rubagem
32,9!0
Perda de Perda de de compressüo (m)
Caudal Caudal de Diâmetro
Velocidade cClrgade carga no
Troço acumulado úilcú/Ó (0/nt.) Perda de cargà de percurso na tubagem de comprásüo (mim) vd. quadro LVIII
(mls) . percurso troçq
(1/s) (1/s) (rnm)
···(mim)_ (m) Perda de carga IW tubaj;em de compressão- (m) 3.230
-----~--
--------
8 J.SO
---------""'"''"'--
1.04
-------------
32 (36) [,02 0.061 ''" _____
0.183 Desnível geométrico entre a secçâo de salda da bOmbç<
e a secçüo de saída da tubagem de compressüo (frt)
22,000
, _______
7 .... _______ 7.00
-
1.48
--~----·--·--
40 (41.9) 1.07 0,055 0.165
Pressão a disponibili~ar no ponto màis elevddo da tubag_em
6 10.50 1,84 40 (41.9) 1.34 0,081 0.243 15,000
·-------- ···----·- ···--- de compressc7o (B) (m.c.a.)
5 14.00 2.!5 50 (53.1) 0.97 0.034 0.!02 Altura manométrica-c!t.: compressüo (rn.. c.a.) 40,230
-----~---------
·-·----------·---
4 17.50 2.43 50 (53.1) LJO 0,043 0.123
---------···
3 ::?.1,00 2,68 50 (53.1) [ ,2 [ 0.050 0,150 QUADRO LXI
--·~---------·----· ·--·---·-------------·-
Determinação da altura nwnométrica total
2 24,50
----------
2,91
......
50 (53,1) UI
---~--------·-·----------- ...... _______
0.058 0,174
,_
28,00 3.16 50 (53,1) 1.43 0.067 0,201 Altura manomêtrica Altura n.wnométrica Altura mwwmétriça to{((/
--·········-------- ---
de aspiração (m.c.a,) de compressüo (ní.'c.a.) {m.c.a.)
Totais 1.34!
. 11.870 40,230 28.360

I 12 113
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem tle Águas

QUADRO LXII Os reservató1ios hidropneumáticos podem ser de dois tipos: com membrana,
Determinação da potência das bombas onde não se verifica o contacto directo entre o ar e a água nele introduzidos, e sem
membrana, onde não existe separação entre a água e o ar nele introduzidos, pelo que
Cauda{ boml;a~do ;, Atté:CJ;~fiJáfJ:p:~-i,trf,~:q ._ ,::Re~-;g_;in~htiJ.,~'-_ '.!>_ -.Poténdá' da :-bo~nhCz
JmYs),'" (m.c;d:) d« bonibAÍ%) •·· · · (kW) · o ar tem tendência a misturar-se com a água; este facto obriga à utilização de um
0,0032 28,360 70 1,271 compressor de ar no sistema, de modo a processar a sua reposição.
O elemento de bombagem introduz água no depósito, logo que a pressão no
mesmo atinge um valor mínimo previamente fixado, e continuará em funcionamen-
9.3.4 Instalações hidropneumáticas de sob repressão ou elevação to até que o nível máximo de pressão pré-fixado seja atingido. Para garantir que a
pressão no interior do depósito não ultrapasse o seu limite de resistência, existe uma
9.3.4.1 Generalidades
válvula de segurança que desliga o sistema, quando a pressão atinge esse valor pré-
Quando se verificam as condições descritas em 9.3.3.1, pode-se utilizar um -definido.
grupo de pressurização hidropneumático, o qual integra um reservatório metálico a No caso de a água ser proveniente de reservatório de acumulação, este deverá
jusante dos elementos de bombagem; o grupo assim constituído poderá funcionar ou ser provido de bóia ftutuadora que, ao atingir um nível mínimo de água pré-fixado,
através da bombagem directa a prutir do ramal de alimentação da rede predial, ou accionará um intenuptor e desactivará todo o sistema. No caso de o sistema aspirar a
bombando a água do reservatório de acumulação, o qual será abastecido através da água directamente de ramal proveniente da rede pública de disuibuição, posicionar-
rede pública de distribuição. -se-á naquele um sensor estático de pressão, o qual impossibilitará o funcionamento
Dentro deste contexto, verifica-se pois a necessidade de se determinar com exac- " dos elementos de bombagem quando a pressão atingir um valor mínimo pré-fixado.
tidão as características dos elementos mecânicos a instalar, bem como as necessi- \ 1,. O alarme poderá ser obtido pelo accionamento de um sistema que emita um sinal
dades volumétdcas do reservatório metálico, as quais são função das características "'\sonoro, sempre que OCOITatn as situações mínimas ou máximas de referência que
físicas do edifício, dos níveis de consumo previsíveis, bem como da pressão a dispo- inviabilizam o funcionamento automático do sistema.
nibilizar nos dispositivos de utilização instalados. O reservatório hidropneumático apenas dá resposta a pequenas solicitações de
Este sistema de pressurização possibilita que a distribuição predial de água seja consumo, pelo que a sua capacidade volúmica será função quer do número de arran-
feita entre dois valores de pressão (um máximo e um mínimo) previamente fixados. ques horário do grupo de bombagem, quer do consumo previsível, e ainda da pressão
de funcionamento.
9.3.4.2 Disposições construtivas As instalações deste tipo são geralmente constiruídas por dois elementos de
As instalações hidropneumáticas devem ser equipadas com grupos electrobom- bombagem, os quais funcionarão como reserva activa mútua.
ba, dispositivos de comando, de segurança e de alarme, As instalações cuja bombagem é feita directamente a partir de ramal proveniente
Os gmpos electrobomba devem ser de funcionamento automático e permitir tam- da rede pública de distdbuição tiram prutido da pressão por esta disponibilizada,
bém o seu comando manual; estes gmpos deverão possuir características tais que não desde que a oscilação de pressão na mesma não assuma valores superiores a 100 kPa;
alterem a qualidade da água. caso conu·ário, dever-se-á instalar um redutor de pressão. Estas instalações deverão
Estas instalações deverão, sempre que o seu posicionamento o justifique, possuir ser preferencialmente utilizadas: efectivamente, se a bombagem for feita a partir de
isolamento acústico (embasamentos isolados e fixações elásticas), de modo a atenuar reservatório de acumulação, o aproveitamento da pressão existente na rede pública
ruídos e vibrações que de alguma fom1a possam perturbar os utentes das edificações, não poderá ser feito, o que obrigará à utilização de elementos com maior potência.
tendo em conta a regulamentação aplicável. A velocidade de circulação da água na tubagem de aspiração não deverá ultra-
A função do reservatório hidropneumático é a de limitar o número horário de passar 1,5 m/s e o seu diâmetro deverá ser constante ao longo de todo o seu desenvol-
arranques dos grupos de bombagem, o que é conseguido através da manutenção no vimento, não devendo em caso algum ser inferior ao da tubagem de compressão.
seu interior de uma reserva de água a determinada pressão pré-estabelecida, com a A figura 70 ilusu·a de fmma esquemática uma instalação deste tipo, para as duas
ajuda de uma almofada de ru·. situações de alimentação referidas.

114 115

............. ·············-·----·---
Sistemas Prediais de Distribuiçüo de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Âgu.as

11,[
9.3.4.3 Dimensionamento dos reservatórios hidropneumáticos

Os reservatórios hidropneumáticos são dimensionados tomando por base a lei


de Boyle-Mariotte. segundo a qual o volume ocupado por uma dada massa de gás,
!
mantendo constante a temperatura, varia na razão inversa das pressões que suporta, '
e que é expressa por:

I ! gl~l
1
P, · V,=P,· V,=C (48)

em que P 1 e P: representam as pressões de sujeição. V1 e V2 os correspondentes vo-


lumes ocupados e C é uma constante (constante dos gases perfeitos). Arroo "' do bombo (P mio) ! li
Considere-se agora o reservatório que a figura 71 ilustra. onde P""'-' represen-
la o nível máximo de água a que cmTesponde a pressão de paragem do elemento
de bombagem. P"';" representa o nível mínimo a que COJTesponde a pressão de ar-
ranque do elemento de bombagem, V:nuin o volume de ar a que COtTesponde a pressão
1l
mínima. v;"""-'" o volume de ar a que corresponde a pressão máxima. v;'~'"" o volume de
água a introduzir no reservatólio e V,. o volume de reserva ou segurança.
Fig. 71 - Reservatório hidropneumático

~~
Aplicando agora a lei de Boyle-Mariotte aos elementos atrás desclitos, teremos:
______ _l I ! L _ _j
P "'"·' Vomax =P111111 ·Vamirr (49)
L __ _
I I ------

:r I I
I L ____ _ 5
Através da figura 71 infere-se:

(50)

L-,--, /Ponto de ensaio


e limpeza
Distnbui ~o
prediol
Substituindo este valor na expressão anterior,
I I
I
I I
I I - Tubagen~ para água
Pru11.1' (v . -v )= P . v .
"""" 11gm1 mirr "'""'
(51)
2 - Elcctrohombu
I
I ] - Sen~or c."látíco de prcssl\o donde:
4- Vá!vul:.! de retenção
I
5- Vtílvulu de scccionamento
11 I
______ ,<l-N 5'\ _j . 6- Man6mctro de pressflo
(52)
7 - Reservatório hidropncunlútiço v:'l.'"":;::
P,!la.<
~~
8- Sínalizador acústico
9 -Quadro de comando c controlo
IO- Condutore~ eléctricos
11 - Bôi.1 flutuadoru (scnsor de nívd) As pressões P111 ,". e P,.;n são iguais às conespondentes pressões manométricas
12- Válvula de b6ia acrescidas de uma unidade, isto em atmosferas.

Fig. 70 ~Instalação hidrO!)neum:itica (53)

(54)

116 117
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Pelo facto de se ter considerado um volume de segurança (V), o qual deverá Foi considerado que a bombagem se fará do reservatório de acumulação posi-
oscilar à volta dos 20% do volume total do reservatório (Vtmal), esta situação implica cionado na base do edifício, o qual será abastecido a partir da rede pública de distri-

que: buição. A distribuição predial será feita a partir do ramal de introdução colectiva com
início no depósito hidropneumático.
(55)
Considerou-se a instalação de um sistema constituído por dois elementos de
Substituindo agora este valor em (52), teremos: bombagem, os quais funcionarão como reserva activa mútua, assegurando o caudal
necessário à rede predial de distribuição nas condições de pressão pré-determinadas.
V = 0,8. Vrowl (Pnwx - Pmin) (56) Toda a tubagem será de aço galvanizado.
ar.:tm Pmax +1 A figura 72 ilustra de forma esquemática a instalação referida.
Finalmente, podemos obter a expressão que permite a determinação do volume
total do depósito:

(57) ~
B li
Como já anteriormente foi referido, o objectivo dos depósitos hidropneumáticos -LT
é o de limitar o número horário de arranques dos grupos de sobrepressão, tendo em
atenção o caudal de bombagem e os limites de pressão pré-estabelecidos. As fórmu-
8
9.
las empíricas (58) e (59) que se seguem permitem a determinação dos volumes totais 7

dos depósitos respectivamente para depósitos sem membrana e com membrana, ten-
do em conta os factores atrás mencionados. 6

1,25 · Q1, (Pmax + 1O) 5 8 '


(58)
4 · N(Pnw.t - Pmio) "
4
V = Qf' . Pnm.1· (59) lc " 24.00 m
towl 4 .N (
Pnwx- Pmin- 2
)
3
em que:
vlmnl- volume do depósito (m')
2
Qr -caudal bombado (m'/h)
P,.,_,.- pressão manométrica máxima (m.c.a.) L.___ :n 1

Pm, -pressão manométrica mínima (m.c.a.) ::11


L.ill
lo " 2.00 m

N - número de arranques por hora


la- Comprimento da tubugem de aspiração
!c- Comprimento da tubagem de compressão
9.3.4.4 Exemplo prático de aplicação
Fig. 72- Esquema da instalação hidropneumática
Como forma de ilustrar o dimensionamento de uma instalação hidropneumática
com reservatório de membrana, apresenta-se seguidamente o dimensionamento de 9.3.4.4.1 Cálculos
uma instalação de elevação deste tipo, destinada ao abastecimento predial de água
de um edifício de habitação com oito pisos, com dois fogos de tipologia T2 por Como já antedmmente se referiu, cada fogo será dotado de uma instala-
piso, dotados de uma instalação sanitária e uma cozinha. A determinação dos ção sanitária e uma cozinha, às quais conespondem respectivamente os seguintes
consumos previsíveis foi feita com base nos caudais instantâneos atribuíveis dispositivos de utilização: 1 banheira, 1 bacia de retrete com autoclismo, 1 bidê,
aos diferentes dispositivos de utilízação instalados (vd. 3.2). 1 lavatório, 1 lava-louça, 1 máquina de lavar roupa e 1 máquina de ,lavar louça.

118
119
Sistemas Prediais de Distribuiçtio de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Âguas

Tendo em conta os caudais instantâneos atribuíveis aos diferentes dispositivos e a QUADRO LXlll
curva que, função do somatório destes, expressa a probabilidade de funcionamento Determinação do caudal de cálculo
simultâneo dos mesmos (vd. 8.4.1.3), determinou-se o caudal (quadro LXIII) que Ccwdal Cáudal
terá de ser assegurado à rede predial pelos elementos de bombagem a instalar. a(:umuladó de..éâlculo
· (l!s) (1/s) ·
Tendo em conta as características físicas do troço de tubagem a montan-
Banbeira 32 0,25
te da instalação de pressurização (tubagem de aspiração) e o caudal de cál-
Bacia de retrete c/ autoclismo 16 0,10
culo considerado. bem como a limitação da velocidade de circulação da água
Bidé 32 0,10
neste troço. por reconência à fórmula de Flamant (30) procedeu-se à deter-
Lavatório 32 0.10 28,00 3,16
minação do diâmetro e da perda de carga de percurso deste elemento de tuba-
Lava-Louça 32 0,20
gem. De posse destes valores, determinou-se a altura manométrica de aspiração
Máquina de lavar roupa 16 0,20
(quadro LXV) através da utilização da fórmula (40).
Máquina de lavar louça 16 0.15
Considerando novamente o caudal de cálculo determinado, e tendo agora em
conta as características físicas da tubagem de compressão e ainda as necessidades de QUADRO LXIV
pressão a considerar no ponto mais elevado deste elemento ele tubagem (B) (conside- Necessidades de diâmetros do troço de tubagem AB
rou-se uma pressão de 15 m.c.a.). determinou-se a altura manométrica de compres- Perda' de Perda.· de
Caudal Caudal 'oié{m'eií·Ó
são (quadro LXVI) através da fórmula (44); para efeitos de cálculo, considerou-se ,·Ve._l()_Cidack- cárga de carga no,,
Troço acumulado de; cálculo (0in(.!
que a velocidade de circulação da água neste elemento de tubagem deveria oscilar à (inl.1) zjé_r'c.ur~o troço
(1/s) (1/s) (nimr (mim) (m)
volta de 1 m/s. '•
\~. 8 3.50 1.04 32 (36) 1.02 0.061 0,183
Conhecendo os valores das alturas manométricas de aspiração e compressão.
\ 7 7.00 1.48 40 (41.9) 1.07 0.055 0.165
através da fórmula ( 45) obteve-se a altura manométrica total (quadro LXVII).
6 10.50 1.84 40 (41.9) 1.34 0,081 0,243
Para a determinação da potência dos elementos ele bombagem considerou-se um 0,102
5 14.00 2.15 50 (53,1) 0,97 0.034
caudal de descarga (Qm,._). o qual foi obtido por incremento de 20% ao caudal de 50 (53.1) 1.10 0.043 0,123
4 17,50 2.43
cálculo anteriormente determinado, bem como a altura manométrica (H"'u)' a qual 3 21.00 2,68 50 (53,1) 1,21 0.050 0.150
corresponde à altura manométrica total atrás determinada acrescida de 15 m.c.a. 2 24.50 2,91 50 (53.1) l,31 0.058 0.174
(este valor deverá oscilar entre lO e 15 m.c.a.). 28,00 3.16 50 (53.1) 1.43 0.067 0.201
Para a cletenninação do volume do reservatório hidropneumático foi considera- Totais 1,341
----
do um caudal provável (Q1,), correspondente à semi-soma do caudal de cálculo e do
QUADRO LXV
Qmax· O número de arranques por hora considerado para os elementos de bombagem
Determinação da altura manométrica de aspiração
foi de 20.
A potência dos elementos de bombagem foi determinada através da expressão Caudal bombado (w.llli) 1!,376
(36), considerando que os mesmos terão um rendimento da ordem dos 70% (quadro -:ora.n.telrO.dir{d)Ggen{dr/àS1iraçfi~:(0ifit:/(íJitn,Y·- · 50.ooo (53,1)
LXVlll).
A dimensão volúmica do depósito hidropneumático foi determinada através da cO.ffújriméniO :da· t~baie1it dé 'aS[JirO.(~ãd;(tf!X. 2.000

fórmula (59), tendo em conta uma P,.w_1. igual à altura mano métrica incrementada de CompÍ:iúu~niO (/q~ivd_leíif'e:didS'iti'g'ulár(daqé,s-:'c[ú ú.tbü~jénL_ 24.700
de a_si!J!Es:fio (!1i.>._:::~ . · : .... · -. _.. _.· .· ·., .. - ~ ..._.- ......·.
15 m.c.a., como reforço elas condições mínimas de pressão: a p'""' assume o valor , -Perda··de: c'â,rga.de páeur,~o:1J.Ct.-tubagem dé. aSpiiâção.fm,~·/J.;;'i'n")-".-'---~O".O.c6.c7,..--__
determinado para a altura manométrica. Pé'fda ·_dé:Ca.riO,;fici,-·iiJQágéri. d~i,úpt(àça~; Unl. i'~· 1.7 89
Finalmente, considerando quer as características físicas da instalação. quer os I)e~ryíVd:: t4o.~,áé~rtf.;á~·rJIJfí-é. q: ~[lfe{-cfà)-'ãgí_Ur~é,-.:·~-,~4Ç~.~(3!·;. :/ ·':· 1,500
elementos referidos através do quadro LXX, determinou-se a altura máxima ele aspi- de.'entrada àdbomQ.a:.(m)' ' ' " '· · ·- · · _.
ração das bombas pela expressão (46). AÚura ·in'ario.márid~ de aS,~i;açã<;·án;c::.a:::.~:_J_ _~---'--'--'---~3"."28=-9'----

120
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas

QUADRO LXVI 10 SISTEMAS DE PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA QUENTE


Determinação da altura manométrica de compressão
10.1 Generalidades
Caudal.bombad.ix(in·Yh) I 1.376
vd. quadro LXIV A correcta concepção e o conecto dimensionamento de um sistema destinado à
produção e distribuição de água quente implicam uma definição adequada das neces-
Velocidade de circiilaçãO (ml..f) vd. quadro LXIV
sidades previsíveis dos utentes a servir, as quais dependem da temperatura da água
24.000
distribuída, dos caudais instantâneos assegurados nos dispositivos de utilização e do
Compriinenro equivalénte das singularidades.,da iubagem
32,910 volume de água quente disponibilizado. O dimensionamento em questão deve ter
de compressãO"fm)
Perda de cargii'â4_percurso na-.tubàgem:de.compreSsão (mim) vd. quadro LXIV por objectivo uma resposta adequada aos consumos previsíveis nas condições mais
Perdci de' carga-'na·tubâgerit.:de·--comprúsão (IJt) 3,230 frequentes de utilização, através da optimização do seu rendimento t6m1ico, com a
Desntvel geárnétrico,_entrf( a p.é(:çciq :de salda_ da bombd: consequente minimização dos consumos energéticos.
22,000
ea seccão'de salda dá tubagem.-_de compressão (m) Uma instalação de água quente destinada a consumos domésticos tem por função
Pressão .a dispOiiibl!izaino POnto níaiS;ezeVado' da· tubagem a satisfação das necessidades dos utentes em termos de água quente, e compreende a
de•conip'ressão· (B) (m.C.a;) -· · · ·
15.000
produção propriamente dita, a distribuição e o seu fornecimento.
Altura- manâriu!trica.de compresscio (m.c.a.) 40.230 A distribuição predial de água quente, obtida a partir da unidade de produção, é
QUADRO LXVII feita através de uma rede de distribuição em tudo semelhante às utilizadas na distri-
buição de água fria, na grande maimia das situações, ou acoplando a esta um circuito
Determinação da altura manométrica total
destinado ao retorno da água entre os dispositivos de utilização e a unidade de pro-
Altura_ inari:On1.ét'rica Alt'u.Y.a :/Mnomérica Altúra manÔmétricá·total dução. Esta última situação de disuibuição, com circuito de retomo para circulação,
de 'aspiraçãO (i-n.c.a.) d~ C'-0/npf.éssii~ -(m.c.ci.) (m.C.'a.) é geralmente utilizada nas situações em que a produção de água quente se destina à
3,289 40,230 43.519 alimentação de unidades colectivas (hotéis, hospitais, etc.).
A grande virtude de uma rede de distdbuição com retorno para circulação da
QUADRO LXVIII água reside no facto de permitir assegurar ao utilizador, instantaneamente e em per-
Determinação da potência das bonzbas manência, a obtenção no seu dispositivo de utilização de água quente nas condições
desejáveis de temperatura, evitando ainda desperdícios desta.
Caudal bombado .Altura manometriCa Rendimento da POtêné'ia da bomba
Hmux (m.c.a.) bOÍnba.-(%). (kW) Na concepção e no dimensionamento da rede de distribuição, dever-se-á procu-
rar a obtenção de u·açados que possibilitem a minimização das perdas de carga, de
0.00384 58.519 70 3,146
forma a optimizar o aproveitamento da pressão disponibilizada, bem como os limites
QUADRO LXIX de velocidade de circulação da água impostos regulamentannente.
A temperatura da água destinada ao contacto com o corpo humano deverá ser da
Determinação do volume do depósito hidropneumático
ordem dos 38 °C.
N. Pi,li#t41~r A temperatura da água quente distribuída não deverá exceder os 60 °C.
'·(arra~·cjUes/h) (m.c.a:).
Todas as unidades de produção de água quente deverão ser instaladas de acor-
12.449 20 58.519 43.519 0.536 do com _os requisitos regulamentares aplicáveis, tendo em conta o tipo de energia
utilizado.
QUADRO LXX
Determinação da altura máxima de aspiração
,-:, _:_·.. · 10.2 Consumo de água quente nos edifícios
·N.PSH
:Altufà .- J;i:f4«: 4e_,Cffi~i--: Fàcior de:. ,- -- -Altura.miixitna
';" ',,.-;- ,'

é(;Ui~ai~-í_r_(e_.~a, :,-n:d.:tub(tg_~m ·.:' O volume de consumo de água quente num edifício será função do tipo de ocu-
dá:bQinbd -_ :s'ê'jlit'r'c/fzç_(/;---- .-,:_~;';:,:,:·d. ·.--~. ·.".··.·.~P. :.~r..·~.~...,ão
. (m! 'ú.insa().--de :-vapor:·'
. , (m}, , ,
,de_:àsj:liração_ -:
'., :. ' (,i;)'i: ,·_<:-'Y·-:':f~1]_:;,~~-;-- --~: ,. _., ('!I.J':>. pação do edifício (residencial, hoteleiro, escolar, etc.), do número de utentes, do
número de dispositivos de utilização instalados, da temperatura da água distribuída e
0.700 0.430 1.789 0.500 6.91 I do nível de conforto pretendido.

122 123
Sisrcmas Prediais de Disrrilmiçüo de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Âguas

A determinação dos consumos de água quente para fins domésticos e sanitários Os quadros LXXI a LXXV apresentam valores mínimos de consumo de água
não é estabelecida através de fónnulas matemáticas; por isso, a sua determinação é quente a considerar nos diferentes tipos de edifícios, tendo em conta a satisfação
efectuada através do tratamento estatístico das probabilidades de consumo, ou to- das necessidades dos utentes; os valores apresentados deverão ser encarados como
mando por base valores obtidos experimentalmente, a partir dos quais se obtêm os orientativos, devendo cada situação prática merecer um estudo exaustivo, tendo em
perfis de consumo. que possibilitam a obtenção das grandezas características relati- conta os consumos verificados no mesmo tipo de edifícios localizados nessa área,
vas ao consumo de água quente. bem como eventualmente o nível social dessas populações.
Os valores dos consumos revelam uma enorme variação. quer no decorrer do dia,
quer em termos do dia da semana. quer ainda em termos de mês do ano. A figura 73 QUADRO LXXI
mostra a influência dos factores temporais atrás referidos nos níveis de consumo de
Consumos mínimos de água quente a considerar para a p1·odução
água quente.
individual com acumulação [35]

o Segundo Númer() Néi:ésSü.iádádiárias (tirros,a 60 °C)


• /! '"'\.. --Terço Dispositivo~ alimentar
'
' -- Quarto
- - - Quinto
de uten.tes
por habitação
"Dias de: éonsúmo
nor"mal
_Dias de inaior
consumo
' I \\ -·-Sexta
' --- Sóbado 1-2 30 40
I .ib., \\ •••••••·• Domingo
' '!/(!' ~ \\ I "0 Lava-louça 3-4 40 50

:1r ,,,
o
h'ft I ~~ ~.b t\. f! /~;t ·.,.:\. 5-6 50 60
• ~;-i/
jlj II II \ / "~, Lavatório
1-2 35 40
' I
~~ I t! 1'\: .X-" I ~ ~\\ ou bidê
3-4 60 70
' (2: "_...... j ~ 5-6 80 90
'o r- '=="····
Lavatório
I -2 45 55
' • " " " " 10 20 ~
"
Tempo (h) + 3-4 80 100
chuveiro
!nllu6ncia do dia da seman.:t 5-6 100 130

Lavatório
1-2 50 75
+pequena 3-4 80 120
banheira
5-6 115 175
l- 2 75 95
Lava-louça
+lavatório 3-4 120 170
+chuveiro
5-6 150 190

Lava-louça
I- 2 80 115
+ lavatório 3-4 120 170
+ pequena banheira
5-6 165 235
!nHuênda da estação do ano
1 -2 90 !50
Lava-louça ----·--··
Fig. 73 ~Curvas de consumo de úgua quenlc [30] +lavatório 3-4 150 240
+ grande banheira
5-6 195 340

124 125
Sistemas Prediais de Distribuição de Água
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçã.o e Drenagem de Águas

QUADRO LXXII QUADRO LXXIII


Consumos mínimos de água quente a considerar Consumos mínilnos de água quente a considerar
ern edifícios públicos [35] em edifícios de habitação [30]
Tiflo de NecÚsldàdeS ·diál-ia~ .
ÇG.racterJ~tiçq.s
edifício ·:: tzitro.~·.~:6ô :oC)
de 3 estrelas em montanha 170
de 3 estrelas em outros lugares 130 a 140
por quarto/dia 100
de férias à semana com banho
Hotéis de uma estrela com 50% de duches
75
e 50% de banheiras Lava~ louça 20 30 40 50
restaurante (50 a 150 refeições/dia) por refeição 12 a 20 Lavatório 8 12 16 20 24
lavagem de roupas por kg de roupa seca 4 a5 Chuveiro 20 20 40 40 60
Grandes Bidé 5 5 5 !O 10
com ligação às zonas de frio por refeição 2a3
cozinhas
L< l,3m 70 70 70 140 140
quartos por cama/dia 30 a40 Banheira
L> 1,3m !lO 110 !lO 220 220
Escolas sem lavagem de louças por refeição 3a5
refeições Lava~louça +chuveiro
com lavagem de louças por refeição 9 a 10 48 62 96 110 144
+lavatório
quartos por cama/dia 40 Lava~ louça+ chuveiro
lares de idosos 53 67 101 120 154
+ lavatório + bidê
cozinhas por refeição 9 a 10
Lava~ louça+ banheira
quartos por cama/dia 60 143 157 171 300 314
maternidades e (L> 1,3 m) +lavatório+ bidé
Saúde
clínicas cozinhas por refeição 10 a 15
QUADRO LXXIV
quartos por cama/dia 50 a60
hospitais Consumos mínimos de água que11te para a produção
cozinhas por refeição 8 a 12 instantânea individual [35]
por cama/dia l2
Campismo de 3 e 4 estrelas
por tenda/dia 45

Temperatura da
60 60 35 a 50 35 a40 35 a40 35 a40 35 a40
água ( 0 C)
Caudal (1/min) 3 5 3a5 5 5a8 13 a 20 3
Duraçflo por
3a5 0.5 1a2 2a3 3 a6 6 a 12 0,5 a 1
utilização (nün)

QUADRO LXXV
Consumos de água quente em edifícios de habitação [35]
Ji~Jn~~ro_ ·_4e-.::4úP~si.ii~ri~; ,-..- -. 2 3 4 5
Né_c;·/sid~d;;s::_~iá·;_·i«1·-~:~ô'Yc/trJdi~/ , 75 to5 tso tso 240

126 127
Sistemas Prediais de Distrilmir_:âo de Âgua iY!anua/ dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Âguas

No anexo I, as figuras A.l a A.5 ilustram perfis de consumo, os quais tuído por três a quatro aparelhos, incluindo uma banheira de 150 l de capacida-
representam graficamente a repartição horária dos consumos de água quente nos de (banheira normal)) [35]. O quadro LXXVI refere os coeficientes COITectivos a
diferentes lipos de edifícios, bem como os respectivos coeficientes con·ectivos, aplicar na determinação de N, tendo em conta o equipamento de referência que
tendo em conta quer o dia da semana quer o mês do ano, recolhidos em bibliografia equipa as habitações consideradas.
estrangeira I35l.
QUADRO LXXVI
10.2.1 Grandezas características Valor do facto r con·ectivo de N [35]

10.2.1.1 Caudal horário médio Volume Caúdal


Equipamento de referência Factorcqr:rectivo
(I) (l!mln)
Tomando V, 1 como a quanticklde de água quente consumick'1 num dia teremos o 2 banheiras normais 1,5
caudal médio consumido numa hora (Q1,) desse dia igual a: Banheira e ducbe 1.3
Grande banheira 180 18 1,2
(60) Banheira normal 150 15 1.0
Duche 9 0,6
Se a cada hora do dia fizermos corresponder um coeficiente adimensional (a,
Lavatório ou lava-louça 6 0,4
definidor do perfil de consumo) que operado com o caudal médio consumido numa
hora desse dia expresse exactamente o consumo verificado nesse dia, ter-se-á:
10.2.1.3 Caudal de ponta
24
2,(Q,)= 2,o:, Q1, =24V, (61) O caudal de ponta ( Q), relativo ao cálculo de situações de ponta que se veli"ficam
ioo]
nos sistemas de produção instantânea. é definido através elo quociente estabelecido
entre o volume de consumo máximo entre alguns minutos (V,.,"',) e a duração desse

(i:, a,= 24]


;,]
(62) intervalo de tempo (t:..t).

Q := v:'IIW/1 (65)
I' ó.t
10.2.1.2 Caudal horário máximo

O caudal horário máximo (Q1,"') ê definido através do quociente estabelecido 10.2.1.4 Coeficiente de ponta
entre o volume elo consumo no período do dia. com duração de algumas horas, em
O coeficiente de ponta (cp ), que permite a obtenção das necessidades de ponta de
que se verifica o maior consumo (V"' 111" ) (o qual por convenção se define como sendo
água quente através do seu produto com a necessidade média diária, tendo em conta
igual a 0,75 do volume médio consumido num dia (V11,w) [35]) e a duração desse
o menor número de horas em que foi consumido o volume de água armazenado, é
intervalo de tempo ( !J.t ).
determinado considerando dois coeficientes correctivos. c, e c,r relativos respectiva-
mente ao mês do ano e ao tipo ele dia da semana, os quais, operados com o volume
(63)
médio consumido num dia (V11111 ,.), pennitem a obtenção do volume máximo consu-
mido num dia considerado crítico (V11,.,.):
O valor do intervalo ele tempo t:..t é obtido através da expressão:
Vr/air =Vdmed ·Cm ·Cd (66)
No.9os
8t=5x ,., (64)
15+ No9.o O consumo médio horário será:

em que N é o número de habitações correntes (habitação con·ente é definida como Q = vdcril


(67)
sendo uma habitação de tipologia T2 a T3, cujo equipamento sanitátio é consti- li 24

128 129
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas

Tomando como n o número de horas em que o volume de água armazenada foi QUADRO LXXVII
consumido e considerando que i0 representa uma hora do dia, obtém-se o volume de Caudais instantâneos [5]
água annazenada da seguinte forma:

in+n
Lavatório individual (Lv) 0,10
V,= L, a, ·Q 1,
(68)
Lavatório colectivo (por bica) (L v) 0,05
1"'ill
Em termos práticos: Bidé (Bd) 0.10
Banheira (Ba) 0.25
v;,= 0,75 x vd,,·d (69)
Chuveiro individual (Ch) 0,15
Donde virá: Pia lava·louça (LI) 0,20
Em confonnidade com as insttuções
Máquinas industriais e outros aparelhos
do fabricante
O, 75 X vdmcd (70)

I 0.3.2 Instalações de produção individuais


Teremos então, finalmente:
Quando a instalação se destina à produção de água quente para alimentação de
(71)
\~, uma só unidade (um fogo, um pequeno balneátio, etc.) é designada instalação indi-
\ vidual.
·I;'~\., Os aparelhos produtores de água quente mais vu1gannente utilizados nestas ins-
talações são geralmente de dois tipos: produção para uso instantâneo (esquentado-
10.2.2 Consumo de água quente nos dispositivos de utilização res), ou para acumulação (termoacumuladores eléctricos ou a gás); mais raramente
pode recon·er-se à utilização de caldeiras tipo mural ou ainda a sistemas a energia
Os consumos mínimos a considerar nos diferentes dispositivos de utilização ins-
solar.
talados no sistema de distribuição são os indicados no quadro LXXVII.

10.3.2.1 Aparelhos de produção instantânea a gás (esquentadores)


10.3 Instalações de produção de água quente
Um aparelho de produção instantânea permite o fornecímento instantâneo de
10.3.1 Generalidades água quente. Estes aparelhos necessitam de possuir grande potência de produção, a
Uma instalação de produção de água quente é geralmente referenciada pelo tipo qual apenas é utilizada em pequenos períodos diários. As descontinuidades do seu
de produção (individual ou central), pela forma de produção (instantânea, semi- funcionamento estão relacionadas com a cadência das necessidades dos utilizadores
em termos de água quente.
-instantânea, acumulação ou semiacumulação ), pelo tipo de energia consumido (car-
Os aparelhos de produção instantânea a gás são geralmente identificados através
vão, fuel. gás, lenha, electricidade, energia solar, etc.) e pelo tipo de transferência de
da sua potência; os mais vulgares são conhecidos por esquentadores, cujas potências
calor para a água que se pretende aquecer (directa ou indirecta).
úteis oscilam entre os 17 kW e os 28 kW.
A transferência de calor diz-se directa quando o aquecimento da água é feito Os esquentadores têm habitualmente um comportamento em funcionamento
através do seu contacto com uma superfície directamente aquecida por uma combus- próximo dos valores expressos no quadro LXXVIII.
tão ou resistência eléctrica (ex.: aquecedores eléctricos) e indirecta quando a água Este tipo de aparelhos deverá ter a sua aplicação restringida à alimentação de um
é aquecida por condução ténnica através dum fluido intermediário, o qual vai reduzido número de dispositivos de utilização.
aquecer os elementos em contacto com a água (ex.: vapor ou água quente no interior Os requisitos técnicos relativos à sua instalação deverão ter em conta a legislação
de serpentinas). aplicável.

130 131
Sistemas Prediais de Distribuiçüo de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo c Drenagem de Águas

QUADRO LXXVIII
Potência dos esquen.tadores. em função dos caudais escoados
Potência Caudal escoado ElevaçãO de temperatura (ót)
(kWi (1/min)_ _ _ _ _ _ _ _~('_Cc.)_
17 10 25
23 13 25
28 25

A figura 74 representa esquematicamente o esquema de funcionamento de um


aparelho de produção instantânea de água quente (esquentador), bem como a consti-
tuição de um aparelho deste tipo.

I -Serpentina
10.3.2.1.1 Dimensionamento da instalação de produção 2- Queimador
3 - Água quente
4- Água fria
Neste tipo de instalações interessa determinar a potência máxima instantânea
de produção do esquentador, a qual deverá ser obtida com base no caudal de ponta Fig. 74- Aparelho de produção instantânea (esquentador)
máximo, para um período de utilização mínimo de 1 minuto, ou tendo em conta os
valores contidos no quadro LXXIV. através ela expressão:
O consumo energético poderá ser determinado através ela expressão:
(72)
p' f
E=- (73)
em que: 11
em que:
P -potência de produçfto do aparelho (W)
c -calor específico da água ( 1.16 Wh/kg. "C) E -energia consumida (Wh)
Q -caudal de consumo (1/h) P - potência de produção (W)
T1 - lemperatura da ügua à saída do aparelho ("C) t -intervalo de tempo considerado (h)
T, -temperatura da água à entrada no aparelho {''C) 11 -rendimento de produção do aparelho

O aparelho ele produção poderá ainda ser seleccionado tomando por base os ela- 10.3.2.2 Aparelhos de acumulação (termoacumuladores)
dos expressos no quadro LXXVII.!.
Estes aparelhos de produção por acumulação permitem o armazenamento da
Dever-se-á considerar um coeficiente de segurança para os valores assim
água aquecida de forma a poder ser utilizada quando necessário, apresentando-se sob
determinados. como forma de suprir eventuais perdas ou uma evolução em termos
a forma de um reservatório isolado termicamente, equipado com sistema de controlo
de consumo, o qual não deverá exceder o valor de 1,5. A potência elo aparelho devetá
da temperatura da água armazenada.
também ser incrementada com as perdas referentes à distribuição.
A capacidade de armazenamento destes aparelhos deverá ser pelo menos igual
Nos quadros LXXIX e LXXX apresentam-se. a título exemplificativo, às necessidades máximas do dia de maior consumo, caso se trate de aparelhos eléc-
as características técnicas dos modelos de esquentadores de uma marca comer- tricos.
cial, as quais possibilitam uma selecçfto do aparelho adequado para a instalação Os aparelhos de produção por acumulação, geralmente conhecidos por termoa-
considerada. cumuladores, podem ser eléctricos ou a gás.

132 133
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de ÁgL!CIS

No que se refere à capacidade de reposição do volume de armazenamento, veri- QUADRO LXXXI


fica-se que nos aparelhos de produção eléctricos esta é bastante inferior à dos apa- Possibilidades de alimentação de água quente por esquentador
relhos a gás. com introdução por este de um incremento de ~t = 25°C
na temperatura da água distribuída

QUADRO LXXIX
Esquentadores de funcionamento a pressão normal
Lava-louça+lavatóiio ou chuveiro

Lava-louça+lavatório+chuveiro

25 5,2 78 Lava-louça+lavatório+banheira
A 40 3.2 1275 Lava-louça+lavatório+banheira+chuveiro+bidé
50 2,5 34
25 10,0 118
10.3.2.2.1 Aparelhos de acumulação eléctrico&(termoacumuladores eléctricos)
B 40 6,3 1275
50 5,0 29 Estes aparelhos, cuja utilização se verifica com alguma frequência, apresentam-
25 13,0 132 -se sob a forma de reservatórios onde a água é armazenada, dotados de isolamento
c 40 8,2 1275 térmico, como fom1a de atenuar as perdas térmicas da água. A temperatura da água
50 6,5 34 armazenada é mantida entre limites pré-estabelecidos (geralmente entre 60 °C e
25 16,0
65 °C). por um sistema de regulação e controlo, através de termóstatos (nãoactuáveis
180
pelos utilizadores),
D 40 10,1 1275
O aquecimento da água é feito através de resistências eléctlicas posicionadas no
50 8,0 44
interior do reservatório, as quais são dotadas de protecção para evitar passagens de
corrente para o sistema.
QUADRO LXXX Se bem que ainda existam termoacumuladores destinados a trabalhar apenas
com água a baixa pressão, hoje em dia praticamente todos os teimoacumuladores
Esquentadores de funcionamento a baixa pressão
eléctricos existentes no mercado são aparelhos destinados a serem utilizados sob
Pl-isSáo:· .'ft.rn.im·b.~}i~entrad~ pressão (suportam os valores usuais verificados nas redes prediais de distribuição), o
do 1esqúentailor: -.. que permite a sua instalação em linha com as redes de distribuição de água.
(kPa) Existe no mercado uma vasta gama de termoacumuladores eléctlicos com ca-
6,0 49 pacidade volumétrica do reservatório geralmente oscilando entre os 50 e os 500 l e
A
2.0 15 variando as potências eléctlicas respectivas vulgannente entre os 10 e 12W/l.
Os tennoacumuladores elécuicos podem ser de tipo vertical ou horizon-
7,5 59 tal, sendo estes últimos utilizados apenas quando surgem problemas físicos de
B
3,0 17 instalação.
9,5 Em vil1ude de não se dever verificar expansão da água na rede de distribuição,
c 3,5 e uma vez que, durante o período de aquecimento da água, as torneiras a jusante do
aparelho estão fechadas, dever-se-á, imediatamente a montante do tennoacumula-
dor, proceder à instalação na rede de água fria de um grupo de segurança (fig. 75), de
modo a evitar esta ocorrência.

135
134
Manual dos Sistenws Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua

l - Lsolante térmico
2 - Resisti:ncia
3- Termóstt\to
4- Águn fria
5 - Água quente

5
4 l - Tennoacumulador
2- Água fria

y
Fig. 76- Esquema de instalação de termoacumulador a gás
Fig. 75 ~ tnstalução de termoacumulador eléctrico
10.3.2.2.3 Dimensionamento da instalação de produção
10.3.2.2.2 Aparelhos de acumulação a gás (termoacumuladores a gás)
a) A electricidade
Este tipo de aparelhos. de uso não muito frequente entre nós, são constituídos por A capacidade volumétrica de acumulação de água do terrnoacumulador deverá
um dispositivo de aquecimento (um queimador a gás). o qual aquece a água escoada ser determinada com base no volume de água quente consumido diariamente. to-
e armazenada. A temperatura da água mmazenada não deverá exceder os 60 °C, de mando por base os elementos contidos nas tabelas expressas nos quadros LXXXII
modo a evitar a incrustação de calcário no seu interior. e LXXXIII.
Relativamente aos termoacumuladores eléctricos, estes têm a vantagem de pos- Essa capacidade poderá ser determinada através da fórmula da mistura de líqui-
sibilitar a alimentação simultânea de um maior número de dispositivos de utilização; dos a diferentes temperaturas:
acresce ainda. para além disso. que o tempo de reposição da quantidade de água
(74)
armazenada à temperatura pretendida é feita em intervalos de tempo reduzidos (20
mina 1 h 30 min).
(75)
Normalmente a gama deste tipo de aparelhos disponibilizada pelo mercado. em
termos de capacidade de armazenamento de água, oscila entre 75 e 400 I; a potência em que:
útil, para um aparelho de 200 1 de elevada capacidade de reposição. oscila em tomo
v,- consumo diário de águu quente (1)
dos 18 kW. n ~ número de utentes
A capacidade de armazenamento de água quente do sistema pode ser ampliada à C"- consumo diário por utente (I)
custa da sua ligação a um reservatório de acumulação, fazendo a água circular entre T,- temperatura du água misturada ( C)
0

o reservatório e o aparelho de produção através de uma bomba de circulação. 7 -temperatura du água aquecida (0 C)
1
Pelas razões apontadas no ponto 10.3.2.2.1 para os termoacumuladores eléc- V1 ~ capucidade de acumulação do aparelho (1)
tricos. também neste caso o sistema deverá ser dotado de um grupo de segurança T,_- temperatura da água à entrada do aparelho (°C)
(fig. 76). V::- volume de água fria misturada (1)

137
136
Sistenws Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Dever-se-á considerar um coeficiente de segurança para os valores assim QUADRO LXXXlll


determinados, como forma de suprir eventuais perdas, uma evolução em tennos de Capacidade dos aparelhos, função dos consumos previsíveis [35]
consumo ou a melhoria do nível de confmto. Esse factor não deverá ultrapassar o
valor 1,5.

QUADRO LXXXII
Capacidade dos aparelhos, função do número de dispositivos [35]

Nin~erO· .de õ4ts'p·OsúiVh; LitrOs de-água -a 60 oç I -2 30 40


, principq_fs. Médio 'MáXimO Lava-louça 3-4 40 50 50
50 100 5-6 50 60
2 100 !50 Lwatório 1-2 35 40
3 125 200 ou 3-4 60 70 50
4 !50 250 bidê 5-6 80 90
5 200 300 Lavatório 1 -2 45 55
100
+ 3-4 80 !00
b)Agás chuveiro 5-6 100 !30 125 a 150
A capacidade volumétrica destes aparelhos, contrariamente ao referido para os Lavatório 1 -2 50 75
125
aparelhos eléctricos, não necessita de ser determinada em função do volume diário +pequena 3-4 80 120
previsível de consumo de água quente, uma vez que estes aparelhos têm um desem- banheira 5-6 115 175 150 a 200
penho de produção que se poderá considerar misto: isto é, para além da sua capaci- I -2 75 95
Lava-louça
dade de armazenamento. têm também desempenho semelhante a um esquentador, !50
+lavatório 3-4 120 170
razão que leva à não-acumulação do volume necessário para satisfazer o consumo +chuveiro 5-6 !50 190 200
máximo diário previsto.
Lava-louça 1 -2 80 115
Tem em conta este factor atrás referenciado a tabela contida no quadro LXXXIV, 150 a 200
+lavatório 3-4 120 170
referente aos modelos de determinada marca existente no mercado nacional; efecti-
+ pequena banheira 5-6 !65 235 200 a 250
vamente, possibilita o seleccionamento do aparelho adequado. face à satisfação dos
objectivos previstos para o consumo de água quente. Lava-louça I -2 90 !50 !50
A potência de produção de água quente dos termoacumuladores é determinada, +lavatório 3-4 !50 240 200 a 250
com base no volume de armazenamento de água aquecida à temperatura de 60°C, + grande banheira 5-6 195 340 300
num intervalo de tempo que geralmente se fixa em 8 h, através da expressão:

(T -T) 1
(76)
O consumo energético é determinado pela expressão:
P=c·V· I +P
.0..t ·0,9 d P·t
E=-+E" (77)
em que:
11
P -potência de produção (W) em que:
c - calor específico da água ( 1,16 Wh/kg. o C)
E -energia consumida (Wh)
T temperatura da água armazenada (60 o C)
-
1 P -potência de produção (W)
T, - temperatura da água à entrada no aparelho ( 0 C)
t -intervalo de tempo considerado (h)
D.t- intervalo de tempo considerado (8 h)
P"- potência dissipada no circuito de circulação da água (caso exista) (W) 11 - rendimento de produção do aparelho
V -volume de acumulação (l) Er energia dissipada através do reservatório (Wh)

138 139
Sisremas Prediais de Distribuiçâo de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO LXXXIV
Características de termoacumuladores a gás
Modelo
Características
A --"Bc.__::C_ D
Capacicl"lde ( l) 115 155 190 280
- · · - - - - - - - -------------------- ···---------------
Tempo para colocação da água acumulada 89 69
69 81
-~-~0 oc (m!t~----·-···---------------------------
T=60'C
150 202 260 360
ilT=SO'C
VOlume de águn disponível na Ln hora
T==38°C
267 360 464 570
t.T == 28 oc
T =45 'C
145 167 178 366
Volume de ::igua disponível <>T = 35 'C
nos primeiros ! O min T=40'C
170 190 200 427 I ~Água fria
àT=30'C 2 ~Água quente
--~-----------------------------------

Potência útil (kW) 6,7 7.6 8.2 !7.4


------------------------------------ Fig. 77- Esquema funcional de uma caldeira mural
Potência fornecida lkW) 5,9 6,8 7_3 14_9
-~-------- --
t - C:lldcim
10.3.2.3 Caldeiras murais a gás 2- Reservatório
3- Água friJ
10.3.2.3.1 Produção instantânea

Este tipo de aparelhos é concebido de modo a permitir a produção de água quen-


te para íi.ns sanitários e para aquecimento central do ambiente, situação esta não
enquadrável pelo presente documento.
Estes aparelhos, de desempenho funcional muito semelhante aos esquentadores,
distinguem-se destes últimos fundamentalmente por serem dotados ele um circuito
interno de circulação de água c regulação tetmostática cb sua temperatura e possuem
normalmente potências que oscilam entre 23 kW e 28 kW.
A figura 77 ilustra o esquema funcional de uma caldeira mural.

10.3.2.3.2 Produção com acumulação

Este tipo de aparelho consiste na acoplação de um reservatório de acumulação


à caldeira muraL o qual vai permitir uma considerável redução da potência de uti~
liz~ção, para além de assegurar um melhor nível de conforto face às necessidades Fig. 78- Grupo constituldo por caldeira mural e reservatório de acumulação
do consumo. através da disponibilização de um determinado volume ele água a uma
temperatura pe1fcitamente estabilizada.
10.3.2.3.3 Dimensionamento da instalação de produção
A potência necessária para a produção de um caudal instantâneo de água quente
na ordem dos 350 l/h anela à volta de 14 kW. Os requisitos para o dimensionamento deste tipo de instalações são em tudo
A figura 78 ilustra ele forma esquemática a constituição de um grupo deste tipo. idênticos aos referidos nos parágrafos anteriores.

140 141
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas

10.3.2.4 Produção por energia solar 10.3.2.4.1 Dimensionamento da instalação de produção


Este tipo de sistemas de produção de água quente não permite regra geral a Os requisitos para o dimensionamento deste tipo de instalações assentam funda-
satísfação total das necessidades dos utentes, pelo que é normalmente acoplado a mentalmente no volume de armazenamento a considerar por área de colector instala-
uma outra unidade de produção alimentada com outro tipo de energia (geralmente do, os quais oscilam geralmente entre 60 e 90 Vm 2 de área do colector.
eléctrica), de modo a suprir as falhas solares.
Estes sistemas, vulgrumente constituídos por superfícies de captação da energia
10.3.3 Instalações de produção central
solar (colectores solru·es), são associados a um reservatório de acumulação, onde a
água armazenada é aquecida através do aproveitamento do calor libertado pela água Sempre que a água aquecida se destina a alimentar as diferentes unidades de
aquecida nos colectores solares~ a circulação da água aquecida, pelo efeito da radia- um edifício de habitação, os diferentes qumios de um hotel e restantes instalações,
ção solar, entre o colector e o reservatório é geralmente assegurada por uma bomba um hospital, uma escola, etc., a instalação de produção é designada por instalação
de circulação. central.
Uma válvula termostática à saída do reservatório possibilita a redução do Uma instalação deste tipo permite a obtenção de custos de produção inferiores
consumo da água quente armazenada, através da mistura na rede de distribuição de aos obtidos nas instalações individuais, devido ao facto de a não-simultaneidade no
água fria. sempre que a temperatura da água exceda o valor pré-estabelecido para a consumo pelos diferentes utilizadores possibilitm· a instalação de aparelhos de mais
distribuição. baixa potência, bem como reduzir os volumes de m·mazenagem.
A figura 79 ilustra de forma esquemática a constituição de uma instalação deste Os sistemas de produção central de água quente pm·a fins sanitários são geral-
tipo. mente constituídos por uma caldeira, produzindo vapor de água (ou água muito
quente), o qual é conduzido através de uma tubagem (serpentina) até ao inteliÜr
de um reservatório onde a água é aquecida. A água aquecida ou o vapor gerado já
condensado volta à caldeira pm·a reaquecimento, verificando-se a permanência deste
.---------, circuito, o que possibilita a manutenção da temperatura da água no reservatório de
6 ,: '
aquecimento/armazenamento (fig. 80).
'
Para unidades de produção de pequena dimensão recmTe-se não rm·as vezes à uti-
~-------
lização de caldeiras murais associadas a reservatórios de acumulação (vd. 10.3.2.3)
ou ainda a baterias de termoacumuladores eléctricos.

I -Caldeira
2- Depósito de água quente
3- Água quente
4- Água fria

1 -Painel solar y
2- Reservatório 4
3 - Água quente
4- Água fria
5 -Unidade de COiltrolo
6- Válvula termostática (misturadoru diferencial)
7 -Termômetro

Fig. 79- Unidade individual de produção de água quente a energia solar Fig. 80- Sistema de aquecimento central com caldeira

142 143
Sislemas Prediais de Distrihuiçüo de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Nos últimos anos. com o crescente aumento dos custos das energias convencia~ 10.3.3.1.1 Dimensionamento da instalação de produção
nais, tem-se assistido a uma crescente utilização de unidades de produção a energia
Os requisitos para o dimensionamento deste tipo de instalação de produção são
solar, as quais. apesar de comportarem inicialmente investimentos mais elevados,
em tudo idênticos aos referidos em 10.3.2.2.3.
traduzem geralmente custos de produção mais reduzidos, uma vez que a energia
solar é gratuita.
A determinação das necessidades energéticas deverá ser incrementada através 10.3.3.2 Produção por energia solar
de coeficiente de segurança. tendo em vista a colmatação de eventuais variações, Estes sistemas são geralmente constituídos por dois circuitos: i) um deles. onde a
quer no consumo. quer na melhoria dos níveis de conforto. Este factor não deverá energia solar captada em colectores solares (sob a forma de calor) é transfelida para a
ultrapassar o valor 1.5. água que circula sob estes em tubagens e ii) um outro, onde é feito o aproveitamento
da temperatura da água do primeiro circuito para aquecer um determinado volume
10.3.3.1 Produção por bateria de termoacumuladores eléctricos de água introduzido num reservatório de acumulação, fazendo-se a pmtir deste a dis-
tlibuição aos diferentes dispositivos de utilização. O sistema de distribuição poderá
Estas unidades de produção, constituídas por um conjunto de termoacumuladores
ou não ser provido de sistema de retorno e circulação.
eléctricos com as características e requisitos de instalação referidos em 10.3.2.2.1,
A circulação da água nos diferentes circuitos que constituem o sistema será as-
são na generalidade montados em série. colocando by-passes que possibilitam isolar
segurada por bombas de circulação. O sistema deverá ainda ser dotado de válvulas
cada um dos aparelhos instalados, em caso de necessidade.
de mistura de água termostáticas, de modo a optimizar o aproveitamento da energia
Geralmente e como forma de reduzir o volume de armazenamento de água
solar captada.
quente, aumenta-se a temperatura da água armazenada (> 60 °C) e instala-se entre
Deverá ainda acoplar-se ao sistema uma unidade de produção de água quente ali-
os termoacumuladores e o circuito de distribuição e circulação (este último quan-
mentada por outro tipo de energia (geralmente eléctrica), de modo a suprir eventuais
do se verifica a sua existência) uma válvula de mistura termostática. de modo a
falhas de insolação que se verificam em determinados períodos do ano.
regular-se a temperatura da água dist1ibuída. através da mistura da água de retomo
A figura 82 ilustra de forma esquemática uma instalação deste tipo.
(entretanto reaquecicla através de sistema de reaquecimento rápido) com água fria
(vd. figura 8 I).

... -------------- -------~--~---- -----


I - T~rmoucumulndor
2- Si~ten1u de aquecimento dpido
3- VC!lvulu termost:ltica {misturador:.t diferencial)
4- Água fria

o) o) o)

I - Painel ~olar
2 - Reservatório
3- Sistemu suplementar de uquccimento
4- Águ:t fria
5- Voílvub lcrmostátictt (111i~turadora diiCrcndal)
6- Unidade de controlo
y 7 - Tcrmómetro

Fig. S l ~ Instalação de produção de água quente com bateria


de termoacumuladores eléctricos Fig. 82- Unidade de produção central de água quente através de energia solar

144 145
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

10.3.3.2.1 Dimensionamento da instalação de produção de mistura de água termostática de modo a optimizar o aproveitamento da energia
captada pela água na caldeira.
À semelhança do que foi referido para este tipo de instalações de produção in-
A figura 83 ilustra de forma esquemática uma instalação deste tipo.
dividual, também neste caso se consideram geralmente valores de armazenamento
entre 60 a 90 l/m2 de área de colector solar instalado, valor este relacionado com a
quantidade de água que 1 m2 de colector solar aquece geralmente por dia. 1 - Culdeiru
2- Permutador
Neste tipo de instalações interessa definir a necessidade energética do sistema 3- Água frla
para aquecer a água nos diferentes meses do ano, tendo em conta as variações de 4- Válvula termostática (misturadora diferencial)
5 - Termómetro
temperatura da água fria a aquecer, o que poderá ser feito através da expressão:

(78)
em que:
E -energia consumida (Wh)
c - calor específico da água ( 1.16 Wh/kg. cq
Q -caudal de const1mo (1/h)
t -intervalo de tempo considerado (h)
~ - temperatura da água à saída do aparelho (cC)

T.· - temperatura da água fria à entrada do aparelho (cC)


Posterionnente detenninar-se-á, de acordo com as características solares da re- Fig. 83 -Unidade de produção central instantânea de água quente com caldeira
gião onde a instalação irá ser estabelecida e as do equipamento seleccionado, por
recorrência a dados dos fabricantes. as suas potencialidades máximas em termos de
fomecimento energético. 10.3.3.3.1.1 Dimensionamento da instalação de produção
Finalmente, deverá determinar-se a capacidade da unidade de produção de ener-
Estas instal3.ções devem ser dimensionadas para o caudal de ponta máximo e um
gia convencional a acoplar ao sistema, a qual complementará em termos energéticos
período de utilização mínimo de 1 minuto, sendo a potência do pemmtador detemli-
o sistema, de forma a ser atingida a temperatura pretendida na água armazenada,
nada através da expressão referida em 10.3.2.1.1 (72); ao valor assim obtido deverão
através do diferencial entre a energia necessária total e a fornecida pelo sistema
solar; para o efeito deve-se recOJTer aos processos anteriormente referidos na deter~ adicionar-se as perdas energéticas verificadas no circuito de disu·ibuição, bem como
minação da potência do aparelho. as do próprio pennutador.

10.3.3.3 Produção com caldeiras 10.3.3.3.2 Sistemas de produção de acumulação e semiacumulação

As instalações de produção colectiva de água quente sanitária com caldeira são Estes sistemas são geralmente constituídos por uma caldeira e um reservatório
geralmente de três tipos: instantâneas, de semi acumulação e de acumulação. de acumulação tennicamente isolado, fazendo-se a pemmtação do calor através de
Seguidamente far-se-á uma descrição sucinta destes tipos de instalações. permutador no exterior, ou através de serpentina colocada no interior do reservatório
de acumulação, a pmtir do qual é feita a distribuição aos dispositivos instalados.
10.3.3.3.1 Sistemas de produção instantâneos A circulação da água, nos diferentes circuitos que constituem o sistema, será
Estes sistemas são geralmente constituídos por uma caldeira e um permutador de assegurada por bombas de circulação. O sistema deverá ainda ser dotado de válvula
calor, a partir do qual é feito o aquecimento da água a distribuir. termostática de mistura de água, de modo a optimizar o aproveitamento da energia
A circulação da água nos diferentes circuitos que constituem o sistema será captada pela água na caldeira e sistemas de controlo de temperatura.
assegurada por bombas de circulação. O sistema deverá ainda ser dotado de válvula A figura 84 ilustra de forma esquemática uma instalação deste tipo.

146 147
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

10.3.3.3.2.1 Dimensionamento das instalações de produção O valor correspondente ao volume consumido numa hora poderá ser obtido atra-
vés da expressão seguinte, onde Vdw~d (volume médio de água consumido num dia)
a) Semiacumulação pode ser obtido através dos quadros LXXII e LXXV:
Estes sistemas deverão ser dimensionados de forma a que a sua capacidade de
acumulação de água possibilite satisfazer os consumos de ponta previsíveis; a sua
V:,= 0.75 V:tmt•d (80)

potência de produção será de molde a assegurar os consumos médios fora das horas b) Acumulação
de ponta, bem como ainda a reposição dos volumes de armazenamento nesses mes-
Estes sistemas são geralmente concebidos tendo em conta que a água poderá
mos períodos.
ser aquecida e armazenada em período do dia (de 5 a 8h) em que não se verificam
consumos, normalmente o período noctumo. sendo posteriormente consumida no
período diurno.
A capacidade volumétrica de acumulação do reservatório deverá ser determinada
1- Caldeiro com base no volume de água quente consumido diariamente, considerando os ele-
2- Reservatório com pcrmuwdor
3- Âgu;1 fri~ mentos contidos na tabela expressa através do quadro LXXXIII, e por recmTência às
/
4 Vúlvub tcnnost::itiea expressões (74) e (75) referidas em 10.3.2.2.3.
(misturudora diferencial)
5- Termômetro A potência de produção, bem como a energia consumida poderão ser determina-
das pelas expressões referidas em 10.3.2.2.3.

10.4 Determinação das perdas caloríficas através dos depósitos de arma-


zenamento

Q)-- As perdas energéticas devidas às perdas de calor da água armazenada nos reser-
vatórios podem ser detenninadas pela expressão:

(8 I)

Fig. 84- Unidade de produção central com caldeira e acumulaçfto em que:


E, ~energia dissipada através do reservatório (Wh)
1
A potência de produção e o volume de acumulação necessários deverão ser tais
S"·" - supedície exterior do reservatório (m 2 )
que possibilitem a igualdade na expressão: K, -factor caracterizador das perdas através do reservatório (geralmente adapta-se
1
I W/m2. 0 C)
(79) T,"1 -temperatura da água no interior do reservatório (0 C)
!;t 7,,,1, -temperatura ambiente em que o reservatório se encontra (°C)
em que: !:::..t -intervalo de tempo considerado (h)

P -potência de produção (W) Chama-se a atenção para o facto de a qualidade do isolamento térmico do depó-
c - calor específico da água ( 1.16 Wh/kg. "C) sito de armazenamento influenciar o valor KP, o qual poderá ser determinado através
T -temperatura da água à saída do sistema ("C)
1 da expressão:
'f."""'- temperatura mínima da água no reservatório de acumulação (°C)
V,, -volume retirado numa hora (l)
\~ -volume armazenado(\) (82)
61 -intervalo de tempo de consumo m{tximo (h)

l48 149
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

em que:
1 -Caldeiro
Kl>- factor caracterizador das perdas de calor através do reservatório 2- Reservatório de expansão aberto
h~ - coeficiente de convecção exterior (W fm2. oq 3- Retorno
h 1 - coeficiente de convecção interior (W/m2.oC) 4- Água quente

e -espessura do isolante (m)


À - condutibilidade térmica do isolante (W/m . 0 C)

10.5 Reservatórios de expansão


y
Os reservatórios de expansão têm por objectivo absorver os aumentos de volume
verificados na água quando sujeita a aquecimento; o ábaco da figura 85 expressa os
aumentos volumétricos verificados na água, em função da sua temperatura.
As instalações são geralmente de um de dois tipos: com reservatório de expansão
aberto ou fechado. Fig. 86- Instalação com reservatório de expansão aberto

6 Outro factor a ter em conta, quanto à absorção da expansão verificada na água

, 1/ quente numa instalação com reservatório de expansão abe1to, é o dimensionamento

v da tubagem de ida para o reservatório, da tubagem de retorno deste e da tubagem de


escape, que deverá ter as mesmas dimensões em termos de secção de passagem da
' v tubagem de ida. O dimensionamento destes elementos de tubagem pode ser determi-
/
\\
J

v nado através das expressões:

(84)
v
2
Dtida = 15 + 1,5JP
_.....
I

J..-- 1--
>-- Dtrcwnw = 15 + .JP (85)
o 10 20 JO 60 70 80 90 100 !!O 12íl
Temperatuo (•c) em que:
Fig. 85 -Aumento de volume da água, função da temperatura [45] D- diâmetro da tubagem (mm)
P- potência da unidade de produção (kW)
10.5.1 Reservatório de expansão aberto

O reservatório deverá ser colocado no ponto mais elevado da instalação. 10.5.2 Reservatório de expansão fechado
A capacidade volumétrica do reservatório de expansão deverá permitir a absor-
ção do aumento de volume de toda a água existente na instalação, quando sujeita a Os reservatólios de expansão fechados apresentam a vantagem de poderem ser
aquecimento. instalados no mesmo compartimento destinado à instalação das unidades de produ-
A figura 86 ilustra de forma esquemática uma instalação de aquecimento de água ção da água quente, o que se traduz em substanciais reduções em tem1os de custos.
com reservatório de expansão aberto. Para além disso, estes reservatórios impossibilitam a perda de água por evaporação,
O volume do reservatório de expansão poderá ser obtido através da expressão: impedindo assim o surgimento de fenómenos de corrosão e de incrustações que se
verificariam com a introdução de água de reposição.
v= 1,2? (83) Estes reservatórios são constituídos por duas câmaras separadas por uma mem-
1000
em que: brana de material elástico, sendo a câmara inferior cheia com azoto; a câmara supe-
V- capacidade volumétrica do reservatório (I) rior é destinada à expansão da água aquecida, indo comprimir a câmara cheia com
P- potência da unidade de produção (kcal/h) azoto, até que se verifique o equilíbrio de pressões.

!50 !51
Sistemas Prediais de Disrribuiçilo de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

A capacidade volumétrica do reservatório de expansão deverá permitir a absor- 10.6 Dimensionamento dos sistemas de distribuição e de retomo de água quente
ção do aumento de volume de toda a água existente na instalação, quando sujeita a 10.6.1 Generalidades
aquecimento.
O dimensionamento deste tipo de reservatórios implica a detenninação de um O método de dimensionamento a adoptar no dimensionamento dos sistemas de
coeficiente, geralmente designado por coeficiente de utilização, o qual depende da distlibuição de água quente é em tudo idêntico ao utilizado para o dimensionamento
altura manométrica da instalação e da pressão máxima verificada. dos sistemas de água fria (vd. 8.2.5 e 8.5.3), exceptuando a definição dos caudais
O coeficiente de utilização poderá ser obtido através da expressão: circulantes nas tubagens de retorno.

P-P
I mal! 10.6.2 Thbagem de retorno para circulação da água
(86)
P,
em que: Nos casos em que a rede de distribuição de água comporta ramal de retorno para
circulação da água (esquematicamente representado através da figura 88), o seu di-
c"' -coeficiente de utilização mensionamento é feito com base nos caudais de circulação que permitem aos utentes
P, -pressão máxima absoluta de serviço (kPa)
dispor, nos diferentes pontos de utilização, de água quase instantaneamente nas con-
?"""'-pressão absoluta correspondente à altura manométrica (kPa) dições desejáveis de temperatura, tendo em conta a temperatura mínima a assegurar
A capacidade volumétrica do reservatório poderá ser determinada através da
no dispositivo de utilização mais distante da unidade de produção.
O dimensionamento deverá ter em conta que, como objectivo final. se pretende
expressão:
a obtenção de equilíbrio de pressões nas diferentes colunas do sistema, através da
aproximação entre as perdas de carga verificadas nos diferentes circuitos existentes.
V= V:mw'Cd
(87) Especialmente por razões que se prendem com a qualidade do confmto propor-
em
em que: cionado aos utentes, a durabilidade das tubagens e a optimização do aproveitamento
energético, dever-se-á ter em conta que:
V -volume total do depósito (1)
~~"''M- volume de ~ígua na instalação (I) o gradiente entre a temperatura de saída do aparelho produtor de água quente
c.~ -coeficiente de dilatação da água e a de chegada ao ponto mais distante a abastecer deve ser:::; 5 o c;
c,, -coeficiente de utilização por questões que se prendem com a durabilidade das tubagens, especialmente
se estas forem de aço galvanizado, a velocidade de escoamento do fluido não
A figura 87 ilustra de forma esquemática uma instalação de aquecimento de água deve assumir valores muito superiores a 1 m/s.
com reservatório de expansão aberto.
A perda de calor (E) num determinado troço de tubagem por unidade de tem-
po corresponde à perda verificada na água que nele circula, a qual é traduzida pela
igualdade:

r '+T
Q ·p·c·(T -T)~K·S·L· ( - - ' -T ) (88)
<' ,\' 2 ""'"
em que:
I -Caldeira Q -caudal circulante (clm3 /h)
2 -Vaso de expansão
c -calor específico da água (kcal/kg. C)
0

p -massa volúnüca ela água (kg/dm3)


T,. -temperatura de entrada ( C)
0

T, -temperatura de saída (0 C)
T,,,1, - temperatura ambiente (°C)
K -coeficiente ele transmissão térmica (kcallh.m 2."C)
S -superfície exterior da tubagem (m 2/m)
Fig. 87 -lostalação com reservatório de expansão fechado L -comprimento da tubagcm (m)

152 153
Sisrenws Prediais de Distribuição de Âgua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

e onde D.T representa o diferencial entre a temperatura da água no interior do tubo e


a temperatura do meio ambiente, é expressa por:

(90)

I -Aparelho produtor ~ Para as tubagens aquecidas, o coeficiente de transmissão térmica K é detemlina-


2- Alimentação I
3- Retorno do pelas expressões:

~I I-, (91)
I"" I ""
I I ou
~ !l

1} ~ -:-_-:-:: -----~: ~~
(92)

assim se trate, respectivamente, de tubagem sem ou com isolamento térmico.


Substituindo os valores de K na expressão (90), obtemos as fónnulas finais
Fig. 88- Sistema de distribuição de água quente com circuito de retorno que possibilitam a determinação das perdas caloríficas nas tubagens, para as duas
situações anteriormente referidas (tubagem nua e tubagem com isolante ténnico), as
Como para a água quente se pode admitir aproximadamente que p = 1 kg/dm 3
e c= I kcal!kg.°C, o seu produto será igual a 1 kcal/dm3 .°C; substituindo quais assumem as seguintes formas respectivas:
na equação anterior teremos que a energia E" perdida sob a forma de calor
rr·D·!!.T
(em kcal/h) é igual a: E r•(lubo nno .""!"do) -- (93)
D I
--+-
(89) h; ·d h,
e
Em termos práticos, a determinação do diâmetro da tubagem de circulação pode
ser feita iterativamente através desta expressão, em que ~- T.,. corresponde ao gra-
diente entre a temperatura à saída da unidade de produção e a temperatura da água à (94)
chegada ao ponto considerado.
em que:
10.6.3 Determinação das perdas de calor através das tubagens
E1, -calor dissipado (W/m)
Tendo por objectivo a redução da dissipação do calor e a consequente redução D -diâmetro exterior do tubo (m)
de consumo energético necessário à produção e distribuição de água quente sanitá- d -diâmetro interior do tubo (m)
ria, todas as tubagens deverão ser dotadas de isolamento constituído por matelial de e -espessura do isolante térmico (m)
baixa condutibilidade térmica. h, -coeficiente de convecção interior (W/mz. °C)
Os materiais mais vulgarmente utilizados no isolamento ténnico das tubagens h~ -coeficiente de convecção exterior rNJmz. oq
são as lãs de vidro e de rocha, e as coquilhas de espuma de poli etileno; alguns destes 'A. - condutibilidade ténuica do isolante rN/m."C)
materiais, além das propriedades isolantes. têm propriedades de absorção de con- AT -diferencial entre a temperatura da água e a temperatura ambiente ("C)
densações.
Tendo em conta a expressão já atrás referida para a determinação das perdas Para efeitos de aplicação prática, as parcelas em que intervém h; podem
de calor nas tubagens. a determinação das perdas de calor da água aí circulante, considerar-se nulas, devido ao facto de 1/h; assumir valor demasiado insignificante

154 155
Sisrenws Prediais de Distribuição de Água iV/anual dos Sistemas Prediais de Distribuiçdo e Drenagem de Águas

(0,0002): no que se refere a h,.• podem considerar-se os seguintes valores para efeito QUADRO LXXXV
de cálculo: Perdas de calor nas tubagens
• 16,6 W /m2 . °C para velocidade do ar de 2 m/s: .Perd,~.de cQlor (WIIÍ:tJ
Dlâín~tro.
• 9.0 W/m2 .°C para velocidade do ar nula. e.1:táio'r
t>T h ~/ · ·;{E;~!]'tJSsúrc(d.oii~;Olanú/(~im)
('C/ (Winí':'C) >(\V,in~"c)
(mm) 0\ ' io ':20 3o ,40
No quadro LXXXV apresentam-se alguns valores de perdas têrmicas em tu-
bagens, em função da condutibilidade térmica do isolante, da sua espessura e das 0.024 35,5 7.0 4.8 3.9 3.4
17 0.036 35.5 10.1 7.0 5.8 5.1
características dimensionais das tubagens.
0,042 35,5 11,5 8.1 6.7 5.9
0.024 43.8 8,2 5.4 4.4 3.S
10.7 Exemplo prático de aplicação
21 0.036 43,8 11.7 s.o 6.4 5.6
Para ilustrar o dimensionamento de um sistema predial de produção e distribui- 0.042 43,8 13,3 9.2 7,5 6.5
ção de água quente com circuito de retorno, apresenta-se seguidamente o dimensio- 0.024 56.3 9.8 6.3 5.0 4.3
namento de uma instalação deste tipo, destinada ao abastecimento de água quente 27 0.036 56.3 14.0 9.3 7.4 6,4
sanitária de um edifício de habitação com 4 pisos e quatro fogos por piso, para o qual 0,042 56.3 15.9 10.7 8.6 7.4
se considerou um sistema de aquecimento central por acumulação com caldeira. De 0.024 70.9 11.7 7.4 5,8 4.9
modo a simplificar a exposição, admite-se que cada derivação nos pisos se destina a 34 0.036 70.9 16.7 10,8 8,5 7,3
alimentar uma instalação sanitária dotada de uma banheira, um lavatório e um bidé. 0,042 70.9 19.0 12,5 9.9 8.4
·-----
0,024 87.6 13.8 8,6 6.6 5.5
10.7.1 Determinação do volume do reservatório de acumulação e potência da 42 40 16.6 0.036 87.6 19.7 12.5 9.7 8,2
caldeira 0,042 87.6 22,4 14.4 11.3 9.5
0,024 102,2 15.7 9.6 7,3 6.1
o reservatório de acumulação de água quente deverá possibilitar a satisfação 49 0.036 102,2 :22,3 14,0 10.8 9,0
das necessidades de consumo dos utentes em termos de água quente no período 0,042 102,2 25.4 16.1 12,5 10,5
de maior consumo. Considera-se que a água utilizada terá uma temperatura de 0,024 125,2 18.6 11.2 8.4 6.9
c c.
40 o e que n.J acumulação será aquecida à temperatura de 60 a verificando-se uma 60 0.036 125,2 26.5 16,3 12,4 10.3
temperatura ambiente de 20 °C. 0,042 125,2 30.1 18.8 14.4 11.9
O intervalo de tempo considerado para o aquecimento da água será de 8 h 0.024 158,5 22,9 13.5 10.0 8,2
(perfoclo nocturno ). 76 0.036 158.5 32,5 19.7 14.7 12,1
Admite-se para o efeito, considerando o abastecimento dos três dispositivos atrás 0,042 158,5 36,9 22,6 17,0 14.0
---·--
referidos, que a" necessidades diárias de água quente a 40 °C por apaltamento serão 0.024 187.7 :26,6 15.5 11,4 9.2
de 150 L O volume total de armazenamento assim determinado será incrementado 90 0.036 187.7 37,7 22,6 16.8 13.7
de um coeficiente de segurança de 1,5. de modo a suprir quer as perdas energéticas 0,042 187.7 42.8 26.0 19.4 15.9
na instalação de produção e acumulação, quer as verificadas nos circuitos de distri-
buição e retorno. bem como uma evolução que futuramente se venha a verificar nos QUADRO LXXXVI
níveis de consumo (quadro LXXXVI). Determinação das necessidades diárias de água quente no edifício
Através da fórmula (75) de mistura de líquidos a diferentes temperaturas deter-
'NeCessidades diárias f'!ecessidades· citá rias. de
minam-se as necessidades de armazenamento de água a 60 vc (quadro LXXXVII). N.;, de.jógos Ço.efi_cknre
ci.tJ tÍ&l!a :q.Uf:ÍWJ/f . .
de:seglirânÇá~
dt;ua:.·que_~t~.:a 40-?C
Por recorrência à expressão (76) e considerando. como já referido anteriormente, 'no:e,difício ·
40 'C pwfogo(l! ' para o'edijtcio.,(l)
~~~-~c.....c~.
um período de aquecimento de 8 h, o valor da potência da caldeira será o expresso
4 X 4 = 16 150 1.5 3600
no quadro LXXXVIII.

156 157
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçtio e Drenagem de Águas

QUADRO LXXXVII Todo o processo de dimensionamento será conduzido de f01ma a obter o equilí-
Determinação do volume do reservatório de acumulação brio de pressões nas colunas e de perdas de carga nos diferentes percursos.
Admite-se que a pressão da água disponibilizada no ponto referenciado por A
N~c~s#claile~:::. ._- /[ei_~P~t:qti~r~:'f!P/._ ~~tf!m~~(q-e,~:,;~_-::::}; ',, r,~_lftk.e)~_(ft~~:;~-' vOt~'me 'do
diázias:4_~'.ágUf!:- ágUa,xiáW:izen~_(!a_ .,. -..::4,9~1~~~/fr.{~(-:;:-·: dà:;~~/f~,-lJU~t:Jte':·-: ·--~~-~./l?~l6ri~ {Ú será de 225 kPa e que deverá ser disponibilizada nos pontos mais elevados da rede
·quente a40·-oc· fi(;' r~;~b.idt6'-ri0-'-- ·.: :. ·:·,:-· ·; .._. ---.·.a.·.~~.··.)·'·;za.aa
"'-'· :d.. is" . t·.'· ·'· b.u...r.a.a. ..·. •--:.: -. - ac. u.. "··'·u.l.aç.ã.o. de distiibuição (F e L) uma pressão de cerca de 98 kPa.
Pa ,.•.a····o·..,e·•.d·.,"·_:,,;..·c•.·•,.·.·o•.·.· .·. ···r·t·)··.· .: ··:.·--·.··.•.·.• •.·.(·.·:.:.C···!·
• .···.:··--·.·-'.-'

. !RÇ)·• ' . ('C)< . • • ''(l) -

A perda de carga (/),}{) no percurso de maior dimensão (AL) será aproximada-


3600 60 15 40 2000
mente:
QUADRO LXXXVIII
• Pressão disponibilizada em A ;:::: 225 kPa =23 m.c.a.
Derenninação da potência d~ caldeira
• Pressão a disponibilizar em L : : : 98 kPa =1O m.c.a.
Volume do- . ·..</r~rnp.~r~/~'Jt§Pj:~( .-r~/gp~r'qtitr:a·cft(:·_' ··r:e.dodp_,para POtên~ià da • Diferença de cota entre os pontos A e L::: 12m
r.t>:seryq~ó_f:fp:#i/ .·:;,;~~-tt-lf_:4 r~éfl.qqa_.i,~ :::t._ :_/;~U4'triq':.: ;:, . :.- ·:â(j_Jiici!iJ.~n.to ·_..Catc{~irtí
a~yrn-.ultiçã()._; 1J}+·re~qY/!.t6.rjo.,. ,·: -.-,_~-Pi,~tf.iJ(Ur(iJ..~.;:· .:._da·,á'gUa_. -. (W)
flH = 23- lO- 12 = I m.c.a
aJ . ;N::J · 1~9! !h)
2000 60 15 8 14500
Sendo o comprimento da tubagem entre os pontos A e L de 22m e considerando
10.7.2 Dimensionamento da rede de alimentação que as perdas de carga devidas às singularidades se traduzirão num incremento de
20% deste comprimento, ter-se-á que a perda de carga admissível por metro de tuba-
A rede esquematicamente representada na figura 89 será toda constituída por
\ \ , gem no percurso AL será de:
troços de tubagem de aço galvanizado.
F!=' "1 L!=' "1
1
I j= flH = - --=0,038 m/m
Leq. 22x1,2

J _j_
I Nos quadros LXXXIX a XCII é feito o dimensionamento dos percursos AL eAF,
de modo a que a perda de carga se situe à volta de 1 m.c.a.

o-+- '-+- 10.7.3 Determinação das perdas de calor nas tubagens


I I
De acordo com o referido em 10.6.3, procedeu-se à determinação das perdas de
calor verificadas nos troços de tubagem constituintes da rede de alimentação.
c-r-I H-j-
I
Nos quadros XCIII a XCV podem observar-se os valores detenninados.

-----
I

I I 10.7.4 Dimensionamento da rede de retorno


- -~-~-- --- ~

JJ J___ .
-@---
8 '

~oQQ_ ~~~J<2''·""'-"+'~~-•,;.oo"'-~-f''""-·oo ~-
G A rede de retorno, já anteriormente representada esquematicamente na
figura 88, será constituída por troços de tubagem de aço galvanizado.
Todo o processo de dimensionamento será conduzido no sentido da obtenção do
equilíbrio das perdas de carga nos diferentes percursos.
Nos quadros XCVI a XCVIII podem observar-se os valores determinados.
Fig. 89- Esquema do sistema de água quente

158 159
Sistemas Prediais di! Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçiio e Drenagem de Águas

QUADRO LXXXIX QUADRO XCI


Determinação dos caudais de cálculo no percurso AL Detenninação dos caudais de cálcuLo no percurso AF
D.ispositivos Caudal.<) ' ''Caúdci! Caudal
Dispositivos' Caudal Caudal Caúdal Troço
Troço - Tipo 'Quanrid~de lnstcmt(UW() (1/S) ·<ICll;~idddo-.fl/s) de cáfculo-'(1/s)
Tipo Qúantidark i'nstántâneo· (l/s) ai:umutadó'(l/s) de cálculo (1/s) ·.
-'2''--""" Ba 2 0.25
Ba 2 0.25
FE Lv 2 0.10 0,9 0.52
LJ Lv 0,10 0,9 0,52
Bd 2 0,10
Bd 2 --~0~,!0_ _ _ - - -
Ba 4 0,25
Ba 4 0,25
ED Lv 4 0.10 1.8 0,74
JI Lv 4 0,10 1,8 0,74
Bd 4 0,10 -=Bc::ct_ _ __:.4_ _ __:o.,.:.lo::___ _ _ _ _ _ _ _ _ __
Ba 6 0,25
Ba 6 0.25
IH Lv 6 OJO 2,7 0,9! DC Lv 6 0,10 2.7 0,91
Bd 6 0,10
_c:cBd'-·______6____ 0,10
------------- 8 0,25
Bu S 0.25
HG Lv 8 0,10 3,6 1,04 CB 8 0.10 3,6 1,04
Bd 8 0,10 8 0.10

Ba 8 0,25 Bn 16 0.25
GB Lv 8 0,10 3,6 1,04 BA Lv 16 0,10 7,2 1.51
Bd s 0,10 _ __ ---
Bd 16 0,10_:,___ _ - - -
Ba 16 0,25
BA Lv 16 0,10 7.2 1,5!
QUADRO XCII
Bel !6 0,10
,, ----- ,_ - - - - - - - - - - - - - ----·
Dimensionamento do percurso AF

Caudalde. 0
v j L Leq. J
QUADRO XC Troço cálculo (0int.)

Dimensionamento do percurso AL ------~(~~~S):_____ (oCm~n~l)___(_'~_s_J__(m_á~n) (m) (m) (m:c.a.)

__F_E_ _ _o_,5_2_ _2_5.:.(2_7_,3.:..J _o_._s9__o_.o_6_7__3___


3,_6_ 0,243
Cau.dal . ED 0.74 32 (36) 0,73 0.034 3 3.6 0.121
0 Leq. ·
de~ j L J
Troço cdlculo (0 .int,) (W:_Ii) '(mlrn) (m) , (m) (m.c.a.) DC 0,91 32 (36) 0.89 0.048 3 3,6 0.174
(mm)
......J0_>J__._,._____ .!.____,......_____________,..___ CB I ,04 32 (36) I ,02 0,06 l 3 3,6 0.220
LJ 0,52 25 (27.3) 0,89 0.067 3 3.6 0,243 ------·
--
JI
- -0,74
--- --
32 (36) 0.73
· - -3- -3,6- -0.121
0,034
-- BA 1,51 40 (41,9) 1,10 0,057
~~~--------~-
5 6 0,342
·---~---·:________c__:::_:___~____::~_____c____:: _::.:::__~:::.:____ D=C.H 1,099
IH 0,91 32 (36) 0,89 0,048 3 3,6 0,174
--
HG 1.04 40 (41,9) 0.75 0,030 3 3,6 0.107
GB 1,04 40 (41,9) 0,75 0,030 5 6 0,178
BA !.51 40 (4L9l J,lO 0,057 5 6 0.342
:SJ=.6.H Ll64

160 161
Sistemas Prediais de Distribuiçâo de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO XCIII QUADRO XCVI


Características dimensionais dos troços de tubagem Determinação dos caudais circulantes
·n-ç_çq . iõimlnl' -0e>.teriof.'(hi'inJ > L(>ri)
UeFE 25 34 3
JI e ED 32 42 3 685 6 11\,5
AB 111,5 ' = 137,12 --=0,81
IHeDC 32 42 3 5 137,12
CB 32 42 3 5
227.4
HG 40 49 3 BF 227,4 --=54,27 5-0,81=4,19
4,19
GB 40 49 5
BA 40 49 5 AB 111,5 137,12 0,81

111,5
BG 111,5 137,12- 54,27 = 82,85 --=1,35
QUADRO XCIV 82,85 5
Determinação das perdas de calor nos troços
GL 235,2 82,85 235,2 = 2,85
. &PeS~urOitk?-_ · X' :'.QjciJ.;teriór ·-.
Trpço ·
"is~zdtue--(~/ ()\'/in,' c) · (mm! B~';f" 82,85

UeFE 34 16,7 50.1 QUADRO XCVII


JI e ED 42 19,7 59.1
IHeDC 42 19,7 59,1
CB 10 0,036 42 19,7 59,1
HG 49 22,3 66,9
GB 49 22,3 111,5 AB 137,12 40 (41,9) 0,03 0,091 5 6 0,546
BA 49 22.3 111.5 BG 82,85 40 (41,9) 0,02 0,038 5 6 0,226
GH 82,85 40 (41,9) 0,02 0,038 3 3,6 0.136
H! 82.85 32 (36) 0,02 0,077 3 3,6 0,279
QUADRO XCV
lJ 82.85 32 (36) 0,02 0,077 3 3,6 0,279
Perdas de calor globais
JL 82.85 25 (27,3) 0,04 0.288 3 3.6 1,037
LM 82,85 20 (21.7) 0,06 0,587 20 24 20.575
AB 111,5 MN 137,12 25 (27,3) ' 0.07 0,696 6 7.2 5,009
Zl=LIH 28,086
BG 111,5

BF 227,4
11 RECEPÇÃO DOS SISTEMAS
GL 235.2
11.1 Generalidades
l:E 685,6
' A regulamentação nacional estabelece as condições para recepção dos sistemas
de distribuição predial de água, as quais assentam na verificação da conformidade do
sistema com o projecto aprovado, num ensaio de verificação da sua estanquidade e
numa prova de funcionamento hidráulico.

162 163
Sistemas Prediais de Distribuição de Água

QUADRO XCVIll
Dimensionamento da tubagem de retorno, considerando o percurso AF

0 J
Cwtdal v j L Leq.
Troç<7 (0int.) (mm.
(mh) (mm/m) (m) (m)
(/Ih)
(mm) c. a.) Capítulo 11
AB 137,12 40 (41.9) 0.03 0,091 5 6 0,546

BC 54,27 32 (36) 0.02 0.037


..
3 3,6 0.133 SISTEMAS DE COMBATE A INCÊNDIOS COM ÁGUA
co 54,27 32 (36) 0,02 0.037 3 3,6 0,133

DE 54,27 32 (36) 0,02 0.037 3 3,6 0,133


------ .
EF 54.27 25 (27 ,3) 0,03 0,037 3 3,6 0.495
·----·
FM 54,27 15 (16,1) 0,07 1,688 15 18 30,383
---~---·-----~ ..-----------------------·-· - - - - ·
MN 137,2 25 (27.3) 0,07 0,696 6 7,2 5.009
-----~·-

36.832 1 GENERALIDADES
LJ=~H
........- - - --·--
Os regulamentos e normas existentes de segurança contra Iiscos de incêndio
No que se refere à conformidade do sistema com o projecto e à prova de definem os meios de extinção de incêndios a aplicar aos diferentes tipos de edifícios,
estanquidade. é estabelecido regulamentarmente que estes requisitos deverão ser como forma de limitar o desenvolvimento destas ocorrências e de favorecer a inter-
verificados com as canalizações e respectivos acessórios à vista. venção dos bombeiros.
Nas situações em que tenham ocon·ido alterações relativamente ao projecto Assim, far-se-á a apresentação das exigências contidas nos documentos regu-
aprovado, deverá o projectista proceder à actualização dos elementos do projecto lamentares existentes, no que se refere aos sistemas de combate a incêndios a im-
e sujeitá-los à aprovação da entidade competente, para que conste do respectivo plantar nos diferentes tipos de edifícios contemplados [21], [22]. [23], [24]. [25] e
[26). Para além disso, procede-se ainda à caracterização dos diferentes tipos de siste-
cadastro do sistema.
Os sistemas de distribuição de água para fins domésticos e sanitários deverão, mas preconizados pelos documentos regulamentares, bem como à apresentação dos
correspondentes métodos de dimensionamento, materializados através de exemplos
após a sua total conclusão e antes de entrarem em funcionamento, ser sujeitos a
práticos de aplicação.
operação de lavagem. para eliminar elementos nocivos que se tenham eventualmente
Um sistema de combate a incêndios apresenta-se como um meio de salvaguarda da
depositado no seu inteiior.
perda de bens humanos e materiais, perdas essas que vulgarmente se verificam neste
tipo de sinistros e que no entanto, na grande maio lia dos casos, poderiam ser atenua-
11.2 Verificação das condições de estanquidade do sistema das ou mesmo evitadas se logo no seu início o incêndio fosse combatido eficazmente.
Pelas razões atrás apontadas, os sistemas de combate a incêndios deverão ser
A verificação da estanquidade da rede de distribuição será feita, como já ante-
concebidos de forma a que, ao verificar-se o início de um incêndio. eles possibi-
riormente foi referido. com toda a rede à vista, devendo-se para o efeito proceder à
litem um rápido e imediato meio de o combater, com a sua consequente anulação,
retirada de todos os dispositivos de utilização e obturação das extremidades. Nestas
devendo pois, logo à partida. o projecto prever e dar satisfação a todas as ~xigências
condições, o sistema será sujeito a uma pressão interna de água de uma vez e meia a
regulamentares, como forma de limitar o 1isco de ocorrência e de desenvolvimento
pressão máxima de serviço. a qual em caso algum deverá ser infetior a 900 kPa.
dos incêndios.
Não se deverão veiificar quaisquer reduções de pressão durante um período de
No presente texto, são abordados os seguintes tipos de sistemas de combate a
ensaio nfto inferior a 15 minutos. incêndios:
• Sistemas de colunas secas;
11.3 Verificação do funcionamento hidráulico
• Redes de incêndio armadas (RIA);
Após a conclusão de todo o sistema e instalação dos dispositivos de utilização, • Sistemas de colunas húmidas;
deverá proceder-se à verificação do desempenho funcional da instalação. ·Sistemas de extinção automática (sprinklers).

165
164
Sistemas de Combate a Incêndios com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Essa abordagem é precedida de considerações sobre a constituição dos sistemas, 3.2 Rede de incêndio armada (RIA)
sobre os requisitos relativos à sua instalação e sobre as diferentes fontes de alimen-
3.2.1 Considerações gerais
tação a considerar.
A fonte de alimentação da RIA deverá ser capaz de alimentar simultaneamente,
pelo período fixado nos regulamentos, com caudal adequado, pelo menos metade das
2 MEIOS REGULAMENTARES DE COMBATE A INCÊNDIO
bocas de incêndio existentes até um máximo de 4 bocas, de forma a que na boca de
2.1 Definição da altura de um edifício cota mais elevada se verifique uma pressão de serviço de pelo menos 250 kPa.
Deverá ser assegurado um caudal instantâneo de 3 1/s nas bocas de incêndio de
A altura de um edifício (h) é definida como sendo a diferença entre a cota do
último piso coberto susceptível de ocupação e a cota da via de acesso ao edifício no 0 45 mm ou 0 50 mm (tipo teatro) e de 1.5 lfs nas de 0 25 mm (tipo carretel).
local de onde seja possível aos bombeiros actuarem eficazmente, nas operações de A alimentação à RIA poderá ser feita através de: i) ramal de ligação à rede públi-
salvamento e de combate ao incêndio. ca, ii) sistema hidropneumático, iii) sistema autônomo, constituído por um reserva-
tório de acumulação equipado com sistema de bombagem pressostático.
Dever-se-á ainQ.a, em paralelo com qualquer das fontes de alimentação referidas,
instalar um sistema (união siamesa) que permita o abastecimento da RIA através de
água proveniente de outros meios (autotanques, boca de incêndio ou marco de água
exterior).
As regras técnicas do Instituto de Seguros de Pmtugal preconizam a adopção
de um sistema de alimentação autônomo cuja reserva de água seja no minimo de
50m3 .

3.2.2 Rede pública de alimentação

A utilização da rede pública de abastecimento, como fonte de alimentação de


uma RIA, só deverá ser equacionada nas situações em que exista a certeza de que as
características desta, quer em termos de caudal, quer em termos de pressão, possibi-
Fig. 90- Altura de um edifício litam o funcionamento con·ecto e adequado do sistema.

2.2 Meios regulamentares exigidos em função do tipo de edificação 3.2.3 Sistema hidropneumático
No anexo II, através dos quadros II.I a I!. VIII, procede-se à apresentação das Este sistema consiste na intercalação, entre o ramal de ligação e a rede predial,
disposições regulamentares. no que se refere às exigências de meios a disponibilizar de um elemento hidropneumático, o qual permitirá assegurar nas bocas de incêndio
para o combate a incêndios nos tipos de edifícios abrangidos. as condições de pressão necessárias.
A adopção deste tipo de alimentação deverá ser ponderada, uma vez que só deve-
3 FONTES DE ALIMENTAÇÃO rá ser equacionada nos casos onde exista a garantia de que a rede pública de abasteci-
mento é abundantemente servida em tennos de caudal e o seu estado de conservação
3.1 Colunas secas é satisfatório.
A fonte de alimentação de uma coluna seca é constituída pelos dispositivos de O reservatório hidropneumático e a capacidade de descarga da bomba deverão
combate a incêndio dos bombeiros que possibilit.:·un fornecer-lhe a pressão e o caudal ser dimensionados tendo em conta as exigências de funcionamento da RIA nas con-
desejáveis. dições pré-estabelecidas, quer em termos de caudal quer de pressão.

167
166
Sistemas de Combate o Incêndios com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas

3.2.4 Sistema autónomo de alimentação 3.4 Sistema de extinção automática

Este sistema é constituído por um reservatório de acumulação equipado com A fonte de alimentação da rede deverá ser capaz de alimentar o número de
bombagem pressostática, que aspira directamente do reservatório e alimenta a RIA sprinklers em funcionamento simultâneo (vd. 5.5.4) nas condições de caudal e pres-
são detenninadas através de cálculo hidráulico. ou de acordo com o especificado em
nas condições desejáveis de pressão e caudal.
documento regulamentar aplicável.
O sistema deve funcionar de forma automática, iniciando-se o ananque das bom- O Instituto de Seguros de Portugal define através de regras técnicas os valores
bas através de sinal vindo dum pressostato, o qual deve estar ligado ao colector de mínimos de caudal e pressão a verificarem-se nas válvulas de controlo, expressos no
descarga da bomba, sendo activado por queda de pressão nessa zona. quadro XCIX.
A bomba deve ser escolhida com base na pressão e no caudal para as condições A alimentação à rede poderá ser feita através de: i) ramal de ligação com prove-
normais de funcionamento. que excepcionalmente podem sofrer alteração; nesse niência na rede pública. ii) sistema hidropneumático (vd. 3.2.3), iii) sistema autó-
nomo, constituído por. reservatório de acumulação equipado com sistema de bomba-
sentido, a bomba deve poder responder a um incremento de caudal na ordem dos
gem pressostático (vd. 3.2.4).
50% em relação ao previsto, sem que no entanto a pressão para essas condições sofra Dever-se-á instalar ainda, em paralelo com qualquer das fontes de alimentação
uma redução superior a 35%. referidas, um sistema (união siamesa) que permita o abastecimento do sistema atra-
O reservatório de acumulação deverá ser alimentado através da rede pública de vés de água proveniente de outros meios (autotanques, bocas de incêndio ou marco
abastecimento. devendo a alimentação ser também automática. obtida pelo recurso a de água).
QUADRO XCIX
válvula de bóia por controlo dos níveis máximo e mínimo do nível da água.
Condições de pressão e caudal [13)

3.3 Colunas húmidas Caudal Préss/io ··Dú;·açãà m,itiima


Classe de risco
(l/min) (kf'a) (min)
3.3.1 Considerações gerais Ligeiros 225 220+h 30
A fonte de alimentação de uma instalação de combate a incêndios deste tipo terá 375 IOO+h 60
G1
de ser autónoma e deverá ser constituída por: i) um reservatório de acumulação ali- 540 70+h
mentado por água potável (através da rede pública de abastecimento). i i) um sistema 725 140+h
Ordinários G2
de bombagem pressostático, concebido de fonna a assegurar em cada coluna um 1000 IOO+h
caudal de I 000 llmin. considerando duas colunas em funcionamento simultâneo, a 1100 !70+h
G3
uma pressão estática compreendida entre 450 kPa e 850 kPa [19]. 1350 140+h
O dispositivo de alimentação deverá funcionar de forma automática e ser inde- Graves Obtidos através de cálculo hidníulico 90
pendente de todos os outros sistemas. h- pressão equivalente ú diferença de altuw entre a v;itvula de controlo e o spriokler colocado DI\

As tubagens devem ser dimensionadas para que na boca de incêndio colocada na posição mais dcdavorúvel

cota mais elevada se verifique uma pressão de serviço de 400 kPa.


Deve ainda, em paralelo com o sistema de alimentação referido. instalar-se um 4 CONSUMO DE ÁGUA
sistema (união siamesa) que permita o abastecimento das colunas através de água 4.1 Volume de acumulação
proveniente de outros meios (autotanques, boca de incêndio ou marco de água).
4.1.1 Considerações gerais

3.3.2 Sistema autônomo de alimentação No quadro C são apresentados valores de consumos a considerar, em função
do tipo de redes a alimentar e para algumas situações do número de dispositivos a
Princípios e requisitos de funcionamento deverão ser os expressos em 3.2.4. instalar.

168 169
Sistemas de Combate a Incêndios com ÁgÚa Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO C Os descanegadores de superfície deverão ser dimensionados para um caudal não


Consumo de água inferior ao máximo obtido na alimentação.
, Capac:tdad~·.de · No caso em que a instalação comporte dois reservatórios, um posicionado na
_Çapd_c~da«e,:de
>'\' Capa~idade
:reSe.rva:p_O/: _-;, :·-,;·cLa:sie. , ,des.éa_'rg,t:tpor base do edifício (infelior) e outro no topo (supe1ior), o reservatólio supelior deve-
TJPó ··disPoi#i~QS-i · ~< p~~í~d,q_ '
ritfnln'tddo.
irist_aláçgo de 1'iS~o r-eú;·vdt6í·iô .,. rá possuir uma capacidade mínima de armazenamento de cerca de 1O 000 litros,
. " d~ ,uti(izaçã_o_ l!}b~i11J(!;. ;! -:(fn:l)
· ~nStalaÇ4â {'m:?) !~nín)
ficando no infedor armazenada a restante parte do caudal a armazenar como
reserva.
Rede de
incêndio 5 50*
armada (RIA)
5 CARACTERIZAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DOS DIFERENTES
Colunas
120** SISTEMAS
húmidas
Ligeiros 30* 5.1 Considerações gerais
Extinção
automática
Ordinários 60*
Graves 90* Far-se-á uma abordagem dos diferentes meios de combate a incêndios utilizáveis
* Preconizado pelo Instituto de Seguros ele Portugal em edifícios, através da sua caractetização, focando algumas exigências construti-
*"' Poderá ser reduzido até 60 m-\ no caso de edifício!> com menos de 100m de altura e com área
em pl:-.1l!a s; 750 m'
vas, bem como a apresentação de exemplos práticos de aplicação, os quais vão possi-
bilitar que de uma forma sistematizada se faça referência aos parâmetros necessários
4.1.2 Reservatórios de acumulação ao dimensionamento e se visualizem os resultados a que se tem por objectivo chegar,
tendo em conta esses mesmos parâmetros.
Os reservatórios de acumulação são dispositivos destinados ao armazenamento
de água à pressão atmosférica, a qual constitui reserva destinada à alimentação das A água é por excelência a substância mais utilizada na extinção de fogos, não só
redes prediais de combate a incêndios, de forma a suprir deficiências da rede pública pelo facto de ser abundante e de baixo custo, mas também pela sua grande capacida-
de alimentação ou a dar satisfação a exigências regulamentares específicas. de de absorção de calor, requisito que lhe confere a reconhecida eficácia no combate
O armazenamento de água para fins de combate a incêndios deverá ser indepen- a incêndios.
dente de armazenamentos destinados a outros fins; no entanto, excepcionalmente, o A água é utilizada no combate a incêndios fundamentalmente nas formas de
armazenamento conjunto poderá verificar-se, se forem garantidas todas as condições
jacto e de pulverização. O jacto é obtido através de agulhetas, ligadas a mangueiras
indispensáveis à manutenção da potabilidade da água annazenada, no caso da outra
que são alimentadas por tubagens que formam a rede de combate a incêndios; a
vertente considerada ser o armazenamento destinado a fins alimentares e sanitários,
e não afectar a capacidade disponível para o serviço de incêndios. pulverização é conseguida através de agulhetas e aspersores, estes últimos geral-
mente de comando automático, alimentados por tubagens que constituem a rede de
4.1.3 Aspectos construtivos comQate a incêndios.
Os aspectos de concepção e da construção a observar nos reservatórios de O caudal a assegurar nos diferentes sistemas prediais de combate a incêndios
acumulação de água destinada ao combate a incêndios são em tudo semelhantes devem ser de fonna a garantir nos dispositivos de utilização, de acordo com as
aos referidos em 2.2 do Capítulo I. suas características, um caudal instantâneo mínimo que assegure um desempenho
funcional satisfatório: bocas-de-incêndio ele 0 45 mm ou 50 mm, 3 1/s, e bocas-de-
4.1.4 Dimensionamento -incêndio 0 25 mm, 1,5 1/s; em sprinklers deverão ter-se em conta as suas
O volume útil dos reservatórios destinados ao combate a incêndios deverá ter características construtivas de modo a assegurar a pressão pretendida. Admite-se que
em conta as exigências regulamentares correspondentes, tomando como valores num edifício não. haverá mais de quatro bocas de incêndio em funcionamento
mínimos os refelidos no quadro C. simultâneo.

170 171
Sistemas de Combutc a h1cêndios com !Íguâ Mwmal dos Sistemas Prediais de Distribuiçâo e Drenagem de Águas

5.2 Colunas secas 5.2.3 Instalações de colunas secas

5.2.1 Generalidades As figuras 91 a 93 ilustram de forma esquemática a instalação de colunas secas


em edifícios de habitação [21]. de acordo com as exigências regulamentares.
As colunas secas são canalizações fixas e rígicL:1s instalada·;; nos edifícios,
que permitem alimentar bocas de incêndio não-armadas situadas nos pisos da
edificação.
Uma coluna seca compreende uma boca de alimentação, a coluna propriamente
dita e as bocas-de-incêndio localizadas de acordo com as imposições regulamentares.
A ligação entre a boca de alimentação e a coluna pode ser obtida quer directa- I -Boca de alimentação
2- Ramal de ulimenLaç5.o
rnente, quando o "racord" de alimentação está ligado de forma directa à coluna, quer 3 -Coluna ~eea
indirectamente, quando a ligação entre o '"racord" de alimentação e a coluna é reali- 4- Boca de inc2ndio

zada por urna tubagem que se desenvolve geralmente na horizontal, a qual deve ser a
mais curta e rectilínca possível. possuindo um diâmetro igual ao da coluna.
A boca de alimentação deve ser colocada no exterior do edifício, em lugar
facilmente acessível, ser munida de tampa e estar devidamente sinalizada, de forma a
pem1itir com facilidade a ligação das mangueiras dos bombeiros. A distância entre a
boca ele alimentação e a via de circulação de veículos não deverá dentro do possível Fig. 91 -Edifícios com altura :S: 20m
exceder 40 m. A distância entre a boca de alimentação e a boca de incêndio mais
próxima ou marco de água não deve exceder os 60 m.
As bocas de alimentação devem situar-se a uma altura em relação ao nível do
acesso compreendida entre 0,80 m e 1,50 m e estar colocadas verticalmente em lrm I
relação à parede, ou fonnar com esta um ângulo de 45° em posição descendente. !sl' I
No interior das edificações. as bocas-de-incêndio elevem ser instaladas em locais
fSi"J.
bem visíveis c devidamente sinalizados, dentro ele caixas ele resguardo, de f01ma que
a soleira destas em relação ao pavimento fique a uma distância compreendida entre lrSP
1.20 me 1.40 m.
As colunas devem desenvolver-se unicamente na verticaL
P150 5
sz---
5.2.2 Tipos de colunas secas
ll$il
Do ponto de vista do diâmetro. podem-se considerar dois tipos de colunas
secas: as de 0 70 mm. que permitem pelo menos alimentar duas bocas de incêndio de
0 45 mm ou 0 50 mm, e as colunas ele 0 100 mm, que possibilitam pelo menos a
alimentação de quatro bocas de incêndio de 0 45 mm ou 0 50 mm.
Do ponto de vista da instalação, podem-se considerar dois tipos de colunas secas,
as ascendentes e as descendentes. No caso de num mesmo edifício haver necessidade
de colunas secas dos dois tipos. estas deverão ser independentes possuindo bocas de Fig. 92- Edifícios com altura Fig. 93- Edifícios com altura
alimentação distintas. >20m eS28 m >28me~60m

172 173
Sistemas de Combate a Incêndios com Água · Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águcts

5.2.4 Dimensionamento no edifício não haverá mais de 4 bocas de incêndio em funcionamento simul-
5.2.4.1 Generalidades tâneo (as situadas nas posições mais desfavoráveis);
• a pressão nas bocas de incêndio terá de ser maior ou igual a 250 kPa;
Como forma de ilustrar o tema abordado. apresenta-se seguidamente o dimen- as tubagens serão de aço galvanizado;
sionamento de uma instalação de combate a incêndios de coluna seca de um edifício
os diâmetros e perdas de carga de percurso das tubagens serão obtidos através
de habitação com 12 pisos.
da equação da continuidade (29) e da fórmula de Flamant (30);
Na figura 94 é feita a apresentação esquemática da instalação.
o caudal de cálculo será obtido através do produto do número de bocas de
incêndio em funcionamento simultâneo pelo caudal instantâneo a assegurar
~ em cada boca de incêndio.
llJ]E

llJl D
l 5.2.4.3 Cálculos

Tendo em conta o número de bocas de incêndio consideradas em funcionamen-


llJl c to simultâneo e o caudal instantâneo a assegurar em cada uma delas (vd. 5.2.4.2),
fu] B através do produto desses dois elementos obtém-se o caudal que possibilita, por
recorrência ao formulário referido no ponto antedor, o dimensionamento, em tem1os
llJl de diâmetro, velocidade de escoamento e perdas de carga de percurso, da coluna seca
da instalação considerada (quadro Cl).
llJl
De posse dos valores anterionnente obtidos, bem como das características
llJl geométricas da rede, e considerando que as perdas de carga localizadas se tradu-
zem no incremento de 30% da dimensão linear dos troços de tubagem considerados,
llJl obtêm-se as perdas de carga totais na coluna seca (quadro CII).
llJl ~I Finalmente, tendo em consideração os valores de pressão a obter nas diferentes
bocas de incêndio (vd. 5.2.4.2), procede-se à determinação da pressão necessária
llJl .~
no início da instalação, de modo a assegurar a pressão pretendida no ponto da rede
llJl considerado na posição mais desfavorável, bem como a compatibilidade da
instalação com os meios utilizados pelos bombeiros (quadro CIII).
SI A
,'v;,'.'.'.V~>.:'.'-.''>'.''.'.'.'Y.-..'.'.';-.y'_.,'.'.'.W,.,'.'.'.V"'-'-'.'»-'.'.'.'.

50Dm QUADRO C!
Fig, 94- Esquema simplificado de um sistema de coluna seca
Tubagens (coluna)

5.2.4.2 Parâmetros de dimensionamento

O dimensionamento foi efectuado considerando que:


AB 4 3 12 1,38 100 (105,3) 0.027
as bocas-de-incêndio terão um diâmetro de 45 mm;
BC 3 3 9 1,03 100 (105,3) 0,016
a boca de alimentação terá um diâmetro de 70 mm;
em cada boca-de-incêndio deverá ser assegurado um caudal instantâneo CD 2 3 6 0,69 100 (105,3) 0,008

de 3 1/s; DE 3 3 0,34 100 (105)) 0.002

174 175
Sistemas de Combare a fllcêndios com !Ígua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Aguas

QUADRO CU
Perdas de carga (coluna)

Troço

AB
J
(mim)
0.027
L
(in)
29,4
Leq. ; 1,3.L Mf; J.Leq.
(m)
38,2
(~

1.031
1 ! - Boca de incêndio
2-Coluno.

BC 0.016 0,062 si 3 - Ram:ll de ::~limcntuç::io

:I
3 3.9
-···----
CD
·----- 0,008 3 3,9 0,031
DE 0.002 3 3.9 0,008

QUADRO CIII ~~~LPJ ,A


Pressüo necessária no ponto (A)
i--~
Pressão em (E) h I::J.HW/al P(A);P(E)+h+Mf,.,.,
·(m)
Fig. 95 -Esquema simplificado de uma rede de incêndio armada
(m.c.a.J (in.c.a.) (kPa)
25- ..
---- 33,4 1.13 595* 5.3.3 Dimensionamento
1
• ' Valor compatível com os meios utilizado~ pelo~ bombein.)s (I m.c.a. 2; lO kPa)
5.3.3.1 Generalidades
5.3 Redes de incêndio armadas (RIA)
Como forma de ilustrar o tema abordado, apresenta-se seguidamente o dimen-
5.3.1 Generalidades sionamento de uma inswlação de combate a incêndios de rede annada, referente ao
edifício que a figura 95 ilustra.
As redes de incêndio armadas são canalizações fixas e rígidas em carga
instaladas nos edifícios. que permitem alimentar bocas-de-incêndio annadas, as
quais possibilitam uma primeira intervenção rápida no combate ao incêndio. 5.3.3.2 Parâmetros de dimensionamento
Uma instalaçfto deste tipo é constituída por uma fonte de alimentação, uma colu-
O dimensionamento foi efectuado considerando que:
na em carga e bocas de incêndio armadas (tipo carretel ou teatro).
As bocas de incêndio armadas deverão ser colocadas próximo da entrada no as bocas -de-incêndio terão diâmetros de 25 mm;
rés-do-chão. nos patamares de escada junto aos acessos das comunicações horizon- em cada boca-de-incêndio deverá ser assegurado um caudal instantâneo de
tais comuns e em zonas de garagem. Deverão ser dispostas de forma a que toda a I ,5 lls;
zona a proteger tenha a possibilidade de ser atingida pelo menos por um jacto de no edifício não haverá mais de 3 bocas-de-incêndio em funcionamento simul-
água: em caso algum a distância entre duas bocas-de-incêndio armadas deverá exce- tâneo (as situadas nas posições mais desfavoráveis em termos hidráulicos):
der a soma do comprimento das mangueiras dessas bocas. a pressão nas bocas-de-incêndio terá de ser maior ou igual a 250 kPa:
As bocas-de-incêndio armadas deverão ser instaladas em caixas de resguardo, as tubagens serão de aço galvanizado;
que tenham a soleira em relação ao pavimento a uma altura compreendida entre os diâmetros e perdas de carga das tubagens serão obtidos através da equação
1.20 me 1.40 m. da continuidade (29) e da fórmula de Flamant (30):
A coluna de alimentação deve desenvolver-se unicamente na vettical. o caudal de cálculo será obtido através do produto do número de bocas-de-
Os diâmetros das tubagens de alimentação não deverão ser inferiores a 50 mm -incêndio em funcionamento simultâneo pelo caudal instantâneo a assegurar
(mesmo para RIA de Bl de 025 mm o ramal de alimentação individual deverá ser de em cada boca-de-incêndio.
50 mm. de modo a possibilitar a acoplação de uma BI não armada de 045 mm).

5.3.2 Instalações de redes de incêndio armadas 5.3.3.3 Cálculos

A figura 95 ilustra de forma esquemática a instalação de uma rede de incêndio Tendo em conta o número de bocas-de-incêndio consideradas em funcionamen-
armada num edifício com 5 pisos. to simultâneo e o caudal instantâneo a assegurar em cada uma delas (vd. 5.3.3.2).

176 177
Sisrcmas de Combate a Incêndios com Agu~ Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo c Drenagem de Águas

através do produto desses dois elementos obtém-se o caudal que nos vai possibilitar, 5.4 Colunas húmidas
por recorrência ao formulário referido, o dimensionamento, em termos de diâme-
5.4.1 Generalidades
tro, velocidade de escoamento e perdas de carga de percurso, da RIA considerada
(quadro CIV). As colunas húmidas são canalizações fixas e rigidas, instaladas nos edifí-
De posse dos valores anteriormente obtidos, bem como das características cios de grande altura (mais de 60 m), que permitem alimentar bocas-de-incêndio
geométricas da rede, e considerando que as perdas de carga localizadas se tradu- não-armadas situadas nos pisos destes [19].
zem no incremento de 30% da dimensão linear dos troços de tubagem considerados, Uma instalação deste tipo é constituída no mínimo por duas colunas de
obtêm-se as perdas de carga totais na RIA (quadro CV). 0'2::: 100 mm, bocas-de-incêndio e uma fonte de alimentação autónoma [19].
Finalmente, tendo em consideração os valores de pressão e caudal a obter nas As bocas-de-incêndio deverão ser instaladas em todos os pisos do edifício, de
diferentes bocas-de-incêndio (vd. 5.3.3.2), procede-se à determinação da pressão ne- acordo com as exigências regulamentares especificadas para as colunas secas. Estas
cessária no início da instalação, de modo a assegurar a pressão e caudal pretendidos devem posicionar-se de fom1a que a caixa de resguardo tenha a soleira em relação ao
no ponto da rede considerado na posição mais desfavorável, o que irá possibilitar pavimento a uma altura compreendida entre 1,20 me 1,40 m.
a tomada de decisão quanto às características da fonte de alimentação a considerar A reserva de água para o combate a incêndios deve ser pelo menos de 120 m3 .
(quadro CVI). Esta no entanto pode ser reduzida até 60m3 , no caso de se verificar a impossibilidade
da instalação no edifício do volume de reserva adequado, nos casos de edificações
QUADRO CIV cuja altura não ultrapasse os 100 m, nem a sua área em planta ultrapasse os 750 m2 ;
Tubagens (coluna) no entanto, a instalação neste caso terá de possuir uma coluna seca destinada unica-
mente ao reabastecimento do reservatólio de acumulação, que deverá ser instalada
!i>-a~~~~--:~~:· ·", ·s~-~~~--<·_-:,- ·:· -bat~·dà:, v· .D .J nas condições refelidas em 5.2 [19].
'Troço >/dnC'iiJ_I~IhJ)nth ·'tnStati_t(üito·': •·(k .:C'fliCiiti:i
- 'sifnUlttúteo"' ,(1/s):\· · _(1/s) cJ,.;/!) •···,(0int.1 •··
.. ~~··!> (~.0~)' A reserva de água poderá ser instalada em qualquer nível do edifício. reprutida
por diversos reservatórios de modo a que o somatório dos volumes do conjunto atinja
AB 3 1.5 4,5 1,21 65 (68.9) 0.036 o volume pretendido.
BC 2 1.5 3,0 1.36 50 (53,1) 0,062 No caso de se verificar a existência de um conjunto de edifícios de grande altura
situados num mesmo aglomerado, pode ser considerada a possibilidade de um siste-
CD 1.5 1,5 0.68 50 (53.1) 0.018
ma comum de alimentação.
As colunas devem desenvolver-se sempre unicamente na vertical.
QUADRO CV
Perdas de carga (coluna)
.... 5.4.2 Instalações de colunas húmidas
.._:·:.': -t(P_fÀ;:;_-':.· . {,· .. L Leq,~j;3,L if;;.c;;Jx Leq,
(111/11!) 'ihi). , . '(m)., . '(m.c.a.') A figura 96 ilustra de forma esquemática a instalação de uma rede de incêndio
com colunas húmidas pertencentes a um edifício de habitação com 22 pisos e com
AB 0.036 13 16.9 0.61
uma área de 500m2.
BC 0.062 3 3.9 0,24
Da instalação fazem parte 2 colunas húmidas, uma por cada escada de acesso
CD 0,018 3 3,9 0,07
aos pisos.
QUADRO CVI
5.4.3 Dimensionamento
Pressão necessária no ponto (A)
P;re.da_ó.em (D) h ·m,,.lt;, 5.4.3.1 Generalidades
·''•>(di,C.a.} (m),' ~(m.C.ci.:)
Como forma de ilustrar o terna abordado, apresenta-se seguidamente o dimen-
25 14 0.92 399* sionamento de urna instalação de combate a incêndios de colunas húmidas, referente
* I m.c.a.;;;; lO kPa ao edifício que a figura 96 ilustra.

178 179
Sistemas de Combate a lnci:ndios com Água Manual dos Sislemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

~
De posse dos valores anteriormente obtidos, bem como das características
geométricas da rede, e considerando que as perdas de carga localizadas se traduzem
no incremento de 30% da dimensão linear dos troços de tubagem considerados (em
tudo idêntico ao feito para a RIA). obtêm-se as perdas de carga totais na coluna hú-
~ 8 8 $11 mida. Finalmente. tendo em consideração os valores de pressão e caudal a obter nas

l
!l.L
diferentes bocas-de-incêndio (vd. 5.4.3.2), procede-se à determinação das caracterís-
lill k 1sil
ticas do elemento elevatório a adaptar para a instalação (quadro CIX).
(l'J.-/
lill ~ $]
I - Coltuw húmidn QUADRO CVII
2 - Boca de incêndio
3- União ~iumesu
:= -- Coluna e ramal (a)

lill r--CD
4- Colunn seca
5- Bomba 1õiJ Caudatdé cálculo v D (0im.) ;:
6 - Re~crvatório de acum ttlaçao (l/s) (mls) (irim)- (mlmJ
[S] .fSil 16,7 1,92 100 (105,3) 0,048
~
lill 151 ;d)

//k.VE//C
g
'
noflm+
7õOm

" [o)
IJOo•

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"

@-11~-
A
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K8J
1> !nO
Ir
mml__[

6
!S
fzl
J
'//.''-'""~

Caudal d'f éálcúlo

-------
(l/s)
33.4
QUADRO CVIII
Ramais (b) e (c)

v
(mls)
1,80
D(0int.!,
(mm)
150 (153,9)
I
(mim)
0,027
Fig. 96- Esquema simplificado de uma instalação de colunas húmidas
QUADRO CIX
5.4.3.2 Parâmetros de dimensionamento
Características da bomba
O dimensionamento foi efectuado considerando que:
Caudal de Pressão em (B) Al(ura ~-da,botrtb,a, 1'_9Úpâado"
as bocas~de-incêndio terão um diâmetro de 45 mm; --~~=U~cu=l~o~(~~~~c__-"(n=•~·'=''='·~)-~man~o~n=!e~~~ri~ca""(''=-ií~)_·~~~~%~o)~-e-~'no~w~r~(~~~1V~)_
a pressão de serviço na boca de incêndio situada na posição mais desfavorável 33,4 40 I2 U 75 52.92
deverá ser maior ou igual a 400 kPa;
o caudal de cálculo deverá ser de 1000 llmin para o dimensionamento da coluna
e do troço (a) e de 2000 1/min para o dimensionamento dos troços (b) e (c); 5.5 Sistema de extinção automática
as tubagens serão de aço galvanizado:
os diâmetros e perdas de carga das tubagens serão obtidos através da equação
5.5.1 Generalidades
da continuidade (29) e da fórmula de Flamant (30); As instalações de extinção automática de incêndios são fonnadas por canali-
o reservatório de acumulação terá uma capacidade de 60 000 L
zações fixas e rígidas instaladas nos edifícios, que permitem alimentar os asper-
sores (spinklers), os quais são accionados automaticamente (sem intervenção de
5.4.3.3 Cálculos operador).
Tendo em conta as necessidades de caudal nos diferentes troços de tubagem Uma instalação deste tipo é constituída por uma fonte de alimentação. um posto
dimensionados (vd. 5.4.3.2). por recorrência ao formulário referido, procedeu-se ao de controlo, as colunas, os troncos. os ramais. os sub-ramais onde são instalados os
dimensionamento, em termos de diâmetro. velocidade de escoamento e perdas de sprinklers.
carga de percurso. dos elementos principais da coluna húmida considerada (quadros Este tipo de instalação deve ser disposto no edifício de forma a cobrir toda a {u·ea
CV!l e CVIII). a proteger.

180 181
Sistemas de Combate a Incêndios com Ágtla Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

No projecto deste tipo de instalações é necessário conhecer qual a classe de risco QUADRO CX
(vd. 5.5.4) do local a proteger com a rede, pois o número de sprinklers é função dessa Área máxima de cobertura por sprinkler [17}
mesma classe de risco.

5.5.2 Tipos de sistemas


Apartamentos. igrejas, clubes, escolas, hospitais,
5.5.2.1 Sistemas húmidos Ligeiros 20
escritórios, museus, etc.
Garagens, padarias, casas de caldeiras, fábricas
A tubagem que constitui a rede está permanentemente com água em carga, pos~ de componentes eléctricos, parqUes de estaciona~
OI
suindo neste caso os sprinklers um sensor térmico que impede a saída da água em menta, lavandarias, teatros, áreas de serviço em
restaurantes. etc. 12
situações de ausência de incêndio, mas que, quando sujeito a uma determinada ele-
Ordinários Fábricas de: produtos químicos de baixo risco,
vação da temperatura, explode, possibilitando a aspersão da água. 02
máquinas, têxteis, ciganos, tintas.
Fábricas de papel, refinarias, fábricas de pneus,
5.5.2.2 Sistemas secos 03 armazéns de prÓdutos inflamáveis, etc.

Este sistema é caracterizado por parte da rede estar permanentemente cheia de Áreas com combustíveis, fábricas de tintas e
OI
diluentes, vulcanizações, etc.
ar comprimido (a jusante do sistema de controlo), e parte estar pennanentemente Graves 9
Fábricas de embalagens de gás, de spray, de
com água em carga (a montante do sistema de controlo). Neste caso, os sprinklers 02 poliuretanos, etc.
possuem sensor térmico que impede a saída do ar em situações de ausência de incên~
dia, mas que, ao ser submetido a detenninada temperatura, explode, possibilitando a
saída do ar que vai fazer com que se dê a abertura de uma válvula colocada a separar 5.5.4 Número de sprinklers em funcionamento simultâneo
as duas zonas da rede (ar e água), o que origina deste modo a sua inundação. De acordo com a norma 13 da National Fire ProtectionAssociation (NFPA) [17],
O emprego deste tipo de sistema é aconselhado em locais onde se verifique o o número de sprinklers em funcionamento simultâneo é determinado através do quo-
perigo de haver congelamento da água nas tubagens. ciente entre a área de operação (definida em função da classe de risco, quadro CXI)
e a área de cobertura do sprinkler.
5.5.2.3 Sistemas de inundação Por sua vez, o Instituto de Seguros de Portugal [13] estabelece o número de
sprinklers em funcionamento simultâneo em função da classe de risco, os quais estão
Este sistema é em tudo idêntico ao sistema seco, só que neste caso a parte da expressos no quadro CXII.
rede a jusante do sistema de controlo está vazia. Uma vez que os sprinklers estão
QUADRO CXI
sempre abertos, é colocado na área a proteger um detector de incêndios, que ao
Área de operação [ 17]
ser actuado vai comandar a abertura de uma válvula (válvula de inundação) colocada
na zona de controlo, o que possibilitará que a água chegue aos elementos de tubagem C/assé.de riscos Área·de oj)eraçãt>--(mZ)
onde se encontram os aspersores. Esta válvula deve poder ser também actuada Ligeiros ~ !39
manualmente. OI ~ !39

Ordinários 02 > 279


5.5.3 Área máxima de cobertura por sprinkler G3 <:::372
OI ~372
o quadro ex expressa, em função das diferentes classes de risco, as áreas máxi- Graves
~465
02
mas em m2 a proteger por sptinkler instalado.

183
182
Sistenws de Combate a Incêndios com Água JV/wnwl dos Sisremas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO CXII QUADRO CXIV


Número de sprinklers em funcionamento simultâneo [13] Número máximo de sprinklers a alimentar por tubagetzs [17]
N. o de sprinklers em N!1mero de 'sprinklers ,
Classe de (iscos
funcionamento Classe de risco 0 das tubagens
Material CQ1J stituinte_ das, tub_agens
Ligeiros 4 (mm)
Aço Cobre:
GI 6
25 2 2
Ordinários G2 l2 32 3 3
-------------
G3 18 40 5 5
Ligeiros
Graves A definir pelo ISP 50 !O 12
65 30 40
5.5.5 Número máximo de sprinklers a considerar por sub~ ramal 80 60 65
25 2 2
O número de sprinklers em cada sub-ramal a considerar para perfazer o número 32 3 3
de sprinklers considerados em funcionamento simultâneo é determinado através da 40 5 5
fórmula: Ordinários 50 !O 12
65 20 25
(95) 80 40 45
em que: 100 100 !15
N -número máximo de sprinklers no sub-ramal 25
A,.- úrea de operação (m 2 ) 32 2 2
E,- espaçamento entre sprinklers no sub-ramal (m) 40 5 5
Graves 50 s s
5.5.6 Dimensão nominal dos splinklers 65 15 20
80 27 30
Os diâmetros dos orifícios dos sprinklers a adoptar serão função da classe de 65
100 55
risco considerada para a instalação, de acordo com os valores expressos no quadro
CXII L
QUADRO CXIII 5.5.8 Instalações de sprinklers
Diâmetro dos sprinklers
A figura 97 ilustra de forma esquemática o traçado de uma rede de sprinklers.
_ _D_~n::~trà (mm) Classe de risco que constitui a instalação de combate a incêndios de uma garagem pertencente a um
lO Ligeiros edifício de habitação.
---~------

i5 Ordinários
--"-----------
20 Graves 5.5.9 Dimensionamento

5.5.9.1 Generalidades
5.5. 7 Número máximo de sprinklers a alimentar
Como forma de ilustrar o tema abordado, apresenta-se seguidamente o dimen-
O quadro CXIV refere o número máximo de sprinklers a alimentar pelos dife-
rentes calibres de tubagens. em função da classe de risco e do material constituinte sionamento da instalação de combate a incêndio com sprinklers, que a figura 97
das tubagens. exemplifica.

184 185
Sistemas de Combate a Incêndios com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

5.5.9.2 Parâmetros de dimensionamento

O dimensionamento foi efectuado considerando que:

a classe de riscos é ordinária: grupo 1;


o afastamento entre sub-ramais é de 3 m e nestes entre os sprinklers é
de4m;
os sprinklers a utilizar na instalação são de 0 15 mm, a que corresponde uma
constante K = 80 (fig. 98);
a pressão dinâmica nos sprinklers foi determinada através da fórmula
seguinte, função da constante K relativa à secção de saída da água (fig. 98):

Q = K.JO,OlP (96)

em que:
Q- caudal (1/min)
K- constante do sprinkler
P- pressão (kPa)

os diâmetros e perdas de carga nas tubagens serão obtidos através da equação


da continuidade (29) e da fórmula de Flamant (30);
a densidade de caudal a dispersar pelos sprinklers será função da área de
operação e obtida através do ábaco ilustrado na figura 99;
as tubagens são de aço galvanizado;
a área de operação considerada será a que se encontra na posição mais desfa-
vorável, relativamente à alimentação (fig. 100).

Refira-se, a propósito das perdas de carga nas tubagens acima referidas, que a
nom1alização americana (NFPA 13) sobre esta temática adepta a fórmula de Hazen
e Williams:

J
(97)

em que: l-Ramal
2-Tmnco
J~perda de carga de percurso (bar/m) 3- União siamesa
Q- caudal (1/min) 4- Fonte de alimentação
5- Coluna
D- diâmetro (mm)
C- constante função do diâmetro e da mgosidade das paredes do tubo
Fig. 97 - Traçado da instalação
No quadro CXV apresentam-se os valores da constante C para os diferentes ma-
teJiais referidos.

186 187
Sistemas de Comba/e a Incêndios com Água Manual dos Si.vtemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

ê 400
·~ 380

ro 360
,?~
-o
~

o"'
340
320 +.,<:
'"r r-
300
2BO
260
v
./
14D
~~
!Â"" I
220
100 v ""
180
11
I/ I
v '" ~;;.- H:. .
160
14D i/ /

110
1/ v
100
vv
80 Iv
60
11 8J
Densidade (ljm1n m2)
40
10

o 4 5 6 7 8 10 X 98,1
<0

Pressão (kPa) 2
g.
Nota: o~ vniO!'cs indicados em mm corre~pomlcm ao~ dítimctro~ do~ ~prinklcr,~
"'e
-~ 45S
Fig. 98- Relação Q e P, função de K

QUADRO CXV
Valores de C para a fórmula de Haz.en e Wiiliams

Material C

_!~~~~~reto --··-----~------···--~~---- ..- -


- Aç~-~'1\vnniz~l-~-----'"------~---­
Plásticos

-~~~-~:'-~------------- 150 ""


Cobre
2J1
81 12.2 lU
Oen~idode (ljm1n. m2)

Fig. 99- Curvas de densidade [17]

ISS 189
Sistemas de Combate a Incêndios com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Conhecidos os valores antedmmente determinados e por recorrência à fonnu-


1ação referida em 5.5.9.2, inicia-se o cálculo dos elementos de tubagem que consti-
tuem a rede (quadro C XVII).
Os cálculos são conduzidos de forma a que a perda de carga total velificada nos
troços de tubagem compreendidos entre os pontos A e E (ramais principais) seja
aproximadamente de 50 kPa (quadro CXVIII).
Finalmente, tendo em conta o desnível geométdco entre as extremidades inferior
o e superior da rede, bem como as necessidades de pressão do sistema (quadro CXVII)
e desprezando o factor anteriormente referido, determina-se a pressão necessáiia no
r----
1 S12
---------------
S11 $10 S9
ponto inicial da instalação (ponto E, fig. 97) (quadro CXIX).
I
I
c
ss QUADRO CXVI
I SB S7 ss
I
I
I S4
• SJ S1 $1
Parâmetros de cálculo

I A Pressão
, dil~4.f!!:iPC!,-,
em:SJ
Fig. 100 - Área de operação considerada .· /iiPa)
139 6.52 12 4 78,24 95,65
5.5.9.3 Cálculos
Tendo em conta a classe de risco considerada (vd. 5.5.9.2), a área de cobertu- QUADRO CXVII
ra e o posicionamento dos sprinklers (quadros CX e CXXIX), por recmTência ao Dimensionamento dos troços
quadro CXI define-se a área de operação (área em que se considera que o número
Sprinkler . ,0
de sprinklers aí instalado entrará em funcionamento simultâneo), a qual por sua vez, Ponto
CaUfiid
_(0-.int.)
.L Ú/q.'" .w· ' 'Pré~ão
através do ábaco da figura 99, possibilita a obtenção do caudal a dispersar por sprink- Tro-Ço' (1/min)
"(imÍí) ·.
(m) (m) (m.e;.«.) /kPar ·
ler (densidade) (quadro CXVI). 25 95,65
De posse dos valores anteriormente obtidos, determina-se o número de sprinklers SI 4 4.00 80 1,348
78,24 (27.3) 13.48
em funcionamento simultâneo para efeitos de cálculo, dividindo a área de operação
83.57 32 109,13
pela área a proteger por sprinkler (quadro CXVI). S2 4 4,00 80 1,292
161,81 (36.0) 12,92
Por recorrência à expressão (95) referida em 5.5.5. determina-se o número máxi-
mo de sprinklers a considerar em funcionamento simultâneo por sub-ramal (quadro 88.38 40 122,05
S3 2 4,71 80 1,593
250,19 (41,9) 15,93
CXVI).
Após a definição do posicionamento da área de operação (fig. 100) e tendo em 40
S4 2 4,55 80 0,200
conta que os sprinklers a utilizar possuem um factor K::: 80. inicia-se o cálculo pelo 78,24 (41.9) 2,00
sprinkler referenciado por SI na figura 97. através da determinação do caudal neces-
137,98
sário ao seu correcto desempenho (igual ao produto do caudal a dispersar por sprink- A 328,43
ler pela sua área de cobertura). O conhecimento do caudal a dispersar por sprinkler
50 137.98
e o valor do seu factor K possibilitam, por recorrência à expressão (96) referida em A-B 3 4.30 279,6 0,757
328.43 (53,1) 7.57
5.5.9.2 (expressão que vai servir também para a detenninação de caudais, conheci-
dos a pressão e K), a determinação da pressão dinâmica no sprinkler considerado 337,32 145.55
B 279.6
(quadro CXVI). 665.75

190 191
Sistemas de Combate a Jncêlldios com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO CXVII 7 SISTEMAS ELEVATÓRIOS OU SOBREPRESSORES


Dimensionamento dos troços (continuação) 7.1 Generalidades
-~----

Sprinkler 0
Caudal L Leq., AH Presspo Sempre que as condições de pressão e/ou caudal disponibilizadas pela rede pú-
Ponto (0 int.) K
(1/min) (m) (m) (m.c.a.) (kPa)
Troço (mm) blica de distribuição não sejam suficientes para assegurar um COITecto desempenho
65 145.55 funcional dos dispositivos ele combate a incêndio instalados na rede, ou exista a im-
B-C (68,9)
3 4,78 279.6 0.842
665.75 8.42 posição regulamentar ele a alimentação da rede ser autónoma, ter-se-á de recorrer à
346.94 153,97 utilização de meios mecânicos para a criação das condições necessárias.
c --~"-·~
279.6
1012.69 Os tipos de sistemas utilizados para este fim são em tudo semelhantes aos referi-
------·--· ,,_,~---

80 153,97 dos para as redes de distlibuição para fins domésticos.


C-D (80,9)
4.5 6.61 1.13 I
10!2.69 1131 Um grupo de bombagem destinado a abastecer, nas condições predeterminadas.
100 165.28 uma rede de combate a incêndios deverá ser constituído preferencialmente por uma
D-E 32 54,36 2.664 -·---
1012,69 (105.3) 26.64 electrobomba. uma motobomba e uma bomba de manutenção de pressão, vulgar-
mente designada por bomba "'jockey''.
QUADRO CXVIII Caso o grupo não contemple a utilização de motobomba. deverá ser constituí-
Perdas de carga no percurso A - E do pelo menos por duas electrobombas. as quais deverão ser alimentadas de forma
----
AH D.f/TOTAL
independente da restante instalação eléctrica, com cabos de ligação directa ao PT;
Troço
(m.c.a.) (kPa) deverá ainda existir uma fonte de energia autónoma que assegure o funcionamento
A-B 0.757 dos elementos de bombagem. em caso de falha no sistema público de distribuição de
B-C 0,842 energia eléctrica.
53,94
C-D 1.!31 Uma fonte abastecedora de água para o combate a incêndios deverá possuir pre-
-~-~---~--···

o .. E 2,664 ferencialmente uma capacidade de fornecimento. nas condições desejáveis de caudal


e pressão. pelo menos por um período de uma hora.
QUADRO CXIX
Pressão e caudal necessários em E 7.2 Instalações elevatórias ou sobrepressoras
Diferença de cotas -Çaudal ':-.~;,/essão
7.2.1 Considerações gerais
entre C e E (m) (Vmin) '(kPa)
LSS 1012.69 :::::19+192 Para que uma rede destinada ao combate a incêndios, alimentada por uma fonte
abastecedora de água autónoma, assegure com eficiência o desempenho funcional
6 TUBAGENS: MATERIAIS, CONSTITUIÇÃO E INSTALAÇÃO dos dispositivos de utilização instalados. torna-se indispensável que os elementos
de bombagem garantam as condições de caudal e de pressão necessárias ao correcto
Na sclecção do;;; materiais e na instalação das redes de alimentação dos disposi- funcionamento desses dispositivos.
tivos de combate a incêndios, deverão ser tidos em conta os factores referidos em 6
Pelo que atrás foi referido, torna-se indispensável que o projectista determine
do Capítulo L no que diz respeito às tubagens metálicas, à sua constituição e à sua
com exactidão as caractetisticas que deverão possuir os elementos de bombagem a
instalação.
instalar, as quais serão função das condições disponibilizadas a montante do grupo.
Não deverào fazer parte das canalizações materiais que não conservem as suas
características quando submetido_s a temperaturas :2 400 oc_ das características físicas da rede, do tipo de instalação a abastecer e do tipo de dis-
Deverão ser usados materiais com elevada resistência à corrosão, especialmente positivos de utilização instalados. visto implicarem diferentes condições de pressão
nas situações de instalações permanentemente molhadas. e de caudal a disponibilizar.

l92 193
Sistemas de Combate a Incêndios com Águo Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Neste tipo de instalações é de primordial importância a qualidade dos elementos regulado para o efeito, o qual irá accionar o motor Diesel, no sentido de repor as
que compõem o grupo de pressurização, bem corno dos órgãos de controle e coman- condições desejáveis de pressão e caudal na rede.
do, pelo que se toma fundamental um contínuo e permanente acompanhamento das Após a cessação do combate ao sinistro, as bombas permanecerão em funciona-
mesmas, através de acções constantes de manutenção e testes funcionais. mento até à sua desactivação (o que terá de ser feito manualmente), o que implica
um aumento da pressão na rede; quando esta ultrapassar em cerca de 20% a pressão
máxima de funcionamento, será accionada uma válvula de segurança possibilitando
7.2.2 Disposições construtivas
o escoamento da água através de pontos de fuga, até que se proceda à desactivação
As instalações elevatórias ou sobrepressoras destinadas ao abastecimento de re- das bombas.
des de combate a incêndios deverão ser dotadas de dispositivos de comando, de No caso de se prever a utilização de sistema hidropneumático, o reservatório
segurança e de alarme. metálico deverá ter uma capacidade mínima para água, a qual será função da classe
Os grupos de bombagem devem dispor. sempre que o seu posicionamento o de risco previsível: para riscos ligeiros deverá oscilar à volta dos 1O000 litros, e para
justifique, de isolamento acústico (embasamentos isolados e fixações elásticas), de
riscos ordinários deverá andar à volta dos 22 000 litros. Para a classe de riscos graves
modo a atenuar ruídos e vibrações que prejudiquem o conforto das edificações onde
não se recomenda a utilização de sistemas hidropneumáticos.
estes estão instalados. tendo em conta a regulamentação aplicável.
Como já anteriormente foi referido, este tipo de instalações é geralmente do- A água armazenada não deverá exceder 2/3 da capacidade total do reservatódo
tado de grupos de elevação ou sobrepressão directa, os quais deverão ser preferen- metálico, ficando o restante volume disponível cheio com ar pressurizado.
cialmente constituídos por uma electrobomba com elevada capacidade de débito, A pressão inicial mínima no reservatório na condição de cheio, para o volume
uma motobomba com características em tudo semelhantes às da electrobomba e uma máximo de água previsto, deverá ultrapassar a pressão nominal prevista em cerca de
bomba tipo "jockey'' (geralmente de reduzida capacidade de débito, mas de elevada 25 m.c.a.
capacidade de sobrepressão). O sistema deverá ainda ser dotado de meio de reposição automátíca de ar no
Os grupos terão de possuir arranque automático, devendo também permitir a reservatório.
acção de arranque manual: a electrobomba e a motobomba deverão possuir apenas
A velocidade de circulação da água na tubagem de aspiração não deverá ulu·a-
sistema de paragem manual.
passar I ,5 m/s e o seu diâmetro deverá ser constante ao longo de todo o seu desenvol-
O comando automático do grupo poderá ser conseguido através de sensores de
pressão (pressostatos) que controlarão os diferentes elementos de bombagem. vimento, não devendo em caso algum ser inferior ao da tubagem de compressão.
Quando o pressostato de controlo da bomba ''jockey .. acusar o valor mínimo de A figura 101 ilustra, de forma esquemática, uma instalação de sobrepressão di-
pressão pré-fixado, transmite a informação a um quadro de comando que, por sua recta, destinada ao combate a incêndios, na qual a bombagem é feita a prutir de
vez. vai comandar o accionamento deste elemento de bombagem, o qual irá man- reservatório de acumulação.
ter~se em funcionamento até que sejam repostas na rede as condições máximas de
pressão pré~ fixadas no seu pressostato de controlo. Quando o escoamento de água na 7.2.3 Exemplo prático de aplicação
rede é superior à capacidade de reposição da bomba "jockey", o que implica a não-
-reposição na mesma das condições de pressão inicialmente previstas, e cujo valor
7.2.3.1 Generalidades
mínimo foi previamente fixado no pressostato da electrombomba, este transmite a Como forma de ilustrar o dimensionamento de uma instalação elevatória por
informação ao quadro de comando que por sua vez irá despoletar o accionamento
bombagem directa, destinada ao combate a incêndios, apresenta-se seguidamente o
deste elemento de bombagem, o qual irá assegurar a manutenção na rede de incêndio
dimensionamento de uma instalação deste tipo, destinada ao abastecimento de uma
das condições de pressão c caudal necessárias ao con·ecto desempenho funcional dos
RIA (rede ele incêndio armada) instalada num edifício de habitação com 5 pisos.
dispositivos instalados.
Se eventualmente se verificar um corte de corrente eléctrica ou avaria da elec~ A determinação dos consumos previsíveis é feita com base num máximo de
trobomba. esta situação será detectada pelo pressostato da motobomba previamente metade das bocas de incêndio instaladas em funcionamento simultâneo, e conside~

194 195
Sistemus de Combate a Incêndios com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçâo e Drenagem de Aguas

~_').__......J~~ 1 I L_...J
8
D•stnbulção oos
dispositivos
lns!lllados

1 I L-------------
I I
I I
Ponto do onsaio
I I
IL ___ _ O llmpOlU

L_l
I
I
I 5

I - Tubagens para água


2 - E!cctrobombn
3 - Bomba diesel
4- Bombu '~jockcy"
5- Válvula de seccionamcnto la - Comprimento da tubugem de aspiração
6- Válvula de retençilo lc- Comprimento da tubagcm de compressão
7- Válvub de ~egurunça
S - Manômetro de pressão
9- Sensor estático de pressão Fig. 102- Esquema da instalação de elevaçfto
10- Válvula de bóia
ll -Condutores eléclricos 7 .2.3.2 Cálculos
!2- Bóia flutuadora (sensor de nível)
!3 -Quadro de comando c controlo
! 4 - Sinalizador acÚ.<;tÍco O edifício considerado ficará dotado de 5 bocas de incêndio, de acordo com
o referido no ponto anterior: para efeito de determinação do caudal de cálculo,
Fig. 1Ol - Instalação elevatória
considera-se que entrarão em funcionamento simultâneo 3 bocas de incêndio
(quadro CXX).
rando que estas são elo tipo carretel de 0 25 mm. às quais se atribuiu um caudal Tendo em conta as características físicas do troço de tubagem a mon-
instantâneo de 1.5 1/s: considera-se ainda que na boca de incêndio posicionada na tante dos elementos de bombagem (tubagem de aspiração) e o caudal de
posição hidraulicamente mais desfavorável terá de se verificar uma pressão equiva- cálculo considerado, bem corno a limitação em termos de velocidade de circu-
lente a 25 m.c.a. lação da água, através da equação da continuidade (29) e da fórmula de Flarnant
A bombagem da água destinada a abastecer a RIA é feita a partir de reservatório (30) determinam-se o seu diâmetro e as perdas de carga de percurso. De posse
de acumulação edificado na base do edifício, o qual é alimentado através da rede destes valores, determina-se a altura manométrica de aspiração (vd. 9.3.2.3.2 do
pública de distribuição. Capítulo I) (quadro CXXII).
O grupo de bombagem é constituído por uma bomba de manutenção da pressão e Considerando de novo o caudal de cálculo, e tendo agora em conta as carac-
por duas electrobombas que funcionarão como reserva activa mútua. o qual assegura terísticas físicas da tubagem a jusante dos elementos de bombagem (tubagem
à RIA as condições de pressão e caudal indispensáveis ao seu correcto desempenho de compressão) e ainda as necessidades em termos de pressão a considerar no
funcional. ponto mais elevado desta tubagem (D) (considera-se uma pressão equivalente
Toda a tubagem é executada em aço galvanizado. a 25 m.c.a.), determina-se a altura manométrica de compressão (vd. 9.3.2.3.2 çlo
A figura I02 ilustra de forma esquemática a instalação refedcla. Capítulo I) (quadro CXXIII).

197
196
Sistemas de Combate a Incêndios com Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO CXX QUADRO CXXIII


Detenninação do caudal de cálculo Determinação da altura manométrica de aspiração
N. 0 deBiem' Caudal Calfdal Caudal bombado ún3/h) 16,200
Troço funcion~e~'i'o, de cálculo vd. quadro CXX
simultâiú'o (1/s)
vd. quadro CXX
AB 3 1,5 4,5
15,000
BC 2 1.5 3,0
1.5
Compri~ientO equtvaleiue dâ~ -~in'gUltÍrldádes -lkrfubàgéi;t.,
CD 1.5 'déêTômpJ:éssiió'·(id(''. --.------ .,.-. ·· - ;u:-.\_;-· .. ·
. ,.,., . '(. . ·. 31,700
Aspiração 3 1,5 4,5
vd. quadro CXX
1,522
QUADRO CXXI
DeSniveZ·J;eOI~ét;ic~ ~nt~~··ci.-1'~~fãO·.~e-iâúlá:,tk(b0n_~~à'
Necessidades de diâmetro dos troços de A a D 'e -â.s"ecÇão -ae-:sald,i:(da/tu,bâge,rii:.ditcompri!S:sãâ (ni)-··: ·
13,200
Perda de Perda de
Cauaaz Diâmetro carga no PressãO á· df~p_On'ikmlqr,-' ~.'J:o1~1?:'m4/i <;teV~dJ'·CiCl'tUPà~êí~
L Velocidade carga de de.:cómpressão:(J?J:(m:;-c.â.) · · - · ' 25,000
Troço de êáiclflo- ~ (0íht) percu!'so troço
(m) •.. (mls)..
(1/s) . (lls! . (m) 39,722
(nilm)
CD 3 1,5 50 (53,1) 0.68 0,018 0.054
Finalmente, considerando as características físicas da instalação, bem como os
BC 3 3,0 50 (53.1) 1,36 0.062 0,186
elementos referidos através do quadro CXXVI, detennina-se a altura máxima de
AB 9 4,5 65 (68,9) 1.21 0.036 0.259
aspiração dos elementos de bombagem através da expressão (46).

QUADRO CXXII QUADRO CXX!V


Determinação da altura manométrica de aspiração Detenninação da altura manométrica total
Altura manométrlca de-.i :Altui:q :biz.~~'OmÚrica de>.' '-:ÀltU.F;-;,JÚút'b'ift4ih(i:_'â;tÚb{
aspiração (nf.C;a,) compi:es~ã.q:.Çm;c.p_.)_, :< -.. :\/~.(J?j:é/i,?;){· ..;·::i.:-,.:-: .
2,645 39,722 42,367

QUADRO CXXV
Detenninação da potência das bombas
Caudal-bombado Altura maflométricG Rendif1ient0 , - .:·_: POÍEád&y·:::;·-: :_,
(m"is) (l~l.,c.a.), 4i,l,'pol,n1Í~) 6(o). .c; . . "/!{!;' ~o;fipq;;(_~,w; :
0,0045 42,367 70 2.672

QUADRO CXXVI
Determinação da altura ntáxima de aspiração_
Conhecendo-se os valores referentes às alturas manométricas de aspiração
e compressão, através da expressão (45) obteve-se a altura manomét1ica total
(quadro CXXIV).
A potência dos elementos de bombagem é determinada através da fórmula (36)
0,800 0.430 1.145 0,500 7,455
considerando que estes possuem um rendimento da ordem dos 70% (quadro CXXV).

199
198
Sistemas de Combate a lncêndio.1· com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

8 DISPOSITIVOS DE UTILIZAÇÃO
8.1 Generalidades

Os dispositivos de utilização (bocas-de-incêndio exteriores, marcos de água, bo-


cas de alimentação, bocas-de-incêndio armadas e não-armadas e sprinklers) têm por
finalidade disponibilizar, regular e controlar o fornecimento de água para o combate
a incêndios.
Estes dispositivos destinam-se a dotar os edifícios de meios que possibilitem Fig. 103- Boca-de-incêndio exterior
fundamentalmente aos bombeiros disporem deles para de uma forma eficaz comba-
ter este tipo de sinistros, ou ainda procederem ao controlo/extinção destes de forma
automática.
Apenas deverão ser instalados dispositivos que respeitem os regulamentos apli-
cáveis ou, na sua inexistência, devem os dispositivos ser aprovados pelos Serviços
Regionais do Serviço Nacional de Bombeiros (SNB), tendo em vista a sua adequa-
biliclade aos meios utilizados pelos bombeiros dessa região, a sua durabilidade e os
objectivos em vista para os desempenhos esperados.
No mercado nacional existe uma gama de produtos que permite uma selecção
adequada. face às características das diferentes instalações.

8.2 Bocas-de-incêndio exteriores e marcos de água (hidrantes exteriores)

As bocas-de-incêndio (Bl) exteriores são dispositivos instalados nas fachadas Fig. I 04 - Marcos de {tgua

dos edifícios, de acordo com as exigências regulamentares, ligados à rede pública


de distribuição de água, destinados à ligação das mangueiras dos bombeiros para 8.3 Bocas de alimentação
combate directo aos sinistros ou abastecimento dos carros destes.
Deverão preferencialmente ser constituídas por uma BI normalizada tamponada As bocas de alimentação são dispositivos instalados nas fachadas dos edifícios,
e dispor de uma ou duas válvulas; no caso de possuir duas válvulas, uma deverá de acordo com as exigências regulamentares, destinadas à ligação de meios utiliza-
ser do tipo manobrável com volante e ficar instalada em caixa própria devidamente dos pelos bombeiros para abastecimento e colocação em carga das colunas secas
sinalizada. instaladas no edifício.
Os marcos de água são dispositivos instalados nos passeios. junto aos lancis e de Deverão preferencialmente ser constituídas por uma boca de alimentação tam-
acordo com o especificado regulamentarmente, ligados ~l rede pública de distribuição ponada de 0 2:: 70 mm e 'ficar instaladas em caixa própria devidamente sinalizada.
de água. destinados à ligação das mangueiras dos bombeiros para combate directo do Função das características da rede a alimentar (coluna seca, coluna húmida, etc.),
sinistl·o ou abastecimento dos carros destes. poderão ou não ser dotadas de uma válvula de seccionamento.
Deverão preferencialmente ser constituídos por elemento tipo coluna, a qual A figura I 05 ilustra um tipo de boca de alimentação.
disporá de duas ou três BI tamponadas com diâmetros geralmente de 50 mm,
8.4 Bocas-de-incêndio não-armadas
70 mm e 90 mm, com válvulas de seccionamento preferencialmente independentes;
estes dispositivos poderão ainda dispor de invólucro de protecção. As bocas-de-incêndio não-armadas são dispositivos instalados no interior dos
As figuras 103 e 104 ilustram dispositivos destes tipos. edifícios, de acordo com as exigências regulamentares aplicáveis, ligados a colunas

200 201
Sistemas de Combate a Incêndios com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

de manobra; deverão também dispor, no caso do tipo teatro, de duas válvulas de


seccionamento, uma das quais provida de volante de manobra e, no caso do tipo car-
retel, de uma válvula de seccionamento. Preferencialmente, deverão ficar instaladas
em caixa próplia devidamente sinalizada.
Existem no mercado diversos tipos de agulhetas, com dimensões diversas, agru-
pando-se fundamentalmente em: agulhetas de jacto fixo e agulhetas de várias posi-
ções Gacto, chuveiro e jacto, chuveiro com cortina de protecção). A figura 109 ilustra
Fig. 105 - Boca de alimentação alguns tipos de agulhetas.

secas ou húmidas, destinados à ligação das mangueiras dos bombeiros para o com~
bate directo aos sinistros.
Deverão ser constituídas por duas BI tamponadas (o plano tangente à BI deverá
ser paralelo à parede ou formar com esta um ângulo de 45°), dispor de uma válvula
de seccionamento por BI e ficar instaladas em caixa próplia devidamente sinalizada.
A figura 106 ilustra uma boca-de-incêndio não-armada.

Fig. 107- Boca-de-incêndio tipo teatro

Fig. 106- Boca-de-incêndio não-armada

8.5 Bocas-de-incêndio armadas

As bocas-de-incêndio annadas são dispositivos instalados no interior dos edifí-


cios, de acordo com as exigências regulamentares aplicáveis, ligados a RIA e desti-
nados ao combate directo aos sinistros.
As bocas-de-incêndio armadas utilizadas são de dois tipos: de tipo teatro,
equipadas com mangueiras flexíveis, com diâmetros oscilando entre 45 mm e
70 mm (fig. 107), e do tipo carretel, equipadas com mangueiras semi-rígidas de
25 mm de diâmetro (fig. 108). Fig. lOS- Boca-de-incêndio tipo carretel
As bocas-de-incêndio deverão ser equipadas com uma mangueira com compri-
mento entre 20 e 30 m, uma agulheta e, no caso de BI do tipo teatro, uma chave

203
202
Sistemas de Combate o Inc2ndios com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçiio e Drenagem de Águas

Existem no mercado sprinklers de diferentes sensibilidades tém1icas (tempera-


tura de accionamento ), sendo, no caso dos sprinklers de fusível mecânico, a tem-
peratura gravada no respectivo linguete e, no caso dos de tipo de fusível químico,
diferenciados através da cor do líquido contido na ampola.
O quadro CXX:VII mostra os diferentes níveis de sensibilidade ténnica, para os
dois tipos de fusível referidos.

QUADRO CXXVII
Temperatura de abertura dos sprinklers
Tipo de

Fig. 109 -Agulhetas


fusível co-r -da ànJPPtá ,
Mecânico 57 68 79 93 141
57 68 79 93 141 182
8.6 Sprinklers Químico
laranja vetmelho amarelo verde azul roxo
Os sprinklers são dispositivos instalados no interior dos edifícios e alimentados
por redes fixas e rígidas. destinados ao combate aos incêndios através de acciona- Dentro dos grupos atrás mencionados, é possível distinguir: o modelo conven-
mento e funcionamento automáticos (sem intervenção de operador). cional, o qual produz uma descarga tipo esférica, em que parte da mesma é dirigida
Os sprinklers podem ser classificados em três grupos: os de tipo sempre abertos, para o tecto, sendo concebidos com deflector do tipo universal, que possibilita a sua
os fechados por fusível mecânico- o qual pode ser constituído por um sistema de montagem vertical erecta e pendente; o modelo pulverizador, que produz uma des-
duas alavancas que asseguram o fecho do sprinkler, ligadas através dum linguete sol- carga hemisféiica abaixo do deflector dirigida praticamente na totalidade para baixo,
dado que. ao atingir a sua temperatura de fusão, provoca o afastamento das alavancas do qual existem dois tipos distintos, um para montagem erecta, outro para monta-
e a abertura do sprinkler- e os fechados por fusível químico, constituídos por uma gem pendente; finalmente, os modelos especiais de parede, os quais se destinam a
ampola de vidro cheia com um líquido que assegura o fecho do sprinkler, a qual ao montagem junto de paredes, possibilitando que a grande quantidade de água seja
ser sujeita a determinada temperatura explode, provocando a sua abertura. descarregada numa área semicircular.
A figura 110 ilustra a constituição de sprinklers de fusível mecânico e químico. A figura 111 ilustra alguns tipos de sprinklers.
Os sprinklers podem ainda ser diferenciados em função do diâmetro dos seus
orifícios, os quais deverão ser seleccionados tendo em conta a classe de risco. A cada

I - Detlcctor
2 - Fusível mecânico
3- Fusível químico

Flg. I lO- Constituição dos sprinklers Fig. I li - Diferenles tipos de sprinklers

204
205
Sistemas de Combate a incêndios com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçlío e Drenagem de Águas

diâmetro con·esponde um factor K, o qual relaciona o caudal expelido com a pressão;


os valores da constante K são fornecidos pelos respectivos fablicantes, tendo em i
conta a tolerância refelida no quadro CXXVIII.

QUADRO CXXVIII
Diâmetro e factor K dos sprinklers
Classe de risco Diâinetro {'Jnm) Fac~or K
Ligeiros 10 57±5%
Ordinários e Graves 15 80±5%
Graves 20 115 ± 5%
S -Espaçamento máximo entre sprinklet·s
D- Afastamento múximo dos ramais
8.6.1 Instalação dos sprinklers
Fig. 113- Espaçamento intercalado
As figuras 112 a 114 ilustram, de forma esquemática, as formas de posiciona-
mento dos sp1inklers e os quadros CXXIX e CXXX expressam os valores dos afas-
tamentos, quer entre si quer em relação aos elementos estmturais, em função das
classes de risco.
{

I I
A

S- Espaçamento máximo entre sprinklers H- Af:~stamento enlre a parte superior do sprinkler c a face inl"crio1· dn viga
D -Afastamento máximo dos ramais
Fig. 114- Afastamento de tectos e vigas

QUADRO CXXX
Valores de A e H
, 'A-(m) ,. ,:, H(hl) ·
Fig. 112- Espaçamento normal
A<0.2 0.000
0,2:5:A <0,4 0.017
QUADRO CXX!X
0,4:5:A<0,6 0.034
Valores de S e D em função da classe de risco
0,65A< 0,8 0.051
' ·Tipo O,S<A< 1.0 0.068
Classe de·riScd. D(i>)) SxD(m'!
,de· á]kj'çapt€nto
l,OSA< 1,2 0.090
Ligeiros Normal 4,0 4.6 20.0
1.2:5:A<1.4 0,135
Ordinários Normal 4,0 4.6 12.0 I.4<A<I.6 0.200
Ordinários Intercalado 4.6 4.0 12.0 1.6<A< 1.8 0,265
Graves Normal 3.7 3.7 9.0 A= 1.8 0.340

206 207
Sistemas (/(' Combate a Incêndios com Água Manuat dos Si.1·1emas Prediais de Disrribuiçüo e Drenagem de Águas

8.6.2 Posto de controlo e alarme 9 RECEPÇÃO DOS SISTEMAS


Todas as instalações de sprinklers deverão ser equipadas com um posto de con- 9.1 Generalidades
trolo e alarme, do qual deverão fazer parte uma válvula principal de fecho, uma
A regulamentação estabelece as condições para recepção dos sistemas de distri-
válvula de alarme e um motor hidráulico com alarme e gongo (fig. 115).
buição predial de água, as quais assentam na verificação da conformidade do sistema
Quando se verifica a abertura de um ou vários sprinklers, ocmTe uma queda de
com o projecto aprovado. num ensaio de verificação da sua estanquidade e numa
pressão na água que preenche a rede, o que implica um diferencial de pressões entre
prova de funcionamento hidráulico. No que se refere à conformidade do sistema
jusante e montante da válvula de alarme. Dá-se por isso a abmtura do diafragma
desta, iniciando-se o abastecimento. Uma pequena parte desta água irá encher a câ- com o projecto e à estanquidade do sistema, é estabelecido regulamentarmente que
mara de retardo da válvula, a qt1al servirá para proceder ao accionamento do motor estes requisitos deverão ser verificados com as canalizações e respectivos acessórios
hidráulico que, por sua vez, acciona um gongo que dá o aimme. à vista.
As válvulas de alarme são regra geral concebidas de modo a que pequenas va- Nas situações em que se tenham verificado quaisquer alterações relativamente
riações de pressão não provoquem o accionamento do sistema. incluindo a sinalética ao projecto aprovado. deverá o projectista proceder à actualização dos elementos
acústica. evitando-se desta forma falsos alannes. do projecto e sujeitá-las à aprovação da entidade competente, para que conste do
respectivo cadastro do sistema.

I - Sprínklcr
9.2 Verificação das condições de estanquidade do sistema
2 -Indicador de euudal
3- Al•mne cléctrico A verificação da estanquidade da rede de distribuição deverá ser feita. como já
4- Prcssostato anteriormente foi referido, com toda a rede à vista, devendo-se para o efeito proceder
5- Motor hidrúulico (alarme)
6 - Cúmara de rctõlrdamento à retirada de todos os dispositivos de utilização e à obturação de todas as extremida-
7 V{t]vula de rctm·damenlo
des. Nestas condições, o sistema será sujeito a uma pressão interna de água, tendo
8 - Diafragmn da válvula de alarme
em conta o tipo de instalação:
Instalação com colunas secas: 2500 kPa;
Redes de incêndio armadas: 1.5 vezes a pressão máxima de serviço prevista.
com um mínimo de 900 kPa;
Instalações com colunas húmidas: 2500 kPa;
Redes com sprink!ers: 1.5 vezes a pressão máxima de serviço prevista, com
um mínimo de 900 kPa.

Não se deverão verificar quaisquer reduções de pressão durante um período de


ensaio não inferior a 15 minutos.

9.3 Verificação do funcionamento hidráulico

Após a conclusão de todo o sistema e instalação dos dispositivos de utilização.


deverá proceder-se à verificação do desempenho funcional da instalação.

Fig. !15- Posto de controlo

208 209
,-

Capítulo 111

SISTEMAS PREDIAIS DE DRENAGEM DE ÁGUAS


RESIDUAIS DOMÉSTICAS

1 SISTEMAS DE DRENAGEM
1.1 Generalidades

, A drenagem predial das águas residuais domésticas é normalmente obtida atra-


'·" vês de ramal de ligação, que estabelece a conexão entre a câmara de ramal de ligação
e o colector público. Nas situações de inexistência de sistema público de drenagem,
o que só é de admitir excepcionalmente, caso se trate de pequenos aglomerados
populacionais ou habitações isoladas, poder-se-á recon-er à criação de sistemas sim-
plificados de drenagem, como fossas sépticas seguidas de sistemas complementares
de tratamento, tendo em conta os aspectos inerentes à salvaguarda da saúde pública,
fundamentalmente no que se refere à não-contaminação das linhas de água e dos
lençóis freáticos.
Independentemente do tipo de sistema de drenagem público ou da sua inexistên-
cia, a montante das câmaras de ramal de ligação, os sistemas prediais de drenagem
de águas residuais domésticas e pluviais têm de ser separativos (fig. 116), fazendo-
-se a sua ligação ao sistema público de drenagem através de um ou dois ramais de
ligação, assim se trate de sistema público de tipo separativo ou unitário.
Na inexistência de sistema público de drenagem, apenas deverão ser conduzidas
para os sistemas simplificados de drenagem as águas residuais domésticas.
Nos sistemas de drenagem pública de águas residuais não são permitidos lança-
mentos das matélias e materiais a seguir discriminados:
Matérias explosivas ou inflamáveis;
Matétias radioactivas, em concentrações consideradas inaceitáveis pelas
competentes entidades;

211
Sistemas Prediais de Drenagem de Aguas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas

Efluentes de laboratórios ou instalações hospitalares que. pela sua consti-


tuição, possam pôr em causa a saúde pública:
Entulhos, areias ou cinzas:
Efluentes a temperaturas superiores a 30 oc;
Lamas provenientes de fossas sépticas, gorduras ou óleos provenientes de
câmaras de retenção:
Sobejos de comida, triturados ou não:
Eftuentes de unidades industriais que contenham matérias interditas regula-
mentarmente.

A drenagem predial deverá ser obtida por um dos processos seguidamente enu-
merados. em função dos níveis altimétricos de recolha das águas residuais domés-
licas relativamente ao nível do arruamento em que o colector público de drenagem
está instalado.

1.2 Drenagem gravítica

Nas situações em que as águas residuais domésticas são recolhidas ao nível do


arruamento em que se encontra instalado o colector público de drenagem, ou a nível
superior, a sua condução até este terá de ser feita única e exclusivamente por acção
da gravidade.
A figura 117 ilustra de forma esquemática uma situação de drenagem predial de
águas residuais domésticas obtida por gravidade.

1.3 Drenagem com elevação

Sempre que a recolha das águas residuais domésticas se processe a um nível


inferior ao do arruamento em que qtá instalado o colector público de drenagem,
estas deverão de ser elevadas por meios mecânicos para um nlvel no mínimo
complanar com o do arruamento, a partir do qual e por gravidade deverão ser
conduzidas para sistema público de drenagem.
Este requisito pretende obviar às consequências que adviriam do funcionamento
em carga do colector público de drenagem. que se traduziriam no eventual alaga- 1 - Clm.:tm de ram~l de li<;:1ç:ío
2 - Colcctor público
menlo dos pisos da edificação localizados a nível inferior ao do arruamento. 3 - Ramal de ligação

A figura 118 ilustra de forma esquemática uma situação ele drenagem de águas
residuais domésticas com elevação mecânica. Fig. 116- Ligação da rede predial à pública, função do tipo de sistema da rede pública

712 213
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas

1.4 Sistemas mistos de drenagem

Nas situações em que se verifiquem num mesmo edifício recolhas de águas re-
siduais a níveis superior e inferior ao do arruamento onde está instalado o colector
público de drenagem, deverá proceder-se de acordo com os requisitos au·ás especifi-
cados, para cada uma das situações, na condução dos caudais até à câmara de ramal
! - Cúmnra de ramal de ligaçao
de ligação e, a partir daí, proceder à sua condução por gravidade até ao colector
2- Colector público público de drenagem.
A figura 119 ilustra de forma esquemática uma situação deste tipo de drenagem.

f-r1
I

Fig. 117 - Drenagem gravítica

I
r------------,
I
J ~Câmara de ramal de ligação
2- Colector público

Fig. 119- Sistema misto de drenagem

l - Câmam de rumal de ligaçào


2- Co!cctor público
2 CAUDAIS DE DESCARGA
Os caudais de descarga a considerar para os diferentes aparelhos e equipamen-
tos sanitários instalados numa edificação serão função dos tipos desses aparelhos e
equipamentos, de acordo com o especificado pelos respectivos fabdcantes; na sua
ausência, deverão ser considerados, para efeito de cálculo, os valores mínimos apre-
Fig. 118 - Drenagem com elevação sentados no quadro CXXXL

215
214
Sistemas Prediais de Drenagem de f.guas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçlío e Drenagem de Agu.as

QUADRO CXXXI Posicionamento da rede nas zonas comuns do edifício (arquitectura e


Caudais de descarga f 5] estabilidade);
Posicionamento dos elementos destinados à ventilação do sistema (arquitec-
Caudal tura e estabilidade).
Apareih~
(l/min)
Bacia de retrete 90 Os sistemas prediais de drenagem de águas residuais domésticas terão de possuir
------- ----- ventilação primária, obtida através do prolongamento dos tubos de queda até à sua
Banheira 60
abertura na atmosfera (fig. 120); no caso da inexistência destes, deverão ser implan-
Bidê 30
tadas colunas de ventilação com início nos extremos de montante dos colectores
Chuveiro 30
prediais.
Lavatório 30 Sempre que tal se justifique, os sistemas prediais de drenagem de águas residu-
Máquina de lavar louça 60 ais domésticas deverão ser ainda dotados de ventilação secundária parcial ou totaL
Máquina de lavar roupa 60 realizada, respectivamente. através de colunas de ventilação ou ramais e colunas de
Urino~ de cspal?:ca::.'-------'90 ventilação (fig. 121).
Urinol suspenso
_:::_::==.::__ _____ 60 _ _ A adopção dos sisteiTh'1S com colunas de ventilação é obrigatória nas situações
Lava-louça 30 em que o caudal de cálculo a escoar nos tubos de queda com altura> 35 m seja su-
pelior a 700 1/min.
~Tanque c~~ lavar rou.,_p_a_______6_0
Está vedada a instalação de quaisquer dispositivos no sistema predial de dre-
nagem, incluindo a câmara de ramal de ligação e o ramal de ligação, que impeçam
3 CONCEPÇÃO DOS SISTEMAS DE DRENAGEM a ventilação do sistema público através do sistema predial de drenagem de águas
residuais domésticas.
3.1 Generalidades Todas as edificações terão de ser dotadas de uma câmara implantada na extremi-
dade de jusante dos sistemas prediais de drenagem (câmara de ramal de ligação). a
Tão importante como o correcto dimensionamento de um sistema predial
de drenagem de águas residuais domésticas, objectivando a optimização do seu
desempenho funcionaL é o estabelecimento do seu correcto traçado e implantação,
f-ri
I
tendo não só em vista aspectos de natureza regulamentar, mas também outros, tais I
I
como o económico ou a sua interligação com os restantes sistemas a implementar
no edifício.
I - Vcntitaçflo primÍiriu
Neste sentido. para além das avaliações relativas às condições de drenagem pú-
2 ~Tubo de queda
blica, ao posicionamento do edifício face ao nível do arruamento onde se localiza 3 - Câmara de ramal de liguçflO
4- Cokctor pltblico
o colector público de drenagem, e aos níveis de conforto e qualidade pretendidos,
reveste-se de primordial importância, que o projectista coordene com as restantes
especialidades intervenientes no projecto os seguintes aspectos:

Localização dos aparelhos e equipamentos (arquitectura, electricidade e


mecânica);
Localização dos sistemas elevatórios, quando tal se justifique (arquitectura,
estabilidade, electricidade e instalações mecânicas);
Posicionamento da rede no interior das zonas privadas de cada consumidor Fig. ! 20- Esquema simplificado dum sistema de drenagem de águas residuais
(arquitectura); domêsticas com ventilação primária

216 217
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais ele Distribuiçüo e Drenagem de Águas

partir da qual se estabelecerá a ligação entre o sistema predial e público, através do Tubo de queda: canalização destinada a aglutinar em si as descargas
respectivo ramal de ligação. Preferencialmente esta câmara deverá ficar posicionada provenientes dos pisos mais elevados, a transportá-las para o colector predial
fora da edificação em local facilmente acessível; na impossibilidade deste posicio- e a ventilar a rede predial e pública:
namento, é admissível a sua localização no interior da edificação, em zona comum e Colunas de ventilação: canalização destinada a completar a ventilação feita
de fácil acessibilidade. através do tubo de queda;
Colectores prediais: canalização destinada a aglutinar em si as descargas dos
l-ri
I tubos de queda e dos ramais de descarga provenientes do piso adjacente, e
transportá-las para outro tubo de queda ou ramal de ligação;
Ran1al de ligação: canalização compreendida entre a câmara de ramal de

~I}
L f(j) ligação e o colector público de drenagem, destinada a conduzir as águas
residuais provenientes da rede predial para a rede pública;
I I Acessóliús: dispositivos a intercalar nos sistemas, no sentido de possibilitar
1 -Tubo de queda
2 -Coluna de ventilação
as operações de manutenção e conservação e a retenção de determinadas ma-
., 3 - Ramal de ventilação
4- Ciimam de ramal de ventilação
térias, e de garantir as condições de habitabilidade dos espaços ocupados.
5 - Colector público A figura 122 ilustra de forma esquemática a constituição dum sistema predial de
drenagem de águas residuais domésticas.

! -Sifão
2 -Ramal de descurgn
3 ~Tubo de quedn
4- Ramnl de ventilação
5 - Coillna de ventilação
6- Câmara de lnspecção
Fig. 121 -Esquema simplificado dum sistema de drenagem de águas residuais domésticas 7 - Colector predial
com ventilação secundária completa 8- Câmara de ramal de ligação
9 - Ramn.l de ligação
J O- Colector público

Em caso algum, a ventilação do sistema de drenagem de águas residuais domés-


ticas deverá estar interligada com quaisquer outros sistemas de ventilação existentes
no edifício.
Está vedada a possibilidade de qualquer ligação entre o sistema predial de distti-
buição de água e os sistemas prediais de drenagem de águas residuais. como forma
de prevenir a possibilidade de contaminação da água distribuída.
Fig. 122- Elementos constituintes dum sistema de drenagem

3.2 Constituição dos sistemas de drenagem


3.3 Simbologia de representação dos sistemas de drenagem
Os sistemas de drenagem de águas residuais domésticas são constituídos pelos
A representação esquemática em projecto dos sistemas de drenagem de águas
seguintes elementos:
residuais domésticas obriga à representação simbólica dos elementos de cada
Ramais de descarga: canalização destinada ao transporte das águas prove- sistema, devendo o projectista em todas as peças desenhadas referenciar a simbolo-
nientes dos aparelhos sanitários para o tubo de queda ou colector predial; gia utilizada.
Ramais de ventilação: canalização destinada a assegurar o fecho hídrico nos Neste contexto e como fom1a de possibilitar uma mais fácil leitura e entendi-
sifões. quando tal não seja feito por outra forma; mento pelo universo dos projectistas no domínio dos edifícios, é de todo o interesse

218 219
Sistemas Prediais de Drenagem de Âg11as Residuais Domésticas Ma11ual dos Sisremas Prediais de Disrribuiçüo c Drenagem de Âguas

que esse universo de técnicos se baseie na mesma simbologia, para a representação QUADRO CXXXII
úmbólica dos sistemas prediais de drenagem. Canalizações e acessórios [5]
Os quadros CXXXII e CXXXIII reproduzem a simbologia e as siglas de repre-
sentação apontadas pelo documento regulamentar [5], as quais deverão ser tomadas Símbolo

como referência.
Canalização de águas residuais domésticas (A.R.D.)

3.4 Instalação e traçado das redes


Canalização de ventilação
Após a coordenação com as restantes especialidades intervenientes no projecto,
quanto aos espaços e percursos destinados à implantação do sistema de drenagem Dn
Tubo de queda de A.R.D (n. n: de diâmetro 0)
0

de águas residuais domésticas, procede-se ao seu traçado definitivo, tomando em óT


consideração os aspectos referidos seguidamente. Vn
Coluna de ventilação (n.o n; de difunetro 0)
óT
3.4.1 Ramais de descarga Sentido de escoamento (i -inclinação da tubagem)
O traçado destas tubagens deverá ser constituído por troços rectilíneos. liga-
dos preferencialmente entre si por caixas de reunião ou através de curvas de )--- Boca de limpeza
concordância.
A ligação simultânea de vários aparelhos a um mesmo ramal de descarga Sifão
(ramal de descarga não individual) deve efectivar-se através de caixas de
reunião ou curvas de concordância (fig. 123).
Em caso algun1 os troços verticais de ramais de descarga deverão exceder
o Caixa de pavimento

1m. Ralo

D Câmara de inspecçâo
Bd --·----------·----·-·---------
x
~-
Câmara retentora
L' ~ o
--------------
'
Instalação elevatória
'
" DTI Fossa sCptica
'
>: " :~
L'

Poço absorvente

Válvula de seccionamento

Válvula de relenção
Fig. 123- Ligação ele vários aparelhos a um único ramal de descarga

221
220
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e DrellCigem de Ágaas

QUADRO CXXXIII Os ramais de descarga de urinóis só podem ser ligados a ramais de descarga
Aparelhos e materiais [5] de águas saponáceas se a descarga for efectuada através de caixas de reunião,
ou nas situações em que os ramais dos outros aparelhos estejam dotados de
Sigla Designação ventilação secundária (fig. 125).
Br Bacia de retrete
1 - Caixa de reunião
Ba Banheira 2- Ramal de ventilação
Bd Bidê 3 - Ramal de descu.rg:.
individual
Ch Chuveiro
LI Lava~ louça

Lv Lavatório
Ml Máquina lava-louça
Mr Máquina lava~roupa
Mi Urinol
Pd Pia de despejos
Tq Tanque
FF Ferro fundido
PVC Policloreto de vinilo
PE Polietileno
Fig. 125- Ligação de um ramal de descarga de outro aparelho
PP Polipropileno a um ramal de um urinol
B Betfto
G Grés A ligação dos ramais de descarga aos tubos de queda deve ser realizada
através de forquilhas; a ligação aos colectores prediais deve ser realizada
Os ramais de descarga individuais de outros aparelhos só podem ser ligados a através de forquilhas ou de câmaras de inspecção (fig. 126).
ramais de descarga de bacias de retrete, na situação em que estejam dotados
I - Ramal de descarga
de ventilação secundária (fig. 124). 2 ~ Cámaru de inspccçào
3 -Tubo de queda
4- ColecLor predial
Br

I -Ramal de de~carga individual


2- Ramul de descarga não individual
3 - RaiWll de ventilação

Fig. 124- Ligaçfto de um ramal de descarga de outro aparelho a um ramal


de bacia de retrete Fig. 126- Ligação de ramais de descarga a tubos de queda e colectores prediais

222
. Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçtio e Drenagem de Aguas

Os ramais de descarga de bacias de retrete deverão preferencialmente ser liga-


dos ao tubo de queda em planos h01izontais distintos dos ramais de descarga
de águas saponáceas; quando tal não se verifique, deverão ser utilizadas for-
quilhas de ângulo de inserção não superior a 45° (fig. 127).

D~
~~45~·.1+1~45 p Tuboaem

Fig. 129 -Impossibilidades de desenvolvimento dos ramais de descarga

Fig. ! 27 -Ligação dos ramais de descarga de bacias de retretc e de águas Na opção dos percursos a seguir pelos elementos dos ramais de descarga,
saponflceas aos tubos de queda
sempre que possível e que tal não ponha em causa o seu conecto desempenho,
deverá optar-se por tubagens de menor extensão, conduzindo a custos mais
Os ramais de descarga deverão ser instalados a profundidades razoáveis, como baixos, bem como a menores tempos de retenção da água no seu interior.
meio de atenuar a transmissão de ruídos para o interior das zonas habitadas.
Os ramais de descarga podem ser instalados à vista. embutidos, em caleiras,
3.4.2 Ramais de ventilação
enterrados. em galerias ou em tectos falsos (fig. 128).
Em caso algum os ramais de descarga se desenvolverão sob elementos de Os ramais de ventilação deverão ser constituídos por troços rectilíneos.
fundação. em zonas de acesso difíciL ou embutidos em elementos estruturais ligados entre si por curvas de concordância.
(lig. 129).
Os troços verticais deverão prolongar-se de modo a atingirem uma altura não
inferior a. O, 15 m acima do nível superior do aparelho sanitário que ventilam
(fig. 130).
Os troços horizontais. para ligação à coluna de ventilação. deverão possuir
inclinação ascendente, de modo a possibilitarem a condução dos condensa-
dos aí formados para o ramal que ventilam, de valor não inferior a 20 mm/m
(fig. 130).
A inserção do ramal de ventilação no ramal de descarga deve fazer-se a
uma distância não inferior a duas vezes o diâmetro do ramal (fig. 130), nem
supetior aos valores referenciados através do ábaco ilustrado na figura 131.
medidos em relação ao sifão instalado.
Os ramais de ventilação não deverão ser cortados pelas linhas piezométricas.
de forma a evitar a sua obstrução (fig. 132). Neste sentido, deverá ter-se em
Fig. 128 -· Instalaçào de ramais de descarga consideração a relação: hjL 1 :?: h/L2•

224 225
Sistemas Prediais de Drenagem de Aguas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Ramal de ventilação

~I
Linha iezomêtrico

~ 2 0
·I
l1
Fig. 130- Ligação do ramal de ventilação ao de descarga

Ramal de ventilação

~"'
\ '-..... r-
Unha piezomêtrica

''
'

"
~ r- - r----- -- -
o ,,
'·' '·' '·' 1.J 1.5 JJ J.5
d (m)

Luva-louça. Chuveiro. Lavat6rio. Bidé (040)


Bacia de retrctc (090 a 0100). Siltío de piso, Urinol de espaldar (075)
T:mquc de lav:tr roupa. Múquinus de lavar louçu e roupa, Banhcim {040), Sifão de piso.
Urinol .~uspenso {050)
Fig. 132- Desenvolvimento da linha piezométrica de modo a evitar a obturação
do ramal de ventilação
Fig. ! 3! -Distância máxima admissível entre o sifão e a secção ventilada [5]
Os ramais de ventilação podem ser instaladas à vista, embutidos, em cal eiras,
Nos aparelhos em bateria. exceptuando as bacias de retrete e similares, no enterrados, em galerias ou em tectos falsos.
caso de não-existência de ventilação secundária individual. os ramais de ven- Na opção dos percursos a seguir pelos ramais de ventilação, sempre que
tilação colectivos devem ser ligados aos ramais de descarga no máximo de possível e que tal não ponha em causa o seu correcto desempenho, deverá
três em três aparelhos (figs. 133 e 134). optar-se por tubagens de menor extensão, conduzindo a custos mais baixos.

226 227
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo c Drenagem de Águas

l -Tubo de queda Em caso algum os ramais de ventilação deverão desenvolver-se sob elemen-
2 - Ramal de ventilaçlto
3- Coluna de ventilação tos de fundação, em zonas de acesso difícil, ou embutidos em elementos
estruturais.

3.4.3 Tubos de queda

O traçado destas tubagens deve ser verticaL constituído preferencialmente por


um único alinhamento recto.
Sempre que imposições físicas obriguem a que o tubo de queda não se de-
senvolva através de um único alinhamento rccto, as mudanças de direcção
deverão ser obtidas através de curvas de concordância e o valor da translação
não poderá ser superior a dez vezes o diâmetro desta tubagem. Nas situações
em que tal se verifique, o troço de tubagem de fraca pendente deverá ser tra-
tado como colector predial (fig. 135).

Fig. 133 ~Bateria de sanitas ou aparelhos similares

I ···Tubo de queda
2- Ramal de ventilação
3 - Colun~t de ventilaç:io

L Troço de fraco pendente

Fig. 135- Translaçüo dos tubos de queda

A concordância entre os tubos de queda e as tubagens de fraca pendente de-


verá ser obtida através de curvas de transição de raio maior ou igual ao triplo
do seu diâmetro, ou através de duas curvas de 45° (fig. 136).
A inserção dos tubos de queda nos colectores prediais deverá ser feita através
de forquilhas ou câmaras de inspei::ção e o afastamento entre o tubo de queda
Fig. 134 ~ Baleria de outros tipos de aparelhos (não .sanitas nem similares) e o colector ou a câmara de inspecção não deverá exceder dez vezes o seu

228 229
Sistemas Prediais de Drenagem de Aguas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Tubo de quedo

Curva de 45·

Forquilha de 45"

l -Boca de limpeza
2- Ramal de descarga
3- Tubo de queda
4- Cámara de inspecção

Troço de fraco pendente

Fig. 136- Concordância do tubo de queda com a tubagem de fraca pendente

diâmetro; no caso de tal se verificar, deverá dotar-se o sistema de ventilação


secundária.
Os tubos de queda deverão ser dotados de bocas de limpeza de diâmetro não
inferior ao seu, posicionadas de modo a garantir a sua acessibilidade em todas
as mudanças de direcção, próximo das curvas de concordância, próximo da
mais elevada inserção dos ramais de descarga e no mínimo de três em três
pisos próximo das inserções dos ramais (fig. 137).
Os tubos de queda deverão ser preferencialmente instalados em galerias de
Fig. 137- Ligação do tubo de queda à câmara de inspecção
forma a facilitar a sua acessibilidade; no entanto, admite-se a sua instalação
através de embutimento em paredes.
Em caso algum os tubos de queda deverão desenvolver-se em zonas de acesso
difícil, ou embutidos em elementos estruturais.
No atravessarnento de elementos estruturais deverá ficar garantida a não liga-
ção rígida dos tubos de queda a estes elementos, através da interposição entre
ambos de material que assegure tal independência (fig. 137).
A abertura dos tubos de queda para o exterior destinada a assegurar a venti-
lação do sistema de drenagem deverá processar-se nas condições que a figura
138 ilustra.
Para obviar aos inconvenientes das compressões na base dos tubos de queda.
deverá evitar-se ligar-lhes os aparelhos do piso inferior. A figura 139 ilustra o
diagrama de pressões num tubo de queda quando ocorram descargas simultâ- Fig. 138- Valores mínimos de prolongamento do tubo de queda
neas em dois pisos consecutivos. na sua abertura para o exterior

230 231
Sistemas Prediais de Drenagem de Aguas Residuais Doméstica.\· Manual do~· Sistemas Prediais de Distribuiçlio e Drenagem de Águas

Na situação em que termine no tubo de queda, a inserção da coluna de venti-


lação neste deverá verificar-se a uma distância não inferior a um metro acima
da última inserção de ramal de descarga (fig. 141).
Na situação de abertura directa para o exterior, o términus da coluna de venti-
lação deverá processar-se nas condições que a figura 138 ilustra.
Nas situações de edificações não-dotadas de tubos de queda. as colunas de
ventilação deverão ter origem nas extremidades a montante dos colectores
prediais ou das câmaras de inspecção.

I -Tubo de qued•t
2 - Coluna de ventilnçfto
3 - Colector predial

Fig. 139 ~Diagrama de pressões num tubo de queda

3.4.4 Colunas de ventilação

O traçado das colunas de ventilação deverá ser vertical; sempre que se verifi-
que a necessidade de translações relativas ao alinhamento vertical, estas deve-
rão ser obtidas por troços de tubagem rectilíneos, ligados através de curvas de
concordância, dispostos com inclinação ascendente (fig. 140).
As colunas de ventilação deverão ter a sua origem nos colectores prediais ou
câmaras de inspecção; no caso da origem se verificar num colector predial, a
sua inserção neste deverá verificar-se a uma distância do tubo de queda infe-
rior a dez vezes o diâmetro deste (fig. 141).

Fig. 141 -Ligação da colun:.l de ventilação ao colector e tubo de queda

As colunas de ventilação deverão ser ligadas ao respectivo tubo de queda


no mínimo de três em três pisos, através de troços de tubagem rectos ascen-
dentes, ligados por curvas de concordância (fig. 142).
As colunas de ventilaçào deverão ser preferencialmente instaladas em gale-
rias, de forma a facilitar o seu acesso; no entanto, admite-se a sua instalação
através de embutimento em paredes.
Em caso algum as colunas de ventilação deverão desenvolver-se em zonas de
acesso difícil, ou ser embutidas em elementos esu-uturais.
No atravessamento de elementos estruturais, deverá ficar garantida a não liga-
ção rígida das colunas de ventilação a estes elementos, através da interposição
Fig. 140 ~Translação da coluna de ventilação entre ambos de material que assegure tal independência.

232 233
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistenws Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Na opção dos percursos a seguir pelos colectores prediais, sempre que possí-
vel e que tal não ponha em causa o seu con-ecto desempenho funcional, de-
lm;ma "''"' 00 na verá optar-se por tubagens de menor extensão, conduzindo a menores custos
lvba de q~cda
bem corno a menores tempos de retenção das águas no seu interior. '

l - Colcctor predial
2- Càmara de inspecção
e
1 -Tubo de qued:~
1.- Coluna de ventilação

4 '- Pl$0

'1~.01.»1

Fig. 143- Colectores prediais enterrados


1 '-PISO

Fig. 142- Ligação ao tubo de queda

3.4.5 Colectores prediais


O traçado dos colectores prediais deverá ser constituído por troços rectilíneos,
quer em planta, quer em perfiL
Quando enterrados, os colectores prediais deverão ser dotados de câmaras de
inspecção no seu início, nas mudanças de direcção, nas mudanças de incli-
nação, nas alterações· de diâmetro e nas confluências, de forma a possibilitar
eventuais operações de manutenção e limpeza (fig. 143).
Quando instalados à vista e garantido o seu acesso, as câmaras de inspec-
ção poderão dar lugar a curvas de transição. forquilhas, reduções e bocas de
limpeza posicionadas de tal modo que possibilitem eventuais operações de
manutenção e limpeza (fig. 144). l - Ttlbo de gued:t
O afastamento máximo entre câmaras de inspecção ou bocas de limpeza con- 2- Boca de limpeza

secutivas deverá ser de 15m.


Os colectores prediais poderão ser instalados à vista, enterrados, em caleiras,
em galerias ou em tectos falsos. Fig. 144 - Colectores instalados à vista

234 235
Manual dos Sistemas Prediai~· de Distribuição e Drenogem de Águas
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas
.~--------------------

No atravessamento de elementos estruturais deverá ficar garai:ttida a não soli~ Finalmente. os caudais serão conduzidos através de colectores até à câmara de
darização dos colectores prediais com esses elementos. através da interposi~ ramal de ligação, a partir da qual e através do respectivo ramal de li ,.,.ação será esta-
ção entre ambos de material que assegure tal independência. belecida a ligação ao sistema público de drenagem ou, na ausência ~este, a sistema
Em caso algum os colectores prediais se deverão desenvolver sob elementos de privado de tratamento.
fundação. em zonas inacessíveis, ou ser embutidos em elementos estruturais. As câmaras de ramal de ligação deverão preferencialmente ser implantadas fora
das edificações; quando tal não for possível, estas deverão ser implantadas no espaço
3.4.6 Ramais de ligação ocupado pelo edifício, de forma a que fique assegurado o seu acesso. No caso de
edifícios colectivos, a sua implantação, quando no interior deste, deverá ter lugar em
O traçado dos ramais de ligação deverá ser constituído por troços rectilíneos, espaços comuns.
quer em planta. quer em perfil. Os sistemas prediais de drenagem de águas residuais domésticas não poderão
Os ramais de ligação podem ser ligados à rede pública por inserção, quer em
ser dotados de quaisquer dispositivos que impeçam não só a ventilação dos sistemas
câmaras de visita. quer directa ou indirectamente nos colectores públicos.
públicos através dos prediais, como também que o escoamento se dê em superfície
A inserção directa nos colectores públicos só é de admitir nos casos em que
estes possuam diâmeu·o superior a 500 mm; nestas situações, a inserção de~ livre.
verá processar-se num plano superior a dois terços do seu diâmetro, relativa- Todos os aparelhos sanitários instalados deverão ser dotados, individual ou
mente à sua geratriz inferior (fig. 145). colectivamente, de sifões, de modo a garantir a não-passagem de gases para o
A inserção dos ramais de ligação nos colectores públicos poderá ser feita interior das edificações.
através de forquilhas desde que o ângulo de incidência seja menor ou igual a
67° 30'. no sentido do escoamento. 3.6 Remodelação ou ampliação de sistemas existentes
A inserção dos ramais de ligação nos colectores domésticos pode ainda ser
realizada por "tê", desde que a altura da lâmina líquida no colector se situe a A remodelação dos sistemas de drenagem de águas residuais domésticas conduz
nível inferior ao da lâmina líquida do ramal. 'geralmente também à sua ampliação e à introdução de melhorias na habitabilidade
dos fogos, o que normalmente se traduz numa instalação com maior quantidade de
Ramal de li g~
aparelhos, conduzindo inevitavelmente à necessidade de garantir uma maior capaci-
Calector úblico dade de drenagem do sistema.
Neste sentido, sempre que o projectista esteja em presença de um projecto de
ampliação ou de remodelação de um sistema de drenagem, deverá comprovar a capa~
cidade ajusante do sistema para dar resposta às necessidades dos novos equipamenH
tos instalados; deverá ainda verificar a manutenção das condições de funcionalidade
da globalidade do sistema, equacionando em caso de necessidade a possibilidade de
I
~--"---1
substituição ou de criação em paralelo de um outro sistema.
Deverá finalmente. sempre que o estado de conservação das tubagens existentes
Fig. !45- In:-oerção directa do rama! de ligação no colcctor público
não seja de molde a garantir um desempenho funcional satisfatório, prever a substi-
tuição do sistema.
3.5 Drenagem dos aparelhos sanitários
A drenagem dos aparelhos sanitários é feita através de ramais de descarga dota- 4 NÍVEIS DE CONFORTO E QUALIDADE
do:; ou não de ramais de ventilação, os quais, de acordo com as diferentes situações
de implantação. serão ligados a caixas de reunião, a outros ramais através de curvas 4.1 Considerações gerais
de concordância, a tubos de queda e a colectores prediais ou câmaras de inspecção.
Os níveis de conforto e de qualidade dos sistemas prediais de drenagem de águas
Os caudais de descarga conduzidos para os tubos de queda, os quais poderão ou
residuais domésticas não deverão ser função do nível qualitativo pretendido para o
não ser dotados de ventilação secundária. serão encaminhados através destes para
edifício em presença.
câmaras de inspecção ou colectores prediais.
237
236
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçiio e Drenagem de Águas

É fácil de entender que as condições disponibilizadas para o desempenho funcio- Neste sentido, serão facadas seguidamente as principais causas das perturbações
nal dos sistemas prediais de drenagem de água residuais domésticas não deverão em sonoras provocadas por este tipo de sistemas, bem como algumas formas tendentes
termos genéricos ter em conta o nível social das populações dos edifícios em presen- a atenuar ou a suprimir os seus efeitos.
ça, mas tão-só a sua adequada funcionalidade, pois, de contrátio, poderia ser posta O deficiente dimensionamento dos tubos de queda, au·avés da adopção de taxas
em causa a garantia da salvaguarda da saúde dos utentes; apenas é admissível algum de ocupação inadequadas, poderá ocasionar a formação de tampões (fig. 146), os
diferenciamento em termos qualitativos em aspectos relacionados com o conforto quais rebentam devido às variações de pressão verificadas, dando origem a descar-
acústico, face ao tipo de edificação. gas ruidosas. A única forma de obviar à eclosão destes fenômenos é proceder a um
Neste contexto, enumerru·-se-ão de seguida alguns factores que de certa forma COlTecto dimensionamento, tendo em conta os limites estabelecidos regulamentar~
podem influenciar os níveis de conforto e de qualidade das instalações de drenagerp mente para as taxas de ocupação, de molde a que o escoamento se processe de fom1a
de águas residuais domésticas, procedendo-se posteriormente a uma abordagem in- anelar.
dividual de cada urna delas, identificando as causas da sua não-qualidade e refedndo
algumas medidas tendentes a atenuar os seus efeitos:
Coeficientes de simultaneidade;
I -Tubo de qucdn
Ruídos: 2-Tmnpfio
Acessibilidade dos sistemas;
Odores.

4.2 Coeficientes de simultaneidade


De acordo com o referido anteriormente em 2, os caudais atribuídos aos dife-
rentes aparelhos sanitários instalados (caudais de descarga) deverão assumir valores Fig. 146- Formação de tampão no tubo de queda
iguais ou superiores aos mínimos aí referidos, de fonna a que a afectação do soma-
tório desses caudais através de coeficiente de simultaneidade- o qual vai expressar O calibre dos sifões instalados não deverá ser superior ao dos respectivos ramais
a probabilidade da descarga simultânea dos aparelhos sanitários instalados, possi- de descarga, uma vez que, quando tal se verifica, ocorrem depressões no escoamen-
bilitando a determinação dos caudais a considerar para efeito de dimensionamento to, que dão origem à produção de ruídos.
das redes (caudais de cálculo)- não conduza à obtenção de tubagens com calibres A utilização de tubagens de materiais muito tígidos, de elevada rugosidade e tra-
inadequados. çados sinuosos conduz à eclosão de ruídos de choque e ressonância. Assim, e como
Como se depreende do que atrás se referiu, r~veste-se de relevante importância forma de obviar a estes fenómenos, deverá recorrer-se à utilização de tubagens de
para os níveis de desempenho esperados da instalação projectada não só a definição materiais com caractetísticas absorventes, com paredes não muito finas e interior-
dos valores de caudais de descarga atribuídos a aparelhos sanitários, mas também o mente lisas.
coeficiente que afecta o somatório desses caudais, o qual vai conduzir, em parceria A inadequada instalação quer dos apru·elhos sanitádos quer das tubagens, fixa-
com os caudais de descarga, à obtenção de maiores ou menores caudais de cálculo das rigidamente aos elementos de supoxte e atravessando solidaliamente elementos
e consequentemente a maiores ou menores dimensões dos diferentes elementos de estruturais, conduz inevitavelmente à transmissão e à propagação de ruídos aos edi-
tubagens. fícios. Estes fenómenos podem ser atenuados através do recurso à interposição, entre
as tubagens e os acessórios de fixação, ou entre estes últimos e o suporte, ou entre a
4.3 Ruídos tubagem e os elementos atravessados, ou enu·e os aparelhos sanitários e os elementos
de supmte, de isolantes com características elásticas (ex.: cortiça, bOITacha, etc.),
Tendo em conta a legislação nacional aplicável [61], não deverão os sistemas como se exemplifica através da figura 147.
prediais de drenagem de águas residuais domésticas produzir ruídos que ultrapassem As instalações elevatórias, sempre que entram em funcionamento, transmitem
os valores aí prescritos, de acordo com os diferentes tipos de edifícios, de modo a vibrações, quer às canalizações, quer ao edifício, com a consequente produção de
não pôr em causa o conforto dos utentes. ruídos. Este efeitos poderão ser atenuados através da implantação destes elementos

238 239
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sisrenws Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas

Também o traçado em perfil da secção do aparelho sanitário influencia a oconên-


cia deste fenômeno, especialmente na situação de escoamento de aparelhos de sec-
ção vertical côncava, uma vez que a descarga cessa abruptamente; já nos aparelhos
sanitários de base plana as descargas processam-se de certa forma lentamente.
No sentido de atenuar ou evitm· a ocorrência deste fenômeno, o qual, como an-
teriormente se referiu, poderá traduzir-se na passagem de maus odores para o in-
terior dos locais ocupados. deverão dotar-se os sistemas de ventilação secund{u·ia,
ou adoptar-se os requisitos construtivos refe1idos em 3.4.2 quanto ao afastamento
máximo entre o sifão e a secção ventilada; deverá proceder-se também ao adequado
dimensionamento dos ramais de descarga e à selecção do respectivo sifão, tendo em
conta as limitações regulamentm·es impostas.
Um outro fenómeno que pode ocorrer, aguando da descarga de aparelhos sanitá-
Fig. 147- Instalação de materiais isolantes rios, é a fonnação no tubo de queda de um tampão, o qual irá originar uma sifonagem
induzida por compressão ou por aspiração nos sifões cujos ramais convirjam para
este (fig. 149).
o mais longe possível das zonas habitadas. e ainda pela interposição, na sua liga-
ção com os elementos de suporte, de embasamentos isolados e fixações elásticas, De ressõo
bem como pela inserção de juntas elásticas nas conexões entre os elementos de (acumulação de ar transportado)

bombagem e as tubagens. Tom ãa

4.4 Acessibilidade dos sistemas

Se bem que numa primeira abordagem o acesso aos sistemas de drenagem de Abaixamento do
altura do fecho h1drico
águas residuais possa ter pouco a ver com os níveis de qualidade e de conforto
proporcionados aos utentes, ao pensar-se em situações de conservação, manu- Fig. 148- Fenómeno de :mto-sifonagcm
tenção e reparação, concluir-se-á que os tempos para estas operações serão tanto
maiores quanto maior for a dificuldade de acesso aos mesmos; para além disso,
acresce ainda que um fácil acesso ao sistema pennite uma mais fácil identificação
de eventuais anomalias, com a consequente redução dos tempos de interdição do uso
elos mesmos.
Sifonogem induzido
por aspiração
4.5 Odores
Durante as descargas dos aparelhos sanitários ocorrem por vezes fenómenos
que conduzem à destruição total ou parcial do fecho hídrico dos sifões, fenómenos
esses que podem ocasionar a passagem do sistema de drenagem para o interior dos
edifícios de odores desagradáveis.
Quando se verifica a descarga de um aparelho sanitário, ocorre a fonnação de um
tampão no respectivo ramal de descarga, o qual provoca uma aspiração, ocasionando
uma redução da altura do fecho hídrico do sifão (fig. 148). Este fenômeno, designado
por auto-sifonagem, é tanto mais intenso quanto menor for a secção do ramaL maior
Fig. !49- Fenómeno de sifonagem induzida
a sua dimensão linear e maior a sua inclinação.

240 241
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistenws Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Como forma de atenuar ou evitar a ocorrência deste fenômeno, o qual como a sua temperatura, uma vez que o comportamento dos materiais varia consoante as
anteriormente se referiu poderá possibilitar a passagem de maus odores para o composições e temperaturas das águas residuais drenadas.
interior dos locais ocupados, deverão dotar-se os sistemas de ventilação secundária, Seguidamente, enumerar-se-ão os principais tipos de tubagens utilizados na dre-
ou na sua inexistência adaptar-se os requisitos referidos em 8.8, quanto à taxa de nagem predial de águas residuais domésticas. Serão ainda abordados alguns aspectos
ocupação, de modo a que o escoamento através do tubo de queda se processe de relacionados com a sua selecção, tendo em atenção os factores anteriormente referi-
forma anelar. dos e também alguns aspectos relacionados com as tecnologias de instalação.
Quando se procede à instalação de dois sifões num mesmo ramal (dupla
sifonagem), poderá suceder, na situação em que a altura "a" é inferior à altura "b" 5.2 Tubagens metálicas
(fig. 150), não se dar o escoamento completo da água contida no aparelho sanitário;
outra situação que poderá também ocorrer é a destruição parcial do fecho hídrico do As tubagens metálicas têm uma utilização de certa forma restrita no fabrico
primeiro sifão (o instalado logo a jusante do aparelho sanitário), o que irá possibilitar de redes de drenagem de águas residuais domésticas, possivelmente por razões de
a passagem de ar viciado para o ambiente (fig. 150), pelo que a dupla sifonagem está ordem econômica. O metal mais utilizado, e praticamente o único no fabrico de
tubagens destinadas a este fim, é o feno fundido.
regulamentarmente interdita.

5.2.1 Tubagens de ferro fundido

A protecção destas tubagens de aço, no sentido de lhes conferir uma maior capa-
cidade contra a oxidação, é feita através da deposição de revestimentos betuminosos,
tintas de zinco, tintas asfálticas, tintas epóxicas, etc.
Como garante de uma maior durabilidade, evitando fenômenos de conosão, as
tubagens deverão ser seleccionadas em função da adequação do tipo de protecção,
do tipo de composição química das águas a drenar, bem como das características da
instalação.
No quadro CXXXIV apresentam-se algumas características físicas deste material.
Estas tubagens são geralmente comercializadas em varas de 0,5 a 3 m. quando
dotadas de abocardamento, e em varas de 3m, quando sem abocardamento (fig. 151 ),
com diâmetros nominais que oscilam entre os 50 e 300 mm (quadro CXXXV).

1:0=:;r&::::iiii1ii~í
;;"···-!-•.._· ., •. • ·;;.l :·::;,.;:..··r-r .. •;:1;, ·r·~.i'·'\·;·~::·"· • '"'""·~~-· ·ü·::-~·;.~

Fig. 150- Dupla sifonagem


·~i]i~~
Fig. 151 - Tubagens de ferro fundido com e sem abocardamento
5 TUBAGENS: MATERIAIS CONSTITUINTES E INSTALAÇÃO
5.1 Generalidades QUADRO CXXXIV
Características físicas do metal
Na selecção do material constituinte das tubagens e seus acessórios, destina-
dos ao fabrico de sistemas de drenagem de águas residuais domésticas, não deverão
ser considerados apenas factores de ordem econômica e condições de aplicação,
Fen·o fundido 58 0,000010
mas importa também conhecer as composições dessas águas residuais. bem como

242 243
Sistemas Prediais de Drenagem âe ÁgHa.\' Residuais Domésticas Manua{ dos Sistemas Prediais de Distn:buiçilo e Drenagem de Águas

QUADRO CXXXV Na ligação enu·e os diversos troços de tubagem deverão ser utilizados preferen-
Dimensões mais usuais das tubagens de ferro fundido [62] cialmente acessórios do mesmo material (no quadro CXXXVI apresentam-se tipos
de acessórios geralmente comercializados), de acordo com o tipo de sistema de tu-
Diâmetro 'exterior-(mm) Espessumda parede (mm) bagem em presença, isto é. com abocardamento ou sem este.
DN
(mm) sefn ' Tolerâncias
A execução de cortes deverá ser efectuada de forma cuidada, de modo a garantir
Com
. Nomin;al Mfnima · a não-destruição dos revestimentos, procedendo-se posteriormente à remoção das
abocardamerito abOéardârrúúao (mmr
50 58 58 + 2.0 3.5 3,0 rebarbas provenientes da operaçfto de corte, as quais poderão danificar os elementos
75 83 83 -LO 3.5 3,0 de borracha utilizados em ambos os sistemas para vedação (com ou sem abocarda-
+2.0 3.6
mento).
100
-------
I 10 110 3_1
''"·--·~-------

\25 135 135 + 2.0 4,0 3.5

F:~:
150 160 160 ±2.0
=------"::::-----"-::::::---4_::_.0:__ _ 3_,5_ _
200 210 ±2.5 4.5 4,0
250 274 ±2.5 5,0 4.5
-----------·-
300 326 ±2.5 __ __s_.s__ _ ---"-s,"'o__

QUADRO CXXXVI
~· j -i
Acessórios para tubos de ferro fundido Fig. 152- Tampões de redução simples ou mistos

Tipos
Designação Nos sistemas com abocardamento, a ligação entre elementos (tubos/acessórios
Com . Sem (com ou sem abocardamento) ou tubos/tubos) é feita através do encaixe de juntas de elastómero colocadas no abo-
abocardamento abocardamento
cardamento, as quais deverão ser lubrificadas com produto adequado para receber o
elemento macho a introduzir nele (fig. 153); estas juntas são concebidas geralmente
de forma a absorver deslocamentos devidos a fenómenos de dilatação, permitindo
para além disso desvios angulares até cerca de se'
Forquilha de 45°, 6T 30', e 87° 30'

Forquilha dupla de 45° e 6T 30'

Acessório com boca de limpeza

Curva com desvio

Cone de redução

(~--· Tampão em e!astómero de redução simples ou


\QJ misto (fig. ! 52)
---

w
i:i'\
Forquilha tripla ST 30'
Fig. 153- Ligação entre troços de tubagens (com abocardamento)

244 245
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenc1gem de Águas

Nos sistemas sem abocardamento, a ligação entre os diferentes elementos é feita


geralmente pela sua colocação topo a topo, unidos por juntas de elastómero, sendo
a fixação assegurada por abraçadeiras metálicas; este tipo de sistema caracteriza-se,
relativamente ao anterior, por uma maior rigidez (fig. 154).

~-
I.,
Fig. !55- Posicionamento dos elementos de suporte e/ou amamtção

5.3 Tubagens termoplásticas


Fig. 154- Ligação entre troços de tubagens (sem abocardamento)
Tem-se assistido nos últimos anos a uma cada vez maior utilização de tubagens
e acessórios de ligação em materiais termoplásticos, no fabrico de sistemas prediais
Estas tubagens podem ser instaladas à vista, embutidas, em caleiras, galerias ou
de drenagem de águas residuais domésticas. O material termoplástico mais utilizado
tectos falsos. Nas situações de não embutimento, deverão ser fixadas através de ele-
é o poli cloreto de vinilo (PVC): além deste, existem no mercado tubagens fablicadas
mentos de suporte ou amarração (abraçadeiras), em quantidade que assegure a sua
noutros tipos de termoplásticos, tais como o polietileno de alta densidade (PEAD)
correcta fixação e de modo a possibilitar que ocorram livremente eventuais contrac-
e o polipropileno (PP), cuja aplicação na construção nacional é pouco significativa,
ções ou dilatações térmicas. Como número mínimo de pontos de suporte/amarração,
provavelmente devido ao facto de os seus custos serem mais elevados do que os das
deverão aplicar-se os seguintes: nas tubagens em posição vertical, um elemento junto
da extremidade superior de cada tubo; nas tubagens horizontais, um elemento a mon- tubagens de PVC.
tante e outro a jusante das uniões (fig. 155). Um factor a dar especial atenção na instalação destas tubagens, sempre que seja
Como forma de garantia da qualidade das tubagens aplicadas. só deverão ser previsível a drenagem de águas residuais quentes, é o coeficiente de dilatação térmi-
utilizadas as portadoras de certificado de ensaio emitido por entidade acreditada para ca, devendo-se proceder à tomada de medidas adequadas no sentido de que os pontos
o efeito, o qual deverá comprovar fundamentalmente as condições de aderência dos de fixação/amarração possibilitem a absorção das variações lineares; evita-se deste
revestimentos, a espessura e a durabilidade dos tubos aos agentes previstos no uso, modo a introdução de tensões nas tubagens, cujos valores poderão ser detem1inados
bem como a sua resistência mecânica. pela expressão (6) referida em 6.2 do Capítulo L

246 247
Sistemas Preâiai.l' de Drenai{em de Águas Residuaix Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo c Dre11agem de r\guas

5.3.1 Tubagens de policloreto de vinilo (PVC) QUADRO CXXXVIII


CaracterÍsticas físicas dos tubos de PVC [52]
No quadro CXXXVII apresentam-se algumas características físicas do PVC.
Diâmetro e.tterior Espessura da parede
QUADRO CXXXVII DN (mm) (mm)

Características físicas dos tubos de PVC (mm) Classe 0,4 (MPa) Classe 0,6 (MPa)
Máximo Mínimo
Máximo Mínimo Máximo Mínimo
Condutibilidade Coeficiente de
Tensão de segurança 32 32,3 32,0 2.2 1.8
Material térmica dilatação linear
(MPa) (Wim.K) (mlm.K) 40 40.3 40.0 2.2 1.8
PVC 10.0 0.20 0.00006 50 50.3 50.0 2,2 1.8
~~~~ ~~~~. ··-~----~-----·-·-·--·

Ten~1io de ~egurança: a 50 anos para 20 "C 63 63.3 63.0 2,2 1.8 2.3 1.9
75 75.3 75.0 2.2 1.8 2.7 2,2
90 90.3 90.0 2,2 . 1.8 'O.-
? 2.7
Os tubos de PVC deverão ser utilizados, preferencialmente. apenas em sistemas
de drenagem de águas residuais frias, uma vez que. na sua generalidade, são dimen- 110 110.4 110.0 2,7 2,2 3.8 3,2

sionados apenas para suportarem temperaturas à volta de 20 °C em condições de 125 125.4 125.0 3.0 2,5 4.3 3.7
funcionamento contínuo. No entanto, existem no mercado séries especiais 140 140.5 140.0 3,3 2,8 4.3 4.1
destinadas a ser usadas em águas residuais quentes (ex: máquinas de lavar roupa ou 160 160.5 160.0 3,8 3,2 5.4 4.7
loiça): nestes casos. os tubos sofrem um incremento dimensional na espessura. 200 200,6 200,0 4,6 4.0 6.7 5.9
Estas tubagens são geralmente comercializadas em varas de 6 m, com diâmetros 250 250,8 250,0 5.6 4.9 8.3 7,3
nominais que oscilam entre 32 e 400 mm (quadro CXXXVIII). 315 316,0 315.0 7.1 6.2 10.4 9,2
A ligação entre os diversos troços de tubagem, ou entre as tubagens e os acessó- 400 401.2 400.0 8.9 7.9
rios, os quais deverão ser do mesmo material dos tubos (no quadro CXXXIX apre-
sentam-se tipos de acessórios mais vulgarmente comercializados), deverá ser obtida
por abocardamento com anéis de estanquidade ou por colagem. sendo a opção mais f----+.
-------- : I
correcta a do sistema com anéis de estanquidade. uma vez que estes possibilitam, I~*
para além de pequenos desvios nos alinhamentos, a absorção das variações das
dimensões lineares relacionadas com o fenômeno da dilatação térmica, evitando a --1
introdução de tensões nos tubos.
A ligação por anéis de estanquidade é feita através da colocação destes anéis
(geralmente de neoprene) na sua sede do abocardamento. os quais deverão ser
lubrificados adequadamente antes da peça macho ser introduzida no abocardado.
As peças macho deverão ser cortadas em esquadria, efectuando nelas um chanfro
com cerca de lSO, devendo antes da sua introdução no aborcamento proceder-se à
remoção de quaisquer rebarbas e quebra das arestas, para evitar que o anel de
vedação possa ser deteriorado (fig. 156).
Fig. 156 ~ Lig0.ção entre troços de tubagem com anéis de estanquidade
A ligação por colagem é feita através de uma cola (de qualidade adequada, geral-
mente à base de tetra-hidrofurano) que funciona como um solvente. a qual, através
do amolecimento e solvência superficial do PVC, provoca a soldadura dos elementos
a ligar.

248 249
Sistemas Prediais de Drenagem de Âguas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçiio e Drenagem de Águas

QUADRO CXXXJX com lixa fina. Finalmente, aplica-se a cola em ambas as superfícies e procede-se à
Acessórios para tubos de PVC união dos componentes. As tubagens só deverão ser colocadas em serviço após a
total secagem da cola (fig. 157).

Curva a 45° e 87° 30'

Forquilha a 45°

Forquilha dupla a 45°

Tê a 87° 30'

Tê múltiplo a 87° 30'


Fig. 157- Ligação entre troços de tubagem por colagem

Estas tubagens podem ser instaladas à vista, embutidas, em cal eiras, galerias ou
Redução (interior e exterior)
tectos falsos; nas situações em que se lhes possa ter acesso deverão ser identifica-
das de acordo com o tipo de água transportada. Quando sujeitas à acção dos raios
ultravioletas (exteliores) deverão ser protegidas por pintura com tinta adequada, de
Canhão de sanita modo a evitar a sua deterioração. Nas situações de não-embutimento, deverão ser
fixadas através de elementos de suporte ou amanação (abraçadeiras), em quantidade
que assegure a sua COITecta fixação e possibilite que oconam livremente eventuais
Curva de sanita contracções ou dilatações télmicas. No quadro CÃ'L indicam-se os afastamentos má-
ximos entre abraçadeiras.
Admite-se como possível a dobragem a quente destas tubagens; no entanto, o
Tampa amolecimento deverá ser conseguido através de pistolas de ar quente. Os raios de
curvatura não deverão ser inferiores a 0,5 m; para além disso, as curvaturas só deve-
rão ser efectuadas em tubagens de diâmetro até 50 mm, para mudanças de direcção
não superiores a 15°.
À semelhança do que foi referido anteriormente para os tubos ligados com abo-
Corno já anteriormente se referiu, as tubagens de PVC podem ser usadas no
cardamento, também os colados deverão ser cortados em esquadria, efectuando ne- transporte de águas residuais quentes, devendo as espessuras das paredes dos tu-
les um chanfro com cerca de 15°; posteriormente, deverá proceder-se à remoção bos ser incrementadas em função do seu diâmetro: no quadro CXLI indicam-se os
das rebarbas das arestas, bem como a um desengorduramento com produto adequa- valores mínimos das espessuras das paredes das tubagens de PVC destinadas ao
do das superfícies a colar. Para melhorar a aderência entre as superfícies, convém transporte de águas residuais quentes; nestes casos, verifica-se ainda a redução da
proceder. antes da aplicação da cola, ao seu despolimento através de uma lixagem pressão nominal, em função da temperatura da água drenada (quadro CXLII).

250 251
Sisremas Prediais de Drenagem de A.guas Residuais Domésticos Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçtio e Drenagem de ,{guas

QUADRO CXL 5.4 Tubagens de outros materiais


Distância máxima entre abraçadeiras A necessidade de proceder à drenagem de certos produtos, geralmente de origem
Distância máxima entre braçadeiras (m) industrial ou laboratolial, obriga à utilização de tubagens com características ade-
DN(mm) quadas à "drenagem desses efluentes. Por isso, para além dos materiais anteliormente
Can.ali::.açlies verticais Canaliwções hori::.ontais
referidos, utilizam-se por vezes tubagens de grés cerâmico, estando praticamente a
32 a 63 1,00 0.50
sua aplicação resttingida à construção de colectores prediais e ramais de ligação e
7'2a125 ,, __ 0,80
___ ,,
unicamente nas situações em que estes fiquem enten·ados.
140 1,50 LOO

"'"~"·_16_0_a -~~~~--~-- · · - - - · - - - " .. ___ .__1_:~0 _ __ 5.4.1 Tubagens de grés cerâmico


QUADRO CXLI As tubagens de grés cerâmico deverão apenas ser utilizadas na situação de enter-
Espessura dos tubos de PVC para águas residuais radas, com um recoblirnento superior a 0,5 m; para além disso, deverá ser evitada a
quentes [63] e [64] sua instalação junto de veios subterrâneos de água (a menos de 2m).
A ligação entre os diversos troços de tubagem, ou entre as tubagens e os aces-
Espessuras das paredes
DN (mm) dos tubos (mm) sórios, os quais deverão ser do mesmo matelial (no quadro CXLV apresentam-se os
---~-·------"""~""~'"--- acessórios geralmente comercializados), deverá ser obtida através de sistema que as-
segure a sua estanquidade. recon-endo a anéis, geralmente de poliuretano, integrados
40
nas tubagens ou separados destas.
50 Os quadros CXLIII e CXLIV indicam algumas características dimensionais e de
comportamento mecânico destas tubagens.
3.0
QUADRO CXLill
90
Dimensões mais usuais das tubagens de grés cerâmico [65]
110
125 Diâmetro interior (mm) Comprimento (m)
140 DN (mm) Mínimo /,5 7]5 2,0 2,5 3,0
160 3.5 100 96
150 146
200 195
--·--··---·~·---·

225 219
QUADRO CXLII
Coeficientes correctores das pressões nominais 300 293
_ TemE:~·atura (T, :o Coeficiente ~:orrector 350 341
25<TS35 0,80 400 390
35 <TS 45 450 439
500 487
Como fonna de garantia da qualidade das tubagens aplicadas, só deverão ser utiliz.:1.das 600 585
tubagens pottadoras de certificado de ensaio emitido por entidade acreditada para o efeito.
700 682
As tubagens deverão também ser sempre identificadas com a sua classe de pressão.
800 780
Quando instaladas em vala devem ser seguidos os requisitos referidos para as
Toler:'tncin do comprimento: ±10 mm
tubagens de grés.

253
252
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domêsticas Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçüo e Drenagem de Águas

QUADRO CXLIV Estas tubagens deverão ser assentes em leito perfeitamente regularizado e que
Cargas de rotura das tubagens de grés cerâmico [65] garanta o seu contínuo apoio. Seguidamente, e após a colocação do tubo no leito, a
vala deverá ser cheia de areia até ao nível do plano axial h01izontal, a qual deverá
Cári;a d~>Ott'l~d'(kiJ!IÍ1) ser compactada: após esta operação, deverá completar-se o preenchimento da vala
DN, _· ,_. __,
· Clas.s.e_- · ClaSSp's com areia até uma altura de cerca de O, 15 m acima da geratliz superior do tubo,
(mm) V~!Ores mfnlmOs ,,
liiJ'elra 95,, 120 I~L ,, ÍOO procedendo-se novamente à compactação desta camada, a qual deverá incidir sobre
100 22 28 34 as zonas não~ocupadas pelo tubo. Finalmente, deverá completar-se o preenchimento
150 22 28 34 da vala com o material de escavação (retirando-lhe os materiais cujas dimensões
24 32 40 excedam 20 mm), o qual deverá ser compactado por camadas de altura não superior
200
a0,30 m,
225 28 36 45
Quando posicionados na via pública, a profundidade de asSentamento dos colec-
250 30 40 50
tores não deverá ser infelior a 1 m, medido entre o extradorso do tubo e o pavimento.
300 36 48 60 Para profundidades até 3 m, a largura das valas deve ter dimensões mínimas defini~
350 42 56 70 das pelas expressões:
400 38 48 64
L~ D, + 0,50 (para condutas de 0 ,; 0.50 m) (98)
450 43 54 72
---
500 48 60 80 L~ D, + 0,70 (para condutas de 0 > 0,50 m) (99)
600 48 57 72
em que:
700 60 67 84
L - largura da vala (m)
800 60 76 96
D,,- diâmetro exterior da tubagem (m)

QUADRO CXLV Como forma de garantia da qualidade das tubagens aplicadas, só deverão ser uti-
lizadas tubagens portadoras de certificado de ensaio emitido por entidade acreditada
Acessórios para tubagens de grés cerâmico
para o efeito.
Tipo,· DeSigndção

6 ACESSÓRIOS
Curva de raio curto
6.1 Generalidades

Os acessórios são dispositivos a intercalar nos sistemas de drenagem de águas


Curva de raio longo
residuais domésticas, destinados a possibilitar eventuais operações de manutenção e
conservação, inviabilizar a passagem de determinadas matélias ou substâncias para
os sistemas e proporcionar condições de desempenho satisfatório, evitando a passa-
Forquilha a 45"' (simples e duplas)
gem de odores desagradáveis para as zonas utilizadas.

6.2 Sifões
Os sifões são dispositivos incorporados nos aparelhos sanitários ou a inserir nos
ramais de descarga (fig. 158), destinados a impedir a passagem para os locais ocu-
Sifão pados dos gases existentes nas canalizações, os quais, para além de poderem causar
problemas de saúde, possuem odores desagradáveis.

254 255
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distl"ibuiç-üo e Drenagem de Âguas

QUADRO CXLVI
I Características dimensionais dos sifões

Aparelho Diâmetro mínimo (mm) Fe.~ho hídricà(trim) ,·,

{ ~. --=B~a~c=ia=d=e=-::re=t=re=t=e~~~~- incorporado
Banheira
Bidé
30
Chuveiro
Lavatório
h - Allllra do: fecho hídrico MfKJuina lava-louça 40 50
Fig. 158- Sifão incorporado no aparelho e sifão a incorporar no ramal Máquina lava-roupa 40
Urinol de espaldar 60
Urinol.suspenso incorporudo
No quadro C XLVI indicam-se os diâmetros mínimos a adoptar para os sifões dos
Pia lava-louça 40
diferentes aparelhos.
Tanque 30
Estes dispositivos deverão ser instalados na vertical. de forma que neles perma-
neça o fluido que assegura a manutenção do fecho hídlico.
Deverão ser instalados de modo que eventuais operações de manutenção e lim- QUADRO CXLVII
peza possam ser facilmente executadas. Tipos de sifões
Cada aparelho sanitário apenas poderá ser servido por um único si:tão, estando
·-~~D::.::es='~·g=n=a~ç'='a=-·~~~~~~--'Utili::.açiio
regulamentarmente proibida a dttpla sifonagem (vd. 4.5).
Quando não fazem parte dos aparelhos sanitários, não deverão ser instalados a
Lavatórios e bidês
uma distância superior a 3 m do aparelho respectivo.
Um único sifão poderá servir simultaneamente vários aparelhos, na condição de
que estes apenas produzam água<.; saponáceas.
Banheira:>
Nas baterias de aparelhos sanitários (de águas não saponáceas), cada aparelho
deverá ser dotado individualmente ele sifão.
Os sifões deverão preferencialmente possuir supetfícies internas perfeitamente
lisas e desprovidas de arestas vivas, de modo a inviabilizarem a retenção de matérias Tubular Lava-louças
no seu intelior.
O quadro CXLVII ilustra de forma esquemática alguns tipos ele sifões, bem como
a respectiva nomenclatura. Incorporado
Os sifões deverão ser preferencialmente dotados de bocas de limpeza;
caso contrário, deverá ser dada especial atenção à sua facilidade de montagem/
I clesm o ntagem. Lavatórios e bidês
Os sifões deverão possuir diâmetros que não excedam os dos respectivos ramais
ele descarga, de modo a evitar fenômenos relacionados com a redução do fecho hí-
drico e a produção de ruídos.
Pavimento Diversos
Os sifões destinados aos sistemas de drenagem ele águas residuais domésticas
deverão possuir fecho hídrico não inferior a 50 mrn, nem superior a 75 mm.

256 257
Sistemas Prediais de Drenagem de Ág11as Residuais Domésticas Mcmual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Ágllas

QUADRO CXLVII QUADRO CXLVIII


Tipos de sifões (continuação) Tipos de ralos

Tipo - :Desighação Utilização Designação

Caixa Lavatório-louças de sanitário Diversos

de pavimento com cesto


Garrafa Diversos Pavimentos
de retenção (sifonado)

Campânula Diversos de campânula Pavimentos ou chuveiros

de um único ramal de descarga para tubo de queda, colector predial ou câmara de


6.3 Ralos inspecção.
Estas caixas são geralmente providas de várias entradas (geralmente um máxi-
Os ralos são dispositivos destinados a permitirem a passagem através de si de mo de 4) e uma saída, as quais estão tamponadas, permitindo apenas a utilização
águas residuais, sem no entanto possibilitarem a passagem para o sistema de drena- ',\. no número pretendido. Dispõem ainda de tampa amovível, destinada a possibilitar
gem de matérias sólidas eventualmente transportadas nestas águas. A operação de re- '\.. operações de limpeza e manutenção.
tenção é conseguida através de grelhas, por vezes auxiliadas por cestos de retenção. Existem no mercado caixas de passagem total ou parcialmente sifonadas, bem
como com tampa de grelha, o que lhes possibilita ainda executar a função de ralo de
Deverão ser implantados ralos nos locais onde seja previsível a lavagem dos
pavimento.
pavimentos com mangueira (por ex.: garagens).
A figura 159 ilustra uma caixa de passagem normal e uma sifonada.
Quando seja previsível que as águas drenadas transportem grandes quantidades
de areias, salvo os casos onde os caudais drenados sejam conduzidos para uma câma-
ra de retenção das mesmas, deverão estes ser dot:1dos de sistema de retenção.
Todos os aparelhos sanitários, com excepção das bacias de retrete, deverão ser
dotados de ralo.
Os ralos deverão possuir uma área útil no mínimo igual a dois terços da área da
secção dos respectivos ramais de descarga.
O quadro CXLVIII ilustra de forma esquemática alguns tipos de ralos. bem como Fig. 159 - Caixas de pavimento
a sua nomenclatura.
6.5 Câmaras de inspecção

6.4 Caixa de pavimento (passagem ou reunião) As câmaras de inspecção destinam-se a assegurar as operações de manutenção e
limpeza dos colectores.
As caixas de pavimento, de passagem ou de reunião são dispositivos destinados As câmaras de inspecção podem ser de planta rectangular, quadrada ou circular.
a aglutinar as descargas de vários aparelhos sanitários, conduzidas através dos com cobertura plana, tronco-cónica, simétrica ou assimétrica.
respectivos ramais de descarga individuais, e seu postetior encaminhamento através A figura 160 ilustra os tipos de câmaras de inspecção referidos.

258 259
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas

Nivel do terreno
l Cobertura

~rli~
.l~.--lr-ª - -- Coro

SECÇÃO 8-B Fig, 161 - Pormenor de garantia da estanquidade da tampa


SECÇÃO 8-B
Nível do terreno

A A

SECÇÃO 8-B
r-:
' '

Fig. 162- Disposição dos degraus

Cobertura: podendo assumir as fonnas anteriormente descritas, deverá ser


dotada de aro adequado a receber a tampa; admite-se que cobertura e tam-
pa sejam uma única peça: nesta situação. poderá ser metálica ou ele betão
Fig. 160 ~Tipos de cüm:1ra de inspecçiío
armado: caso contrário. deverá preferencialmente ser de betão armado;
Corpo: as dimensões mínimas são as indicadas no quadro CXLIX, devendo a
De acordo com a figura ! 60, as câmaras de inspecção são constituídas por: espessura da respectiva parede ser condicionada pelo material utilizado no fa-
Tampa, que poderá ser metálica ou de betão armado com aro metálico, brico e pelas características dimensionais. Em caso algum a espessura deverá
destinada a possibilitar o acesso ao seu interioc como forma de impedir a assumir valores inferiores a 0,20 m, se de alvenaria de pedra ou de blocos de
passagem de gases para o exterior, deve possuir fecho hermético (ex: fig. 161). betão, a 0.12 m se de betão moldado no local e a 112 vez se de alvenaria de
A sua menor dimensão não deverá. em regra, ser inferior a 0,55 m; tijolo;
Dispositivo de acesso ao interior: sempre que a cámara tenha uma profundi- Soleira: é constituída por uma laje de betão, destinada a servir também de
dade superior a 1,7 m. deverá ser dotada de meio de acesso no seu interior, fundação das paredes da câmara, devendo a sua espessura ser de modo a que.
constituído por degraus metálicos encastrados na parede por onde for mais na zona mais profunda das cal eiras, não seja inferior a O, 10 m. Para evitar a
fácil o acesso, distanciados entre si de 0,30 m e dispostos num único ali- retenção de esgoto, as superfícies da soleira devem possuir inclinação descen-
nhamento vertical. O plimeiro degrau não deve ficar a mais de 0,60 m da dente. no sentido das caleiras, compreendida entre 10 e 20%, e com arestas
superfície exterior e o último a mais de 0,40 m da soleira (fig. 162): ligeiramente boleadas (fig. 163).

260 261
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais DomésticQs Manual dos Sistemas Prediais âe Dlstribuiçüo e Drenagem de Aguas

QUADRO CXLIX
Características das câmaras de inspecção

h I
(m) (m)

r
'~'''';\.'''' 0,25 <h< 1,00 :;:: 0,80 h

<2.50 1,00

-'-- >2.50 1,25

Fig. 164- Inserção de caleiras

Fig. 163- Superfícies da soleira

Caleiras: são canais moldados na soleira, onde se dá a reunião dos colecto-


res posicionados a montante e a jusante; a sua directriz é constituída por um Fíg. 165- Queda guiada
arco de circunferência tangente ao eixo dos colectores ligados. A inserção de
uma ou mais caleiras noutra cal eira deve ser feita no sentido do escoamento.
7 APARELHOS SANITÁRIOS
através de curvas de concordância de raio não inferior a 2 vezes o diâmetro da
tubagem que para ela converge (fig. 164). 7.1 Generalidades
As cal eiras deverão ter uma altura igual ao diâmetro da tubagem de saída, e a
Os aparelhos sanitários são dispositivos ligados ao sistema predial de drenagem
sua inclinação deverá estar de acordo com as exigências feitas neste aspecto
e alimentados com água pelo sistema predial de distribuição de água, destinados a
para os colectores prediais ( 1% :::; i :::; 4% ), de forma a não se verificarem per-
fins higiénicos e sanitáJ.ios.
turbações na veia líquida.
Os aparelhos sanitários deverão ser concebidos de forma a que, em caso algum,
Sempre que o desnível entre a soleira do colector de entrada e a soleira da câ-
possibilitem a interligação entre o sistema de distlibuição de água e o sistema de dre-
mara e;ceda 0.5 m, a câmara deverá ser dotada de queda guiada, a qual deverá
nagem. Para o efeito, a boca da torneira que o alimenta deve estar sempre num plano
preferencialmente ficar posicionada no exterior (fig. 165).
superior ao plano do nível máximo de enchimento do aparelho.
O acabamento interior de todas as superfícies da câmara deverá assegurar a sua Os aparelhos sanitários são geralmente fabricados em material cerâmico vidra~
perfeita estanquidade. do, aço esmaltado, ferro fundido esmaltado e aço inoxidável.

262 263
Sistemas Prediais de Drenagem de Âguas Residuais DomistíccL\· Manual dos Sistemas Prediais de Disttíbuiçüo c Drenagem de Águas

De acordo com o fim a que se destinam. são designados por: bacias de retrete, Na grande generalidade dos casos, estes aparelhos são concebidos de forma a
banheiras. bases de chuveiro, lavatórios, bidês, pia de despejos (ou hospitalar), pia serem apoiados no fundo em dois pequenos muretes e envolvidos pe1ifericamente
turca. urinóis, lava~ louças, etc. com uma parede de alvenaria; mais raramente, possuem uns pés para apoio.
Na base deverão ser dotadas de pendente, de modo a que a água depositada no
7.2 Bacia de retrete seu interior possa ser escoada, por gravidade, na totalidade através dum ralo.
Estes aparelhos caracterizam~se pelas suas dimensões exteriores em planta e pela
As bacias de retrete são aparelhos com sifão incorporado, constituídos por uma sua capacidade volumétlica, que geralmente oscila entre os 150 e 200 l [39].
única peça. destinados a receber dejectos humanos e águas usadas, podendo ou não A figura 167 ilustra uma banheira do tipo rectangular.
dispor de autoclismo acoplado.
São aparelhos geralmente fabricados de material cerâmico vidrado. podendo por
vezes ser fabticados em aço-inox, para fins específicos.
As bacias de retrete podem ser de descarga normal (com ou sem ventilação) ou
sifonada. com saída vertical ou oblíqua; podem ser também de assentamento no pa-
vimento. ou suspensas numa superfície vertical.
A diferença entre descarga normal e sifonada consiste: no primeiro caso, o arras-
L __7
tamento dos despejos dá-se exclusivamente pela acção do caudal descarregado pelo
autoclismo ou fiuxómetro; no segundo caso. para além disso. a descarga é coadjuva-
da por uma aspiração devida à posição e dimensões da conduta e do sifão, sendo este
tipo de descarga caracterizado por se processar de forma mais enérgica, proporcio-
nando uma melhor e mais eficaz limpeza do aparelho.
A figura t 66 ilustra alguns modelos de bacias de retrete.

Fig. 167- Banheira


: I

~
7.4 Base de chuveiro

- As bases de chuveiro são aparelhos geralmente de forma quadrada, destinados


.
' ---- às operações de higiene corporal em posição de pé, alimentados por água quente e
fria.

@«])
São aparelhos geralmente fabricados em aço esmaltado, existindo também
no mercado em ferro fundido esmaltado. material cerâmico vidrado e em fibra de
vidro.
Na grande generalidade dos casos. estes aparelhos são concebidos ele forma a
Fig. 166- Bacias de retrete serem apoiados no pavimento e envolvidos pelifericamente com uma pequena
parede de ai venaria.
7.3 Banheira Na base deverão ser dotados de pendente, de modo a que a água depositada no
As banheiras são aparelhos geralmente de forma aproximadamente rectangular, seu interior possa ser escoada, por gravidade, na sua totalidade através dum ralo.
destinudos às operações de higiene corporal, alimentados por água quente e fria. Estes aparelhos caracterizam-se pelas suas dimensões exteriores em planta. que
São aparelhos geralmente fabricados em aço esmaltado, existindo também no geralmente oscilam entre LO e 1,4 m [39].
mercado de ferro fundido esmaltado e de fibra de vidro. A figura 168 ilustra uma base de chuveiro.

264 265
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçtío e Drenagem de Águas

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Fig. 168- Base de chuveiro


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7.5 Lavatório

Os lavatórios são aparelhos sanitários destinados a operações de higiene corpo- D4r$•


ral, alimentados por água quente e flia ou só ftia, através de uma ou duas torneiras.
São aparelhos geralmente fabricados em material cerâmico vidrado, sendo por
QCJ'
vezes em aço-inox para fins específicos.
Na grande generalídade dos casos, estes aparelhos são concebidos de forma
a serem suspensos numa superfície vertical, ou apoiados num pedestal, estando Fig. 169- Lavatórios
actualmente muito em voga a encastração destes aparelhos em móveis.
A sua superfície interior assume geralmente a forma de uma calote côncava, a 7.6 Bidé
qual possibilita que a água depositada no seu interior possa ser escoada, por gravida-
de, na totalidade através dum ralo. Os bidês são aparelhos sanitários destinados a operações de higiene corporal,
alimentados por água quente e fria, ou só fria, através de uma ou duas tomeiras.
Estes aparelhos caracterizam-se pelas suas dimensões exteliores em planta, que
São aparelhos geralmente fabricados em material cerâmico vidrado, sendo por
geralmente assumem valores à volta de 0,6 m x 0.4 m [39].
vezes de aço-inox, para fins específicos.
Existem diversos tipos e modelos destes aparelhos, alguns dos quais concebidos
Estão concebidos de forma a serem instalados sobre uma superfície horizontal
para fins específicos, tais como instalações hospitalares, escolas, oficinas, etc.; para (pavimento).
algumas destas situações são dispostos em bateria. Em certos casos de instalações A sua superfície interior, geralmente em forma de calote côncava, permite que
sanitárias colectivas (geralmente em instalações fabris) recorre-se a lavatórios circu- a água depositada no seu interior possa ser escoada, por gravidade, na totalidade
lares com cerca de 1 m de diâmetro, que pern1item a utilização em simultâneo de vá- através dum ralo.
rios utilizadores, sendo dotados de tantas torneiras quanto o número de utilizadores Estes aparelhos caracterizam-se pelas suas dimensões exteriores em planta. que
previsto, dispostas sobre uma coluna central. geralmente assumem valores à volta de 0,55 rn x 0.34 m [39].
A figura 169 ilustra alguns tipos de lavatórios. A figura 170 ilustra alguns tipos de bidês.

266 267
Sistemas Prediais de Drena[!.elll de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Disttibuiçâo e Drenagem de Águas

7.8 Pia turca

As pias turcas são aparelhos sanitários destinados a receber dejectos humanos, à


semelhança das bacias de retrete, constituídos por uma única peça, dispondo de uma
concavidade para evacuação e de locais para colocação dos pés. São fundamental-
------- mente utilizadas em unidades fabris ou estaleiros de obras.
São geralmente fabricados de feiTo fundido esmaltado ou material cerâmico vi-
d.rado, não dotados de sifão incorporado e concebidos de modo a serem assentes
sobre superfície horizontal (pavimento).
Deverão ser equipados com autoclismo ou ftuxómetro para limpeza, à semelhan-
ça das bacias de retrete.
Estes aparelhos caracterizam-se pelas suas dimensões exteriores em planta, que
oscilam geralmente entre 0,60 m X 0,55 me 0,75 m X 0.65 m [39].
Fig. 170- Bídés A figura 172 ilustra uma pia turca.

7.7 Pia de despejos (ou hospitalar)

As pias de despejos são aparelhos constituídos por uma única peça, destinados a
receber despejos de águas usadas, ou despejos com dejectos humanos. etc .. dispondo
de uma grelha rebatível, onde se possa colocar por exemplo um balde.
São aparelhos geralmente fabricados de material cerâmico vidrado, sendo por I
vezes de aço-inox ou outros materiais. para fins específicos. li
~~'
As pias de despejos são aparelhos concebidos de modo a serem assentes sobre
superfície horizontal (pavimento).
Deverão ser equipados com autoclismo ou fluxómetro para limpeza interna, à
sernelhança das bacias de retrete; deverão ainda dispor de tomeira de água destinada
à lavagem dos recepientes que transport.:'lm os dejectos.
Estes aparelhos caracterizam-se pelas suas dimensões exteriores em planta, que Fig. 172- Pia turca
geralmente oscilam entre 0.50 m X 0,50 me 0,60 m X 0,50 rn [39].
A figura 171 ilustra uma pia de despejos. 7.9 Urinol

Os urinóis são aparelhos sanitários destinados a receber líquidos humanos (uri-


na), constituídos por uma única peça, dispondo dum orifício com ralo para drena-
gem; destinam-se exclusivamente a utilizadores do sexo masculino, sendo geralmen-
te aplicados em locais públicos.
São aparelhos vulgarmente fabricados de material cerâmico vidrado. dotados de
sifão incorporado.
Os urinóis são aparelhos concebidos de modo a serem aplicados em superfícies
verticais (paredes).
Para limpeza. deverão ser equipados com autoclismo. ftuxômetro ou tornei-
ra individual, de forma a que quer as paredes laterais quer o fundo sejam varridos
Fig. i 71 -Pio. de despejos pela água descanegada.

269
268
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçclo e Drenagem de Águas

~~
Estes aparelhos caracterizam-se pelo seu tipo (espaldar, coluna, suspenso e nía-

-w
gara) e pelas suas dimensões exteriores.
A figura 173 ilustra os tipos de urinóis referidos.

~
~ Fig. 174- Lava-louças

8 DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS DE DRENAGEM DE


Fig. 173- Urinóis ÁGUAS RESIDUAIS DOMÉSTICAS
8.1 Generalidades
7.10 Lava·louça
O correcto dimensionamento dos sistemas prediais de drenagem de águas resi-
Os lava-louças são aparelhos sanitários destinados a operações de lavagem de duais domésticas implica o conhecimento de algumas prescrições de carácter técnico
utensílios de cozinha e outros, alimentados por água quente e fria, ou só fria, através e regulamentar, bem como de uma metodologia de cálculo adequada.
de uma ou duas torneiras. Assim, apresenta-se um conjunto de regras de dimensionamento das redes pre-
São aparelhos geralmente fabricados em aço esmaltado ou aço inox. diais de drenagem de águas residuais domésticas fundamentais à obtenção de um
nivel de desempenho funcional satisfatório destas, de modo a assegurarem, em
Na grande generalidade dos casos, estes aparelhos são concebidos de forma a
todos os aparelhos sanitários instalados nas edificações, uma drenagem em boas
serem encastrados nos móveis de cozinha.
condições.
A sua superfície interior é geralmente em fom1a de calote côncava, o que permite
Como já anteriormente foi referido, existe a imposição regulamentar da separa-
que a água depositada no seu interior possa ser escoada, por gravidade, na totalidade
ção das redes de águas residuais domésticas das de águas pluviais, até às câmaras de
através do ralo. ramal de ligação.
Estes aparelhos caractetizam-se pelas suas dimensões exteriores em planta, por As redes de drenagem de águas residuais domésticas têm de possuir sempre ven-
possuírem uma ou duas cubas e disporem ainda, ou não, de escon·edor. tilação primária, obtida através do prolongamento dos tubos de queda até à sua aber-
Existem diversos tipos e modelos. alguns dos quais concebidos para fins es- tura na atmosfera.
pecíficos. tais como instalações hospitalares, cozinhas industriais. laborató- Nas situações em que o caudal no tubo de queda com altura superior a 35 m ex-
rios, etc. ceda os 700 llmin, deverá este ficar dotado de uma coluna de ventilação (ventilação
A figura 174 ilustra alguns tipos de lava-louças. secundária).

270 271
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribniçüo e Drenagem de Águas

8.2 Caudais de descarga Para situações não-enquadráveis nos casos anteriormente referidos, o coeficiente
de simultaneidade deverá ter em conta a especificidade da instalação.
Os caudais de descarga são os caudais clescan·egados pelos aparelhos sanitários
para a rede de drenagem, tendo em conta as suas caractetísticas particulares.
Os caudais de descarga, a adoptar no dimensionamento das redes de drenagem, 8.5 Capacidade de autolimpeza das tubagens
deverão ser os indicados através do quadro CXXXI, salvo os casos em que os fabri~
Nos casos em que as águas a drenar contenham elevados teores de gordllras.
cantes dos aparelhos sanitários recomendem caudais de valor superior.
lamas, etc., dever-se-á proceder à verificação da capacidade de autolimpeza das tu-
8.3 Caudais de cálculo bagens de fraca pendente, fundamentalmente nos casos em que se trate de colectores
prediais ou de ramais de ligação.
Tendo em conta a inverosimilhança de num mesmo edifício todos os apare- Para que esta condição se ve1ifique. em te1mos satisfatórios, a tensão de an·asta-
lhos procederem a descarga simultânea, salvo os casos em que o número de apa~ mento deverá ser superior a 2,45 Pa.
re!hos seja menor ou igual a dois e em detem1inadas situações específicas de bate- A tensão de arrastamento é calculada como se indica:
rias de aparelhos, os caudais que servem de base ao dimensionamento das tubagens
(caudais de cálculo) não se traduzem pelo somatório dos caudais de descarga (caudal "= y.R.i (lO!)
acumulado) atribuídos aos aparelhos instalados. mas sim por este mesmo somatório
em que:
afectado ele um coeficiente. que expressa a probabilidade dessa ocorrência e se de~
signa por coeficiente de simultaneidade: -r - tensão de arrastamento (Pa)
y - peso específico da água residual (Niln3 )
(lOO) R - raio hidráulico (m)
i - inclinação da tubagem (m/m)
em que:
Q, - cauda! de cálculo
Nesse sentido, as velocidades de escoamento não devem ser inferiores a
c, - coeficiente de simultaneidade 0,6 m/s para águas residuais sem gorduras ou com teores destas muito reduzidos e
Q, - cauda! acumulado 1,2 mls para águas residuais com significativos teores de gorduras.

8.4 Coeficientes de simultaneidade 8.6 Ramais de descarga

De acordo com a regulamentação aplicável [5]. à semelhança do que em 8.4 do 8.6.1 Ramais de descarga individuais
Capítulo I foi refetido para a distribuição predial de águas. os coeficientes de simul-
Os ramais de descarga individuais poderão ser dimensionados para um escoa-
taneidade poderão ser obtidos por via analítica ou gráfica.
mento a secção cheia, nos casos de sistemas apenas com ventilação primária, desde
A sua determinação pode ser feita através dos métodos analíticos indicados no
ponto anteriormente mencionado, ou através da via gráfica do regulamento, expressa que a distância entre o sifão e a secção ventilada não ultrapasse o valor máximo
pela curva da figura 175. a qual permite a obtenção directa dos cauduis de cálculo a admissível obtido pelo ábaco da figura 176, ou nos casos de sistemas com ventilação
partir do conhecimento dos caudais acumulados confluentes (somatório dos caudais secundária completa; caso contrário, o dimensionamento deverá ser feito como para
de descarga). os ramais de descarga não~ individuais.
No caso de escolas, internatos. balneários. recintos desportivos, quartéis, etc., As inclinações dos ramais de descarga terão de estar compreendidas entre J. O e
em que seja previsível a utilização simultânea dos aparelhos instalados, o coeficiente 40 mm/m.
de simultaneidade que afectará o somatório dos caudais de descarga deverá ser a No quadro CL apresentam-se os valores mínimos a considerar para os diâmetros
unidade. dos ramais de descarga individuais dos aparelhos ~anitários.

272 273
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas

~
I 1/ lO
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I I POOLOO A I
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11 1.5 1} 1,9 l.1 u 2.5 1 1.0 1 lS
d (m)

__. v
Ln.va-Jouça, Chuveiro, Lnvntório, Bidé (0 40)

I
Bacia de rctrete (0 90 a 0 100), Sifão de piso, Uri110l de espaldar (0 75)
o Tanque de lavar roupa, Máquinas de lavar roupa e louça, Banheira (0 40), Sifüo de piso,

000
50 100
"' 200
Urinol suspenso (0 50)

1/
Fig. 176- Distância máxima admissível entre o sifão e a secção ventilada

QUADRO CL
000
Diâmetros mínimos dos ramais de descarga individuais [5}
Q, .::; 7,3497Q:·"" Diâmetro mfnimo do ram.al
Aparel(l()_ sanitário
Útdividual (nini)
oco Bacia de retrete
1/ 90
Banheira

000
I Bidê
Chuveiro
40

1/ Lavatório
Máquina de lavar louça

I Máquina de lavar roupa

v Tanque de lavar roupa


Urinol suspenso
50

/ Lava-louça
Urinol de espaldar 75

-.~ 100 500 500


"' 800 9
""
Caudal de câlculo (ljmi11)
8.6.2 Ramais de descarga

coamentos superiores a meia secção.


não~individuais

Os ramais de descarga não-individuais não deverão ser dimensionados para es-

As inclinações dos ramais de descarga não-individuais deverão estar compreen-


Fig. 175- Caudais de cálculo, em função dos caudais acumulados [5] didas entre lO e 40 mm/m.

275
274
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas

O diâmetro interior dos ramais de descarga é calculado como se indica: • ou através dos ábacos da figura 177;
a) Determina-se o caudal de cálculo confluente para o ramaL de acordo com o
referido em 8.3:
b) Determina-se o diâmetro do ramal:
"',,9.5 111111
o Oiflt.
• ou através da fórmula de Manning-Strickler: "' \05.1 (flrfl
Qif\1..

(102)

-
,. a5.G 1"1'\l"fl
l)\1\t.

em que:
1)",(11..
"' 70.ó (1"11"1'\
Q -caudal de cálculo (m3/s)
K - rugosidade da tubagem (m 11's 1) "o
A -secção da tubagem ocupada pelo fluido (m 2)
R -raio hidráulico (m)
o

-
i -inclinação (m/m) ,. 4S.G mm
O"o(l\.

O raio hidráulico R é obtido através do quociente entre a área da secção líquida e "' :)6.9

-
(flffl
O"on\.
o perímetro da secção líquida em contacto com as paredes de tubagem.
Para escoamento a secção cheia e a meia secção, o raio hidráulico pode
ser obtido através da divisão do diâmetro interior da tubagem (D) por quatro
(R = D/4 ). donde virá que: 'o0.01 0.02 O.OJ O.!H
Inclinação (m/m)
Escoamentos a meia secção (K = 120 m w.~)
para escoamentos a secção cheia: (103)

000

000
para escoamentos a meia secção: (104)

(O'o' ' no.'


~:
No quadro CLI indicam-se alguns valores da constante K de rugosidade, função
do tipo de material. ..
h.6
QUADRO CLI
Valores da constante de rugosidade K
K
; . "·' ,.
Cof!stituição das,tubagens
-··------ -~(~m~"-·'~·~s_·');_ ~

PVC 120
Cimento liso. chapa metálica sem soldaduras, fibrocimento 90 a 100
Cimento afagado, aço com protecção beluminosa 85
'" ' 0.02 03
lndinoçlio' (m/
Reboco. grés. ferro fundido novo 80
Escoamentos a secção cheia (K = 120 mw.s)
Betão, ferro fundido com algum uso 75
Ferro fundido usado 70 Fig. 177- Dimensionamento dos ramais de descarga
------
276 277
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

• ou através da tabela do quadro CLIL se o sistema possuir ventilação secundária; caso contrário, esta taxa de ocupação
descerá até 1/7, com o aumento do seu diâmetro, de acordo com a tabela do quadro
QUADRO CLII
CLIII, cujos valores resultam da relação experimental:
Dimensionamento dos ramais de descarga
Caudais (l/min) Q,; 2,5D (106)
Diâmetrp
DN interior Inclinação
(mm). em que:
(mm) )% 2% 3% 4%
40 36.4 16 23 28 33 Q -caudal de cálculo (1/min)
D- diâmetro interior do tubo de queda (mm)
50 45.6 30 42 52 60
75 70,6 96 135 165 191 a que correspondem valores de depressão nos tubos de queda não superiores a
90 85.6 160 226 277 319 40 mm.c.a., equivalentes a oscilações de nível nos sifões dos ramais convergentes na
110 105,1 276 390 478 552 ordem dos 25 mm (vd. 8.9).
125 119.5 389 550 673 777
QUADRO CLIII
o~ caudais das cannli;:.ações foram calculados de fonna a que Diâmetros dos tubos de queda e taxas
o escoamento se processe a 1/2 secção, através da fórmula de
Manning-Strickler e considerando que o material da tubagem
de ocupação f 5]
possui uma rugosidade K = 120 mw.s-•
DitJmetro do tubo de queda (mm) Taxa de ocupação(~,)

8.7 Ramais de ventilação D=SO 1/3


SO<D,;7s 1/4
Nos casos em que se verifique a necessidade de existirem ramais de ventilação, 75 < D $ 100 1/5
o seu diâmetro interior deve ser igual ou superior a 2/3 do diâmetro dos ramais de 100<0:::: 125 1/6
descarga que ventilam. D> 125
Os troços horizontais deverão possuir inclinação ascendente, no sentido centrá~
rio ao do escoamento do ramal que ventilam, de valor não inferior a 20 mrnfm. Como já foi referido anteliom1ente, os tubos de queda deverão preferencialmen~
te ser constituídos por um único alinhamento recto na vertical, não sendo necessária
8.8 Thbos de queda a introdução de acessórios no seu percurso, tendentes a reduzir a velocidade de es~
coamento, pelo facto de se verificar um certo equilíbdo entre a força da gravidade
O diâmetro dos tubos de queda não deve ser inferior ao maior dos diâmetros dos e as forças de atrito, resultando uma velocidade designada por tmminal, a qual não
ramais que para ele confluem, com um mínimo de 50 mm. depende da dimensão linear do tubo de queda.
O diâmetro dos tubos de queda deve ser constante ao longo de todo o seu desen- Considerando o caudal a dremu· no tubo de queda como um corpo sólido que se
volvimento. desloca ao longo deste, influenciSado pela acção da força da gravidade e das forças
Os tubos de queda deverão ser dimensionados para uma taxa de ocupação máxi~ de atrito devido ao seu contacto com as paredes do tubo, verifica-se que este movi-
ma do caudal drenado de l/3, a qual se define através da relação mento pode ser traduzido de forma aproximada pela equação diferencial:

dv (107)
(105) m -:m·g-'t·n·D·M
dt
em que: em que:
t, - taxa de ocupação m - massa de água passada através da secção oo intervalo de tempo t
s,._, -secção ocupada pelo caudal de esgoto v - velocidade de escoamento cmTespondente a percon-er um percurso !J.Z
S"' - secção ocupada pelo caudal de ar t -tempo

278 279
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distl"ibuiçlio e Drenagem de Águas

g -aceleração da gravidade quando z corresponde à distância medida até ao ponto de entrada. Substituindo na
1 -atrito por unidade de área equação (I 08), teremos:
D -diâmetro interno elo tubo de queda
ó.L -altura do anel de água dz=L vdv
Q -caudal escoado através do tubo de queda g1_:"_.ÀDv3 ( 113)
2 d Q
Procedendo à substituição de m e definindo 1: em termos do coeficiente de atrito
À e da velocidade v, teremos: Integrando esta equação, obtém-se o valor do comprimento L 1 (em metros) ao fim
do qual se atinge a velocidade terminal, o qual é dado pela expressão:
dv nÀ
-=g--·D·v 3 ( 108)
dt 2Q (114)

A velocidade terminal no tubo de queda verificar-se-á quando dvldt =O, condu- O diâmetro interior dos tubos de queda é calculado como se indica:
zindo à expressão: a) Dete1mina-se o caudal de cálculo confluente para o tubo. de acordo com o
referido em 8.3;
(109) b) Calcula-se o diâmetro do tubo:
v,=2(;)"'
• ou através da expressão obtida a partir da equação (111):
em que:
D = 4,4205 · Q 318 · (j18 (115)
v,-velocidade terminal (m/s)
Q -caudal escoado (1/min) em que:
D -diâmetro interior do tubo (mm) D ~diâmetro interior elo tubo de queda (mm)
Q ~caudal de cálculo (1/min)
Atendendo à equação da continuidade:
t, ~taxa de ocupação
Q= v.S (llO)
• ou através da tabela do quadro CLIV:
Considerando v a velocidade terminal e S a secção da tubagem ocupada pelo
caudal escoado em função da taxa de ocupação '·'e do diâmetro do tubo, teremos: QUADRO CL!V
Dimensionamento dos tubos de queda
( lll) Caitddis-(1/ritin)
Diâmetro
DN interior 'flo:/i de 'óCu[JàçQ()
(mm.)
em que: (mm) 113 1/4 115 116 117
50 45.6 81 50 34 25 20
Q -caudal escoado através elo tubo (1/min)
I, -laxa ele ocupação 75 70.6 259 160 111 82 63
D -diâmetro interior elo tubo (mm) 90 85.6 433 268 185 136 106
110 105,1 749 464 320 236 182
O comprimento percorrido pelo anel de água até atingir a velocidade terminal é 125 119.5 1055 653 450 332 257
relativamente curto. podendo ser obtido através da equação 140 133.9 1429 885 610 450 348
160 153.0 2039 1262 870 642 497
dv dv ( 112) 200 191.4 3704 2293 1581 1167 902
-=v-
dt dz 250 239.4 6728 4165 ?872 2119 1639

281
280
Sistemas Prediais de Drmagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas

• ou através do ábaco da figura 178. em que:


? \000 Q,.,- caudal de ar no tubo de queda
~ S,.,- secção ocupada pelo caudal de ar
] 500 v""- velocidade do ar
111
~~ Q - caudal de água
f!, 1///
~~ S,.,- secção ocupada pelo caudal de água
l/f
ts
~~
~
ls

1
~ \

vIX 1J
V -velocidade terminal da água
1

, Conhecida a relação entre Sar' Se,- e a taxa de ocupação expressa em 8.8 (105),
virá: '

I I 'I (118)
/ ' / 'I
I 'I If- Pelo que se pode escrever:

"/J~V 40 50 60 70 \lO 9(\\00 200


(119)
Diâmetro (mm)
Introduzindo nesta última a expressão referente à detenninação de Q, obtida em
Fig. 178- Determinação do diâmetro dos tubos de queda
8.8 através da expressão (111), obter-se-á a expressão que permite a determinação

8.9 Colunas de ventilação


\ do caudal de ar, em função do diâmetro do tubo de queda respectivo e da taxa de
ocupação do caudal de esgoto escoado:
O diâmetro das colunas de ventilação não deve decrescer no sentido ascendente. (120)
Como já anteriormente foi referido, uma rede de drenagem de águas residuais
domésticas terá sempre de possuir ventilação primária, a qual será obtida através do em que:
prolongamento do tubo de queda até à sua abertura para o exterior da edificação. Q"'.- caudal de ar (ilmin)
Para que tal se verifique, é necessário que o escoamento no tubo de queda se processe t., - taxa de ocupação
de forma anelar, assegurando assim no interior deste uma coluna destinada ao escoa- D -diâmetro inteóor do tubo de queda (mm)
mento do caudal de ar de ventilação.
Admitindo que a velocidade do ar escoado num tubo de queda é igual à do cau- A fórmula de Darcy-Weisbach (20) possibilita a determinação do comprimento
dal de água residual escoado na superfície de separação entre o anel de água e o ar, máximo da coluna de ventilação primária, a qual deverá assegurar a não-introdução,
e que a velocidade da água nessa superfície é 1.5 vezes a velocidade média, então a nos ramais de descarga convergentes para o tubo de queda, de depressões de valor
velocidade do ar será V 111. = 1,5 V 1, assim que a velocidade terminal for atingida. superior a 25 mm c. a. (a altura do fecho hídrico dos sifões que equipam os apare-
Donde poderão escrever-se as igualdades: lhos tem um valor mínimo de 50 mm; admitindo-se uma perda por evaporação de
25 mm, em caso de não utilização do aparelho por um período de cerca de 30 dias,
(116)
os restantes 25 mm permitirão assegurar a manutenção do fecho hídrico, apesar das
oscilações de nível provocadas pelas depressões introduzidas). Essa fórmula assume
resultando a forma:

(117) (121)

282 283
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçiio e Drenagem de Águas

em que: Resultados experimentais demonstraram que 50 a 75% do caudal de ar, determi~


L,, -comprimento da ventilação (m) nado pela expressão (120) atrás referida, no caso da existência de ventilação secun-
f -coeficiente de atrito. função do diâmetro de ventilaçào dária passa para esta [70]. Tendo em conta esta consideração (em que o c~udal de ar
D,. -diâmetro de ventilação (mm) a escoar através da coluna de ventilação secundária é cerca de 2/3 do caudal de ar
Q,, -caudal de ar de ventilação (1/min) total a escoar), toma-se possível o estabelecimento de uma expressão que possibilita
LC -somatório dos coeficientes relativos à.s perdas de carga referentes às singularidades a determinação do caudal de ar a escoar através da coluna de ventilação secundária
Desprezando o factor relativo às perdas de carga localizadas, o qual geralmente em função do diâmetro e da taxa de ocupação do tubo de queda, a qual assume a
assume valores sem significado em termos práticos, teremos: forma:

0,904x10-3 D 5 (123)
L,, ·-'- (122)
f Q,~,
A figura 180 ilustra um ábaco que possibilita a determinação de Q,., conheci-
A figura 179 ilustra um ábaco que possibilita a obtenção de f em função de D v e do D, para uma taxa de ocupação de 113, uma vez que, quando é instalada venti-
um ábaco que relaciona Q,.,. com o comprimento L, e o diâmetro Dv. lação secundária, os tubos de queda poderão ser dimensionados para essa taxa de
ocupação.
'
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0.0

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'' s
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5,., o
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l::::s 7
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Camptirnoolo l' (m)
" ." 100 200
Diõmetro do !u~o de quedo (mm)
:lOO

Fig. 17Y- Relação entre o diâmetro e o comprimento da coluna de ventilação Fig. ISO~ Determinaçfto do caudal de ar

284 285
Sistemas Prediais de Drenagem de Aguas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas

Conhecido o caudal de ar, e tendo em conta a limitação de introdução nos ramais A tabela do quadro CLV estabelece uma relação entre Dv, Lv e D,
de descarga convergentes para o tubo de queda de depressões de valores não superio- para alguns valores de diâmetros de tubagem de PVC comercializados no mercad0
res a 25 mm c. a., poder-se-á calcular o diâmetro da coluna de ventilação secundária, nacional.
em função do seu comprimento e do caudal de ar, através da expressão (122).
A combinação dos ábacos das figuras 179 e 180 permite obter o ábaco da QUADRO CLV
figura 181, o qual possibilita a determinação do diâmetro da coluna de ventilação Dimensionamento das colunas de ventilação
secundária em função do diâmetro do tubo de queda respectivo e do comprimento
máximo da coluna. Altura máximC; (,n)
DN do tubo de éiiteda
DN Diâmetro
interior
(mm) Diâmetro interiór do tubo de_ queda '(rmn)
I\00, (nvn)
90 110 125 140 160 200 250
85,6 105,1 119,5 133,9 153,0 191,4 239,4
!

-
~ 50 45,6 5
E
2 "
, I 75 70,6 55 18 9 5
1--
90 85,6 154 SI 26 14 7
~--- r- t- 1-
Dv " 191_4
•• IIO 105,1 154 77 42 21 6
r---
f--
1--
-t----
t-- l::t- ~mt--
~
Ov ~ 119_·; mm
Dv~
r- - r- t--
t-
1-
\\'1,.
125
140
II9.5
133,9
154 84
154
41
75
12
23 7

- r=: t::t- 160 153,0 154 46 14


r- 1-t- Dv"' 85,& mm
t--1-
1-
~ t-- 1- m 200 191,4 154 46

Dv"'456mm
1--
8.10 Colectores prediais
t--
., O diâmetro dos colectores prediais não deve ser inferior ao maior dos diâmetros
'00
Alluro móximo (m) das canalizações que para ele confluem, com um mínimo de 100 mm.

Fig. I 8 I -Determinação do diâmetro da coluna de ventilação


As inclinações dos colectores devem estar compreendidas entre 1Oe 40 mm/m.
Os colectores devem ser dimensionados para um escoamento não superior a
1/2 secção.
As curvas do ábaco anteriormente referido, relativas ao dimensionamento das O diâmetro interior dos colectores prediais é calculado como se indica:
colunas de ventilação, são representadas pela expressão:
a) Determina-se o caudal de cálculo confluente para o colector, de acordo com o
(124) referido em 8.3;
em que: b) Calcula-se o diâmetro do colector:
D,.- difimetro da coluna de ventilação (mm)
L, -comprimento da coluna de ventilação (m)
• ou através da fórmula de Manning-Suickler ( 102);
D -diâmetro do tubo de queda (mm) • ou através da tabela do quadro CLVL

286 287
Sisremas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçlío e Drenagem de Águas

QUADRO CLVI Os tubos de queda serão executados em PVC rígido e prolongados acima da
Dimensionamento dos colectores prediais cobertura, de acordo com as disposições regulamentares aplicáveis. nos diâmetros
indicados nas peças desenhadas e quadros.
Diâmetro Caudais (flmin)
DN Os colectores prediais serão executados em PVC rígido de K = 120 m w .s· 1• nos
intàior lncllnâçüo
(mm) diâmetros indicados nas peças desenhadas e quadros, sendo instalados com inclina-
(mm) J% 2%· 3% 4%
110 105.1 276 390 478 552 ções de 20 mm/m.
125 119,5 389 550 673 777 A câmara de ramal de ligação ficará instalada no inte1ior da edificação e posicio-
··----
140 133,9 527 745 9!2 1053 nada de acordo com o assinalado nas peças desenhadas.
160 153.0 751 1063 1301 1503 O ramal de ligação será executado em PVC lÍgido de K = 120 rn 113 .s· 1• no
200 191.4 1365 1931 2365 2730 diâmetro indicado nas peças desenhadas e quadros, e instalado com inclinação de
250 239,4 2479 3506 4294 4959 20mmJm.
----·-
315 301.8 4598 6503 7965 9197 As figuras 182 a 187 mostram em planta a rede de drenagem dos diferentes pisos.
-----·-· -------
Os caudais da~ canalizações foram calculados de r·orma u que o escoamento
A figura 188 mostra em termos esquemáticos em corte o desenvolvimento de tu-
.>c processe a 1/2 secç:lo, atravb dn !"ôrmula de Manning-Strickkr e considc-
rando que o material da tubagem possui uma rugosidade K = 120 m 11-'.s- 1 bos de queda, dos colectores prediais e da ligação do sistema predial à rede pública.

8.11 Ramais de ligação 8.12.2 Caudais de descarga


O diâmetro dos ramais de ligação prediais não deve ser inferior ao maior dos Os caudais de descarga considerados para efeito de cálculo são os expressos no
diâmetros das canalizações que para ele confluem, com um mínimo de 125 mm. quadro CXXXL
As inclinações dos ramais de ligação não deverão ser inferiores a 10 mrn/rn,
sendo aconselhável que se situem entre 20 e 40 mm/m.
Os colectores devem ser dimensionados para um escoamento não superior a 8.12.3 Dimensionamento
1/2 secção. independentemente de o sistema público ser separativo ou unitário. 8.12.3.1 Generalidades
O diâmetro interior dos ramais de ligação é calculado do mesmo modo que os
coleclores prediais. O dimensionamento foi efectuado considerando:
Os caudais de cálculo obtidos a partir do ábaco ilustrado na figura 175. com
8.12 Exemplo prático de aplicação
base no somatório dos caudais de descarga (caudal acumulado) confluentes
8.12.1 Generalidades para a tubagem considerada;
As inclinações das tubagens;
Como forma de ilustrar as regras de dimensionamento referidas. apresenta-se o
projecto do sistema de drenagem de águas residuais domésticas de um edifício com A rugosidade dos materiais constituintes das tubagens;
cinco pisos, elos quais o primeiro constitui parte comum onde se situam as garagens Os diâmetros obtidos por recorrência à formulação referida, tendo em conta a
e arrecadações. especificidade do elemento considerado;
Os restantes quatro pisos constituem duas habitações. ambas de tipologia T3 de Os ramais de descarga individuais, para os quais foram tomados os diâmetros
tipo duplex. indicados no quadro CL;
Todos os aparelhos sanitários instalados serão equipados com sifões individuais Os ramais de descarga não individuais, colectores e ramal de ligação. cujo
com fecho hídrico de 50 mm.
dimensionamento foi efectuado para um escoamento a meia secção:
Os ramais de descarga serão executados em PVC rígido de K = 120 m 113 .s· 1,
nos diâmetros indicados nas peças desenhadas e quadros. sendos instalados com Os tubos de queda, em cujo dimensionamento foram consideradas as taxas de
inclinações compreendidas entre IOe 40 mm/m. ocupação necessárias à dispensa de ventilação secundária.

288 289
Sistemas Prediais de Drenagem de Aguas Residuais Domésticas
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas

8.12.3.2 Ramais de descarga individuais


QUADRO CLIX
Os diâmetros dos ramais de descarga individuais considerados são os que cons- Dimensionamento dos tubos de queda
tam do quadro CLVII. Diâmétro
Tubo Cauda,!_> Caudal
de queda , Ap~~elho sanitário acwnu!ado, '·de. cáic~lo
Taxá de dá tubo
QUADRO CLVI! (1/min;' (i)min) .o~t;p(/Çi;;j_;' ~di q~Úa
, _,_::-·,.i "(mm)
Ramais de descarga individuais DI 2Br+2Ba+2Lv+2Bd 420 186 1/5 90
-.>.- ,,··-:. ~-- :'.<.Diâmú~(ÚJ.O>rainal:.: . .: D2 2Br+2Ba+2Lv+2Bd 420 186 l/5 90
Aparrçill~~§ci,riitá,rí~ ' ,: ,:l!e::de~~c:_.~:'-$:4 in,4Jyfducp. - D3 2L1+2Ml+2Mr 300 156 l/4 75
·- · -" '(Úú'n)' , ··
D4 2Lv+2Br 240 138 l/6 90
Br 90
Lv 40 8.12.3.5 Colectores prediais
LI 50
Bd 40 Os colectores prediais foram dimensionados de acordo com os c1itérios indica-
Ba 40 dos em 8.10.
Ml!.Mr 50 No quadro CLX indicam-se os parâmetros necessários à determinação dos diâ-
metros dos diferentes colectores referidos.
8.12.3.3 Ramais de descarga não~individuais QUADRO CLX
Os ramais de descarga não-individuais foram dimensionados de acordo com os Dimensionamento dos colectores prediais
critérios indicados em 8.6.2. _..-·
Caudal CaUdal Diâmetro
Colector Pr()veniência .Jncli-nqçãa, ,,: do· c'ote'ctor
No quadro CLVIII indicam-se os parâmetros necessários à determinação dos acumulado de cálculo
predial das"d~scargas (mmlm)
(l/min) (1/min) (mm)
diâmetros dos diferentes ramais de descarga não-individuais referidos.
Cll-CI2 D3 300 156 20 110
CI2-CI3 D3+D4 540 213 20 110
QUADRO CLVIII CI3-CI5 D3+D4+Dl 960 290 20 110
Dimensionamento dos ramais de descarga não-individuais CI4-CJ5 D2 420 186 20 110
,C'audál'".; ':-;' -~~-. :::_'Difún~tY.o'
' cauaát· 8.12.3.6 Ramal de ligação
acu.múfadà:, de cálculo>· _ln.clil)_CfÇ/fP.-;
··-rrii;rtlwr· :- , dos :ramais
'(llmln)" <vnlü1i: '
· (mm).
O ramal de ligação foi dimensionado de acordo com os critéiios indicados
lLv+lBd+IBa 120 95 10 75
em 8.11.
lMl+lMr 120 120 10 75
No quadro CLXI indicam-se os parâmetros necessários à determinação do diâ-
ILv+IBa+IBd 120 95 10 75
metro do ramal de ligação referido.

8.12.3.4 Thbos de queda QUADRO CLXI

Os tubos de queda foram dimensionados de acordo com os critérios indicados Dimensionamento do ramal de ligação
Proveniência
r_ Caudal Caudal Diâin(/ti·O·::é!O ·.
em 8.8. Inclinação,
., aCtp.,;.ulq(zp ,,_ , -_d_e.cttJ.~ftz~.: ·ram~·l~'.dt'Ji'g'b~d;)-·:
No quadro CLIX indicam-se os parâmetros necessários à determinação dos das descargas·
(llmin) (1/min)
·::'(0niil~ít-- -i ' 6;th';:J:;.;;r/',<i''c O:
diâmetros dos diferentes tubos de queda referidos. Dl+D2+D3+D4 1380 352 20 125

290 291
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas

PISO 4
COBERTURA

I
li
~
I "
ii9o

~'1v:>,

~
jl
l==-
Fig. !84- Drenagem do piso 4
Fig. I 82- Cobertura do ediflcto

PISO 3
PISO 5

Fíg. I S3 -Drenagem do piso 5 Fig. I 85- Drenagem do piso 3

293
292
Sistemas Prediais tle Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

PISO 2

CORTE

1-rJ '
I
I 1-rJ
I I 1-rJ
I
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Fig. 186- Drenagem do piso 2 u


PISO 1
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.. 51 ~110 I 41 •110 jJ~ ~l\0 'h f


o "
~

Fig. ISS- Desenvolvimento da rede de drenagem

Fig. l 87- Drenagem do piso I

295
294
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Si,\·tenws Prediais de Disrribuiçüo e Drenagem de Águas

9 INSTALAÇÕES COMPLEMENTARES frequentemente ocnpados. de forma a reduzir os efeitos de eventuais maus cheiros
delas emanados.
9.1 Sistemas elevatórios No sentido de evitar a emanação de cheiros e a passagem de gases para o exte-
9.1.1 Generalidades rior, deverão ser dotadas de dispositivos de fecho hermético.
Deverão ser dotadas de ventilação secundária. a qual será obtida através de tuba-
De acordo com a filosofia regulamentar [5], todas as águas residuais recolhidas a gens com diâmetro não inferior ao da tubagem de compressão.
nível inferior ao do arruamento, mesmo que acima do nível do colector público. de- A estmtura da câmara deverá ser independente dos elementos estruturais do
vem ser bombadas, de modo a evitar o possível funcionamento em carga do colector edifício.
público. o que eventualmente se poderia traduzir na inundação das zonas posiciona- As câmaras deverão ser concebidas de forma a garantir a sua impermeabiliza-
das nesses níveis.
ção; o revestimento interior deverá ser resistente à acção corrosiva dos efluentes a
Neste sentido e uma vez que actualmente se constroem cada vez mais edifícios
conter.
com vários pisos abaixo do nível dos arruamentos, o que impossibilita que as águas
A concordância do fundo com as paredes deverá fazer-se através de superfícies
residuais recolhidas a esses níveis sejam conduzidas por gravidade para os colectores
com inclinação mínima de 45°. de forma a evitar a deposição de matérias sólidas.
públicos, existe a necessidade de dotar estas edificações de instalações elevatórias.
A geometiia das câmaras será função do tipo de equipamento elevatório a
destinadas a elevar por meios mecânicos as referidas águas residuais.
utilizar. No entanto, deverá ser assegurado o acesso para eventuais operações de
Os grupos de elevação deverão preferencialmente ser constituídos por dois ele-
manutenção e de reparação; deverá também ficar assegurado que o nível máximo de
mentos de bombagem funcionando como reserva activa mútua, dotados de dispositi-
água residual no seu interior não ultrapasse a cota de soleira do colector afluente.
vos de comando. segurança e alarme.
Os tipos de sistemas mais utilizados para este fim são constituídos por: elemen- Os aspectos enunciados, nos casos de câmaras que comportem duas células,
tos de bombagem submersíveis (a câmara de bombagem é constituída por uma única dizem unicamente respeito à célula destinada à recolha dos efluentes e não àquela
célula, onde coabitam os elementos de bombagem e os caudais afluentes), ou ele- onde se encontram as electrobombas.
mentos ele bombagem instalados em câmara seca (a câmara de bombagem é consti-
tuída por duas células. uma para instalação dos elementos de bombagem e outra para 9.1.2.3 Dimensionamento
recolha dos caudais afluentes).
A câmru·a deverá possuir uma profundidade mínima de cerca de 0,90 m, medida
entre a cota de soleira da câmara e a cota de soleira do colector afluente.
9.1.2 Câmaras de bombagem
O volume útil da câmara de bombagem será função do caudal de cálculo e do
9.1.2.1 Generalidades número horário de ruTanques admitido para o elemento de bombagem, com o objec-
tivo de evitar tempos de retenção que excedam 10 minutos para os caudais médios
As câmaras de bombagem têm por finalidade armazenar águas residuais, as
afluentes, o qual poderá ser determinado através da expressão:
quais, por intermédio de equipamentos mecânicos. são posteriormente elevadas para
os níveis pretendidos, de modo a chegarem à câmara de ramal de ligação. v = 0.9·Q,. (125)
A deposição das águas residuais em câmaras de bombagem só deverá ser feita UI. N
nos casos em que haja recolhas a nível inferior ao do arruamento.
Os caudais afluentes dos diferentes aparelhos, cuja drenagem não seja possível em que:
cfectuar por gravidade, deverão ser conduzidos para uma câmara de inspecção, antes v;.,_ -volume útil da câmara de bombagem (m1 )
de darem entrada na câmara de bombagem. Q, -caudal afluente dctcmünado (1/s)
N -número horário de arranques do elemento de bombagem
9.1.2.2 Aspectos construtivos Os aspectos enunciados, no caso de câmaras que comportem duas células. dizem
As câmaras deverão ser implantadas em locais que permitam uma fácil inspec- unicamente respeito à célula destinada à recolha dos efluentes e não àquela onde se
ção e manutenção. Dever-se-á preferencialmente garantir o seu afastamento de locais encontram as electrobombas.

296 297
-?"" '

Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçiio e Drenagem de Â.guas

9.1.3 Instalações elevatórias Estas instalações deverão ficar o mais afastadas possível das zonas habitadas,
não só pela razão da eventualidade de emanação de maus cheiros, mas também para
9.1.3.1 Generalidades
minimizar os efeitos dos ruídos derivados do seu funcionamento, devendo ainda,
Para que uma instalação elevatória de águas residuais transporte com eficácia neste sentido, ser dotadas de sistemas de isolamento convenientes, nomeadamente
as águas residuais afluentes da câmara de bornbagern para a câmara de ramal de embasamentos isolados e fixações elásticas.
ligação, é indispensável a determinação exacta quer do caudal residual afluente quer Os grupos serão constituídos no mínimo por duas electrobombas, cada uma das
das caractetísticas dos elementos de bombagem, as quais serão função do tipo de quais com capacidade de elevação para o caudal afluente previsto incrementado em
água residual, da altura manométrica de elevação e do número horário de an·anques cerca de 20%, como margem de segurança, e para a altura manomét.J.ica de elevação
determinada, majorada de 10 a 20%.
admitido.
Os grupos electrobomba devem ser de funcionan1ento automático, permitindo
Como já atrás se referiu em 9.1.1, os grupos de elevação deverão ser constituídos
preferencialmente também o comando manual e ter caractelÍsticas adequadas ao
no mínimo por dois elementos de bombagem, destinados a funcionar como reserva
caudal residual a transportar.
activa mútua; em caso de necessidade, deverão funcionar também em conjunto, de
O comando automático do grupo poderá ser conseguido através de reguladores
modo a incrementar a capacidade de elevação. É boa prática a utilização de tuba-
de nível (bóias flutuadoras), os quais, ao atingirem os níveis pré-fixados, actuam
gens de compressão com diâmetro não infelior a 75 mm, nos casos de existência de
sobre os relés de comando, emitindo ordens de paragem ou de accionamento dos
eftuentes provenientes de bacias de retrete; no entanto. como medida de segurança, motores. O sistema de segurança e de alarme pode ser obtido através dos reguladores
recomenda-se a utilização de tubagens com diâmetro supelior ou igual a 90 mm. de nível atrás referidos, sendo o sistema accionado sempre que nestas posições não
As canalizações de aspiração, quando existam, devem ser independentes e se verifique quer o acciona:mento, quer a paragem dos motores.
possuir diâmetro constante ao longo de todo o seu desenvolvimento, o qual em caso As figuras 189 e 190 ilustram de fomm esquemática duas instalações deste tipo,
algum deverá ser inferior ao das tubagens de compressão. uma com bombas submersíveis e ouu·a com montagem dos elementos de bombagem
A velocidade mínima de escoamento não deverá ser inferior a 0,7 m/s. em câmara seca.
Como antedom1ente se referiu, os elementos de bombagem serão seleccionados
em função do tipo de água residual a bom bar, a qual implica o uso de diferentes tipos
de impulsores. Seguidamente, enunciam-se os tipos de impulsores mais usuais. e os
tipos de águas residuais mais adequados a serem por estes transportados:

Monocanal: adequados a águas residuais contendo matérias fibrosas, as quais


tenham tendência a formar rolos;
Bicanal: adequados a águas residuais contendo matérias sólidas que não
tenham tendência a entrelaçar-se e com baixas percentagens de gasosos; I
Vórtice: destinados ao transporte de águas residuais contendo sólidos de I
6
I
dimensões iguais ao diâmetro de entrada; I
Hélice: adequados à elevação de grandes caudais em pequenas alturas I - Electrobombn I
2- V:Hvu!a de seccionamento _J
de elevação; especialmente recomendados para elevação de águas residuais 3- Válvula de retenção
4- Tubagem de compressão
pluviais. 5- Bóia fluruadora (sensm· de nível)
6- Colector afluente
7 -Condutores eléctricos
9.1.3.2 Disposições construtivas S- Quadro de comando c controlo
9- Sinalizador ncú~tico
As instalações de elevação de águas residuais deverão ser dotadas de dispositivos
de comando, de segurança e de alarme, devendo este último emitir sinalética sonora
em caso de avaria. Fig. 189 - Instalação elevatória com câmara seca

298 299
Sisremos Prr:diois de Drerwgcm de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistema.\· Prediais de Distri!miçüo e Drenagem de Aguas

1 - Ekctrobomb<I 5
2- Válvula de retenção
3- Bóiu llutuadora (~en~or de níve!J
3 ~.
4- Válvula de seccionamcn\Cl
'
~ lc = 9.00 m
5- Colcctor ;illuenle
6 - Tubagem de compressão I
7 - Sinalizaclor ncústico I
: -; Quadro de comando c controlo I
9 -Condutores cléctrico:;
,--I
Fig. ! 90- Instalação elevatória com bombas submersíveis

lc- Comprimento da tubagem de compressão


9.1.4 Exemplo prático de aplicação
Fig:. 19 I ~Esquema da instalação de elevação
9.1.4.1 Generalidades
Como forma de ilustrar o dimensionamento de uma instalação elevatória de
minou-se o caudal de cálculo (quadro CLXII), cuja elevação terá de ser assegurada
águas residuais domésticas, apresenta-se seguidamente o dimensionamento de uma
pelos elementos de bombagem.
instalação com bombas submersíveis. destinada a elevar as águas residuais domésti-
Tendo em conta o caudal de cálculo considerado, afectado de um coeficiente de
cas de duas caves de um edifício de habitação. Em cada uma das caves existem dois
segurança de 20%, bem como a necessidade de limitação da velocidade de circulação
rogo~ dotados de uma instalação sanitária completa. e uma cozinha que. para além
do caudal no troço de elevação (tomou-se como limite máximo 2 mis) e as limita-
do lava-louça. comporta ainda uma máquina de lavar louça e uma máquina de lavar
ções dimensionais de diâmetro atrás referidas, pela recorrência à fórmula de Flamanl
roupa. (30) procedeu-se à detenninação do diâmetro e da perda de carga de percurso neste
Considerou-se a instalação de um grupo constituído por dois elementos de bom-
elemento de tubagem. De posse destes valores. determinou-se a altma mano métrica
bagem, os quais funcionarão como reserva activa mútua.
de elevação (vd. 9.3.2.3.2 do Capítulo I). cujo valor está contido no quadro CLXIIL
A figura \91 ilustra de forma esquemática a instalação referida.
tendo este sido incrementado em 20% para efeito de determinação da potência dos
elementos de bombagem.
9.1.4.2 Cálculos A potência dos elementos de bombagem foi determinada através da expressão
Como já anteriormente se referiu. cada fogo será dotado ele uma instalação (36), considerando que os mesmos terão um rendimento da ordem dos 70% (quadro
sanitária e uma cozinha. às quais correspondem respectivamente os seguintes dispo- CLXIV).
sitivos de utilízaçfto: l banheira, 1 bacia ele retrete, I bidê, 1 lavatório e I lava-louça, O volume útil da câmara de bombagem foi determinado através da expressão
I máquina de lavar roupa, l máquina de lavar louça. Tendo em conta os caudais de (125), considerando 8 arranques horários dos elementos de bombagem (quadro
descarga atribuíveis aos diferentes aparelhos e a curva que. função do somatório CLXV).
destes. expressa a probabilidade do seu funcionamento simultâneo (vcl. 8.3), deter- A tubagem ele elevação será executada em ··Metallit".

300 301
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO CLXII 9.2 Câmaras de retenção


Detemúnação do caudal de cálculo
9.2.1 Generalidades
Aparelhos Cauda/de Caudal Caudal
descarga acumulado de cálculo As câmaras de retenção são dispositivos a intercalar nos sistemas prediais de
Tipo Quantidade (flmin) (l/min) (fim in) drenagem e destinadas a reter no seu interior substâncias que eventualmente possam
Banheira 2 60 pôr em causa o con·ecto desempenho funcional dos sistemas prediais e públicos de
Bacia de retrete c/ autoclismo 2 90 drenagem de águas residuais.
Bidê 2 30 Os principais tipos de câmaras de retenção mais vulgarmente utilizados em sis-
Lavatório 2 30 720 248 temas prediais de drenagem de águas residuais são:
Lava-louça 2 30
Câmaras de retenção de areia: dispositivos destinadoS a reter no seu interior
Máquina de lavar roupa 2 60
as areias transportadas nos caudais drenados, sendo geralmente utilizadas em
Máquina de lavar !ouça 2 60
sistemas de drenagem de águas pluviais ou equiparadas;
Câmaras de retenção de elementos pesados: dispositivos destinados a reter
QUADRO CLXIII
no seu interior substâncias sólidas eventualmente u·ansportadas pelos caudais
Determinação da altura manométrica de elevação
drenados, sendo geralmente utilizadas em sistemas de drenagem hospitalar ou
Caudal bombado (m·1/h) 17,856 similares, como salas de ortopedia, para retenção de gessos;
Diâmetro da tubagem de compressão (mm) 75 Câmaras de retenção de gorduras: dispositivos destinados a reter no seu inte-
Velocidade de circulação (mls) 1.120 rior as gorduras transpm1adas pelos caudais residuais, estando a sua aplicação
Comprimen.to da tubagem de compressão (m) 9,000 recomendada sempre que se proceda à drenagem das águas residuais de insta-
Comprimento equivalente das singttlaridades da tubagem
56,800
lações industriais de confecção de comidas;
de compressão (m) · I
Câmaras de retenção de hidrocarbonetos: dispositivos destinados a reter no
Perda de carga de percurso na tubagem de compressão (mim) 0,029 seu intetior os hidrocarbonetos transpot1ados pelos caudais residuais, estando
Perda de carga na tubagem de çOmpressâo (m.c.a.) 1,821 a sua aplicação recomendada sempre que se proceda à drenagem das águas
Desnível geométrico entre a se'cçâo de saída da bomba residuais de determinadas instalações industriais, postos de lavagem de
7,500
e a secçüo de saída da tubagem de compressâo (m)
viaturas, etc.
Altura manométrica de devaç(~.o::_c(m=·':::·,a=.,_)_ _ _ _ ·------'-9=,3..c2.c1_
Este tipo de dispositivos é, na generalidade, constituído por uma ou rnais câma-
QUADRO CLXIV ràs, onde se processa a deposição dos elementos a reter, o que é conseguido através
Determinação da potência das bombas da redução da velocidade de escoamento no interior do dispositivo. Determinados
elementos separam~se das águas drenadas devido às diferenças de densidade e 'ficam
Caudal bombado Altura mmwmétrica Rendimento Potência
retidos, devendo posteriormente proceder-se à sua remoção.
H,,,_t da bomba da-bomba
(m.c.a.) (%) (kW)
0,00496 11,185 70 0,860 9.2.2 Câmaras de retenção de elementos pesados (areias, lamas, etc.)

9.2.2.1 Considerações gerais


QUADRO CLXV
Determinaçâo do volume útil da câmara de bombagem As câmaras de retenção de elementos granulares (em instalações prediais geral-
·-----·---~---- mente são areias) são dispositivos geralmente intercalados nas redes de drenagem de
N Volume útil
águas residuais pluviais ou equiparáveis, sempre que seja previsível que estas trans-
(arranques/h) (mJ)
pm1em quantidades significativas deste elemento, no sentido de impedir eventuais
4,960 s 0,558
entupimentos provocados pela sua deposição na rede.

302 303
Sistemas Prediois de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sisrcmas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas

A retençfto dos elementos granulares é obtida mecanicamente pela separação


destes dos caudais drenados devido às diferenças de densidade entre si.

9.2.2.2 Disposições construtivas e de utilização

Um dispositivo retentor de elementos granulares é constituído por uma ou várias


câmaras retentoras, separadas ou não. As âguas residuais ao entrarem na câmara
sofrem substancial redução na sua velocidade de escoamento, o que possibilitará a
deposição dos elementos a reter no fundo da câmara, provocada pela diferença de
densidades. os quais deverão ser periodicamente retirados, possibilitando desta for-
ma o seu adequado desempenho funcional.
As câmaras de retenção deverão ficar posicionadas o mais próximo possível do
local de produção dessas águas residuais. ou na base dos tubos de queda (referentes Fig. 192- Cftmara de retenção de areia
ü drenagem de águas pluviais).
Este tipo de equipamento existe no mercado em sistemas prefabricados, os quais Finalmente procede-se à determinação da secção transversal da câmara de
oferecem algumas vantagens relativamente aos equipamentos fabricados in sltu, retenção, para uma velocidade de escoamento na ordem dos 0,30 m/s, através da
destacando-se principalmente a facilidade de instalação. A fabricação in situ, em expressão:
termos de relações dimensionais. deverá obedecer aos requisitos referidos para as
câmaras de inspecção. de modo a possibilitar a fácil remoção dos elementos retidos (126)
no seu interior.
em que
No sentido de assegurarem um desempenho funcional satisfatólio. estes equi-
A - <irea d<t secção transversal (111 2)
pamentos deverão ser alvo de inspecções periódicas, para remoção dos elementos
Q -caudal de escoamento a tratar (m 3/~)
retidos e verificaçfto do seu estado de conservação. v -velocidade de escoamento (m/s)
A figura 192 ilustra uma câmara de retenção de areias.

9.2.3 Câmaras de retenção de gorduras


9.2.2.3 Dimensionamento
9.2.3.1 Considerações gerais
O .seu correcto dimensionamento implica o conhecimento de alguns factores que
a seguir se enumeram. tendo em conta a optimização do seu desempenho funcional. As câmaras de retenção de gorduras são dispositivos a intercalar nas redes de
f~lce ús suas características dimensionais. drenagem de águas residuais, sempre que estas transportem elevados teores de
Apurou-se experimentalmente que, para um desempenho funcional adequado gorduras.
dos retentores de areia, a velocidade de escoamento no seu interior deverá oscilar Não raras vezes se verificam problemas relacionados com o entupimento da.s
à volta de 0,30 m/s. sendo de admitir uma variação na ordem ele± 20% e devendo tubagens nas quais se escoam águas residuais com elevados teores de gorduras, pro-
evitar-se velocidades inferiores a 0,15 m/s. que poderão dar origem. no caso da dre- vocados pela sua aderência às paredes das tubagens, com a consequente substancial
nagem de águas residuais domésticas. à deposição de elevada quantidade de matéria redução das secções de passagem. quando não mesmo a sua completa obturação. Um
orgánica, bem como velocidades superiores a 0,40 m/s. que poderão possibilitar a factor a ter em conta e jâ referido em 8.5 é o da indispensabilidade de o dimensio-
não-retenção das partículas. namento das tubagens que transportam estes tipos de águas residuais, contemplar a
Deste modo, em primeiro lugar deverá proceder-se à determinação do caudal verificação da sua capacidade de autolimpeza e, eventualmente, dotá-las de um certo
máximo a tratar (caudal de ponta). o qual deverá corresponder ao somatório dos incremento dimensional, de modo a compensar eventuais reduções nas secçõe.:; das
caudais de descarga considerados. tubagens ao longo do tempo devidas às incrustações de gorduras.

304 305
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

A retenção das gorduras é obtida mecanicamente pela separação e retenção des- No sentido de assegurar um desempenho funcional satisfatório, a instalação de
tas, devido às diferenças de densidade verificadas entre os elementos que constituem retenção deverá ser inspeccionada com a pedodicidade adequada, para remoção das
essas águas. gorduras retidas e verificação do seu estado de conservação.
As figuras 193 a 196 ilustram diferentes tipos de sistemas de retenção de
9.2.3.2 Disposições construtivas e de utilização gorduras.

Um dispositivo retentor de gorduras deverá ser constituído por uma ou várias Gordura
Entrado Saído
câmaras retentoras de _elementos pesados e uma câmara de retenção de gorduras,
.....•.. / ..·.·.··•····
separadas ou não.
As águas residuais, ao entrarem na câmara, sofrem substancial redução na sua
velocidade de escoamento, o que possibilitará a separação das gorduras das águas
residuais devido à diferença de densidades, as quais deverão ser periodicamente reti-
radas. possibilitando desta forma o seu adequado desempenho funcional.
Estes elementos de retenção deverão ser instalados sempre que se verifique a
existência de instalações de confecção de alimentos em quantidade significativa (res-
taurantes, hotéis, etc.), uma vez que. geralmente, os caudais drenados neste tipo de
instalações transportam elevados teores de gorduras.
Entrado
Este tipo de equipamento existe no mercado em sistemas prefabricados. os quais
oferecem algumas vantagens relativamente aos equipamentos de construção no lo-
cal, merecendo algum destaque a facilidade de instalação e eventualmente substitui-
ção, se bem que possa ocOITer uma não-perfeita adequação ao sistema de drenagem
em presença.
Quer a câmara de retenção de gorduras, quer a câmara de retenção de elementos
Fig. 193 - Câmaras de retenção de gordura com câmara de retenção de elementos
pesados deverão possuir totais garantias de estanquidade, devendo ser fab1icados de pesados incorporada e separada (prefabricadas)
forma a não se tornarem susceptíveis a ataques corrosivos. Os equipamentos pro-
duzidos em betão ou alvenaria serão revestidos com camada de reboco afagado de
espessura não inferior a 15 mm, posteriormente recoberta com pintura resistente ao
ataque de ácidos gordos.
Como forma de se obter uma razoável eficiência na retenção, a entrada e a saída Saído

dos efluentes deverão posicionar-se em planos opostos. A entrada dos caudais resi-
duais na câmara de retenção deverá processar-se de molde a não perturbar quer a
ascensão das partículas de gordura, quer o repouso da gordura acumulada, devendo
para o efeito a<> câmaras ser dotadas de septos à entrada e à saída.
As câmaras de retenção de gorduras deverão ficar posicionadas o mais próximo
possível do local de produção dessas águas residuais, evitando-se desta fonna os
problemas relacionados com a redução das secções das tubagens onde se escoam. Fig. 194- Câmara retentora de gorduras com deflectores (prefabricada)

306
Sislcmas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçiio c Drenagem de Águas

Ref.
I Valores
recomendados
Entrado (mm)
A .•...
. I
B .· ·.

Saído c C-F 2::200


D >250
E >200
F > 150
G i
H .

I > 200
J I >G
K
L ~ 100
Saida Entrado
M .::::20
N <700
Enlrocfo 0a 0v

Fig. I 95 -Câmaras de retenção de gorduras ele planta rcctangu!ar Ref. mm/m


e circular (fabricadas in .1·itu) > 20
9.2.3.3 Dimensionamento
Fig. 196- Câmara de retenção de gorduras de planta rectangular (fabricada in situ)
O conecto dimensionamento deste tipo de equipamento implica o conhecimento
de alguns factores que a seguir se referem, tendo em conta a optimização do seu de-
sempenho funcional. face às suas características dimensionais. Em segundo lugar. dever-se-á fixar o valor a considerar para a supetfície especí-
O volume da câmara de retenção de elementos pesados (lamas) deverá ser dotado fica de separação. que para as situações correntes de unidades de produção alimentar
ele características volumétlicas não-inferiores ao do retentor de gorduras.
assume o valor de 0,25 m2 • para um caudal residual de 1 1/s.
Apurou-se experimentalmente que. para um desempenho funcional adequado
Os tempos de retenção a considerar deverão corresponder a uma eficiência da
destes retentores, a sua eficiência (eficiência= peso da gordura retida no retentor/
/peso total da gordura introduzida no retentor) deverá ser da ordem dos 90%, a que ordem dos 90%. O quadro CLXVII ilustra valores de tempo de retenção a conside-
corresponde uma capacidade de retenção. expressa em kg, de cerca de 14,5 vezes o rar, tendo em conta o pressuposto atrás referido, para diferentes valores de caudal
valor do caudal característico (máximo caudal a tratar de forma a reter 90% da gor- a tratar.
dura nele transportada), expresso em litros. QUADRO CLXVI
Em primeiro lugar, interessa determinar o caudal máximo a tratar (caudal de
Caudais de ponta a considerar
ponta), o qual deverá corresponder ao somatório dos caudais de descarga dos apare-
lhos considerados; um outro critério que poderá ser adaptado consiste na adopção de Número de refeições-servidas Cáudal (!is)
um determinado caudal em função do número de refeições servidas (para unidades 5400 2,00
de restaurantes ou similares). No quadro CLXVI indicam-se os caudais a considerar,
Por cada mais 100 0,25
tendo em conta o número de refeições servidas.

309
308
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO CLXVII câmaras de retenção de hidrocarbonetos, de acordo com as características da instala-


Tempos de retenção ção em presença e o grau de hidrocarbonetos nos efluentes a tratar.
As águas residuais, ao entrarem na câmara de retenção, sofrem substancial redu-
Tempo mínimo
Caudal (lls) ção na sua velocidade de escoamento, o que possibilitará a separação dos hidrocar-
de retenção (s)
ss 180 bonetos das águas residuais e a sua ascensão para a superfície, devido à diferença de
5 a !O 240 densidades.
>10 300 Estes elementos de retenção deverão ser instalados sempre que se verifique a
existência de efl.uentes provenientes de determinado tipo de instalações industriais,
postos de lavagem, de lubdficação e venda de combustíveis para viaturas.
Finalmente. procede-se à determinação da capacidade volumétrica do retentor de
Existem no mercado sistemas prefabricados; este tipo de equipamentos oferece
gorduras, a qual deverá ter características tais que lhe possibilitem a retenção de no
algumas vantagens relativamente aos equipamentos de construção no local, mere-
mínimo 40 l de gordura, para um caudal de 1 l/s tratado.
cendo algum destaque a facilidade de instalação e eventualmente substituição, se
Alguns autores preconizam a utilização da seguinte expressão para a determina-
bem que possa verificar-se uma não-perfeita adequação ao sistema de drenagem em
ção do volume da câmara de retenção de gordura:
presença.
V= 2N + 20 (127) Quer a câmara de retenção de gorduras, quer a câmara de retenção de elementos
pesados deverão possuir totais garantias de estanquidade, e ser fabricadas de fonna
em que: a não sofrerem qualquer ataque conosivo; no caso dos equipamentos produzidos
V- volume da cfimaro. de retenção de gorduras (l) -..,\..._ em betão, devem ser revestidos quer interior quer exteriormente por uma pintura
N- número de utente:; do espaço considerado betuminosa.
Como forma de se obter uma eficiência razoável na retenção, a entrada e a saída
Como já anteriormente se referiu, o volume da câmara de retenção de lamas dos eftuentes deverão posicionar-se em planos opostos. A entrada dos caudais resi-
deverá ter uma capacidade não-inferior ao da câmara de retenção de gorduras. duais na câmara de retenção deverá processar-se de molde a não pe1turbar quer a
ascensão das partículas de hidrocarbonetos, quer o repouso das partículas já acumu-
9 .2.4 Câmaras de retenção de hidrocarbonetos ladas à superfície, devendo para o efeito as câmaras ser dotadas de septos à entrada
e à saída.
9.2.4.1 Considerações gerais
Estas unidades de retenção deverão ficar posicionadas o mais próximo possível
As câmaras de retenção de hidrocarbonetos são dispositivos a intercalar nas do local de produção dessas águas residuais, de forma a evitar eventuais problemas
redes de drenagem de e:í.guas residuais, sempre que estas transportem elevados teores relacionados com a presença destas substâncias na rede de drenagem.
de hidrocarbonetos: a retenção destes elementos reveste-se de primordial importân- No sentido de assegurar um desempenho funcional satisfatório, a instalação
cia, pois, para além de serem bastante poluidores, pelo facto de formarem com o ar de retenção deverá ser inspeccionada com periodicidade adequada. para remoção
uma mistura explosiva poderão dar lugar a graves acidentes. dos hidrocarbonetos retidos e verificação do seu est.:1do de conservação, operação
A retenção dos hidrocarbonetos é obtida mecanicamente. pela separação destes esta que deverá revestir-se de cuidados especiais, devido ao facto de existir algum
das águas residuais, devido às diferenças de densidade. risco de inftamabilidade, bem como ao elevado nível de toxicidade dos vapores ema-
nados.
Estes sistemas deverão ter uma periodicidade de manutenção que não deveró.
9.2.4.2 Disposições construtivas e de utilização
exceder um mês.
Um sistema retentor de hidrocarbonetos poderá ser constituído por uma ou As figuras 197 a 199 ilustram diferentes tipos de sistemas de retenção de hidro-
várias câmaras retentoras de elementos pesados (areias, lamas, etc.) e uma ou várias carbonetos.

311
310
~~------

Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçüo e Drenagem de Aguc1s

Hidrocarbonetos v, v
I I Valores

~.snl~açõo . Ref recomendados


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Entrado ~
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Hidrocarbonetos ;
Saída .;-:: 100 '
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I
Câmara Hidrocarbonetos c C!L> 1
~

, ·j D 50
---- \ Obturador I
-----< ~ ~l E > 150 '
Cômoro Separador

--~-
~-
F :2::350
Cêmorc Mol~riais ~esoda:;
I i G ~ 200
Fig. 197- Câmara de retenção de hidrocarbonetos metálica (prefabricada)
,,
I '. .. '
H ;?:200
I
.T > 150
K ;:: 200
L
'
'' 0v até 0e
' igual a 100
Oe
·--
' se 0e> 100
0v = 2/3 0e
Tubulação para retirado
-do hidrocarboneto flutuante
Fig. 199- Câmara de retenção de hidrocarbonetos fabricada in situ

Q 9.2.4.3 Dimensionamento

O c01recto dimensionamento dum sistema de retenção de hidrocarbonetos im-

~ plica o conhecimento de alguns factores que a seguir se referirão, tendo em conta a


optimização do seu desempenho funcional, face às suas características dimensionais.
Sempre que não sejam conhecidos com exactidão o caudal e o teor de hidrocarbone-
tos das águas residuais a tratar. dever-se-á majorar o caudal obtido até cerca de três
Fig, 198- Câmara de retenção de hidrocarbonetos constitulda por anéis vezes, função da dimensão da instalação em presença.
p,refabricados de betão
Alguns documentos normativos estrangeiros referem que, para um desempenho
funcional adequado. os retentores deverão possuir uma eficiência (eficiência= peso
dos hidrocarbonetos retidos no retentor I peso total dos hidrocarbonetos no retentor)
na ordem dos 95%.
Em primeiro lugar, importa determinar o caudal máximo a tratar (caudal de pon-
ta). o qual deverá corresponder ao somatório dos caudais em presença.
Em segundo lugar. dever-se-á fixar o valor a considerar para a superfície especíil-
ca de separação (quadro CLXVIII), a qual será função do produto considerado. Para
as situações correntes. é usual considerar um valor de 0.20 1112• afectado do factor
corrector n.

312 313
Sistemas Prediais de Drenagem de Aguas Residuais Domésticas
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas

QUADRO CLXVIII 9.2.5 Exemplo prático de aplicação


Supetfícies específicas de separação
9.2.5.1 Dimensionamento de câmara de retenção de gorduras e lamas
Massa J'Olúmica Superfície específica de separação
Tipo de Factorde
do produto correspondente ao caudal escoado de
produto
(kg!m 3 )
correcção n Como forma de ilustrar as regras de dimensionamento referidas. apresenta-se o
11/s (m')
Gasolina 750 0.16 dimensionamento de uma câmara de retenção de gorduras e lamas, destinada a tratar
Petróleo 800 0,20 as águas residuais provenientes de um restaurante, para o qual se prevê o forneci-
Mazute 850 0,27 1.5 mento de 150 refeições diárias, equipado com 2 lava-louças e uma máquina de lavar
Óleo 900 0,40 2 louça.

Seguidamente, interessa estabelecer os tempos de retenção a considerar, os Recorrendo ao quadro CLXVI e tendo em conta o número previsível de refeições
quais serão função dos produtos contidos nas águas residuais a tratar (quadro a servir diariamente, procedeu-se à determinação do caudal de ponta (Q = 2.0 1/s).
CLXIX). Para situações coxTentes, à semelhança do que foi referido para a superfície Em segundo lugar, fixou-se o valor da superfície específica de separação, ten-
específica de separação, é usual considerar o tempo de retenção mínimo referido, do em conta a origem das águas residuais, que para o efeito .assumirá o valor de
afectado do factor corrector n. 0,25 m2 por cada unidade de caudal residual considerado, em Vs.
QUADRO CLXIX Finalmente, detern1inou-se a capacidade volumétdca de retenção de gordura da
Tempos de retenção câmara, tendo em conta que a mesma deverá ter capacidade para reter um volume
mínimo de 40 1 de gordura por cada unidade de caudal residual a tratar, em 1/s.
Tempo mínimo
Tipo de produto Factor de correcção n O quadro CLXXI resume os valores detem1inados.
de retenção (s)
Gasolina 120
Petróleo 120 QUADRO CLXXI
Mazute 180 1,5 Dimensionamento da cânzara de retenção de gorduras
Óleo 240 2
Superfície especifica Volúme
Caudal de·ponta Tempo de-retenção
Finalmente, procede-se à determinação da capacidade volumétrica do retentor de separação dé-,:Cié!iÇijO_ .
(1/s) (s)
de hidrocarbonetos, o que poderá ser feito a partir dos valores contidos no quadro (m') de ·górdurGS ( l) ·
CLXX, ou estabelecer um valor estimativo da probabilidade de deiTame, e por con- 2 0.50 180 80
sequência a transportar, através das águas residuais na instalação considerada.

QUADROCLXX Como antedotmente foi referido, a câmara de retenção de lamas deverá ter um
Volume a considerar de hidrocarbonetos função do tipo volume semelhante ao da câmara de retenção de gorduras.
de viatura por lavagem
Volume (l) 9.2.5.2 Dimensionamento de câmara de retenção de hidrocarbonetos
\
Tipos de viaturas.
DesiiáuJção
Turismo e reboques Pesados e reboques Apresenta-se igualmente o dimensionamento de uma câmara de retenção de
de um eixo de dois eixos hidrocarbonetos, destinada a tratar as águas residuais provenientes de uma estação
Capacidade mínima do de lavagem de viaturas, referente a um período de um mês, no qual serão lavadas 600
50 100
retentor de lubrificante
Quantidade de lubrificante
viaturas ligeiras. Trata-se de hidrocarbonetos provenientes de óleos lubrificantes.
2 Considerando quatro agulhetas para lavagem da área considerada, e que cada
residual por lavagem
Quantidade de materiais uma debita um caudal de 1,5 l/s, procedeu-se à determinação de caudal de ponta
_J2esados por lavagem
10 20
(Q = 4 x 1,51/s) majorado com um coeficiente igual a 2.

314 315
Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçiio e Drenagem de Asuas
S'isrcmas Prediais de Drenagcm de JÍguas Residuais Domésticas

Ern segundo lugar, fixou-se o valor da superfície específica de separação, tendo acção mecânica (sedimentação e Jiotação) e a uma acção biológica (digestão anaeró-
bia ou fermentação séptica).
em conta o tipo de produto transportado nas águas residuais e recorrendo ao quadro
CLXVIII, o qual assumirá o valor de 0,40 m2 por cada unidade de caudal residual As águas residuais, ao entrar na fossa, deverão sofrer uma substancial redução
na sua velocidade, de modo a possibilitar que as matérias sedimentáveis que tra~18 _
considerada, em i/s.
Seguidamente. fixou-se como tempo de retenção 240 s. o qual é funçfto do tipo portam, sob a acção do seu próprio peso, se separem do líquido e se acumulem 110
fundo, formando lamas; as matérias transportadas de menor densidade, como oo-ordu-
de produto a tratar (quadro CLXIX).
De posse dos valores atrás mencionados, procedeu-se à determinação da capa- ras, detritos vegetais, etc .. flutuantes aglomeram-se à supelikie, formando a escuma
cidade volumétrica da câmara de separação (V::: caudal x tempo de retenção) e da ou crosta.
Logo, as fossas deverão ser concebidas de forma a que a velocidade das águas
supc1fície de separação total.
Finalmente, determinaram-se as capacidades volumétricas elas câmaras de re- residuais no seu interior sejam inferiores à velocidade a que se dá o processo an-
tenção, através dos valores contidos no quadro CLXX, para o número e o tipo de teriormente referido, bem como a serem dotadas de meios físicos que impeçam a
viaturas considerados. saída dos elementos flutuantes, possibilitando que se dê adequadamente toda a acção
O quadro CLXXII resume os valores determinados. mecânica. ~
Seguidamente estas substâncias, retidas no interior da fossa (escumas e lamas),
QUADRO CLXXII sofrem uma acção biológica, a qual consiste na sua transformação de matéria orgâ-
Dimensionamento da câmara de retenção de hidrocarbonetos nica em matéria mineraL acompanhada de libertação de gases, processada atravGs
duma fermentação do tipo anaeróbio: est:'l transformação consiste na extracção por
Caudal Supe1:{ície Tempo Volume Volume Volume
de ponta espec(fica de de retenção da càmara da câmara da câmara parte das bactérias do oxigênio desses compostos, que ficam sem oxigênio nas suas
separaçüo de separaçüo de óleo de elementos moléculas, o que implicará a estabilização destas matérias em maior ou menor grau,
~ w; N
-------------··-----·(50~~·-----
m m -~m bem como uma significativa reduçfto das lamas. em tennos volumétricos. A tempe-
ratura é um factor decisivo para a velocidade do processo transformativo.
(!.5x4x2) (0,40x!2) (!2X240) 600 ) (!Ox600)
140
- 2880 X 6000 Não deverão ser encaminhadas para as fossas grandes quantidades de gorduras
12 4_8 - - - - - - - - · - - __65_()__ ______._ _
ou ele detergentes, uma vez que a acção bacteriana pode ser prejudicada, em maior
ou menor escala, em função dessas quantidades.
10 SISTEMAS PRIVADOS DE TRATAMENTO DE ÁGUAS Tendo em conta o que atrás foi referido, alguns projectistas preferem encami-
RESIDUAIS DOMÉSTICAS nhar para as fossas apenas as águas residuais provenientes de aparelhos destinados
a receber dejectos humanos, encaminhando as águas saponáceas ou de lavagens di-
I 0.1 Generalidades
rectamente para os meios complementares ele tratamento. No entanto, uma fossa
Sempre que se veriíl.que a inexistência ele sistema público destinado à drenagem séptica bem dimensionada está em perfeitas condições de receber e tratar essas águas
de águas residuais domésticas, torna-se imperioso proceder à criação ele meios que residuais.
possibilitem a depuração dessas águas residuais. ele modo a que posteriormente pos- Não deverão ser encaminhadas para as fossas sépticas águas residuais pluviais.
sam ser lançadas numa linha de água ou infiltradas no solo.
O proc~sso de tratamento privado elos eftuentes domésticos mais generalizado
10.2 Fossas sépticas
no nosso país é, sem dúvida, aquele que recon·e às fossas sépticas, seguidas de trin-
cheiras de infiltração. leitos de inflltração, poços de in111tração. trincheiras filtrantes 10.2.1 Tipos e formas de fossas sépticas
ou últros de areia,enterrados (órgãos complementares). A selecção destes órgãos de
tratamento complementar. a instalar a jusante da fossa séptica, depende de vários 10.2.1.1 Considerações gerais
factores. tais como a área destinada à implantação do sistema. o seu afastamento de As fossas sépticas são geralmente de um dos seguintes tipos:
poços de água. a existência de lençóis ou linhas de água, a topografia do terreno, o
• fossas de dois andares:
tipo de solo, etc.
• fossas de um compartimento;
Uma fossa séptica é constituída por um ou vários reservatórios, onde as águas
• fossas de vários compartimentos.
residuais domésticas são mantidas, de modo a possibilitar que sejam sujeitas a uma
317
316
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas

As fossas podem ser ainda de fonna rectangular ou circular, sendo a última geo-
metria praticamente restringida a fossas prefabricadas, uma vez que as rectangulares . """ ·~aN j:Ç"
.1fâ_@ 11" ü p Soido
Enltodo~
são de mais fácil execução.
lul>oQetn de G i uol :
~r
Q..L -~ • \ Tubo em ~e 0 içuol
~~ ~~ ~:~;~e g~~~!JO ao do tubo de ootrodo
p 100 mm) , •• no loo~o
10.2.1.2 Fossas sépticas de dois andares --
'
Nas fossas sépticas de dois andares. o compartimento destinado à decantação ·- ' ..
sobrepõe-se ao destinado à digestão.
Este tipo de fossas não tem uma aplicação muito generalizada no nosso país,
talvez fundamentalmente por obrigar frequentemente a operações de manutenção,
destinadas à remoção das escumas do decantador, de modo a que estas não prejudi- Entrado Soldo
quem o processo de decantação.
A figura 200 ilustra uma fossa séptica de dois andares. ' .-
Poritca
Loilododocol

~I
U-01

Cõmoro de diq~;tiio
e ormol!.'f\Omenlo Dimensões em: m
-.,,,,,,,,+:::::::-· Fig. 201 -Fossa séptica de um compartimento

I
10.2.1.4 Fossas de vários compartimentos

As fossas sépticas de vários compartimentos são constituídas por dois ou mais


Entrado So>do
compartimentos. Estas câmaras possibilitam que o processo de decantação pertur-
bado de celta forma no primeiro cornprutimento, pela excessiva quantidade de gases
devidos à fermentação, possa completar-se nos outros compartimentos, uma vez que
Dimensões em: mm
se verificará a existência de uma menor quantidade de lamas, uma fennentação mais
lenta, logo uma menor produção de gases.
Fig. 200- Fossa séptica de dois andares
As figuras 202 e 203 ilustram respectivamente fossas sépticas de dois e de três
compmtimentos.
10.2.1.3 Fossas sépticas de um compartimento

Nas fossas sépticas de um compmtimento processam-se conjuntamente nesse 10.2.2 Disposições construtivas e de utilização
compartimento as acções mecânica e biológica (decantação e digestão) sobre as
águas residuais afluentes. No que se refere ao número de compartimentos das fossas, alguns estudos têm
A figura 201 ilustra uma fossa séptica de compmtimento único. revelado não haver grande vantagem num elevado número destes: alguns países

318 319
Sisremos Prediais de Drenagem de Ágl.!as Rcsidl.!ais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Dislribuiçiio e Drenogem de Águas

I~
l-· ' . ~'" oo:l ~~· oo:t .
~ ~ ~l~ .if:; ;;[, ll~=~=~""bl, l - -~~o:;~~'j..d;~·~J- Soido
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Dimensões em: m
Dimensões em: m
Fig. 203- Fossa séptica de três compartimentos
Fig. 202- Fossa s~ptica de dois compartimentos

QUADRO CLXXI!l
estabelecem como \imite máximo quatro compartimentos, limitando no entanto a
Número de compartim.entos das fossas [43]
maioria esse número a três. ---------- --------~--

Preferencialmente. como forma de aumentar a sua eficiência. deverão ser consi- Evacuaçüo do ejluente da fossa
Evacuaçâo do ejfuente da fossa
Número de para massa de água reduzida ou
deradas fossas com um mínimo de dois compartimentos, sendo no entanto admissível para massa de âgua significativa
compartimentos para infiltração no solo
a utilização apenas ele um compartimento, quando a mesma se destina ao tratamento
Número de
elas águas residuais de uma habitação unifamiliar ocupada por um pequeno número
< 20
de uiílizadores. ou quando utilizada sazonalmente.
2 20 a 100 <20
Um critério a adoptar para o estabelecimento do número de compartimentos po-
3 > !00
derú basear-se nos pressupostos est..Lbelccidos no quadro CLXXIII.

321
320
Si.1·temas Prediais de Drenagem âc Águas Residuais Doméscicas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas

As fossas sépticas deverão preferencialmente ser construídas em betão armado, tal se justifique (as lamas acumuladas não devem distar menos de 0,3 m do sep~
devendo em todas as circunstâncias ficar assegurada a sua resistência estrutural, para to junto da saída e a parte infetior da camada de escumas deve ficar pelo menos
além da sua completa e pe1feita estanquidade, através de revestimento interior ade- 0,075 m acima da parte inferior do septo), não ultrapassando os dois anos. As ope-
quado às características das águas residuais a tratar. rações de manutenção só deverão ser iniciadas após a fossa ter permanecido algum
Deverão ser respeitadas algumas relações dimensionais das fossas sépticas, de tempo aberta (cerca de 30 min), de modo a que se dê o escape dos gases concentra-
modo a evitar zonas mortas (sem movimento adequado dos eftuentes), bem como a dos no seu interior, os quais poderão pôr em risco a integridade física dos operado-
controlar a velocidade de circulação das águas residuais no seu interior. res, visto serem tóxicos.
O quadro CLXXIV ilustra as relações dimensionais admissíveis, bem como al-
As figuras 200 a 203 registarn algumas caractelisticas dimensionais mínimas
guns limites a observar, tendo em atenção evitar os fenómenos atrás mencionados.
a observar na concepção de fossas sépticas de um, dois e três compartimentos, no
QUADRO CLXXIV sentido de lhes conferir um desempenho funcional adequado, tendo em conta o ob-
jectivo do projecto.
Relações dimensionais admissíveis [43}
Relação Altura 10.2.3 Localização das fossas sépticas
Capacidade relativa entre compartimentos
Número de comprimento máxima(H)
compartimentos jlargura , das águas
As fossas deverão ser instaladas junto à edificação ou edificações que servem,
C/ C2 C3
(c/l) (m)
com um mínimo de afastamento destas de I ,5 m, de modo a que o escoamento se
211 a 3/l
processe facilmente entre a edificação e a fossa e entre esta e os órgãos complemen-
~ 1,20 e
2 C!= 2.C2 C2 = Cl/2 ', tares de tratamento.
~2,00
até 5/1
' Como anteriormente foi refelido, as paredes das fossas devem ser construídas
3 CI = (C2+C3) C2=C3 C3=C2 de modo a que a sua estanquidade fique assegurada; no entanto, tendo em conta a
ocorrência de quaisquer fugas, deverão ficar posicionadas de modo a garantir um
As fossas sépticas de um e de dois compartimentos deverão ter duas aberturas de afastamento da ordem dos 3 m, de tubagens de água ou árvores de grande porte e na
dimensão mínima igual a 0,6 m e de fecho hennético, uma sobre a entrada e outra ordem dos 15m de poços, fontes, etc., preferencialmente ajusante destes.
sobre a saída. Deverão ainda 'ficar localizadas de forma a garantir um acesso fácil, tendo em
As fossas de três compartimentos deverão ter três ou quatro abe1turas de dimen- conta a efectivação das indispensáveis operações de limpeza e manutenção; den-
são mínima igual a 0.6 m e de fecho hermético, de acordo com a sua disposição tro deste contexto, não deverão ficar entetTadas a profundidades que ultrapassem os
sequencial ou lado a lado, respectivamente. O,Sm.
As soleiras das fossas deverão possuir inclinação descendente dirigida no sentido
das aberturas, de modo a possibilitar a mais fácil remoção das lamas acumuladas. 10.2.4 Dimensionamento das fossas sépticas
As fossas serão dotadas à entrada e à saída de septos, de modo a inviabilizar a
saída dos elementos em flutuação e das escumas. Como já foi refelido anteliormente, deverão respeitar-se algumas dimensões mí-
As fossas terão de ser dotadas de ventilação, podendo a mesma ser assegurada nimas das fossas sépticas. isto independentemente dos valores a que se é conduzido
através do sistema ou sistemas prediais de drenagem que serve, tendo em atenção através do cálculo, de modo a garantir que a remoção das lamas possa ser feita no
que ela se deverá processar através de tubagem de diâmetro não inferior a I 00 mm. mínimo de dois em dois anos.
Antecedendo a sua entrada em funcionamento, as fossas deverão ser cheias O volume útil das fossas (de comprutimentos) poderá ser determinado através
com água. devendo preferencialmente ser-lhe introduzida uma pequena quantidade da expressão:
inicial de lamas ou estrume.
A manutenção das fossas deverá ser efectivada de forma periódica, através de (128)
períodos não-supetiores a um ano, procedendo-se à extracção das lamas sempre que

322 323
Sistemas Prediais de Drenagem de ÁJ:,:IHIS Residuais Domésticas Mwuw! dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenogem de Águas

em que: QUADRO CLXXVI

V - volume útil (m3 )


Equivalentes populacionais [43]
P -população (número de utentes)
Equivalentes a um utenre .
C , - capitação ele águas residuais (1/hab/c\ia) Tipos de edifícios
1 habitacional
t, -tempo de retenção (dia)
C,, - capítação de lamas digeridas (l/hab/dia) Escolas sem dormida 3 alunos
t
1
-tempo entre limpezas (dia) Unidades hoteleiras 1 cama
t" ~-tempo de digestão de lamas (dia)
c r ~ capitação de lamas frescas (!/hab/dia) Parques de campismo 2 pessoas
Quartéis e asilos 1 cama
O quadro CLXXV contém valores recomendados a atribuir às variáveis referidas Restaurantes 3 lugares
na expressão anterior. - - ·-·-·----_:".==--~
Oficinas sem refeitório 2 operádos
QUADRO CLXXV Escritórios e estabelecimentos comerciais
3 funcionários
Valores das variáveis [66] sem refeitório
Parques desportivos sem restaurante 30 lugares
----------~~----
Valores recomendados
Variáveis Valores limites para Portugal
Volume útil (m1) 2.:2 QUADRO CLXXVII
CapiLação dc_.~_g_u_a,_'_re_s~.~~is_(_l_lh_a~?::.i<:::l)_ ___c30 a 100 80 Fossa séptica de dois compartimentos
Capitação de lamas digeri das ( 1/hab/dia) 0.08 a 0.26 0.11 Comprimento (m)
·---- Número Volume da Largura (L)· Altu'ra.·(H) do
Capitação de lamas frescas ( l/hab/dia) 0,30 a 1.1 O 0,45 de utentes fossa (ml) CJ C2 (m) llquido (m)
···--··-··- - · - - · · · - - - · · · - - · - - · · - - - - - - - - - - · - - - -
3 até 50 utentes 1,50 0.75 1.20
Tempo de retençüo (dia) I a lO 5 22 0.75
2 até 500 utentes
lO ->"-' 2.00 1.00 1.00 1,20

15 ~5 2.50 1,25 1.10 1.25

20 ~7 2.90 !,45 1,20 1,30

30 2:: 10 3.20 1.60 1.40 1,50


Quando estamos em presença de edifícios não-habitacionais, o número de uten- 50 2:: 16 4,30 2.15 1.60 1.60
tes a considerar como população será obtido através da equivalência entre um deter~
minado número de utentes dos diferentes tipos de edifícios considerados e um utente
10.3 Órgãos complementares de tratamento
dum edifício de habitação.
No quadro CLXXVI apresentam-se os equivalentes populacionais referidos a 10.3.1 Considerações gerais
um utente de um edifício ele habitação, para os tipos de edifícios aí referenciados.
As fossas sépticas não constituem por si só um sistema completo ele tratamento
Os quadros CLXXVII e CLXXVIII indicam as características dimensionais dos
das águas residuais. razão pela qual os eftuentes deverão ser encaminhados para
tipos de fossas aí referenciados. de acordo com os valores das variáveis recomenda~
meios complementares de tratamento, os quais serão seleccionados de acordo com as
dos para Portugal e expressos no quadro CLXXV.
características físicas elo local de implantação e a sua proximidade a fontes de água.
Seguidamente, enumeram-se as instalações complementares de tratamento mais
usuais, referindo para cada uma delas as aptidões mínimas desejáveis do meio físico
para a sua implantação.

325
324
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Mamwf dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas

QUADRO CLXXVIII 10.3.2.2 Disposições construtivas e de utilização


Fossa séptica de três compartimentos As trincheiras de infiltração são constituídas por valas, cuja profundidade deverá
oscilar entre 0,5 me 1,O m, e a largura da base entre 0,4 me 0,9 m, em cujo fundo são
,-Volume· Lf:rgura Altura.do
NúmerO (L). líquido·(H) colocados os elementos de tubagem com diâmetro interior não inferior a 100 mm,
de ufe~fes
'dáJOSSa
(111') .C! C2 CJ _(m). (m) os quais deverão ficar devidamente apoiados, com inclinação compreendida entre
75 ~ 19 3,50 1,75 1,75 1,70 1,60 0,2% e 0,5% no sentido do escoamento, envolvidos com material drenan~e, devi-
> 25 3,80 1,90 1,90 2,00 1,65 damente compactado (brita), com uma espessura de cerca O, 15 m medida entre o
100
fundo da trincheira e a geratriz inferior do tubo, e uma espessura de 0,05 m acima da
150 ~ 37 4,80 2,40 2.40 2.20 1,80
geratiiz supelior do tubo. Este material deverá ser protegido superiormente de modo
200 ; :.: 50 5,60 2,80 2,80 2,50 1,80
a inviabilizar a sua colmatação pela terra que completará o preenchimento da vala
250 ; :.: 62 6,00 3,00 3,00 2.85 1,85 (geotêxtil, etc.), a qual deverá atingir um altura de cerca de 0,15 m, de forma a evitar
300 ; :.: 75 6,60 3,30 3,30 3,10 1,85 a formação de poças, as quais poderão conduzir rapidamente à saturação das valas.
350 7,10 3,55 3.55 3.25 1,90 Os elementos de tubagern poderão ser constituídos por u·oços com topos rectos
" 87
400 7,60 3,80 3,80 3,50 1,90 ou com abocardamento, colocados de forma a garantir o seu perfeito alinhamen-
"100
to, assegurando um afastamento entre u·oços de 5 a 10 mm, para saída das águas
450 ; :.: 112 8,20 4,10 4,10 3,50 2,00
residuais.
500 > 125 8,70 4,35 4.35 3,60 2,00
No caso de as tubagens possuírem abocardamento, este deverá ficar sempre

10.3.2 Trincheiras de infiltração


'\ orientado parajusante; no caso de tubos sem abocardamento, deverão colocar-se, so-
bre a metade superior das juntas, elementos que inviabilizem a entrada de quaisquer
materiais para o interior das tubagens.
10.3.2.1 Considerações gerais As trincheiras deverão possuir um comprimento não superior a 30 m, e o afas-
Nas situações em que o solo possui elevada permeabilidade, e não existem fon- tamento mínimo entre si, medido eni:re eixos, será função da sua largura de fundo.
tes de água nas proximidades, poder-se-á recorrer a trincheiras de infiltração, como O quadro CLXXIX ilustra os valores mínimos recomendáveis.
meio complementar de tratamento das águas residuais provénientes das fossas. Esta As trincheiras poderão ser dispostas em série ou em paralelo; preferencialmente
solução consiste em proceder à infiltração dos eftuentes provenientes da fossa no deverá adaptar-se a disposição em série, especialmente nas situações em que o ter-
solo, através dum conjunto de trincheiras drenantes, constituídas por tubagens que reno possua um declive significativo. Na adopção de sistemas dispostos em pm·ale-
distribuem o eftuente por determinada área, implantadas a pequena profundidade e lo, deverá recon-er-se à utilização de uma câmara repartidora, a qual consiste numa
envolvidas por matetiais drenantes. caixa com uma enu·ada a um nível superior ao das várias saídas. De modo a que a
A depuração das águas residuais, obtida através deste meio complementar de distribuição se processe de forma equitativa pelas diferentes saídas, deverá dotar-se
tratamento, é constituída por duas acções, à semelhança do que se passa nas fos- a câmara de um deftector posicionado na zona de entrada.
sas: uma mecânica, obtida pela retenção no solo das substâncias em suspensão nas
águas. e outra biológica, obtida através das bactérias aeróbias existentes no solo. QUADRO CLXXIX
Os melhores terrenos para este tipo de depuração complementar são de tipo are- Ajastwnento entre trincheiras (medido entre eixos)
noso; os terrenos calcários, embora também de elevada permeabilidade. não âeverão
ser utilizados para este tipo de tratamento: como possuem elevado número de fendas, Largura da trinCh.eira~ AfástatilCnio entre eixos
(m) :.: --da;:.lri_n~h~irds--(n:r./·-'
a sua utilização poderá ocasionar a contaminação das águas potáveis que eventual-
0,40 1,80
mente possam existir nessas regiões.
0,60 2.00
Por esta razão, deverá sempre ser bem ponderado o recurso a este meio de trata-
0,90 2,30
mento por infiltração em solos rochosos fissurados.
327
326
Manuol dos Sisremos Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas
Sislcmas Prediais de Drena~;cm de Águas Residuais Domésticas

As trincheiras deverão 'ficar posicionadas relativamente às edificações de modo


a assegurar um afastamento não-inferior a 3 m. No caso de se verificar a existência
de lençóis de água. o afastamento em relação a estes deverá respeitar os requisitos fos:;o sé tico
contidos no quadro CLXXX. Dever-se-á ainda. como forma de evitar a penetração
de raízes nas trincheiras, posicioná-las a uma distância não-inferior a 3 m das árvo-
res. função do porte destas.
No sentido da obtenção de um desempenho funcional satisfatório, as trincheiras
deverão ser inspeccionadas periodicamente (no mínimo semestralmente), para veri-
ficação de eventual colmatação do terreno. No caso da existência de câmara reparti-
dora. as operações de manutenção deverão ser asseguradas mensalmente.

QUADRO CLXXX
Afastamento dos lençóis de água
Lençóis sem
Lençóis para abastecimento utiliz'ação
Tipos de afa::;tamento
Afasramento inlnimo (m) Tubo em com · nlos cslon ucs

Diferença de cotas entre o fundo da trincheira 0.50


3.5 1,0 0,6
e a superfície do lençol ·-~~~~~~-·--~-

Do sistema de captaçào de água 30,0 150,0

As figuras 204 a 206 ilustram os diferentes tipos de disposição das trincheiras


de infiltração, bem como alguns pormenores construtivos, incluindo as câmaras re-
partidoras.

10.3.2.3 Dimensionamento

A instalação deste tipo de sistemas complementares de tratamento de águas re- nlo:; estanque:;
siduais implica uma análise da capacidade de absorção do solo. através da medição
do seu grau de permeabilidade. podendo-se para o efeito reconer a ensaios de per-
colaçflo.
Este ensaio consiste na abettura de pelo menos seis furos. com distribuição uni-
forme sobre o tcneno destinado à implantação do sistema. com dimensão em planta
entre O. IO e 0,30 m, cuja profundidade coincida com o nível destinado ao assenta-
mento dos drenos. As superfícies interiores dos furos. incluindo o fundo, deverão ser
raspadas. de forma a retirar o empastamento superficial provocado pela operação de
abettura.
O fundo dos furos deverá ser cheio com uma camada com 0,05 m de altura· de
gravilha ou brita n° L destinada a proteger essa superfície. Dimensões em: m
Posteriormente. deverão ser cheios com água limpa. com uma altura não-
Fig. 204- Trincheira de infiltração com distribuição em série
-inferior a 0.30 m. medida a partir da superfície superior da brlta e mantidos nestas
329
328
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçiio e Drenagem de Águas

Cobre- ·untas de cartão asfóltico ou


meio cano de fibrocimenlo ou betoo

Declive 0.2 o 0.5 %


mio. 1.8 o 2.J

Tubo em com Cômoro re orlidoro


JJnlos eslonques Tubo em com
;.mtos estanques
'
'': álnla rolccllado ~" flciolmeole
com mos:!>o de cot ou bclume
:
Tubo em com
''
;.mtos abertos i
'
''

~
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I
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~--------J ~--------..:
1 I 1 I 1 I

:
: c::::::lc::::::lc::::::l= :
~---------------------------~
1 min. 1.B o 2.3

Dimensões em; m

Figura 205- Trincheira de infiltração com distribuição em paralelo


Tuboqem de betão, fibroam~
grüs de 0 in!. 0.10 c dech~c mio. I %

Dimensões em: m

Fig. 206 - Pormenores construtivos relativos às trincheiras de infiltração

331
330
Sislenws Prediais de Drr!nogern de Águas Rr!siduais DomésTicas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuh...·âo e Drenagem de Águas

condições por um período de tempo não-inferior a 4 horas, de modo a dotar o terreno 25 mm, poderá ser obtida através duma proporção estabelecida entre este valor e o
de condições semelhantes às que se verificarão nas estações húmidas. Nos solos are- abaixamento verificado no ensaio no intervalo de tempo considerado, da forma a
nosos. desprovidos praticamente de argila, poder-se-á dispensar esta operação. seguir indicada:
A velocidade de percolação do solo será apenas medida no dia seguinte à exe-
cução das operações anteriormente referidas, com excepção das situações em que se (130)
trate de solos arenosos. nas condições seguidamente descritas: em que:
a) Quando no dia seguinte ainda resta água nos furos. a sua altura, medi- Ab ~abaixamento do nível de água verificado no ensaio (mm)
da a partir da superfície superior da brita. deverá ser ajustada até cerca de -tempo de duração do ensaio (min)
0.15 m, procedendo-se à medida do valor da descida do nível da água durante tAl> - lempo referente ao abaixamento do nível da água de 25 mm (min)

um intervalo de tempo de 30 minutos. valor esse que servirá para determinar


a velocidade de percolação, a qual é representada pelo tempo em minutos cor- No quadro CLXXXII indicam-se valores de comprimento mínimo de trinchei-
ras por utilizador, tendo em conta diferentes valores de percolação do terreno, para
respondente ao abaixamento do nível de água nos furos de 25 mm.
uma capitação de 80 1/hab/dia, considerando os caudais de infiltração mínimos
b) Quando no dia seguinte não resta água nos furos. estes deverão ser cheios com
referidos no quadro CLXXXI.
água limpa até uma altura de 0.15 m. medidos a partir da superfície superior
da brita, procedendo-se à medida do valor da descida do nível da água. em in- QUADRO CLXXXI
tervalos de 30 minutos, repetindo todo o processo durante um período mínimo Caudais residuais infiltráveis [66]
de 4 horas. O abaixamento de nível verificado no último intervalo servirá para
Tempo de infiltraçâo para 1m1. abaixamento Cau.daL residuql.infil(rcí.vel
determinar a velocidade de percolação.
_ _ _ __:<::le:..2:::5:_::n_u~ '-:(n':n"·".::":.:'o.::'c_!_ _ _ _ _ _ _ __,(:_:l~:.:'":c'~ccd:::ia:::!c__ __
c) Nas situações em que os primeiros 0,15 m de água nos furos se infiltrem no
<2,0 115a144
solo num intervalo de tempo inferior a 30 minutos. os valores das descidas
3.0 94al18
dos níveis da água deverão ser medidos em intervalos de lO minutos, durante
4,0 82 a 102
um período de 1 hora. O abaixamento de nível verificado no último intervalo
5,0 ·---------~73a9l _ _ __
servirá para determinar a velocidade de percolação.
~ ~.~

As trincheiras de infiltração serão dimensionadas em função das velocidades _ _ _ _ _ _ _7,0 62 a 77


de pcrcolação obtidas através dos ensaios efectuados no local, as quais permitem a ·-·--·~:_0__________ 58 a 72
determinação do caudal infiltrável, através da expressão: ----~9~,0____--------- 54a6S
10,0 52 a 65
p. ci,:::;Q,·l·c (129) 12,5 46a58
15,0_________ 42a53
em que:
20.0 37 a 46
P -população (habitantes)
_ _ _ _ _ ___,25.0 33a41
C , - capitaçiio de águas residuais (1/hab/clia)
1 30,0 · - - - - - - 30 a 37
Q,- caudal inJi!tdvel no terreno (11m 2/dia) 35~ 2Sa34
f - largura elas trincheiras (m) 40.0 26 a 32
c -comprimento total das trincheiras (m.) 45,0 25 a 31
50,0 23 a 29
O quadro CLXXXI possibilita a determinação dos caudais de infiltração,
55,0 ~a~
conhecida a velocidade de percolação, correspondente ao tempo em minutos
necessário para o abaixamento da altura da água nos furos de 25 rnm. A determina- _______ 6~0~.0---'-------~~20~·:::":::6---'---
- - - - - - > 60,0 Nfto adequado
ção do tempo. em minutos, referente ao abaixamento do nível de água nos furos de

333
332
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos SisTemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO CLXXXII i"0.2o0.57.

Dimensionamento das trincheiras de infiltração

Tempo de Comprimento total mínimo da trincheira 8


Caudal residual (•) N
infiltração para de infiltração (m)
infzltrável
um abaixamenro Largura do fundo da trincheira (m) (•) i"0.2o0.57.
(1/m:/dia)
de 25 mm (min) 0.4 0.6 0,9
• : Juntos or omossados
<2 115 1,74 1,16 0,77
4
6
8
82
66
58
2,44
3,03
3,45
1.63
2,02
2,30
1,08
1,35
1,53
Coixo reeor!idoro g
~

D
10 52 3.85 2.56 1,71
20 37 5,41 3,60 2,40
4,44 8
30 30 6,67 2.96 N

40 26 7,69 5,13 3,42


50 23 8,70 5,80 3,86
60 20 10,00 6,67 4,44
Dimensões em: m

Fig. 207- Leito de infiltração


10.3.3 Leitos de infiltração \
10.3.3.1 Considerações gerais \ sépticas. Esta solução consiste em proceder à infiltração dos efluentes provenientes
das fossas no solo, através da abertura de poços cilíndricos com uma profundidade
Os leitos de infiltração são órgãos complementares de tratamento das águas re- que possibilite o acesso às formações permeáveis do solo; as paredes laterais serão
siduais provenientes das fossas sépticas, semelhantes às trincheiras de infiltração, constituídas por alvenaria ou manilhas de betão, com juntas abe1tas, ou orifícios,
devendo ser adoptados sempre que o terreno destinado à implantação do sistema não nas zonas de cota inferior à da descarga das águas residuais e estanque nas zonas
compo1ta a abertura de trincheiras, devido à sua falta de consistência (arenosos). superiores.
Para a concepção. dimensionamento e utilização deverão ser adaptados os requi- A depuração das águas residuais, obtida através deste meio complementar de
sitos mencionados para as trincheiras de infiltração, à excepção da limitação imposta tratamento, é constituída por duas acções, à semelhança do que se passa nas fos-
para a largura. No dimensionamento, deverá recorrer-se à expressão (129) referida sas: uma mecânica, obtida pela retenção no solo das substâncias em suspensão nas
em 10.3.2.3, considerando a largura como a referente ao leito. e o comprimento o da águas, e outra biológica, obtida através das bactérias aeróbias existentes no solo.
tubagem. Sempre que o ten·eno destinado à implantação do sistema seja formado por solo
A figura 207 ilustra um leito de infiltração, referindo alguns requisitos de dispo- impenneável assente sobre fonnações permeáveis, o que inviabiliza o recurso à uti-
sição dos elementos de tubagem constituintes. lização de trincheiras de infiltração, deverá optar-se por esta solução complementar
de tratamento.
10.3.4 Poços de infiltração
10.3.4.2 Disposições construtivas e de utilização
10.3.4.1 Considerações gerais
Os poços de infiltração são constituídos por furos de diâmetro compreendido
Nas situações em que o solo é constituído por camadas superficiais imper- entre 1 e 3 m, sendo no entanto recomendável, para situações cujo dimensionamento
meáveis de reduzida espessura assentes sobre formações penneáveis e não conduza a diâmetros de valor superior a 2 m, recorrer à utilização de vários poços.
existam águas subterrâneas a preservar, poder-se-á recorrer a poços de infiltração, As paredes abaixo do nível de entrada das águas residuais poderão ser executa-
como meio complementar de tratamento das águas residuais provenientes de fossas das em alvenaria de tijolo maciço, de pedra ou de blocos de cimento, ou por sobre-

334 335
5'istenws Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticos Mamw! dos Sistemas Prediais de Distribtdçâo e Drenagem de Aguas

posição de anéis de betão com juntas abertas (fig. 208). Acima do nível do colector poderá ser feito através de ensaios de percolação, os quais deverão ser executados na
de entrada, as juntas elos elementos constituintes das paredes deverão ser arga- zona penneável do terreno.
massadas. como forma de garantir a sua estanquidade. e a sua altura deverá oscilar Os ensaios de percolação serão executados de forma análoga ao descrito em
à volta de 1 m. 10.3.2.3.
Exteriormente os poços. na zona permeável. deverão ser envolvidos com mate- Os poços de infiltraçfto serão dimensionados em função das velocidades de per-
rial drenante (brita, escória, etc) de espessura não-inferior a 0.15 m. protegido supe- colação obtidas através dos ensaios efectuados no local destinado à implantação do
riormente com material que evite a sua colmatação. sistema, as quais possibilitam a cletenninação do caudal infiltráveL através da ex-
Como fundação deverá construir-se um leito de material drenante, do tipo do re- pressão:
ferido para a envolvente exterior, de espessura compreendida entre 0.40 e 0,60 m. ( 131)
Os poços deverão ser dotados superiormente de uma cobertura que lhe possi- em que:
bilite o acesso. cuja concepção deverá ser idêntica às tampas das câmaras de P -população (habitantes)
inspecção, devendo ficar posicionada ligeiramente acima da superfície do terreno c,,- capitação de águas residuais (1/hab/dia)
(0.10 a 0,15 m). Q,- caudal infiltrável no terreno (11m 2/dia)
Todas a<; instalações ele tratamento deverão ser dotadas no mínimo de dois poços D -diâmetro do poço (tn)
de infiltração, de modo a suprir possíveis deficiências funcionais que eventualmente h1, - altura da camada permeável (m)
possam ocorrer num deles.
O quadro CLXXXIII possibilita a determinação dos caudais de infiltração, co-
Os poços deverão ser posicionados de modo a assegurar um afastamento entre si
nhecida a velocidade de percolação correspondente ao tempo necessário para o abai-
ele valor não-infetior a 3 vezes o diâmetro do maior. Sempre que a profundicL:'lde dos
xamento da altura de 25 mm da água nos furos. Este tempo poderá ser determinado
poços exceda os 6 m, o afastamento deverá assumir valor idêntico.
através duma proporção estabelecida entre este valor e o abaixamento verificado no
Os poços deverão ser posicionados a jusante das fossas, com um mínimo de
intervalo de tempo considerado no ensaio. como referido em 10.3.2.3.
afastamento das habitações de 5 m. e a sua disposição no terreno poderá ser feita de
acordo com o esquema da figura 208; sempre que se proceda à implantação de mais QUADRO CLXXXIII
ele um poço. deverá dotar-se o conjunto de uma câmara de repartição em tudo seme- Caudais residuais infiltráveis [66}
lhante ao referido em I 0.3.2.2.
Tempo de infiltraçüo para um abaixamento Caudal residual injiltrâyel
No caso de existirem lençóis de água utilizáveL o afastamento do poço ao pon-
de 25 mm (minuto~IC'C) _ _ _ _ _ _ _ _ _(<.<I~":mC'.':.o!d::i::a!'--
to de captação de água não deverá ser inferior a 50 m e a diferença de cota entre o ::; 2.0 151
fundo elo poço e o nível superior do lençol não deverá ser inferior a 25 m. Nas
_ _ ___o3,0 124
situações em que o lençol de água existente não for utilizável, a diferença de cota
4.0 107
entre o fundo do poço e o nível superior do lençol não deverá ser inferior a I m.
_ _ _ 5.0 96
Como forma de lhes assegurar um desempenho funcional satisfatório, os poços
6.0 87
de infiltração deverão ser inspeccionados no mínimo com uma periodicidade se-
7.0 SI
mestral, para verificação de eventual colmatação elo teiTeno. No caso ela existência
8.0 75
de câmara repartidora. as operações de manutenção desta deverão ser asseguradas
9.0 71
mensalmente.
10.0 67
A figura 208 ilustra os diferentes tipos de poços de infiltração referidos, bem
como alguns pormenores construtivos. - - - - --~_.5__ 60
15.0 55
20.0 47
10.3.4.3 Dimensionamento ~~ 42
À semelhança do que foi referido para as trincheiras de infiltração, também neste 30.0 38
caso se verifica a necessidade de determinar a capacidade ele absorção do solo, o que > 30.0 Não adequado

336 337
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manunl dos Sistenws Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águns

No quadro CLXXXIV indicam-se os valores de altura útil do poço de infiltração


por utilizador, tendo em conta os diferentes valores de percolação do terreno, para
i,
uma capitação de 80 l/hab/dia, considerando os caudais de infiltração referidos no
'I quadro CLXXXIII.
o'"""""
QUADRO CLXXXIV
Dimensionamento dos poços de infiltração
-\1, ;f
I I I

~O<?'!Ob<D<,OIO<iolu<M

::;2 151 0,17 0,13 0,11 0,10 0,08 0,07 0,06


4 107 0,24 0,19 0,16 0,14 0,12 0,10 0,08
6 87 0,29 0,23 0,20 0,17 0,15 0,12 0,10
s

,,
75 0,34 0,27 0,23 0,19 0.17 0,14 0,11

\ I
!O 67 0,38 0,30 0,25 0.22 0,19 0,15 0,13
20 47 0,54 0,43 0,36 0.31 0.27 0,22 0,18
30 38 0,67 0,54 0,45 0,38 0,34 0,27 0,22

10.3.5 Trincheiras filtrantes

10.3.5.1 Considerações gerais

Tom o <I< b<IÔO <!tmodo"' Nas situações em que o terreno não permita a utilização de meios complemen-
orro lun~1do

tares de tratamento que possibilitem a infiltração no solo das águas residuais pro-
~l,.ro "mImo
''"iiõiloo!ltli'ICÇ<lo
venientes das fossas sépticas, devido à sua reduzida permeabilidade, poder-se-á re-
correr à adopção de trincheiras filtrantes, como meio complementar de tratamento
dessas águas. Esta solução consiste na filtração das águas residuais provenientes
ri,
das fossas, através de meio adequado, localizado entre uma tubagem posicionada
superiormente, destinada à distribuição dos efluentes, e uma tubagem posicionada
inferiormente, destinada à recolha dessas águas e ao encaminhamento para vala ou
linha de água.
A depuração das águas residuais, obtida através deste meio complementar de
tratamento, é conseguida através de uma acção de remoção das partículas transpmta-
Dimensões em: m das pelo e:fluente (mecânica), e uma biológica, obtida através das bactérias aeróbias
Fig. 208- Poço de infiltração existentes no material drenante.

339
338
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticos Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas
----------------------
10.3.5.2 Disposições construtivas e de utilização As trincheiras filtrantes deverão possuir um compdmento não-superior a 30 m e
um afastamento mínimo entre si de 2 m.
As trincheiras filtrantes são constituídas por valas cuja profundidade varia em
Estes sistemas deverão ser posicionados a jusante das fossas, preferencialmente
função da cota do colector que transporta os efluentes, a qual geralmente oscila entre
em telTenos de declive não-superior a 15%. Sempre que os terrenos sejam totalmente
1,40 me 1,75 m, e cuja largura da base varia entre 0,6 me 1,5 m.
O efluente tratado na fossa séptica é geralmente encaminhado para uma câmara impermeáveis (verificação feita através de ensaios de percolação), o seu afasta111ento
repartidora, com caracteríticas em tudo idênticas às referidas em 10.3.2.2, a qual relativo às zonas com água potável não deverá ser inferior a 15 m; no caso ele im-
possibilitará uma distribuição equitativa desses caudais pelo conjunto das trinchei- plantação em outros solos (não totalmente impermeáveis) deverão respeitar-se os
ras, conslituído no mínimo por duas. requisitos impostos para as trincheiras de infiltração. O seu afastamento em relação
A tubagem destinada à distribuição dos eftuentes (posicionada sobre a tubagem às habitações deverá ser na ordem dos 3 m. -
de recolha) deverá ficar devidamente apoiada. com inclinação à volta dos 0.5% no Um factor a ter em consideração. na implantação de sistemas deste tipo, é a cota
sentido do escoamento. envolvida com material drenante (por ex.: brita com diâme- elo nível freático na situação de Inverno, o qual deverá situar-se a cota inferior à do
tro compreendido entre 20 e 50 mm) devidamente compactado com uma espessura
fundo da vala.
compreendida entre 0,2 e 0,3 m, protegida superiormente por material que inviabi-
No sentido de assegurarem um desempenho funcional satisfatório, as trincheiras
lize a sua colmatação pela terra que completará o preenchimento da vala (geotêxtil,
etc.): a camada deste material deverá possuir uma altura não-inferior a 0,3 m até ao deverão ser inspeccionadas periodicamente (no mínimo semestralmente), para veri-
nível elo teneno e uma altura de cerca de 0,15 m acima deste, de fon11a a evitar a ficação de eventual cohnatação do elemento "filtrante. No caso da existência de câma-
formação de poças, as quais poderiam conduzir rapidamente à saturação das valas. ra repartidora, as operações de manutenção deverão ser asseguradas mensalmente.
Os elementos de tubagem deverão possuir diâmetro interior na ordem dos 100 mm, A figura 209 ilustra um sistema de trincheira filtrante com alguns pom1enores
podendo ser constituídos por troços com topos rectos ou com abocardamento. colo- construtivos. incluindo a câmara repartidora.
cados de forma a garantir o seu perfeito alinhamento, assegurando um afastamento
entre troços ele 5 a lO mm, para saída das águas residuais.
10.3.5.3 Dimensionamento
No caso de as tubagens possuírem abocardamentos. estes deverão ficar sempre
orientados para jusante; no caso de tubos sem abocardamento. deverão colocar-se, As trincheiras filtrantes são dimensionadas com base numa área de fundo de vala
sobre a metade superior das juntas, elementos que inviabilizem a entrada de quais- por utilizador de 2,5 m2, tendo em conta os limites dimensionais referidos anterior-
quer elementos para o interior das tubagens.
mente e os indicados na figura 209.
O elemento de "filtragem elas águas residuais deverá ser constituído por uma ca-
mada de areia grossa limpa. preenchendo a vala em toda a sua extensão, com uma
altura compreendida entre 0,60 c 0,75 111. A areia, após a sua aplicaçfto, deverá ser 10.3.6 Filtro de areia enterrado
compactada através de rega com água limpa.
Os filtros de areia entenados são-órgãos complementares de tratamento das
A tubagem destinada à recolha dos e fluentes já filtrados (posicionada sob a tuba-
gem de disttibuição) deverá ficar devidamente apoiada, com inclinação não-inferior águas residuais provenientes das fossas sépticas, em tudo semelhantes às trinchei-
a 0.5% no sentido do escoamento. envolvida com material drenante (por ex.: brita ras filtrantes, recorrendo-se à sua aplicação sempre que a implantação de trinchei~
com diâmetro compreendido entre 20 e 50 mm) devidamente compactado, com uma ras "filtrantes conduza a grandes áreas (comprimentos de tubagem na ordem dos
espessura compreendida entre 0.2 e 0.3 m. Os elementos de tubagem. cujo diâmetro 90 m ou áreas de filtração superiores a 170m2), o que tornará o sistema demasiado
interior deverá ser de 100 mm, poderão ser constituídos por troços com topos rectos oneroso.
ou com abocardamento. colocados de forma a garantir o seu perfeito alinhamento, Para a concepção, dimensionamento e utilização deverão ser adaptados os requi-
assegurando um afastamento entre troços de 5 a 1O mm. para saída das águas resi-
sitos mencionados para as trincheiras de infiltração. à excepção da limitação imposta
duais. No caso de as tubagens possuírem abocardamentos, estes deverão "ficar sempre
para a largura.
orienlados para montante: no caso de tubos sem abocardamento, deverão colocar-se,
sobre a metade superior das juntas, elementos que inviabilizem a entrada de quais- A figura 210 ilustra um "filtro de areia enterrado, referindo alguns requisitos de
quer elementos para o interior das tubagens. disposição relativa dos elementos de tubagem constituintes.

341
340
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistenws Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas

Juntoscslonues

Tubo em de dislflbui ão
juntosobertas pntos aberto~

bolilo, ~tJ<O<.,.olo Limite do lOiro


inLO.IO___ -- om(l(O reporUdoto

T~bo em de belôo, r.brocimct~\o


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Dimcn~õcs em: m Dimensões em: m

Fig. 209- Trincheira filtrante Fig. 210- Filtro de areia enten·ado

10.4.2 Cálculos
10.4 Exemplo prático de aplicação
Como antetiormente se referiu, considerar-se-á por fogo uma população de 3
10.4.1 Considerações gerais
utilizadores, atlibuindo-se a cada um deles uma capitação de 80 1/hab/dia; tendo em
Como forma de jlustrar a temática abordada, apresenta-se seguidamente o di- conta o número previsível de utilizadores, adopta-se uma fossa séptica de dois com-
mensionamento de um sistema de tratamento privado de águas residuais domésticas partimentos (quadro CLXXIII).
de um edifício de habitação com dois pisos e duas habitações por piso, considerando Tendo em conta os pressupostos contidos no quadro CLXXIV, recmTendo à ex-
que em cada habitação é possível instalar 3 utilizadores. pressão (128) deteiminou-se a capacidade volumétiica da fossa.
Considerou-se a instalação de uma fossa séptic.:1. com dois compru1imentos e, Finalmente, procedeu-se à dete1minação da capacidade volumétrica do poço de
como o terreno destinado à implantação do sistema possui características adequadas infiltração através da expressão (131), tendo-se considerado para o efeito que as
(solo superficial impenneável assente sobre fonnação permeável), adoptou-se a in- características do terreno conduziam à obtenção dum tempo de infiltração de 6 min
filtração subterrânea através de poços de infiltração, como sistema complementar de para um abaixamento do nível de água no ensaio de 25 mm, o que leva à considera-
tratamento das águas residuais produzidas no edifício. ção de um caudal residual infiltrável de 87 1/m'/dia (quadro CLXXXIII).

342 343
Sistemas Prediais de Drenagem de Água~· Residuais Domésticas iV/anual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Os quadros CLXXXV e CLXXXVI resumem os valores determinados no di- Não se deverão verificar quaisquer reduções de pressão durante um período de
mensionamento da fossa séptica e do poço de infiltração. ensaio não-inferior a 15 minutos.

QUADRO CLXXXV 11.2.2 Ensaio com água


Dimensionamento da fossa
Submetem-se os colectores a uma carga igual à resultante de uma eventual obs-
N."de t,, cj trução, devendo para o efeito obturar-se as extremidades de jusante dos colectores e
t, c,~ t, da fossa
utilizadores (1/haÍdla) (dia) (dia) •(Vhab/dia) proceder ao enchimento dos tubos de queda até à cota de descarga do menos elevado
(l/hab/dia) (dia) (mJ)
(hab)
dos aparelhos sanitálios que para eles descarregam.
12 80 3 0,11 720 60 0.45 4.03
Não se deverão verificar quaisquer reduções de pressão durante um período de
ensaio não inferior a 15 minutos.
QUADRO CLXXXVI
Dimensionamento do poço 11.3 Verificação da eficiência do funcionamento
N."de Tenipo.de Após a conclusão de todo o sistema e a instalação dos dispositivos ele utilização,
utilizadores c, infiltração Q, D hr>
(llhab/diCl) (llm'!dia) (m) (m) deverá proceder-se à verificação da eficiência do sistema, através da observação do
-~.:.J!!:.qb) (min.)
comportamento dos sifões, quanto a fenómenos de auto-sifonagem e de sifonagem
12 80 6 87
induzida, o que deverá ser feito de acordo com o indicado no quadro CLXXXVII.

11 RECEPÇÃO DOS SISTEMAS QUADRO CLXXXV!I


Número de aparelhos em ensaio de eficiência
11.1 Generalidades
Núme1p de . .. . - EdifiCações--d1 . utilização.
A regulamentação portuguesa estabelece as condições para recepção dos siste- aparelhos_ com Edificações de uti!izaç(~o-dom~~·tic_~ · _n.üa-dorrtés.tii;~;·.-,
ligação'â tubos ~-_:__ __:__..:.:__ __:_..:.:__:__ _:__:_-,--_:__:__:_:.::::_:__:___
mas prediais de drenagem de águas residuais, as quais assentam na verificação da
~.ueda Autoclismos Lavatórios L'ava-lOu(,·as AuioclÚinos ''·l:.:aVdtÓÍ;ios
conformidade do sistema com o projecto aprovado e na realização de ensaios de
I -9
estanquidade e de eficiência do funcionamento.
No que se refere à verificação da conformidade do sistema com o projecto. estes lO- !8 2
requisitos deverão ser verificados com as canalizações e respectivos acessórios à !O- 24 2
vista. 19.26 2 2
Nas situações em que tenham ocorrido alterações ao projecto aprovado. deverá o 25-35 2 3
projectista proceder à actualização dos elementos do projecto e sujeitá-las à aprova-
27-50 2 3
ção da entidade competente. para que conste do respectivo cadastro do sistema. ---------
36-50 2 2 3
51-78 3 4
11.2 Verificação das condições de estanquidade do sistema
79- 100 3 5
11.2.1 Ensaio com ar ou fumo
A verificação da estanquidade do sistema será obtida através da injecçfto de ar
(neste caso deve-se adicionar produto de cheiro, de modo a facilitar a localização das
fugas) ou fumo à pressão de 400 Pa, através de uma das extremidades, obturando-se
as restantes, ou colocando sifões com água.

344 345
Capítulo IV

SISTEMAS PREDIAIS DE DRENAGEM DE ÁGUAS


RESIDUAIS PLUVIAIS E FREÁTICAS

1 SISTEMAS PREDIAIS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS


1.1 Generalidades

., A drenagem das águas residuais pluviais dos edifícios é nom1almente obtida


\\ através de ramal de ligação, que estabelece a comunicação entre a câmara de ramal
' de ligação e o colector público, ou através de valetas de arruamentos.
Independentemente do tipo de sistema de drenagem público ou da sua inexis-
tência, a montante da câmara de ramal de ligação os sistemas de drenagem de águas
residuais domésticas e pluviais têm de ser separativos, fazendo-se a sua ligação à
rede pública de drenagem através de um ou dois ramais de ligação, assim se trate de
rede pública de tipo separativo ou unitário. No caso de inexistência de rede pública
de drenagem, as águas residuais pluviais não deverão em caso algum ser conduzidas
para eventuais sistemas simplificados de tratamento de águas residuais existentes.
Nos sistemas de drenagem pública de águas residuais pluviais são apenas permi-
tidos os lançamentos de águas residuais a seguir discriminados:
Provenientes da chuva;
Provenientes da rega de jardins, lavagem de an·uamentos, pátios e parques de
estacionamento;
Provenientes de circuitos de refrigeração e instalações de aquecimento;
Provenientes de piscinas e depósitos de armazenamento de água;
Provenientes da drenagem do subsolo.

Em função dos níveis altimétricos de recolha das águas residuais pluviais.


relativamente ao nível do arruamento em que o colector público de drenagem está
instalado, no caso de a drenagem ser feita directamente para o sistema público. a
drenagem predial será obtida por um dos processos seguidamente enumerados.

347
Sistemas Prediais de Drenagem de Água.\' Residuais Pluviais c Freáticas Manual dos Sistenws Prediais de Distribuiçüo e Dren.agem de Águas

1.2 Drenagem gravítica sua condução por gravidade até ao colector público de drenagem ou valeta do
arruamento.
Nas situações em que as águas residuais pluviais ou equiparadas são recolhidas A figura 212 ilustra de fonna esquemática uma situação deste tipo.
a nível superior ao do arruamento em que se encontra instalado o colector público
de drenagem. a sua condução terá de ser feita única e exclusivamente por acção da
gravidade até ao colector público de drenagem ou a valeta do arruamento.
A figura 211 ilustra de forma esquemática uma situação de drenagem predial de
águas residuais pluviais obtida por gravidade.
/
Ciimora de ramal

. ,., "' '


/ "'~ /
Caleo\or polbiN;o

-<.)

Fig. 211 -Drenagem gmvíticn


Fig. 212 - Sistema misto de drenagem
1.3 Drenagem com elevação 1.5 Caudais de cálculo
Sempre que a recolha das águas residuais pluviais ou equiparadas se processe Os caudais de cálculo, caso se trate de precipitação, deverão ser obtidos com
a um nível inferior ao do arruamento em que está instalado o colector público de base em curvas de intensidade. duração, frequência (fig. 214), que fornecem os valo-
drenagem. estas deverão ser elevadas por meios mecânicos para um nível no mínimo res das médias das intensidades máximas ele precipitação, para as diferentes regiões
com planar com o do arruamento. a partir do qual e por gravidade deverão ser condu- pluviométricas (fig. 213), acloptando para o efeito um período de retorno mínimo de
zidas para a rede pública de drenagem ou para valeta do arruamento. 5 anos, para uma duração de precipitação de 5 minutos.
Este requisito pretende obviar às consequências que adviriam do funcionamento As curvas são obtidas com base no tratamento estatístico de registos udográficos
em carga do colector público de drenagem. que se traduziriam no eventual alaga- recolhidos para as diferentes regiões pluviométricas consideradas, traduzidas através
mento dos pisos da edificação localizados a nível inferior ao do arruamento. duma expressão exponencial do tipo:
A figura 212 ilustra de forma esquemática uma situação de drenagem de águas
( l32)
residuais equiparadas a pluviais com elevação mecânica.
em que:
1.4 Sistemas mistos de drenagem I -intensidade de precipitação (mm/h)
-duração da precipitação (min)
Nas situações em que se verifiquem num mesmo edifício recolhas de águas a,b- constantes dependentes do período de retorno
residuais pluviais ou equiparadas a níveis superiores e inferiores ao do anuamento
onde está instalado o colector público de drenagem, deverá proceder-se de acor- As constantes a e b são obtidas por ajustamento das curvas aos valores dos
do com o;.; requisitos referidos para cada uma das situações atrás especificadas, na registos. O quadro CLXXXVIII refere os valores obtidos nos <.Dustamentos para
condução elos caudais até à câmara de ramal ele ligação e a partir daí proceder à diferentes períodos de retorno.

349
348
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas

QUADRO CLXXXVIII QUADRO CLXXXIX


Valores dos parâmetros a, b [27} Valores de precipitação para as diferentes regiões
(período de retorno de 5 anos; duração de precipitação de 5 min)
Período , Regiões pluviométricas
de retorno A B c
(ano.<;) a b a b a h
5 259.26 -0562 207,41 -0.562 311.11 -0,562 1,75
10 290.68 -0.549 232,21 -0.549 348.82 -0.549 1,40
20 317.74 -0,538 254,19 -0,538 381,29 -0,538 c 2,10
50 349,54 -0,524 279,63 -0.524 419,45 -0,524
100 365.62 -0,508 292,50 -0.508 438.75 -0,508

Os valores obtidos através daquelas curvas, nas condições antedormente refe-


ridas, para um período de duração de 5 min estão contidos no quadro CLXXXIX.
:--....
-......._~

Para outras situações, com águas residuais equiparadas a águas pluviais (não -............. :;;:---=t;;;- :::::, &m.@o A
precipitação). deverão considerar-se os valores dos caudais descanegados pelos R i"o B

elementos de produção dos mesmos. r--- r--- 1'-t-- p~


1'-t-- "'-,..__:<:::::
'·"
,. _::::: c:
REG10Es PLUV!OMIÕ:TR!CAS
r-

' lí[il
'" ' ' '" '"
Ourcçilo (min)
'Eill
Fig. 214- Curvas de intensidade de precipitação para um período de retorno de 5 anos

Determinada a intensidade de precipitação, o caudal de cálculo é determinado de


acordo com a expressão:
Q=C.J.A (133)
em que:
Q -caudal de cálculo (1/min)
C -coeficiente de escoamento
I -intensidade de precipitação (l/min.m2 )
A - áre..'l a drenar em projecção horizontal (m 2 )

O coeficiente de escoamento deverá assumir os valores contidos no quadro


Nota: A~ regiões o:wtónoma~ dos Açore.~ c M~dcirn consideram-se como pertencente~ it região pluviométrica CXC, de acordo com o tipo e inclinação do terreno. No caso de áreas a drenar como
referenciada por C.
coberturas inclinadas e em terraço, que grosso modo podem ser tomadas como
Fig. 213- Regiões pluviométricas [27] impenneáveis, o coeficiente de escoamento é considerado como unitário.

350 351
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas

QUADRO CXC Está vedada a possibilidade de qualquer ligação entre a rede predial de distri-
buição de água e as redes prediais de drenagem de águas pluviais, como forma de
Coeficientes de escoamento [5]
prevenir a não contaminação da água distribuída.
Co_qjie,ientes.<ie escoamentp
Tipo de terreno · :'lhdÜiação-do terreno.(%) 1.6.2 Constituição dos sistemas de drenagem
Oa I 1 a 1,5 Os sistemas de drenagem de águas residuais pluviais são constituídos pelos
Areno.:;o 0,13 0,22 0,31 0.49 seguintes elementos:
-"--~·~- ··-·-----·-------
Semiareno::;o 0,22 0,3! 0,40 0,58 Caleiras e algerozes: dispositivos de recolha destinados a conduzir as águas
·---·-·--- ·-------
Semicompacto 0,31 0.40 0.49 0,70 para ramais ou tubos de queda;
·---~ .. -~

Compacto 0.40 0.49 0,58 0.82 Ramais de descarga: canalização destinada ao transp011e das águas
provenientes dos dispositivos de recolha (ralos, etc.) para o tubo de queda ou
colector predial:
1.6 Concepção dos sistemas prediais de drenagem de águas residuais pluviais Tubos de queda: canalização destinada a aglutinar em si as descargas
1.6.1 Generalidades provenientes das zonas de recolha e a transportá-las para o colector predial
ou valeta:
Tão importante como o conecto dimensionamento de uma instalação predial de Colectores prediais: canalização destinada a aglutinar em si as descargas
drenagem de águas residuais pluviais, objectivando a optimização do seu desem- provenientes dos tubos de queda e eventualmente de ramais adjacentes,
penho funcional. é o estabelecimento do seu correcto traçado e implantação. tendo transportá-las até à câmara de ramal de ligação e posteriormente para o ramal
não só em vista aspectos de cariz regulamentar mas também outros. tais como o
público;
econômico ou a sua interligação com as restantes instalações a implantar no
Colunas de ventilação: canalização destinada eventualmente a ventilar
edifício.
poços de bombagem (instalação de elevação), compreendida entre estes
Neste sentido, para além das avaliações relativas às condições de drenagem
e a sua abertura para a atmosfera. de acordo com o definido em 3.4.4 elo
pública e ao posicionamento do edifício, face ao nível do arruamento onde se
Capítulo lll;
instala o colector público de drenagem ou eventualmente as valetas, reveste-se de
Ramal de ligação: canalizaçfto compreendida entre a câmara de ramal de
primordial importância que, após a elaboração de estudo prévio tendo em atenção
os factores atrás enumerados. no sentido da obtenção do desempenho desejado. da ligação e o colector público e destinada conduzir as águas residuais da rede
instalação de drenagem predial de águas residuais pluviais. o projectista coordene, predial para a pública:
com as restantes especialidades intervenientes no projecto, os seguintes aspectos: Acessórios: dispositivos a intercalar nos sistemas. no sentido de possibilitar
as operações de manutenção, retenção e garantia de boas condições de
Localização dos acessórios de recolha das águas (arquitectura e instalações
habitabilidade elos espaços.
mecânicas):
Localização dos sistemas elevatórios, quando tal se justifique (arquitectura. A figura 215 ilustra de forma esquemática a constituição duma rede predial ele
estabilidade, electricidade. e instalações mecânicas): drenagem de águas residuais pluviais.
Posicionamento do sistema nas zonas comuns do edifício (arquitectura,
estabilidade).
1.6.3 Simbologia de representação das redes de drenagem
Nas situações em que se verifique a existência no sistema de drenagem de
A representação esquemática em projecto dos sistemas de drenagem de águas
uma só cámara de ramal de ligação. o colector que conduz as águas residuais plu-
viais deverá ser dotado de sifão se todos os elementos para ele convergentes não residuais pluviais conduz à obrigação do recurso à representação simbólica dos
estiverem munidos ele meios que impeçam a passagem de maus cheiros para zonas elementos de cada sistema, devendo o projectista, em todas as peças desenhadas,
utilizáveis. referenciar a simbologia utilizada.

353
352
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

Coleira QUADRO CXCI


Canalizações e acessórios [5]

Stm.bolo

Tubo de aueUa Canalização de águas residuais pluviais (A.R.P.)


/
/
-x-x- Canalização de drenagem do subsolo
Cíimaro de ramol
de ligaçoo p n
~
Caleclor público Tubo de queda de A.R.P. (n. 0 n ; de diâmetro 0)

Coleclor predial / Ramal de li a õo


- i Sentido de escoamento (i- inclinação da tubagem)

Fig. 215- Elementos constituintes duma rede de drenagem de águas pluviais


VJCD Sifão

Neste contexto e como forma de possibilitar uma mais fácil leitura e entendi-
mento pelo universo dos projectistas no domínio dos edifícios, pensa-se ser de todo
o Caixa de pavimento

o interesse que esse universo de técnicos utilize a mesma representação simbólica Ralo
para as redes prediais de drenagem.
Neste sentido, os quadros CXCI e CXCII reproduzem a simbologia e siglas de Ralo de pinha
representação apontadas pelo documento regulamentar (5], as quais deverão ser
tomadas como referência.
D Câmara de inspecção

1.6.4 Instalação e traçado dos sistemas


[[]] Câmara retentora
1.6.4.1 Considerações gerais
Instalação elevatória
Após a definição com as restantes especialidades intervenientes no projecto dos
espaços e percursos destinados à implantação do sistema de drenagem de águas
Válvula de seccionamento
residuais pluviais, procede-se ao seu traçado definitivo, tomando em consideração
os seguintes aspectos. parte dos quais já foram considerados aguando da elaboração
do estudo prévio. Vúlvula de retenção

1.6.4.2 Ramais de descarga


A ligação simultânea de vários acessórios (ralos, etc.) a um mesmo ramal
de descarga deve efectivar-se através de caixas de reunião ou curvas de
O traçado destas tubagens deverá ser constituído por troços rectilíneos, liga-
concordância (fig. 123);
dos entre si preferencialmente por caixas de reunião ou através de curvas de Em caso algum, os troços verticais de ramais de descarga deverão
concordância; exceder 2m;

354 355
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Si~·temas Prediais de Disrribuiçüo e Drenagem de Aguas

QUADRO CXCII
Materiais [5]

Sigla Designação
--
B Betfto
--~. ---··--
FC Fibrocimento
G Grés
FG Ferro galvanizado
FF Feno fundido
PVC Polic\oreto de vinilo
PE Polietileno
Fig. 216- Descarregador de superfície
PP Polipropileno

1.6.4.3.2 Orifícios de descarga


A ligação dos ramais de descarga aos tubos de queda deve ser feita através
No caso de edifícios cujo tipo de cobertura não possibilite a existência de des-
de forquilhas e aos colectores prediais através de forquilhas ou câmaras de
carregadores de supetffcie, deverá ser prevista a implantação de orifícios de descarga
inspecção (fig. 126); (fig. 217), à média de um por tubo de queda, cuja secção deverá ser pelo menos igual
Os ramais de descarga deverão ser instalados a profundidades razoáveis, como à do con·espondente tubo.
meio de atenuar a transmissão de ruídos para o interior das zonas habitadas; Os orifícios de descarga deverão preferencialmente ter secções rectangulares.
Estas tubagens podem ser instaladas à vista, embutidas, em G.:'lleiras, enterra~ Quando se vetificar a impossibilidade de existir um orifício de descarga por cada
das, em galerias ou tectos falsos; tubo de queda, o orifício de descarga correspondente ao agrupamento dos tubos de
queda considerados deverá ter uma secção pelo menos igual a uma vez e meia a
Na opção dos percursos a seguir pelos elementos de tubagens, sempre que
maior das secções do conjunto considerado.
possível e que tal não ponha em causa o seu correcto desempenho, deverá op-
tar-se pelos de menor dimensão, conduzindo a custos mais baixos, bem como
a menores tempos de retenção da água nas tubagens;
Em caso algum se deverão desenvolver sob elementos de fundaçüo, em zonas
de acesso difícil ou embutidos em elementos estruturais.

1.6.4.3 Descarregadores de superfície e orifícios de descarga

1.6.4.3.l Descarregadores de superfície

As condutas de drenagem de pequena inclinação (caleiras e algerozes) devem


possuir clescarregadores de superfície, de modo que, na eventualidade ele os caudais
de precipitação serem superiores aos previstos no cálculo. o transbordo se faça para
o exterior do edifício.
Os descarregaclores de supetffcie deverão satisfazer aos requisitos expressos na Fig. 217- Orifício de descarga (trop~plein)
figura 216.

356 357
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manmlf dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

1.6.4.4 Tubos de queda 1.6.4.6 Colectores prediais

O traçado destas tubagens deve ser vertical, constituído preferencialmente por O traçado destas tubagens deverá ser constituído por troços rectilíneos, quer
um único alinhamento recto; em planta, quer em perfil;
Sempre que imposições físicas obriguem a que o tubo de queda não se desen- Quando enterradas, estas tubagens deverão ser dotadas de câmaras de
volva através de um único alinhamento recto, as mudanças de direcção deve- inspecção no seu início, nas mudanças de direcção, nas mudanças de
rão ser obtidas através de curvas de concordância e o valor da translação não inclinação, nas alterações de diâmetro e nas confluências. de forma a possibi-
poderá ser superior a dez vezes o diâmetro desta tubagem; nas situações em litar eventuais operações de manutenção e limpeza (fig. 143);
que tal se verifique, o troço de tubagem de fraca pendente deverá ser tratado • Quando instaladas à vista e garantido o seu acesso, as câmaras de inspecção
como colector predial (fig. 135); poderão dar lugar a curvas de transição, forquilhas, reduções e bocas de
A concordância entre os tubos de queda e as tubagens de fraca pendente limpeza, posicionadas de tal modo que possibilitem as eventuais operações de
deverá ser feita através de curvas de transição (fig. 136); manutenção e limpeza (fig. 144);
A inserção dos tubos de queda nos colectores prediais deverá ser feita através
O afastamento máximo entre câmaras de inspecção ou bocas de limpeza
de forquilhas ou câmaras de inspecção (figs. 136 e 137);
consecutivas deverá ser de 15m;
Os tubos de queda deverão ser preferencialmente instalados à vista ou em
Estas tubagens poderão ser instaladas à vista, enteiTadas, em caleiras, galerias
galerias, de forma a facilitar o seu acesso; no entanto, admite-se a sua
ou tectos falsos;
instalação através de embutimento em paredes;
• Na opção dos percursos a seguir pelos elementos de tubagem, sempre que
Em caso algum se deverão desenvolver em zonas de acesso difícil, ou ser
embutidos em elementos estruturais;
No atravessamento de elementos estruturais deverá ficar garantida a sua
.\ possível e que tal não ponha em causa o seu COITecto desempenho funcional,
deverá optar-se pelos de menor dimensão, conduzindo a custos mais baixos,
não ligação rígida a estes elementos, através da·interposição entre ambos de bem como a menores tempos de retenção das águas nas tubagens;
material que assegure que isso não se vetificará (fig. 137). No atravessamento de elementos estruturais deverá ficar garantida a sua não
solidarização com esses elementos, através da interposição entre ambos de
1.6.4.5 Colunas de ventilação material que assegure que isso não se verificará;
Em caso algum estas tubagens se deverão desenvolver sob elementos de fun-
O traçado destas tubagens deverá ser vertical; sempre que se verifique a
dação, em zonas inacessíveis, ou ser embutidas em elementos estruturais.
necessidade de translações relativas ao alinhamento vertical, estas deverão
ser obtidas por troços de tubagem rectilíneos ligados através de curvas de
1.6.4.7 Ramais de ligação
concordância, dispostos com inclinação ascendente;
As colunas de ventilação deverão ter a sua origem nos poços de bombagem; O traçado destas tubagens deverá ser constituído por troços rectilíneos, quer
A situação de abertura directa para o exterior deverá verificar-se nas condi- em planta, quer em perfil;
ções que a figura 138 ilustra; Os ramais de ligação podem ser ligados à rede pública por inserção nas
As colunas de ventilação deverão ser preferencialmente instaladas em gale-
câmaras de visita ou, directa ou indirectamente, nos colectores públicos;
rias, de forma a facilitar o seu acesso; no entanto, admite-se a sua instalação
A inserção directa nos colectores públicos só é de admitir nos casos em que
através de embutimento em paredes;
estes possuam diâmetro superior a 500 mm; a inserção deverá processar-se a
Em caso algum se deverão desenvolver em zonas de acesso difícil, ou ser
um nível superior a dois terços do seu diâmetro (fig. 145);
embutidas em elementos estruturais;
A inserção directa nos colectores públicos poderá ser feita através de for-
No atravessamento de elementos estruturais deverá ficar garantida a sua não
ligação a estes elementos, através da interposição entre ambos de material que quilhas, com ângulo de incidência menor ou igual a 67° 30', no sentido do
assegure que isso não se velificará. escoamento.

359
358
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais c Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição c Drenagem de Águas

1.6.4.8 Acessórios de drenagem (ralos) Não será ele difícil entendimento que as condições disponibilizadas. em ter-
mos de desempenho funcional dos sistemas prediais de drenagem de água residuais
A drenagem através de ralos é feita directamente. encimando e_<.;tes os tubos de pluviais, não deverão genericamente ter em conta o tipo e o nível social dos edifícios
queda, ou a ramais de descarga, os quais de acordo com as diferentes situações de em presença, mas tão-só o seu adequado desempenho, pois de contrário poderia
implantação serão ligados a caixas de reunião, a outros ramais, através de curvas ser posta em causa a habitabilidade proporcionada aos utentes dos edifícios. sendo
de concordância. a tubos de queda. a colectores prediais ou a câmaras de inspecção. apenas admissível algum diferenciamento qualitativo em aspectos estéticos.
Posteriormente. os caudais serão conduzidos até à câmara de ramal de ligação, Neste contexto. enumerar-se-ão de seguida os factores que de certa forma
a partir da qual e através do respectivo ramal de ligação será estabelecida a ligação podem influenciar os níveis de conforto e de qualidade das instalações de drenagem
ao sistema público de drenagem, ou conduzidos directamente. a partir dos tubos de de águas residuais pluviais; posteriormente proceder-se-á à sua abordagem indivi-
queda ou dos colectores prediais, para as valetas do arruamento. dual. através da identificação das causas que influenciam a qualidade destas insta-
As câmaras de ramal de ligação deverão preferencialmente ser implantadas fora lações. referindo algumas medidas tendentes a atenuar os seus efeitos:
das edificações: quando tal não for possível. elas deverão ser implantadas no espaço Ruídos;
ocupado pelo edifício. de fom1a a que fique assegurado o seu acesso. No caso de Acessibilidade dos sistemas;
edifícios colectivos, a sua implantação, quando no interior destes. deverá ter lugar Odores.
em espaços comuns.
1.8.2 Ruídos
1.7 Remodelação ou ampliação de sistemas existentes
Tendo em conta a legislação nacional aplicável [61], não deverão as instalações
A renovação dos sistemas de drenagem de águas residuais pluviais, contraria- prediais de drenagem de águas residuais pluviais produzir ruídos que ultrapassem os
mente ao que se verifica geralmente com os sistemas de drenagem de águas residuais valores aí prescritos. de acordo com os diferentes tipos de edifícios. de forma a não
domésticas. não conduz necessariamente à sua ampliação. mas tão-só à substituição pôr em causa o conforto dos utentes.
dos materiais e equipamentos instalados. Nesse sentido, serão focadas seguidamente as principais causas das perturba-
Deste modo, sempre que o projectista esteja em presença de um projecto de ções sonoras provocadas por este tipo de instalações. bem como algumas formas
ampliação (geralmente com o aumento das áreas sujeitas à recolha de pluviosidade) tendentes a atenuar ou suprimir os seus efeitos.
de uma rede de drenagem, deverá comprovar a capacidade da rede existente ajusante A utilização de tubagens de materiais muito rígidos. de elevada rugosidade e
para dar resposta às necessidades da condução e transpo1te dos novos caudais em traçados sinuosos conduz à eclosão de ruídos de choque e ressonância. Assim, e
como fonna de obviar à eclosão destes fenómenos. deverá recorrer-se à utilização de
presença, equacionando a possibilidade de substituição ou criação paralela de um
tubagens de materiais com características absorventes, com paredes não muito finas
novo sistema, sempre que necessário.
e interiormente lisas.
Dever-se-á ainda prever a substituição das tubagcns existentes, nas situações
A inadequada instalação das tubagens. quando fixadas rigidamente aos elemen-
em que o seu estado de conservação não seja de molde a assegurar desempenhos
tos de suporte e nos atravessamentos de elementos estruturais, conduz inevitavel-
satisfatórios.
mente à transmissão e propagação de ruídos aos edifícios. Estes fenômenos podem
ser atenuados através do recurso à interposição entre as tubagens e os acessórios de
1.8 Níveis de conforto e de qualidade dos sistemas fixação, ou entre os acessórios de fixação e o suporte, ou entre a tubagem e os ele-
mentos estruturais atravessados por esta, de isolantes com características elásticas
l.S.l Generalidades
(ex.: cortiça, boiTacha, etc.). como se exemplifica na figura 147.
À semelhança do que foi referido para os sistemas prediais de drenagem de As instalações elevatórias, sempre que entram em funcionamento. transmi-
::iguas residuais domésticas. os níveis de conforto e de qualidade dos sistemas tem vibrações. quer às canalizações quer ao edifício, com a consequente produção
prediais de drenagem de águas residuais pluviais. contrariamente ao explicitado para de ruídos; estes efeitos poderão ser atenuados através da sua implantação o mais
os sistemas de distiibuição de águas, não deverão ser função do tipo e qualidade longe possível das zonas habitadas, recorrendo adicionalmente à interposição, na sua
pretendida para o edifício em presença, em termos gerais. ligaçfto com os elementos de suporte, de embasamentos isolados e fixações elás-

360 361
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçiío e Drenagem de Águas

ticas, e à inserção de juntas elásticas nas ligações entre os elementos de bombagem QUADRO CXCIII
e as tubagens, bem como à limitação das velocidades de escoamento, as quais Dimensões mais usuais das tubagens de betão [67]
deverão ter em conta as prescrições contidas em 9 do Capítulo UI.

1.8.3 Acessibilidade dos sistemas

Se bem que numa primeira abordagem o acesso aos sistemas de drenagem 150
de águas residuais pluviais possa ter pouco a ver com os níveis de qualidade e 200 200

de conforto proporcionados aos utentes, se pensarmos em situações de conserva- 300 300


ção, manutenção e reparação, concluir-se-á que os tempos para estas operações 400 400
serão tanto maiores quanto maior for a dificuldade de acesso aos mesmos; para 500 500
além disso, um mais fácil acesso ao sistema permite uma melhor identificação de 600 600
eventuais anomalias, com a consequente redução dos tempos de interdição de uso 800 800
dos mesmos. 1000
1200
1.8.4 Odores Tolerância da espessura: a espessura da parede não pode ser inferior à refe!ida pelo fabti-
cante em mais de 3m+ 2% da espessura medida em mm.
Sempre que na edificação em presença se verifique a existência de uma única Tolerância do comprimento útil: o comprimento útil não deve ser inferior ao comprimento
' referido pelo fabricante em mais de 1% do comprimento útil parn tubos de comprimento
câmara de ramal de ligação, isto é, onde se juntam as águas residuais domésticas
e as pluviais, dever-se-á intercalar no colector, que conduz as águas pluviais e/ou
'\ superior a 1 m e em mais de IOmm para tubos de comprimento inferior ou igual a I m.

equiparadas até esta, um sifão que impeça a passagem para o sistema de drenagem
\ QUADRO CXCIV
de água pluviais dos odores provenientes do sistema de drenagem de águas residuais Carga de rotura [67]
domésticas, evitando-se assim a passagem desses odores para zonas do edifício ha-
bitáveis. Deverá garantir-se o fecho hídrico do sifão.

1.9 Tubagens: materiais constituintes e instalação


.,,, '6óli::. '90A'' 13'5A: '".'608· 90 )3 isss
Na selecção dos materiais constituintes dos sistemas de drenagem de águas 150 13.5 20,5
residuais pluviais, deverão ser considerados fundamentalmente os factores de ordem 27 12 18 27
200
económica e as condições de aplicação das tubagens. 40,5 18 27 40,5
300
Os principais tipos de tubagens utilizados na drenagem predial de águas resi- 54 24 36 54
400 36
duais pluviais são os contidos em 5 do Capítulo IH, aos quais se poderão adicionar 45 67.5
500 45 67.5 30
as tubagens de ferro galvanizado, referidas em 6.2.2 do Capítulo I, e as tubagens de 81
600 54 81 36 54
betão a seguir referidas.
800 48 72 108 48 72 108
1000 60 90 135
1.9.1 Tubagens de betão
1200 72 108 162
As tubagens de betão deverão ser preferencialmente utilizadas em redes enter-
radas, não devendo ser utilizadas à vista, nem com recobrimentos muito reduzidos. A estanquidade entre os diversos troços de tubagem deverá ser assegurada atra-
Os quadros CXCIII e CXCIV apresentam algumas características dimensionais vés de elementos em borracha integrados nas tubagens ou separados destas.
e de resistência mecânica destas tubagens. A figura 218 ilustra esquematicamente uma tubagem com ou sem abocardamento.

363
362
Sistemas Prediais de Drcnap,em de Águas Residuais Pluviais e Freáticas J\tlanua! dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas

n: ... : J
Definido elo fundamentais à obtenção de um nível de desempenho funcional satisfatório destas,
obric~n!e

e de modo a assegurar, em todas as situações, uma drenagem eficiente das águas


pluviais ou equiparadas.
Com obocardodo
A intensidade de precipitação, como já foi referido anteriormente, deverá ser
obtida com base em curvas ele intensidade, duração e frequência, adoptando para o
1----------· Comprimento Úlil ~ efeito um período de retorno mínimo de 5 anos, para uma duração de precipitação
de 5 minutos.
O caudal de cálculo será determinado de acordo com o referido em 1.5.
Como já foi referido, verifica-se a imposição regulamentar da separação das re-
Sem obocordodo _
1 des de águas residuais domésticas das de águas pluviais até às câmaras de ramal de
//// /A
ligação.

Fig. 218- Tubagens de betão com ou sem abocardarnento 1.11.2 Ramais de descarga

Os ramais de descarga individuais poderão ser dimensionados para escoamentos


Estas tubagens devem ser instaladas de acordo com os requisitos referidos em
a secção cheia.
5.4.1 do Capítulo III.
As inclinações dos ramais de descarga não deverão ser inferiores a 5 mm/m.
Como forma de garantir a qualidade das tubagens aplicadas. só deverão ser uti-
O diâmetro mínimo admitido para os ramais de descarga é de 40 mm, com ex-
lizadas tubagens portadoras de certificado de ensaio emitido por entidade acreditada
cepção das situações em que lhes são aplicados ralos de pinha, passando o seu valor
para o efeito. As tubagens deverão ser identificadas com a classe a que pertencem.
mínimo para 50 mm.
O diâmetro interior dos ramais de descarga é calculado como se indica:
1.10 Acessórios
a) Detennina-se o caudal de cálculo confluente para o ramaL de acordo com o
Os acessórios são dispositivos a intercalar nos sistemas de drenagem de águas
referido em 1.5;
residuais pluviais. objectivando as eventuais operações de manutenção e conserva-
h) Determina-se o diâmetro elo ramal:
ção das mesmas. inviabilizando a passagem de determinadas matérias ou substâncias
para os sistemas, evitando a passagem para as zonas utilizáveis ele gases de odor • ou através da fórmula de Manning-Strickler (102):
desagradável. • ou através da tabela do quadro CXCV.
As características deste tipo de equipamentos encontram-se descritas em 6 do
Capítulo Ill. 1.11.3 Caleiras e algerozes

A altura da lâmina líquida no interior das caleiras e dos algerozes não deve ultra-
1.11 Dimensionamento dos sistemas de drenagem de águas residuais pluviais
passar 7/10 da altura da sua secção transversal, salvo se for assegurado que, em caso
Lll.l Generalidades de transbordo, este não se dará para o interior do edifício.
As inclinações das caleiras e algerozes deverão oscilar entre 2 e 15 mm/m, sendo
O correcto dimensionamento elas redes prediais de drenagem de águas resi-
recomendada a adopção de valores entre 5 e 1O mm/m.
duai1' pluviais implica o conhecimento de algumas prescrições de carácter técnico-
As secções de caleiras e de algerozes são determinadas como se indica:
-regulamentar, bem como da metodologia ele cálculo adequada.
Assim, no presente documento é feita a apresentação de um conjunto de regras a) Determina-se o caudal de cálculo confluente. de acordo com o referido
de dimensiomunento das redes prediais de drenagem de águas residuais pluviais, em 1.5;

364 365
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de DistribuiçcTo e Drenagem de Águas

QUADRO CXCV QUADRO CXCVJ


Dimensionamento dos ramais de descarga Grandezas geométricas relativas a secções circulares
Diâmetro Caudctis (llmin) h/D AJD2. :Ji!D
DN
interior '!liclinaÇf.io 0,10 0,04088 0,06352
(mm)
(mm)
lo/o 2% 3% 4% 0,15 0,07387 0,09288
40 36,4 32 45 55 63 0,20 0,11182 0,12059
50 45,6 60 84 103 119 0,25 0,15355 0,14663
75 70,6 191 270 331 382 0,30 0,19817 0,17094
90 85,6 319 452 553 639 0,35 0,24498 0,19349
110 105,1 552 781 956 1104 0,40 0,29337 0,21423
125 119,5 777 1100 1347 1555 0,45 0,34270 0,23309
Os caudais das canalizações foram calculados de forma a que o escoamento se processe a secçUo cheia,
at1·avés da fórmula de Manning-Strickler e considerando que o material da tubagem possui uma rugosidade No caso de secções rectangulares (fig. 220), o raio hidráulico R e a área ocupada
K =120m 1 ~' ••,· 1
pelo fluido serão determinados pela seguinte forma:

b) Calcula-se a secção das condutas


• ou através da fórmula de Manning-Strickler (102): \

No caso de secções semicirculares (fig. 219), o raio hidráulico R e a área


ocupada pelo fluido poderão ser determinados, recorrendo à tabela do quadro
\ \, A~bx(~!J)
CXCVI, em função do valor do quociente entre a altura da lâmina líquida (h) e o A

diâmetro da caleira ou do algeroz (D). R~ b+2(~

Fig. 220- Caleira de secção tipo rectangular

• ou através da tabela do quadro CXCVII.


se: h~!_·(!!.)=>~~0,35
10 2 D
1.11.4 Descarregadores e orifícios
1.11.4.1 Noções gerais de hidráulica

De acordo com o expresso em 9.2.2 do Capítulo I, por aplicação do teorema de


Fig. 219- Cnleira de secção semicircular Bernoulli, a velocidade teórica de escoamento por um orifício situado na parede
lateral de um reservatório é dada pela fórmula de Torricelli:
(134)

A velocidade real de escoamento será ligeiramente inferior à velocidade teó-


rica traduzida pela expressão antedormente referida, e será obtida pela afectação
da velocidade teórica de um coeficiente de velocidade (C) que assumirá valores

366 367
Sistemas Prediais de Drenagem de Aguas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sisrenws Prediais de Distribuiçâo e Drenagem de Águas

QUADRO CXCVII entre 0,98 e 0,99. Para que esta velocidade seja constante em todos os pontos
Dimensionamento de caleiras e algerozes de secção semicircular da secção de saída, é necessário que o orifício seja de dimensões reduzidas. ou
esteja posicionado no fundo do reservatório. A secção do fluido a jusante do furo.
Secçtíes-(cm 2) que geralmente se designa por secção contraída (S), é inferior à secção deste (S):
Área em
planta lnclinaçãp a relação entre estes dois valores é denominada por coeficiente ele contracção
(m2)
0,5% 0,7% 1,0% 1,5% (S,!S=C), donde o caudal escoado será dado pela expressão:
20 27 23 20 18
Q =C, C,· S j2ih (135)
30 36 32 28 24
40 45 39 34 30 Designando por coeficiente de vazão o valor obtido pelo produto Cv C, e

50 53 47 41 35 expressando-o por C teremos:

60 61 53 47 40 Q=C S·flih (l 36)


~-- ... - .. -------·-~· ~····-----·-···----·~·- -· ··-~------~-

70 68 60 52 45
O coeficiente de vazão. para orifícios de parede delgada. assume valores à volta
80 75 66 58 50
de 0.6.
90 82 72 63 54
Nas situações em que o escoamento se processa através de tubos adicionais ou de
100 89 78 68 59
.......... ---·-~---~---- --- orifícios em parede espessa (fig. 221). até determinado comprimento o escoamento
110 95 84 74 63 processa-se como para os orifícios em parede delgada: nos casos em que o compri-
!20 !02 90 78 67 mento exceda 1.5 a 2.5 ou mais vezes o diâmetro elo orifício. o fluido volta a entrar
130 108 95 83 72 em contacto com as paredes do tubo, verificando-se uma depressão na vizinhança da
--~-- ·---~---

140 114 IOI ss 76 secção contraída de cerca de 3/4 h até ao limite da pressão atmosférica. sendo então
150 120 106 93 80 o caudal obtido pela expressfto:
------------
160
170
126

132
li!
116
97
102
84
88
Q=C S )2g(h+lhJ (137)

ISO 138 122 106 91 Para valores de C= 0,6 o caudal será:


190 148 127 111 95 Q=O.S S·flih ( J38)
200 149 132 115 99
Nos casos em que os orifícios considerados assumam dimensões significativas
250 177 156 136 117
·-·-·····---·- ···~·-·-·-·---- .. ~ --·---~-
e estejam posicionados não no fundo do reservatório mas na sua parede vertical.
300 202 178 156 134
a carga deixa ele se poder considerar constante em toda a secção, pelo se deverá
350 227 200 175 150
considerar o orifício dividido em pequenos elementos de largura b e de altura dh.
400 251 221 194 166
sendo os caudais elementares determinados por:
450 274 242 212 182
500 270 262 229 197 dQ =c ·b·)2g·h' dh (139)

As sccçücs foram determinadas admitindo um caudal máximo de precipitação de e o caudal total obtido através do integral
2 !Jmin.m~ c que o escoamento se processa segundo uma lúmina líquida de 7/1 Oda altu1·a
da sua ~ccç.'io. através dü rórmub de Manning-Stricklcr.
Considerou-se que o material das conduta.• possui uma rugosidadc K:;;; 90 m'".s- 1
Q= cf"' b·..f2i .Jh ·dh (140)
"'

368 369
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

que no caso de odfícíos de forma rectangular será dado por:

(141)
{
Fig. 223 - Descarregadores de parede delgada e espessa
'-----. P-11,-- orifícios rectangulares de grandes dimensões, fazendo h2 = O, pelo que o caudal es-
( coado será dado pela expressão

(142)
Fig. 221- Escoamento por tubos adicionais
em que C assume valores à volta de 0,4.
Quando a parte superior de um mifício colocado sobre parede vertical de um Quando o descarregador é do tipo de soleira espessa horizontal, não existe qual-
quer contracção lateral e a aresta a montante da soleira é baleada, de modo a não
reservatório é suprimida, isto é, se passa a ter uma figura geométrica não-fechada,
causar contracção nessa zona, verifica-se que o coeficiente de contracção é igual a
designa-se por descanegador. Nestas condições, a superfície livre não contém des-
2/3 de h, donde resultará que o caudal escoado será igual a:
continuidades, logo a veia líquida na sua patte superior, na passagem pelo descarre-
gador, pe1manece em contacto com a atmosfera, verificando-se um abaixamento da
superfície livre na zona perturbada (fig. 222). 2
Q=-h·b ~
2g·-h =0,385b-v2g ·h 312 = (143)
3 3

1.11.4.2 Descarregadores de superfície

J1 Os descanegadores de superfície deverão satisfazer aos requisitos expressos na


figura 216, em 1.6.4.3.1.

1.11.4.3 Orifícios de descarga

A secção dos mifícios de descarga deverá ser pelo menos igual à do con·espon-
dente tubo de queda, com um mínimo de 50 cm2 •
Quando se verificar a impossibilidade de existir um orifício de descarga por cada
tubo de queda, o orifício de descarga correspondente ao agrupamento dos tubos de
queda considerados deverá ter uma secção igual a pelo menos uma vez e meia a
Fig. 222 - Dcscan·egador maior das secções do conjunto considerado.

Os descarregadores podem ser, para além de outros tipos, de parede delgada ou 1.11.5 Tubos de queda
de parede espessa ('fig. 223).
No caso de descarregadores de parede delgada, com soleira horizontal, sem O diâmetro dos tubos de queda não deverá ser inferior ao maior dos diâmetros
contracção lateral, poder-se-á recoiTer à expressão anteriormente referida para dos ramais de descarga que para ele confluem, com um mínimo de 50 mm.

370 371
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais c Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçâo c Drenagem de Águas

O diâmetro dos tubos de queda deve preferencialmente ser constante ao longo de O diâmetro dos tubos de queda é calculado como se indica:
todo o seu desenvolvimento. a) Determina-se o caudal de cálculo, de acordo com o referido em 1.5:
Duma forma simplificada, poder-se-ão considerar dois tipos de escoamento, os b) Calcula~se o diâmetro do tubo, de acordo com as condicionantes atrás
que se estabelecem normalmente c aqueles que se produzem quando se verificam referidas:
determinadas condições. • ou através das fórmulas atrás mencionadas ( 144) e (145);
O escoamento é considerado normal quando se processa em descarregador, cujo • ou através das tabelas dos quadros CXCVIII a CC.
caudal escoado será dado pela expressão:

(144) QUADRO CXCVIII


Dimensionamento dos tubos de queda (L~ 0,04 D)
em que: de entrada com aresta viva
Q -··caudal e!'coado (m3 /s)
L
N -carga no lubo de queda (m) Caudais (l!min)
Diâmetro mínimo
D - diümctro interior do tubo de queda (m)
DN interior do tubo
(mm) Carga no tubo de queda (lâmirwlíquida) H (nun)
aceleração da gravidade (m/s1 ) (mm) de queda
(m) 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Í 0,453 ~entrada em aresta viva no tubo de queda
a:::: lO, 578 ~entrada c nica no tubo de queda 50 45,6 2 20 65 135 231 356
75 70.6 3 30 92 184 307 462 650 873
p = 0.350
90 85.6 3 35 108 214 352 525 733 978 1260 1583
Esta expressão poderá ser utilizada para a detem1inação dos diâmetros dos tubos 110 105.1 4 43 129 252 411 607 841 1114 1427 1782 2179
de queda sempre que:
125 119,5 5 48 144 280 455 668 921 1215 1550 1929 2351
o tubo de queda tenha um comprimento L;::: 0.04 D (m) e entrada em aresta viva; 140 133,9 5 54 160 308 498 729 1001 1316 1673 2076 2523
o tubo de queda tenha um comprimento L C: I me entrada cônica;
sem quaisquer restrições, quando o tubo de queda não possua acessólios na
base que introduzam sinuosidades. QUADRO CXCIX
O escoamento será considerado como acidental, quando processado através dum Dimensionamento dos tubos de queda (L ~ 1 m) de entrada cônica
orifício. na situação em que:
L
_Caudais (1/ff!in)
.. o tubo de queda tenha um comprimento L<0,04 D (m) centrada em aresta viva. Diâmetro mínimo
DN
interior do rubo
Ne~ta situação. o caudal escoado poderá ser determinado pela expressão: (mm) Carga iw tubo de-qui:da (lâmina.líquida)-H (m'm)
(nun) de queda
(m) 10 20 30 40 50 60 711 80 ?90 .• IOO
Q=C S~2gH ( 145)
50 45.6 25 79 160 269 409
em que: 75 70.6 37 113 222 366 544 758 1009

Q caudal escoado (m 3 /s) 90 85.6 44 133 260 424 625 864 1143 1462 1824
C - codidcntc de escoamento (0,5) 110 105.1 54 160 309 499 730 !002 1317 1675 2078 2526
S ~·secção do tubo de queda (m 2 ) !25 119.5 61 179 345 554 808 1104 1446 1832 2265 2745
H -carga no tubo de queda (lámina líquida) (111)
140 133.9 67 199 381 610 885 1206 1574 1989 2453 2965
g -aceleração ela gravidade (m/s 1 )

373
372
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas .,\ Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas
'
QUADRO CC QUADRO CC!
Dimensionamento dos tubos de queda (L< 0,04 D) Dimensionamento dos colectores prediais
de entrada com aresta viva

ca~d,âi.·/(f!m
.. i~J
Diiúne'tro -·m#iljiO_ .. '.i.' "
DI{ ·-'i(itâlor .· dc>"tftbO\ · "' .--__.Cârga áo iubo de q~e_d_a- (lâmin'a líquida) H (mm) !lO 105,1 552 781 956 1104
-(mmF (mm) de·queda
)O .. 20 30 .. 40 50 60 70 80 90 100 125 119,5 777 1100 1347 1555

50 45.6 2 22 31 38 43 48 53 57 61 65 69 140 133,9 1053 1489 1824 2106


75 70,6 3 52 73 90 104 116 127 137 147 !56 164 160 153.0 1503 2125 2603 3006

90 85,6 3 76 108 132 !53 171 187 202 216 229 241 200 191,4 2730 3861 4729 5461

!!O 105,1 4 115 163 199 230 257 282 304 326 345 364 250 239.4 4959 7013 8589 9918

125 119,5 5 149 210 258 298 333 364 394 421 446 470 315 301,8 9197 13006 15929 18394
140 133,9 5 187 264 324 374 418 458 494 528 560 591 Os caudais das canalizações foram culculudos de forma a que o escoamento se
processe a secção cheia, através da fórmula de Manning-Strick\er e conside-
rondo que o material da tubagem possui uma rugosidade K = 120 mlr.lfs.
'\'%.,
1.11.6 Colectores prediais

O diâmetro dos colectores prediais não deve ser inferior ao maior dos diâmetros
'\ Os colectores podem ser dimensionados para um escoamento a secção cheia,
desde que o ramal se destine única e exclusivamente ao transporte de águas pluviais
das canalizações que para ele confluem, com um mínimo· de 100 mm. ou equiparadas.
As inclinações dos colectores devem estar compreendidas entre 5 e 40 mm/m, O diâmetro interior dos ramais de ligação é calculado da mesma forma que os
sendo aconselhável não utilizar valores inferiores a I Omm/m. colectores prediais.
Os colectores podem ser dimensionados para um escoamento a secção cheia.
1.11.8 Exemplo prático de aplicação
O diâmetro interior dos colectores prediais é calculado como se indica:
1.11.8.1 Generalidades
a) Determina-se o caudal de cálculo confluente para o colector, de acordo com
o referido em 1.5~ Como forma de ilustrar as regras de dimensionamento referidas, apresenta-se
b) Calcula-se o diâmetro do colector: o projecto dum sistema de drenagem de águas residuais pluviais dum edifício com
cinco pisos, dos quais o primeiro constitui parte comum onde se situam as garagens
• ou através da fónnula de Manning-Strickler ( 102); e arrecadações.
• ou através da tabela do quadro CCI. A edificação localizar-se-á na região de Lisboa, e a drenagem diz respeito à pre-
cipitação caída na cobertura e às águas de lavagem das garagens.
As águas provenientes da cobertura serão recolhidas em caleiras, que as
1.11.7 Ramais de ligação encaminharão para ralos de pinha ligados a tubos de queda.
As caleiras possuem as dimensões e inclinações indicadas nas peças dese-
O diâmetro dos ramais de ligação prediais não deve ser inferior ao maior dos nhadas e quadros, sendo revestidas a material com o factor de rugosidade
diâmetros das canalizações que para ele confluem, com um mínimo de 125 mm. K=90m 113 .s· 1 •
As inclinações dos ramais de ligação não deverão ser inferiores a lO mm/m, Os tubos de queda serão de PVC rígido, nos diâmetros indicados nas peças
sendo aconselhável que se situe entre 20 e 40 mm!Jn. desenhadas e quadros.

374 375
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Distrilmiçi7o e Drenagem de Águas
-------

As águas de lavagem da garagem serão recolhidas através de dois ralos aí 1.11.8.2.3 Tubos de queda
colocados e conduzidas à câmara de ramal de ligação através de ramais de PVC nos
Os tubos de queda foram dimensionados de acordo com os critérios indicados
diâmetros indicados nas peças desenhadas e quadros.
em 1.1 1.5.
Os colectores prediais serão executados em PVC rígido de K = 120 m 113 .s- 1• nos
No quadro CCIII indicam-se os parâmetros necessálios à determinação dos diâ-
diâmetros indicados nas peças desenhadas e quadros. instalados com inclinações de
metros elos diferentes tubos de queda considerados.
20 mm/m.
A câmara de ramal de ligação ficará instalada no interior da edificação. posicio-
nada de acordo com o assinalado nas peças desenhadas. QUADRO CCill
O ramal de ligação será executado em PVC rlgido de K = 120 mi/J.s· 1• com o Dimensionamento dos tubos de queda
diâmetro e inclinação indicados nas peças desenhadas e quadros.
As figuras 224 e 225 mostram a rede de drenagem na cobertura e no piso I Área de Intensidade Caudal Altura da Diâmetro. do
Tubo
collfribuiçiio de precipicaçüo de cálculo lâmina líquida tubo' de' queda
(térreo). de queda
(m2 ) (!!min,m2 ) (1/min) (mm) (mm)

1.11.8.2 Dimensionamento P1c___ _.::2:::6_ _ 46.8


P2 23 1.8 41.4 20 50
1.11.8.2.1 Generalidades ----
P3/P4 32 _ _ _ _ __c5:._7.:c.6 - - - - - - - - - -
O dimensionamento foi efectuado considerando:
Os caudais de cálculo, a partir do valor da precipitação expresso no quadro 1.11.8.2.4 Ramais de descarga
CCII (cobertura) e do somatólio dos caudais de descarga confluentes para a
Os ramais de descarga foram dimensionados de acordo com os critérios
tubagem considerada. no caso dos ralos de pavimento (garagem):
indicados em 1.11.2.
As inclinações das tubagens;
No quadro CCIV indicam-se os parâmetros necessários à determinação dos
As rugosidades dos materiais constituintes das tubagens:
diâmetros dos diferentes ramais de descarga considerados.
Os diâmetros obtidos reconendo à formulação referida e tendo em conta a
especificidade do elemento dimensionado.
QUADRO CCIV
Dimensionamento dos ramais de descarga
1.11.8.2.2 Caleiras
Caudal Caudal Diâmetm
As caleiras foram dimensionadas ele acordo com os critérios fixados em 1.11.3. i
Aparelhos acumulado de cálculo dos ramçâs
(%)
No quadro CCll indicam-se os parâmetros necessários à determinação ela secção (1/min) (l!min) (mm)
elas diferentes caleiras. I Rp 30 30 2 50
2 Rp 60 60 2 50
QUADRO CCII
Dimensionanwnto das caleiras Rp- Ralo de pavimelltn

Área de Intensidade Caudal Secção Diâmetro 1.11.8.2.5 Colectores prediais


Cate ira contribuição de precipitação de cálculo da caleira da caleira
(%)
(m 2 ) (llmin.m2) (l!min) (cm2 ) (mm) Os colectores prediais foram dimensionados de acordo com os crit~rios
..:___..:__ ·-----' · - - - - - -
c::tl/ca:2 32 57.6 27.05 indicados em 1.11.6.
ca3 26 LS 46.8 23,08 100 No quadro CCV indicam-se os parâmetros necessálios à determinação dos
diâmetros dos diferentes colectores prediais de descarga considerados.
ca4 23 41,4 :20,93
------------~..:___----~~-------

376 377
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Predictis de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO CCV p t p 2

Dimensionamento dos colectores prediais ff ~ o ~;;:;:::::::::::::::::::::::::;:;:::;::::::::e~3:::::::~'1 fF ~ ~o


·-·-·-·-· ·ii:·-·-·-·-·
ÇQ!ecp:r:' ~;p~iúz:i?/iGiq·;:: y<:::~!f'!~l
,·: •• ··caudal
i
Diâmetro
:_; fi:ql{m.~fr#P-'; ·:,'d~-_Câf~ú[d·' · 'do·i:~úcuir·
'pn;~ra'C· -d~.-~e~~'P[ç~s~·;_ :,: 'y·(.~~:~fn)·, •(%!' o
'(lé(lii?J• (m'n,) I
CI!-CI2 Pl 46,8 46,8 ~ I
I I
CI2-CI4 Pl+P2 88.2 88,2 2 !!O í
C13-Cl4 P4 57.6 57,6
~ .,,
I
··I •í-1
"f
I

1.11.8.2.6 Ramal de ligação ~


O ramal de ligação foi dimensionado de acordo com os critérios indicados

'\(~
em LIL7.
No quadro CCVI indicam-se os parâmetros necessários à detenninação do diâ-
metro do ramal de ligação.
l --;l~-±t:-~---
~ <vi
'

.,['.,.;
~·'I
'
QUADRO CCVI REDt. PUBLICA rf>-·----
Dimensionamento do ramal de ligação \ '\ Fig. 225 - Planta do piso 1
CS sa.o

2 SISTEMAS PREDIAIS DE DRENAGEM DE ÁGUAS FREÁTICAS

Pl+P2+P3+P4+2Rp 263,4 263.4 125


2.1 Generalidades

A água proveniente da precipitação infiltra-se nos solos, conduzindo à formação


-"'-..... rr===7"'=='1]11 ~ ~ de toalhas de água (águas freáticas) quando consegue atingir as camadas profundas
r.-ii so ·~·bii==~=R;iF&/s'=fi"p=====~' " .,, (impenneáveis ou de difícil infiltração) destes. Nas situações em que estas águas se
concentram localmente, designam-se normalmente por águas acumuladas.
Quando se procede à implantação de edificações em zonas de terrenos do tipo
coerente ou em encostas, onde se depara não raras vezes a existência ou formação de
águas acumuladas, verifica-se a necessidade de usar meios que possibilitem desviar
essas águas desses locais, de fmma a evitar a sua eventual infiltração nos edifícios.

2.2 Disposições construtivas


Por fonna a evitar a acumulação de água na envolvente e soleira das partes
enterradas dos edifícios e a sua provável infiltração para o interior dos mesmos,
deverão dispor·se elementos de drenagem nessas zonas que possibilitem o escoa-
'\.utOOmm mento dessas águas.
Os elementos de drenagem (drenos) deverão ser constituídos preferencialmente
Fig. 224- Planta da cobertura por um anel periférico (instalado em vala) envolvendo toda a parte entexTada do

378 37.9
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

edifício. o qual deverá localizar-se a uma profundidade que possibilite o escoamento Como forma de atenuar ou evitar a afluência de terras para o interior dos drenos.
das águas que se concentram em toda essa zona e eventualmente um dreno de su- estes deverão ser envolvidos por material filtrante, o qual deverá preferencialmente
perfície posicionado sob a soleira do edifício, ligados entre si da forma que a figura ser constituído por cascalho grosseiro (no caso de terrenos siltosos ou arenosos finos,
226 ilustra. deverá recorrer-se à construção de um filtro de seixo) com uma espessura entre O, 1O
Geralmente um anel periférico de drenagem é um meio suticiente para o escoa- e 0,20 m sob o dreno e uma altura não-inferior a 1m sobre este (fig. 226); por vezes,
mento das águas acumuladas; no entanto. nas situações em que se verifique a possi- de fonna a evitar a colmatação dos elementos filtrantes. envolvem-se estes com ma-
bilidade de as águas acumuladas sob o edifício poderem provocar danos estruturais teriais do tipo geotêxtil.
nesse pavimento. devido à impulsão. a solução será a implantação de um dreno de Os drenas periféricos deverão ser posicionados de forma a ficarem num plano
superfície. inferior ao do piso da cave, mas acima do nível inferior dos elementos de fundação.
Deverá ter-se em consideração que o rebaixamento do nível freático em alguns devendo o seu afastamento em relação às paredes periféricas do edifício ser da or-
tipos de terrenos poderá conduzir a assentamentos diferenciais nos edifícios. pelo dem dos 0.50 m (fig. 227).
que deverão ser tomadas as devidas precauções no sentido de obviar os seus efeitos.

Fig. 227- Dreno periférico ligado a filtro sob a edificação

No caso de os drenas periféricos serem posicionados afastados das paredes


xtx x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x
envolventes do edifício. a profundidade máxima deve ser função da pendente duma
Coluna de elevação
L J:2..~ bombaqem
recta imaginária que passe pelo nível infe1ior da vala de drenagem e da fundação.
cuja inclinação (a) não exceda 15% no caso de terrenos do tipo arenoso. ou 30% nos
casos de terrenos do tipo argiloso (fig. 228).
Nas intersecções das diferentes direcções dos drenes periféricos. deverão ser
instaladas câmaras de inspecção. bem como nos extTemos do dreno ele superfície
antecedendo a sua ligação ao dreno periférico (fig. 226). ele forma a possibilitar
facilmente as operações de remoção dos elementos finos (terras) que inevitavelmente
serão conduzidos para a rede.
Estas águas deverão ser conduzidas para poço de bombagem, para posterior
encaminhamento para a rede predial de drenagem de águas pluviais (fig. 226).
Os materiais mais utilizados no fabrico de tubagens que compõem este tipo de
sistemas são:
CORTE A-A
Tubos de material cerâmico;
Fig. 226- Sistema de drenagem completo (dreno periférico associado Tubos de betão perfurado;
a dreno de superfície) Tubagens lisas ou nervuradas, em materiais termoplásticos.

380 381
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

devendo-se ainda, para além disso, evitar velocidades de escoamento que ultrapas-
sem os 1,5 m/s.
A detemünação do calibre das tubagens pode ser feita através da fórmula ele
Manning-Strickler (1 02), devendo comprovar-se que a capacidade ele escoamento
das tubagens instaladas satisfaz às suas capacidades de captação.

3 RECEPÇÃO DOS SISTEMAS


Fig. 228- Dreno afastado da parede do edifício 3.1 Generalidades

A regulamentação estabelece as condições pru·a recepção dos sistemas de drena-


Os tubos de material cerâmico são em tudo idênticos aos referidos em 5.4.1 gem predial de águas residuais, as quais assentam na ve1ificação da conformidade
do Capítulo III, devendo fundamentalmente possuir superfícies interiores lisas e do sistema com o projecto aprovado e na realização de ensaios de estanquidade e de
isentas de prutículas de argila aderente. A penetração das águas subterrâneas no eficiência do funcionamento.
seu interior processar-se-á através das juntas entre os diferentes troços de tubagem No que se refere à verificação da conformidade do sistema com o projecto, estes
(vd. 10.3.2.2 do Capítulo III). requisitos deverão ser verificados com as canalizações e os respectivos acessótios à
Os tubos ele betão petfurados têm características em tudo semelhantes ao vista.
referido em 1.9.1, podendo dispor de orifícios ou fendas, dispostas ao longo do seu Nas situações em que se tenham verificado quaisquer alterações, relativamente
comprimento por onde se verifica a entrada de água subterrânea para o seu interior. ao projecto aprovado, deverá o projectista proceder à actualização dos elementos
Os tubos mais utilizados são fabdcados em PVC e, à semelhança dos de be- do projecto e sujeitá-las à aprovação da entidade competente, para que conste do
tão, podem ser dotados de ranhuras ou furos, aplicando-se quer tubagens lisas quer cadastro do sistema.
tubagens nervuradas. As caractetísticas destes materiais são em tudo semelhantes às
referidas em 5.3.1 do Capítulo lU. 3.2 Verificação das condições de estanquidade dos sistemas
Por vezes ainda se recon·e à utilização de tubos de betão filtrante, geralmente nas
situações onde se verifica a existência de grande quantidade de água subten·ânea, os A estanquidade do sistema deverá ser vetificada através do seu enchimento com
quais, devido à elevada porosidade das suas paredes, possibilitam a infiltração das água pelas extremidades supeiiores, obturando-se as restantes.
águas subterrâneas para o seu interior. Não se deverão verificar quaisquer abaixamentos nos níveis de água durante,
pelo menos, 15 minutos.
O ensaio poderá ser realizado com injecção de fumo, devendo neste caso ser
2.3 Dimensionamento
realizado nas condições de pressão equivalentes às referidas anteriormente.
Indispensável a um corTecto dimensionamento dum sistema de drenagem de
águas subteJTâneas é o conhecimento da ordem de grandeza do caudal de água a
escoar.
Neste sentido, alguns autores [68) recomendam. para a determinação do caudal
subterrâneo a escoar, que se considere uma taxa de caudal infiltrado na ordem dos
50% do caudal precipit.:'ldo, considerando um tempo de escoamento do mesmo de
cerca de mna hora para um tempo de precipitação de 5 minutos.
Em termos gerais, um caudal subtetTâneo a escoar de cerca de 1 lls para uma área
de infiltração de 1000 m 2 em terrenos urbanizados é considerado satisfatório.
Nom1almente utilizam-se tubagens de diâmetro à volta dos 100 mm para o
escoamento deste tipo de águas, com declives de valor não inferior a 5 mm/m,

382 383
ANEXO I

REPARTIÇÃO HORÁRIA DOS CONSUMOS


E DOS COEFICIENTES CORRECTIVOS [35]
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçiío e Drenagem de Aguas

A.l Repartição horária dos consumos em edifícios de habitação

Tempo (h)
Segyndo o sexto-feira

Tempo (h)
Sóbado

Domingo

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo


0.96 0.86 0,92 0,87 0,90 1,19 1.30

~ fu - ~ - ~ M ~ ~ ~ ~ ~
1,26 1.20 1,10 1,06 1,00 0,80 0,50 0,60 0,90 1,05 Ll5 1.40

387
Auexo I Manuaf dos Sistemas Prediais de Disrrib11içüo e Drenagem de .Águas
-----~~~

A.2 Repal·tição horária dos consumos em hotéis A.3 Repartição horária dos consumos em lares para idosos

i~lll WIJ 111 !1111


1 2 3 4- s 6 7 a s 10 11 12 13 ~~ 15 16 17 1a 1s 20 21 212J 2+
Tempo (h)
Tempo (h)
Segunda e terça-feira Segundo a sexto-feira

Tempo (h)
Quarto e qunto

i:IIIMUII!III
1 23+5&7891011121l14m~17W19~~212JU

Sexta a domingo
Tempo (h)
Domingo
Tempo (h)

Repartiçüo ,~emcaial

_________C_o_,e.f_i'c_if}n~r:!.. c,, (L c,,= 7)


_________
..S.;:gunda Tc.n;a Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
---- --·-----"- ···-------··-----··-·----
0.86 1.24 0.96 0.96 1.06 1.06 0.86 _ _~1,08
__1._04 1.11 0.96 1.03 0,90 0.88
--------- ...---··· --'--~~c__- --·--

-~~-----~-
-~-----···~---~--

Repartição mensal
------ --~-------- ----~- ---·~-- --- -------
Coeficientes c, (L c"' = 12) ----~-
···--------------- .. ·----------------------·-----------------·---~

Jan Fev Mar Abril Mtti Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abril Mni Jun Jul Ago Set Out Nov Dez:
0.85 0.78 0.77 0.73 ().78 1.05 !,24 1.25 1.28 1.28 1.00 0.99 1.00
-~-------·-------- ~~- -~~~--~- -~~

388 389
Anexo I Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

A.4 Repartição horária dos consumos em clínicas A.S Repartição horária do consumo em restaurantes

Segunda a quinta-feira Segundo a quinta-feira

.,.

Tompo (h)
Sexta a sóbado Sexta-feira e sábado

•• 1++-H-t+-f-
ti-H+t++t:
,§ >H-+-H++

Domilgo Domingo

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
------"--- -"----'------------"-
0,86 0.99 1.18 0.98 LOS 1.02 0,89 0.86 1,24 0,96 0,96 1,06 1,06 0,86
--------------

Jan Fev Mar Abril Mai Jun )ui Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Ablil Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
].00 0,85 0,78 0,77 0,73 0.78 1,05 1,24 1,25 1,28 1,28 1.00 0,99

390 391
ANEXO 11

EXIGÊNCIAS REGULAMENTARES
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADRO li.!
Edifícios de habitação (*) [21]

- Bocus~de-incêndio (B.L) ou marcos de água exteriores ali-


mentados pela rede pública. ~
-Uma B.L por cada 15 m de comprimento de parede exteiior
e mais um<~ quando a fracção excedente for> 5 m.
- Os marcos de água deverão ser instalados junto ao l;mcil
Elaborado por técnico ou entidade dos passeios e Situados a menos de 30 m das safdus.
Hs20 credenciados pelo SNB.
- As garagens (até dois pisos) quando com acesso pelo
intenor do edifício devem possuir colunas sec::~s de
0 ~ 70 mm, estas devem dispor de duas bocas-de-incêndio
de 0 :<: 45 mm; localizadus na .\;aragem junto aos acessos,
e de uma boca exterior de mimentação 0 ~ 70 mm,
devidamente sinalizada e protegida.
-Bocas-de-incêndio (B.L) ou marcos de água exteriores ali-
mentados pela rede pública.
-Uma BJ. por cada 15 m de comprimento de parede exterior
e mais uma quando a fracção excedente for> 5 m.
- Os marcos de ásua deverão ser instalados junto ao lancil
dos passeios e sJtuados a menos de 30 m das s:údas.
-Dispor por cada escada de uma colun:l seca de 0::?: 70 mm;
as colunas secas devem possuir em todos os pisos, a partir
do quinto, duas bocas-de-incêndio de 0 2: 45 mm, locali-
Elaborado por técnico ou entidade zadas na caixa de escada junto ao acesso das comunicações
20<HS28
\ credenciados pelo SNB. horizontais comuns, e uma boca exterior de alimentação
de 0 2: 70 mm, devidamente sinalizoda e protegida. Se a

\ '\ distância entre escadas for superior a 60 m deve prever-se


a instalação de colunas secas suplementares, de forma a
que a distiincia entre colunas não e,xceda esse valor.
- As garagens (até dois pisos) quando com acesso pelo
inter'ior do edifício devem possuir colunns secns de
0::?: 70 mm; estus devem dispor de duas bocns-de-incêndío
de 0 2:45 mm, localizndus na garagem junto aos .:~cessos,
e de uma boca exterior de alimentação de 0 :?: 70 mm,
devidamente sinnlizndn e protegidn.
- Bocas-de-incêndio (8.1.) ou marcos de águn exteriores
alimentados peln rede pública.
-Uma B.L por cada 15m decomplimento de parede exterior
e mais uma quando a frocção excedente for> 5 m.
- Os marcos de água deverão ser instalados junto ao lnncil
dos passeios e Situados a menos de 30 m das saídas.
-Dispor por cada escadn de uma coluna seca de 0 2: 100 mm:
as colunas secas devem possuir em todos os pisos duas
A nudição do SNB deve trnduzir- bocas-de-incêndio de 0 2: 45 mm, localizadas na caix.:~
·se po1· um parecer emitido pelos de e.•;;cad:~ junto no acesso das comunicaçõe,~ horizontais
28<HS60 seus serviços regionais com ju- comuns, e uma boca exterior de alimentação de 0 2:70 mm,
risdiçi!o na :íren em que se situa devidamente sinalizada e protegida. Se a distflncin entre
o edifício. cscndas for superior a 60 m deve prever-se a instalação
de colunas secas suplementares, de fonna n que distância
entre colunas não exceda esse valor.
- As garagens (até dois pisos) quando com acesso pelo
intenor do edifício devem possuir colunas secas de
0:?: 70 mm; estas devem dispor de duas bocas-de-incêndio
de 0 2: 45 mm, localizadas na garagem junto aos acessos,
c de uma boca exterior de alimentação de 0 ~ 70 mm,
devidamente sinalizada e protegida,
Licenciamento especial com base
em estudo relativo à segurança
comra incêndios, que deverá Definidas com b:~se no estudo elaborado.
H>60 ncompanhnr o projecto e ter sido
e!aborndo por ent1dade especiali-
zada, credenciada pelo SNB.
(*) Os artigos 7°:1 !0° são revogados pelo Decreto-Lei n° 250/94, de 15 de Outubro. Os artigos 23°,24°, números 4,
5 e 7 dos artigos 51° e 81° silo revogados pelo Decreto-Lei no 64/95, de 8 de Ablil.

395
Anexo I! Manual dos Sistemas Prediais de Distrib11içüo c Drenagem de Âguas

QUADRO !LI! QUADRO ILIV


Estabelecimentos comerciais [22} Parques de estacionarnento cobertos [24)
Parecà·.ro/(.(IÜV?} segurança
contra lnc{mdios
Dú·Jjo'nibflidadl! de água. e meios
di.! I." intervenção Atmvé~ da cámara tnu- -
~~
c:-;:teriorcs po~icionudos de modo a que a;,; viatums
----------------- namcnto coberto:; nicipal. Caso ~e trate dos bombeiros possam esrru· a menos de 5 m da sua localização.
Estabelecimento:'> co- Emitido pelo SNB. Todos ou algum; dos seguintes meios:
pura automóveis de edifícios destinados - Meios de acesso de modo a que as viaturas dos bombeiros
merciai:, situados nas
• bocas-de-incêndio armadas: ligeiros e reboques exclusivamente a pa!'- possam est:1r a menos de 20 m das entradas ou saídas desti-
seguinte~ condiçOcs:
• extintore~ portátci~. com iiren bruta queamcnto, através de nadas a peões e a veículos.
rés-do-ch~1o. com total supenor :l parecer solicit:ldo pela -Extintores de inc~ndio portáteis do tipo \JA-218 uniforme-
<Írea :C: 300m': Estes meios deverúo ser colocados pc1'to dos 200m'. câmara municipal h mente distribuídos il razão de um por cuda J 5 veicnlos.
- um piso não rés-do- :~ce~sos a escadas c saídas. caminhos de evn- inspccçüo regional de
- Parques com capa- -Caixas de arei.:\ com capacidade p;:rra 100 litros, junto de cada
-chão. com ürca cuaçào c pró:-;:imo dos locai_~ de maior risco; a cidade de recolha bombeiros competente rampa.
2 200m 2: distância entre estes deve ser:::; 25m. superior 100 c emitido pelo SNB.
- Bocas-de-incêndio armadas com m.1nguciras semi-rígidas
- doi~ OU trCs piSOs, -Todos os m~::ios instalados deverão estar de- veículos. de 25 mm de diâmetro do tipo carretel c agulhctus difuso-
com :írea 2 200 m': vidamente sinulizudos. rus, abrangendo todos os pisos, espaçadas umas da~ outra~
- Os estabelecimentos dotados de bocas-de- no máximo 40 m. A rede deverá ser alimentada por fonte
mais de I n::s pisos.
-incêndio armadas teriio de possuit· reservuló- de alimentaçao que assegure um caudal ;::: 90 1/min por un1
qualquer ::ireu:
período de 20 min na Bl situada na posição mais desfavorável,
- acima do 3.G piso. rios de águo de~ ti nada ao com bule a incêndios,
considerando metade das bocas instaladas em funcion:uncnto
qualquer área; com u capacidade 5 tw' por boca-de-incêndio a simultâneo, num múximo de quatro.
instalar. Dever~ ser g:mmtida uma pressão mí-
- loc:1liwdP em zonas nim~ de 250 kPa na boca-de-incêndio situada - Parques de esta- Atmvr;s d:1 dtmnra mu- - Hidratantes exteriores posicionados de modo a que as viaturas
de gr<Jndc concen- na posição muis desfavorável, considerando cionamento co- nicipal. Caso ~e trate dos bombeiros possam est.'U· a menos de 5 m da sua localização.
tr.:1\:úo urbana ou metade das bocas u instalarem funcionamento bertos pant auto- de ediffcios destinado~ - Meios de acesso de modo a guc as viatur:;~s dos bombeiro~
comerciul: simultãneo. num máximo de quatro. móveis ligeiros c exclusivamente a par- possam estar a menos ele 20 m da.~ entradas ou saída.~ desti-
- com activid:;~de que reboques com úrca que:lmento. através de nadas a peÕe5 c u veículos.
envolva risco ngru- bruta total superiorparecer .'iOiicitado pela -Extintores de incêndio p011úteis do tipo l3A-21B tmiforme-
a 200m'. cümw·a municipal ;1 mente distribuídos li razào de um por cada 15 veículos.
- Parques que ocu- inspecçào rcgiom\1 ele -Caixas de areia com capacidade pw·u 100 litros, junto de cada
pem a parte infe- bombeiro~ competente rampa.
QUADRO !Llll rior de um edifício e emitido pelo SNB. - Sistema de extinçüo automática abmngendo todos os pisos
cuja p:u1e re~tuntc abaixo do nível de referência a partir do terceiro inclusive, Os
Empreendimentos turísticos [231 tem ocupnçilo di- difusorc~ dcverào ser di~tribuídos em todas as zonas destina-
ferente. d:ls ao estacionamento. cobrindo cada um uma :írea :S 12m'. O
sistema deverú ser alimentado pela rede pública de distribuição
Parecer re!OtiVaâ Se_g_ttránça-'contra ou por sistema independente, de forma a que na situação consi-
Âmbito '(te aplicaçüo Mr:Jos de ülten:ençâo imediata
in'cêndirJs derada mais desfavorável e considerando uma áreu a cobrir de
Estabelecimentos Emitido pela Direcção-Geral de Contituidos por extintores port:itcis e por 200 m" seja as~egurado um caudnl 2 3,5 Jlmin.m' por tlm
período de 60 min.
hoteleiros. Turismo c SNB. disposilivos ti;.;o~. tais como:
- Parques de esta- Atravó du cflmara mu~ - Hidratantcs exteriores posicionados de modo a que as viaturas
·bocas-de-incêndio armadas: nicipaL Caso se tl':lle dos bombeiros possam cstnr a menos de 5 m da ~ua locnlização.
cionamento co-
• coluna.~ ~ccas: berto~ pura :tu-de edifícios dcstinudos -Meios de ttcc~so de modo a que as viaturas do~ bombeiros pos-
• colun.1s htímid~ts. tomóvci~ ligeiros eexclusivamcnte :1 par- ~wn estar a menos de 20m das entrudu;,; ou saídas destinadas
reboques com (u·ea que:tmento. atravGs de a peões c n veículo~.
Colocados perto dos ucc.';sos a escadas e
bruta totul superior
pnrcccr solicitado pela -Extintores de incêndio portáteis do tipo 13A-21B unil(mnc-
,q(dns. caminhos de cvacuaç::io c próximo dos
locai:, de maior risco: u distünc:ia entre estes
a 200 m 0• cüm:lra municipal li mente distribuído~ à razão de um por cada 15 veículos.
deve sct· :S :!5 m - Parque:; com qu:t- inspccçfto regional de - Caixas de w·eia com capacidade para 100 litros, junw de cada
tro ou mais pisos bombeiros <.:ompctcnte rampa.
Todos os meio,\ instalados dcvct·ào estnr
abaixo ou acima c emitido pelo SNB. - Colunns .~ecas d~:: diâmetro ;:: 70 mm. it razão tle mm1 pN
-~-------
-·-~~-"-'-"-"'-"-"-"-'_si_m:~~za_d:':·':·.____ do nfvel de refer- escada, cquipudU.'i com B! em todos o;; pisos c umu boca de
ência. alimentação exterior. As Bl dever-lo ficar localizadas nos
patamw·es de escada ou. nos casos em que o acesso a estas
seju feito através de c:lmaras corta-fogo, no interior de~tas. A
boca de alimentação exterior deverá ser implantada de forma
n ficw· a menos de 60 m de hidrante exterior alimentado pela
rede pú.blic:1. As colunas secas devem satis!'azer às cxigCncias
cloSNB.

396 397
Anexo I! Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas

QUADROII.Y QUADRO !LVI


Edifícios escolares [26]
Edifícios escolares [26]
Ct!mpod{J:aplicaçiin Paicécr-reW.tiVn à
Alturn-do'cdiftdn · :I'I.'Í:Úri:mÇá ~0/imí_,· "
··rmJ ,· , · incêrdios
- Locais que possam Elaborado pelo SNB -Extintores de incêndio portáteis da cla.~sc 8A. ~dequadamente distribuídos, il Cozinhas, lavandarias e locais de recolha de lixo - Extintores de água pulverizada com capacidade uni-
receber m:lis de 200 ou por técnico ou cn· m71io de 1S 1 de ~gente extintor por 500 m 1 do piso em que se situom, com táriade61.
peswas. tidade credenciados um mínimo de dois, c por forma a que a di~tância a percorrer entre os ponto~
su~ccptíveis de ocupação e o extintor não exceda 15 m. E.~tes dever5o ficnr Arquivos, depósitos ou arrecadações -Extintores de água pulvetizada com capacidade uni-
_ Zonas do edifício por aqueles serviços. instaludos em locais visíveis e devidamente sinalizados, de preferência nas
de acesso difícil. por comunicações horizontais ou no interior dm; cúmnr'.ls corta-fogo. coloc~dos de túrinde61.
serem situadas em forma u que o seu manipulo fique a cerca de 1.2 m acima do pavimento (regra - Sempre que a nnturezo. do seu conteúdo desaconselhe
empreendimento~ geml de todos os ediffcios). o emprego de úgua, deve ser utilizado agente e,xtintor
complexo~. ou que - Redes de incêndio armuda~. com Bl dispostas de forma que permitam atingir
todos os pontos do espaço a proteger a um~ distúncia nüo superior a 5 m. O ~cu apropriado. em quantidade equivalente.
n~o apresentem umn
mnnfpulo de mnnobrn deve situar-se :1 uma nltura do pnvimento nUo superior
organiznç~o simples Laboratórios, oficinas e depósitos de líquidos in- -Extintores de pó químico para lfquidos inflamáveis.
a 1.5 m. Sempre que pmdvcl. eXiste umn Bl a uma distância nno superior a
dos esp;1ços inte- 5 m de cnd•1 solda do piso. Deverão .•cr do tipo carretel com calibre mínimo de flamáveis - Extintores de anidrido cnrbónico para aparelhos cléc-
riores. 25 mm. dotadas de difusores de u·ês posições. Em redor du.' bocas-de-inc~ndio
deve existir um e~paço desimpedido com ultun\ minimn de 2m c ilrea superior tricos.
- Sempre que csigido
a l m'. Os carretéis devem ser devidamente sinalizados e, se forem cncerrudos - Extintores de :lgua com eventual aditivo molhnntc,
pela entidade liccn- em nrm(,rios. ns portns respectivas nfio podem ter fechadura.
ciadora. para madeira, papel. cartão e plástico.
A rede ser!\ alimenwda independentemente a partir do ramal de alimemaç5o
do edifício de forma u gm~ntir uma pressão mfnimt\ de 250 kPa c um caudal Parques de estacionamento -Extintores portáteis ou móveis, da classe 13A ou 218.
instuntUnco mínimo de 1,5 1/s na boca-dc-ind!ndio situada nu posição muis
dcsfavoriivcl, considerando metade das bocas in.,tuladas em funcionamento ou extintores polivalentes das classes 13A/21 8.
simullilnco, num máximo de quntro. Nos casos em que se tenha de recorrer - Quando cobettos e de área bruta total superior a
a utilizaç~o de grupos sobreprcssores accionudos por energia eléctrica, estes
deverão ser apoiado~ por fonte~ de energia de emergênciu. Sempre que a enti- 200 m~ devem obedecer às disposições constantes
dade licenciador:. o exija, ou o sistema de nbm;tecimcnto públicon~o g:.rnota no Regulamento de Segurança contra Incêndio em
;\.~ condiçõe.' de caudal c prc.%ilo necess;\rias, dever.í prever-.~c uma rescrv~ de
Parques de Estacionamento Cobertos.
:igua que m;segure o fornecimento n~~ condições prctendid:.s pelo período de
uma hom. A prc:;.~flo dt\ ;igun na rede deve ser indicada por manómc1ros posi· Locais afectos n serviços eléctricos c casas das m:iqui- - Extintotes das classes SA ou 108, contendo anidtido
cionndos no~ ponto.~ mais dc>favor(lveis.
- Boc~s-de-incCndio ou mt\rcos d~ águ:. c~tcriorcs localizados de ucordo com os nas dos elevadores carbónico, pó químico polivalente ou outros agentes
serviços camarúrios. ouvidos os bombeiros: apropriados nos riscos cotTcspondentes.
• as B.l. qunndo exigid:.s devem ser insml:.da.1 n~s p:.rcdcs exteriores do ediff-
do, alimentadas por mmais com DN::: 45 mm: Centrais térmicas com potência útil não supcriot· a -Extintores adequados ao combustível utilizado.
• os marcos de úgun dcvcrno ser alimentados de preferência com ramais de 70kW
DN <: 90 mm. instalados junto ao luncil dos passeios c de modo u que Ulll
marco, pelo menos. tique .'ituudo ~ menos de l 00 m de qualquer entrada do Centrais térmicas com potência útil superior u 70 kW - Nos casos de combustíveis sólidos ou lfquidos:
edifício.
• um recipiente com 100 1de areia e uma p:i;
- Pisos situadas n Elnborndo pelo SNB - Es\intoi'Cs de incêndio port:itcis du dn~sc SA. :.dcquadamente distribuídos, li • extintores da classe 348, ü razão de dois por quei-
Llmll a!mm superior ou por técnico ou en- razão de 1S 1 de agente extintor por 500 m1 do pi>o em que ~c situam. com
um mínimo de tloi.1. c por fonn~ u que a distância a percorrer entre os ponto~ mudor, com um máximo de quatro.
a 20 11\. tidadc crcdencim.los
Sli~Ccptivcis de ocup~çiio c o cxtinlnr n~o exceda 15m. E.~tc,, dcvcrJo ficar ins- -Nos casos de combustíveis gasosos:
_ Piso:; situudos a por aqueles serviço~. wlados em locai.' visíveis c devidamente sinnli~.ados. de prcrcrênein nns comu- • um extintor de pó químico polivalcnte dus classes
mais de 9 m nhnixn nicnçücs horizontais ou ll(l interior d;t' cfm1:.rns corta-fogo, colocndos de forma
do pbo de said:1. a que o seu manipulo fique a cerca de 1,:! m acima do p:wimcnto. 5N34B.
- Colum\s secas ou hún1ida•: cada coluna deve ter DN ;>: 70 mm c ser dotada.
em c:1d:. pi~o que serve, de dtlt~' bocw;-dc-inc~ndio. As cohums que sirvam Salas de reunião e recintos desportivos com capacidade - Devem obedecer hs disposições constantes do Regu-
piso.' situn.tlos a tlmn altt\rn superior a 28 m devem ter DN " I00 mm. As para mais de 200 pessoas lamento das Condições T6cnicu.'> e de Segurança dos
colunas húmidas devem ser dotadas de meim. desigm,thtmcme bocas exterio-
res c v:\lvubs. que permitmn a wa \ltiliznção como cohmus ~ccns em caso de Recintos de Espectúculos e Divertimentos Públicos.
necessidade. Ao nivcl de cnda piso servido, :~~ bocas-de-incéndio interiores
devem ser disposut, nas comunicações vcrtic:.is ou nu.~ ciimnms cona-fogo. -Locais dos edifícios que apresentem ri.~cos especiais - Pode a entidade licenciadora exigir outros meios de
quando cxisuun, c ser dcvidnmcntc tamponnd:1s. O se\\ munfpnlo de manobra ou fortemente agravados de incêndio, e nao consi- extinção, manuais ou automáticos, quer por âgua, quer
deve ~itunr-~c a uma nlturn do pavimento não superior:. 1.5 m. Em redor da~
bocns-dc-incêndio deve e~ístir um espaço desimpedido com ahurn mínim:. de derados nos casos identi!icados pot· outro agente extintor considerado tlpropriado.
2 me üren superior u l m'. As hncas exteriores de alimcntnçüo devem .,er dcvi-
- Locais que apresentem riscos agravados de incêndio. - Podem ser exigidas instalações de extinção auto-
d:lmcmc protegidas c sinnli:wdas.
-Bocas-de-incêndio ou murcos de :lgu:. exteriores locnli<.ados de ucordo com os devido quer às curacterísticas dos produtos, materiais mática.
serviços c:.m:mirios, ouvidos os bombeiros: ou equipamentos que contenhum. quer às aclividudes
• ns B.l. qu~ndo c~igid~s devem ser inslaladns nas p•1rcdcs exteriores do edifí-
cio. alimenl:.dns por rmnnis com DN 2 45 mm; neles desenvolvidas, com altura de armn7.enagem su-
• os rnnrcos de ;ígun dcvcriio ser alimentados de pl'Cfcrênd'l com mnmis de DN perior a 3m
2 90 mm. inst~lndos junt<1 :.o luncil dos p11.~scios c de modo a que um nmrco,
pelo mcno~. fique slnmdo n menos de 100m de quulquer cntrndn de ediffcio. -Locais de depósito ou arm:.zenumento significativo de
attigos de papel
H >liO Com hu.,c em estudo - Objccto de e.~tudo rel:\tivo ll scgurunçn contr~ incémlio. clahor~do por técnico
cspccítlco. ou entidade e.'pccinli<.ndos e credenciados pelo SNB, ou por ~s~ociuçno profis- - Apanha-fumos de cozinh:. de potéoncia útil ~uperior a
sional com competCncia kgul para o efeito. 20kW

398 399
Anexo !I Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçiio e Drenagem de Águas

QUADROILVII QUADRO ILVIll


Ed{fícios de tipo administrativo [25] Edifícios de tipo administrativo [25]
Campo de <ip/i.
c<!çiio. Almw do
Parecer rdotivo <l Casos particulares/Espaços com 1!.-..:isCncias especiais i\'!cios de extinçao de incêndios
.><'gurança cmuro Mel':',, de o;tinçiio d~ im;i!ndios
cdifk·ia
incêndios Cozinhas, lavandarias e locais de recolhu de lixo ~Extintores de água pulverizada com capacidude uni~
(111)

L<J<:[)I~ (]UI' po;- Elaborado pciCI SNB - Extontore.> de incêndio portútci> d~ dn!>.'e i:> A, udequndumon\e dtotdbuidm•. à mziio de
t::iliadc 6 L
~nm n:çcber num ou j)llr técmco ou en- I B l de agente extintor pot' 500 m' do pi'o em que'~ 'll\ltll11. com um mínimo de doi>. Arquivos, depósitos ou mTecadações -Extintores de {tgua pulverizada com capacidade UI;Í-
d~ 200 pc"'"''· todadc ncdcnci:ldo' ~ por forma u qttc "di~tfmcin a p~rcorrcr Cl1!rc o~ ponw., :.u:.ceptivei:< de ocupnçflo e o
pm '"]!!ele, serviço,. c~tintor nüo exc~dn 15 m. Devcrno f1cnr inMnl:odo~ em locuis visíveis e dcvidnmcntc túrin de 6 L
sinuli7-lldoo. de prcfcr~ncin nn.1 comtmic:tçiies honzontni.c; [)Uno imcnor d:~' cámum~ - Sempre que a natureza do seu conteúdo desaconselhe
cort"·fogo. colocndos de forma<\ que [)'cu munipulo liqtoe :1 cercn de 1.2 m actma do
o emprego de :ígua, deve ser utilizado agente extintor
pavimento (regra geral paru todo; o' cdtffcio~)
- Rc<.lcs de incêndto nnnuda.'.. com B! di~po.,t:" de formu que p~lll111Unl ntongir lodo, apropriado, em quantidade equivalente.
o:. ponto!. do c~paço ;1 proteger u um~ di.'>!!lnciu não ~uperm!' n 5 m, O .leu manipulo
Oficinas e depósitos dt: líquidos inflamáveis ~Extintores de pó qufmico para líquidos inflamáveis.
- ZOIH!> do ~úirlcio de tmumbr~ deve .~itum-se n umu ~ltum do p:tvm1ento niio ;upcrior a 1.5 m. Semp!'e
úc lu:c;"o difíciL que j)llS.<ivd. existe umn Bl n umu diwlncia nr.o 1>\IIX'tÍor ~ 5 m de cada ~tlidu do - Extintores de anidrido carbónico para aparelhos el6c-
por 'crcm "W!I· pi.'.o. As B! deverflo ser do tipo CatTClel com enlibre mímmo de 25 mrn. doWdu, tricos.
d~> crn cmpreen- de difusores de lrê~ posições. Em redor dn.'\ bocn~-dc-ine~ndio deve eú>tir um c!.·
dimemo; comple· paço de"mpedido com nlturn mlnima de 2 In c área ~upcrior n I m>. Q, currcléi.> - Extintort:s de :ígun com eventual aditivo molhnnle,
xo:<. 0\1 que ni\o devem ,;cr devidamente >itm\izndo:. c. se IOrcnt encerrado' em nrm5dos. u:. pot'Ut~ pura madeira, papel, cmt1o e plústico.
apt~\Cll!em tll11l\ respectivas nilo podem ter fcdoadtom. A rcdc ~cr:í alimentada independentemente
mgnniznçfro ;im- ~ pmtir do rumul de nlimcmuçiio do edifício de IOrm:t 11 gur4ntir uma preHsfio mí· Parques de estncionamento -Extintores portáteis ou móveis, da clusse 13A ou ~ 1B.
pie> dos c>p,u;o' nimu de 250 kPa c um cautlnl instantltneo mínimo de 1.5 Ih nn boca-dc-incendio ou t:Xtintorcs polivalentcs dus classes l3A/'2l B.
<n!enorc' sttuadu nn posiçilo mai' de:.ftwonivel. con:.idemndo metade da~ bocu" in~talada.; ~m
fttncimmmcnto ,,imultánco. num m~;ümo de quatro. No~ c~.~o; em que ~e tenha de
- Qu:mdo cobertos e de área brutu totul superior a
recorrer n utilizaçUo de gmpos ~obrcpre;sorc' accionado~ por cllcrgiu cléctricu. c~!eo 200 m" devem obedecer às disposições constantes
dcvcrllo ser npoindos por fonte~ de cnergin de etnerg~ncia. Sempre que 11 entidudc no Regulamento de Segurancu contra lncenctio em
liccnci11dorJ o exija. ou o .listem a de uballcdmelllo público não guruntll lei eondiçõe_,
de caudal c prc~s~o ncce~oúrius, dcvcn'l prcvct'·!.c um" rc~crvn de águn que n"egure Parque~ de Estacionamento Cobertos.
o foonccimcnto na' condições pn:tendidns pelo período de unm hora. A pre,,i\o Locais uCectos a serviços eléctricos c casa das m(tquinas -Extintores dus classes 8A ou IOB, contendo unidrido
du ilguu na rede deve oer mdicndn por manómetro.1 posicionado.\ no' pontos m:ti'
-Sempre qu~ exigi- dc,fuvor:'.vcis dos elevadores carbónico, pó qulmico polivalente ou outros agentes
do pela entidade - Boca:;-dc-incandio oo m:trcos de úgua eXtcriorc' locnli<.udo' de acordo com o' ser- ~1propriados aos riscos correspondentes.
liccnciadora viços eamnnilio~. ouvidos Ol> bomkiro>· --··-----
- '"' B.L quando exigida.> devem ocr m.>Utladas nus pllrcde; exleriorc.l do cdiflcio. Centrais térmic•~~ com polEncia ütil nilo superior a 70 kW -Extintores adequ~1dos ao combustível utilizudo
alimcntud;os por rumais com DN 2 45 mm:
• o:< mmcos de :'tgua deverão 'cr tllirncntl\dO>; de preferência com mmuis de DN 2 Centrais térmicas com potCncia Mil superior a 70 kW -Nos casos de combustíveis sólidos ou líquidos:
90 mm. tn:<tnlado" junto "o laneil do~ p;t"eio,, c de modo a qtlc um marco. pelo • um rcccpiente com I00 I de areia e umu pá;
mcno.~. fique .lillllldo :1 menos u~ 100m de (]U:tlqucr elllrUdtl do cdiiTcio,
• extintore.~ du classe 34B. à ruzão de dois por quei-
P1'0' 'lluado> a Elaborado pelo SNB ··E.~timore~ de incêndio porttÍlel~ dtt d:t,~e !>A. udcquudamcnte di~triboídos. i1 mzilo m:tdor, com um máximo de quatro.
uma llilur;' 'nrc- (>U pt>r técnico mo cn· de IS I de ~tg.cntc extintor por 500 m' do piso em que se situam. com om mínimo
~Nos cusos de combustívei~ gasosos.
nora 201n llda(k credcncoatlo' de doi~. c por forma a que :o diMfmci11 n percorrer entre '" ponto~ .1\\Sceptíve"
I"" aquele; 'cr<i<;o,. de <>cupaçno c o extintor ntto ullmpa.~:.e 15 tn. Dcverrro ficar ins\ltl!tdos em locai' • um extintor de pó químico poliVtllcltte das classes
vioivci~ e devidumcn!c 'innlizados. de prderênClt\ nn~ comunicuçiico horizontni' Oll SA/348.
no intc11or dus dmnm.> corta-rogo. colocndo' de forn1:1 a que o seu m:mípulo tique
a ~crtll de 1.2 m acima tlo puvimcnto. Salas de reunioes ott conferências com capacidade para -Devem obedecer às disposições constantes do Reg:u-
- Pow; .>otu:><l"l H - CnltlllliS ~cc:~' ou húmida': c~du cnluna deve ter ON ~ 70 mm c ~cr dotada, em cada mais de 200 pessoas !amemo das Condições Técnicas e de Segurança dos
mui> de 9 no abaixo pn;o que serve. de dmt.> boc<"·dc-incêndio. A1 colutm~ qt•c .~irv~un pisos simudos a
do piM> de ~aidn. """' ulturu ~upcrior n 2~ m devem ter DN 2 IO(J mtn. A< colUill!.\ ln'tmid:c~ deVl:m Recintos de Especl:iculos e Divertimentos Públicos.
ser do\<tdas de meio~. de~ignlltlumcnle bü<.:UH cHtcriorc' e v{olvuln,. que pcrtnimm n - Locais dos edifícios que aprc~entcm riscos cspcciuis - Pode u entidade liccnciadora exigir outros meios de
sua utilizaçUo c·ntno wltma~ 'cen' em ctt'o de necco>ídadc. Ao nfvel de cnda pi~o
'"rvido. as boca~-de-incêndit1 inlcriorc' d~vcm ser di.,postus na; wmumcaçücs ver- ou fortemente ngravudo.o.; de incêndio. c não conside- extinçilo, manuais ou uutomáticos. quer por ::\gua, quer
tical~. ou nu~ dmams corm-fotm. qu:mdo cxistum. c 'cr dcvid:mletHC wmpnnadu.1. rados nos ca.'>O.~ identificados por ouu·o agente extintor considcn.1do apropriado.
O ~cu mnnfpulo de mant)bru dew ltlunr-,c a uma altttr:l do p;wionento não superior
n 1.5 m. Em redor dns bocas-de-mcéndiq deve c~i~tir um e:.p.,ço desimpedido C\1111 - Locais que apresentem 1·iscos ugr:wados de incC:ndio, - Podem s~r exigid~IS instuluçõc~ de extinção autorn:itic~t
altura mlninm tlc 2 m c 1írca ;upcrior a I m'. As boctl' cxtcriore> de :olimcntn~i\0 devido quer às caracterlstic<ts dos produtos. materiais
devem Hcr devidamente pmtcr,tdiiS c sinalizada'
- Bocn~-de-incêndio m1 nwreo~ de ilgtlH c>.t~riorc> lm:alo?.tldO.I dt: ;letudo com o!. .\CI'· ou cquipun1ento~ que contcnhum. quer tts activid<tdes
viços cam.,rúrio~. ouvidn' o~ bombeiro~: neles desenvolvidas. com altura de unnazenagem
• u., 8.1. qtlmtdo exigídn:. d~vem 'cr inMnl:><la; na' parede> c~tcnot~' do edilkio. superior a 3 m
alimcnwdns por ramais com DN?: 45 mm:
- o.< murcos de ;lgo" deverão ser nlm1cnHtdos de prckrénci;o com rllnttti' de
-Locais de depósito ou armazenumento significativo de
DN 2 90 111111. mstnll!do> juotu llll luncil do:. pa,;;cit» c d~ modo a que \1111 m;1rco. artigo~ de p:1pel
pelo menos. liquc .... tuudo a <11<!110-' tlc 100 n1 de qualquer cmntd:t <I\> etliffcio. - Locub de guarda de pdícubs l·orogrüfica~ em grande
- Objeclo de e~ll>do rdut<VD it ~c~umnçn çontra mçi'ndio. clulmnodo (XH' técniço ou quantidade
Om1 ba'e em c;tu<lu
li >(lll entodade e:.pcci"li/"d"' c cr~t\@~ia\lo, rdo SNB. ou pm '""'twç~o proli:.sional -Apanha-fumos de cozinha de pot0ncia útil superior:~
c.1pcdlico
com wm1>ctêllçiu leg~l pur~.-~ dei~~~"~-----· ..--..- - - - - - - 20 kW

400 401
BIBliOGRAFIA

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