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A responsabilidade editorial desta colécção é do Departamento de
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Ci.l~ Zo\o
Vitor M. R. Pedroso
Resumo
I
An approach is also madé to the different types of pipes and accessories available
in the market, through the presentation of some physical and dimensional characteristics,
aptitudes, possibilities of use and installation requirements.
The document consists of four chapters, in which the following subjects are dealt with
respectively: the domestic water supply systems, the fire fight systems with water, the
domestic wastewater drainage systems (including private systems of wastewater treatment) ÍNDICE DO TEXTO
and lastly, the domestic rainwater and groundwater drainage systems.
Résumé
III
li
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Índice do Texto
IV
v
Índice do Texto Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
VI VII
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Âguas
Índice do Texto
IX
VIII
fndice do Texto Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
9.2 - Câmaras de retenção 303 1.6 - Concepção dos sistemas prediais de drenagem de águas
9.2.1 - Generalidades 303 residuais pluviais 352
9.2.2 - Câmaras de retenção de elementos pesados 1.6.1 - Generalidades 352
(areias, lamas, etc.) 303 1.6.2 - Constituição dos sistemas de drenagem 353
9.2.3 - Câmaras de retenção de gorduras 305 1.6.3 - Simbologia de representação das redes de drenagem 353
9.2.4 - Câmaras de retenção de hidrocarbonetos 310 1.6.4 - Instalação e traçado dos sistemas 354
9.2.5 - Exemplo prático de aplicação 315 1.7 - Remodelação ou ampliação de sistemas existentes 360
lO- SISTEMAS PRIVADOS DE TRATAMENTO DE ÁGUAS 1.8 - Níveis de conforto e de qualidade dos sistemas 360
RESIDUAIS DOMÉSTICAS 316 1.8.1 - Generalidades 360
10.1 - Generalidades 316 1.8.2 - Ruídos 361
10.2 - Fossas sépticas 317 1.8.3 - Acessibilidade dos sistemas 362
10.2.1 - Tipos e formas de fossas sépticas 317 1.8.4 - Odores 362
10.2.2 - Disposições construtivas e de utilização 319 1.9 - Tubagens: materiais constituintes e instalação 362
10.2.3 - Localização das fossas sépticas 323 1.9.1 - Tubagens de betão 362
10.2.4 - Dimensionamento das fossas sépticas 323 1.1 O - Acessórios 364
10.3 - Órgãos complementares de tratamento 325 1.11 - Dimensionamento dos sistemas de drenagem de águas
10.3.1 - Considerações gerais 325 residuais pluviais 364
10.3.2 - Trincheiras de infiltração 326 1.11.1 -Generalidades 364
1.1 1.2 - Ramais de descarga 365
10.3.3- Leitos de infiltração 334
1.11.3 - Caleiras e algerozes 365
10.3.4- Poços de infiltração 334
1.11.4- Descarregadores e orifícios 367
10.3.5 - Trincheiras filtrantes 339
1.1 1.5 -Tubos de queda 371
10.3.6 - Filtro de areia enterrado 341
1.11.6 - Colectores prediais 374
10.4 - Exemplo prático de aplicação 342
1.11.7 - Ramais de ligação 374
10.4.1 -Considerações gerais 342
1.11.8 - Exemplo prático de aplicação 375
10.4.2 - Cálculos 343
2- SISTEMAS PREDIAIS DE DRENAGEM DE ÁGUAS FREÁTICAS 379
I! - RECEPÇÃO DOS SISTEMAS 344
2.1 - Generalidades 379
11.1 - Generalidades 344 2.2 - Disposições construtivas 379
11.2 - Verificação das condições de estanquidade do sistema 344 2.3 - Dimensionamento 382
11.2.1 - Ensaio com ar ou fumo 344 3 - RECEPÇÃO DOS SISTEMAS 383
11.2.2 - Ensaio com água 345 3.1 - Generalidades 383
11.3 - Verificação da eficiência do funcionamento 345 3.2 - Verificação das condições de estanquidade dos sistemas 383
X XI
ÍNDICE DE QUADROS
Pág.
XIII
"'
fndice de Quadros Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
QUADRO XXIII - Raios de curvatura para tubos de PVC 47 QUADRO LX - Determinação da altura manométrica de compressão 113
QUADRO XXIV - Afastamentos máximos entre abraçadeiras QUADRO LXI - Determinação da altura manométrica total 113
para tubos de PVC 47 QUADRO LXII - Determinação da potência das bombas 114
QUADRO XXV - Dimensões mais usuais das tubagens de PEAD 48 QUADRO LXIII - Determinação do caudal de cálculo 121
QUADRO XXVI - Dimensões mais usuais das tubagens de PEX 50 QUADRO LXIV - Necessidades de diâmetros do troço de tubagem AB 121
QUADRO XXVII - Acessórios para tubos de PEX 5.0 QUADRO LXV - Determinação da altura manométrica de aspiração 121
QUADRO XXVIII - Afastamentos máximos entre abraçadeiras QUADRO LXVI - Determinação da altura manométrica de compressão 122
para tubos de PEX 51 QUADRO LXVII - Determinação da altura manométrica total 122
QUADRO XXIX - Raios mínimos de curvatura para tubos de PEX 53 QUADRO LXVIII - Determinação da potência das bombas 122
QUADRO XXX - Pressão de serviço em função da temperatura 53 QUADRO LXIX - Determinação do volume do depósito hidropneumático 122
QUADRO XXXI - Dimensões mais usuais das tubagens de PP 54 QUADRO LXX - Determinação da altura máxima de aspiração 122
QUADRO XXXII - Acessórios para tubos de PP 55 QUADRO LXXI - Consumos mínimos de água quente a considerar
QUADRO XXXIII - Afastamento máximo entre abraçadeiras para a produção individual com acumulação 125
para tubos de PP 56 QUADRO LXXIT - Consumos mínimos de água quente a considerar
QUADRO XXXIV - Condições de utilização 57 em edifícios públicos 126
QUADRO XXXV - Rugosidade absoluta 70 QUADRO LXXIII - Consumos mínimos de água quente a considerar
QUADRO XXXVI - Número de fluxómetros em utilização simultânea 71 em edifícios de habitação 127
QUADRO XXXVII -Valores das variáveis P, T e t 72 QUADRO LXXIV - Consumos mínimos de água quente para a produção
QUADRO XXXVIII - Exemplo prático de aplicação 73 instantânea individual 127
QUADRO XXXIX - Reduções nas perdas de carga de percurso 79 QUADRO LXXV - Consumos de água quente em edifícios de habitação 127
QUADRO XL - Dimensionamento das tubagens de FP ou FG 81 QUADRO LXXVI - Valor do factor correctivo de N 129
QUADRO XLI - Comprimentos equivalentes (m) nas tubagens de aço QUADRO LXXVII - Caudais instantâneos 131
galvanizado 83 QUADRO LXXVIII - Potência dos esquentadores, em função dos caudais
QUADRO XLII - Comprimentos equivalentes (m) para tubagens escoados 132
de cobre ou PVC 85 QUADRO LXXIX - Esquentadores de funcionamento a pressão normal 134
QUADRO XLIII -Perdas de carga localizadas (valores de Ç) 86 QUADRO LXXX - Esquentadores de funcionamento a bai~a pressão 134
QUADRO XLIV - Ramais de introdução e de ligação 89 QUADRO LXXXI - Possibilidades de alimentação de água quente por
QUADRO XLV - Ramais de distribuição e alimentação 90 esquentador com introdução por este de um incremento
QUADRO XLVI - Perdas de carga 90 de ó.t = 25°C na temperatura da água distribuída 135
QUADRO XLVII -Verificação das condições de pressão no ponto L 91 QUADRO LXXXII - Capacidade dos aparelhos, função do número de
QUADRO XLVIII - Tipos de bombas 96 dispositivos 138
QUADRO XLIX - Tensão de vapor da água função da temperatura 103 QUADRO LXXXIII - Capacidade dos aparelhos, função dos consumos
QUADRO L - Capacidade dos reservatórios de acumulação 105 previsíveis 139
QUADRO LI - Capacidade da bomba a instalar 105 QUADRO LXXXIV - Características de termoacumuladores a gás 140
QUADRO LII - Determinação da altura manométrica de aspiração 105 QUADRO LXXXV - Perdas de calor nas tubagens !57
QUADRO LITI - Determinação da altura manométrica de compressão 106 QUADRO LXXXVI - Determinação das necessidades diárias de água
QUADRO LIV - Determinação da altura manométrica total 106 quente no edifício !57
QUADRO LV - Determinação da potência das bombas 106 QUADRO LXXXVII - Determinação do volume do reservatório
QUADRO LVI - Determinação da altura máxima de aspiração 106 de acumulação 158
QUADRO LVII - Determinação do caudal de cálculo 112 QUADRO LXXXVIII - Determinação da potência da caldeira !58
QUADRO LVIII - Necessidades de diâmetros do troço de tubagem AB 112 QUADRO LXXXIX - Determinação dos caudais de cálculo no
QUADRO LIX - Determinação da altura manométrica de aspiração 113 percurso AL !60
XIV XV
Índice de Quadros Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
QUADRO XC - Dimensionamento do percurso AL 160 QUADRO CXXVIll - Diâmetro e factor K dos sprinklers 206
QUADRO XCI- Determinação dos caudais de cálculo no percurso AF 161 QUADRO CXXIX - Valores de S e D em função da classe de risco 206
QUADRO XCII- Dimensionamento do percurso AF 161 QUADRO CXXX - Valores de A e H 207
QUADRO XCIII - Características dimensionais dos troços de tubagem 162 QUADRO CXXXI - Caudais de descarga 216
QUADRO XCIV - Determinação das perdas de calor nos troços 162 QUADRO CXXXII - Canalizações e acessórios 221
QUADRO XCV - Perdas de calor globais 162 QUADRO CXXXIII - Aparelhos e materiais 222
QUADRO XCVI - Determinação dos caudais circulantes 163 QUADRO CXXXIV - Características físicas do metal 243
QUADRO XCVII - Dimensionamento da tubagem de retorno. QUADRO CXXXV - Dimensões mais usuais das tubagens de ferro
considerando o percurso AL 163 fundido 244
QUADRO XCVIII - Dimensionamento da tubagem de retomo, QUADRO CXXXVI - Acessórios para tubos de ferro fundido 244
considerando o percurso AF 164 QUADRO CXXXVII - Características físicas dos tubos de PVC 248
QUADRO XCIX - Condições de pressão e caudal 169 QUADRO CXXXVlll - Dimensões das tubagens de PVC 249
QUADRO C - Consumo de água 170 QUADRO CXXXIX - Acessórios para tubos de PVC 250
QUADRO C!- Tubagens (coluna) 175 QUADRO CXL - Distância máxima entre abraçadeiras 252
QUADRO CII - Perdas de carga (coluna) 176 QUADRO CXLI - Espessura dos tubos de PVC para águas
QUADRO Clll - Pressão necessária no ponto (A) 176 residuais quentes 252
QUADRO CIV - Tubagens (coluna) 178 QUADRO CXLII - Coeficientes conectares das pressões nominais 252
QUADRO CV- Perdas de carga (coluna) 178 QUADRO CXLIII - Dimensões mais usuais das tubagens de
QUADRO CVJ - Pressão necessária no ponto (A) 178 grés cerâmico 253
QUADRO CVII - Coluna e ramal (a) 181 QUADRO CXLIV - Cargas de rotura das tubagens de grés cerâmico 254
QUADRO CVIII- Ramais (b) e (c) 181 QUADRO CXLV -Acessórios para tubagens de grés cerâmico 254
QUADRO CIX - Características da bomba 181 QUADRO CXLVI - Características dimensionais dos sifões 257
QUADRO CX - Área máxima de cobertura por sprinkler 183 QUADRO CXLVII - Tipos de sifões 257
QUADRO CXI - Área de operação 183 QUADRO CXLVIII - Tipos de ralos 259
QUADRO CXII - Número de sprinklers em funcionamento simultâneo 184 QUADRO CXLIX - Características dimensionais das câmaras
QUADRO CXIII - Diâmetro dos sprinklers 184 de inspecção 262
QUADRO CXIV - Número máXimo de sprinklers a alimentar QUADRO CL - Diâmetros mínimos dos ramais de descarga individuais 275
por tubagem 185 QUADRO CLI - Valores da constante de rugosidade K 276
QUADRO CXV - Valores de C para a fórmula de Hazen e Williams 188 QUADRO CLII - Dimensionamento dos ramais de descarga 278
QUADRO CXVI- Parâmetros de cálculo 191 QUADRO CLIII - Diâmetros dos tubos de queda e taxas de ocupação 279
QUADRO CXVII - Dimensionamento dos troços 19.1 QUADRO CLIV - Dimensionamento dos tubos de queda 281
QUADRO CXVlll - Perdas de carga no percurso A - E 192 QUADRO CLV - Dimensionamento das colunas de ventilação 287
QUADRO CXIX - Pressão e caudal necessários em E 192 QUADRO CLVI - Dimensionamento dos colectores prediais 288
QUADRO CXX - Determinação do caudal de cálculo 198 QUADRO CLVII- Ramais de descarga individuais 290
QUADRO CXXI- Necessidades de diâmetros dos troços de A a D 198 QUADRO CLVIII - Dimensionamento dos ramais de descarga
QUADRO CXXII - Determinação da altura manométrica de aspiração 198 não-individuais 290
QUADRO CXXIII - Determinação da altura manométrica de compressão 199 QUADRO CLIX - Dimensionamento dos tubos de queda 291
QUADRO CXXIV - Determinação da altura manométrica total 199 QUADRO CLX - Dimensionamento dos colectores prediais 291
QUADRO CXXV - Determinação da potência das bombas 199 QUADRO CLXI - Dimensionamento do ramal de ligação 291
QUADRO CXXVI - Determinação da altura máxima de aspiração 199 QUADRO CLXII - Determinação do caudal de eá!culo 302
QUADRO CXXVII - Temperatura de abertura dos sptinklers 205 QUADRO CLXIII - Determinação da altura manométrica de elevação 302
XVT XVII
Índice de Quadros Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
QUADRO CLXIV - Determinação da potência das bombas 302 QUADRO CXCVIII - Dimensionamento dos tubos de queda (L <: 0,04D)
QUADRO CLXV - Determinação do volume útil da câmara de entrada com aresta viva 373
de bombagem 302 QUADRO CXCIX - Dimensionamento dos tubos de queda (L <: I m)
QUADRO CLXVI - Caudais de ponta a considerar 309 de entrada cónica 373
QUADRO CLXVII- Tempos de retenção 310 QUADRO CC - Dimensionamento dos tubos de queda (L < 0,04 m) de
QUADRO CLXVIII- Superfícies específicas de separação 314 de entrada com aresta viva 374
QUADRO CLXIX- Tempos de retenção 314 QUADRO CC! - Dimensionamento dos colectores prediais 375
QUADRO CLXX - Volume a considerar de hidrocarbonetos função do QUADRO CCII- Dimensionamento das caleiras 376
tipo de viatura por lavagem 314 QUADRO CCIII - Dimensionamento dos tubos de queda 377
QUADRO CLXXI - Dimensionamento da câmara de retenção QUADRO CCIV - Dimensionamento dos ramais de descarga 377
de gorduras 315 QUADRO CCV - Dimensionamento dos colectores prediais 378
QUADRO CLXXII - Dimensionamento da câmara de retenção QUADRO CCVI - Dimensionamento do ramal de ligação 378
de hidrocarbonetos 316
QUADRO CLXXIII - Número de compartimentos das fossas 321
QUADRO CLXXIV - Relações dimensionais admissíveis 322
QUADRO CLXXV - Valores das variáveis 324
QUADRO CLXXVI - Equivalentes populacionais 325
QUADRO CLXXVII - Fossa séptica de dois compartimentos 325
QUADRO CLXXVI!I - Fossa séptica de três compartimentos 326
QUADRO CLX:XIX - Afastamento entre trincheiras (medido entre eixos) 327
QUADRO CLXXX - Afastamento dos lençóis de água 328
QUADRO CLXXX! - Caudais residuais infiltráveis 333
QUADRO CLXXXII - Dimensionamento das trincheiras de infiltração 334
QUADRO CLXXXIII - Caudais residuais infiltráveis 337
QUADRO CLXXXIV - Dimensionamento dos poços de infiltração 339
QUADRO CLXXXV - Dimensionamento da fossa 344
QUADRO CLXXXVI - Dimensionamento do poço 344
QUADRO CLXXXVII - Número de aparelhos em ensaio de eficiência 345
QUADRO CLXXXVIII - Valores dos parâmetros a, b 350
QUADRO CLXXXIX - Valores de precipitação para as diferentes
regiões (período de retorno de 5 anos; duração de precipitação
de 5 min) · 351
QUADRO CXC - Coeficientes de escoamento 352
QUADRO CXCI - Canalizações e acessórios 355
QUADRO CXCII - Materiais 356
QUADRO CXCIII- Dimensões mais usuais das tubagens de betão 363
QUADRO CXCIV - Carga de rotura 363
QUADRO CXCV - Dimensionamento dos ramais de descarga 366
QUADRO CXCVI - Grandezas geométricas relativas a secções circulares 367
QUADRO CXCVII - Dimensionamento de caleiras e algerozes de secção
semicircular 368
XVIII
XIX
ÍNDICE DE FIGURAS
Pág.
Fig. 1 - Alimentação directa 3
Fig. 2 - Alimentação directa com elemento sobrepressor 3
Fig. 3 - Alimentação indirecta com reservatório no topo do edifício 5
Fig. 4 - Alimentação indirecta com reservatórios na base e no topo do edifício 5
Fig. 5 - Alimentação indirecta com elemento elevatório 6
Fig. 6 - Sistema misto de alimentação 6
Fig. 7 - Reservatório de acumulação de água 8
Fig. 8 - Contadores 14
Fig. 9 - Instalação de um contador 14
Fig. 10 - Instalação de uma bateria de contadores 14
Fig. 11 - Rede de distribuição de água 16
Fig. 12 - Declive das tubagens 19
Fig. 13 - Instalação de tubagem sem acessórios 19
Fig. 14- Instalação de tubagens 19
Fig. 15 - Instalação de tubagens de água quente e fria 20
Fig. 16 - Situações de interdição de instalação de tubagens 21
Fig. 17 - Posicionamento da rede no interior de uma cozinha 22
Fig. 18 - Posicionamento da rede no interior de uma WC 22
Fig. 19 - Instalação de um fluxómetro 23
Fig. 20 - Câmaras de amortecimento de golpe de aríete 27
Fig. 21 - Isolamento das canalizações relativamente aos suportes 27
Fig. 22 -
Inserção de juntas de dilatação 28
Fig. 23 -
Instalação de pendentes e de purgadores de ar 28
Fig. 24 -
Inserção de juntas elásticas 29
Fig. 25 -
Alguns tipos de abraçadeiras 30
Fig. 26 -
Instalação por embutimento de tubagens, tendo em conta
os fenômenos de dilatação 32
Fig. 27 - Instalação à vista de tubagens, tendo em conta os fenômenos
de dilatação 32
XXI
Índice de Figuras Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Fig. 28 - Tipos de ligações de tubos com acessórios 37 Fig. 63 - Instalação elevatória ou sobrepressora tipo~ 98
Fig. 29 - Tipos de uniões 40 Fig. 64 - Instalação elevatória 100
Fig. 30 - Processo de ligação tubo/tubo ou acessório/tubo 46 Fig. 65 - Curva característica do NPSH de uma bomba 103
Fig. 31 - União para absorção de dilatação 47 Fig. 66 - Esquema da instalação de elevação 104
Fig. 32 - Processos de ligação entre tubos 49 Fig. 67 - Ciclo de funcionamento dum grupo de bombagem com 2 elementos 108
Fig. 33 - Processos de ligação tubos/acessórios 51 Fig. 68 - Instalação sobrepressora ou elevatória com bombagem directa 110
Fig. 34 - Instalação do tubo em manga envolvente 51 Fig. 69 - Esquema da instalação de sobrepressão 111
Fig. 35 - Instalação dos tubos de modo a que se verifique a absorção Fig. 70 - Instalação hidropneumática 116
das variações lineares 52 Fig. 71 - Reservatório hidropneumático 117
Fig. 36 - Braços de dilatação 56 Fig. 72 - Esquema da instalação hidropneumática 119
Fig. 37 - Torneiras simples 58 Fig. 73 - Curvas de consumo de água quente 124
Fig. 38 - Torneiras misturadoras 58 Fig. 74 - Aparelho de produção instantânea (esquentador) 133
Fig. 39 - Torneiras misturadoras de monocomando 60 Fig. 75 - Instalação de termoacumulador eléctrico 136
Fig. 40 - Torneiras de passagem e de esquadro 60 Fig. 76 - Esquema de instalação de termoacumulador a gás 137
Fig. 41 - Torneira de bóia 61 Fig. 77 - Esquema funcional de uma caldeira mural 141
Fig. 42 - Fluxómetro 61 Fig. 78 - Grupo constituído por caldeira mural e reservatório de acumulação 141
Fig. 43 - Autoclismo 62 Fig. 79 - Unidade individual de produção de água quente a energia solar 142
Fig. 44 - Válvulas 63 Fig. 80 - Sistema de aquecimento central com caldeira 143
Fig. 45 - Manómetro de coluna de água 65 Fig. 81 - Instalação de produção de água quente com bateria de
Fig. 46 - Linhas de energia e piezométrica 66
tennoacumuladores eléctricos 144
Fig. 4 7 - Teorema de Torricelli 66
Fig. 82 - Unidade de produção central de água quente através de
Fig. 48 - Ábaco de Moody 68
energia solar 145
Fig. 49 - Curvas de probabilidade de funcionamento simultâneo de
Fig. 83 - Unidade de produção central instantânea de água quente
dispositivos de utilização 73
com caldeira 147
Fig. 50 - Coeficientes de simultaneidade em função do número de
Fig. 84 - Unidade de produção central com caldeira e acumulação 148
dispositivos de utilização 74
Fig. 85 - Aumento de volume da água, função da temperatura 150
Fig. 51 - Caudais de cálculo, em função dos caudais acumulados
(nível de conforto médio) Fig. 86 - Instalação com reservatório de expansão aberto 151
75
Fig. 52 - Caudais de cálculo, em função dos caudais acumulados Fig. 87 - Instalação com reservatório de expansão fechado 152
(nível de conforto mínimo e elevado) 76 Fig. 88 - Sistema de distribuição de água quente com circuito de retorno 154
Fig. 53 - Caudais de cálculo, em função dos caudais acumulados Fig. 89 - Esquema do sistema de água quente !58
(nível de conforto mínimo e elevado) 77 Fig. 90 - Altura de um edifício 166
Fig. 54 - Ábaco para dimensionamento das tubagens de FP ou FG 80 Fig. 91 - Edifícios com altura ,; 20m 173
Fig. 55 - Perdas de carga em contadores 82 Fig. 92 - Edifícios com altura> 20 me ,; 28 m 173
Fig. 56 - Linhas de energia num sistema 87 Fig. 93 - Edifícios com altura> 28 m e $ 60 m 173
Fig. 57 - Distribuição no piso I 91 Fig. 94 - Esquema simplificado de um sistema de coluna seca 174
Fig. 58 - Distribuição no piso 2 92 Fig. 95 - Esquema simplificado de uma rede de incêndio armada 177
Fig. 59 - Distribuição no piso 3 92 Fig. 96 - Esquema simplificado de uma instalação de colunas húmidas 180
Fig. 60 - Distribuição no piso 4 93 Fig. 97 - Traçado da instalação 187
Fig. 61 - Distribuição no piso 5 93 Fig. 98 - Relação Q e P, função de K 188
Fig. 62 - Traçado isométrico da rede de distribuição 94 Fig. 99 - Curvas de densidade 189
XXII XXIII
fndice de Figuras Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Fig. 100 Área de operação considerada 190 Fig. 133 Bateria de sanitas ou aparelhos similares 228
Fig. 10 I - Instalação elevatória 196 Fig. 134 - Bateria de outros tipos de aparelhos (não sanitas nem similares) 228
Fig. 102 - Esquema da instalação de elevação 197 Fig. 135 - Translação dos tubos de queda 229
Fig. 103 - Boca-de-incêndio exterior 201 Fig. 136 - Concordância do tubo de queda com a tubagem de fraca pendente 230
Fig. 104 - Marcos de água 201 Fig. 137 - Ligação do tubo de queda à câmara de inspecção 231
Fig. 105 - Boca de alimentação 202 Fig. 138 Valores mínimos de prolongamento do tubo de queda na
Fig. 106 - Boca-de-incêndio não-armada 202 sua abertura para o exterior 231
Fig. 107 - Boca-de-incêndio tipo teatro 203 Fig. 139 Diagrama de pressões num tubo de queda 232
Fig. 108 - Boca-de-incêndio tipo carretel 203 Fig. 140 - Translação da coluna de ventilação 232
Fig. 109 - Agulhetas 204 Fig. 141 - Ligação da coluna de vehtilação ao colector e tubo de queda 233
Fig. 110 - Constituição dos sprinklers 204 Fig. 142 - Ligação ao tubo de queda 234
Fig. 111 - Diferentes tipos de sprinklers 205 Fig. 143 - Colectores prediais enterrados 235
Fig. 112 - Espaçamento normal 206 Fig. 144 - Colectores instalados à vista 235
Fig. 113 - Espaçamento intercalado 207 Fig. 145 - Inserção do ramal de ligação no colector público 236
Fig. 114 - Afastamento de tectos e vigas 207 Fig. 146 - Formação de tampão no tubo de queda 239
Fig. 115 - Posto de controlo 208 Fig. 147 - Instalação de materiais isolantes 240
Fig. 116 - Ligação da rede predial à pública, função do tipo de sistema da Fig. 148 - Fenómeno de auto-sifonagem 241
rede pública 213 Fig. 149 - Fenómeno de sifonagem induzida 241
Fig. 117 - Drenagem gravítica 214 Fig. 150 - Dupla sifonagem 242
Fig. 118 Drenagem com elevação 214 Fig. 151 - Tubagens de ferro fundido com e sem abocardamento 243
Fig. 119 - Sistema misto de drenagem 215 Fig. 152 - Tampões de redução simples ou mistos 245
Fig. 120 - Esquema simplificado dum sistema de drenagem de águas Fig. 153 - Ligação entre troços de tubagens (com abocardamento) 245
residuais domésticas com ventilação primária 217 Fig. 154 - Ligação entre troços de tubagens (sem abocardamento) 246
Fig. 121 - Esquema simplificado dum sistema de drenagem de águas Fig. 155 - Posicionamento dos elementos de suporte e/ou amarração 247
residuais domésticas com ventilação secundária completa 218 Fig. 156 - Ligação entre troços de tubagem com anéis de estanquidade 249
Fig. 122 - Elementos constituintes dum sistema de drenagem 219 Fig. 157 Ligação entre troços de tubagem por colagem 251
Fig. 123 - Ligação de vários aparelhos a um único ramal de descarga 220 Fig. 158 - Sifão incorporado no aparelho e sifão a incorporar no ramal 256
Fig. 124 - Ligação de um ramal de descarga de outro aparelho a um ramal Fig. 159 - Caixas de pavimento 259
de bacia de retrete 222 Fig. 160 - Tipos de câmara de inspecção 260
Fig. 125 - Ligação de um ramal de descarga de outro aparelho a um ramal Fig. 161 - Pormenor de garantia da estanquidade da tampa 261
de um urinol 223 Fig. 162 - Disposição dos degraus 261
Fig. 126 - Ligação de ramais de descarga a tubos de queda e colectores Fig. 163 - Superfícies da soleira 262
prediais 223 Fig. 164 - Inserção de caleiras 263
Fig. 127 - Ligação dos ramais de descarga de bacias de retrete e de Fig. 165 - Queda guiada 263
águas saponáceas aos tubos de queda 224 Fig. 166 - Bacias de retrete 264
Fig. 128 - Instalação do ramais de descarga 224 Fig. 167 - Banheira 265
Fig. 129 Impossibilidades de desenvolvimeno dos ramais de descarga 225 Fig. 168 Base de chuveiro 266
Fig. 130 - Ligação do ramal de ventilação ao de descarga 226 Fig. 169 - Lavatórios 267
Fig. 131 - Distância máxima admissível entre o sifão e a secção ventilada 226 Fig. 170 Bidés 268
Fig. 132 - Desenvolvimento da linha piezométrica de modo a evitar a Fig. 171 - Pia de despejos 268
obturação do ramal de ventilação 227 Fig. 172 - Pia turca 269
XXIV XXV
Índice de Figuras Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
XXVII
XXVI
Capítulo I
1 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO
1.1 Generalidades
2 3
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas
4 5
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
6 7
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
a implantar na soleira, deverá ser equipada com uma válvula de não retorno associa- Os descarregadores de superfície deverão ser dimensionados para um caudal não
da à caixa de limpeza. inferior flO máximo obtido na alimentação.
O acesso ao interior do reservatório deverá ser provido de dispositivo de fecho No caso em que a instalação comporte dois reservatórios, um posicionado na
que impeça a entrada de quaisquer objectos ou substâncias estranhas. base do edifício (inferior) e outro no topo (superior), o reservatório superior deverá
A figura 7 ilustra de forma esquemática um reservatório destinado à acumulação possuir uma capacidade equivalente a cerca de 2/5 do consumo diário estimado e o
de água potável para consumo doméstico. inferior a cerca de 3/5 do mesmo consumo.
O consumo de água potável num edifício será função do tipo de edifício (re-
sidencial, hoteleiro, escolar, etc.), bem como das características de consumo das
próprias populações (grandes aglomerados populacionais, pequenos aglomerados
populacionais, etc.).
A previsão dos consumos mínimos a considerar será feita em função dos aglo-
merados populacionais, para os casos de consumos domésticos, e em função do tipo
de edifício, para outras situações.
No quadro I são apresentados valores de consumos mínimos a considerar, em
função dos requisitos atrás expressos.
i317.
QUADRO I
Consumo de água nos edifícios [5] [29}
I - De~carrcgador de superfície
2 - Saída de água para distribuiçào
Popul_~_Çtlç <
3 -Sistema de vcntiluçào do reservatório TipOs dti'consuin.o Volume (I)
(n:·<~de1iabitantá)
4 - Entrada de água no reservatório
5 -Acesso ao interior do reservatório 80/habitante. dia 1000
I 00/ho.bitante . dia 1000 a 10 000
Fig. 7 - Reservatório de acumulação de água
Domésticos 125/habitante. dia 10 000 a 20 000
2.3 Capacidade dos reservatórios !50/habitante. dia 20 000 a 50 000
O volume útil dos reservatórios destinados a fins alimentares e sanitários não 175/habitante. dia >50 000
deve exceder o valor correspondente ao volume médio diário do mês de maior Hospitais 300 a 400/cama. dia
consumo, tendo em conta a ocupação previsível do edifício a abastecer. O volume 70/quarto s/banheira
para situações diferentes da anteriormente referida (por exemplo combate a incên- Hotéis
230/quarto e/banheira
dios) deverá ter em conta as exigências regulamentares aplicáveis.
Os reservatórios destinados a fins alimentares e sanitários cuja capacidade tenha Escritórios 15/pessoa . dia
de ser superior a 2 m:; devem ser constituídos pelo menos por duas células pre- Restaurantes 20 a 45/pessoa . dia
paradas para funcionarem separadamente, mas que em funcionamento normal se
Escolas I O/aluno . dia
intercomuniquem.
8 9
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas
3.2 Caudais a assegurar aos dispositivos de utilização ao caudal previsto para o sistema de distribuição predial~
à perda de carga admissível por este provocada.
Os caudais mínimos (caudais instantâneos) a adoptar no dimensionamento
dos sistemas de distribuição, para os diferentes dispositivos de utilização ins- Num edifício deverão ser obrigatoriamente instalados tantos contadores quantos
talados nos edifícios, tendo em conta as suas características particulares, são os consumidores existentes (entende-se por consumidor, por exemplo, uma habitação).
indicados no quadro II. Os contadores são caracterizados através dos seguintes parâmetros:
QUADRO I! Caudal: quociente entre o volume de água passado através do contador e o
Caudais instantâneos [5] tempo de duração da passagem desse volume;
Calibre do contador (DN): menor diâmetro interior de qualquer das ligações
do contador às canalizações;
Lavatório individual (L v) 0,10 Calibração: determinação da quantidade de água passada através do contador;
Lavatório colectivo (por bica) (L vi) 0,05 Campo de exactidão: intervalo entre os caudais mínimo e máximo;
Bidé (Bd) 0,10
Caudal de arranque: caudal mínimo a que corresponde a entrada e permanên-
cia em funcionamento do dispositivo de medição;
Banheira (Ba) 0,25
Caudal máximo: caudal mais elevado de passagem a que o contador deve
Chuveiro individual (Ch) 0,15 funcionar, de molde a manter a sua precisão;
Pia de despejos com torneira de 0 15 mm (Pd) 0,15 Caudal mínimo: caudal menor de passagem a que o contador deve funcionar
Autoclismo de bacia de retrete (Br) 0,10 de molde a manter a sua precisão;
Urinol com torneira individual (Mi) 0,15 Caudal nominal: caudal correspondente a metade do caudal máximo de pas-
Pia lava-louça (LI) 0,20 sagem (valor utilizado para referenciar o contador);
Caudal de transição: caudal ao qual os erros máximos admissíveis mudam de
Bebedouro (Bdo) 0,10
valor;
Máquina de lavar louça (Ml) 0,15
Erros máximos admissíveis: valores máximos dos erros admissíveis fixados
Máquina de lavar roupa (Mr) 0,20 pela norma portuguesa [9];
Tanque de lavar roupa (Tq} 0,20 Perda de carga: diferença entre pressões da água verificadas imediatamente a
Bacia de retrete com fluxómetro (Brf) 1,50 montante e a jusante do contador;
Urinol com fluxómetro (Mif) 0,50 • Pressão de serviço: pressão da água medida imediatamente a montante do
contador;
Boca de rega ou lavagem de 0 15 mm (Re) 0,30
Pressão nominal (PN): pressão interior correspondente à pressão máxima de
Boca de rega ou lavagem de 0 20 mm (Re) 0,45
serviço admissível.
Em conformidade com as
Máquinas industriais e outros aparelhos
instruções do fabricante Os contadores são geralmente designados pelo seu caudal nominal, ao qual
corresponde determinado diâmetro nominal (DN).
3.3 Medição dos consumos de água A- perda de carga num contador deverá ser menor ou igual a 25 kPa ou
100 kPa, assim este valor esteja relacionado respectivamente com o caudal nominal
A medição dos consumos de água é feita através de aparelhos de medição,
ou máximo.
designados por contadores, que medem e registam o volume de água passado pelo
Os contadores deverão ser construídos de materiais cujas propriedades físicas e
seu interior.
químicas não sejam afectadas pelas variações da temperatura da água, não ponham
É da responsabilidade da entidade gestora da distribuição de água a definição em risco a saúde dos utentes, não sejam susceptíveis de corrosão e possuam resistên-
do tipo, calibre e classe metrológica do contador, tendo em conta as condições de cia mecânica adequada.
funcionamento da instalação a servir, nomeadamente no que se refere: No quadro III expressa-se, de acordo com a norma portuguesa [9], a relação exis-
às características físicas e químicas da água distribuída; tente entre o caudal nominal de referência e o diâmetro nominal (calibre), função do
• à pressão máxima de serviço admissível; tipo de ligação do contador às tubagens (roscada ou fiangeada).
lO 11
Sistemas Prediais de Distribuiçüo de Água Man.ual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
12 13
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
A figura 8 ilustra em corte alguns tipos de contadores. 4 CONCEPÇÃO DOS SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
As figuras 9 e I O ilustram de forma esquemática a instalação de um contador
isolado e de uma bateria de contadores. 4.1 Generalidades
Tão importante como o dimensionamento de uma instalação predial de dis-
tribuição de água, objectivando a optimização do seu desempenho funcional, é o
estabelecimento do seu correcto traçado e implantação, tendo não só em vista
aspectos de natureza regulamentar, mas também outros, como o econômico, ou a sua
interligação com as restantes instalações a implantar no edifício.
Neste sentido, para além das avaliações relativas às condições de abastecimen-
to de água, do tipo de edifício em presença e dos níveis de conforto e qualidade
pretendidos, reveste-se de primordial importância que o projectista coordene, com as
restantes especialidades intervenientes no projecto, os seguintes aspectos:
Localização dos contadores (arquitectura, gás e electricidade);
Contador de volume Contador de velocidade
Localização dos dispositivos de utilização (arquitectura);
Fig. 8- Contadores Localização dos elementos de produção de água quente (arquitectura, gás e/
ou electricidade);
Localização dos reservatórios de acumulação de água, quando tal se justifique
I -Sentido do eSCOllmento (arquitectura e estabilidade);
2- Seccionamentos
3- Filtro
Localização dos sistemas elevatórios e/ou sobrepressores, quando tal se justi-
4 ~Contador fique (arquitectura, estabilidade, electricidade e instalações mecânicas);
Posicionamento da rede nas zonas comuns do edifício (arquitectura, estabili-
dade, electricidade e instalações mecânicas);
Fig. 9- Instalação de um contador Posicionamento da rede no interior das zonas privadas de cada consumidor
(arquitectura, electricidade e instalações mecânicas).
14 15
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Ramal de distribuição: canalização compreendida entre os contadores indi- distribuição de água, procede-se ao seu traçado definitivo, tomando em consideração
viduais e os ramais de alimentação; os seguintes aspectos:
Ramal de alimentação: canalização destinada a alimentar os diferentes dis- O traçado das canalizações deverá ser constituído por troços rectos, com
positivos de utilização instalados;
trajectórias horizontais e verticais, ligados entre si através de acessórios
Coluna: canalização de prumada de um ramal de introdução ou de um ramal apropriados; os troços com trajectórias horizontais deverão possuir inclinação
de distribuição.
ascendente no sentido do escoamento do fluido, de cerca de 0,5 %, de forma
A figura 11 ilustra de forma esquemática a constituição duma rede predial de a facilitar a saída do ar das tubagens (fig. 12);
distribuição.
QUADRO V
Canalizações e acessórios [5}
Símbolo Designaçlió
Canalização de água fria
4.3 Simbologia de representação dos sistemas de distribuição Prumada ascendente com mudança de piso
Válvula de retenção
4.4 Instalação e traçado das redes de distribuição
Válvula de segurança
Após a coordenação e definição, com as restantes especialidades intervenientes
Vaso de expansão
no projecto, dos espaços e percursos destinados à implantação do sistema predial de
16 17
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
QUADRO VI
Aparelhos e materiais [5]
Autoclismo
Boca-de-incêndio interior
Contador
Fig. 12 -Declive das tubagens
Esquentador
--l-F Fluxómetro
Marco de incêndio
Termoacumulador eléctrico
Termoacumulador a gás
Sistema de regularização
Bomba
Grupo de pressurização
FP Ferro preto
FF Ferro fundido As canalizações podem ser instaladas à vista, embutidas, em caleiras, galerias
PE ou tectos falsos (fig. 14);
Polietileno
pp Polipropileno
PVC Poli cloreto de vinilo
Cu Cobre
AI Aço inox
18 19
Sisremas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
I - Tubagem de água quente Nas tubagens destinadas à distribuição de água quente, deverá prever-se a
2- Tubugem de água fria aplicação de isolantes térmicos envolventes;
Os ramais de ligação deverão ser instalados a uma profundidade ;;:: 0,8 m, que
Fig. 15 -Instalação de tubagens de água quente e fria
pode ser reduzida para 0,5 m nas zonas não sujeitas a circulação viária;
Os estabelecimentos comerciais e industriais devem ter, em princípio, ramais
As partes da rede destinadas a servir mais de um consumidor deverão ficar de ligação privativos;
localizadas em zonas comuns do edifício; Nas tubagens não-embutidas deverá identificar-se o tipo de água transportada,
As canalizações destinadas à condução da água em zonas exteriores ao edifí- de acordo com a norma portuguesa [70].
cio podem ser instaladas em valas, paredes ou caleiras, devendo-se considerar
aspectos como o clima da região, o que poderá levar à necessidade do seu 4.5 Distribuição aos dispositivos de utilização
isolamento térmico, bem como a sua protecção mecânica;
,. A distribuição aos diferentes dispositivos de utilização é feita através de ramais
Em caso algum as canalizações deverão desenvolver-se sob elementos de
fundação. em zonas de acesso difícil, ou ser embutidas em elementos estru- de alimentação, entre os quais poderá ser estabelecida uma ligação directa, ou feita
turais ou em pavimentos (admite-se esta última situação nos casos de tubagens através de pequenos troços de tubagens rígidas ou flexíveis que estabelecem a liga-
flexíveis protegidas por bainhas), em chaminés ou condutas de ventilação ção entre o dispositivo e o respectivo ramal de alimentação.
(fig. 16); Os ramais de distribuição, de onde emergem os diferentes ramais de alimentação,
Deverão ser evitados traçados da rede que impliquem elevadas perdas de deverão preferencialmente ter um desenvolvimento segundo trajectórias horizontais,
carga no escoamento: localizados em zonas que se preveja, de acordo com a coordenação estabelecida com
Sempre que o traçado da rede não seja de molde a facilitar a saída do ar das as restantes especialidades intervenientes no projecto, serem pouco susceptíveis de
tubagens, deverá equacionar-se a necessidade da instalação de purgas de ar; sofrer agressões mecânicas provenientes de elementos destinados à fixação de uten-
Deverá prever-se a instalação de válvulas de seccionamento à entrada dos sílios ou aparelhos. Por outro lado, os ramais de alimentação emergentes deverão
ramais de distribuição, a montante de purgadores de ar, nos ramais de desenvolver-se preferencialmente na vertical, tendo em conta os requisitos relativos
introdução, a montante e ajusante dos contadores, nas entradas das diferentes à sua protecção mecânica atrás referidos.
instalações sanitárias, nos ramais de alimentação de autoclismos, de equi- As figuras 17 e 18 ilustram, respectivamente, o desenvolvimento e o posicio-
pamento de lavagem, ftuxómetros e equipamentos destinados à produção de namento das redes de distribuição no interior de uma cozinha e de uma instalação
água quente; sanitária.
20 21
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Sistenws Prediais de Distribuição de Água
-
o amortecimento de possíveis choques hidráulicos que ocorram.
Na distribuição de água aos aparelhos sanitários deverão ser tomadas medidas
adequadas que impeçam a contaminação da água distribuída, através de formas que
impeçam o contacto entre água distribuída e águas residuais, bem como de dispositi-
vos que evitem o retomo de água acumulada para as canalizações de distribuição, na ~'=::::=>-+ F
eventualidade de se verificar depressão na rede de distribuição.
Fig. 19- Instalação de um fluxómetro
E
A renovação dos sistemas de distribuição de água conduz normalmente tam-
LI ~ Ml/Mr bém à sua ampliação: a introdução de melhorias da habitabilidade nos fogos, que
? normalmente se traduz numa introdução de novos e mais sofisticados aparelhos,
' conduz inevitavelmente à necessidade de garantir maiores caudais e pressões na
~ E
<5 distribuição.
ci
+<
Nesse sentido, sempre que o projectista esteja em presença de um projecto de
ampliação ou de renovação de um sistema de distribuição, deverá comprovar a capa-
cidade do sistema existente de dar resposta às necessidades dos novos equipamentos
H- Função do tipo de dispositivo de utilização instalados, bem como garantir o correcto funcionamento da globalidade do sistema.
Em caso de necessidade, deverá equacionar-se a possibilidade de substituição ou
Fig. 17 - Posicionamento da rede no interior de uma cozinha
criação paralela de um novo ramal colectivo.
Deverá também prever-se a substituição das tubagens existentes nos casos em
Ch que tenham sido usados materiais cuja utilização esteja actualmente proibida (por
ex.: chumbo), ou nas situações em que o seu estado de conservação não seja fiáve1.
Mi
F 5 NÍVEIS DE CONFORTO E QUALIDADE DOS SISTEMAS
Br
F .E ~
5.1 Generalidades
23
22
Sistemas Prediais de Distribuição de A.gua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Neste contexto, enumeram-se de seguida quais os factores que de certa forma dispositivo de aquecimento e à sua chegada ao dispositivo de utilização, ou no seu
podem influenciar os níveis de conforto e de qualidade dos sistemas de distribuição regresso ao dispositivo de aquecimento, nos casos de existência de tubagem de
predial de água: retorno; deste modo obtêm-se sistemas de produção de água quente de menor custo
Caudais disponibilizados; de funcionamento, bem como uma mais fácil satisfação das condições desejáveis de
Pressões asseguradas; temperatura da água nos dispositivos de utilização.
Coeficientes de simultaneidade; Outros factores a considerar serão a possível influência na temperatura
Isolamento térmico; ambiente das compartimentações por onde passam as tubagens transportando
Ruídos. água quente ou, no caso de tubagens à vista, o risco de agressão física dos utentes,
através de eventuais queimaduras por contacto com os tubos.
Posteriormente, procede-se à sua análise individual, através da identificação das
causas da sua interferência na qualidade das instalações, referindo-se simultanea-
mente algumas acções tendentes a atenuar os seus efeitos negativos. 5.4 Ruídos
Tendo em conta a legislação nacional aplicável [61], não deverão as instalações
5.2 Caudais, pressões e coeficientes de simultaneidade prediais de distribuição de água produzir ruídos que ultrapassem os valores prescri-
tos, de acordo com os diferentes tipos de edifícios, de forma a não pôr em causa o
De acordo com o referido em 3.2, os caudais atribuídos aos diferentes disposi-
conforto dos utentes.
tivos de utilização instalados (caudais instantâneos) deverão assumir valores iguais
Neste sentido, serão facadas seguidamente as principais causas das pertur-
ou superiores aos mínimos especificados, de forma a que a afectação do somatório
bações sonoras provocadas por este tipo de instalações, bem como algumas formas
desses caudais pelo coeficiente de simultaneidade (o qual terá por função expressar
tendentes a atenuar ou suprimir os seus efeitos.
a probabilidade da entrada em funcionamento simultâneo dos dispositivos de utili-
O regime de escoamento dum fluido no interior duma tubagem pode processar-
zação instalados, possibilitando a determinação dos caudais a considerar para efeito
-se de modo laminar ou turbulento. A passagem do escoamento laminar, o qual é
de dimensionamento das redes, ou seja, os caudais de.cálculo) ·não ponha em causa o
caracterizado como um escoamento que se processa silenciosamente, a turbulento
funcionamento adequado dos dispositivos de utilização instalados.
dá-se para valores do número de Reynolds da ordem dos 2000, o qual é definido
Como se depreende, são de relevante importância. para os níveis de desempenho
pela expressão:
esperados da instalação projectada, não só os valores de caudal instantâneo atri-
buídos aos dispositivos de utilização, mas também o coeficiente que vai afectar o v·D
R=- (2)
somatório desses caudais, os quais conduzirão à obtenção de maiores ou menores ' v
caudais de cálculo; poder-se-á assim inferir que este factor deverá ter em atenção em que:
o tipo e as características da instalação projectada, bem como o nível qualitativo
Re - número de Reynolds
pretendido para o funcionamento desses sistemas.
v - velocidade média de escoamento (m/s)
Outro factor relevante no nível da qualidade esperado no desempenho do
sistema, com especial incidência no desempenho de alguns dispositivos (por ex: D - diâmetro da tubagem (m)
esquentadores e fl.uxómetros), são as condições de pressão asseguradas nos dispo- v - viscosidade cinemática (m2 /s)
sitivos de utilização instalados, as quais deverão situar-se entre 50 kPa e 600 kPa;
onde a viscosidade cinemática será obtida através da relação:
para obtenção de melhores condições de conforto e durabilidade dos materiais
constituintes das redes, recomenda-se que oscilem entre 150 kPa e 300 kPa
v= 1:': (3)
p
5.3 Isolamento térmico em que:
O isolamento térmico das tubagens assume especial importância quan- v - viscosidade cinemática (m2 /s)
do se trata do transporte de água quente, opção técnica que deverá ser sempre ).l - viscosidade dinâmica (kg/m.s)
contemplada, para reduzir o gradiente entre a temperatura da água à saída do p -massa específica do fluido (kg/m3 )
24 25
Sistemas Prediais de Distribulçõ.o de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
QUADRO VII
Viscosidade cinemática da água
Telnpú(:úura-'da áilui(OC) · lO 20 30 40 50 60 80 100
·vüCosiiaJe·· dfn~~tf~~'· 1,31 1,01 0,83 0,66 0,56 0,47 0,37 0,29
(xlri-'m'ls)' .
26 27
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distl"ibuição c Drenagem de Águas
com o consequente reajustamento no posicionamento das tubagens. acompanhados As instalações elevatórias e/ou sobrepressoras, sempre que entram em funcio-
da produção de ruídos; estes efeitos podem ser atenuados ou evitados pelo recurso namento, transmitem vibrações quer às canalizações quer ao edifício, com a con-
à inserção na rede de juntas de dilatação, cujo espaçamento deverá ser função da sequente produção de ruídos. Estes efeitos poderão ser atenuados atravé_s da im-
natureza dos materiais constituintes das tubagens (:fig. 22). plantação destes elementos o mais longe possível das zonas habitadas, recorrendo
O ar arrastado no interior das tubagens acumula-se nos pontos altos da rede, à interposição de embasamentos isolados e :fixações elásticas na sua ligação com os
provocando devido à sua compressibilidade perturbações no escoamento, as quais elementos de suporte e à inserção de juntas elásticas nas conexões entre os elementos
geralmente conduzem à produção de ruídos. Para atenuar os efeitos da acumulação de bornbagem e as tubagens (:fig. 24).
de ar, as redes devem ser instaladas com pendentes que facilitem a sua saída através
dos dispositivos de utilização. Nas colunas, quando nos seus extremos mais elevados
não for possível a saída do ar pela forma referida atrás, deverão instalar-se nesses
locais válvulas de purga (fig. 23).
_____1!___ _
Fig. 24- Inserção de juntas elásticas
I -Abraçadeira fl;.:.a As instalações de produção de água quente deverão ser concebidas e dimensio-
1- Abraçadeira móvel nadas tendo em conta o fim a que se destinam, o nível de qualidade pretendido, o nú-
Fig. 22 - Inserção de juntas de dilatação mero e tipos de dispositivos a alimentar e a simultaneidade prevista para o número de
dispositivos de utilização instalados, de modo a evitar deficiências no abastecimento,
traduzidas por acentuadas variações de caudal e de temperatura da água distribuída,
conduzindo a níveis de desempenho pouco satisfatórios.
28 29
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Seguidamente enumerar-se-ão os principais tipos de tubagens utilizados na No quadro VIII apresentam-se algumas características físicas dos metais
distribuição predial de água, quer metálicas quer termoplásticas. Referir-se-ão alguns mencionados.
aspectos relacionados com a sua selecção, tendo em conta os factores anteriormente
mencionados, bem como algumas medidas tendentes a evitar fenómenos de corrosão QUADRO VIII
nos tubos metálicos e finalmente alguns aspectos relacionados com as tecnologias Características físicas de alguns metais
de instalação. : >·<_··.-:~.-~--_::te_:.~. ~(io:_,:..:n_·;_:._:_.;·y_::i:}_"> "GéfnaUtrbilidliài,~-· t;;:>-_:-:_--Qâêfi.C:i~n.·t{;>_ :· .'·_:·.-
A figura 25 ilustra alguns tipos de elementos de suporte ou amarração ae_··,.di_4tã:·~,'tf~CÇ?q::.: ·'" ·:~;;·>\J~if;Ji5$â;:; ··- :gé,'dy~laÇ~c{iiti~4r ·
(abraçadeiras) utilizados na instalação de tubagens, quando não embutidas. ,(Ml'a)': , .:, (:Wim/K) i, J:. , ' ;;;(mlm:K)' '· ·,,
Aço 363-441 58 0,000012
Aço inox 735-980 16 0,000016
Cobre 216 295-365 0,000017
em que:
P, -pressão de rotura (Pa)
ar -tensão de rotura à tracção (Pa)
e -espessura da parede do tubo (m)
D.mt -diâmetro interior do tubo (m)
30 31
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águ.as
Na situação de tubagens embutidas, sempre que o seu comprimento assuma va- 6.2.2 Tubagens de aço galvanizado
lores significativos, estas deverão preferencialmente ser envolvidas com material
Os tubos de aço galvanizado continuam a constituir grande parte dos sistemas de
isolante, o qual vai permitir a absorção axial da dilatação linear (fig. 26); quando
distribuição de água no nosso país.
não se pretenda isolar toda a tubagem, dever-se-á colocar, nos pontos de mudança
de direcção, material plástico (ex: espuma flexível de polietileno) com espessura que A protecção destas tubagens de aço, no sentido de lhes conferir uma maior
possibilite a absorção da dilatação linear prevista (fig. 26). capacidade de resistência à oxidação, é feita através da deposição dum revestimento
A figura 27 ilustra de forma esquemática uma situação de instalação correcta de zinco fundido obtido por imersão (galvanização).
de tubagens à vista, de forma a possíbilítar que se dêem livremente os movimentos Ainda no sentido de garantir uma maior durabilidade destas tubagens evitando
devidos à variação do seu comprimento. fenômenos de corrosão, deverão evitar-se velocidades de escoamento da água quer
muito baixas, quer muito elevadas. Neste âmbito e no que Stfrefere ao transporte de
água quente, deverão ser evitadas temperaturas superiores a 60° C.
Estas tubagens são geralmente comercializadas em varas de 6 m, com diâmetros
nominais que oscilam entre 8 e 150 mm (quadro IX).
Na ligação entre os diversos troços de tubagem deverão ser utilizados pre-
ferencialmente acessórios do mesmo material (no quadro X apresentam-se
tipos de acessórios geralmente comercializados); para tubos de grandes diâmetros
QUADRO IX
1 -Isolante Dimensões mais usuais das tubagens de aço galvanizado [48]
2- Material com cumcterísticas elásticas ...
Série 'média Série -iig'eil:a 2
Diâmetro
DN Diâmetro. ixt'erior Espessurq .··p'iâmeÚ'(F extef.i(f( ·
exterior Espessura
(mm) (lnm) -~ap'arede (mm)
(mm) dctParede
Fig. 26 - Instalação por embutimento de tubagens, (rhm)
Máximo Mínimo Máxiinb.- Mínimo (mm)
tendo em conta os fenómenos de dilatação
8 13.5 14,0 13,2 2,3 13,6 13.2 1.8
10 17,2 17,5 16,7 2.3 17.1 16,7 i,S
15 21.3 21,8 21.0 2,6 21,4 21,0 2,0
20 26.9 27,3 26,5 2,6 26.9 26.4 2.3
25 33,7 34.2 33.3 3,2 33,8 33,2 2,6
12 33
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
poder-se-á recorrer a soldadura por latão, a qual no entanto, devido ao aquecimento, QUADRO X
poderá ocasionar nas regiões vizinhas destruição do revestimento de zinco. Deverão Acessórios de ferro fundido maleável galvanizado (continuação)
ainda ser evitadas dobragens dos tubos, as quais poderão provocar a descamagem do
revestimento protector.
QUADRO X
Tampão
Acessórios de ferro fundido maleável galvanizado
,',','!:::-,·:-':-. :·:-.:.''"''"--:-_'.>
?Já~s-igna_çlío. · Porca-batente
Curva macho-fêmea
Junção sede plana
Curva
Junção sede plana macho-fêmea
..
a
f
~
qf
Joelho macho-fêmea
•* ..•
deverão ser postas em contacto com argamassas que integrem cal ou areias com
Casquilho duplo com ou sem redução significativas quantidades de sal), em caleiras, galerias ou tectos falsos; nos casos
em que fiquem visíveis deverão ser identificadas de acordo com o tipo de água
transportada. Nas situações de não-embutimento, deverão ser fixadas através de ele-
Casquilho macho-fêmea de redução
mentos de suporte ou amarração (abraçadeiras), de modo a assegurar a sua correcta
•
fixação e a permitir que se dêem livremente eventuais contracções ou dilatações .
Taco No quadro XI indicam-se os afastamentos máximos a considerar entre elementos de
suporte/amarração.
34 35
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
QUADRO XI
Afastamento máximo entre abraçadeiras para tubagens
de aço galvanizado
::; 20
Espaçamento máximo
entre abraçadeirâs, ,.
(m)
1.5
--
ir União $O!dada União de compressão
2,25
3,00
,.-
>40
! ~
I \
Como forma de garantia da qualidade das instalações, só deverão ser utilizadas
tubagens portadoras de certificado de ensaio realizado por entidade acreditada para
'-
I I
"'
o efeito, o qual deverá comprovar fundamentalmente as condições de aderência do
revestimento, a espessura da camada de zinco e a sua uniformidade. ~--
36 37
Sistemas Prediais de DütribUt'çiio de Agua Manlfflf dos Sistemas Prediais de Distribuiçilo e Drenagem de Aguas
QUADRO XIII Estas tubagens podem ser instaladas à vista. embutidas, em caleiras, galerias
Acessórios para tubos de cobre ou tectos falsos; nas situações em que se lhes possa ter acesso, deverão ser iden~
tificadas de acordo com a natureza da água transportada {70]. Nas situações de
não-embutimento, deverão ser fixadas através de elementos de suporte e/ou amarra-
ção (abraçadeiras), em quantidade que assegure a sua correcta fixação e possibilite
Curva 90° que se dêem livremente eventuais contracções ou dilatações. No quadro XV indicam-
-se os afastamentos máximos a considerar entre elementos de suporte/amarração.
Como forma de garantia da qualidade das instalações, só deverão ser utilizadas
Curva 45°
tubagens portadoras de certificado de ensaio realizado por entidade acreditada para
o efeito, no qual deverão constar os teores de carbono nas superfícies interiores.
Joelho
QUADRO XV
Afastamento máximo entre abraçadeiras para tubagens de cobre
Tê com ou sem redução
25 $e$42 1,80
A execução de cortes deverá ser efectuada de forma cuidada, de modo a evitar >54 2,50
a ovalização dos tubos. Nos casos em que se recorra à utilização de acessórios com
anéis de pressão, de forma a evitar a sua deterioração, deverá proceder-se à remoção 6,2.4 Tubagens de aço inox
das rebarbas eventualmente criadas com a operação de corte.
As dobragens deverão ser efectuadas com raios de curvatura amplos, em função As tubagens de aço inox, à semelhança do que se passa com as tubagens de
dos seus diâmetros, de forma a e':itar a redução das suas secções interiores e a exis- cobre, podem em alguns casos apresentar-se como uma solução competitiva, devido
tência de tensões elevadas nessas· zonas, as quais poderão dar lugar a reduções da sua às suas propriedades, as quais se traduzem fundamentalmente numa grande durabi-
resistência mecânica. lidade, na grande maioria das situações de uso.
Para além de possuírem praticamente as mesmas características de utilização
O quadro XIV indica os raios de curvatura mínimos para os diferentes diâmetros
referidas para os tubos de cobre, acresce ainda que o aço inox possui uma maior
considerados, medidos e~ relação ao eixo dos tubos.
resistência à tracção, o que possibilita uma redução da espessura dos tubos para as
QUADRO XIV mesmas condições de pressão.
Como garante de uma boa durabilidade, evitando fenômenos de corrosão,
Raios de curvatura para tubos de cobre [50]
deverá o material destas tubagens conter teores de crómio não inferiores a 16%.
:Diarriiitro::e;:rertb·r>.'·: "··' 1Úlió ~déié;nYatJ~a · Os tipos de aço inox mais aconselhados para a distribuição predial de água
'(mm!·• ·· . (,~u1i) são os ferríticos e austeníticos, os quais geralmente se caracterizam por pos-
s JI suírem teores de crómio de valor não inferior ao atrás referido. Neste âmbito,
!O 35 deverá evitar-se o seu uso no transporte de águas com elevados teores de cloretos
(> 213 mgll); e deverão evitar-se temperaturas da água superiores a 50° C.
12 39
Estas tubagens são geralmente comercializadas em varas de 4 a 7 m, com diâme-
14 43
tros que geralmente oscilam entre 10 e 54 mm (quadro XVI).
15 48 Na ligação entre os diversos troços de tubos deverão ser utilizados acessórios
16 52 de ligas de cobre ou de aço inox. Estes acessórios, de acordo com as suas
18 61 características, podem ser ligados aos tubos através de anéis de pres~ão ou por
38 39
Sistemas Prediais de Distribuiçüo de Água
Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçüo c Drenagem de Aguas
soldadura (fig. 29). Quando a ligação for efectuada por soldadura capilar. o material QUADRO XVII
de adiçfto deve ser isento de cádmio e zinco; no caso de as soldaduras serem reali-
Acessórios para tubos de aço inox
zadas com eléctrodos de aço inox, estes deverão possuir qualidade não-inferior à do
aço a soldar. Ti pós
No quadro XVII apresentam-se tipos de acessórios geralmente comercializados
para união por soldadura e com anéis de pressão.
Curva a 90° fêmea ou macho-fêmea
A execução dos cortes deverá ser efectuada de forma cuidada de modo a evitar
a ovalização dos tubos. Nos casos em que se recona à utilização de acessórios com
anéis de prcssfto, de forma a evitar a sua deterioração, deverá proceder-se à remoção
elas rebarbas eventualmente formadas com a operação de corte.
f (( Curva a 45° fêmea ou macho-fêmea
[ diâmetros aí considerados.
Estas tubagens podem ser instaladas à vista, embutidas, em caleiras, galerias ou
L
tectos falsos; nas situações em que se lhes possa ter acesso, deverão ser identificadas
Unifto com accs~órios p:1ru soldar de acordo com a natureza da água transportada [70]. Nas situações de não-embu-
(~oldadura c;1pilar) timento, deverão ser fixadas através de elementos de suporte e/ou amarração, em
UniUo topo ü topo por soldadura quantidade que assegure a sua conecta fixação e possibilite que ocorram livremente
(~oldadu1·~1 com elêctrodosl
eventuais contracções ou dilatações. No quadro XIX indicam-se os afastamentos
Fig. 29- Tipos de uniões máximos a considerar entre abraçadeiras.
40 41
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
QUADRO XVIII Na ligação entre os diversos troços de tubagem deverão ser utilizados prefe-
Raios de curvatura para tubos de aço inox rencialmente acessórios do mesmo matedal (no quadro X apresentam-se tipos de
acessórios geralmente comercializados); para tubos de grandes diâmetros poder-se-á
l)i,dilie~~~-:~k/:101;:;-·. recon·er à soldadura.
r•n~n) · ··
Deverá evitar-se a existência, a montante destas tubagens, de sistemas ou
10 36.0
tubagens de cobre, mesmo que não se verifique um contacto dírecto enu·e am-
12 43.2
bas, uma vez que os iões de cobre que se dissolvem na água irão criar condições
15 54.0 propícias à eclosão de fenômenos de corrosão nas tubagens de ferro por onde essa
18 64.8 água passar.
22 79,2 A execução de cortes e a abertura de roscas deverão ser efectuadas de forma
cuidada, de modo a garantir uma perfeita concordância entre as duas peças (macho/
QUADRO XIX fêmea). Como elemento de vedação poder-se-á usar estopa de linho ou fita vedante.
Afastamento máximo entre abraçadeiras As dobragens devem ser executadas com raios de curvatura amplos, função
para tubos de aço inox dos seus diâmeu·os exteriores, de forma a evitar que o coeficiente de ovalização da
secção:
·4f#,~~,~~/ni07i4!t~id
·e_n}t~;;fkt;a?~:if:~li:a_S,,, (7)
' .-:;,t:.;{;~:(-m) I' ' '
12 1,2 em que:
15 1.3 DM- diâmetro exterior máximo
18 1.4 D, - diâmetro exterior mínimo
22 1.6
28 1.7 seja superior a 0,20. Geralmente os tubos com diâmetro exte1ior não superior a
50 mm admitem curvaturas com raios iguais ou superiores a quatro vezes o seu
35 1.9
diâmetro exterior.
42 2,1
Estas tubagens podem ser instaladas à vista, embutidas, em caleiras, gale1ias ou
54 2.3 tectos falsos; nas situações de não-embutimento deverão ser pintadas com cores que
identifiquem a natureza da água transportada [70]. Nestas situações, deverão tam-
Como forma de garantia da qualidade das instalações, só deverão ser utilizadas
tubagens portadoras de certificado de ensaio realizado por entidade acreditada para bém ser fixadas atravé? de elementos de suporte e/ou amarração (abraçadeiras), em
o efeito, do qual deverão constar os teores de crómio do materiaL quantidade que assegure a sua correcta fixação e possibilite que ocon·am livremente
eventuais contracções ou dilatações. No quadro XI indicam-se os afastamentos má-
ximos a considerar entre abraçadeiras.
6.2.5 Thbagens de aço (ferro preto) Como forma de garantia da qualidade das instalações, só deverão ser utilizadas
Os tubos de aço (ferro preto) constituem-se como alternativa geralmente apenas tubagens portadoras de certificado de ensaio realizado por entidade idónea acredita-
para as situações em circuito fechado, do tipo dos sistemas de aquecimento central. da para o efeito.
Sempre que o teor de oxigênio na água seja pouco relevante CO~< 1 mgll), o que
se verifica nos circuitos fechados de aquecimento de água, os problemas de cotTosão 6.3 Thbagens tennoplásticas
destas tubagens assumem-se como pouco relevantes.
Corno garante de urna maior durabilidade destas tubagens, evitando fenômenos 6.3.1 Consider~ções gerais
de corrosão, não se deverão permitir longos períodos de estagnação das águas, bem
como o seu contacto com elementos metálicos de nobreza superior. Tem-se assistido nos últimos anos a uma cada vez maior utilização de tubagens
Estas tubagens são geralmente comercializadas em varas de 6 m, com diâmetros em materiais plásticos no fabrico dos sistemas prediais de distribuição de água flia
nominais que oscilam entre 8 e 150 mm (quadro IX). e quente. Os materiais termoplásticos mais utilizados no fabrico de tubagens
42 43
Manual dos Sislenws Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas
Si.l'lcnws Prediais de Distribuiçlio de Agua
e acessórios de ligação são o policloreto de vinilo (PVC), o polietileno reticulado A ligação por colagem é feita com uma cola (de qualidade adequada, geralmente
(PER/PEX), o polietileno de alta densidade (PEAD) e o polipropileno (PP). à base de tetra-hidrofurano) que funciona como um solvente: efectivamente, através
Nestes sistemas, os acessórios de ligação nem sempre são do mesmo material do amolecimento e solvência superficial do PVC. provoca a soldadura dos elemen-
das tubagens, recorrendo-se não raras vezes à utilização de acessólios de ligas de tos. Os tubos deverão ser cmtados em esquadria e efectuado um chanfro com cerca
de lSO; posteriormente deverá proceder-se à extracção das rebarbas elas arestas. bem
cobre.
As tubagens de policloreto de vinil o e polietileno, devido às suas características, como a um desengorduramento das superfícies a colm·. através de produto adequa-
têm a sua aplicação restringida ao transporte e distribuição de água fria. do. Para melhorar a aderência entre as supe1fícies, convém, antes da aplicação da
As tubagens de polietileno reticulado e polipropileno podem ser utilizadas quer cola, proceder ao despolimento das superfícies, através de uma lixa fina. Finalmente
aplica-se a cola em ambas as superfícies e procede-se à união dos componentes
em sistemas de distribuição de água fria, quer de quente.
(fig. 30).
No quadro XX apresentam-se algumas caracte-rísticas físicas dos plásticos men-
As tubagens só deverão ser colocadas em serviço após se dar a total secagem
cionados.
Um factor ao qual deve dar-se especial atenção, devido aos elevados da cola.
coeficientes de dilatação linear térmica destes materiais, sempre que as tubagens se Devido ao seu elevado coeficiente de dilatação ténnica linear, estas tubagens,
destinam ao transporte de água quente, são as vmiações das suas dimensões linea- quando assumem comprimentos significativos, estão sujeitas a sofrer grandes va-
res provocadas pelos gradientes de temperatura. as quais podem ser determinadas riações das suas dimensões lineares. Nestas situações, dever-se-á recorrer à utiliza-
ção de juntas de união por anilhas de estanquidade (borracha sintética). de fmma a
pela expressão (6).
possibilitar que os deslocamentos se dêem sem constrangimentos (fig. 31).
As medidas a tomar na instalação destas tubagens, tendo em conta o fenómeno
Não se recomenda a dobragem deste tipo de tubos. No entanto, nas situações em
atrás referido. são mencionadas seguidamente na abordagem individual a cada um
que tal se verifique, deverão recon·er-se a meios de aquecimento dos tubos como:
dos diferentes tipos de tubagem. tendo em conta o seu material constitutivo.
estufas ou maçaricos de ar ou gás quente, e nunca a maçaricos de chama directa.
QUADRO XX
QUADRO XXI
Características físicas dos termoplâsticos
Dünensões das tubagens de PVC [52] [53]
Condutibilidai:le " Coeficiente de-dilataçtio
Material Tenstio de
~--~----. .. --~fl.~rança·(MPa) _ ténnica (W/m . K) linear (mJm"K) ,Diâmetro. exterior Espessurá da parede
0,00008 (mm) (liiiÚ):'
PVC lO.O 0.20
------·----"-~--
DN
6,3 0,38 0.00014 '(mni) Cl(1sSe 1_'(Ív1P4) , Cld~.~·d I.6·(MPa)
PEX Mc~-.:imo ~fni~nà
0,00020 Mto:iino ·Mb1imo, 'Mdii(tJO. Mínbno
PEAD 5.0- 8,0 0.48
pp 5,0 0,:22 0.00015 16 16,3 16,0 1.6 1.2
20 20,3 20.0 1,6 1.2 1.9 1,5
Tensüo de segurança a 50 anos paro. 20 oc
25 25,3 25.0 1.6 1,2 2,3 1,9
---·
6.3.2 Tubagens de policloreto de vinilo (PVC) 32 32,3 32,0 2,0 1.6 2.9 2,4
Os tubos ele PVC só deverão ser utilizados em redes de distribuição de água fria, 40 40,3 40,0 2,3 1.9 3.5 3.0
uma vez que estão dimensionados apenas para suportarem temperaturas à volta dos 50 50,3 50,0 2,9 2,4 4,3 3,7
20 oe, em condições de funcionamento contínuo. 63 63,3 63,0 3,5 3,0 5.4 4,7
Estas tubagens são geralmente comercializadas em varas de 6 m. com diâmetros
75 75,3 75,0 4.2 3,6 6,4 5.6
nominais que oscilam entre 16 e 315 mm (vd. quadro XXI).
A ligação entre os diversos troços de tubagem. ou entre as tubagens e os 90 90,3 90.0 5,0 4,3 7,6 6,7
acessórios, os quais deverão ser do mesmo material dos tubos (no quadro XXII 110 110,4 110,0 6,1 5,3 9.3 8.2
apresentam-se tipos de acessórios geralmente comercializados), deverá ser obtida 125 125.4 125,0 6,8 6,0 10,5 9,3
porcobgcm.
45
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistenw.s Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
: 1E
* Espaçamento para eventual aumento das dimensões lineares do tubo
Fig. 31 -União para absorção de dilatação
QUADRO XXIII
Joelho a 45° Raios de curvatura para tubos de PVC
,_Diã;lnetró :eX_·téN~~:do:-tà4o" (p)· ' ,_; R~l-ifi;J,~_-&t.tfritt~i:q-·; ",._
Tê e forquilb:.t (QU;,i) . . , . , '"'" ':(tl~inJ . ·"
sso ~3,0D
Cruzeta
Casquilho de redução
63 e 75 1,30
Tampão
90 a 125 2,00
46 47
Sistemas Prcdiois de /)islribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçâo c Drenagem de Aguas
6.3.3 Tubagens de polietiieno de alta densidade (PEAD) (abraçadeiras), em quantidade que assegure a sua correcta fixação e possibilite que
ocorram livremente eventuais contracções ou dilatações.
Os tubos de polictileno só deverão ser utilizados em redes de distribuição de Como forma de garantia da qualidade ck'ls instalações, só deverão ser utiliza-
água fria. uma vez que estão dimensionados apenas para temperaturas à volta dos das tubagens portadoras de certificado de ensaio ou de homologação, emitidos por
20 "C, em condições de funcionamento contínuo. entidade acreditada para o efeito, devendo ser identificadas com a sua classe de
Estas tubagens são geralmente comercializadas em rolos ou varas. com diâme- pressão.
tTos nominais que oscilam entre 20 e 160 mm (quadro XXV).
QUADRO XXV
Dimensões mais usuais das tubagens de PEAD [54} [55]
48 49
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
QUADRO XXVI
Dimensões mais usuais das tubagens de PEX [56]
· :D~~.f!Jetro.;extér:ior·,·· ;ESpe~s~trt:~::da .pcu:e.ck.· ·:
Dlt i>'• •(11>1~) ::-;·;_·, ,(mmL.
··(mm) :·;ifd~·inJ;'', ·-- '-·--· • Class~1.25(M[:a) • .. c(~sse Z,p (M]'a) 1 - Ca.squilho interior do acessório
Mínimo
,_\,-:-- M4Xinf.ó·· ;<Mtni~ià~-~ -. il:iXi~ô-;'• :Mfnimo 2- Luva de ~ompress:lo
llJ~~
~ ~
Joelho macho/fêmea 2 25 1.5
ou macho/macho
t0~0siJ Q T Tê
bJ ~ Colector
~ Tampão
Fig. 34 -Instalação do tubo em manga envolvente
50 51
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
A figura 35 ilustra de forma esquemática uma situação de instalação cmTecta de QUADRO XXIX
tubagem, de modo a possibilitar que ocorram sem quaisquer rest1ições os fenómenos Raios mínimos de curvatura para tubos de PEX
de variação de comprimento. provocados pelo seu aquecimento.
DN
(mm) D~bmgi/r2J:'. pd,brf:ge;n'~/riÓ
/ // ////// //////// //////////////// /////~
··qiieittd ''(}f//njel:r~/n~~~~ SC_1f,,ye';r;:únerit0 -
12 25 30 60
16 36 65 78
;;
;; 20 45 100 100
:
/ 25 51 125
1 - Abraçadeim !ixu
·------
2- Abraçadeira de~!izante
QUADRO XXX
Pressão de serviço em função da temperatura [57)
PreSS{i(fnÚíximade·serviço (MPa)
Temperatúrçr,
. ("C) 'ct,çiúe de Piefl-sãÓ (MPá)
Fig. 35- Instalação dos tubos de modo a que se veri'llque
a absorção das variações lineares
1;25 z;o
10 1.07 1,69
40 25 1.05 1,67
Na situação de tubagens embutidas. a técnica de encamisamento com mangas de 30 1,04 1.65
protecção possibilita, em caso de necessidade. a fácil substituição dos tubos. 10 0,83 1.31
Nas situações de distribuição de água quente e procedendo à inserção de anel de 60 25 0,81 1,29
borracha (0-ring) de vedação nas extremidades da manga, a caixa de ar existente en- 30 0,81 1.28
tre o tubo e a manga garante um bom isolamento térmico, o que geralmente conduz 10 0,63 1,00
80
à dispensa de isolamentos adicionais. 25 0,63 0,99
Devido à sua grande Hexibilidade. os tubos podem ser dobrados a quente ou a 10 0.55 0.88
95
ti·io: nas situações de dobragem a quente. deverá utilizar-se para o efeito uma pistola 15 0,54 0.86
de ar quente e nunca expor os tubos à chama.
O quadro XXIX mostra os raios de curvatura mínimos para os diferentes diâme- 6.3.5 Thbagens de polipropileno (PP)
tros. para as situações de dobragem a quente ou a frio.
Os tubos de polipropileno poderão ser utilizados em redes de distribuição de
A resistência à pressão interior destes tubos diminui à medida que aumenta a
água fria e quente. uma vez que estão dimensionados para suportar temperaturas até
temperatura de utilização. No quadro XXX estão relacionadas as pressões máxi-
I 00 o c, em condições de funcionamento contínuo.
mas de serviço com as temperaturas do fluido escoado, bem como com o tempo de
Estas tubagens são geralmente comercializadas em varas, com diâmetros nomi-
serviço.
nais que oscilam entre l6 e 90 mm (quadro XXXI).
Como forma de garantia da qualidade das instalações, só deverão ser utiliza- A ligação entre os diversos troços de tubagem poderá ser feita de acordo com
das tubagens portadoras de certificado de ensaio ou de homologação, emitidos por o tipo de propileno, através de acessórios de compressão metálicos (geralmente
entidade acreditada para o efeito. devendo ser identificadas com a sua classe de fabricados em ligas de cobre). sendo a vedação obtida através de anéis de vedação
pressão. em botracha, ou através de acessórios do mesmo matedal ligados com soldadura
52 53
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas
'EsP~ss~rá-'dà j)cu:ede
DN ;:;'_'·-'--';
,·.·. :Classe/2.0 (MPa)
· (mm) Máximo )/ín:úno Curva 90° com ou sem redução
M3xim·ó: Mínimá
16 16,3 16.0 3,2 2.7
Curva45°
20 20,3 20,0 4,0 3,4
25 25,3 25,0 4.8 4,2
Tê com ou sem redução
32 32.3 32,0 6,2 5,4
EJE BlJ
40 40.4 40,0 7.6 6,7
50 50,5 50.0 9.5 8.4 @ União com ou sem redução
por polifusão (aquecimento simultâneo das duas partes a ligar). No quadro XXXII
União com adaptadores metálicos
registam-se alguns tipos de acessórios para soldadura geralmente comercializados.
Estas tubagens podem ser instaladas à vista. embutidas, em caleiras, galerias ou
tectos falsos. Quando sujeitas à acção dos raios ultravioletas, deverão ser protegidas União de cruzamento
com um revestimento, de modo a evitar a sua deterioração. Nas situações em que se
lhes possa ter acesso, deverão ser identificadas de acordo com a natureza da água
União eléctrica
transportada [70]. Nas situações de não-embutimento, deverão ser fixadas através de
elementos de supmte e/ou amarTação (abraçadeiras), em quantidade que assegure a
sua correcta fixação e possibilite que ocorram livremente eventuais contracções ou Tampão
dilatações. As abraçadeiras deverão ser posicionadas de modo a garantir o correcto
alinhamento das tubagens e a adequada resistência mecânica. considerando os esfor- As dimensões destes elementos poderão ser determinadas pela expressão:
ços a que ficarão sujeitas. No quadro XXXIII mostram-se os afastamentos máximos
entre abraçadeiras a considerar, tendo em conta a temperatura da água transportada. Bd = 30 .JDxt:,L (8)
Devido ao elevado coeficiente de dilatação ténnica, quando embutidas, as em que:
tubagens destinadas ao transporte de água quente, e sempre que o seu comprimento
Bd -braço de dilatação (m)
exceda 2m. deverão preferencialmente ser envolvidas com material isolante, o qual D -diâmetro exterior do tubo (m)
possibilita a absorção axial das dilatações: se não se adoptar esta medida, deverão !:::.L -variação de comprimento (m)
aplicar-se, nas mudanças de direcção, envolvimentos de espuma flexível de polieti-
leno para absorção das dilatações (fig. 26). A resistência à pressão interior destes tubos baixa à medida que aumenta a
Quando não-embutidas, deverão criar-se curvas ou braços de dilatação, de temperatura de utilização. No quadro XX:h.1V estão relacionadas as pressões
forma a possibilitar que as variações lineares causadas pela temperatura ocorram máximas de serviço com as temperaturas do fluido escoado, bem como com o tempo
livremente (fig. 36). de serviço, para tubagens de classe de pressão de 2,0 MPa.
54 55
Sistemas Prediais de Distribuiçüo de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçâo e Drenagem de Águas
20 80 70 5 1,00
65 60 80
lO 1,00
25 85 80 75 65
5 0,50
32 95 90 85 75 90
----·----·----- lO 0,45
40 110 110 105 90 100 5 0,27
50 130 125 120 105
63 150 140 135 120 7 DISPOSITIVOS DE UTILIZAÇÃO
75 170 165 160 130
------- 7.1 Generalidades
90 190 180 175 150
----~~-··
Os dispositivos de utilização (torneiras, fluxómetros e autoclismos) têm por
finalidade regular e/ou controlar o fornecimento de água.
Estes dispositivos destinam-se a equipar os aparelhos sanitários e são geralmente
T fabricados com a dimensão nominal de 1/2"; alguns dispositiyos normalmente de
tipos mais específicos. como sejam por exemplo fluxómetros e torneiras de bóia, são
Bd também produzidos com dimensões nominais de 3/4", 3/8" e outras.
' / / / / / / / / / ' / ////, Estes dispositivos devem ser fabricados com materiais que, em contacto com
água até uma temperatura de 90 oe, não apresentem riscos para a saúde pública.
O material mais utilizado no fabrico destes dispositivos é o latão, sendo também
utilizado o aço e mais recentemente os materiais termoplásticos.
Apenas deverão ser utilizados dispositivos de utilização que respeitem a nor-
T malização aplicável, tendo em vista a segurança dos utilizadores. a sua durabili-
t -1
dade, o nível de conforto proporcionado e a sua adequabilidade aos desempenhos
esperados.
No mercado. para além dos tipos a seguir mencionados, encontram-se outros
com características específicas, de acordo com o fim a que se destinam (ex.: labora-
tórios, salas mêdicas, etc.).
56 57
Sistemas Prediais de Disrribuiçüo de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçílo e Drenagem de Águas
58 59
Sisll!mas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
1- Bóin
2- Tubagt!m de saída
3 -Sistema de obturaç5.o
São dispositivos destinados a impedir ou a estabelecer a passagem da água num São dispositivos de fecho automático, destinados a equipar bacias de retrete,
detenninado sentido de escoamento (fig. 40). urinóis e pias de despejos, cujo débito controlado é interrompido automaticamente
Existem ainda outros tipos de torneiras com o mesmo fim, designadas no merca- (fig. 42).
do por torneiras de esquadro (fig. 40).
- -
I - V:1Ivula de accion<.~mento
2- Tubo de entrada
3 -Tubo de descarg:t
4 - Sistem<.J de obtur:tçiío
61
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistenws Prediais de Distribuiçâo e Dmwgem de Águas
1- Manipulo de comando
2- Vúlvula de descarga
3 -Torneira de bóia
4- Tubagem de alimentação
5- Tub.:lgem de de.~carga
6- Trop-pleion
62 63
Sistemas Prediais de Distri!miçüo de Água Manual dos Sisremas Prediais de Distribuiçlio e Drenagem de Águas
64 65
Sistenias Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
se verificam na grande maioria das aplicações práticas, o valor de a será aproxima- Como à saída do orifício se velifica uma grande contracção do jacto, até se atin-
damente 1,1. Como na prática o termo v2/2g é significativamente mais pequeno do gir uma secção em que os filetes se possam considerar rectilíneos e paralelos, verifi-
que os outros dois, poder-se-á tomar o valor de a ;:: 1 sem grande erro, pelo que a ca-se, nos pontos desta secção, uma pressão quase igual à pressão atmosférica, a que
expressão em termos práticos pode assumir a sua forma inicial. conesponde uma pressão relativa nula, donde:
A figura 46 ilustra a linha de energia e a linha piezométrica em escoamentos
pennanentes de líquidos perfeitos. P,. = P, =O (13)
y y
------_li~·~~ - - - - - -
Considerando que a velocidade no ponto y da supetfície é nula e chamando H
-~ lrO tório
à diferença entre z. . e ZY, obteremos a expressão que possibilita a determinação da
velocidade em x.
P/7-~
v'
zy ;:: z. . + ___;L
2g
( 14)
,[
v~
Z=O z.,.- zx;:: (15)
2g
P,. v~ ~ v:
g
+ zy +
2g g
+ z. +
2g
(12) A velocidade média v numa secção do tubo de fluxo determina-se por:
J
V ds
v=-·-'-- (18)
y s
í H
Para escoamentos permanentes de líquidos tomados como incompressíveis é es-
tabelecida a fonna geral adaptada da equação da continuidade:
ly
·-- em que:
Q =V·S (19)
z.
Z=O Q - caudal escoado
~
v- velocidade de escoamento
Fig. 47- Teorema de Ton·icelli s- secção de passagem do fluido escoado
66 67
Sistemas Prediais de Distribuiçüo de Água Manuaf dos Sistemas Prediais de Distribuiçâo c Drenagem de Águas
-----------------------
8.2.5 Perdas de carga contínuas- escoamentos em pressão O factor de resistência f poderá ser determinado por reconência às seguintes
Em escoamentos sob pressão. as perdas de carga contínuas (percur- expressões:
so). as quais resultam, da viscosidade do fluido e do atrito deste com as pare- -equação de Blasius (21). válida para o regime turbulento em tubos lisos:
des das tubagens devido à sua rugosidade, poderão ser determinadas através da
expressão de Darcy e Weisbach (20). válida para qualquer líquido. 0.3164
J= Ro.2S (21)
v '
l=f (20) em que:
D·2g
em que: f - factor de resistência
R,~ número de Reynolcls
J -perda de carga (m/m)
f ~ factor de resistência
fórmula de Karman-Prandtl (22), válida para o regime turbulento em tubos
v -velocidade de escoamento (m/s)
rugosos:
D -diâmetro da lubagem (m)
g -aceleração da gravidade (m/s2 ) I D
+ 1.74
O ábaco de Moody (fig. 48) permite a identificação dos diferentes tipos de escoa-
fi- 2log
22
(22)
em que:
mentos que podem ocorrer em tubagens:
Escoamentos laminares: f é função de R,.;
f ~ factor de resistência
D ~diâmetro do tubo (mm)
Escoamentos turbulentos de transição:fé função de c/D (rugosidade relativa)
E ~ rugosidade absoluta (mm)
e de R,;
Escoamentos turbulentos:
Um estudo efectuado por Colebrook e White possibilitou o estabelecimento de
a) turbulento liso (em tubos lisos):fé função de R,.:
uma lei válida para todos os escoamentos turbulentos em tubos circulares, a qual é
b) turbulento rugoso (em tubos rugosos):fé função flD.
representada através da fórmula:
_1_= -2Jog
fi
(-2-
3,7D
+ 2,51
R, fi
J (23)
fi
1
-l,Slog [( ~)1."+
o,7D ~~] (24)
em que:
f - factor de resistência
E - rugosidade absoluta (mm)
D ~diâmetro da tubagem (mm)
Fig. 48 - Ábaco de Moody [7] R,- nümero de Reynolds
68 69
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem. de Águas
Através do quadro XXXV apresentam-se valores da rugosidade absoluta (e) para a duches, lavatórios, ou outros deverá ser a unidade, com excepção das situações em
os diferentes materiais mencionados. que os dispositivos de utilização estejam munidos de abmtura temporizada, o que
implicará um estudo especial para cada situação em presença.
QUADRO XXXV No caso geral de unidades hoteleiras, o coeficiente de simultaneidade obtido,
Rugosidade absoluta quer por via gráfica, quer através da fórmula que se menciona em 8.4.1.2, poderá ser
incrementado por um coeficiente da ordem de 1,25.
Matàial 'Rúgosidàde'abSolUta (mm)
Quando a instalação comporta 'fluxómetros, a determinação do seu caudal de
Ferro preto 0,26 cálculo faz-se separadamente dos outros dispositivos de utilização, de acordo com
Aço galvanizado 0.15 os valores expressos no quadro XXXVI, adicionando-se depois os valores assim
Cobre 0,04 obtidos ao caudal de cálculo dos restantes dispositivos de utilização.
PVC 0,003 (26)
em que:
8.3 Caudais instantâneos
Q - caudal de cálculo
Os caudais instantâneos são os caudais necessá.Iios e suficientes que deverão x -coeficiente de simultaneidade
chegar aos diferentes dispositivos de utilização, tendo em conta as suas característi- Qa- caudal acumulado
n -número de flux6metros considerado
cas particulares.
Q,- caudal instantâneo atli~uído aos fluxómetros
Os caudais instantâneos mínimos a adoptar no dimensionamento dos sistemas de
distribuição deverão ser os indicados no quadro II, salvo nos casos em que os fabri- Para situações correntes de edifícios de habitação, esclitórios, hospitais, lares ,de
cantes dos respectivos dispositivos recomendem caudais de valor superior àqueles. terceira idade e edifícios públicos, os coeficientes de simultaneidade obtidos por uma
das vias que a seguir se indicam não necessitam de qualquer incremento.
8.4 Caudais de cálculo No caso con·ente de dimensionamento de ramais de ligação, se o ramal for o mes-
mo para a distribuição para fins domésticos e para o combate a incêndios, o caudal de
Tendo em conta a inverosimilhança de numa mesma edificação todos os disposi- cálculo a considerar deverá ser o maior dos dois caudais de cálculo em presença.
tivos de utilização instalados entrarem em funcionamento simultâneo, salvo em casos
especiais que adiante se enumerarão e nos casos em que o número dos dispositivos QUADRO XXXVI
de utilização em presença não seja superior a dois, os caudais que servem de base Número de jlux6metros em utilização simultânea [5]
ao dimensionamento das canalizações (caudais de cálculo) não se traduzem pelo so-
matório dos caudais instantâneos, que se denomina por caudal acumulado, mas sim ·'·iy~rf:-~/Yi:4,~.Jlúf1:é({i(9$_-;~m_:,i~ti/iiqçt:i~ ·:
'Sinm!tluíea (n)_ · ,,
por este mesmo somatório afectado de um coeficiente. que expressa a probabilidade
dessa ocorrência, e que se designa por coeficiente de simultaneidade: 3 a lO 2
I! a 20 3
(25)
21 a 50 4
em que: >50 5
Qc- caudal de cálculo
x -coeficiente de simultaneidade 8.4.1 Coeficientes de simultaneidade
Q,- caudal acumulado
De acordo com a regulamentação aplicável, os coeficientes de simultaneidade
No caso de escolas, ínternatos, estádios, quartéis, ou outros tipos de instalações poderão ser obtidos por via analítica ou gráfica (resultante de dados estatísticos).
onde seja previsível a utilização simultânea dos dispositivos instalados. o coeficien- Apresentam-se seguidamente três métodos distintos de obtenção dos
te de simultaneidade que afectará o somatório dos caudais instantâneos referentes coeficientes de simultaneidade.
70 71
Sistemas Prediais de Distribuiçüo de Á.gua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
log (T)"-
~
t
1
(p)
- loo- ~
.oT
::: \ou CN
.011
(27)
em que:
T -duração média dos intervalos entre cada duas utilizações (min)
r -duração média de descarga de uma utilização (min)
P -período de procura máxima (h)
11-número de dispositivos que poderão entrar em funcionamento
N -número de dispositivos instalados
Fíg. 49- Curvas de probabilidade de funcionamento simultâneo
obtém-se o número n de aparelhos com probabilidade de entrarem em funciona- de dispositivos de utilização
mento simulUineo, considerando os intervalos de tempo Te t, para um período de
procura máxima diária P.
A objecção à utilização deste método advém da dificuldade do estabelecimento Do quadro XXXVII retiram-se os valores das variáveis P, Te t, os quais possibi-
de valores coerentes com as realidades sociais dos diferentes países e mesmo de litam as detenninações expressas no quadro XXXVIII.
regiões para as grandezas P. T e t. razão que levou praticamente ao seu abandono
como método de cálculo. QUADRO XXXV!ll
A título informativo apresentam-se no quadro XXXVII valores que podem ser Exemplo prático de aplicação
adaptados para as grandezas antelionnente referidas.
Assim, é possível com base nos valores atrás refelidos elaborar curvas que T t X
N (min) (s)
representam a probabilidade de funcionamento simultâneo de dispositivos de
utilização do mesmo tipo. as quais se apresentam na figura 49. 20 s 150 __4_c___:6:::,5-=2=-5- t,3SO 5,148 5,148/45~0,11
45
Seguidamente apresenta-se um exemplo prático para a determinação da probabi-
lidade de funcionamento simultâneo de 45 bacias de retrete pertencentes às instala- 8.4.1.2 Método do coeficiente de simultaneidade
ções sanitárias de uma unidade fabriL
A determinação do número de dispositivos de utilização em funcionamento si-
QUADRO XXXVII multâneo é feita, com base no número total de dispositivos Na alimentar, através da
Valores das variáveis P, T e fóm1ula:
Tipos de consumos P (horas) T (min) t (min) 1
x~ (28)
Edifícios de Lavatórios. bidês e :mtoclismos 20 2 .JN -1
Habitação e Fluxómetros 2 20 2/60
em que:
Hotéis Banheiras 60 lO
x -coeficiente de simultaneidade
Lavatórios em fábricas (I por <:adaJ.Q pe~~~~:2·~ 20
·---·------ N - número de dispositivos considerados
Escritórios e Lavatórios em escritórios (l por cada 20 pessoas) lO
7a8
Fübricas Autoclismos 20 8/60 Esta fórmula só deve ser aplicada para valores de N > 2, uma vez que para
~----------------
Fluxómetros 20 2 valores inferiores o coeficiente de simultaneidade a considerar deverá ser a unidade.
---------------- -----
72 73
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas
Alguns autores limitam a validade da fórmula para valores de N ~ 150; outros há ~~(/
:;::500
"
~.\<)
6
u 252:Q >3,5
A figura 50 apresenta o gráfico que relaciona os valores do coeficiente de .g " Q, =0,5226Q~.m<
simultaneidade x com a totalidade do número de dispositivos instalados, segundo a 1 20
fórmula (28). "
·& ~50
, "
u
"
<00 "
5
•
lOO
o
'
,, ,, J.O 15 U
Coudois de cólculo (1/s)
'
\ lOO
'
"
""' ...........
.......... 500~Q.
Q,
>25
0,2525Q~· 7 ~7
::?!: J.~
.g lD
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"' '" '" '" '"
=
Númerll de aparelhll$ lnslalados
-ªg2.~ ~
Fig. 50- Coeficientes de simultaneidade em função do número
de dispositivos de utilização
.,
8~ "= Q, <3.s
o:Q '~ o'5469Q'·"''
-r- .
74 75
Sistemas Prediais de Oistribuiçdo de Ágtw Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Aguas
~:
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Q, $3,5 <00
- Q, - 05099Q~,.,,,
Q, ~ 3,5
Q, ";:; 0,6015Q~ ~-''
500::::Q,>25
Q, - 0.223Q:-'"''
5002:Q, >25
"" OI n~ U O< OJ n6 07 0.~
Coudois de
Q~
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10
(1/>) Q, ::031Q~.n.
'"
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Q. "'0,4944Q~·"'"
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- 7. ·- ''
-- J5
I '
10
76 77
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
8.5.1 Pressões de serviço regra geral, adaptados para tubagens de ferro galvanizado, se bem que os mesmos
pudessem ser alvo de uma redução (quadro XXXIX). No entanto, devido à grande
As pressões de serviço nos dispositivos de utilização devem situar-se entre tendência para incrustrações calcárias deste material, o que se traduz a prazo na
50 kPa e 600 kPa. O regulamento português recomenda que, por razões de conforto e redução das secções de escoamento dos tubos, esta majoração funciona, de certa
de durabilidade das tubagens, aquelas pressões oscilem entre 150 kPa e 300 kPa. forma, como um coeficiente de segurança no sentido de colmatar esse efeito.
Para tubagens de outros materiais, que não aço galvanizado (ferro galvanizado)
8.5.2 Velocidade de escoamento ou aço (ferro preto), as perdas de carga assim obtidas deverão ser reduzidas em fun-
ção do valor característico da rugosidade absoluta desses materiais. Os valores dessas
As velocidades de escoamento deverão oscilar entre 0,5 rnfs e 2,0 m/s, tam-
reduções podem ser detemlinado.s por recorrência às fórmulas de Darcy-Weisbach
bém por razões de conforto e durabilidade das tubagens, uma vez que a maioria dos
(20) e Haaland (24), mencionadas em 8.2.5, as quais assumem aproximadamente os
ruídos nas canalizações se devem a velocidades de escoamento do fluido elevadas, as
valores indicados no quadro XXXIX.
quais dão lugar à produção de vibrações.
Au·avés da f01mulação atrás referida foi possível proceder à determinação de co-
eficientes correctores, tendo em conta os valores das rugosidades absolutas de oub:os
8.5.3 Determinação dos diâmetros e perdas de carga contínuas das tubagens materiais utilizados no fabrico de tubagens, no sentido da adaptação do factor b da
A detenninação dos diâmetros e perdas de carga contínuas das tubagens, fó1mula de Flamant aos mesmos, os quais a seguir de indicam:
resultantes fundamentalmente das características do fluido. neste caso da água, • b = 0,000152 para tubagens de cobre ou aço inox;
e das paredes das tubagens, poderá ser feita respectivamente através da Equação • b = 0,000134 para tubagens de materiais plásticos.
da Continuidade (29) e da fórmula de Darcy e Weisbach (20) ou de F!amant (30),
procedendo-se como a seguir se indica: QUADRO XXXIX
a) Determ~na-se o caudal de cálculo, de acordo com o estabelecido em 8.4;
Reduções nas perdas de carga de percurso
b) Determina-se o diâmetro da tubagem e a coiTespondente perda de carga de
percurso: Matériâl
• ou através das fórmulas:
FP 0,26
FG 0,15 lO, I 13,3 14,7
(29) 0,98
Cu 0,04 2~3 31,1 35,2
78 79
Sisremas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistema~· Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas
"'
o.OOl
o.""
0.001
0.002
... (1/s)
12.6 16,1 21,7 27.3 36 41,9 53,1 68,9
Velocidade de e:-,·coamento (mls)
80,9 105.3
'I 0.003
8:88!
O.OOJ
8:88!
o.,
Perda de carga contínua, incn:m_entàdcvle 1nals 20~- t.:cú:r<fsp~n(le_nte
....
0.•
-----o:-cc:-~=--à_se_p_""_<l_as_de:carga locali:,adas (mim)
'
L
;oo O,Cl
0.01
O.Cl
C.C2
0.1
o.•
0.0 0,40 0,25
10
o.ro 0.03 0,05
,." 8:8! 8:3! ' 0,053 0,017
,_ o.; o.' 0,10
0,80 0.49 0,27
" 0.1 0.1
o 178 0.056 0.013
10
0.98 0,54 0,34
jl !'·' 0,20
0.187 o 045
!l " ·' ' 1.47 0.81
0.015
0.51 0,29
'·'
o'
o. o
0,30
0.380 0.092 0.031 0.008
0.1 '" 1,97 1,08 0,68 0,39
0,40
0.628 0.152 0.051 0,014
o1 '" '" 1,35 0,85 0.49 0.36
"!8"' l!" • 0,50
0.225 0.076 0.020 0.010
o.'
'" '"' 0.60
1.62
0.309
1.03
0.104
0,59
0.028
0,44
0.014
U1ilizuçií.o do úbaeo:
1.89 1.20 0,69 0.51 0,32
Conhecidos Uois elementos, unem-se atr:tvés de uma linha reeta c~tes dois valores mar- 0,70
0.405 0,!36 0.037 0,018 0.006
<:mJos ~obre as escalas verticais correspondentes. Os outros dois elementos li!em-se na
intersecção da linha traçada com :l~ escalas correspondentes. A coluna da direita. refe- 1.37 0.79 0,58 0.36
0,80
rente iis perdn.~ de c:Jrgu, está incremcntnda de 20%. correspondente :1s perdas de carga 0.172 0,046 0.022 0.007
loca!i:r.adas. 1,54 0,88 0.65 0.41
0,90
0.211 0.057 0.028 0,009
Fíg. 54~ Ábaco para dimensionamento das tubagens de FP ou FG 1.71 0.98 0,73 0.45
LO 0.254 0.068 0.033 O.QlL
1.47 1.09 0,68 0.40
poderão ser determinados pelo Método dos Comprimentos Equivalentes, o qual se 1,50
0.139 0.068 0.022 0.006
baseia no princípio de que cada singularidade provoca uma perda de carga igual à 1.97 1.45 0,90 0,54 0,39
2,00
que produziria um determinado comprimento de tubagem com o mesmo diâmetro. 0.230 0.112 0,036 0.011 0.005
1,81 l.13 0,67 0,49
As tabelas apresentadas nos quadros XLI e XLII expressam em metros os valo- 2.50
0.165 0.054 0.016 0.007
res dos comprimentos equivalentes, para perdas de carga localizada<; de tubagcm de 1.36 0,81 0.58 0.3
3,00
aço galvanizado. de cobre e PVC rígido. 0.074 0.021 0,010 0.003
A figura 55 ilustra dois ábacos que possibilitam a determinação das perdas de 1,58 0,94 0,68 0.40
3,50
0.097 0.028 0,013 0.004
carga devidas aos contadores.
1.81 1,07 0.78 0.46
As perdas de carga (11) devidas às singularidades poderào ainda ser determinadas 4,00
0.122 0.035 0.017 0.005
atrav6s da expressão: 2.03 1.21 0,88 0.52
4,50
0.150 0.044 0,020 0.006
v' 1,34 0.97 0,57
J,=Ç- (31) 5.00
2g 0.052 0.024 0.007
80 81
Sistemas Prediais de Distribuiçüo de Á.gua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
ólO. o
0 9. o
_s, o
~ 7o
GD 0,33 0,44 0,67 0,89 1,11 1,33 1,78
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I C? 0,16 0,22 0,32 0,43 0,54 0,65 0,86 1,08 1,30 1,73
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I 1/ i/ 1/ I ~ 0,51 0,69 1,03 1,37 1,71 2,06 2,74 3,43 4,11 5,49
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1/
I 1/ li I/ v 0,62 0,83 1,25 1,66 2,08 2,50 3,33 4,16 4,99 6,65
1/ li I li
I
[> 0,09 0,13 0,18 0,22 0,27 0,36 0,44
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" o o o o o o
~ !i ~ 0,44 0,66 0,88 1,10 1,31 1,75 2.19
(mJ/h)
Fig. 55- Perdas de carga em contadores [29] -€rr- 0.08 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,41
82 83
···~~-
~--~-------------~~~-
Sisrcmas Prediais de Distribaiçâo de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
y
~-·-~-~·-·---
0,28
q 0.4 0,5 0,7 1,0 1.3 1.5 1.7 1,8
T 0,30
t(O 0.4 0.5 0,6 0,7 1,2 1,3 1,4 1,5
bd 0,01 0.01 0,01 O.DI 0,01 0,01 0.01 0,01 0,01 0,02
@ 0.01 0,01 0,01 0.01 0.01 0,01 0.01 0.01 0,01 0,01
rl 0,2 0.3 0,4 0.5 0,6 0,7 0,8 0,9
e
--~~---
O, OI
s;:rr 0,7 0.8 0.9 1,5 2,2 2,3 2,4 2,5
--~--
& 0,1
--~--
O. I 0,2 0,2 0.3 0.4 0.4 0,5
---·~ ..
0,7
·--·~--
'1iP 2,5 2.4 3.1 4,6 7,3 7.6 7,8 8,0
6 4,9 6.7 p 11.3 13.4 17,5 21,0 26.0 34,0 y 2.5 2,4 3,1 4,6 7,3 7,6 7,8 8,0
o
!lJb
2,6 3,6 4,6 5,6 6.7 8,5 10,0 13,0 17,0
ii 8,1 9.5 13,3 15,5 18,3 23.7 25,0 26,8
o
3,6
~~~------
1,1
5,6
1,6
7,3
2,!
10,0
2,7
11,6
3.2
14,0
4.2
17,0
5,2
20,0
6.3
23,0
8.4
e 2,5 2,7 3,8 4,9 6,8 7,1 8,2 9,3
® -----~---
1.6 2,4 o o
o,- 4,0 4.8 6,4 8.1 9,7
_._.,. ____ ___
,
12,9 9 3,6 4,1 5,8 7,4 9,1 10,8 12..5 14,2
''
11.1 11.4 15,0 22,0 35,8 37.9 38,0 40,0
D,ifúnetrO_S. (mtn)
AcesS6rtJs
com: reduçlio .. O, I 0,2 0,3 0,4 0,7 0,8 0.9 0,9
15/10 20/15_ :ZS/20 32/2_5 40132 50!4.0 65159 80!65 80/1.00
-e-
----·-·--·
0.07 0.10 0.14 0,17 0,21 0.28 0.35 0.42 0,56
~ 5,9 6,1 8,4 10,5 17,0 18,5 19,0 20.0
84 85
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
(32)
(33)
8
, --r=======-t---w
_L_ - -- - 0 ~
dJ Vd2g
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i
--
---
_J_
81-_-,;;!1
v~
~
t? 05 I
z,l
y 1.5 ZP 0
-=-- -_':_- ------- -- _l
T 1.5
Fig. 56 - Linhas de energia num sistema
''-fJlt Ç, =I
Ç,: 1,5
y 3
De acordo com o refelido em 8.5.1, as pressões de serviço nos dispositivos de
utilização devem situar-se entre 50 kPa e 600 kPa Deste modo, após o dimensio-
namento das tubagens, dever-se-á proceder à velificação deste requisito para os
8= 0,5
dispositivos de utilização colocados nas posições mais desfavoráveis; se for caso
disso, deve-se proceder a um redimensionamento das tubagens, no sentido de se
~ D(mm)/2 obter nesses pontos os valores desejáveis de pressão.
Conhecidas as perdas de carga totais no troço de tubagem que conduz a
D--D
ç) Ç,
Ç, =I
Ç, :0,5
água da rede pública até ao ponto x considerado, a pressão disponível nesse ponto
obtém-se au·avés da expressão:
~
Ç, Ç, Ç, =I ç" = 0,5
Ç,: 1.5 (34)
'·
86 87
Sistemas Prediais de Disrrilmiçâo de Água Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuíçilo e Drenagem de Águas
-------------------------
em que: 8.7 .3 Dimensionamento
P, -pressão disponível no ponto considerado (m.c.n.) 8.7.3.1 Generalidades
P,, -pressão disponível na rede pública de distribuição, à entrada do edifício (m.c.a.)
z,, -diferença de cot.:L entre o ponto x e a rede pública de distribuiçfto (m) O dimensionamento foi efectuado considerando:
!:::.Hr -perdas de carga totais (m.c.a.)
os caudais de cálculo obtidos a partir do ábaco ilustrado na figura 51 com base
no somatório dos caudais instantâneos (caudal acumulado) a escoar através da
8.7 Exemplo prático de aplicação tubagern considerada;
a rugosidade dos materiais constitutivos das tubagens;
8.7.1 Generalidades
os diâmetros e as perdas de carga obtidos através da formulação referida
Como forma de ilustrar as regras de dimensionamento referidas, apresenta~se o em 8.5.3.
projecto do sistema de distribuição de água para fins domésticos de um edifício com
cinco pisos, cujo primeiro piso constitui parte comum onde se situam as garagens e 8. 7.3.2 Ramais de introdução e ligação
arrecadações. O diâmetro e as perdas de carga do ramal de introdução e dos de ligação são os
Os restantes quatro pisos constituem duas habitações, ambas de tipologia T3 de que constam do quadro XLIV.
tipo duplex.
O abastecimento de água ao edifício será feito através de ramal de ligação que QUADRO XLIV
estabelecerá a ligação com a rede pública de abastecimento de água, a qual assegu- Ram.ais de introduçâo e de ligação
rará uma distribuição com uma pressão de 400 kPa.
Toda a tubagem que constitui a rede de distribuição predial será de aço galvani- Troço .Qa Qç DI!( 0int .-,v J
Dispos~tivos (111111) . (m/s)
de tu~àgem· (11.1) ' (1/s) '(m~_í}" (mln~!
zado. incluindo o respectivo ramal de ligação.
-----
Serão instalados três contadores, um por cada inquilino. e um terceiro para medi- 2Re+2Mr+2Ml+4Ll+
A·B 6.70 1.45 40 41,9 1.05 0.053
ção dos caudais consumidos na zona comum do edifício (garagens), os quais ficarão +l2Lv+6Br+8Bd+8Ba
posicionados no átrio comum de acesso ao edifício. 2Mr+2Ml+4Ll+12Lv+
B·C 6,10 1,38 40 41.9 1.00 0,049
Em cada habitação serão instalados dois aparelhos de produção de água quente +6Br+8Bd+8Ba
(um esquentador e um tennoacumulador). O esquentador ficará instado na cozinha e 1Mr+!Ml+2Ll+6Lv+
C·C' 3.05 0.97 32 36,0 0.95 0.054
abastecerá em termos ele água quente este compartimento e uma pequena instalação +3Br+4-Bd+4Ba
sanitária situada nesse piso (as habitações são do tipo dup\ex); no 2° piso das habi-
tações serão instalados termoacumuladores que abastecerão de água quente as duas
8.7.3.3 Ramais de distribuição e alimentação
instalações sanitárias aí posicionadas.
As ·figuras 57 a 61 mostram em planta o desenvolvimento das redes de distri- O diâmetro e as perdas de carga dos ramais de distribuição e alimentação são os
buição (água fria e quente) nos diferentes pisos. que constam do quadro XLV.
A figura 62 ilustra esquematicamente (em perspectiva) a globalidade do sistema
de distribuição de água fria a uma das habitações. 8.7 .3.4 Verificação das condições de pressão
A verificação das condições de pressão foi feita nos moldes referidos em 8.6
8.7.2 Caudais instantâneos
e em relação ao trajecto de tubagem, cuja extremidade está referenciada por L na
Os caudais instantâneos atiibuidos aos diferentes dispositivos de utilização ins- figura 62.
talados são os referidos através do quadro li. Os cálculos efectuadas constam dos quadros XLVI e XLVII.
88 89
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
90 9!
Manual dos Sistemas Prediais de Di~·tribuiçüo e Drenagem de Águas
Sistemas Prediais de Disrribuiçüo de Ágtt{l
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93
92
Sistemas Prediais de Distribuiçüo de Água Manual dos Sistenws Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
9.3.1 Generalidades
94 95
Sistemas PH.'lliais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçiio c Drenagem de Aguas
QUADRO XLVII! Desta fonna. o sistema mecânico utilizado vai permitir que, através de uma
transformação de energia, seja transmitida ao fluido uma energia que lhe possibilite
Tipos de bombas
atingir o nível altimétrico desejado.
Tipos de bombas Aplicações Dentro deste contexto, existe a necessidade de determinar com exactidão as ca-
racterísticas do elemento mecânico a instalar, as quais serão função quer das carac-
Monocelulares Abastecimento de água. circulação e transferência de água,
horizontais serviços industriais. pressurização, agricultura, etc. terísticas físicas do edifício quer dos níveis de consumo previstos.
-c--:--
Monocelulares Abastecimento de água, serviços industriais, irrigação e circulação de
verticais água em sistemas, pressurização. etc. 9.3.2.2 Disposições construtivas
~~~
Multicclulares
Elevação, pressurizaçfto e circulação de água, agricultura, etc.
horizontais As instalações elevatórias ou sobrepressoras devem ser equipadas com grupos
Multicelulares Abastecimento de água. circulação e pressurização, serviços industriais, electrobomba, dispositivos de comando, de segurança e de alanne.
verticais irrigação. instalações especiais, transferência de líquidos. etc.
~~-:c
Os gmpos electrobomba devem ser de funcionamento automático e permitirem
Circulação de líquidos em circuitos de aquecimento abertos ou fechados,
Circuladoras simultaneamente o seu comando manual; estes grupos deverão possuir característi-
e em circuitos de arrefecimento e de ar condicionado.
~~~~---,
97
96
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
ser usadas preferencialmente: efectivamente, se a bombagem for feita a partir de re- 9.3.2.3 Dimensionamento
servatório de acumulação, o aproveitamento da pressão existente na rede pública não
9.3.2.3.1 Potência de uma bomba
será exequível, o que obrigará à utilização de grupos com maior potência.
A velocidade de circulação da água na tubagem de aspiração não deverá ultra- Em 8.2.2 obteve-se a energia por unidade de peso de líquido num escoa-
passar 1,5 m/s e o diâmetro desta última deverá permanecer constante ao longo de mento rectilíneo que atravessa uma secção transversal. Agora detemüna-se a
todo o seu desenvolvimento, não devendo em caso algum ser inferior ao da tubagem potência do escoamento que atravessa essa secção pela expressão:
de compressão.
A figura 63 ilustra de fonna esquemática uma instalação deste tipo, com ali- P=y·Q·H (35)
mentação por ligação directa ao ramal de alimentação (sobrepressora). ou a partir de em que:
reservatório de acumulação (elevatória).
P -potência
"{ -peso volúmico
Q- caudal
H - altura de elevação
r----------l
I
A potência de uma bomba tem de ser superior à que esta cede ao escoamento,
~ devido às perdas nas transfom1ações de energia em presença. Designe-se por He a
~~I carga à entrada na bomba, a qual traduz o trabalho exterior fornecido pelo motor,
por H., a carga à saída da bomba, a qual traduz o ganho energético do líquido na sua
_.,_ ___) H--~=-_J---- passagem pela bomba, e por 11 o rendimento da bomba, o qual traduz a relação entre
a potência ganha e a do motor e assume sempre valores inferiores à unidade. Tem-se
1I r---,---~~
I I então que a diferença entre H.,. e H,. corresponderá ao ganho de pressão que o líquido
I I
I L __ _ sofrerá na sua passagem pela bomba, o qual irá ser representado por HTCJrAL' donde a
L,--, potência da bomba será expressa por:
I I
I P= y·Q·HTOTAL
(36)
1l
em que:
I' P - potência (W)
98 99
Sistemas Prediais de Distrilmiçâo de Água iV/anual dos Sisremas Prediais de Disrribuiçüo e Drenagem de Águas
A figura 64 ilustra. de forma esquemática, uma instalação elevatória. a qual irá Refazendo a equação, ter-se-á:
servir de base à determinação da altura manométrica.
(40)
Por aplicação da equação de Bernoulli. a perda de carga entre duas secções x e r + -".LJ
( .E'l 2g
- (H,,,+ Z, + v;
2g
J (42)
y é igual a:
Ml,.,. =li,. -H, (37)
(43)
100 101
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sisremas Prediais de Distribuição e Drenagem de Âguas
em que:
HMA
- ( NPSH +1,
2 4 8 10 12 16
-
18 20
/
22
Caudal
24
(m3/h)
26
102 103
Sis1emos Prediais de Distribuiçiio de Água Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçüo c Drenagem de Águas
~ T
carga neste elemento de tubagem, o que possibilitott a determinação da altura mano-
métrica de aspiração (quadro LU), através da fómmla (40).
Considerando novamente o caudal anteriormente mencionado, e tomando ago-
ra as caractelisticas físicas do elemento da tubagem de compressão e tendo ainda
em atenção que a velocidade de circulação da água neste troço não deverá exceder
1-- 2 m/s, determinou-se a altura manométrica de compressão (quadro LIII) através da
fórmula (44).
'' De posse das alturas manométricas de aspiração e compressão, através da
expressão (45), obteve-se o valor da altura manométrica total (quadro LIV).
A potência da bomba foi determinada pela expressão (36), considerando que a
mesma terá um rendimento de 70% (vd. quadro LV).
Finalmente, considerando quer as características físicas da instalação, quer
os elementos referidos através do quadro LVI, detenninou-se a altura máxima de
I<: " 30_00 m /
aspiração da bomba através da expressão (46).
' QUADRO L
Capacidade dos reservatórios de acumulação
--
H' lo~ 2.00'"
Consumo diário
previsível (f)
12600
C(IUdal a-arma.zdnar Íl_o (:a~dál: a_ ciml~~Úit;ir_ no
resúvatório.infe'rior (l) · ·Teservpt6rio-:uijJe~ior, (l)
7560 5040
lu - Comprimento da tubagem de O$pirução
k ~Comprimento da tubagem de compressão
104 105
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
106 107
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Á~uos
Sistemas Prediais de Distrihuiçâo de Água
---------------------------
Estas instalações deverão, sempre que o seu posicionamento o justifique, possuir As instalações cuja bombagem é feita directamente a partir de ramal proveniente
isolamento acústico (embasamentos isolados e fixações elásticas) de modo a atenuar da rede pública de distribuição tiram partido da pressão por esta disponibilizada,
ruídos e vibrações que de alguma forma possam perturbar em termos de ruído os desde que a oscilação da pressão na mesma não assuma valores superiores a 100 kPa;
utentes das edificações, tendo em conta a regulamentação aplicável. caso contrário, dever-se-á proceder à instalação de um redutor de pressão. Estas
As instalações deste tipo são normalmente constituídas por dois ou três elemen- instalações deverão ser preferencialmente usadas: efectivamente, se a bombagem
tos de bombagem, os quais funcionam geralmente em conjunto, podendo os motores for feita a partir de reservatório de acumulação, não se poderá aproveitar a pressão
ser de velocidade de rotação constante ou variável; estes últimos permitem a manu- existente na rede pública, o que implicará a utilização de grupos electrobomba com
tenção quase constante da pressão na rede ele distribuição, independentemente dos maior potência.
consumos na mesma. Quando se verifiquem na rede de distribuição predial apenas pequenas solicita-
O tipo de comando automático das bombas é conseguido por sensor estático de
ções em termos de caudal, para não ser necessário que os elementos de bombagem
pressão. o qual ao atingir os níveis pré-fixados de pressão transmite a informação
entrem em funcionamento. é usual instalarem-se pequenos reservatórios metálicos
a um quadro de comando e controlo que, por sua vez, vai comandar o arranque e a
de membrana (com capacidade à volta dos 20 litros). à razão de um por cada elemen-
paragem dos elementos que constituem o gmpo.
A figura 67 ilustra o ciclo de funcionamento de um grupo com dois elementos to de bombagem, na tubagem de compressão.
de bombagem. A velocidade de circulação da água na tubagem de aspiração não deverá ultra-
Como já atrás se referiu, o sistema deverá estar provido de dispositivos de segu- passar 1,5 m/s e o seu diâmetro deverá ser constante ao longo de todo o seu desenvol-
rança e de alarme. os quais poderão ser constituídos por bóia flutuadora. no caso da vimento; em caso algum deverá ser inferior ao da tubagem de compressão.
existência de reservatório inferior; esta, ao atingir determinado nível mínimo pré- A figura 68 ilustra, de forma esquemática. uma instalação com alimentação por
-fixado de água no reservatório. accionará um interruptor que, além de impossibi- ligação directa ao ramal de alimentação, ou a partir de reservatóiio de acumulação.
litar o funcionarrtento elos motores, accionará também um sistema emissor de um
sinal sonoro. No caso de o sistema aspirar a água directamente da rede pública de 9.3.3.3 Exemplo prático de aplicação
distribuição. aquele dispositivo poderá ser obtido pelo posicionamento no ramal de
alimentação da bomba de um sensor estático ele pressão, o qual impossibilitará o Como forma de ilustrar o dimensionamento de uma instalação deste tipo, apre-
funcionamento elos motores quando a água atingir no ramal o valor ele pressão pre- senta-se seguidamente o dimensionamento de uma instalação sobrepressora, desti-
viamente fixado. nada ao abastecimento predial de água de um edifício de habitação com oito pisos
com dois fogos por piso, de tipologia T2, dotados de uma instalação sanitária e uma
cozinha. A determinação dos consumos previsíveis foi feita tomando por base os
caudais instantâneos atribuíveis aos diferentes dispositivos de utilização instalados
(vd. 3.2).
Considerou-se que a bombagem far-se-á directamente a partir do ramal ele
ligação ao edifício da rede pública de distribuição, na qual será disponibilizada uma
pressão de cerca de 150 kPa. A distribuição predial será feita a partir do ramal de
introdução colectiva com início no elemento de bombagem.
Considerou-se também a instalação de um sistema constituído por dois elemen-
Caudal tos ele bombagem, os quais se completarão, no sentido de assegurarem o forneci-
d - Difcrcnçu entre máximo~ mento de caudal e pressão necessários à rede predial de distribuição.
b.Pp - Difcn::ncial de pressUo em cad:1 bomba
6.1'! - Dil"crcncialtotal do [,'.l·upo Toda a tubagem será constituída por elementos ele aço galvanizado.
Fig. 6 7- Ciclo de funcionamento dum grupo de bombagem com 2 elementos A figura 69 ilustra de forma esquemática a instalação referida.
109
lOS
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
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110 111
Sistemas Prediais de Distribuição de Águo Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Dre!wf!.e/11 de Águas
QUADRO LVII Diâm~tro'da 'tubag~fn_ de. 'Ospiraçã~ {0int) (mm) 50,000 (53,1)
I 12 113
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem tle Águas
QUADRO LXII Os reservató1ios hidropneumáticos podem ser de dois tipos: com membrana,
Determinação da potência das bombas onde não se verifica o contacto directo entre o ar e a água nele introduzidos, e sem
membrana, onde não existe separação entre a água e o ar nele introduzidos, pelo que
Cauda{ boml;a~do ;, Atté:CJ;~fiJáfJ:p:~-i,trf,~:q ._ ,::Re~-;g_;in~htiJ.,~'-_ '.!>_ -.Poténdá' da :-bo~nhCz
JmYs),'" (m.c;d:) d« bonibAÍ%) •·· · · (kW) · o ar tem tendência a misturar-se com a água; este facto obriga à utilização de um
0,0032 28,360 70 1,271 compressor de ar no sistema, de modo a processar a sua reposição.
O elemento de bombagem introduz água no depósito, logo que a pressão no
mesmo atinge um valor mínimo previamente fixado, e continuará em funcionamen-
9.3.4 Instalações hidropneumáticas de sob repressão ou elevação to até que o nível máximo de pressão pré-fixado seja atingido. Para garantir que a
pressão no interior do depósito não ultrapasse o seu limite de resistência, existe uma
9.3.4.1 Generalidades
válvula de segurança que desliga o sistema, quando a pressão atinge esse valor pré-
Quando se verificam as condições descritas em 9.3.3.1, pode-se utilizar um -definido.
grupo de pressurização hidropneumático, o qual integra um reservatório metálico a No caso de a água ser proveniente de reservatório de acumulação, este deverá
jusante dos elementos de bombagem; o grupo assim constituído poderá funcionar ou ser provido de bóia ftutuadora que, ao atingir um nível mínimo de água pré-fixado,
através da bombagem directa a prutir do ramal de alimentação da rede predial, ou accionará um intenuptor e desactivará todo o sistema. No caso de o sistema aspirar a
bombando a água do reservatório de acumulação, o qual será abastecido através da água directamente de ramal proveniente da rede pública de disuibuição, posicionar-
rede pública de distribuição. -se-á naquele um sensor estático de pressão, o qual impossibilitará o funcionamento
Dentro deste contexto, verifica-se pois a necessidade de se determinar com exac- " dos elementos de bombagem quando a pressão atingir um valor mínimo pré-fixado.
tidão as características dos elementos mecânicos a instalar, bem como as necessi- \ 1,. O alarme poderá ser obtido pelo accionamento de um sistema que emita um sinal
dades volumétdcas do reservatório metálico, as quais são função das características "'\sonoro, sempre que OCOITatn as situações mínimas ou máximas de referência que
físicas do edifício, dos níveis de consumo previsíveis, bem como da pressão a dispo- inviabilizam o funcionamento automático do sistema.
nibilizar nos dispositivos de utilização instalados. O reservatório hidropneumático apenas dá resposta a pequenas solicitações de
Este sistema de pressurização possibilita que a distribuição predial de água seja consumo, pelo que a sua capacidade volúmica será função quer do número de arran-
feita entre dois valores de pressão (um máximo e um mínimo) previamente fixados. ques horário do grupo de bombagem, quer do consumo previsível, e ainda da pressão
de funcionamento.
9.3.4.2 Disposições construtivas As instalações deste tipo são geralmente constiruídas por dois elementos de
As instalações hidropneumáticas devem ser equipadas com grupos electrobom- bombagem, os quais funcionarão como reserva activa mútua.
ba, dispositivos de comando, de segurança e de alarme, As instalações cuja bombagem é feita directamente a partir de ramal proveniente
Os gmpos electrobomba devem ser de funcionamento automático e permitir tam- da rede pública de distdbuição tiram prutido da pressão por esta disponibilizada,
bém o seu comando manual; estes gmpos deverão possuir características tais que não desde que a oscilação de pressão na mesma não assuma valores superiores a 100 kPa;
alterem a qualidade da água. caso conu·ário, dever-se-á instalar um redutor de pressão. Estas instalações deverão
Estas instalações deverão, sempre que o seu posicionamento o justifique, possuir ser preferencialmente utilizadas: efectivamente, se a bombagem for feita a partir de
isolamento acústico (embasamentos isolados e fixações elásticas), de modo a atenuar reservatório de acumulação, o aproveitamento da pressão existente na rede pública
ruídos e vibrações que de alguma fom1a possam perturbar os utentes das edificações, não poderá ser feito, o que obrigará à utilização de elementos com maior potência.
tendo em conta a regulamentação aplicável. A velocidade de circulação da água na tubagem de aspiração não deverá ultra-
A função do reservatório hidropneumático é a de limitar o número horário de passar 1,5 m/s e o seu diâmetro deverá ser constante ao longo de todo o seu desenvol-
arranques dos grupos de bombagem, o que é conseguido através da manutenção no vimento, não devendo em caso algum ser inferior ao da tubagem de compressão.
seu interior de uma reserva de água a determinada pressão pré-estabelecida, com a A figura 70 ilusu·a de fmma esquemática uma instalação deste tipo, para as duas
ajuda de uma almofada de ru·. situações de alimentação referidas.
114 115
............. ·············-·----·---
Sistemas Prediais de Distribuiçüo de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Âgu.as
11,[
9.3.4.3 Dimensionamento dos reservatórios hidropneumáticos
I ! gl~l
1
P, · V,=P,· V,=C (48)
~~
Aplicando agora a lei de Boyle-Mariotte aos elementos atrás desclitos, teremos:
______ _l I ! L _ _j
P "'"·' Vomax =P111111 ·Vamirr (49)
L __ _
I I ------
:r I I
I L ____ _ 5
Através da figura 71 infere-se:
(50)
(54)
116 117
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Pelo facto de se ter considerado um volume de segurança (V), o qual deverá Foi considerado que a bombagem se fará do reservatório de acumulação posi-
oscilar à volta dos 20% do volume total do reservatório (Vtmal), esta situação implica cionado na base do edifício, o qual será abastecido a partir da rede pública de distri-
•
que: buição. A distribuição predial será feita a partir do ramal de introdução colectiva com
início no depósito hidropneumático.
(55)
Considerou-se a instalação de um sistema constituído por dois elementos de
Substituindo agora este valor em (52), teremos: bombagem, os quais funcionarão como reserva activa mútua, assegurando o caudal
necessário à rede predial de distribuição nas condições de pressão pré-determinadas.
V = 0,8. Vrowl (Pnwx - Pmin) (56) Toda a tubagem será de aço galvanizado.
ar.:tm Pmax +1 A figura 72 ilustra de forma esquemática a instalação referida.
Finalmente, podemos obter a expressão que permite a determinação do volume
total do depósito:
(57) ~
B li
Como já anteriormente foi referido, o objectivo dos depósitos hidropneumáticos -LT
é o de limitar o número horário de arranques dos grupos de sobrepressão, tendo em
atenção o caudal de bombagem e os limites de pressão pré-estabelecidos. As fórmu-
8
9.
las empíricas (58) e (59) que se seguem permitem a determinação dos volumes totais 7
dos depósitos respectivamente para depósitos sem membrana e com membrana, ten-
do em conta os factores atrás mencionados. 6
118
119
Sistemas Prediais de Distribuiçtio de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Âguas
Tendo em conta os caudais instantâneos atribuíveis aos diferentes dispositivos e a QUADRO LXlll
curva que, função do somatório destes, expressa a probabilidade de funcionamento Determinação do caudal de cálculo
simultâneo dos mesmos (vd. 8.4.1.3), determinou-se o caudal (quadro LXIII) que Ccwdal Cáudal
terá de ser assegurado à rede predial pelos elementos de bombagem a instalar. a(:umuladó de..éâlculo
· (l!s) (1/s) ·
Tendo em conta as características físicas do troço de tubagem a montan-
Banbeira 32 0,25
te da instalação de pressurização (tubagem de aspiração) e o caudal de cál-
Bacia de retrete c/ autoclismo 16 0,10
culo considerado. bem como a limitação da velocidade de circulação da água
Bidé 32 0,10
neste troço. por reconência à fórmula de Flamant (30) procedeu-se à deter-
Lavatório 32 0.10 28,00 3,16
minação do diâmetro e da perda de carga de percurso deste elemento de tuba-
Lava-Louça 32 0,20
gem. De posse destes valores, determinou-se a altura manométrica de aspiração
Máquina de lavar roupa 16 0,20
(quadro LXV) através da utilização da fórmula (40).
Máquina de lavar louça 16 0.15
Considerando novamente o caudal de cálculo determinado, e tendo agora em
conta as características físicas da tubagem de compressão e ainda as necessidades de QUADRO LXIV
pressão a considerar no ponto mais elevado deste elemento ele tubagem (B) (conside- Necessidades de diâmetros do troço de tubagem AB
rou-se uma pressão de 15 m.c.a.). determinou-se a altura manométrica de compres- Perda' de Perda.· de
Caudal Caudal 'oié{m'eií·Ó
são (quadro LXVI) através da fórmula (44); para efeitos de cálculo, considerou-se ,·Ve._l()_Cidack- cárga de carga no,,
Troço acumulado de; cálculo (0in(.!
que a velocidade de circulação da água neste elemento de tubagem deveria oscilar à (inl.1) zjé_r'c.ur~o troço
(1/s) (1/s) (nimr (mim) (m)
volta de 1 m/s. '•
\~. 8 3.50 1.04 32 (36) 1.02 0.061 0,183
Conhecendo os valores das alturas manométricas de aspiração e compressão.
\ 7 7.00 1.48 40 (41.9) 1.07 0.055 0.165
através da fórmula ( 45) obteve-se a altura manométrica total (quadro LXVII).
6 10.50 1.84 40 (41.9) 1.34 0,081 0,243
Para a determinação da potência dos elementos ele bombagem considerou-se um 0,102
5 14.00 2.15 50 (53,1) 0,97 0.034
caudal de descarga (Qm,._). o qual foi obtido por incremento de 20% ao caudal de 50 (53.1) 1.10 0.043 0,123
4 17,50 2.43
cálculo anteriormente determinado, bem como a altura manométrica (H"'u)' a qual 3 21.00 2,68 50 (53,1) 1,21 0.050 0.150
corresponde à altura manométrica total atrás determinada acrescida de 15 m.c.a. 2 24.50 2,91 50 (53.1) l,31 0.058 0.174
(este valor deverá oscilar entre lO e 15 m.c.a.). 28,00 3.16 50 (53.1) 1.43 0.067 0.201
Para a cletenninação do volume do reservatório hidropneumático foi considera- Totais 1,341
----
do um caudal provável (Q1,), correspondente à semi-soma do caudal de cálculo e do
QUADRO LXV
Qmax· O número de arranques por hora considerado para os elementos de bombagem
Determinação da altura manométrica de aspiração
foi de 20.
A potência dos elementos de bombagem foi determinada através da expressão Caudal bombado (w.llli) 1!,376
(36), considerando que os mesmos terão um rendimento da ordem dos 70% (quadro -:ora.n.telrO.dir{d)Ggen{dr/àS1iraçfi~:(0ifit:/(íJitn,Y·- · 50.ooo (53,1)
LXVlll).
A dimensão volúmica do depósito hidropneumático foi determinada através da cO.ffújriméniO :da· t~baie1it dé 'aS[JirO.(~ãd;(tf!X. 2.000
fórmula (59), tendo em conta uma P,.w_1. igual à altura mano métrica incrementada de CompÍ:iúu~niO (/q~ivd_leíif'e:didS'iti'g'ulár(daqé,s-:'c[ú ú.tbü~jénL_ 24.700
de a_si!J!Es:fio (!1i.>._:::~ . · : .... · -. _.. _.· .· ·., .. - ~ ..._.- ......·.
15 m.c.a., como reforço elas condições mínimas de pressão: a p'""' assume o valor , -Perda··de: c'â,rga.de páeur,~o:1J.Ct.-tubagem dé. aSpiiâção.fm,~·/J.;;'i'n")-".-'---~O".O.c6.c7,..--__
determinado para a altura manométrica. Pé'fda ·_dé:Ca.riO,;fici,-·iiJQágéri. d~i,úpt(àça~; Unl. i'~· 1.7 89
Finalmente, considerando quer as características físicas da instalação. quer os I)e~ryíVd:: t4o.~,áé~rtf.;á~·rJIJfí-é. q: ~[lfe{-cfà)-'ãgí_Ur~é,-.:·~-,~4Ç~.~(3!·;. :/ ·':· 1,500
elementos referidos através do quadro LXX, determinou-se a altura máxima ele aspi- de.'entrada àdbomQ.a:.(m)' ' ' " '· · ·- · · _.
ração das bombas pela expressão (46). AÚura ·in'ario.márid~ de aS,~i;açã<;·án;c::.a:::.~:_J_ _~---'--'--'---~3"."28=-9'----
120
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas
é(;Ui~ai~-í_r_(e_.~a, :,-n:d.:tub(tg_~m ·.:' O volume de consumo de água quente num edifício será função do tipo de ocu-
dá:bQinbd -_ :s'ê'jlit'r'c/fzç_(/;---- .-,:_~;';:,:,:·d. ·.--~. ·.".··.·.~P. :.~r..·~.~...,ão
. (m! 'ú.insa().--de :-vapor:·'
. , (m}, , ,
,de_:àsj:liração_ -:
'., :. ' (,i;)'i: ,·_<:-'Y·-:':f~1]_:;,~~-;-- --~: ,. _., ('!I.J':>. pação do edifício (residencial, hoteleiro, escolar, etc.), do número de utentes, do
número de dispositivos de utilização instalados, da temperatura da água distribuída e
0.700 0.430 1.789 0.500 6.91 I do nível de conforto pretendido.
122 123
Sisrcmas Prediais de Disrrilmiçüo de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Âguas
A determinação dos consumos de água quente para fins domésticos e sanitários Os quadros LXXI a LXXV apresentam valores mínimos de consumo de água
não é estabelecida através de fónnulas matemáticas; por isso, a sua determinação é quente a considerar nos diferentes tipos de edifícios, tendo em conta a satisfação
efectuada através do tratamento estatístico das probabilidades de consumo, ou to- das necessidades dos utentes; os valores apresentados deverão ser encarados como
mando por base valores obtidos experimentalmente, a partir dos quais se obtêm os orientativos, devendo cada situação prática merecer um estudo exaustivo, tendo em
perfis de consumo. que possibilitam a obtenção das grandezas características relati- conta os consumos verificados no mesmo tipo de edifícios localizados nessa área,
vas ao consumo de água quente. bem como eventualmente o nível social dessas populações.
Os valores dos consumos revelam uma enorme variação. quer no decorrer do dia,
quer em termos do dia da semana. quer ainda em termos de mês do ano. A figura 73 QUADRO LXXI
mostra a influência dos factores temporais atrás referidos nos níveis de consumo de
Consumos mínimos de água quente a considerar para a p1·odução
água quente.
individual com acumulação [35]
:1r ,,,
o
h'ft I ~~ ~.b t\. f! /~;t ·.,.:\. 5-6 50 60
• ~;-i/
jlj II II \ / "~, Lavatório
1-2 35 40
' I
~~ I t! 1'\: .X-" I ~ ~\\ ou bidê
3-4 60 70
' (2: "_...... j ~ 5-6 80 90
'o r- '=="····
Lavatório
I -2 45 55
' • " " " " 10 20 ~
"
Tempo (h) + 3-4 80 100
chuveiro
!nllu6ncia do dia da seman.:t 5-6 100 130
Lavatório
1-2 50 75
+pequena 3-4 80 120
banheira
5-6 115 175
l- 2 75 95
Lava-louça
+lavatório 3-4 120 170
+chuveiro
5-6 150 190
Lava-louça
I- 2 80 115
+ lavatório 3-4 120 170
+ pequena banheira
5-6 165 235
!nHuênda da estação do ano
1 -2 90 !50
Lava-louça ----·--··
Fig. 73 ~Curvas de consumo de úgua quenlc [30] +lavatório 3-4 150 240
+ grande banheira
5-6 195 340
124 125
Sistemas Prediais de Distribuição de Água
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçã.o e Drenagem de Águas
Temperatura da
60 60 35 a 50 35 a40 35 a40 35 a40 35 a40
água ( 0 C)
Caudal (1/min) 3 5 3a5 5 5a8 13 a 20 3
Duraçflo por
3a5 0.5 1a2 2a3 3 a6 6 a 12 0,5 a 1
utilização (nün)
QUADRO LXXV
Consumos de água quente em edifícios de habitação [35]
Ji~Jn~~ro_ ·_4e-.::4úP~si.ii~ri~; ,-..- -. 2 3 4 5
Né_c;·/sid~d;;s::_~iá·;_·i«1·-~:~ô'Yc/trJdi~/ , 75 to5 tso tso 240
126 127
Sistemas Prediais de Distrilmir_:âo de Âgua iY!anua/ dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Âguas
No anexo I, as figuras A.l a A.5 ilustram perfis de consumo, os quais tuído por três a quatro aparelhos, incluindo uma banheira de 150 l de capacida-
representam graficamente a repartição horária dos consumos de água quente nos de (banheira normal)) [35]. O quadro LXXVI refere os coeficientes COITectivos a
diferentes lipos de edifícios, bem como os respectivos coeficientes con·ectivos, aplicar na determinação de N, tendo em conta o equipamento de referência que
tendo em conta quer o dia da semana quer o mês do ano, recolhidos em bibliografia equipa as habitações consideradas.
estrangeira I35l.
QUADRO LXXVI
10.2.1 Grandezas características Valor do facto r con·ectivo de N [35]
Q := v:'IIW/1 (65)
I' ó.t
10.2.1.2 Caudal horário máximo
O caudal horário máximo (Q1,"') ê definido através do quociente estabelecido 10.2.1.4 Coeficiente de ponta
entre o volume elo consumo no período do dia. com duração de algumas horas, em
O coeficiente de ponta (cp ), que permite a obtenção das necessidades de ponta de
que se verifica o maior consumo (V"' 111" ) (o qual por convenção se define como sendo
água quente através do seu produto com a necessidade média diária, tendo em conta
igual a 0,75 do volume médio consumido num dia (V11,w) [35]) e a duração desse
o menor número de horas em que foi consumido o volume de água armazenado, é
intervalo de tempo ( !J.t ).
determinado considerando dois coeficientes correctivos. c, e c,r relativos respectiva-
mente ao mês do ano e ao tipo ele dia da semana, os quais, operados com o volume
(63)
médio consumido num dia (V11111 ,.), pennitem a obtenção do volume máximo consu-
mido num dia considerado crítico (V11,.,.):
O valor do intervalo ele tempo t:..t é obtido através da expressão:
Vr/air =Vdmed ·Cm ·Cd (66)
No.9os
8t=5x ,., (64)
15+ No9.o O consumo médio horário será:
128 129
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas
Tomando como n o número de horas em que o volume de água armazenada foi QUADRO LXXVII
consumido e considerando que i0 representa uma hora do dia, obtém-se o volume de Caudais instantâneos [5]
água annazenada da seguinte forma:
in+n
Lavatório individual (Lv) 0,10
V,= L, a, ·Q 1,
(68)
Lavatório colectivo (por bica) (L v) 0,05
1"'ill
Em termos práticos: Bidé (Bd) 0.10
Banheira (Ba) 0.25
v;,= 0,75 x vd,,·d (69)
Chuveiro individual (Ch) 0,15
Donde virá: Pia lava·louça (LI) 0,20
Em confonnidade com as insttuções
Máquinas industriais e outros aparelhos
do fabricante
O, 75 X vdmcd (70)
130 131
Sistemas Prediais de Distribuiçüo de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo c Drenagem de Águas
QUADRO LXXVIII
Potência dos esquen.tadores. em função dos caudais escoados
Potência Caudal escoado ElevaçãO de temperatura (ót)
(kWi (1/min)_ _ _ _ _ _ _ _~('_Cc.)_
17 10 25
23 13 25
28 25
I -Serpentina
10.3.2.1.1 Dimensionamento da instalação de produção 2- Queimador
3 - Água quente
4- Água fria
Neste tipo de instalações interessa determinar a potência máxima instantânea
de produção do esquentador, a qual deverá ser obtida com base no caudal de ponta Fig. 74- Aparelho de produção instantânea (esquentador)
máximo, para um período de utilização mínimo de 1 minuto, ou tendo em conta os
valores contidos no quadro LXXIV. através ela expressão:
O consumo energético poderá ser determinado através ela expressão:
(72)
p' f
E=- (73)
em que: 11
em que:
P -potência de produçfto do aparelho (W)
c -calor específico da água ( 1.16 Wh/kg. "C) E -energia consumida (Wh)
Q -caudal de consumo (1/h) P - potência de produção (W)
T1 - lemperatura da ügua à saída do aparelho ("C) t -intervalo de tempo considerado (h)
T, -temperatura da água à entrada no aparelho {''C) 11 -rendimento de produção do aparelho
O aparelho ele produção poderá ainda ser seleccionado tomando por base os ela- 10.3.2.2 Aparelhos de acumulação (termoacumuladores)
dos expressos no quadro LXXVII.!.
Estes aparelhos de produção por acumulação permitem o armazenamento da
Dever-se-á considerar um coeficiente de segurança para os valores assim
água aquecida de forma a poder ser utilizada quando necessário, apresentando-se sob
determinados. como forma de suprir eventuais perdas ou uma evolução em termos
a forma de um reservatório isolado termicamente, equipado com sistema de controlo
de consumo, o qual não deverá exceder o valor de 1,5. A potência elo aparelho devetá
da temperatura da água armazenada.
também ser incrementada com as perdas referentes à distribuição.
A capacidade de armazenamento destes aparelhos deverá ser pelo menos igual
Nos quadros LXXIX e LXXX apresentam-se. a título exemplificativo, às necessidades máximas do dia de maior consumo, caso se trate de aparelhos eléc-
as características técnicas dos modelos de esquentadores de uma marca comer- tricos.
cial, as quais possibilitam uma selecçfto do aparelho adequado para a instalação Os aparelhos de produção por acumulação, geralmente conhecidos por termoa-
considerada. cumuladores, podem ser eléctricos ou a gás.
132 133
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de ÁgL!CIS
QUADRO LXXIX
Esquentadores de funcionamento a pressão normal
Lava-louça+lavatóiio ou chuveiro
Lava-louça+lavatório+chuveiro
25 5,2 78 Lava-louça+lavatório+banheira
A 40 3.2 1275 Lava-louça+lavatório+banheira+chuveiro+bidé
50 2,5 34
25 10,0 118
10.3.2.2.1 Aparelhos de acumulação eléctrico&(termoacumuladores eléctricos)
B 40 6,3 1275
50 5,0 29 Estes aparelhos, cuja utilização se verifica com alguma frequência, apresentam-
25 13,0 132 -se sob a forma de reservatórios onde a água é armazenada, dotados de isolamento
c 40 8,2 1275 térmico, como fom1a de atenuar as perdas térmicas da água. A temperatura da água
50 6,5 34 armazenada é mantida entre limites pré-estabelecidos (geralmente entre 60 °C e
25 16,0
65 °C). por um sistema de regulação e controlo, através de termóstatos (nãoactuáveis
180
pelos utilizadores),
D 40 10,1 1275
O aquecimento da água é feito através de resistências eléctlicas posicionadas no
50 8,0 44
interior do reservatório, as quais são dotadas de protecção para evitar passagens de
corrente para o sistema.
QUADRO LXXX Se bem que ainda existam termoacumuladores destinados a trabalhar apenas
com água a baixa pressão, hoje em dia praticamente todos os teimoacumuladores
Esquentadores de funcionamento a baixa pressão
eléctricos existentes no mercado são aparelhos destinados a serem utilizados sob
Pl-isSáo:· .'ft.rn.im·b.~}i~entrad~ pressão (suportam os valores usuais verificados nas redes prediais de distribuição), o
do 1esqúentailor: -.. que permite a sua instalação em linha com as redes de distribuição de água.
(kPa) Existe no mercado uma vasta gama de termoacumuladores eléctlicos com ca-
6,0 49 pacidade volumétrica do reservatório geralmente oscilando entre os 50 e os 500 l e
A
2.0 15 variando as potências eléctlicas respectivas vulgannente entre os 10 e 12W/l.
Os tennoacumuladores elécuicos podem ser de tipo vertical ou horizon-
7,5 59 tal, sendo estes últimos utilizados apenas quando surgem problemas físicos de
B
3,0 17 instalação.
9,5 Em vil1ude de não se dever verificar expansão da água na rede de distribuição,
c 3,5 e uma vez que, durante o período de aquecimento da água, as torneiras a jusante do
aparelho estão fechadas, dever-se-á, imediatamente a montante do tennoacumula-
dor, proceder à instalação na rede de água fria de um grupo de segurança (fig. 75), de
modo a evitar esta ocorrência.
135
134
Manual dos Sistenws Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua
l - Lsolante térmico
2 - Resisti:ncia
3- Termóstt\to
4- Águn fria
5 - Água quente
5
4 l - Tennoacumulador
2- Água fria
y
Fig. 76- Esquema de instalação de termoacumulador a gás
Fig. 75 ~ tnstalução de termoacumulador eléctrico
10.3.2.2.3 Dimensionamento da instalação de produção
10.3.2.2.2 Aparelhos de acumulação a gás (termoacumuladores a gás)
a) A electricidade
Este tipo de aparelhos. de uso não muito frequente entre nós, são constituídos por A capacidade volumétrica de acumulação de água do terrnoacumulador deverá
um dispositivo de aquecimento (um queimador a gás). o qual aquece a água escoada ser determinada com base no volume de água quente consumido diariamente. to-
e armazenada. A temperatura da água mmazenada não deverá exceder os 60 °C, de mando por base os elementos contidos nas tabelas expressas nos quadros LXXXII
modo a evitar a incrustação de calcário no seu interior. e LXXXIII.
Relativamente aos termoacumuladores eléctricos, estes têm a vantagem de pos- Essa capacidade poderá ser determinada através da fórmula da mistura de líqui-
sibilitar a alimentação simultânea de um maior número de dispositivos de utilização; dos a diferentes temperaturas:
acresce ainda. para além disso. que o tempo de reposição da quantidade de água
(74)
armazenada à temperatura pretendida é feita em intervalos de tempo reduzidos (20
mina 1 h 30 min).
(75)
Normalmente a gama deste tipo de aparelhos disponibilizada pelo mercado. em
termos de capacidade de armazenamento de água, oscila entre 75 e 400 I; a potência em que:
útil, para um aparelho de 200 1 de elevada capacidade de reposição. oscila em tomo
v,- consumo diário de águu quente (1)
dos 18 kW. n ~ número de utentes
A capacidade de armazenamento de água quente do sistema pode ser ampliada à C"- consumo diário por utente (I)
custa da sua ligação a um reservatório de acumulação, fazendo a água circular entre T,- temperatura du água misturada ( C)
0
o reservatório e o aparelho de produção através de uma bomba de circulação. 7 -temperatura du água aquecida (0 C)
1
Pelas razões apontadas no ponto 10.3.2.2.1 para os termoacumuladores eléc- V1 ~ capucidade de acumulação do aparelho (1)
tricos. também neste caso o sistema deverá ser dotado de um grupo de segurança T,_- temperatura da água à entrada do aparelho (°C)
(fig. 76). V::- volume de água fria misturada (1)
137
136
Sistenws Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
QUADRO LXXXII
Capacidade dos aparelhos, função do número de dispositivos [35]
(T -T) 1
(76)
O consumo energético é determinado pela expressão:
P=c·V· I +P
.0..t ·0,9 d P·t
E=-+E" (77)
em que:
11
P -potência de produção (W) em que:
c - calor específico da água ( 1,16 Wh/kg. o C)
E -energia consumida (Wh)
T temperatura da água armazenada (60 o C)
-
1 P -potência de produção (W)
T, - temperatura da água à entrada no aparelho ( 0 C)
t -intervalo de tempo considerado (h)
D.t- intervalo de tempo considerado (8 h)
P"- potência dissipada no circuito de circulação da água (caso exista) (W) 11 - rendimento de produção do aparelho
V -volume de acumulação (l) Er energia dissipada através do reservatório (Wh)
138 139
Sisremas Prediais de Distribuiçâo de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
QUADRO LXXXIV
Características de termoacumuladores a gás
Modelo
Características
A --"Bc.__::C_ D
Capacicl"lde ( l) 115 155 190 280
- · · - - - - - - - -------------------- ···---------------
Tempo para colocação da água acumulada 89 69
69 81
-~-~0 oc (m!t~----·-···---------------------------
T=60'C
150 202 260 360
ilT=SO'C
VOlume de águn disponível na Ln hora
T==38°C
267 360 464 570
t.T == 28 oc
T =45 'C
145 167 178 366
Volume de ::igua disponível <>T = 35 'C
nos primeiros ! O min T=40'C
170 190 200 427 I ~Água fria
àT=30'C 2 ~Água quente
--~-----------------------------------
140 141
Sistemas Prediais de Distribuição de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas
I -Caldeira
2- Depósito de água quente
3- Água quente
4- Água fria
1 -Painel solar y
2- Reservatório 4
3 - Água quente
4- Água fria
5 -Unidade de COiltrolo
6- Válvula termostática (misturadoru diferencial)
7 -Termômetro
Fig. 79- Unidade individual de produção de água quente a energia solar Fig. 80- Sistema de aquecimento central com caldeira
142 143
Sislemas Prediais de Distrihuiçüo de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Nos últimos anos. com o crescente aumento dos custos das energias convencia~ 10.3.3.1.1 Dimensionamento da instalação de produção
nais, tem-se assistido a uma crescente utilização de unidades de produção a energia
Os requisitos para o dimensionamento deste tipo de instalação de produção são
solar, as quais. apesar de comportarem inicialmente investimentos mais elevados,
em tudo idênticos aos referidos em 10.3.2.2.3.
traduzem geralmente custos de produção mais reduzidos, uma vez que a energia
solar é gratuita.
A determinação das necessidades energéticas deverá ser incrementada através 10.3.3.2 Produção por energia solar
de coeficiente de segurança. tendo em vista a colmatação de eventuais variações, Estes sistemas são geralmente constituídos por dois circuitos: i) um deles. onde a
quer no consumo. quer na melhoria dos níveis de conforto. Este factor não deverá energia solar captada em colectores solares (sob a forma de calor) é transfelida para a
ultrapassar o valor 1.5. água que circula sob estes em tubagens e ii) um outro, onde é feito o aproveitamento
da temperatura da água do primeiro circuito para aquecer um determinado volume
10.3.3.1 Produção por bateria de termoacumuladores eléctricos de água introduzido num reservatório de acumulação, fazendo-se a pmtir deste a dis-
tlibuição aos diferentes dispositivos de utilização. O sistema de distribuição poderá
Estas unidades de produção, constituídas por um conjunto de termoacumuladores
ou não ser provido de sistema de retorno e circulação.
eléctricos com as características e requisitos de instalação referidos em 10.3.2.2.1,
A circulação da água nos diferentes circuitos que constituem o sistema será as-
são na generalidade montados em série. colocando by-passes que possibilitam isolar
segurada por bombas de circulação. O sistema deverá ainda ser dotado de válvulas
cada um dos aparelhos instalados, em caso de necessidade.
de mistura de água termostáticas, de modo a optimizar o aproveitamento da energia
Geralmente e como forma de reduzir o volume de armazenamento de água
solar captada.
quente, aumenta-se a temperatura da água armazenada (> 60 °C) e instala-se entre
Deverá ainda acoplar-se ao sistema uma unidade de produção de água quente ali-
os termoacumuladores e o circuito de distribuição e circulação (este último quan-
mentada por outro tipo de energia (geralmente eléctrica), de modo a suprir eventuais
do se verifica a sua existência) uma válvula de mistura termostática. de modo a
falhas de insolação que se verificam em determinados períodos do ano.
regular-se a temperatura da água dist1ibuída. através da mistura da água de retomo
A figura 82 ilustra de forma esquemática uma instalação deste tipo.
(entretanto reaquecicla através de sistema de reaquecimento rápido) com água fria
(vd. figura 8 I).
o) o) o)
I - Painel ~olar
2 - Reservatório
3- Sistemu suplementar de uquccimento
4- Águ:t fria
5- Voílvub lcrmostátictt (111i~turadora diiCrcndal)
6- Unidade de controlo
y 7 - Tcrmómetro
144 145
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
10.3.3.2.1 Dimensionamento da instalação de produção de mistura de água termostática de modo a optimizar o aproveitamento da energia
captada pela água na caldeira.
À semelhança do que foi referido para este tipo de instalações de produção in-
A figura 83 ilustra de forma esquemática uma instalação deste tipo.
dividual, também neste caso se consideram geralmente valores de armazenamento
entre 60 a 90 l/m2 de área de colector solar instalado, valor este relacionado com a
quantidade de água que 1 m2 de colector solar aquece geralmente por dia. 1 - Culdeiru
2- Permutador
Neste tipo de instalações interessa definir a necessidade energética do sistema 3- Água frla
para aquecer a água nos diferentes meses do ano, tendo em conta as variações de 4- Válvula termostática (misturadora diferencial)
5 - Termómetro
temperatura da água fria a aquecer, o que poderá ser feito através da expressão:
(78)
em que:
E -energia consumida (Wh)
c - calor específico da água ( 1.16 Wh/kg. cq
Q -caudal de const1mo (1/h)
t -intervalo de tempo considerado (h)
~ - temperatura da água à saída do aparelho (cC)
As instalações de produção colectiva de água quente sanitária com caldeira são Estes sistemas são geralmente constituídos por uma caldeira e um reservatório
geralmente de três tipos: instantâneas, de semi acumulação e de acumulação. de acumulação tennicamente isolado, fazendo-se a pemmtação do calor através de
Seguidamente far-se-á uma descrição sucinta destes tipos de instalações. permutador no exterior, ou através de serpentina colocada no interior do reservatório
de acumulação, a pmtir do qual é feita a distribuição aos dispositivos instalados.
10.3.3.3.1 Sistemas de produção instantâneos A circulação da água, nos diferentes circuitos que constituem o sistema, será
Estes sistemas são geralmente constituídos por uma caldeira e um permutador de assegurada por bombas de circulação. O sistema deverá ainda ser dotado de válvula
calor, a partir do qual é feito o aquecimento da água a distribuir. termostática de mistura de água, de modo a optimizar o aproveitamento da energia
A circulação da água nos diferentes circuitos que constituem o sistema será captada pela água na caldeira e sistemas de controlo de temperatura.
assegurada por bombas de circulação. O sistema deverá ainda ser dotado de válvula A figura 84 ilustra de forma esquemática uma instalação deste tipo.
146 147
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
10.3.3.3.2.1 Dimensionamento das instalações de produção O valor correspondente ao volume consumido numa hora poderá ser obtido atra-
vés da expressão seguinte, onde Vdw~d (volume médio de água consumido num dia)
a) Semiacumulação pode ser obtido através dos quadros LXXII e LXXV:
Estes sistemas deverão ser dimensionados de forma a que a sua capacidade de
acumulação de água possibilite satisfazer os consumos de ponta previsíveis; a sua
V:,= 0.75 V:tmt•d (80)
potência de produção será de molde a assegurar os consumos médios fora das horas b) Acumulação
de ponta, bem como ainda a reposição dos volumes de armazenamento nesses mes-
Estes sistemas são geralmente concebidos tendo em conta que a água poderá
mos períodos.
ser aquecida e armazenada em período do dia (de 5 a 8h) em que não se verificam
consumos, normalmente o período noctumo. sendo posteriormente consumida no
período diurno.
A capacidade volumétrica de acumulação do reservatório deverá ser determinada
1- Caldeiro com base no volume de água quente consumido diariamente, considerando os ele-
2- Reservatório com pcrmuwdor
3- Âgu;1 fri~ mentos contidos na tabela expressa através do quadro LXXXIII, e por recmTência às
/
4 Vúlvub tcnnost::itiea expressões (74) e (75) referidas em 10.3.2.2.3.
(misturudora diferencial)
5- Termômetro A potência de produção, bem como a energia consumida poderão ser determina-
das pelas expressões referidas em 10.3.2.2.3.
Q)-- As perdas energéticas devidas às perdas de calor da água armazenada nos reser-
vatórios podem ser detenninadas pela expressão:
(8 I)
P -potência de produção (W) Chama-se a atenção para o facto de a qualidade do isolamento térmico do depó-
c - calor específico da água ( 1.16 Wh/kg. "C) sito de armazenamento influenciar o valor KP, o qual poderá ser determinado através
T -temperatura da água à saída do sistema ("C)
1 da expressão:
'f."""'- temperatura mínima da água no reservatório de acumulação (°C)
V,, -volume retirado numa hora (l)
\~ -volume armazenado(\) (82)
61 -intervalo de tempo de consumo m{tximo (h)
l48 149
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
em que:
1 -Caldeiro
Kl>- factor caracterizador das perdas de calor através do reservatório 2- Reservatório de expansão aberto
h~ - coeficiente de convecção exterior (W fm2. oq 3- Retorno
h 1 - coeficiente de convecção interior (W/m2.oC) 4- Água quente
(84)
v
2
Dtida = 15 + 1,5JP
_.....
I
J..-- 1--
>-- Dtrcwnw = 15 + .JP (85)
o 10 20 JO 60 70 80 90 100 !!O 12íl
Temperatuo (•c) em que:
Fig. 85 -Aumento de volume da água, função da temperatura [45] D- diâmetro da tubagem (mm)
P- potência da unidade de produção (kW)
10.5.1 Reservatório de expansão aberto
O reservatório deverá ser colocado no ponto mais elevado da instalação. 10.5.2 Reservatório de expansão fechado
A capacidade volumétrica do reservatório de expansão deverá permitir a absor-
ção do aumento de volume de toda a água existente na instalação, quando sujeita a Os reservatólios de expansão fechados apresentam a vantagem de poderem ser
aquecimento. instalados no mesmo compartimento destinado à instalação das unidades de produ-
A figura 86 ilustra de forma esquemática uma instalação de aquecimento de água ção da água quente, o que se traduz em substanciais reduções em tem1os de custos.
com reservatório de expansão aberto. Para além disso, estes reservatórios impossibilitam a perda de água por evaporação,
O volume do reservatório de expansão poderá ser obtido através da expressão: impedindo assim o surgimento de fenómenos de corrosão e de incrustações que se
verificariam com a introdução de água de reposição.
v= 1,2? (83) Estes reservatórios são constituídos por duas câmaras separadas por uma mem-
1000
em que: brana de material elástico, sendo a câmara inferior cheia com azoto; a câmara supe-
V- capacidade volumétrica do reservatório (I) rior é destinada à expansão da água aquecida, indo comprimir a câmara cheia com
P- potência da unidade de produção (kcal/h) azoto, até que se verifique o equilíbrio de pressões.
!50 !51
Sistemas Prediais de Disrribuiçilo de Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
A capacidade volumétrica do reservatório de expansão deverá permitir a absor- 10.6 Dimensionamento dos sistemas de distribuição e de retomo de água quente
ção do aumento de volume de toda a água existente na instalação, quando sujeita a 10.6.1 Generalidades
aquecimento.
O dimensionamento deste tipo de reservatórios implica a detenninação de um O método de dimensionamento a adoptar no dimensionamento dos sistemas de
coeficiente, geralmente designado por coeficiente de utilização, o qual depende da distlibuição de água quente é em tudo idêntico ao utilizado para o dimensionamento
altura manométrica da instalação e da pressão máxima verificada. dos sistemas de água fria (vd. 8.2.5 e 8.5.3), exceptuando a definição dos caudais
O coeficiente de utilização poderá ser obtido através da expressão: circulantes nas tubagens de retorno.
P-P
I mal! 10.6.2 Thbagem de retorno para circulação da água
(86)
P,
em que: Nos casos em que a rede de distribuição de água comporta ramal de retorno para
circulação da água (esquematicamente representado através da figura 88), o seu di-
c"' -coeficiente de utilização mensionamento é feito com base nos caudais de circulação que permitem aos utentes
P, -pressão máxima absoluta de serviço (kPa)
dispor, nos diferentes pontos de utilização, de água quase instantaneamente nas con-
?"""'-pressão absoluta correspondente à altura manométrica (kPa) dições desejáveis de temperatura, tendo em conta a temperatura mínima a assegurar
A capacidade volumétrica do reservatório poderá ser determinada através da
no dispositivo de utilização mais distante da unidade de produção.
O dimensionamento deverá ter em conta que, como objectivo final. se pretende
expressão:
a obtenção de equilíbrio de pressões nas diferentes colunas do sistema, através da
aproximação entre as perdas de carga verificadas nos diferentes circuitos existentes.
V= V:mw'Cd
(87) Especialmente por razões que se prendem com a qualidade do confmto propor-
em
em que: cionado aos utentes, a durabilidade das tubagens e a optimização do aproveitamento
energético, dever-se-á ter em conta que:
V -volume total do depósito (1)
~~"''M- volume de ~ígua na instalação (I) o gradiente entre a temperatura de saída do aparelho produtor de água quente
c.~ -coeficiente de dilatação da água e a de chegada ao ponto mais distante a abastecer deve ser:::; 5 o c;
c,, -coeficiente de utilização por questões que se prendem com a durabilidade das tubagens, especialmente
se estas forem de aço galvanizado, a velocidade de escoamento do fluido não
A figura 87 ilustra de forma esquemática uma instalação de aquecimento de água deve assumir valores muito superiores a 1 m/s.
com reservatório de expansão aberto.
A perda de calor (E) num determinado troço de tubagem por unidade de tem-
po corresponde à perda verificada na água que nele circula, a qual é traduzida pela
igualdade:
r '+T
Q ·p·c·(T -T)~K·S·L· ( - - ' -T ) (88)
<' ,\' 2 ""'"
em que:
I -Caldeira Q -caudal circulante (clm3 /h)
2 -Vaso de expansão
c -calor específico da água (kcal/kg. C)
0
T, -temperatura de saída (0 C)
T,,,1, - temperatura ambiente (°C)
K -coeficiente ele transmissão térmica (kcallh.m 2."C)
S -superfície exterior da tubagem (m 2/m)
Fig. 87 -lostalação com reservatório de expansão fechado L -comprimento da tubagcm (m)
152 153
Sisrenws Prediais de Distribuição de Âgua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
(90)
~I I-, (91)
I"" I ""
I I ou
~ !l
1} ~ -:-_-:-:: -----~: ~~
(92)
154 155
Sisrenws Prediais de Distribuição de Água iV/anual dos Sistemas Prediais de Distribuiçdo e Drenagem de Águas
(0,0002): no que se refere a h,.• podem considerar-se os seguintes valores para efeito QUADRO LXXXV
de cálculo: Perdas de calor nas tubagens
• 16,6 W /m2 . °C para velocidade do ar de 2 m/s: .Perd,~.de cQlor (WIIÍ:tJ
Dlâín~tro.
• 9.0 W/m2 .°C para velocidade do ar nula. e.1:táio'r
t>T h ~/ · ·;{E;~!]'tJSsúrc(d.oii~;Olanú/(~im)
('C/ (Winí':'C) >(\V,in~"c)
(mm) 0\ ' io ':20 3o ,40
No quadro LXXXV apresentam-se alguns valores de perdas têrmicas em tu-
bagens, em função da condutibilidade térmica do isolante, da sua espessura e das 0.024 35,5 7.0 4.8 3.9 3.4
17 0.036 35.5 10.1 7.0 5.8 5.1
características dimensionais das tubagens.
0,042 35,5 11,5 8.1 6.7 5.9
0.024 43.8 8,2 5.4 4.4 3.S
10.7 Exemplo prático de aplicação
21 0.036 43,8 11.7 s.o 6.4 5.6
Para ilustrar o dimensionamento de um sistema predial de produção e distribui- 0.042 43,8 13,3 9.2 7,5 6.5
ção de água quente com circuito de retorno, apresenta-se seguidamente o dimensio- 0.024 56.3 9.8 6.3 5.0 4.3
namento de uma instalação deste tipo, destinada ao abastecimento de água quente 27 0.036 56.3 14.0 9.3 7.4 6,4
sanitária de um edifício de habitação com 4 pisos e quatro fogos por piso, para o qual 0,042 56.3 15.9 10.7 8.6 7.4
se considerou um sistema de aquecimento central por acumulação com caldeira. De 0.024 70.9 11.7 7.4 5,8 4.9
modo a simplificar a exposição, admite-se que cada derivação nos pisos se destina a 34 0.036 70.9 16.7 10,8 8,5 7,3
alimentar uma instalação sanitária dotada de uma banheira, um lavatório e um bidé. 0,042 70.9 19.0 12,5 9.9 8.4
·-----
0,024 87.6 13.8 8,6 6.6 5.5
10.7.1 Determinação do volume do reservatório de acumulação e potência da 42 40 16.6 0.036 87.6 19.7 12.5 9.7 8,2
caldeira 0,042 87.6 22,4 14.4 11.3 9.5
0,024 102,2 15.7 9.6 7,3 6.1
o reservatório de acumulação de água quente deverá possibilitar a satisfação 49 0.036 102,2 :22,3 14,0 10.8 9,0
das necessidades de consumo dos utentes em termos de água quente no período 0,042 102,2 25.4 16.1 12,5 10,5
de maior consumo. Considera-se que a água utilizada terá uma temperatura de 0,024 125,2 18.6 11.2 8.4 6.9
c c.
40 o e que n.J acumulação será aquecida à temperatura de 60 a verificando-se uma 60 0.036 125,2 26.5 16,3 12,4 10.3
temperatura ambiente de 20 °C. 0,042 125,2 30.1 18.8 14.4 11.9
O intervalo de tempo considerado para o aquecimento da água será de 8 h 0.024 158,5 22,9 13.5 10.0 8,2
(perfoclo nocturno ). 76 0.036 158.5 32,5 19.7 14.7 12,1
Admite-se para o efeito, considerando o abastecimento dos três dispositivos atrás 0,042 158,5 36,9 22,6 17,0 14.0
---·--
referidos, que a" necessidades diárias de água quente a 40 °C por apaltamento serão 0.024 187.7 :26,6 15.5 11,4 9.2
de 150 L O volume total de armazenamento assim determinado será incrementado 90 0.036 187.7 37,7 22,6 16.8 13.7
de um coeficiente de segurança de 1,5. de modo a suprir quer as perdas energéticas 0,042 187.7 42.8 26.0 19.4 15.9
na instalação de produção e acumulação, quer as verificadas nos circuitos de distri-
buição e retorno. bem como uma evolução que futuramente se venha a verificar nos QUADRO LXXXVI
níveis de consumo (quadro LXXXVI). Determinação das necessidades diárias de água quente no edifício
Através da fórmula (75) de mistura de líquidos a diferentes temperaturas deter-
'NeCessidades diárias f'!ecessidades· citá rias. de
minam-se as necessidades de armazenamento de água a 60 vc (quadro LXXXVII). N.;, de.jógos Ço.efi_cknre
ci.tJ tÍ&l!a :q.Uf:ÍWJ/f . .
de:seglirânÇá~
dt;ua:.·que_~t~.:a 40-?C
Por recorrência à expressão (76) e considerando. como já referido anteriormente, 'no:e,difício ·
40 'C pwfogo(l! ' para o'edijtcio.,(l)
~~~-~c.....c~.
um período de aquecimento de 8 h, o valor da potência da caldeira será o expresso
4 X 4 = 16 150 1.5 3600
no quadro LXXXVIII.
156 157
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçtio e Drenagem de Águas
QUADRO LXXXVII Todo o processo de dimensionamento será conduzido de f01ma a obter o equilí-
Determinação do volume do reservatório de acumulação brio de pressões nas colunas e de perdas de carga nos diferentes percursos.
Admite-se que a pressão da água disponibilizada no ponto referenciado por A
N~c~s#claile~:::. ._- /[ei_~P~t:qti~r~:'f!P/._ ~~tf!m~~(q-e,~:,;~_-::::}; ',, r,~_lftk.e)~_(ft~~:;~-' vOt~'me 'do
diázias:4_~'.ágUf!:- ágUa,xiáW:izen~_(!a_ .,. -..::4,9~1~~~/fr.{~(-:;:-·: dà:;~~/f~,-lJU~t:Jte':·-: ·--~~-~./l?~l6ri~ {Ú será de 225 kPa e que deverá ser disponibilizada nos pontos mais elevados da rede
·quente a40·-oc· fi(;' r~;~b.idt6'-ri0-'-- ·.: :. ·:·,:-· ·; .._. ---.·.a.·.~~.··.)·'·;za.aa
"'-'· :d.. is" . t·.'· ·'· b.u...r.a.a. ..·. •--:.: -. - ac. u.. "··'·u.l.aç.ã.o. de distiibuição (F e L) uma pressão de cerca de 98 kPa.
Pa ,.•.a····o·..,e·•.d·.,"·_:,,;..·c•.·•,.·.·o•.·.· .·. ···r·t·)··.· .: ··:.·--·.··.•.·.• •.·.(·.·:.:.C···!·
• .···.:··--·.·-'.-'
•
. !RÇ)·• ' . ('C)< . • • ''(l) -
J _j_
I Nos quadros LXXXIX a XCII é feito o dimensionamento dos percursos AL eAF,
de modo a que a perda de carga se situe à volta de 1 m.c.a.
-----
I
JJ J___ .
-@---
8 '
~oQQ_ ~~~J<2''·""'-"+'~~-•,;.oo"'-~-f''""-·oo ~-
G A rede de retorno, já anteriormente representada esquematicamente na
figura 88, será constituída por troços de tubagem de aço galvanizado.
Todo o processo de dimensionamento será conduzido no sentido da obtenção do
equilíbrio das perdas de carga nos diferentes percursos.
Nos quadros XCVI a XCVIII podem observar-se os valores determinados.
Fig. 89- Esquema do sistema de água quente
158 159
Sistemas Prediais di! Distribuição de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçiio e Drenagem de Águas
Ba 8 0,25 Bn 16 0.25
GB Lv 8 0,10 3,6 1,04 BA Lv 16 0,10 7,2 1.51
Bd s 0,10 _ __ ---
Bd 16 0,10_:,___ _ - - -
Ba 16 0,25
BA Lv 16 0,10 7.2 1,5!
QUADRO XCII
Bel !6 0,10
,, ----- ,_ - - - - - - - - - - - - - ----·
Dimensionamento do percurso AF
Caudalde. 0
v j L Leq. J
QUADRO XC Troço cálculo (0int.)
160 161
Sistemas Prediais de Distribuiçâo de Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
111,5
BG 111,5 137,12- 54,27 = 82,85 --=1,35
QUADRO XCIV 82,85 5
Determinação das perdas de calor nos troços
GL 235,2 82,85 235,2 = 2,85
. &PeS~urOitk?-_ · X' :'.QjciJ.;teriór ·-.
Trpço ·
"is~zdtue--(~/ ()\'/in,' c) · (mm! B~';f" 82,85
BF 227,4
11 RECEPÇÃO DOS SISTEMAS
GL 235.2
11.1 Generalidades
l:E 685,6
' A regulamentação nacional estabelece as condições para recepção dos sistemas
de distribuição predial de água, as quais assentam na verificação da conformidade do
sistema com o projecto aprovado, num ensaio de verificação da sua estanquidade e
numa prova de funcionamento hidráulico.
162 163
Sistemas Prediais de Distribuição de Água
QUADRO XCVIll
Dimensionamento da tubagem de retorno, considerando o percurso AF
0 J
Cwtdal v j L Leq.
Troç<7 (0int.) (mm.
(mh) (mm/m) (m) (m)
(/Ih)
(mm) c. a.) Capítulo 11
AB 137,12 40 (41.9) 0.03 0,091 5 6 0,546
36.832 1 GENERALIDADES
LJ=~H
........- - - --·--
Os regulamentos e normas existentes de segurança contra Iiscos de incêndio
No que se refere à conformidade do sistema com o projecto e à prova de definem os meios de extinção de incêndios a aplicar aos diferentes tipos de edifícios,
estanquidade. é estabelecido regulamentarmente que estes requisitos deverão ser como forma de limitar o desenvolvimento destas ocorrências e de favorecer a inter-
verificados com as canalizações e respectivos acessórios à vista. venção dos bombeiros.
Nas situações em que tenham ocon·ido alterações relativamente ao projecto Assim, far-se-á a apresentação das exigências contidas nos documentos regu-
aprovado, deverá o projectista proceder à actualização dos elementos do projecto lamentares existentes, no que se refere aos sistemas de combate a incêndios a im-
e sujeitá-los à aprovação da entidade competente, para que conste do respectivo plantar nos diferentes tipos de edifícios contemplados [21], [22]. [23], [24]. [25] e
[26). Para além disso, procede-se ainda à caracterização dos diferentes tipos de siste-
cadastro do sistema.
Os sistemas de distribuição de água para fins domésticos e sanitários deverão, mas preconizados pelos documentos regulamentares, bem como à apresentação dos
correspondentes métodos de dimensionamento, materializados através de exemplos
após a sua total conclusão e antes de entrarem em funcionamento, ser sujeitos a
práticos de aplicação.
operação de lavagem. para eliminar elementos nocivos que se tenham eventualmente
Um sistema de combate a incêndios apresenta-se como um meio de salvaguarda da
depositado no seu inteiior.
perda de bens humanos e materiais, perdas essas que vulgarmente se verificam neste
tipo de sinistros e que no entanto, na grande maio lia dos casos, poderiam ser atenua-
11.2 Verificação das condições de estanquidade do sistema das ou mesmo evitadas se logo no seu início o incêndio fosse combatido eficazmente.
Pelas razões atrás apontadas, os sistemas de combate a incêndios deverão ser
A verificação da estanquidade da rede de distribuição será feita, como já ante-
concebidos de forma a que, ao verificar-se o início de um incêndio. eles possibi-
riormente foi referido. com toda a rede à vista, devendo-se para o efeito proceder à
litem um rápido e imediato meio de o combater, com a sua consequente anulação,
retirada de todos os dispositivos de utilização e obturação das extremidades. Nestas
devendo pois, logo à partida. o projecto prever e dar satisfação a todas as ~xigências
condições, o sistema será sujeito a uma pressão interna de água de uma vez e meia a
regulamentares, como forma de limitar o 1isco de ocorrência e de desenvolvimento
pressão máxima de serviço. a qual em caso algum deverá ser infetior a 900 kPa.
dos incêndios.
Não se deverão veiificar quaisquer reduções de pressão durante um período de
No presente texto, são abordados os seguintes tipos de sistemas de combate a
ensaio nfto inferior a 15 minutos. incêndios:
• Sistemas de colunas secas;
11.3 Verificação do funcionamento hidráulico
• Redes de incêndio armadas (RIA);
Após a conclusão de todo o sistema e instalação dos dispositivos de utilização, • Sistemas de colunas húmidas;
deverá proceder-se à verificação do desempenho funcional da instalação. ·Sistemas de extinção automática (sprinklers).
165
164
Sistemas de Combate a Incêndios com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Essa abordagem é precedida de considerações sobre a constituição dos sistemas, 3.2 Rede de incêndio armada (RIA)
sobre os requisitos relativos à sua instalação e sobre as diferentes fontes de alimen-
3.2.1 Considerações gerais
tação a considerar.
A fonte de alimentação da RIA deverá ser capaz de alimentar simultaneamente,
pelo período fixado nos regulamentos, com caudal adequado, pelo menos metade das
2 MEIOS REGULAMENTARES DE COMBATE A INCÊNDIO
bocas de incêndio existentes até um máximo de 4 bocas, de forma a que na boca de
2.1 Definição da altura de um edifício cota mais elevada se verifique uma pressão de serviço de pelo menos 250 kPa.
Deverá ser assegurado um caudal instantâneo de 3 1/s nas bocas de incêndio de
A altura de um edifício (h) é definida como sendo a diferença entre a cota do
último piso coberto susceptível de ocupação e a cota da via de acesso ao edifício no 0 45 mm ou 0 50 mm (tipo teatro) e de 1.5 lfs nas de 0 25 mm (tipo carretel).
local de onde seja possível aos bombeiros actuarem eficazmente, nas operações de A alimentação à RIA poderá ser feita através de: i) ramal de ligação à rede públi-
salvamento e de combate ao incêndio. ca, ii) sistema hidropneumático, iii) sistema autônomo, constituído por um reserva-
tório de acumulação equipado com sistema de bombagem pressostático.
Dever-se-á ainQ.a, em paralelo com qualquer das fontes de alimentação referidas,
instalar um sistema (união siamesa) que permita o abastecimento da RIA através de
água proveniente de outros meios (autotanques, boca de incêndio ou marco de água
exterior).
As regras técnicas do Instituto de Seguros de Pmtugal preconizam a adopção
de um sistema de alimentação autônomo cuja reserva de água seja no minimo de
50m3 .
2.2 Meios regulamentares exigidos em função do tipo de edificação 3.2.3 Sistema hidropneumático
No anexo II, através dos quadros II.I a I!. VIII, procede-se à apresentação das Este sistema consiste na intercalação, entre o ramal de ligação e a rede predial,
disposições regulamentares. no que se refere às exigências de meios a disponibilizar de um elemento hidropneumático, o qual permitirá assegurar nas bocas de incêndio
para o combate a incêndios nos tipos de edifícios abrangidos. as condições de pressão necessárias.
A adopção deste tipo de alimentação deverá ser ponderada, uma vez que só deve-
3 FONTES DE ALIMENTAÇÃO rá ser equacionada nos casos onde exista a garantia de que a rede pública de abasteci-
mento é abundantemente servida em tennos de caudal e o seu estado de conservação
3.1 Colunas secas é satisfatório.
A fonte de alimentação de uma coluna seca é constituída pelos dispositivos de O reservatório hidropneumático e a capacidade de descarga da bomba deverão
combate a incêndio dos bombeiros que possibilit.:·un fornecer-lhe a pressão e o caudal ser dimensionados tendo em conta as exigências de funcionamento da RIA nas con-
desejáveis. dições pré-estabelecidas, quer em termos de caudal quer de pressão.
167
166
Sistemas de Combate o Incêndios com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas
Este sistema é constituído por um reservatório de acumulação equipado com A fonte de alimentação da rede deverá ser capaz de alimentar o número de
bombagem pressostática, que aspira directamente do reservatório e alimenta a RIA sprinklers em funcionamento simultâneo (vd. 5.5.4) nas condições de caudal e pres-
são detenninadas através de cálculo hidráulico. ou de acordo com o especificado em
nas condições desejáveis de pressão e caudal.
documento regulamentar aplicável.
O sistema deve funcionar de forma automática, iniciando-se o ananque das bom- O Instituto de Seguros de Portugal define através de regras técnicas os valores
bas através de sinal vindo dum pressostato, o qual deve estar ligado ao colector de mínimos de caudal e pressão a verificarem-se nas válvulas de controlo, expressos no
descarga da bomba, sendo activado por queda de pressão nessa zona. quadro XCIX.
A bomba deve ser escolhida com base na pressão e no caudal para as condições A alimentação à rede poderá ser feita através de: i) ramal de ligação com prove-
normais de funcionamento. que excepcionalmente podem sofrer alteração; nesse niência na rede pública. ii) sistema hidropneumático (vd. 3.2.3), iii) sistema autó-
nomo, constituído por. reservatório de acumulação equipado com sistema de bomba-
sentido, a bomba deve poder responder a um incremento de caudal na ordem dos
gem pressostático (vd. 3.2.4).
50% em relação ao previsto, sem que no entanto a pressão para essas condições sofra Dever-se-á instalar ainda, em paralelo com qualquer das fontes de alimentação
uma redução superior a 35%. referidas, um sistema (união siamesa) que permita o abastecimento do sistema atra-
O reservatório de acumulação deverá ser alimentado através da rede pública de vés de água proveniente de outros meios (autotanques, bocas de incêndio ou marco
abastecimento. devendo a alimentação ser também automática. obtida pelo recurso a de água).
QUADRO XCIX
válvula de bóia por controlo dos níveis máximo e mínimo do nível da água.
Condições de pressão e caudal [13)
As tubagens devem ser dimensionadas para que na boca de incêndio colocada na posição mais dcdavorúvel
3.3.2 Sistema autônomo de alimentação No quadro C são apresentados valores de consumos a considerar, em função
do tipo de redes a alimentar e para algumas situações do número de dispositivos a
Princípios e requisitos de funcionamento deverão ser os expressos em 3.2.4. instalar.
168 169
Sistemas de Combate a Incêndios com ÁgÚa Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
170 171
Sistemas de Combutc a h1cêndios com !Íguâ Mwmal dos Sistemas Prediais de Distribuiçâo e Drenagem de Águas
zada por urna tubagem que se desenvolve geralmente na horizontal, a qual deve ser a
mais curta e rectilínca possível. possuindo um diâmetro igual ao da coluna.
A boca de alimentação deve ser colocada no exterior do edifício, em lugar
facilmente acessível, ser munida de tampa e estar devidamente sinalizada, de forma a
pem1itir com facilidade a ligação das mangueiras dos bombeiros. A distância entre a
boca ele alimentação e a via de circulação de veículos não deverá dentro do possível Fig. 91 -Edifícios com altura :S: 20m
exceder 40 m. A distância entre a boca de alimentação e a boca de incêndio mais
próxima ou marco de água não deve exceder os 60 m.
As bocas de alimentação devem situar-se a uma altura em relação ao nível do
acesso compreendida entre 0,80 m e 1,50 m e estar colocadas verticalmente em lrm I
relação à parede, ou fonnar com esta um ângulo de 45° em posição descendente. !sl' I
No interior das edificações. as bocas-de-incêndio elevem ser instaladas em locais
fSi"J.
bem visíveis c devidamente sinalizados, dentro ele caixas ele resguardo, de f01ma que
a soleira destas em relação ao pavimento fique a uma distância compreendida entre lrSP
1.20 me 1.40 m.
As colunas devem desenvolver-se unicamente na verticaL
P150 5
sz---
5.2.2 Tipos de colunas secas
ll$il
Do ponto de vista do diâmetro. podem-se considerar dois tipos de colunas
secas: as de 0 70 mm. que permitem pelo menos alimentar duas bocas de incêndio de
0 45 mm ou 0 50 mm, e as colunas ele 0 100 mm, que possibilitam pelo menos a
alimentação de quatro bocas de incêndio de 0 45 mm ou 0 50 mm.
Do ponto de vista da instalação, podem-se considerar dois tipos de colunas secas,
as ascendentes e as descendentes. No caso de num mesmo edifício haver necessidade
de colunas secas dos dois tipos. estas deverão ser independentes possuindo bocas de Fig. 92- Edifícios com altura Fig. 93- Edifícios com altura
alimentação distintas. >20m eS28 m >28me~60m
172 173
Sistemas de Combate a Incêndios com Água · Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águcts
5.2.4 Dimensionamento no edifício não haverá mais de 4 bocas de incêndio em funcionamento simul-
5.2.4.1 Generalidades tâneo (as situadas nas posições mais desfavoráveis);
• a pressão nas bocas de incêndio terá de ser maior ou igual a 250 kPa;
Como forma de ilustrar o tema abordado. apresenta-se seguidamente o dimen- as tubagens serão de aço galvanizado;
sionamento de uma instalação de combate a incêndios de coluna seca de um edifício
os diâmetros e perdas de carga de percurso das tubagens serão obtidos através
de habitação com 12 pisos.
da equação da continuidade (29) e da fórmula de Flamant (30);
Na figura 94 é feita a apresentação esquemática da instalação.
o caudal de cálculo será obtido através do produto do número de bocas de
incêndio em funcionamento simultâneo pelo caudal instantâneo a assegurar
~ em cada boca de incêndio.
llJ]E
llJl D
l 5.2.4.3 Cálculos
50Dm QUADRO C!
Fig, 94- Esquema simplificado de um sistema de coluna seca
Tubagens (coluna)
174 175
Sistemas de Combare a fllcêndios com !Ígua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Aguas
QUADRO CU
Perdas de carga (coluna)
Troço
AB
J
(mim)
0.027
L
(in)
29,4
Leq. ; 1,3.L Mf; J.Leq.
(m)
38,2
(~
1.031
1 ! - Boca de incêndio
2-Coluno.
:I
3 3.9
-···----
CD
·----- 0,008 3 3,9 0,031
DE 0.002 3 3.9 0,008
A figura 95 ilustra de forma esquemática a instalação de uma rede de incêndio Tendo em conta o número de bocas-de-incêndio consideradas em funcionamen-
armada num edifício com 5 pisos. to simultâneo e o caudal instantâneo a assegurar em cada uma delas (vd. 5.3.3.2).
176 177
Sisrcmas de Combate a Incêndios com Agu~ Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo c Drenagem de Águas
através do produto desses dois elementos obtém-se o caudal que nos vai possibilitar, 5.4 Colunas húmidas
por recorrência ao formulário referido, o dimensionamento, em termos de diâme-
5.4.1 Generalidades
tro, velocidade de escoamento e perdas de carga de percurso, da RIA considerada
(quadro CIV). As colunas húmidas são canalizações fixas e rigidas, instaladas nos edifí-
De posse dos valores anteriormente obtidos, bem como das características cios de grande altura (mais de 60 m), que permitem alimentar bocas-de-incêndio
geométricas da rede, e considerando que as perdas de carga localizadas se tradu- não-armadas situadas nos pisos destes [19].
zem no incremento de 30% da dimensão linear dos troços de tubagem considerados, Uma instalação deste tipo é constituída no mínimo por duas colunas de
obtêm-se as perdas de carga totais na RIA (quadro CV). 0'2::: 100 mm, bocas-de-incêndio e uma fonte de alimentação autónoma [19].
Finalmente, tendo em consideração os valores de pressão e caudal a obter nas As bocas-de-incêndio deverão ser instaladas em todos os pisos do edifício, de
diferentes bocas-de-incêndio (vd. 5.3.3.2), procede-se à determinação da pressão ne- acordo com as exigências regulamentares especificadas para as colunas secas. Estas
cessária no início da instalação, de modo a assegurar a pressão e caudal pretendidos devem posicionar-se de fom1a que a caixa de resguardo tenha a soleira em relação ao
no ponto da rede considerado na posição mais desfavorável, o que irá possibilitar pavimento a uma altura compreendida entre 1,20 me 1,40 m.
a tomada de decisão quanto às características da fonte de alimentação a considerar A reserva de água para o combate a incêndios deve ser pelo menos de 120 m3 .
(quadro CVI). Esta no entanto pode ser reduzida até 60m3 , no caso de se verificar a impossibilidade
da instalação no edifício do volume de reserva adequado, nos casos de edificações
QUADRO CIV cuja altura não ultrapasse os 100 m, nem a sua área em planta ultrapasse os 750 m2 ;
Tubagens (coluna) no entanto, a instalação neste caso terá de possuir uma coluna seca destinada unica-
mente ao reabastecimento do reservatólio de acumulação, que deverá ser instalada
!i>-a~~~~--:~~:· ·", ·s~-~~~--<·_-:,- ·:· -bat~·dà:, v· .D .J nas condições refelidas em 5.2 [19].
'Troço >/dnC'iiJ_I~IhJ)nth ·'tnStati_t(üito·': •·(k .:C'fliCiiti:i
- 'sifnUlttúteo"' ,(1/s):\· · _(1/s) cJ,.;/!) •···,(0int.1 •··
.. ~~··!> (~.0~)' A reserva de água poderá ser instalada em qualquer nível do edifício. reprutida
por diversos reservatórios de modo a que o somatório dos volumes do conjunto atinja
AB 3 1.5 4,5 1,21 65 (68.9) 0.036 o volume pretendido.
BC 2 1.5 3,0 1.36 50 (53,1) 0,062 No caso de se verificar a existência de um conjunto de edifícios de grande altura
situados num mesmo aglomerado, pode ser considerada a possibilidade de um siste-
CD 1.5 1,5 0.68 50 (53.1) 0.018
ma comum de alimentação.
As colunas devem desenvolver-se sempre unicamente na vertical.
QUADRO CV
Perdas de carga (coluna)
.... 5.4.2 Instalações de colunas húmidas
.._:·:.': -t(P_fÀ;:;_-':.· . {,· .. L Leq,~j;3,L if;;.c;;Jx Leq,
(111/11!) 'ihi). , . '(m)., . '(m.c.a.') A figura 96 ilustra de forma esquemática a instalação de uma rede de incêndio
com colunas húmidas pertencentes a um edifício de habitação com 22 pisos e com
AB 0.036 13 16.9 0.61
uma área de 500m2.
BC 0.062 3 3.9 0,24
Da instalação fazem parte 2 colunas húmidas, uma por cada escada de acesso
CD 0,018 3 3,9 0,07
aos pisos.
QUADRO CVI
5.4.3 Dimensionamento
Pressão necessária no ponto (A)
P;re.da_ó.em (D) h ·m,,.lt;, 5.4.3.1 Generalidades
·''•>(di,C.a.} (m),' ~(m.C.ci.:)
Como forma de ilustrar o terna abordado, apresenta-se seguidamente o dimen-
25 14 0.92 399* sionamento de urna instalação de combate a incêndios de colunas húmidas, referente
* I m.c.a.;;;; lO kPa ao edifício que a figura 96 ilustra.
178 179
Sistemas de Combate a lnci:ndios com Água Manual dos Sislemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
~
De posse dos valores anteriormente obtidos, bem como das características
geométricas da rede, e considerando que as perdas de carga localizadas se traduzem
no incremento de 30% da dimensão linear dos troços de tubagem considerados (em
tudo idêntico ao feito para a RIA). obtêm-se as perdas de carga totais na coluna hú-
~ 8 8 $11 mida. Finalmente. tendo em consideração os valores de pressão e caudal a obter nas
l
!l.L
diferentes bocas-de-incêndio (vd. 5.4.3.2), procede-se à determinação das caracterís-
lill k 1sil
ticas do elemento elevatório a adaptar para a instalação (quadro CIX).
(l'J.-/
lill ~ $]
I - Coltuw húmidn QUADRO CVII
2 - Boca de incêndio
3- União ~iumesu
:= -- Coluna e ramal (a)
lill r--CD
4- Colunn seca
5- Bomba 1õiJ Caudatdé cálculo v D (0im.) ;:
6 - Re~crvatório de acum ttlaçao (l/s) (mls) (irim)- (mlmJ
[S] .fSil 16,7 1,92 100 (105,3) 0,048
~
lill 151 ;d)
//k.VE//C
g
'
noflm+
7õOm
" [o)
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A
· - rtl=
K8J
1> !nO
Ir
mml__[
6
!S
fzl
J
'//.''-'""~
-------
(l/s)
33.4
QUADRO CVIII
Ramais (b) e (c)
v
(mls)
1,80
D(0int.!,
(mm)
150 (153,9)
I
(mim)
0,027
Fig. 96- Esquema simplificado de uma instalação de colunas húmidas
QUADRO CIX
5.4.3.2 Parâmetros de dimensionamento
Características da bomba
O dimensionamento foi efectuado considerando que:
Caudal de Pressão em (B) Al(ura ~-da,botrtb,a, 1'_9Úpâado"
as bocas~de-incêndio terão um diâmetro de 45 mm; --~~=U~cu=l~o~(~~~~c__-"(n=•~·'=''='·~)-~man~o~n=!e~~~ri~ca""(''=-ií~)_·~~~~%~o)~-e-~'no~w~r~(~~~1V~)_
a pressão de serviço na boca de incêndio situada na posição mais desfavorável 33,4 40 I2 U 75 52.92
deverá ser maior ou igual a 400 kPa;
o caudal de cálculo deverá ser de 1000 llmin para o dimensionamento da coluna
e do troço (a) e de 2000 1/min para o dimensionamento dos troços (b) e (c); 5.5 Sistema de extinção automática
as tubagens serão de aço galvanizado:
os diâmetros e perdas de carga das tubagens serão obtidos através da equação
5.5.1 Generalidades
da continuidade (29) e da fórmula de Flamant (30); As instalações de extinção automática de incêndios são fonnadas por canali-
o reservatório de acumulação terá uma capacidade de 60 000 L
zações fixas e rígidas instaladas nos edifícios, que permitem alimentar os asper-
sores (spinklers), os quais são accionados automaticamente (sem intervenção de
5.4.3.3 Cálculos operador).
Tendo em conta as necessidades de caudal nos diferentes troços de tubagem Uma instalação deste tipo é constituída por uma fonte de alimentação. um posto
dimensionados (vd. 5.4.3.2). por recorrência ao formulário referido, procedeu-se ao de controlo, as colunas, os troncos. os ramais. os sub-ramais onde são instalados os
dimensionamento, em termos de diâmetro. velocidade de escoamento e perdas de sprinklers.
carga de percurso. dos elementos principais da coluna húmida considerada (quadros Este tipo de instalação deve ser disposto no edifício de forma a cobrir toda a {u·ea
CV!l e CVIII). a proteger.
180 181
Sistemas de Combate a Incêndios com Ágtla Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
No projecto deste tipo de instalações é necessário conhecer qual a classe de risco QUADRO CX
(vd. 5.5.4) do local a proteger com a rede, pois o número de sprinklers é função dessa Área máxima de cobertura por sprinkler [17}
mesma classe de risco.
Este sistema é caracterizado por parte da rede estar permanentemente cheia de Áreas com combustíveis, fábricas de tintas e
OI
diluentes, vulcanizações, etc.
ar comprimido (a jusante do sistema de controlo), e parte estar pennanentemente Graves 9
Fábricas de embalagens de gás, de spray, de
com água em carga (a montante do sistema de controlo). Neste caso, os sprinklers 02 poliuretanos, etc.
possuem sensor térmico que impede a saída do ar em situações de ausência de incên~
dia, mas que, ao ser submetido a detenninada temperatura, explode, possibilitando a
saída do ar que vai fazer com que se dê a abertura de uma válvula colocada a separar 5.5.4 Número de sprinklers em funcionamento simultâneo
as duas zonas da rede (ar e água), o que origina deste modo a sua inundação. De acordo com a norma 13 da National Fire ProtectionAssociation (NFPA) [17],
O emprego deste tipo de sistema é aconselhado em locais onde se verifique o o número de sprinklers em funcionamento simultâneo é determinado através do quo-
perigo de haver congelamento da água nas tubagens. ciente entre a área de operação (definida em função da classe de risco, quadro CXI)
e a área de cobertura do sprinkler.
5.5.2.3 Sistemas de inundação Por sua vez, o Instituto de Seguros de Portugal [13] estabelece o número de
sprinklers em funcionamento simultâneo em função da classe de risco, os quais estão
Este sistema é em tudo idêntico ao sistema seco, só que neste caso a parte da expressos no quadro CXII.
rede a jusante do sistema de controlo está vazia. Uma vez que os sprinklers estão
QUADRO CXI
sempre abertos, é colocado na área a proteger um detector de incêndios, que ao
Área de operação [ 17]
ser actuado vai comandar a abertura de uma válvula (válvula de inundação) colocada
na zona de controlo, o que possibilitará que a água chegue aos elementos de tubagem C/assé.de riscos Área·de oj)eraçãt>--(mZ)
onde se encontram os aspersores. Esta válvula deve poder ser também actuada Ligeiros ~ !39
manualmente. OI ~ !39
183
182
Sistenws de Combate a Incêndios com Água JV/wnwl dos Sisremas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
i5 Ordinários
--"-----------
20 Graves 5.5.9 Dimensionamento
5.5.9.1 Generalidades
5.5. 7 Número máximo de sprinklers a alimentar
Como forma de ilustrar o tema abordado, apresenta-se seguidamente o dimen-
O quadro CXIV refere o número máximo de sprinklers a alimentar pelos dife-
rentes calibres de tubagens. em função da classe de risco e do material constituinte sionamento da instalação de combate a incêndio com sprinklers, que a figura 97
das tubagens. exemplifica.
184 185
Sistemas de Combate a Incêndios com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Q = K.JO,OlP (96)
em que:
Q- caudal (1/min)
K- constante do sprinkler
P- pressão (kPa)
Refira-se, a propósito das perdas de carga nas tubagens acima referidas, que a
nom1alização americana (NFPA 13) sobre esta temática adepta a fórmula de Hazen
e Williams:
J
(97)
em que: l-Ramal
2-Tmnco
J~perda de carga de percurso (bar/m) 3- União siamesa
Q- caudal (1/min) 4- Fonte de alimentação
5- Coluna
D- diâmetro (mm)
C- constante função do diâmetro e da mgosidade das paredes do tubo
Fig. 97 - Traçado da instalação
No quadro CXV apresentam-se os valores da constante C para os diferentes ma-
teJiais referidos.
186 187
Sistemas de Comba/e a Incêndios com Água Manual dos Si.vtemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
ê 400
·~ 380
ro 360
,?~
-o
~
o"'
340
320 +.,<:
'"r r-
300
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260
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220
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I/ I
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160
14D i/ /
110
1/ v
100
vv
80 Iv
60
11 8J
Densidade (ljm1n m2)
40
10
o 4 5 6 7 8 10 X 98,1
<0
Pressão (kPa) 2
g.
Nota: o~ vniO!'cs indicados em mm corre~pomlcm ao~ dítimctro~ do~ ~prinklcr,~
"'e
-~ 45S
Fig. 98- Relação Q e P, função de K
QUADRO CXV
Valores de C para a fórmula de Haz.en e Wiiliams
Material C
ISS 189
Sistemas de Combate a Incêndios com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
I A Pressão
, dil~4.f!!:iPC!,-,
em:SJ
Fig. 100 - Área de operação considerada .· /iiPa)
139 6.52 12 4 78,24 95,65
5.5.9.3 Cálculos
Tendo em conta a classe de risco considerada (vd. 5.5.9.2), a área de cobertu- QUADRO CXVII
ra e o posicionamento dos sprinklers (quadros CX e CXXIX), por recmTência ao Dimensionamento dos troços
quadro CXI define-se a área de operação (área em que se considera que o número
Sprinkler . ,0
de sprinklers aí instalado entrará em funcionamento simultâneo), a qual por sua vez, Ponto
CaUfiid
_(0-.int.)
.L Ú/q.'" .w· ' 'Pré~ão
através do ábaco da figura 99, possibilita a obtenção do caudal a dispersar por sprink- Tro-Ço' (1/min)
"(imÍí) ·.
(m) (m) (m.e;.«.) /kPar ·
ler (densidade) (quadro CXVI). 25 95,65
De posse dos valores anteriormente obtidos, determina-se o número de sprinklers SI 4 4.00 80 1,348
78,24 (27.3) 13.48
em funcionamento simultâneo para efeitos de cálculo, dividindo a área de operação
83.57 32 109,13
pela área a proteger por sprinkler (quadro CXVI). S2 4 4,00 80 1,292
161,81 (36.0) 12,92
Por recorrência à expressão (95) referida em 5.5.5. determina-se o número máxi-
mo de sprinklers a considerar em funcionamento simultâneo por sub-ramal (quadro 88.38 40 122,05
S3 2 4,71 80 1,593
250,19 (41,9) 15,93
CXVI).
Após a definição do posicionamento da área de operação (fig. 100) e tendo em 40
S4 2 4,55 80 0,200
conta que os sprinklers a utilizar possuem um factor K::: 80. inicia-se o cálculo pelo 78,24 (41.9) 2,00
sprinkler referenciado por SI na figura 97. através da determinação do caudal neces-
137,98
sário ao seu correcto desempenho (igual ao produto do caudal a dispersar por sprink- A 328,43
ler pela sua área de cobertura). O conhecimento do caudal a dispersar por sprinkler
50 137.98
e o valor do seu factor K possibilitam, por recorrência à expressão (96) referida em A-B 3 4.30 279,6 0,757
328.43 (53,1) 7.57
5.5.9.2 (expressão que vai servir também para a detenninação de caudais, conheci-
dos a pressão e K), a determinação da pressão dinâmica no sprinkler considerado 337,32 145.55
B 279.6
(quadro CXVI). 665.75
190 191
Sistemas de Combate a Jncêlldios com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Sprinkler 0
Caudal L Leq., AH Presspo Sempre que as condições de pressão e/ou caudal disponibilizadas pela rede pú-
Ponto (0 int.) K
(1/min) (m) (m) (m.c.a.) (kPa)
Troço (mm) blica de distribuição não sejam suficientes para assegurar um COITecto desempenho
65 145.55 funcional dos dispositivos ele combate a incêndio instalados na rede, ou exista a im-
B-C (68,9)
3 4,78 279.6 0.842
665.75 8.42 posição regulamentar ele a alimentação da rede ser autónoma, ter-se-á de recorrer à
346.94 153,97 utilização de meios mecânicos para a criação das condições necessárias.
c --~"-·~
279.6
1012.69 Os tipos de sistemas utilizados para este fim são em tudo semelhantes aos referi-
------·--· ,,_,~---
l92 193
Sistemas de Combate a Incêndios com Águo Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Neste tipo de instalações é de primordial importância a qualidade dos elementos regulado para o efeito, o qual irá accionar o motor Diesel, no sentido de repor as
que compõem o grupo de pressurização, bem corno dos órgãos de controle e coman- condições desejáveis de pressão e caudal na rede.
do, pelo que se toma fundamental um contínuo e permanente acompanhamento das Após a cessação do combate ao sinistro, as bombas permanecerão em funciona-
mesmas, através de acções constantes de manutenção e testes funcionais. mento até à sua desactivação (o que terá de ser feito manualmente), o que implica
um aumento da pressão na rede; quando esta ultrapassar em cerca de 20% a pressão
máxima de funcionamento, será accionada uma válvula de segurança possibilitando
7.2.2 Disposições construtivas
o escoamento da água através de pontos de fuga, até que se proceda à desactivação
As instalações elevatórias ou sobrepressoras destinadas ao abastecimento de re- das bombas.
des de combate a incêndios deverão ser dotadas de dispositivos de comando, de No caso de se prever a utilização de sistema hidropneumático, o reservatório
segurança e de alarme. metálico deverá ter uma capacidade mínima para água, a qual será função da classe
Os grupos de bombagem devem dispor. sempre que o seu posicionamento o de risco previsível: para riscos ligeiros deverá oscilar à volta dos 1O000 litros, e para
justifique, de isolamento acústico (embasamentos isolados e fixações elásticas), de
riscos ordinários deverá andar à volta dos 22 000 litros. Para a classe de riscos graves
modo a atenuar ruídos e vibrações que prejudiquem o conforto das edificações onde
não se recomenda a utilização de sistemas hidropneumáticos.
estes estão instalados. tendo em conta a regulamentação aplicável.
Como já anteriormente foi referido, este tipo de instalações é geralmente do- A água armazenada não deverá exceder 2/3 da capacidade total do reservatódo
tado de grupos de elevação ou sobrepressão directa, os quais deverão ser preferen- metálico, ficando o restante volume disponível cheio com ar pressurizado.
cialmente constituídos por uma electrobomba com elevada capacidade de débito, A pressão inicial mínima no reservatório na condição de cheio, para o volume
uma motobomba com características em tudo semelhantes às da electrobomba e uma máximo de água previsto, deverá ultrapassar a pressão nominal prevista em cerca de
bomba tipo "jockey'' (geralmente de reduzida capacidade de débito, mas de elevada 25 m.c.a.
capacidade de sobrepressão). O sistema deverá ainda ser dotado de meio de reposição automátíca de ar no
Os grupos terão de possuir arranque automático, devendo também permitir a reservatório.
acção de arranque manual: a electrobomba e a motobomba deverão possuir apenas
A velocidade de circulação da água na tubagem de aspiração não deverá ulu·a-
sistema de paragem manual.
passar I ,5 m/s e o seu diâmetro deverá ser constante ao longo de todo o seu desenvol-
O comando automático do grupo poderá ser conseguido através de sensores de
pressão (pressostatos) que controlarão os diferentes elementos de bombagem. vimento, não devendo em caso algum ser inferior ao da tubagem de compressão.
Quando o pressostato de controlo da bomba ''jockey .. acusar o valor mínimo de A figura 101 ilustra, de forma esquemática, uma instalação de sobrepressão di-
pressão pré-fixado, transmite a informação a um quadro de comando que, por sua recta, destinada ao combate a incêndios, na qual a bombagem é feita a prutir de
vez. vai comandar o accionamento deste elemento de bombagem, o qual irá man- reservatório de acumulação.
ter~se em funcionamento até que sejam repostas na rede as condições máximas de
pressão pré~ fixadas no seu pressostato de controlo. Quando o escoamento de água na 7.2.3 Exemplo prático de aplicação
rede é superior à capacidade de reposição da bomba "jockey", o que implica a não-
-reposição na mesma das condições de pressão inicialmente previstas, e cujo valor
7.2.3.1 Generalidades
mínimo foi previamente fixado no pressostato da electrombomba, este transmite a Como forma de ilustrar o dimensionamento de uma instalação elevatória por
informação ao quadro de comando que por sua vez irá despoletar o accionamento
bombagem directa, destinada ao combate a incêndios, apresenta-se seguidamente o
deste elemento de bombagem, o qual irá assegurar a manutenção na rede de incêndio
dimensionamento de uma instalação deste tipo, destinada ao abastecimento de uma
das condições de pressão c caudal necessárias ao con·ecto desempenho funcional dos
RIA (rede ele incêndio armada) instalada num edifício de habitação com 5 pisos.
dispositivos instalados.
Se eventualmente se verificar um corte de corrente eléctrica ou avaria da elec~ A determinação dos consumos previsíveis é feita com base num máximo de
trobomba. esta situação será detectada pelo pressostato da motobomba previamente metade das bocas de incêndio instaladas em funcionamento simultâneo, e conside~
194 195
Sistemus de Combate a Incêndios com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçâo e Drenagem de Aguas
~_').__......J~~ 1 I L_...J
8
D•stnbulção oos
dispositivos
lns!lllados
1 I L-------------
I I
I I
Ponto do onsaio
I I
IL ___ _ O llmpOlU
L_l
I
I
I 5
197
196
Sistemas de Combate a Incêndios com Agua Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
QUADRO CXXV
Detenninação da potência das bombas
Caudal-bombado Altura maflométricG Rendif1ient0 , - .:·_: POÍEád&y·:::;·-: :_,
(m"is) (l~l.,c.a.), 4i,l,'pol,n1Í~) 6(o). .c; . . "/!{!;' ~o;fipq;;(_~,w; :
0,0045 42,367 70 2.672
QUADRO CXXVI
Determinação da altura ntáxima de aspiração_
Conhecendo-se os valores referentes às alturas manométricas de aspiração
e compressão, através da expressão (45) obteve-se a altura manomét1ica total
(quadro CXXIV).
A potência dos elementos de bombagem é determinada através da fórmula (36)
0,800 0.430 1.145 0,500 7,455
considerando que estes possuem um rendimento da ordem dos 70% (quadro CXXV).
199
198
Sistemas de Combate a lncêndio.1· com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
8 DISPOSITIVOS DE UTILIZAÇÃO
8.1 Generalidades
As bocas-de-incêndio (Bl) exteriores são dispositivos instalados nas fachadas Fig. I 04 - Marcos de {tgua
200 201
Sistemas de Combate a Incêndios com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
secas ou húmidas, destinados à ligação das mangueiras dos bombeiros para o com~
bate directo aos sinistros.
Deverão ser constituídas por duas BI tamponadas (o plano tangente à BI deverá
ser paralelo à parede ou formar com esta um ângulo de 45°), dispor de uma válvula
de seccionamento por BI e ficar instaladas em caixa próplia devidamente sinalizada.
A figura 106 ilustra uma boca-de-incêndio não-armada.
203
202
Sistemas de Combate o Inc2ndios com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçiio e Drenagem de Águas
QUADRO CXXVII
Temperatura de abertura dos sprinklers
Tipo de
I - Detlcctor
2 - Fusível mecânico
3- Fusível químico
204
205
Sistemas de Combate a incêndios com Água Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçlío e Drenagem de Águas
QUADRO CXXVIII
Diâmetro e factor K dos sprinklers
Classe de risco Diâinetro {'Jnm) Fac~or K
Ligeiros 10 57±5%
Ordinários e Graves 15 80±5%
Graves 20 115 ± 5%
S -Espaçamento máximo entre sprinklet·s
D- Afastamento múximo dos ramais
8.6.1 Instalação dos sprinklers
Fig. 113- Espaçamento intercalado
As figuras 112 a 114 ilustram, de forma esquemática, as formas de posiciona-
mento dos sp1inklers e os quadros CXXIX e CXXX expressam os valores dos afas-
tamentos, quer entre si quer em relação aos elementos estmturais, em função das
classes de risco.
{
I I
A
S- Espaçamento máximo entre sprinklers H- Af:~stamento enlre a parte superior do sprinkler c a face inl"crio1· dn viga
D -Afastamento máximo dos ramais
Fig. 114- Afastamento de tectos e vigas
QUADRO CXXX
Valores de A e H
, 'A-(m) ,. ,:, H(hl) ·
Fig. 112- Espaçamento normal
A<0.2 0.000
0,2:5:A <0,4 0.017
QUADRO CXX!X
0,4:5:A<0,6 0.034
Valores de S e D em função da classe de risco
0,65A< 0,8 0.051
' ·Tipo O,S<A< 1.0 0.068
Classe de·riScd. D(i>)) SxD(m'!
,de· á]kj'çapt€nto
l,OSA< 1,2 0.090
Ligeiros Normal 4,0 4.6 20.0
1.2:5:A<1.4 0,135
Ordinários Normal 4,0 4.6 12.0 I.4<A<I.6 0.200
Ordinários Intercalado 4.6 4.0 12.0 1.6<A< 1.8 0,265
Graves Normal 3.7 3.7 9.0 A= 1.8 0.340
206 207
Sistemas (/(' Combate a Incêndios com Água Manuat dos Si.1·1emas Prediais de Disrribuiçüo e Drenagem de Águas
I - Sprínklcr
9.2 Verificação das condições de estanquidade do sistema
2 -Indicador de euudal
3- Al•mne cléctrico A verificação da estanquidade da rede de distribuição deverá ser feita. como já
4- Prcssostato anteriormente foi referido, com toda a rede à vista, devendo-se para o efeito proceder
5- Motor hidrúulico (alarme)
6 - Cúmara de rctõlrdamento à retirada de todos os dispositivos de utilização e à obturação de todas as extremida-
7 V{t]vula de rctm·damenlo
des. Nestas condições, o sistema será sujeito a uma pressão interna de água, tendo
8 - Diafragmn da válvula de alarme
em conta o tipo de instalação:
Instalação com colunas secas: 2500 kPa;
Redes de incêndio armadas: 1.5 vezes a pressão máxima de serviço prevista.
com um mínimo de 900 kPa;
Instalações com colunas húmidas: 2500 kPa;
Redes com sprink!ers: 1.5 vezes a pressão máxima de serviço prevista, com
um mínimo de 900 kPa.
208 209
,-
Capítulo 111
1 SISTEMAS DE DRENAGEM
1.1 Generalidades
211
Sistemas Prediais de Drenagem de Aguas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas
A drenagem predial deverá ser obtida por um dos processos seguidamente enu-
merados. em função dos níveis altimétricos de recolha das águas residuais domés-
licas relativamente ao nível do arruamento em que o colector público de drenagem
está instalado.
A figura 118 ilustra de forma esquemática uma situação ele drenagem de águas
residuais domésticas com elevação mecânica. Fig. 116- Ligação da rede predial à pública, função do tipo de sistema da rede pública
712 213
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas
Nas situações em que se verifiquem num mesmo edifício recolhas de águas re-
siduais a níveis superior e inferior ao do arruamento onde está instalado o colector
público de drenagem, deverá proceder-se de acordo com os requisitos au·ás especifi-
cados, para cada uma das situações, na condução dos caudais até à câmara de ramal
! - Cúmnra de ramal de ligaçao
de ligação e, a partir daí, proceder à sua condução por gravidade até ao colector
2- Colector público público de drenagem.
A figura 119 ilustra de forma esquemática uma situação deste tipo de drenagem.
f-r1
I
I
r------------,
I
J ~Câmara de ramal de ligação
2- Colector público
215
214
Sistemas Prediais de Drenagem de f.guas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçlío e Drenagem de Agu.as
216 217
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais ele Distribuiçüo e Drenagem de Águas
partir da qual se estabelecerá a ligação entre o sistema predial e público, através do Tubo de queda: canalização destinada a aglutinar em si as descargas
respectivo ramal de ligação. Preferencialmente esta câmara deverá ficar posicionada provenientes dos pisos mais elevados, a transportá-las para o colector predial
fora da edificação em local facilmente acessível; na impossibilidade deste posicio- e a ventilar a rede predial e pública:
namento, é admissível a sua localização no interior da edificação, em zona comum e Colunas de ventilação: canalização destinada a completar a ventilação feita
de fácil acessibilidade. através do tubo de queda;
Colectores prediais: canalização destinada a aglutinar em si as descargas dos
l-ri
I tubos de queda e dos ramais de descarga provenientes do piso adjacente, e
transportá-las para outro tubo de queda ou ramal de ligação;
Ran1al de ligação: canalização compreendida entre a câmara de ramal de
~I}
L f(j) ligação e o colector público de drenagem, destinada a conduzir as águas
residuais provenientes da rede predial para a rede pública;
I I Acessóliús: dispositivos a intercalar nos sistemas, no sentido de possibilitar
1 -Tubo de queda
2 -Coluna de ventilação
as operações de manutenção e conservação e a retenção de determinadas ma-
., 3 - Ramal de ventilação
4- Ciimam de ramal de ventilação
térias, e de garantir as condições de habitabilidade dos espaços ocupados.
5 - Colector público A figura 122 ilustra de forma esquemática a constituição dum sistema predial de
drenagem de águas residuais domésticas.
! -Sifão
2 -Ramal de descurgn
3 ~Tubo de quedn
4- Ramnl de ventilação
5 - Coillna de ventilação
6- Câmara de lnspecção
Fig. 121 -Esquema simplificado dum sistema de drenagem de águas residuais domésticas 7 - Colector predial
com ventilação secundária completa 8- Câmara de ramal de ligação
9 - Ramn.l de ligação
J O- Colector público
218 219
Sistemas Prediais de Drenagem de Âg11as Residuais Domésticas Ma11ual dos Sisremas Prediais de Disrribuiçüo c Drenagem de Âguas
que esse universo de técnicos se baseie na mesma simbologia, para a representação QUADRO CXXXII
úmbólica dos sistemas prediais de drenagem. Canalizações e acessórios [5]
Os quadros CXXXII e CXXXIII reproduzem a simbologia e as siglas de repre-
sentação apontadas pelo documento regulamentar [5], as quais deverão ser tomadas Símbolo
como referência.
Canalização de águas residuais domésticas (A.R.D.)
1m. Ralo
D Câmara de inspecçâo
Bd --·----------·----·-·---------
x
~-
Câmara retentora
L' ~ o
--------------
'
Instalação elevatória
'
" DTI Fossa sCptica
'
>: " :~
L'
Poço absorvente
Válvula de seccionamento
Válvula de relenção
Fig. 123- Ligação ele vários aparelhos a um único ramal de descarga
221
220
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e DrellCigem de Ágaas
QUADRO CXXXIII Os ramais de descarga de urinóis só podem ser ligados a ramais de descarga
Aparelhos e materiais [5] de águas saponáceas se a descarga for efectuada através de caixas de reunião,
ou nas situações em que os ramais dos outros aparelhos estejam dotados de
Sigla Designação ventilação secundária (fig. 125).
Br Bacia de retrete
1 - Caixa de reunião
Ba Banheira 2- Ramal de ventilação
Bd Bidê 3 - Ramal de descu.rg:.
individual
Ch Chuveiro
LI Lava~ louça
Lv Lavatório
Ml Máquina lava-louça
Mr Máquina lava~roupa
Mi Urinol
Pd Pia de despejos
Tq Tanque
FF Ferro fundido
PVC Policloreto de vinilo
PE Polietileno
Fig. 125- Ligação de um ramal de descarga de outro aparelho
PP Polipropileno a um ramal de um urinol
B Betfto
G Grés A ligação dos ramais de descarga aos tubos de queda deve ser realizada
através de forquilhas; a ligação aos colectores prediais deve ser realizada
Os ramais de descarga individuais de outros aparelhos só podem ser ligados a através de forquilhas ou de câmaras de inspecção (fig. 126).
ramais de descarga de bacias de retrete, na situação em que estejam dotados
I - Ramal de descarga
de ventilação secundária (fig. 124). 2 ~ Cámaru de inspccçào
3 -Tubo de queda
4- ColecLor predial
Br
222
. Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçtio e Drenagem de Aguas
D~
~~45~·.1+1~45 p Tuboaem
Fig. ! 27 -Ligação dos ramais de descarga de bacias de retretc e de águas Na opção dos percursos a seguir pelos elementos dos ramais de descarga,
saponflceas aos tubos de queda
sempre que possível e que tal não ponha em causa o seu conecto desempenho,
deverá optar-se por tubagens de menor extensão, conduzindo a custos mais
Os ramais de descarga deverão ser instalados a profundidades razoáveis, como baixos, bem como a menores tempos de retenção da água no seu interior.
meio de atenuar a transmissão de ruídos para o interior das zonas habitadas.
Os ramais de descarga podem ser instalados à vista. embutidos, em caleiras,
3.4.2 Ramais de ventilação
enterrados. em galerias ou em tectos falsos (fig. 128).
Em caso algum os ramais de descarga se desenvolverão sob elementos de Os ramais de ventilação deverão ser constituídos por troços rectilíneos.
fundação. em zonas de acesso difíciL ou embutidos em elementos estruturais ligados entre si por curvas de concordância.
(lig. 129).
Os troços verticais deverão prolongar-se de modo a atingirem uma altura não
inferior a. O, 15 m acima do nível superior do aparelho sanitário que ventilam
(fig. 130).
Os troços horizontais. para ligação à coluna de ventilação. deverão possuir
inclinação ascendente, de modo a possibilitarem a condução dos condensa-
dos aí formados para o ramal que ventilam, de valor não inferior a 20 mm/m
(fig. 130).
A inserção do ramal de ventilação no ramal de descarga deve fazer-se a
uma distância não inferior a duas vezes o diâmetro do ramal (fig. 130), nem
supetior aos valores referenciados através do ábaco ilustrado na figura 131.
medidos em relação ao sifão instalado.
Os ramais de ventilação não deverão ser cortados pelas linhas piezométricas.
de forma a evitar a sua obstrução (fig. 132). Neste sentido, deverá ter-se em
Fig. 128 -· Instalaçào de ramais de descarga consideração a relação: hjL 1 :?: h/L2•
224 225
Sistemas Prediais de Drenagem de Aguas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Ramal de ventilação
~I
Linha iezomêtrico
~ 2 0
·I
l1
Fig. 130- Ligação do ramal de ventilação ao de descarga
Ramal de ventilação
~"'
\ '-..... r-
Unha piezomêtrica
''
'
"
~ r- - r----- -- -
o ,,
'·' '·' '·' 1.J 1.5 JJ J.5
d (m)
226 227
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo c Drenagem de Águas
l -Tubo de queda Em caso algum os ramais de ventilação deverão desenvolver-se sob elemen-
2 - Ramal de ventilaçlto
3- Coluna de ventilação tos de fundação, em zonas de acesso difícil, ou embutidos em elementos
estruturais.
I ···Tubo de queda
2- Ramal de ventilação
3 - Colun~t de ventilaç:io
228 229
Sistemas Prediais de Drenagem de Aguas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Tubo de quedo
Curva de 45·
Forquilha de 45"
l -Boca de limpeza
2- Ramal de descarga
3- Tubo de queda
4- Cámara de inspecção
230 231
Sistemas Prediais de Drenagem de Aguas Residuais Doméstica.\· Manual do~· Sistemas Prediais de Distribuiçlio e Drenagem de Águas
I -Tubo de qued•t
2 - Coluna de ventilnçfto
3 - Colector predial
O traçado das colunas de ventilação deverá ser vertical; sempre que se verifi-
que a necessidade de translações relativas ao alinhamento vertical, estas deve-
rão ser obtidas por troços de tubagem rectilíneos, ligados através de curvas de
concordância, dispostos com inclinação ascendente (fig. 140).
As colunas de ventilação deverão ter a sua origem nos colectores prediais ou
câmaras de inspecção; no caso da origem se verificar num colector predial, a
sua inserção neste deverá verificar-se a uma distância do tubo de queda infe-
rior a dez vezes o diâmetro deste (fig. 141).
232 233
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistenws Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Na opção dos percursos a seguir pelos colectores prediais, sempre que possí-
vel e que tal não ponha em causa o seu con-ecto desempenho funcional, de-
lm;ma "''"' 00 na verá optar-se por tubagens de menor extensão, conduzindo a menores custos
lvba de q~cda
bem corno a menores tempos de retenção das águas no seu interior. '
l - Colcctor predial
2- Càmara de inspecção
e
1 -Tubo de qued:~
1.- Coluna de ventilação
4 '- Pl$0
'1~.01.»1
234 235
Manual dos Sistemas Prediai~· de Distribuição e Drenogem de Águas
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas
.~--------------------
No atravessamento de elementos estruturais deverá ficar garai:ttida a não soli~ Finalmente. os caudais serão conduzidos através de colectores até à câmara de
darização dos colectores prediais com esses elementos. através da interposi~ ramal de ligação, a partir da qual e através do respectivo ramal de li ,.,.ação será esta-
ção entre ambos de material que assegure tal independência. belecida a ligação ao sistema público de drenagem ou, na ausência ~este, a sistema
Em caso algum os colectores prediais se deverão desenvolver sob elementos de privado de tratamento.
fundação. em zonas inacessíveis, ou ser embutidos em elementos estruturais. As câmaras de ramal de ligação deverão preferencialmente ser implantadas fora
das edificações; quando tal não for possível, estas deverão ser implantadas no espaço
3.4.6 Ramais de ligação ocupado pelo edifício, de forma a que fique assegurado o seu acesso. No caso de
edifícios colectivos, a sua implantação, quando no interior deste, deverá ter lugar em
O traçado dos ramais de ligação deverá ser constituído por troços rectilíneos, espaços comuns.
quer em planta. quer em perfil. Os sistemas prediais de drenagem de águas residuais domésticas não poderão
Os ramais de ligação podem ser ligados à rede pública por inserção, quer em
ser dotados de quaisquer dispositivos que impeçam não só a ventilação dos sistemas
câmaras de visita. quer directa ou indirectamente nos colectores públicos.
públicos através dos prediais, como também que o escoamento se dê em superfície
A inserção directa nos colectores públicos só é de admitir nos casos em que
estes possuam diâmeu·o superior a 500 mm; nestas situações, a inserção de~ livre.
verá processar-se num plano superior a dois terços do seu diâmetro, relativa- Todos os aparelhos sanitários instalados deverão ser dotados, individual ou
mente à sua geratriz inferior (fig. 145). colectivamente, de sifões, de modo a garantir a não-passagem de gases para o
A inserção dos ramais de ligação nos colectores públicos poderá ser feita interior das edificações.
através de forquilhas desde que o ângulo de incidência seja menor ou igual a
67° 30'. no sentido do escoamento. 3.6 Remodelação ou ampliação de sistemas existentes
A inserção dos ramais de ligação nos colectores domésticos pode ainda ser
realizada por "tê", desde que a altura da lâmina líquida no colector se situe a A remodelação dos sistemas de drenagem de águas residuais domésticas conduz
nível inferior ao da lâmina líquida do ramal. 'geralmente também à sua ampliação e à introdução de melhorias na habitabilidade
dos fogos, o que normalmente se traduz numa instalação com maior quantidade de
Ramal de li g~
aparelhos, conduzindo inevitavelmente à necessidade de garantir uma maior capaci-
Calector úblico dade de drenagem do sistema.
Neste sentido, sempre que o projectista esteja em presença de um projecto de
ampliação ou de remodelação de um sistema de drenagem, deverá comprovar a capa~
cidade ajusante do sistema para dar resposta às necessidades dos novos equipamenH
tos instalados; deverá ainda verificar a manutenção das condições de funcionalidade
da globalidade do sistema, equacionando em caso de necessidade a possibilidade de
I
~--"---1
substituição ou de criação em paralelo de um outro sistema.
Deverá finalmente. sempre que o estado de conservação das tubagens existentes
Fig. !45- In:-oerção directa do rama! de ligação no colcctor público
não seja de molde a garantir um desempenho funcional satisfatório, prever a substi-
tuição do sistema.
3.5 Drenagem dos aparelhos sanitários
A drenagem dos aparelhos sanitários é feita através de ramais de descarga dota- 4 NÍVEIS DE CONFORTO E QUALIDADE
do:; ou não de ramais de ventilação, os quais, de acordo com as diferentes situações
de implantação. serão ligados a caixas de reunião, a outros ramais através de curvas 4.1 Considerações gerais
de concordância, a tubos de queda e a colectores prediais ou câmaras de inspecção.
Os níveis de conforto e de qualidade dos sistemas prediais de drenagem de águas
Os caudais de descarga conduzidos para os tubos de queda, os quais poderão ou
residuais domésticas não deverão ser função do nível qualitativo pretendido para o
não ser dotados de ventilação secundária. serão encaminhados através destes para
edifício em presença.
câmaras de inspecção ou colectores prediais.
237
236
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçiio e Drenagem de Águas
É fácil de entender que as condições disponibilizadas para o desempenho funcio- Neste sentido, serão facadas seguidamente as principais causas das perturbações
nal dos sistemas prediais de drenagem de água residuais domésticas não deverão em sonoras provocadas por este tipo de sistemas, bem como algumas formas tendentes
termos genéricos ter em conta o nível social das populações dos edifícios em presen- a atenuar ou a suprimir os seus efeitos.
ça, mas tão-só a sua adequada funcionalidade, pois, de contrátio, poderia ser posta O deficiente dimensionamento dos tubos de queda, au·avés da adopção de taxas
em causa a garantia da salvaguarda da saúde dos utentes; apenas é admissível algum de ocupação inadequadas, poderá ocasionar a formação de tampões (fig. 146), os
diferenciamento em termos qualitativos em aspectos relacionados com o conforto quais rebentam devido às variações de pressão verificadas, dando origem a descar-
acústico, face ao tipo de edificação. gas ruidosas. A única forma de obviar à eclosão destes fenômenos é proceder a um
Neste contexto, enumerru·-se-ão de seguida alguns factores que de certa forma COlTecto dimensionamento, tendo em conta os limites estabelecidos regulamentar~
podem influenciar os níveis de conforto e de qualidade das instalações de drenagerp mente para as taxas de ocupação, de molde a que o escoamento se processe de fom1a
de águas residuais domésticas, procedendo-se posteriormente a uma abordagem in- anelar.
dividual de cada urna delas, identificando as causas da sua não-qualidade e refedndo
algumas medidas tendentes a atenuar os seus efeitos:
Coeficientes de simultaneidade;
I -Tubo de qucdn
Ruídos: 2-Tmnpfio
Acessibilidade dos sistemas;
Odores.
238 239
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sisrenws Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas
Se bem que numa primeira abordagem o acesso aos sistemas de drenagem de Abaixamento do
altura do fecho h1drico
águas residuais possa ter pouco a ver com os níveis de qualidade e de conforto
proporcionados aos utentes, ao pensar-se em situações de conservação, manu- Fig. 148- Fenómeno de :mto-sifonagcm
tenção e reparação, concluir-se-á que os tempos para estas operações serão tanto
maiores quanto maior for a dificuldade de acesso aos mesmos; para além disso,
acresce ainda que um fácil acesso ao sistema pennite uma mais fácil identificação
de eventuais anomalias, com a consequente redução dos tempos de interdição do uso
elos mesmos.
Sifonogem induzido
por aspiração
4.5 Odores
Durante as descargas dos aparelhos sanitários ocorrem por vezes fenómenos
que conduzem à destruição total ou parcial do fecho hídrico dos sifões, fenómenos
esses que podem ocasionar a passagem do sistema de drenagem para o interior dos
edifícios de odores desagradáveis.
Quando se verifica a descarga de um aparelho sanitário, ocorre a fonnação de um
tampão no respectivo ramal de descarga, o qual provoca uma aspiração, ocasionando
uma redução da altura do fecho hídrico do sifão (fig. 148). Este fenômeno, designado
por auto-sifonagem, é tanto mais intenso quanto menor for a secção do ramaL maior
Fig. !49- Fenómeno de sifonagem induzida
a sua dimensão linear e maior a sua inclinação.
240 241
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistenws Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Como forma de atenuar ou evitar a ocorrência deste fenômeno, o qual como a sua temperatura, uma vez que o comportamento dos materiais varia consoante as
anteriormente se referiu poderá possibilitar a passagem de maus odores para o composições e temperaturas das águas residuais drenadas.
interior dos locais ocupados, deverão dotar-se os sistemas de ventilação secundária, Seguidamente, enumerar-se-ão os principais tipos de tubagens utilizados na dre-
ou na sua inexistência adaptar-se os requisitos referidos em 8.8, quanto à taxa de nagem predial de águas residuais domésticas. Serão ainda abordados alguns aspectos
ocupação, de modo a que o escoamento através do tubo de queda se processe de relacionados com a sua selecção, tendo em atenção os factores anteriormente referi-
forma anelar. dos e também alguns aspectos relacionados com as tecnologias de instalação.
Quando se procede à instalação de dois sifões num mesmo ramal (dupla
sifonagem), poderá suceder, na situação em que a altura "a" é inferior à altura "b" 5.2 Tubagens metálicas
(fig. 150), não se dar o escoamento completo da água contida no aparelho sanitário;
outra situação que poderá também ocorrer é a destruição parcial do fecho hídrico do As tubagens metálicas têm uma utilização de certa forma restrita no fabrico
primeiro sifão (o instalado logo a jusante do aparelho sanitário), o que irá possibilitar de redes de drenagem de águas residuais domésticas, possivelmente por razões de
a passagem de ar viciado para o ambiente (fig. 150), pelo que a dupla sifonagem está ordem econômica. O metal mais utilizado, e praticamente o único no fabrico de
tubagens destinadas a este fim, é o feno fundido.
regulamentarmente interdita.
A protecção destas tubagens de aço, no sentido de lhes conferir uma maior capa-
cidade contra a oxidação, é feita através da deposição de revestimentos betuminosos,
tintas de zinco, tintas asfálticas, tintas epóxicas, etc.
Como garante de uma maior durabilidade, evitando fenômenos de conosão, as
tubagens deverão ser seleccionadas em função da adequação do tipo de protecção,
do tipo de composição química das águas a drenar, bem como das características da
instalação.
No quadro CXXXIV apresentam-se algumas características físicas deste material.
Estas tubagens são geralmente comercializadas em varas de 0,5 a 3 m. quando
dotadas de abocardamento, e em varas de 3m, quando sem abocardamento (fig. 151 ),
com diâmetros nominais que oscilam entre os 50 e 300 mm (quadro CXXXV).
1:0=:;r&::::iiii1ii~í
;;"···-!-•.._· ., •. • ·;;.l :·::;,.;:..··r-r .. •;:1;, ·r·~.i'·'\·;·~::·"· • '"'""·~~-· ·ü·::-~·;.~
242 243
Sistemas Prediais de Drenagem âe ÁgHa.\' Residuais Domésticas Manua{ dos Sistemas Prediais de Distn:buiçilo e Drenagem de Águas
QUADRO CXXXV Na ligação enu·e os diversos troços de tubagem deverão ser utilizados preferen-
Dimensões mais usuais das tubagens de ferro fundido [62] cialmente acessórios do mesmo material (no quadro CXXXVI apresentam-se tipos
de acessórios geralmente comercializados), de acordo com o tipo de sistema de tu-
Diâmetro 'exterior-(mm) Espessumda parede (mm) bagem em presença, isto é. com abocardamento ou sem este.
DN
(mm) sefn ' Tolerâncias
A execução de cortes deverá ser efectuada de forma cuidada, de modo a garantir
Com
. Nomin;al Mfnima · a não-destruição dos revestimentos, procedendo-se posteriormente à remoção das
abocardamerito abOéardârrúúao (mmr
50 58 58 + 2.0 3.5 3,0 rebarbas provenientes da operaçfto de corte, as quais poderão danificar os elementos
75 83 83 -LO 3.5 3,0 de borracha utilizados em ambos os sistemas para vedação (com ou sem abocarda-
+2.0 3.6
mento).
100
-------
I 10 110 3_1
''"·--·~-------
F:~:
150 160 160 ±2.0
=------"::::-----"-::::::---4_::_.0:__ _ 3_,5_ _
200 210 ±2.5 4.5 4,0
250 274 ±2.5 5,0 4.5
-----------·-
300 326 ±2.5 __ __s_.s__ _ ---"-s,"'o__
QUADRO CXXXVI
~· j -i
Acessórios para tubos de ferro fundido Fig. 152- Tampões de redução simples ou mistos
Tipos
Designação Nos sistemas com abocardamento, a ligação entre elementos (tubos/acessórios
Com . Sem (com ou sem abocardamento) ou tubos/tubos) é feita através do encaixe de juntas de elastómero colocadas no abo-
abocardamento abocardamento
cardamento, as quais deverão ser lubrificadas com produto adequado para receber o
elemento macho a introduzir nele (fig. 153); estas juntas são concebidas geralmente
de forma a absorver deslocamentos devidos a fenómenos de dilatação, permitindo
para além disso desvios angulares até cerca de se'
Forquilha de 45°, 6T 30', e 87° 30'
Cone de redução
w
i:i'\
Forquilha tripla ST 30'
Fig. 153- Ligação entre troços de tubagens (com abocardamento)
244 245
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenc1gem de Águas
~-
I.,
Fig. !55- Posicionamento dos elementos de suporte e/ou amamtção
246 247
Sistemas Preâiai.l' de Drenai{em de Águas Residuaix Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo c Dre11agem de r\guas
Características físicas dos tubos de PVC (mm) Classe 0,4 (MPa) Classe 0,6 (MPa)
Máximo Mínimo
Máximo Mínimo Máximo Mínimo
Condutibilidade Coeficiente de
Tensão de segurança 32 32,3 32,0 2.2 1.8
Material térmica dilatação linear
(MPa) (Wim.K) (mlm.K) 40 40.3 40.0 2.2 1.8
PVC 10.0 0.20 0.00006 50 50.3 50.0 2,2 1.8
~~~~ ~~~~. ··-~----~-----·-·-·--·
Ten~1io de ~egurança: a 50 anos para 20 "C 63 63.3 63.0 2,2 1.8 2.3 1.9
75 75.3 75.0 2.2 1.8 2.7 2,2
90 90.3 90.0 2,2 . 1.8 'O.-
? 2.7
Os tubos de PVC deverão ser utilizados, preferencialmente. apenas em sistemas
de drenagem de águas residuais frias, uma vez que. na sua generalidade, são dimen- 110 110.4 110.0 2,7 2,2 3.8 3,2
sionados apenas para suportarem temperaturas à volta de 20 °C em condições de 125 125.4 125.0 3.0 2,5 4.3 3.7
funcionamento contínuo. No entanto, existem no mercado séries especiais 140 140.5 140.0 3,3 2,8 4.3 4.1
destinadas a ser usadas em águas residuais quentes (ex: máquinas de lavar roupa ou 160 160.5 160.0 3,8 3,2 5.4 4.7
loiça): nestes casos. os tubos sofrem um incremento dimensional na espessura. 200 200,6 200,0 4,6 4.0 6.7 5.9
Estas tubagens são geralmente comercializadas em varas de 6 m, com diâmetros 250 250,8 250,0 5.6 4.9 8.3 7,3
nominais que oscilam entre 32 e 400 mm (quadro CXXXVIII). 315 316,0 315.0 7.1 6.2 10.4 9,2
A ligação entre os diversos troços de tubagem, ou entre as tubagens e os acessó- 400 401.2 400.0 8.9 7.9
rios, os quais deverão ser do mesmo material dos tubos (no quadro CXXXIX apre-
sentam-se tipos de acessórios mais vulgarmente comercializados), deverá ser obtida
por abocardamento com anéis de estanquidade ou por colagem. sendo a opção mais f----+.
-------- : I
correcta a do sistema com anéis de estanquidade. uma vez que estes possibilitam, I~*
para além de pequenos desvios nos alinhamentos, a absorção das variações das
dimensões lineares relacionadas com o fenômeno da dilatação térmica, evitando a --1
introdução de tensões nos tubos.
A ligação por anéis de estanquidade é feita através da colocação destes anéis
(geralmente de neoprene) na sua sede do abocardamento. os quais deverão ser
lubrificados adequadamente antes da peça macho ser introduzida no abocardado.
As peças macho deverão ser cortadas em esquadria, efectuando nelas um chanfro
com cerca de lSO, devendo antes da sua introdução no aborcamento proceder-se à
remoção de quaisquer rebarbas e quebra das arestas, para evitar que o anel de
vedação possa ser deteriorado (fig. 156).
Fig. 156 ~ Lig0.ção entre troços de tubagem com anéis de estanquidade
A ligação por colagem é feita através de uma cola (de qualidade adequada, geral-
mente à base de tetra-hidrofurano) que funciona como um solvente. a qual, através
do amolecimento e solvência superficial do PVC, provoca a soldadura dos elementos
a ligar.
248 249
Sistemas Prediais de Drenagem de Âguas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçiio e Drenagem de Águas
QUADRO CXXXJX com lixa fina. Finalmente, aplica-se a cola em ambas as superfícies e procede-se à
Acessórios para tubos de PVC união dos componentes. As tubagens só deverão ser colocadas em serviço após a
total secagem da cola (fig. 157).
Forquilha a 45°
Tê a 87° 30'
Estas tubagens podem ser instaladas à vista, embutidas, em cal eiras, galerias ou
Redução (interior e exterior)
tectos falsos; nas situações em que se lhes possa ter acesso deverão ser identifica-
das de acordo com o tipo de água transportada. Quando sujeitas à acção dos raios
ultravioletas (exteliores) deverão ser protegidas por pintura com tinta adequada, de
Canhão de sanita modo a evitar a sua deterioração. Nas situações de não-embutimento, deverão ser
fixadas através de elementos de suporte ou amanação (abraçadeiras), em quantidade
que assegure a sua COITecta fixação e possibilite que oconam livremente eventuais
Curva de sanita contracções ou dilatações télmicas. No quadro CÃ'L indicam-se os afastamentos má-
ximos entre abraçadeiras.
Admite-se como possível a dobragem a quente destas tubagens; no entanto, o
Tampa amolecimento deverá ser conseguido através de pistolas de ar quente. Os raios de
curvatura não deverão ser inferiores a 0,5 m; para além disso, as curvaturas só deve-
rão ser efectuadas em tubagens de diâmetro até 50 mm, para mudanças de direcção
não superiores a 15°.
À semelhança do que foi referido anteriormente para os tubos ligados com abo-
Corno já anteriormente se referiu, as tubagens de PVC podem ser usadas no
cardamento, também os colados deverão ser cortados em esquadria, efectuando ne- transporte de águas residuais quentes, devendo as espessuras das paredes dos tu-
les um chanfro com cerca de 15°; posteriormente, deverá proceder-se à remoção bos ser incrementadas em função do seu diâmetro: no quadro CXLI indicam-se os
das rebarbas das arestas, bem como a um desengorduramento com produto adequa- valores mínimos das espessuras das paredes das tubagens de PVC destinadas ao
do das superfícies a colar. Para melhorar a aderência entre as superfícies, convém transporte de águas residuais quentes; nestes casos, verifica-se ainda a redução da
proceder. antes da aplicação da cola, ao seu despolimento através de uma lixagem pressão nominal, em função da temperatura da água drenada (quadro CXLII).
250 251
Sisremas Prediais de Drenagem de A.guas Residuais Domésticos Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçtio e Drenagem de ,{guas
225 219
QUADRO CXLII
Coeficientes correctores das pressões nominais 300 293
_ TemE:~·atura (T, :o Coeficiente ~:orrector 350 341
25<TS35 0,80 400 390
35 <TS 45 450 439
500 487
Como fonna de garantia da qualidade das tubagens aplicadas, só deverão ser utiliz.:1.das 600 585
tubagens pottadoras de certificado de ensaio emitido por entidade acreditada para o efeito.
700 682
As tubagens deverão também ser sempre identificadas com a sua classe de pressão.
800 780
Quando instaladas em vala devem ser seguidos os requisitos referidos para as
Toler:'tncin do comprimento: ±10 mm
tubagens de grés.
253
252
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domêsticas Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçüo e Drenagem de Águas
QUADRO CXLIV Estas tubagens deverão ser assentes em leito perfeitamente regularizado e que
Cargas de rotura das tubagens de grés cerâmico [65] garanta o seu contínuo apoio. Seguidamente, e após a colocação do tubo no leito, a
vala deverá ser cheia de areia até ao nível do plano axial h01izontal, a qual deverá
Cári;a d~>Ott'l~d'(kiJ!IÍ1) ser compactada: após esta operação, deverá completar-se o preenchimento da vala
DN, _· ,_. __,
· Clas.s.e_- · ClaSSp's com areia até uma altura de cerca de O, 15 m acima da geratliz superior do tubo,
(mm) V~!Ores mfnlmOs ,,
liiJ'elra 95,, 120 I~L ,, ÍOO procedendo-se novamente à compactação desta camada, a qual deverá incidir sobre
100 22 28 34 as zonas não~ocupadas pelo tubo. Finalmente, deverá completar-se o preenchimento
150 22 28 34 da vala com o material de escavação (retirando-lhe os materiais cujas dimensões
24 32 40 excedam 20 mm), o qual deverá ser compactado por camadas de altura não superior
200
a0,30 m,
225 28 36 45
Quando posicionados na via pública, a profundidade de asSentamento dos colec-
250 30 40 50
tores não deverá ser infelior a 1 m, medido entre o extradorso do tubo e o pavimento.
300 36 48 60 Para profundidades até 3 m, a largura das valas deve ter dimensões mínimas defini~
350 42 56 70 das pelas expressões:
400 38 48 64
L~ D, + 0,50 (para condutas de 0 ,; 0.50 m) (98)
450 43 54 72
---
500 48 60 80 L~ D, + 0,70 (para condutas de 0 > 0,50 m) (99)
600 48 57 72
em que:
700 60 67 84
L - largura da vala (m)
800 60 76 96
D,,- diâmetro exterior da tubagem (m)
QUADRO CXLV Como forma de garantia da qualidade das tubagens aplicadas, só deverão ser uti-
lizadas tubagens portadoras de certificado de ensaio emitido por entidade acreditada
Acessórios para tubagens de grés cerâmico
para o efeito.
Tipo,· DeSigndção
6 ACESSÓRIOS
Curva de raio curto
6.1 Generalidades
6.2 Sifões
Os sifões são dispositivos incorporados nos aparelhos sanitários ou a inserir nos
ramais de descarga (fig. 158), destinados a impedir a passagem para os locais ocu-
Sifão pados dos gases existentes nas canalizações, os quais, para além de poderem causar
problemas de saúde, possuem odores desagradáveis.
254 255
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distl"ibuiç-üo e Drenagem de Âguas
QUADRO CXLVI
I Características dimensionais dos sifões
{ ~. --=B~a~c=ia=d=e=-::re=t=re=t=e~~~~- incorporado
Banheira
Bidé
30
Chuveiro
Lavatório
h - Allllra do: fecho hídrico MfKJuina lava-louça 40 50
Fig. 158- Sifão incorporado no aparelho e sifão a incorporar no ramal Máquina lava-roupa 40
Urinol de espaldar 60
Urinol.suspenso incorporudo
No quadro C XLVI indicam-se os diâmetros mínimos a adoptar para os sifões dos
Pia lava-louça 40
diferentes aparelhos.
Tanque 30
Estes dispositivos deverão ser instalados na vertical. de forma que neles perma-
neça o fluido que assegura a manutenção do fecho hídlico.
Deverão ser instalados de modo que eventuais operações de manutenção e lim- QUADRO CXLVII
peza possam ser facilmente executadas. Tipos de sifões
Cada aparelho sanitário apenas poderá ser servido por um único si:tão, estando
·-~~D::.::es='~·g=n=a~ç'='a=-·~~~~~~--'Utili::.açiio
regulamentarmente proibida a dttpla sifonagem (vd. 4.5).
Quando não fazem parte dos aparelhos sanitários, não deverão ser instalados a
Lavatórios e bidês
uma distância superior a 3 m do aparelho respectivo.
Um único sifão poderá servir simultaneamente vários aparelhos, na condição de
que estes apenas produzam água<.; saponáceas.
Banheira:>
Nas baterias de aparelhos sanitários (de águas não saponáceas), cada aparelho
deverá ser dotado individualmente ele sifão.
Os sifões deverão preferencialmente possuir supetfícies internas perfeitamente
lisas e desprovidas de arestas vivas, de modo a inviabilizarem a retenção de matérias Tubular Lava-louças
no seu intelior.
O quadro CXLVII ilustra de forma esquemática alguns tipos ele sifões, bem como
a respectiva nomenclatura. Incorporado
Os sifões deverão ser preferencialmente dotados de bocas de limpeza;
caso contrário, deverá ser dada especial atenção à sua facilidade de montagem/
I clesm o ntagem. Lavatórios e bidês
Os sifões deverão possuir diâmetros que não excedam os dos respectivos ramais
ele descarga, de modo a evitar fenômenos relacionados com a redução do fecho hí-
drico e a produção de ruídos.
Pavimento Diversos
Os sifões destinados aos sistemas de drenagem ele águas residuais domésticas
deverão possuir fecho hídrico não inferior a 50 mrn, nem superior a 75 mm.
256 257
Sistemas Prediais de Drenagem de Ág11as Residuais Domésticas Mcmual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Ágllas
6.4 Caixa de pavimento (passagem ou reunião) As câmaras de inspecção destinam-se a assegurar as operações de manutenção e
limpeza dos colectores.
As caixas de pavimento, de passagem ou de reunião são dispositivos destinados As câmaras de inspecção podem ser de planta rectangular, quadrada ou circular.
a aglutinar as descargas de vários aparelhos sanitários, conduzidas através dos com cobertura plana, tronco-cónica, simétrica ou assimétrica.
respectivos ramais de descarga individuais, e seu postetior encaminhamento através A figura 160 ilustra os tipos de câmaras de inspecção referidos.
258 259
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas
Nivel do terreno
l Cobertura
~rli~
.l~.--lr-ª - -- Coro
A A
SECÇÃO 8-B
r-:
' '
260 261
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais DomésticQs Manual dos Sistemas Prediais âe Dlstribuiçüo e Drenagem de Aguas
QUADRO CXLIX
Características das câmaras de inspecção
h I
(m) (m)
r
'~'''';\.'''' 0,25 <h< 1,00 :;:: 0,80 h
<2.50 1,00
262 263
Sistemas Prediais de Drenagem de Âguas Residuais DomistíccL\· Manual dos Sistemas Prediais de Disttíbuiçüo c Drenagem de Águas
De acordo com o fim a que se destinam. são designados por: bacias de retrete, Na grande generalidade dos casos, estes aparelhos são concebidos de forma a
banheiras. bases de chuveiro, lavatórios, bidês, pia de despejos (ou hospitalar), pia serem apoiados no fundo em dois pequenos muretes e envolvidos pe1ifericamente
turca. urinóis, lava~ louças, etc. com uma parede de alvenaria; mais raramente, possuem uns pés para apoio.
Na base deverão ser dotadas de pendente, de modo a que a água depositada no
7.2 Bacia de retrete seu interior possa ser escoada, por gravidade, na totalidade através dum ralo.
Estes aparelhos caracterizam~se pelas suas dimensões exteriores em planta e pela
As bacias de retrete são aparelhos com sifão incorporado, constituídos por uma sua capacidade volumétlica, que geralmente oscila entre os 150 e 200 l [39].
única peça. destinados a receber dejectos humanos e águas usadas, podendo ou não A figura 167 ilustra uma banheira do tipo rectangular.
dispor de autoclismo acoplado.
São aparelhos geralmente fabricados de material cerâmico vidrado. podendo por
vezes ser fabticados em aço-inox, para fins específicos.
As bacias de retrete podem ser de descarga normal (com ou sem ventilação) ou
sifonada. com saída vertical ou oblíqua; podem ser também de assentamento no pa-
vimento. ou suspensas numa superfície vertical.
A diferença entre descarga normal e sifonada consiste: no primeiro caso, o arras-
L __7
tamento dos despejos dá-se exclusivamente pela acção do caudal descarregado pelo
autoclismo ou fiuxómetro; no segundo caso. para além disso. a descarga é coadjuva-
da por uma aspiração devida à posição e dimensões da conduta e do sifão, sendo este
tipo de descarga caracterizado por se processar de forma mais enérgica, proporcio-
nando uma melhor e mais eficaz limpeza do aparelho.
A figura t 66 ilustra alguns modelos de bacias de retrete.
~
7.4 Base de chuveiro
@«])
São aparelhos geralmente fabricados em aço esmaltado, existindo também
no mercado em ferro fundido esmaltado. material cerâmico vidrado e em fibra de
vidro.
Na grande generalidade dos casos. estes aparelhos são concebidos ele forma a
Fig. 166- Bacias de retrete serem apoiados no pavimento e envolvidos pelifericamente com uma pequena
parede de ai venaria.
7.3 Banheira Na base deverão ser dotados de pendente, de modo a que a água depositada no
As banheiras são aparelhos geralmente de forma aproximadamente rectangular, seu interior possa ser escoada, por gravidade, na sua totalidade através dum ralo.
destinudos às operações de higiene corporal, alimentados por água quente e fria. Estes aparelhos caracterizam-se pelas suas dimensões exteriores em planta. que
São aparelhos geralmente fabricados em aço esmaltado, existindo também no geralmente oscilam entre LO e 1,4 m [39].
mercado de ferro fundido esmaltado e de fibra de vidro. A figura 168 ilustra uma base de chuveiro.
264 265
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçtío e Drenagem de Águas
f~
"'-,--- f;
,-~----
7.5 Lavatório
266 267
Sistemas Prediais de Drena[!.elll de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Disttibuiçâo e Drenagem de Águas
As pias de despejos são aparelhos constituídos por uma única peça, destinados a
receber despejos de águas usadas, ou despejos com dejectos humanos. etc .. dispondo
de uma grelha rebatível, onde se possa colocar por exemplo um balde.
São aparelhos geralmente fabricados de material cerâmico vidrado, sendo por I
vezes de aço-inox ou outros materiais. para fins específicos. li
~~'
As pias de despejos são aparelhos concebidos de modo a serem assentes sobre
superfície horizontal (pavimento).
Deverão ser equipados com autoclismo ou fluxómetro para limpeza interna, à
sernelhança das bacias de retrete; deverão ainda dispor de tomeira de água destinada
à lavagem dos recepientes que transport.:'lm os dejectos.
Estes aparelhos caracterizam-se pelas suas dimensões exteriores em planta, que Fig. 172- Pia turca
geralmente oscilam entre 0.50 m X 0,50 me 0,60 m X 0,50 rn [39].
A figura 171 ilustra uma pia de despejos. 7.9 Urinol
269
268
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçclo e Drenagem de Águas
~~
Estes aparelhos caracterizam-se pelo seu tipo (espaldar, coluna, suspenso e nía-
-w
gara) e pelas suas dimensões exteriores.
A figura 173 ilustra os tipos de urinóis referidos.
~
~ Fig. 174- Lava-louças
270 271
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribniçüo e Drenagem de Águas
8.2 Caudais de descarga Para situações não-enquadráveis nos casos anteriormente referidos, o coeficiente
de simultaneidade deverá ter em conta a especificidade da instalação.
Os caudais de descarga são os caudais clescan·egados pelos aparelhos sanitários
para a rede de drenagem, tendo em conta as suas caractetísticas particulares.
Os caudais de descarga, a adoptar no dimensionamento das redes de drenagem, 8.5 Capacidade de autolimpeza das tubagens
deverão ser os indicados através do quadro CXXXI, salvo os casos em que os fabri~
Nos casos em que as águas a drenar contenham elevados teores de gordllras.
cantes dos aparelhos sanitários recomendem caudais de valor superior.
lamas, etc., dever-se-á proceder à verificação da capacidade de autolimpeza das tu-
8.3 Caudais de cálculo bagens de fraca pendente, fundamentalmente nos casos em que se trate de colectores
prediais ou de ramais de ligação.
Tendo em conta a inverosimilhança de num mesmo edifício todos os apare- Para que esta condição se ve1ifique. em te1mos satisfatórios, a tensão de an·asta-
lhos procederem a descarga simultânea, salvo os casos em que o número de apa~ mento deverá ser superior a 2,45 Pa.
re!hos seja menor ou igual a dois e em detem1inadas situações específicas de bate- A tensão de arrastamento é calculada como se indica:
rias de aparelhos, os caudais que servem de base ao dimensionamento das tubagens
(caudais de cálculo) não se traduzem pelo somatório dos caudais de descarga (caudal "= y.R.i (lO!)
acumulado) atribuídos aos aparelhos instalados. mas sim por este mesmo somatório
em que:
afectado ele um coeficiente. que expressa a probabilidade dessa ocorrência e se de~
signa por coeficiente de simultaneidade: -r - tensão de arrastamento (Pa)
y - peso específico da água residual (Niln3 )
(lOO) R - raio hidráulico (m)
i - inclinação da tubagem (m/m)
em que:
Q, - cauda! de cálculo
Nesse sentido, as velocidades de escoamento não devem ser inferiores a
c, - coeficiente de simultaneidade 0,6 m/s para águas residuais sem gorduras ou com teores destas muito reduzidos e
Q, - cauda! acumulado 1,2 mls para águas residuais com significativos teores de gorduras.
De acordo com a regulamentação aplicável [5]. à semelhança do que em 8.4 do 8.6.1 Ramais de descarga individuais
Capítulo I foi refetido para a distribuição predial de águas. os coeficientes de simul-
Os ramais de descarga individuais poderão ser dimensionados para um escoa-
taneidade poderão ser obtidos por via analítica ou gráfica.
mento a secção cheia, nos casos de sistemas apenas com ventilação primária, desde
A sua determinação pode ser feita através dos métodos analíticos indicados no
ponto anteriormente mencionado, ou através da via gráfica do regulamento, expressa que a distância entre o sifão e a secção ventilada não ultrapasse o valor máximo
pela curva da figura 175. a qual permite a obtenção directa dos cauduis de cálculo a admissível obtido pelo ábaco da figura 176, ou nos casos de sistemas com ventilação
partir do conhecimento dos caudais acumulados confluentes (somatório dos caudais secundária completa; caso contrário, o dimensionamento deverá ser feito como para
de descarga). os ramais de descarga não~ individuais.
No caso de escolas, internatos. balneários. recintos desportivos, quartéis, etc., As inclinações dos ramais de descarga terão de estar compreendidas entre J. O e
em que seja previsível a utilização simultânea dos aparelhos instalados, o coeficiente 40 mm/m.
de simultaneidade que afectará o somatório dos caudais de descarga deverá ser a No quadro CL apresentam-se os valores mínimos a considerar para os diâmetros
unidade. dos ramais de descarga individuais dos aparelhos ~anitários.
272 273
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas
~
I 1/ lO
..........
I I POOLOO A I
\ t--
500
.,
1/
/ /
~ ''
-
'-....:. r-..-- f---
-- --
000
JOO
200
"'
/
y
/ 1/ "
o
11 1.5 1} 1,9 l.1 u 2.5 1 1.0 1 lS
d (m)
__. v
Ln.va-Jouça, Chuveiro, Lnvntório, Bidé (0 40)
I
Bacia de rctrete (0 90 a 0 100), Sifão de piso, Uri110l de espaldar (0 75)
o Tanque de lavar roupa, Máquinas de lavar roupa e louça, Banheira (0 40), Sifüo de piso,
000
50 100
"' 200
Urinol suspenso (0 50)
1/
Fig. 176- Distância máxima admissível entre o sifão e a secção ventilada
QUADRO CL
000
Diâmetros mínimos dos ramais de descarga individuais [5}
Q, .::; 7,3497Q:·"" Diâmetro mfnimo do ram.al
Aparel(l()_ sanitário
Útdividual (nini)
oco Bacia de retrete
1/ 90
Banheira
000
I Bidê
Chuveiro
40
1/ Lavatório
Máquina de lavar louça
/ Lava-louça
Urinol de espaldar 75
275
274
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas
O diâmetro interior dos ramais de descarga é calculado como se indica: • ou através dos ábacos da figura 177;
a) Determina-se o caudal de cálculo confluente para o ramaL de acordo com o
referido em 8.3:
b) Determina-se o diâmetro do ramal:
"',,9.5 111111
o Oiflt.
• ou através da fórmula de Manning-Strickler: "' \05.1 (flrfl
Qif\1..
(102)
-
,. a5.G 1"1'\l"fl
l)\1\t.
em que:
1)",(11..
"' 70.ó (1"11"1'\
Q -caudal de cálculo (m3/s)
K - rugosidade da tubagem (m 11's 1) "o
A -secção da tubagem ocupada pelo fluido (m 2)
R -raio hidráulico (m)
o
-
i -inclinação (m/m) ,. 4S.G mm
O"o(l\.
O raio hidráulico R é obtido através do quociente entre a área da secção líquida e "' :)6.9
-
(flffl
O"on\.
o perímetro da secção líquida em contacto com as paredes de tubagem.
Para escoamento a secção cheia e a meia secção, o raio hidráulico pode
ser obtido através da divisão do diâmetro interior da tubagem (D) por quatro
(R = D/4 ). donde virá que: 'o0.01 0.02 O.OJ O.!H
Inclinação (m/m)
Escoamentos a meia secção (K = 120 m w.~)
para escoamentos a secção cheia: (103)
000
000
para escoamentos a meia secção: (104)
PVC 120
Cimento liso. chapa metálica sem soldaduras, fibrocimento 90 a 100
Cimento afagado, aço com protecção beluminosa 85
'" ' 0.02 03
lndinoçlio' (m/
Reboco. grés. ferro fundido novo 80
Escoamentos a secção cheia (K = 120 mw.s)
Betão, ferro fundido com algum uso 75
Ferro fundido usado 70 Fig. 177- Dimensionamento dos ramais de descarga
------
276 277
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
• ou através da tabela do quadro CLIL se o sistema possuir ventilação secundária; caso contrário, esta taxa de ocupação
descerá até 1/7, com o aumento do seu diâmetro, de acordo com a tabela do quadro
QUADRO CLII
CLIII, cujos valores resultam da relação experimental:
Dimensionamento dos ramais de descarga
Caudais (l/min) Q,; 2,5D (106)
Diâmetrp
DN interior Inclinação
(mm). em que:
(mm) )% 2% 3% 4%
40 36.4 16 23 28 33 Q -caudal de cálculo (1/min)
D- diâmetro interior do tubo de queda (mm)
50 45.6 30 42 52 60
75 70,6 96 135 165 191 a que correspondem valores de depressão nos tubos de queda não superiores a
90 85.6 160 226 277 319 40 mm.c.a., equivalentes a oscilações de nível nos sifões dos ramais convergentes na
110 105,1 276 390 478 552 ordem dos 25 mm (vd. 8.9).
125 119.5 389 550 673 777
QUADRO CLIII
o~ caudais das cannli;:.ações foram calculados de fonna a que Diâmetros dos tubos de queda e taxas
o escoamento se processe a 1/2 secção, através da fórmula de
Manning-Strickler e considerando que o material da tubagem
de ocupação f 5]
possui uma rugosidade K = 120 mw.s-•
DitJmetro do tubo de queda (mm) Taxa de ocupação(~,)
dv (107)
(105) m -:m·g-'t·n·D·M
dt
em que: em que:
t, - taxa de ocupação m - massa de água passada através da secção oo intervalo de tempo t
s,._, -secção ocupada pelo caudal de esgoto v - velocidade de escoamento cmTespondente a percon-er um percurso !J.Z
S"' - secção ocupada pelo caudal de ar t -tempo
278 279
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distl"ibuiçlio e Drenagem de Águas
g -aceleração da gravidade quando z corresponde à distância medida até ao ponto de entrada. Substituindo na
1 -atrito por unidade de área equação (I 08), teremos:
D -diâmetro interno elo tubo de queda
ó.L -altura do anel de água dz=L vdv
Q -caudal escoado através do tubo de queda g1_:"_.ÀDv3 ( 113)
2 d Q
Procedendo à substituição de m e definindo 1: em termos do coeficiente de atrito
À e da velocidade v, teremos: Integrando esta equação, obtém-se o valor do comprimento L 1 (em metros) ao fim
do qual se atinge a velocidade terminal, o qual é dado pela expressão:
dv nÀ
-=g--·D·v 3 ( 108)
dt 2Q (114)
A velocidade terminal no tubo de queda verificar-se-á quando dvldt =O, condu- O diâmetro interior dos tubos de queda é calculado como se indica:
zindo à expressão: a) Dete1mina-se o caudal de cálculo confluente para o tubo. de acordo com o
referido em 8.3;
(109) b) Calcula-se o diâmetro do tubo:
v,=2(;)"'
• ou através da expressão obtida a partir da equação (111):
em que:
D = 4,4205 · Q 318 · (j18 (115)
v,-velocidade terminal (m/s)
Q -caudal escoado (1/min) em que:
D -diâmetro interior do tubo (mm) D ~diâmetro interior elo tubo de queda (mm)
Q ~caudal de cálculo (1/min)
Atendendo à equação da continuidade:
t, ~taxa de ocupação
Q= v.S (llO)
• ou através da tabela do quadro CLIV:
Considerando v a velocidade terminal e S a secção da tubagem ocupada pelo
caudal escoado em função da taxa de ocupação '·'e do diâmetro do tubo, teremos: QUADRO CL!V
Dimensionamento dos tubos de queda
( lll) Caitddis-(1/ritin)
Diâmetro
DN interior 'flo:/i de 'óCu[JàçQ()
(mm.)
em que: (mm) 113 1/4 115 116 117
50 45.6 81 50 34 25 20
Q -caudal escoado através elo tubo (1/min)
I, -laxa ele ocupação 75 70.6 259 160 111 82 63
D -diâmetro interior elo tubo (mm) 90 85.6 433 268 185 136 106
110 105,1 749 464 320 236 182
O comprimento percorrido pelo anel de água até atingir a velocidade terminal é 125 119.5 1055 653 450 332 257
relativamente curto. podendo ser obtido através da equação 140 133.9 1429 885 610 450 348
160 153.0 2039 1262 870 642 497
dv dv ( 112) 200 191.4 3704 2293 1581 1167 902
-=v-
dt dz 250 239.4 6728 4165 ?872 2119 1639
281
280
Sistemas Prediais de Drmagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas
1
~ \
vIX 1J
V -velocidade terminal da água
1
, Conhecida a relação entre Sar' Se,- e a taxa de ocupação expressa em 8.8 (105),
virá: '
I I 'I (118)
/ ' / 'I
I 'I If- Pelo que se pode escrever:
(117) (121)
282 283
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçiio e Drenagem de Águas
0,904x10-3 D 5 (123)
L,, ·-'- (122)
f Q,~,
A figura 180 ilustra um ábaco que possibilita a determinação de Q,., conheci-
A figura 179 ilustra um ábaco que possibilita a obtenção de f em função de D v e do D, para uma taxa de ocupação de 113, uma vez que, quando é instalada venti-
um ábaco que relaciona Q,.,. com o comprimento L, e o diâmetro Dv. lação secundária, os tubos de queda poderão ser dimensionados para essa taxa de
ocupação.
'
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0.0
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'' s
' .........
5,., o
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O• (mm) ' 00)
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r'- i'- !'---
l::::s 7
1/
i
i--.
'"
i'-
Camptirnoolo l' (m)
" ." 100 200
Diõmetro do !u~o de quedo (mm)
:lOO
Fig. 17Y- Relação entre o diâmetro e o comprimento da coluna de ventilação Fig. ISO~ Determinaçfto do caudal de ar
284 285
Sistemas Prediais de Drenagem de Aguas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas
Conhecido o caudal de ar, e tendo em conta a limitação de introdução nos ramais A tabela do quadro CLV estabelece uma relação entre Dv, Lv e D,
de descarga convergentes para o tubo de queda de depressões de valores não superio- para alguns valores de diâmetros de tubagem de PVC comercializados no mercad0
res a 25 mm c. a., poder-se-á calcular o diâmetro da coluna de ventilação secundária, nacional.
em função do seu comprimento e do caudal de ar, através da expressão (122).
A combinação dos ábacos das figuras 179 e 180 permite obter o ábaco da QUADRO CLV
figura 181, o qual possibilita a determinação do diâmetro da coluna de ventilação Dimensionamento das colunas de ventilação
secundária em função do diâmetro do tubo de queda respectivo e do comprimento
máximo da coluna. Altura máximC; (,n)
DN do tubo de éiiteda
DN Diâmetro
interior
(mm) Diâmetro interiór do tubo de_ queda '(rmn)
I\00, (nvn)
90 110 125 140 160 200 250
85,6 105,1 119,5 133,9 153,0 191,4 239,4
!
-
~ 50 45,6 5
E
2 "
, I 75 70,6 55 18 9 5
1--
90 85,6 154 SI 26 14 7
~--- r- t- 1-
Dv " 191_4
•• IIO 105,1 154 77 42 21 6
r---
f--
1--
-t----
t-- l::t- ~mt--
~
Ov ~ 119_·; mm
Dv~
r- - r- t--
t-
1-
\\'1,.
125
140
II9.5
133,9
154 84
154
41
75
12
23 7
Dv"'456mm
1--
8.10 Colectores prediais
t--
., O diâmetro dos colectores prediais não deve ser inferior ao maior dos diâmetros
'00
Alluro móximo (m) das canalizações que para ele confluem, com um mínimo de 100 mm.
286 287
Sisremas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçlío e Drenagem de Águas
QUADRO CLVI Os tubos de queda serão executados em PVC rígido e prolongados acima da
Dimensionamento dos colectores prediais cobertura, de acordo com as disposições regulamentares aplicáveis. nos diâmetros
indicados nas peças desenhadas e quadros.
Diâmetro Caudais (flmin)
DN Os colectores prediais serão executados em PVC rígido de K = 120 m w .s· 1• nos
intàior lncllnâçüo
(mm) diâmetros indicados nas peças desenhadas e quadros, sendo instalados com inclina-
(mm) J% 2%· 3% 4%
110 105.1 276 390 478 552 ções de 20 mm/m.
125 119,5 389 550 673 777 A câmara de ramal de ligação ficará instalada no inte1ior da edificação e posicio-
··----
140 133,9 527 745 9!2 1053 nada de acordo com o assinalado nas peças desenhadas.
160 153.0 751 1063 1301 1503 O ramal de ligação será executado em PVC lÍgido de K = 120 rn 113 .s· 1• no
200 191.4 1365 1931 2365 2730 diâmetro indicado nas peças desenhadas e quadros, e instalado com inclinação de
250 239,4 2479 3506 4294 4959 20mmJm.
----·-
315 301.8 4598 6503 7965 9197 As figuras 182 a 187 mostram em planta a rede de drenagem dos diferentes pisos.
-----·-· -------
Os caudais da~ canalizações foram calculados de r·orma u que o escoamento
A figura 188 mostra em termos esquemáticos em corte o desenvolvimento de tu-
.>c processe a 1/2 secç:lo, atravb dn !"ôrmula de Manning-Strickkr e considc-
rando que o material da tubagem possui uma rugosidade K = 120 m 11-'.s- 1 bos de queda, dos colectores prediais e da ligação do sistema predial à rede pública.
288 289
Sistemas Prediais de Drenagem de Aguas Residuais Domésticas
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas
Os tubos de queda foram dimensionados de acordo com os critérios indicados Dimensionamento do ramal de ligação
Proveniência
r_ Caudal Caudal Diâin(/ti·O·::é!O ·.
em 8.8. Inclinação,
., aCtp.,;.ulq(zp ,,_ , -_d_e.cttJ.~ftz~.: ·ram~·l~'.dt'Ji'g'b~d;)-·:
No quadro CLIX indicam-se os parâmetros necessários à determinação dos das descargas·
(llmin) (1/min)
·::'(0niil~ít-- -i ' 6;th';:J:;.;;r/',<i''c O:
diâmetros dos diferentes tubos de queda referidos. Dl+D2+D3+D4 1380 352 20 125
290 291
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas
PISO 4
COBERTURA
I
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Fig. !84- Drenagem do piso 4
Fig. I 82- Cobertura do ediflcto
PISO 3
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293
292
Sistemas Prediais tle Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
PISO 2
CORTE
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60.00
59.90
295
294
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Si,\·tenws Prediais de Disrribuiçüo e Drenagem de Águas
9 INSTALAÇÕES COMPLEMENTARES frequentemente ocnpados. de forma a reduzir os efeitos de eventuais maus cheiros
delas emanados.
9.1 Sistemas elevatórios No sentido de evitar a emanação de cheiros e a passagem de gases para o exte-
9.1.1 Generalidades rior, deverão ser dotadas de dispositivos de fecho hermético.
Deverão ser dotadas de ventilação secundária. a qual será obtida através de tuba-
De acordo com a filosofia regulamentar [5], todas as águas residuais recolhidas a gens com diâmetro não inferior ao da tubagem de compressão.
nível inferior ao do arruamento, mesmo que acima do nível do colector público. de- A estmtura da câmara deverá ser independente dos elementos estruturais do
vem ser bombadas, de modo a evitar o possível funcionamento em carga do colector edifício.
público. o que eventualmente se poderia traduzir na inundação das zonas posiciona- As câmaras deverão ser concebidas de forma a garantir a sua impermeabiliza-
das nesses níveis.
ção; o revestimento interior deverá ser resistente à acção corrosiva dos efluentes a
Neste sentido e uma vez que actualmente se constroem cada vez mais edifícios
conter.
com vários pisos abaixo do nível dos arruamentos, o que impossibilita que as águas
A concordância do fundo com as paredes deverá fazer-se através de superfícies
residuais recolhidas a esses níveis sejam conduzidas por gravidade para os colectores
com inclinação mínima de 45°. de forma a evitar a deposição de matérias sólidas.
públicos, existe a necessidade de dotar estas edificações de instalações elevatórias.
A geometiia das câmaras será função do tipo de equipamento elevatório a
destinadas a elevar por meios mecânicos as referidas águas residuais.
utilizar. No entanto, deverá ser assegurado o acesso para eventuais operações de
Os grupos de elevação deverão preferencialmente ser constituídos por dois ele-
manutenção e de reparação; deverá também ficar assegurado que o nível máximo de
mentos de bombagem funcionando como reserva activa mútua, dotados de dispositi-
água residual no seu interior não ultrapasse a cota de soleira do colector afluente.
vos de comando. segurança e alarme.
Os tipos de sistemas mais utilizados para este fim são constituídos por: elemen- Os aspectos enunciados, nos casos de câmaras que comportem duas células,
tos de bombagem submersíveis (a câmara de bombagem é constituída por uma única dizem unicamente respeito à célula destinada à recolha dos efluentes e não àquela
célula, onde coabitam os elementos de bombagem e os caudais afluentes), ou ele- onde se encontram as electrobombas.
mentos ele bombagem instalados em câmara seca (a câmara de bombagem é consti-
tuída por duas células. uma para instalação dos elementos de bombagem e outra para 9.1.2.3 Dimensionamento
recolha dos caudais afluentes).
A câmru·a deverá possuir uma profundidade mínima de cerca de 0,90 m, medida
entre a cota de soleira da câmara e a cota de soleira do colector afluente.
9.1.2 Câmaras de bombagem
O volume útil da câmara de bombagem será função do caudal de cálculo e do
9.1.2.1 Generalidades número horário de ruTanques admitido para o elemento de bombagem, com o objec-
tivo de evitar tempos de retenção que excedam 10 minutos para os caudais médios
As câmaras de bombagem têm por finalidade armazenar águas residuais, as
afluentes, o qual poderá ser determinado através da expressão:
quais, por intermédio de equipamentos mecânicos. são posteriormente elevadas para
os níveis pretendidos, de modo a chegarem à câmara de ramal de ligação. v = 0.9·Q,. (125)
A deposição das águas residuais em câmaras de bombagem só deverá ser feita UI. N
nos casos em que haja recolhas a nível inferior ao do arruamento.
Os caudais afluentes dos diferentes aparelhos, cuja drenagem não seja possível em que:
cfectuar por gravidade, deverão ser conduzidos para uma câmara de inspecção, antes v;.,_ -volume útil da câmara de bombagem (m1 )
de darem entrada na câmara de bombagem. Q, -caudal afluente dctcmünado (1/s)
N -número horário de arranques do elemento de bombagem
9.1.2.2 Aspectos construtivos Os aspectos enunciados, no caso de câmaras que comportem duas células. dizem
As câmaras deverão ser implantadas em locais que permitam uma fácil inspec- unicamente respeito à célula destinada à recolha dos efluentes e não àquela onde se
ção e manutenção. Dever-se-á preferencialmente garantir o seu afastamento de locais encontram as electrobombas.
296 297
-?"" '
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçiio e Drenagem de Â.guas
9.1.3 Instalações elevatórias Estas instalações deverão ficar o mais afastadas possível das zonas habitadas,
não só pela razão da eventualidade de emanação de maus cheiros, mas também para
9.1.3.1 Generalidades
minimizar os efeitos dos ruídos derivados do seu funcionamento, devendo ainda,
Para que uma instalação elevatória de águas residuais transporte com eficácia neste sentido, ser dotadas de sistemas de isolamento convenientes, nomeadamente
as águas residuais afluentes da câmara de bornbagern para a câmara de ramal de embasamentos isolados e fixações elásticas.
ligação, é indispensável a determinação exacta quer do caudal residual afluente quer Os grupos serão constituídos no mínimo por duas electrobombas, cada uma das
das caractetísticas dos elementos de bombagem, as quais serão função do tipo de quais com capacidade de elevação para o caudal afluente previsto incrementado em
água residual, da altura manométrica de elevação e do número horário de an·anques cerca de 20%, como margem de segurança, e para a altura manomét.J.ica de elevação
determinada, majorada de 10 a 20%.
admitido.
Os grupos electrobomba devem ser de funcionan1ento automático, permitindo
Como já atrás se referiu em 9.1.1, os grupos de elevação deverão ser constituídos
preferencialmente também o comando manual e ter caractelÍsticas adequadas ao
no mínimo por dois elementos de bombagem, destinados a funcionar como reserva
caudal residual a transportar.
activa mútua; em caso de necessidade, deverão funcionar também em conjunto, de
O comando automático do grupo poderá ser conseguido através de reguladores
modo a incrementar a capacidade de elevação. É boa prática a utilização de tuba-
de nível (bóias flutuadoras), os quais, ao atingirem os níveis pré-fixados, actuam
gens de compressão com diâmetro não infelior a 75 mm, nos casos de existência de
sobre os relés de comando, emitindo ordens de paragem ou de accionamento dos
eftuentes provenientes de bacias de retrete; no entanto. como medida de segurança, motores. O sistema de segurança e de alarme pode ser obtido através dos reguladores
recomenda-se a utilização de tubagens com diâmetro supelior ou igual a 90 mm. de nível atrás referidos, sendo o sistema accionado sempre que nestas posições não
As canalizações de aspiração, quando existam, devem ser independentes e se verifique quer o acciona:mento, quer a paragem dos motores.
possuir diâmetro constante ao longo de todo o seu desenvolvimento, o qual em caso As figuras 189 e 190 ilustram de fomm esquemática duas instalações deste tipo,
algum deverá ser inferior ao das tubagens de compressão. uma com bombas submersíveis e ouu·a com montagem dos elementos de bombagem
A velocidade mínima de escoamento não deverá ser inferior a 0,7 m/s. em câmara seca.
Como antedom1ente se referiu, os elementos de bombagem serão seleccionados
em função do tipo de água residual a bom bar, a qual implica o uso de diferentes tipos
de impulsores. Seguidamente, enunciam-se os tipos de impulsores mais usuais. e os
tipos de águas residuais mais adequados a serem por estes transportados:
298 299
Sisremos Prr:diois de Drerwgcm de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistema.\· Prediais de Distri!miçüo e Drenagem de Aguas
1 - Ekctrobomb<I 5
2- Válvula de retenção
3- Bóiu llutuadora (~en~or de níve!J
3 ~.
4- Válvula de seccionamcn\Cl
'
~ lc = 9.00 m
5- Colcctor ;illuenle
6 - Tubagem de compressão I
7 - Sinalizaclor ncústico I
: -; Quadro de comando c controlo I
9 -Condutores cléctrico:;
,--I
Fig. ! 90- Instalação elevatória com bombas submersíveis
300 301
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
302 303
Sistemas Prediois de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sisrcmas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas
304 305
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
A retenção das gorduras é obtida mecanicamente pela separação e retenção des- No sentido de assegurar um desempenho funcional satisfatório, a instalação de
tas, devido às diferenças de densidade verificadas entre os elementos que constituem retenção deverá ser inspeccionada com a pedodicidade adequada, para remoção das
essas águas. gorduras retidas e verificação do seu estado de conservação.
As figuras 193 a 196 ilustram diferentes tipos de sistemas de retenção de
9.2.3.2 Disposições construtivas e de utilização gorduras.
Um dispositivo retentor de gorduras deverá ser constituído por uma ou várias Gordura
Entrado Saído
câmaras retentoras de _elementos pesados e uma câmara de retenção de gorduras,
.....•.. / ..·.·.··•····
separadas ou não.
As águas residuais, ao entrarem na câmara, sofrem substancial redução na sua
velocidade de escoamento, o que possibilitará a separação das gorduras das águas
residuais devido à diferença de densidades, as quais deverão ser periodicamente reti-
radas. possibilitando desta forma o seu adequado desempenho funcional.
Estes elementos de retenção deverão ser instalados sempre que se verifique a
existência de instalações de confecção de alimentos em quantidade significativa (res-
taurantes, hotéis, etc.), uma vez que. geralmente, os caudais drenados neste tipo de
instalações transportam elevados teores de gorduras.
Entrado
Este tipo de equipamento existe no mercado em sistemas prefabricados. os quais
oferecem algumas vantagens relativamente aos equipamentos de construção no lo-
cal, merecendo algum destaque a facilidade de instalação e eventualmente substitui-
ção, se bem que possa ocOITer uma não-perfeita adequação ao sistema de drenagem
em presença.
Quer a câmara de retenção de gorduras, quer a câmara de retenção de elementos
Fig. 193 - Câmaras de retenção de gordura com câmara de retenção de elementos
pesados deverão possuir totais garantias de estanquidade, devendo ser fab1icados de pesados incorporada e separada (prefabricadas)
forma a não se tornarem susceptíveis a ataques corrosivos. Os equipamentos pro-
duzidos em betão ou alvenaria serão revestidos com camada de reboco afagado de
espessura não inferior a 15 mm, posteriormente recoberta com pintura resistente ao
ataque de ácidos gordos.
Como forma de se obter uma razoável eficiência na retenção, a entrada e a saída Saído
dos efluentes deverão posicionar-se em planos opostos. A entrada dos caudais resi-
duais na câmara de retenção deverá processar-se de molde a não perturbar quer a
ascensão das partículas de gordura, quer o repouso da gordura acumulada, devendo
para o efeito a<> câmaras ser dotadas de septos à entrada e à saída.
As câmaras de retenção de gorduras deverão ficar posicionadas o mais próximo
possível do local de produção dessas águas residuais, evitando-se desta fonna os
problemas relacionados com a redução das secções das tubagens onde se escoam. Fig. 194- Câmara retentora de gorduras com deflectores (prefabricada)
306
Sislcmas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçiio c Drenagem de Águas
Ref.
I Valores
recomendados
Entrado (mm)
A .•...
. I
B .· ·.
I > 200
J I >G
K
L ~ 100
Saida Entrado
M .::::20
N <700
Enlrocfo 0a 0v
309
308
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
311
310
~~------
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçüo e Drenagem de Aguc1s
Hidrocarbonetos v, v
I I Valores
~r
Entrado ~
A ',
:=r
Hidrocarbonetos ;
Saída .;-:: 100 '
ol" I\ L... B
!
I
Câmara Hidrocarbonetos c C!L> 1
~
, ·j D 50
---- \ Obturador I
-----< ~ ~l E > 150 '
Cômoro Separador
--~-
~-
F :2::350
Cêmorc Mol~riais ~esoda:;
I i G ~ 200
Fig. 197- Câmara de retenção de hidrocarbonetos metálica (prefabricada)
,,
I '. .. '
H ;?:200
I
.T > 150
K ;:: 200
L
'
'' 0v até 0e
' igual a 100
Oe
·--
' se 0e> 100
0v = 2/3 0e
Tubulação para retirado
-do hidrocarboneto flutuante
Fig. 199- Câmara de retenção de hidrocarbonetos fabricada in situ
Q 9.2.4.3 Dimensionamento
312 313
Sistemas Prediais de Drenagem de Aguas Residuais Domésticas
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas
Seguidamente, interessa estabelecer os tempos de retenção a considerar, os Recorrendo ao quadro CLXVI e tendo em conta o número previsível de refeições
quais serão função dos produtos contidos nas águas residuais a tratar (quadro a servir diariamente, procedeu-se à determinação do caudal de ponta (Q = 2.0 1/s).
CLXIX). Para situações coxTentes, à semelhança do que foi referido para a superfície Em segundo lugar, fixou-se o valor da superfície específica de separação, ten-
específica de separação, é usual considerar o tempo de retenção mínimo referido, do em conta a origem das águas residuais, que para o efeito .assumirá o valor de
afectado do factor corrector n. 0,25 m2 por cada unidade de caudal residual considerado, em Vs.
QUADRO CLXIX Finalmente, detern1inou-se a capacidade volumétdca de retenção de gordura da
Tempos de retenção câmara, tendo em conta que a mesma deverá ter capacidade para reter um volume
mínimo de 40 1 de gordura por cada unidade de caudal residual a tratar, em 1/s.
Tempo mínimo
Tipo de produto Factor de correcção n O quadro CLXXI resume os valores detem1inados.
de retenção (s)
Gasolina 120
Petróleo 120 QUADRO CLXXI
Mazute 180 1,5 Dimensionamento da cânzara de retenção de gorduras
Óleo 240 2
Superfície especifica Volúme
Caudal de·ponta Tempo de-retenção
Finalmente, procede-se à determinação da capacidade volumétrica do retentor de separação dé-,:Cié!iÇijO_ .
(1/s) (s)
de hidrocarbonetos, o que poderá ser feito a partir dos valores contidos no quadro (m') de ·górdurGS ( l) ·
CLXX, ou estabelecer um valor estimativo da probabilidade de deiTame, e por con- 2 0.50 180 80
sequência a transportar, através das águas residuais na instalação considerada.
QUADROCLXX Como antedotmente foi referido, a câmara de retenção de lamas deverá ter um
Volume a considerar de hidrocarbonetos função do tipo volume semelhante ao da câmara de retenção de gorduras.
de viatura por lavagem
Volume (l) 9.2.5.2 Dimensionamento de câmara de retenção de hidrocarbonetos
\
Tipos de viaturas.
DesiiáuJção
Turismo e reboques Pesados e reboques Apresenta-se igualmente o dimensionamento de uma câmara de retenção de
de um eixo de dois eixos hidrocarbonetos, destinada a tratar as águas residuais provenientes de uma estação
Capacidade mínima do de lavagem de viaturas, referente a um período de um mês, no qual serão lavadas 600
50 100
retentor de lubrificante
Quantidade de lubrificante
viaturas ligeiras. Trata-se de hidrocarbonetos provenientes de óleos lubrificantes.
2 Considerando quatro agulhetas para lavagem da área considerada, e que cada
residual por lavagem
Quantidade de materiais uma debita um caudal de 1,5 l/s, procedeu-se à determinação de caudal de ponta
_J2esados por lavagem
10 20
(Q = 4 x 1,51/s) majorado com um coeficiente igual a 2.
314 315
Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçiio e Drenagem de Asuas
S'isrcmas Prediais de Drenagcm de JÍguas Residuais Domésticas
Ern segundo lugar, fixou-se o valor da superfície específica de separação, tendo acção mecânica (sedimentação e Jiotação) e a uma acção biológica (digestão anaeró-
bia ou fermentação séptica).
em conta o tipo de produto transportado nas águas residuais e recorrendo ao quadro
CLXVIII, o qual assumirá o valor de 0,40 m2 por cada unidade de caudal residual As águas residuais, ao entrar na fossa, deverão sofrer uma substancial redução
na sua velocidade, de modo a possibilitar que as matérias sedimentáveis que tra~18 _
considerada, em i/s.
Seguidamente. fixou-se como tempo de retenção 240 s. o qual é funçfto do tipo portam, sob a acção do seu próprio peso, se separem do líquido e se acumulem 110
fundo, formando lamas; as matérias transportadas de menor densidade, como oo-ordu-
de produto a tratar (quadro CLXIX).
De posse dos valores atrás mencionados, procedeu-se à determinação da capa- ras, detritos vegetais, etc .. flutuantes aglomeram-se à supelikie, formando a escuma
cidade volumétrica da câmara de separação (V::: caudal x tempo de retenção) e da ou crosta.
Logo, as fossas deverão ser concebidas de forma a que a velocidade das águas
supc1fície de separação total.
Finalmente, determinaram-se as capacidades volumétricas elas câmaras de re- residuais no seu interior sejam inferiores à velocidade a que se dá o processo an-
tenção, através dos valores contidos no quadro CLXX, para o número e o tipo de teriormente referido, bem como a serem dotadas de meios físicos que impeçam a
viaturas considerados. saída dos elementos flutuantes, possibilitando que se dê adequadamente toda a acção
O quadro CLXXII resume os valores determinados. mecânica. ~
Seguidamente estas substâncias, retidas no interior da fossa (escumas e lamas),
QUADRO CLXXII sofrem uma acção biológica, a qual consiste na sua transformação de matéria orgâ-
Dimensionamento da câmara de retenção de hidrocarbonetos nica em matéria mineraL acompanhada de libertação de gases, processada atravGs
duma fermentação do tipo anaeróbio: est:'l transformação consiste na extracção por
Caudal Supe1:{ície Tempo Volume Volume Volume
de ponta espec(fica de de retenção da càmara da câmara da câmara parte das bactérias do oxigênio desses compostos, que ficam sem oxigênio nas suas
separaçüo de separaçüo de óleo de elementos moléculas, o que implicará a estabilização destas matérias em maior ou menor grau,
~ w; N
-------------··-----·(50~~·-----
m m -~m bem como uma significativa reduçfto das lamas. em tennos volumétricos. A tempe-
ratura é um factor decisivo para a velocidade do processo transformativo.
(!.5x4x2) (0,40x!2) (!2X240) 600 ) (!Ox600)
140
- 2880 X 6000 Não deverão ser encaminhadas para as fossas grandes quantidades de gorduras
12 4_8 - - - - - - - - · - - __65_()__ ______._ _
ou ele detergentes, uma vez que a acção bacteriana pode ser prejudicada, em maior
ou menor escala, em função dessas quantidades.
10 SISTEMAS PRIVADOS DE TRATAMENTO DE ÁGUAS Tendo em conta o que atrás foi referido, alguns projectistas preferem encami-
RESIDUAIS DOMÉSTICAS nhar para as fossas apenas as águas residuais provenientes de aparelhos destinados
a receber dejectos humanos, encaminhando as águas saponáceas ou de lavagens di-
I 0.1 Generalidades
rectamente para os meios complementares ele tratamento. No entanto, uma fossa
Sempre que se veriíl.que a inexistência ele sistema público destinado à drenagem séptica bem dimensionada está em perfeitas condições de receber e tratar essas águas
de águas residuais domésticas, torna-se imperioso proceder à criação ele meios que residuais.
possibilitem a depuração dessas águas residuais. ele modo a que posteriormente pos- Não deverão ser encaminhadas para as fossas sépticas águas residuais pluviais.
sam ser lançadas numa linha de água ou infiltradas no solo.
O proc~sso de tratamento privado elos eftuentes domésticos mais generalizado
10.2 Fossas sépticas
no nosso país é, sem dúvida, aquele que recon·e às fossas sépticas, seguidas de trin-
cheiras de infiltração. leitos de inflltração, poços de in111tração. trincheiras filtrantes 10.2.1 Tipos e formas de fossas sépticas
ou últros de areia,enterrados (órgãos complementares). A selecção destes órgãos de
tratamento complementar. a instalar a jusante da fossa séptica, depende de vários 10.2.1.1 Considerações gerais
factores. tais como a área destinada à implantação do sistema. o seu afastamento de As fossas sépticas são geralmente de um dos seguintes tipos:
poços de água. a existência de lençóis ou linhas de água, a topografia do terreno, o
• fossas de dois andares:
tipo de solo, etc.
• fossas de um compartimento;
Uma fossa séptica é constituída por um ou vários reservatórios, onde as águas
• fossas de vários compartimentos.
residuais domésticas são mantidas, de modo a possibilitar que sejam sujeitas a uma
317
316
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas
As fossas podem ser ainda de fonna rectangular ou circular, sendo a última geo-
metria praticamente restringida a fossas prefabricadas, uma vez que as rectangulares . """ ·~aN j:Ç"
.1fâ_@ 11" ü p Soido
Enltodo~
são de mais fácil execução.
lul>oQetn de G i uol :
~r
Q..L -~ • \ Tubo em ~e 0 içuol
~~ ~~ ~:~;~e g~~~!JO ao do tubo de ootrodo
p 100 mm) , •• no loo~o
10.2.1.2 Fossas sépticas de dois andares --
'
Nas fossas sépticas de dois andares. o compartimento destinado à decantação ·- ' ..
sobrepõe-se ao destinado à digestão.
Este tipo de fossas não tem uma aplicação muito generalizada no nosso país,
talvez fundamentalmente por obrigar frequentemente a operações de manutenção,
destinadas à remoção das escumas do decantador, de modo a que estas não prejudi- Entrado Soldo
quem o processo de decantação.
A figura 200 ilustra uma fossa séptica de dois andares. ' .-
Poritca
Loilododocol
~I
U-01
Cõmoro de diq~;tiio
e ormol!.'f\Omenlo Dimensões em: m
-.,,,,,,,,+:::::::-· Fig. 201 -Fossa séptica de um compartimento
I
10.2.1.4 Fossas de vários compartimentos
Nas fossas sépticas de um compmtimento processam-se conjuntamente nesse 10.2.2 Disposições construtivas e de utilização
compartimento as acções mecânica e biológica (decantação e digestão) sobre as
águas residuais afluentes. No que se refere ao número de compartimentos das fossas, alguns estudos têm
A figura 201 ilustra uma fossa séptica de compmtimento único. revelado não haver grande vantagem num elevado número destes: alguns países
318 319
Sisremos Prediais de Drenagem de Ágl.!as Rcsidl.!ais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Dislribuiçiio e Drenogem de Águas
I~
l-· ' . ~'" oo:l ~~· oo:t .
~ ~ ~l~ .if:; ;;[, ll~=~=~""bl, l - -~~o:;~~'j..d;~·~J- Soido
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(~ 100 mm) ·• o'3o" 1 ::;J.. o.oG o.;o na ~osso
2 · . ' Cl Cl oJO Seplo de betão ormcóo
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Dimensões em: m
Dimensões em: m
Fig. 203- Fossa séptica de três compartimentos
Fig. 202- Fossa s~ptica de dois compartimentos
QUADRO CLXXI!l
estabelecem como \imite máximo quatro compartimentos, limitando no entanto a
Número de compartim.entos das fossas [43]
maioria esse número a três. ---------- --------~--
Preferencialmente. como forma de aumentar a sua eficiência. deverão ser consi- Evacuaçüo do ejluente da fossa
Evacuaçâo do ejfuente da fossa
Número de para massa de água reduzida ou
deradas fossas com um mínimo de dois compartimentos, sendo no entanto admissível para massa de âgua significativa
compartimentos para infiltração no solo
a utilização apenas ele um compartimento, quando a mesma se destina ao tratamento
Número de
elas águas residuais de uma habitação unifamiliar ocupada por um pequeno número
< 20
de uiílizadores. ou quando utilizada sazonalmente.
2 20 a 100 <20
Um critério a adoptar para o estabelecimento do número de compartimentos po-
3 > !00
derú basear-se nos pressupostos est..Lbelccidos no quadro CLXXIII.
321
320
Si.1·temas Prediais de Drenagem âc Águas Residuais Doméscicas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas
As fossas sépticas deverão preferencialmente ser construídas em betão armado, tal se justifique (as lamas acumuladas não devem distar menos de 0,3 m do sep~
devendo em todas as circunstâncias ficar assegurada a sua resistência estrutural, para to junto da saída e a parte infetior da camada de escumas deve ficar pelo menos
além da sua completa e pe1feita estanquidade, através de revestimento interior ade- 0,075 m acima da parte inferior do septo), não ultrapassando os dois anos. As ope-
quado às características das águas residuais a tratar. rações de manutenção só deverão ser iniciadas após a fossa ter permanecido algum
Deverão ser respeitadas algumas relações dimensionais das fossas sépticas, de tempo aberta (cerca de 30 min), de modo a que se dê o escape dos gases concentra-
modo a evitar zonas mortas (sem movimento adequado dos eftuentes), bem como a dos no seu interior, os quais poderão pôr em risco a integridade física dos operado-
controlar a velocidade de circulação das águas residuais no seu interior. res, visto serem tóxicos.
O quadro CLXXIV ilustra as relações dimensionais admissíveis, bem como al-
As figuras 200 a 203 registarn algumas caractelisticas dimensionais mínimas
guns limites a observar, tendo em atenção evitar os fenómenos atrás mencionados.
a observar na concepção de fossas sépticas de um, dois e três compartimentos, no
QUADRO CLXXIV sentido de lhes conferir um desempenho funcional adequado, tendo em conta o ob-
jectivo do projecto.
Relações dimensionais admissíveis [43}
Relação Altura 10.2.3 Localização das fossas sépticas
Capacidade relativa entre compartimentos
Número de comprimento máxima(H)
compartimentos jlargura , das águas
As fossas deverão ser instaladas junto à edificação ou edificações que servem,
C/ C2 C3
(c/l) (m)
com um mínimo de afastamento destas de I ,5 m, de modo a que o escoamento se
211 a 3/l
processe facilmente entre a edificação e a fossa e entre esta e os órgãos complemen-
~ 1,20 e
2 C!= 2.C2 C2 = Cl/2 ', tares de tratamento.
~2,00
até 5/1
' Como anteriormente foi refelido, as paredes das fossas devem ser construídas
3 CI = (C2+C3) C2=C3 C3=C2 de modo a que a sua estanquidade fique assegurada; no entanto, tendo em conta a
ocorrência de quaisquer fugas, deverão ficar posicionadas de modo a garantir um
As fossas sépticas de um e de dois compartimentos deverão ter duas aberturas de afastamento da ordem dos 3 m, de tubagens de água ou árvores de grande porte e na
dimensão mínima igual a 0,6 m e de fecho hennético, uma sobre a entrada e outra ordem dos 15m de poços, fontes, etc., preferencialmente ajusante destes.
sobre a saída. Deverão ainda 'ficar localizadas de forma a garantir um acesso fácil, tendo em
As fossas de três compartimentos deverão ter três ou quatro abe1turas de dimen- conta a efectivação das indispensáveis operações de limpeza e manutenção; den-
são mínima igual a 0.6 m e de fecho hermético, de acordo com a sua disposição tro deste contexto, não deverão ficar entetTadas a profundidades que ultrapassem os
sequencial ou lado a lado, respectivamente. O,Sm.
As soleiras das fossas deverão possuir inclinação descendente dirigida no sentido
das aberturas, de modo a possibilitar a mais fácil remoção das lamas acumuladas. 10.2.4 Dimensionamento das fossas sépticas
As fossas serão dotadas à entrada e à saída de septos, de modo a inviabilizar a
saída dos elementos em flutuação e das escumas. Como já foi refelido anteliormente, deverão respeitar-se algumas dimensões mí-
As fossas terão de ser dotadas de ventilação, podendo a mesma ser assegurada nimas das fossas sépticas. isto independentemente dos valores a que se é conduzido
através do sistema ou sistemas prediais de drenagem que serve, tendo em atenção através do cálculo, de modo a garantir que a remoção das lamas possa ser feita no
que ela se deverá processar através de tubagem de diâmetro não inferior a I 00 mm. mínimo de dois em dois anos.
Antecedendo a sua entrada em funcionamento, as fossas deverão ser cheias O volume útil das fossas (de comprutimentos) poderá ser determinado através
com água. devendo preferencialmente ser-lhe introduzida uma pequena quantidade da expressão:
inicial de lamas ou estrume.
A manutenção das fossas deverá ser efectivada de forma periódica, através de (128)
períodos não-supetiores a um ano, procedendo-se à extracção das lamas sempre que
322 323
Sistemas Prediais de Drenagem de ÁJ:,:IHIS Residuais Domésticas Mwuw! dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenogem de Águas
325
324
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Mamwf dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas
QUADRO CLXXX
Afastamento dos lençóis de água
Lençóis sem
Lençóis para abastecimento utiliz'ação
Tipos de afa::;tamento
Afasramento inlnimo (m) Tubo em com · nlos cslon ucs
10.3.2.3 Dimensionamento
A instalação deste tipo de sistemas complementares de tratamento de águas re- nlo:; estanque:;
siduais implica uma análise da capacidade de absorção do solo. através da medição
do seu grau de permeabilidade. podendo-se para o efeito reconer a ensaios de per-
colaçflo.
Este ensaio consiste na abettura de pelo menos seis furos. com distribuição uni-
forme sobre o tcneno destinado à implantação do sistema. com dimensão em planta
entre O. IO e 0,30 m, cuja profundidade coincida com o nível destinado ao assenta-
mento dos drenos. As superfícies interiores dos furos. incluindo o fundo, deverão ser
raspadas. de forma a retirar o empastamento superficial provocado pela operação de
abettura.
O fundo dos furos deverá ser cheio com uma camada com 0,05 m de altura· de
gravilha ou brita n° L destinada a proteger essa superfície. Dimensões em: m
Posteriormente. deverão ser cheios com água limpa. com uma altura não-
Fig. 204- Trincheira de infiltração com distribuição em série
-inferior a 0.30 m. medida a partir da superfície superior da brlta e mantidos nestas
329
328
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçiio e Drenagem de Águas
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~---------------------------~
1 min. 1.B o 2.3
Dimensões em; m
Dimensões em: m
331
330
Sislenws Prediais de Drr!nogern de Águas Rr!siduais DomésTicas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuh...·âo e Drenagem de Águas
condições por um período de tempo não-inferior a 4 horas, de modo a dotar o terreno 25 mm, poderá ser obtida através duma proporção estabelecida entre este valor e o
de condições semelhantes às que se verificarão nas estações húmidas. Nos solos are- abaixamento verificado no ensaio no intervalo de tempo considerado, da forma a
nosos. desprovidos praticamente de argila, poder-se-á dispensar esta operação. seguir indicada:
A velocidade de percolação do solo será apenas medida no dia seguinte à exe-
cução das operações anteriormente referidas, com excepção das situações em que se (130)
trate de solos arenosos. nas condições seguidamente descritas: em que:
a) Quando no dia seguinte ainda resta água nos furos. a sua altura, medi- Ab ~abaixamento do nível de água verificado no ensaio (mm)
da a partir da superfície superior da brita. deverá ser ajustada até cerca de -tempo de duração do ensaio (min)
0.15 m, procedendo-se à medida do valor da descida do nível da água durante tAl> - lempo referente ao abaixamento do nível da água de 25 mm (min)
333
332
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos SisTemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
D
10 52 3.85 2.56 1,71
20 37 5,41 3,60 2,40
4,44 8
30 30 6,67 2.96 N
334 335
5'istenws Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticos Mamw! dos Sistemas Prediais de Distribtdçâo e Drenagem de Aguas
posição de anéis de betão com juntas abertas (fig. 208). Acima do nível do colector poderá ser feito através de ensaios de percolação, os quais deverão ser executados na
de entrada, as juntas elos elementos constituintes das paredes deverão ser arga- zona penneável do terreno.
massadas. como forma de garantir a sua estanquidade. e a sua altura deverá oscilar Os ensaios de percolação serão executados de forma análoga ao descrito em
à volta de 1 m. 10.3.2.3.
Exteriormente os poços. na zona permeável. deverão ser envolvidos com mate- Os poços de infiltraçfto serão dimensionados em função das velocidades de per-
rial drenante (brita, escória, etc) de espessura não-inferior a 0.15 m. protegido supe- colação obtidas através dos ensaios efectuados no local destinado à implantação do
riormente com material que evite a sua colmatação. sistema, as quais possibilitam a cletenninação do caudal infiltráveL através da ex-
Como fundação deverá construir-se um leito de material drenante, do tipo do re- pressão:
ferido para a envolvente exterior, de espessura compreendida entre 0.40 e 0,60 m. ( 131)
Os poços deverão ser dotados superiormente de uma cobertura que lhe possi- em que:
bilite o acesso. cuja concepção deverá ser idêntica às tampas das câmaras de P -população (habitantes)
inspecção, devendo ficar posicionada ligeiramente acima da superfície do terreno c,,- capitação de águas residuais (1/hab/dia)
(0.10 a 0,15 m). Q,- caudal infiltrável no terreno (11m 2/dia)
Todas a<; instalações ele tratamento deverão ser dotadas no mínimo de dois poços D -diâmetro do poço (tn)
de infiltração, de modo a suprir possíveis deficiências funcionais que eventualmente h1, - altura da camada permeável (m)
possam ocorrer num deles.
O quadro CLXXXIII possibilita a determinação dos caudais de infiltração, co-
Os poços deverão ser posicionados de modo a assegurar um afastamento entre si
nhecida a velocidade de percolação correspondente ao tempo necessário para o abai-
ele valor não-infetior a 3 vezes o diâmetro do maior. Sempre que a profundicL:'lde dos
xamento da altura de 25 mm da água nos furos. Este tempo poderá ser determinado
poços exceda os 6 m, o afastamento deverá assumir valor idêntico.
através duma proporção estabelecida entre este valor e o abaixamento verificado no
Os poços deverão ser posicionados a jusante das fossas, com um mínimo de
intervalo de tempo considerado no ensaio. como referido em 10.3.2.3.
afastamento das habitações de 5 m. e a sua disposição no terreno poderá ser feita de
acordo com o esquema da figura 208; sempre que se proceda à implantação de mais QUADRO CLXXXIII
ele um poço. deverá dotar-se o conjunto de uma câmara de repartição em tudo seme- Caudais residuais infiltráveis [66}
lhante ao referido em I 0.3.2.2.
Tempo de infiltraçüo para um abaixamento Caudal residual injiltrâyel
No caso de existirem lençóis de água utilizáveL o afastamento do poço ao pon-
de 25 mm (minuto~IC'C) _ _ _ _ _ _ _ _ _(<.<I~":mC'.':.o!d::i::a!'--
to de captação de água não deverá ser inferior a 50 m e a diferença de cota entre o ::; 2.0 151
fundo elo poço e o nível superior do lençol não deverá ser inferior a 25 m. Nas
_ _ ___o3,0 124
situações em que o lençol de água existente não for utilizável, a diferença de cota
4.0 107
entre o fundo do poço e o nível superior do lençol não deverá ser inferior a I m.
_ _ _ 5.0 96
Como forma de lhes assegurar um desempenho funcional satisfatório, os poços
6.0 87
de infiltração deverão ser inspeccionados no mínimo com uma periodicidade se-
7.0 SI
mestral, para verificação de eventual colmatação elo teiTeno. No caso ela existência
8.0 75
de câmara repartidora. as operações de manutenção desta deverão ser asseguradas
9.0 71
mensalmente.
10.0 67
A figura 208 ilustra os diferentes tipos de poços de infiltração referidos, bem
como alguns pormenores construtivos. - - - - --~_.5__ 60
15.0 55
20.0 47
10.3.4.3 Dimensionamento ~~ 42
À semelhança do que foi referido para as trincheiras de infiltração, também neste 30.0 38
caso se verifica a necessidade de determinar a capacidade ele absorção do solo, o que > 30.0 Não adequado
336 337
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manunl dos Sistenws Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águns
~O<?'!Ob<D<,OIO<iolu<M
,,
75 0,34 0,27 0,23 0,19 0.17 0,14 0,11
\ I
!O 67 0,38 0,30 0,25 0.22 0,19 0,15 0,13
20 47 0,54 0,43 0,36 0.31 0.27 0,22 0,18
30 38 0,67 0,54 0,45 0,38 0,34 0,27 0,22
Tom o <I< b<IÔO <!tmodo"' Nas situações em que o terreno não permita a utilização de meios complemen-
orro lun~1do
tares de tratamento que possibilitem a infiltração no solo das águas residuais pro-
~l,.ro "mImo
''"iiõiloo!ltli'ICÇ<lo
venientes das fossas sépticas, devido à sua reduzida permeabilidade, poder-se-á re-
correr à adopção de trincheiras filtrantes, como meio complementar de tratamento
dessas águas. Esta solução consiste na filtração das águas residuais provenientes
ri,
das fossas, através de meio adequado, localizado entre uma tubagem posicionada
superiormente, destinada à distribuição dos efluentes, e uma tubagem posicionada
inferiormente, destinada à recolha dessas águas e ao encaminhamento para vala ou
linha de água.
A depuração das águas residuais, obtida através deste meio complementar de
tratamento, é conseguida através de uma acção de remoção das partículas transpmta-
Dimensões em: m das pelo e:fluente (mecânica), e uma biológica, obtida através das bactérias aeróbias
Fig. 208- Poço de infiltração existentes no material drenante.
339
338
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticos Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas
----------------------
10.3.5.2 Disposições construtivas e de utilização As trincheiras filtrantes deverão possuir um compdmento não-superior a 30 m e
um afastamento mínimo entre si de 2 m.
As trincheiras filtrantes são constituídas por valas cuja profundidade varia em
Estes sistemas deverão ser posicionados a jusante das fossas, preferencialmente
função da cota do colector que transporta os efluentes, a qual geralmente oscila entre
em telTenos de declive não-superior a 15%. Sempre que os terrenos sejam totalmente
1,40 me 1,75 m, e cuja largura da base varia entre 0,6 me 1,5 m.
O efluente tratado na fossa séptica é geralmente encaminhado para uma câmara impermeáveis (verificação feita através de ensaios de percolação), o seu afasta111ento
repartidora, com caracteríticas em tudo idênticas às referidas em 10.3.2.2, a qual relativo às zonas com água potável não deverá ser inferior a 15 m; no caso ele im-
possibilitará uma distribuição equitativa desses caudais pelo conjunto das trinchei- plantação em outros solos (não totalmente impermeáveis) deverão respeitar-se os
ras, conslituído no mínimo por duas. requisitos impostos para as trincheiras de infiltração. O seu afastamento em relação
A tubagem destinada à distribuição dos eftuentes (posicionada sobre a tubagem às habitações deverá ser na ordem dos 3 m. -
de recolha) deverá ficar devidamente apoiada. com inclinação à volta dos 0.5% no Um factor a ter em consideração. na implantação de sistemas deste tipo, é a cota
sentido do escoamento. envolvida com material drenante (por ex.: brita com diâme- elo nível freático na situação de Inverno, o qual deverá situar-se a cota inferior à do
tro compreendido entre 20 e 50 mm) devidamente compactado com uma espessura
fundo da vala.
compreendida entre 0,2 e 0,3 m, protegida superiormente por material que inviabi-
No sentido de assegurarem um desempenho funcional satisfatório, as trincheiras
lize a sua colmatação pela terra que completará o preenchimento da vala (geotêxtil,
etc.): a camada deste material deverá possuir uma altura não-inferior a 0,3 m até ao deverão ser inspeccionadas periodicamente (no mínimo semestralmente), para veri-
nível elo teneno e uma altura de cerca de 0,15 m acima deste, de fon11a a evitar a ficação de eventual cohnatação do elemento "filtrante. No caso da existência de câma-
formação de poças, as quais poderiam conduzir rapidamente à saturação das valas. ra repartidora, as operações de manutenção deverão ser asseguradas mensalmente.
Os elementos de tubagem deverão possuir diâmetro interior na ordem dos 100 mm, A figura 209 ilustra um sistema de trincheira filtrante com alguns pom1enores
podendo ser constituídos por troços com topos rectos ou com abocardamento. colo- construtivos. incluindo a câmara repartidora.
cados de forma a garantir o seu perfeito alinhamento, assegurando um afastamento
entre troços ele 5 a lO mm, para saída das águas residuais.
10.3.5.3 Dimensionamento
No caso de as tubagens possuírem abocardamentos. estes deverão ficar sempre
orientados para jusante; no caso de tubos sem abocardamento. deverão colocar-se, As trincheiras filtrantes são dimensionadas com base numa área de fundo de vala
sobre a metade superior das juntas, elementos que inviabilizem a entrada de quais- por utilizador de 2,5 m2, tendo em conta os limites dimensionais referidos anterior-
quer elementos para o interior das tubagens.
mente e os indicados na figura 209.
O elemento de "filtragem elas águas residuais deverá ser constituído por uma ca-
mada de areia grossa limpa. preenchendo a vala em toda a sua extensão, com uma
altura compreendida entre 0,60 c 0,75 111. A areia, após a sua aplicaçfto, deverá ser 10.3.6 Filtro de areia enterrado
compactada através de rega com água limpa.
Os filtros de areia entenados são-órgãos complementares de tratamento das
A tubagem destinada à recolha dos e fluentes já filtrados (posicionada sob a tuba-
gem de disttibuição) deverá ficar devidamente apoiada, com inclinação não-inferior águas residuais provenientes das fossas sépticas, em tudo semelhantes às trinchei-
a 0.5% no sentido do escoamento. envolvida com material drenante (por ex.: brita ras filtrantes, recorrendo-se à sua aplicação sempre que a implantação de trinchei~
com diâmetro compreendido entre 20 e 50 mm) devidamente compactado, com uma ras "filtrantes conduza a grandes áreas (comprimentos de tubagem na ordem dos
espessura compreendida entre 0.2 e 0.3 m. Os elementos de tubagem. cujo diâmetro 90 m ou áreas de filtração superiores a 170m2), o que tornará o sistema demasiado
interior deverá ser de 100 mm, poderão ser constituídos por troços com topos rectos oneroso.
ou com abocardamento. colocados de forma a garantir o seu perfeito alinhamento, Para a concepção, dimensionamento e utilização deverão ser adaptados os requi-
assegurando um afastamento entre troços de 5 a 1O mm. para saída das águas resi-
sitos mencionados para as trincheiras de infiltração. à excepção da limitação imposta
duais. No caso de as tubagens possuírem abocardamentos, estes deverão "ficar sempre
para a largura.
orienlados para montante: no caso de tubos sem abocardamento, deverão colocar-se,
sobre a metade superior das juntas, elementos que inviabilizem a entrada de quais- A figura 210 ilustra um "filtro de areia enterrado, referindo alguns requisitos de
quer elementos para o interior das tubagens. disposição relativa dos elementos de tubagem constituintes.
341
340
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Domésticas Manual dos Sistenws Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas
Juntoscslonues
Tubo em de dislflbui ão
juntosobertas pntos aberto~
··..·.· ..
Oodlw 0.2 o 0.5 :t
de 0.02 a O.OS
10.4.2 Cálculos
10.4 Exemplo prático de aplicação
Como antetiormente se referiu, considerar-se-á por fogo uma população de 3
10.4.1 Considerações gerais
utilizadores, atlibuindo-se a cada um deles uma capitação de 80 1/hab/dia; tendo em
Como forma de jlustrar a temática abordada, apresenta-se seguidamente o di- conta o número previsível de utilizadores, adopta-se uma fossa séptica de dois com-
mensionamento de um sistema de tratamento privado de águas residuais domésticas partimentos (quadro CLXXIII).
de um edifício de habitação com dois pisos e duas habitações por piso, considerando Tendo em conta os pressupostos contidos no quadro CLXXIV, recmTendo à ex-
que em cada habitação é possível instalar 3 utilizadores. pressão (128) deteiminou-se a capacidade volumétiica da fossa.
Considerou-se a instalação de uma fossa séptic.:1. com dois compru1imentos e, Finalmente, procedeu-se à dete1minação da capacidade volumétrica do poço de
como o terreno destinado à implantação do sistema possui características adequadas infiltração através da expressão (131), tendo-se considerado para o efeito que as
(solo superficial impenneável assente sobre fonnação permeável), adoptou-se a in- características do terreno conduziam à obtenção dum tempo de infiltração de 6 min
filtração subterrânea através de poços de infiltração, como sistema complementar de para um abaixamento do nível de água no ensaio de 25 mm, o que leva à considera-
tratamento das águas residuais produzidas no edifício. ção de um caudal residual infiltrável de 87 1/m'/dia (quadro CLXXXIII).
342 343
Sistemas Prediais de Drenagem de Água~· Residuais Domésticas iV/anual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Os quadros CLXXXV e CLXXXVI resumem os valores determinados no di- Não se deverão verificar quaisquer reduções de pressão durante um período de
mensionamento da fossa séptica e do poço de infiltração. ensaio não-inferior a 15 minutos.
344 345
Capítulo IV
347
Sistemas Prediais de Drenagem de Água.\' Residuais Pluviais c Freáticas Manual dos Sistenws Prediais de Distribuiçüo e Dren.agem de Águas
1.2 Drenagem gravítica sua condução por gravidade até ao colector público de drenagem ou valeta do
arruamento.
Nas situações em que as águas residuais pluviais ou equiparadas são recolhidas A figura 212 ilustra de fonna esquemática uma situação deste tipo.
a nível superior ao do arruamento em que se encontra instalado o colector público
de drenagem. a sua condução terá de ser feita única e exclusivamente por acção da
gravidade até ao colector público de drenagem ou a valeta do arruamento.
A figura 211 ilustra de forma esquemática uma situação de drenagem predial de
águas residuais pluviais obtida por gravidade.
/
Ciimora de ramal
-<.)
349
348
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas
Para outras situações, com águas residuais equiparadas a águas pluviais (não -............. :;;:---=t;;;- :::::, &m.@o A
precipitação). deverão considerar-se os valores dos caudais descanegados pelos R i"o B
' lí[il
'" ' ' '" '"
Ourcçilo (min)
'Eill
Fig. 214- Curvas de intensidade de precipitação para um período de retorno de 5 anos
350 351
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas
QUADRO CXC Está vedada a possibilidade de qualquer ligação entre a rede predial de distri-
buição de água e as redes prediais de drenagem de águas pluviais, como forma de
Coeficientes de escoamento [5]
prevenir a não contaminação da água distribuída.
Co_qjie,ientes.<ie escoamentp
Tipo de terreno · :'lhdÜiação-do terreno.(%) 1.6.2 Constituição dos sistemas de drenagem
Oa I 1 a 1,5 Os sistemas de drenagem de águas residuais pluviais são constituídos pelos
Areno.:;o 0,13 0,22 0,31 0.49 seguintes elementos:
-"--~·~- ··-·-----·-------
Semiareno::;o 0,22 0,3! 0,40 0,58 Caleiras e algerozes: dispositivos de recolha destinados a conduzir as águas
·---·-·--- ·-------
Semicompacto 0,31 0.40 0.49 0,70 para ramais ou tubos de queda;
·---~ .. -~
Compacto 0.40 0.49 0,58 0.82 Ramais de descarga: canalização destinada ao transp011e das águas
provenientes dos dispositivos de recolha (ralos, etc.) para o tubo de queda ou
colector predial:
1.6 Concepção dos sistemas prediais de drenagem de águas residuais pluviais Tubos de queda: canalização destinada a aglutinar em si as descargas
1.6.1 Generalidades provenientes das zonas de recolha e a transportá-las para o colector predial
ou valeta:
Tão importante como o conecto dimensionamento de uma instalação predial de Colectores prediais: canalização destinada a aglutinar em si as descargas
drenagem de águas residuais pluviais, objectivando a optimização do seu desem- provenientes dos tubos de queda e eventualmente de ramais adjacentes,
penho funcional. é o estabelecimento do seu correcto traçado e implantação. tendo transportá-las até à câmara de ramal de ligação e posteriormente para o ramal
não só em vista aspectos de cariz regulamentar mas também outros. tais como o
público;
econômico ou a sua interligação com as restantes instalações a implantar no
Colunas de ventilação: canalização destinada eventualmente a ventilar
edifício.
poços de bombagem (instalação de elevação), compreendida entre estes
Neste sentido, para além das avaliações relativas às condições de drenagem
e a sua abertura para a atmosfera. de acordo com o definido em 3.4.4 elo
pública e ao posicionamento do edifício, face ao nível do arruamento onde se
Capítulo lll;
instala o colector público de drenagem ou eventualmente as valetas, reveste-se de
Ramal de ligação: canalizaçfto compreendida entre a câmara de ramal de
primordial importância que, após a elaboração de estudo prévio tendo em atenção
os factores atrás enumerados. no sentido da obtenção do desempenho desejado. da ligação e o colector público e destinada conduzir as águas residuais da rede
instalação de drenagem predial de águas residuais pluviais. o projectista coordene, predial para a pública:
com as restantes especialidades intervenientes no projecto, os seguintes aspectos: Acessórios: dispositivos a intercalar nos sistemas. no sentido de possibilitar
as operações de manutenção, retenção e garantia de boas condições de
Localização dos acessórios de recolha das águas (arquitectura e instalações
habitabilidade elos espaços.
mecânicas):
Localização dos sistemas elevatórios, quando tal se justifique (arquitectura. A figura 215 ilustra de forma esquemática a constituição duma rede predial ele
estabilidade, electricidade. e instalações mecânicas): drenagem de águas residuais pluviais.
Posicionamento do sistema nas zonas comuns do edifício (arquitectura,
estabilidade).
1.6.3 Simbologia de representação das redes de drenagem
Nas situações em que se verifique a existência no sistema de drenagem de
A representação esquemática em projecto dos sistemas de drenagem de águas
uma só cámara de ramal de ligação. o colector que conduz as águas residuais plu-
viais deverá ser dotado de sifão se todos os elementos para ele convergentes não residuais pluviais conduz à obrigação do recurso à representação simbólica dos
estiverem munidos ele meios que impeçam a passagem de maus cheiros para zonas elementos de cada sistema, devendo o projectista, em todas as peças desenhadas,
utilizáveis. referenciar a simbologia utilizada.
353
352
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
Stm.bolo
Neste contexto e como forma de possibilitar uma mais fácil leitura e entendi-
mento pelo universo dos projectistas no domínio dos edifícios, pensa-se ser de todo
o Caixa de pavimento
o interesse que esse universo de técnicos utilize a mesma representação simbólica Ralo
para as redes prediais de drenagem.
Neste sentido, os quadros CXCI e CXCII reproduzem a simbologia e siglas de Ralo de pinha
representação apontadas pelo documento regulamentar (5], as quais deverão ser
tomadas como referência.
D Câmara de inspecção
354 355
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Si~·temas Prediais de Disrribuiçüo e Drenagem de Aguas
QUADRO CXCII
Materiais [5]
Sigla Designação
--
B Betfto
--~. ---··--
FC Fibrocimento
G Grés
FG Ferro galvanizado
FF Feno fundido
PVC Polic\oreto de vinilo
PE Polietileno
Fig. 216- Descarregador de superfície
PP Polipropileno
356 357
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manmlf dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
O traçado destas tubagens deve ser vertical, constituído preferencialmente por O traçado destas tubagens deverá ser constituído por troços rectilíneos, quer
um único alinhamento recto; em planta, quer em perfil;
Sempre que imposições físicas obriguem a que o tubo de queda não se desen- Quando enterradas, estas tubagens deverão ser dotadas de câmaras de
volva através de um único alinhamento recto, as mudanças de direcção deve- inspecção no seu início, nas mudanças de direcção, nas mudanças de
rão ser obtidas através de curvas de concordância e o valor da translação não inclinação, nas alterações de diâmetro e nas confluências. de forma a possibi-
poderá ser superior a dez vezes o diâmetro desta tubagem; nas situações em litar eventuais operações de manutenção e limpeza (fig. 143);
que tal se verifique, o troço de tubagem de fraca pendente deverá ser tratado • Quando instaladas à vista e garantido o seu acesso, as câmaras de inspecção
como colector predial (fig. 135); poderão dar lugar a curvas de transição, forquilhas, reduções e bocas de
A concordância entre os tubos de queda e as tubagens de fraca pendente limpeza, posicionadas de tal modo que possibilitem as eventuais operações de
deverá ser feita através de curvas de transição (fig. 136); manutenção e limpeza (fig. 144);
A inserção dos tubos de queda nos colectores prediais deverá ser feita através
O afastamento máximo entre câmaras de inspecção ou bocas de limpeza
de forquilhas ou câmaras de inspecção (figs. 136 e 137);
consecutivas deverá ser de 15m;
Os tubos de queda deverão ser preferencialmente instalados à vista ou em
Estas tubagens poderão ser instaladas à vista, enteiTadas, em caleiras, galerias
galerias, de forma a facilitar o seu acesso; no entanto, admite-se a sua
ou tectos falsos;
instalação através de embutimento em paredes;
• Na opção dos percursos a seguir pelos elementos de tubagem, sempre que
Em caso algum se deverão desenvolver em zonas de acesso difícil, ou ser
embutidos em elementos estruturais;
No atravessamento de elementos estruturais deverá ficar garantida a sua
.\ possível e que tal não ponha em causa o seu COITecto desempenho funcional,
deverá optar-se pelos de menor dimensão, conduzindo a custos mais baixos,
não ligação rígida a estes elementos, através da·interposição entre ambos de bem como a menores tempos de retenção das águas nas tubagens;
material que assegure que isso não se vetificará (fig. 137). No atravessamento de elementos estruturais deverá ficar garantida a sua não
solidarização com esses elementos, através da interposição entre ambos de
1.6.4.5 Colunas de ventilação material que assegure que isso não se verificará;
Em caso algum estas tubagens se deverão desenvolver sob elementos de fun-
O traçado destas tubagens deverá ser vertical; sempre que se verifique a
dação, em zonas inacessíveis, ou ser embutidas em elementos estruturais.
necessidade de translações relativas ao alinhamento vertical, estas deverão
ser obtidas por troços de tubagem rectilíneos ligados através de curvas de
1.6.4.7 Ramais de ligação
concordância, dispostos com inclinação ascendente;
As colunas de ventilação deverão ter a sua origem nos poços de bombagem; O traçado destas tubagens deverá ser constituído por troços rectilíneos, quer
A situação de abertura directa para o exterior deverá verificar-se nas condi- em planta, quer em perfil;
ções que a figura 138 ilustra; Os ramais de ligação podem ser ligados à rede pública por inserção nas
As colunas de ventilação deverão ser preferencialmente instaladas em gale-
câmaras de visita ou, directa ou indirectamente, nos colectores públicos;
rias, de forma a facilitar o seu acesso; no entanto, admite-se a sua instalação
A inserção directa nos colectores públicos só é de admitir nos casos em que
através de embutimento em paredes;
estes possuam diâmetro superior a 500 mm; a inserção deverá processar-se a
Em caso algum se deverão desenvolver em zonas de acesso difícil, ou ser
um nível superior a dois terços do seu diâmetro (fig. 145);
embutidas em elementos estruturais;
A inserção directa nos colectores públicos poderá ser feita através de for-
No atravessamento de elementos estruturais deverá ficar garantida a sua não
ligação a estes elementos, através da interposição entre ambos de material que quilhas, com ângulo de incidência menor ou igual a 67° 30', no sentido do
assegure que isso não se velificará. escoamento.
359
358
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais c Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição c Drenagem de Águas
1.6.4.8 Acessórios de drenagem (ralos) Não será ele difícil entendimento que as condições disponibilizadas. em ter-
mos de desempenho funcional dos sistemas prediais de drenagem de água residuais
A drenagem através de ralos é feita directamente. encimando e_<.;tes os tubos de pluviais, não deverão genericamente ter em conta o tipo e o nível social dos edifícios
queda, ou a ramais de descarga, os quais de acordo com as diferentes situações de em presença, mas tão-só o seu adequado desempenho, pois de contrário poderia
implantação serão ligados a caixas de reunião, a outros ramais, através de curvas ser posta em causa a habitabilidade proporcionada aos utentes dos edifícios. sendo
de concordância. a tubos de queda. a colectores prediais ou a câmaras de inspecção. apenas admissível algum diferenciamento qualitativo em aspectos estéticos.
Posteriormente. os caudais serão conduzidos até à câmara de ramal de ligação, Neste contexto. enumerar-se-ão de seguida os factores que de certa forma
a partir da qual e através do respectivo ramal de ligação será estabelecida a ligação podem influenciar os níveis de conforto e de qualidade das instalações de drenagem
ao sistema público de drenagem, ou conduzidos directamente. a partir dos tubos de de águas residuais pluviais; posteriormente proceder-se-á à sua abordagem indivi-
queda ou dos colectores prediais, para as valetas do arruamento. dual. através da identificação das causas que influenciam a qualidade destas insta-
As câmaras de ramal de ligação deverão preferencialmente ser implantadas fora lações. referindo algumas medidas tendentes a atenuar os seus efeitos:
das edificações: quando tal não for possível. elas deverão ser implantadas no espaço Ruídos;
ocupado pelo edifício. de fom1a a que fique assegurado o seu acesso. No caso de Acessibilidade dos sistemas;
edifícios colectivos, a sua implantação, quando no interior destes. deverá ter lugar Odores.
em espaços comuns.
1.8.2 Ruídos
1.7 Remodelação ou ampliação de sistemas existentes
Tendo em conta a legislação nacional aplicável [61], não deverão as instalações
A renovação dos sistemas de drenagem de águas residuais pluviais, contraria- prediais de drenagem de águas residuais pluviais produzir ruídos que ultrapassem os
mente ao que se verifica geralmente com os sistemas de drenagem de águas residuais valores aí prescritos. de acordo com os diferentes tipos de edifícios. de forma a não
domésticas. não conduz necessariamente à sua ampliação. mas tão-só à substituição pôr em causa o conforto dos utentes.
dos materiais e equipamentos instalados. Nesse sentido, serão focadas seguidamente as principais causas das perturba-
Deste modo, sempre que o projectista esteja em presença de um projecto de ções sonoras provocadas por este tipo de instalações. bem como algumas formas
ampliação (geralmente com o aumento das áreas sujeitas à recolha de pluviosidade) tendentes a atenuar ou suprimir os seus efeitos.
de uma rede de drenagem, deverá comprovar a capacidade da rede existente ajusante A utilização de tubagens de materiais muito rígidos. de elevada rugosidade e
para dar resposta às necessidades da condução e transpo1te dos novos caudais em traçados sinuosos conduz à eclosão de ruídos de choque e ressonância. Assim, e
como fonna de obviar à eclosão destes fenómenos. deverá recorrer-se à utilização de
presença, equacionando a possibilidade de substituição ou criação paralela de um
tubagens de materiais com características absorventes, com paredes não muito finas
novo sistema, sempre que necessário.
e interiormente lisas.
Dever-se-á ainda prever a substituição das tubagcns existentes, nas situações
A inadequada instalação das tubagens. quando fixadas rigidamente aos elemen-
em que o seu estado de conservação não seja de molde a assegurar desempenhos
tos de suporte e nos atravessamentos de elementos estruturais, conduz inevitavel-
satisfatórios.
mente à transmissão e propagação de ruídos aos edifícios. Estes fenômenos podem
ser atenuados através do recurso à interposição entre as tubagens e os acessórios de
1.8 Níveis de conforto e de qualidade dos sistemas fixação, ou entre os acessórios de fixação e o suporte, ou entre a tubagem e os ele-
mentos estruturais atravessados por esta, de isolantes com características elásticas
l.S.l Generalidades
(ex.: cortiça, boiTacha, etc.). como se exemplifica na figura 147.
À semelhança do que foi referido para os sistemas prediais de drenagem de As instalações elevatórias, sempre que entram em funcionamento. transmi-
::iguas residuais domésticas. os níveis de conforto e de qualidade dos sistemas tem vibrações. quer às canalizações quer ao edifício, com a consequente produção
prediais de drenagem de águas residuais pluviais. contrariamente ao explicitado para de ruídos; estes efeitos poderão ser atenuados através da sua implantação o mais
os sistemas de distiibuição de águas, não deverão ser função do tipo e qualidade longe possível das zonas habitadas, recorrendo adicionalmente à interposição, na sua
pretendida para o edifício em presença, em termos gerais. ligaçfto com os elementos de suporte, de embasamentos isolados e fixações elás-
360 361
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçiío e Drenagem de Águas
ticas, e à inserção de juntas elásticas nas ligações entre os elementos de bombagem QUADRO CXCIII
e as tubagens, bem como à limitação das velocidades de escoamento, as quais Dimensões mais usuais das tubagens de betão [67]
deverão ter em conta as prescrições contidas em 9 do Capítulo UI.
Se bem que numa primeira abordagem o acesso aos sistemas de drenagem 150
de águas residuais pluviais possa ter pouco a ver com os níveis de qualidade e 200 200
equiparadas até esta, um sifão que impeça a passagem para o sistema de drenagem
\ QUADRO CXCIV
de água pluviais dos odores provenientes do sistema de drenagem de águas residuais Carga de rotura [67]
domésticas, evitando-se assim a passagem desses odores para zonas do edifício ha-
bitáveis. Deverá garantir-se o fecho hídrico do sifão.
363
362
Sistemas Prediais de Drcnap,em de Águas Residuais Pluviais e Freáticas J\tlanua! dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Aguas
n: ... : J
Definido elo fundamentais à obtenção de um nível de desempenho funcional satisfatório destas,
obric~n!e
Fig. 218- Tubagens de betão com ou sem abocardarnento 1.11.2 Ramais de descarga
A altura da lâmina líquida no interior das caleiras e dos algerozes não deve ultra-
1.11 Dimensionamento dos sistemas de drenagem de águas residuais pluviais
passar 7/10 da altura da sua secção transversal, salvo se for assegurado que, em caso
Lll.l Generalidades de transbordo, este não se dará para o interior do edifício.
As inclinações das caleiras e algerozes deverão oscilar entre 2 e 15 mm/m, sendo
O correcto dimensionamento elas redes prediais de drenagem de águas resi-
recomendada a adopção de valores entre 5 e 1O mm/m.
duai1' pluviais implica o conhecimento de algumas prescrições de carácter técnico-
As secções de caleiras e de algerozes são determinadas como se indica:
-regulamentar, bem como da metodologia ele cálculo adequada.
Assim, no presente documento é feita a apresentação de um conjunto de regras a) Determina-se o caudal de cálculo confluente. de acordo com o referido
de dimensiomunento das redes prediais de drenagem de águas residuais pluviais, em 1.5;
364 365
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de DistribuiçcTo e Drenagem de Águas
366 367
Sistemas Prediais de Drenagem de Aguas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sisrenws Prediais de Distribuiçâo e Drenagem de Águas
QUADRO CXCVII entre 0,98 e 0,99. Para que esta velocidade seja constante em todos os pontos
Dimensionamento de caleiras e algerozes de secção semicircular da secção de saída, é necessário que o orifício seja de dimensões reduzidas. ou
esteja posicionado no fundo do reservatório. A secção do fluido a jusante do furo.
Secçtíes-(cm 2) que geralmente se designa por secção contraída (S), é inferior à secção deste (S):
Área em
planta lnclinaçãp a relação entre estes dois valores é denominada por coeficiente ele contracção
(m2)
0,5% 0,7% 1,0% 1,5% (S,!S=C), donde o caudal escoado será dado pela expressão:
20 27 23 20 18
Q =C, C,· S j2ih (135)
30 36 32 28 24
40 45 39 34 30 Designando por coeficiente de vazão o valor obtido pelo produto Cv C, e
70 68 60 52 45
O coeficiente de vazão. para orifícios de parede delgada. assume valores à volta
80 75 66 58 50
de 0.6.
90 82 72 63 54
Nas situações em que o escoamento se processa através de tubos adicionais ou de
100 89 78 68 59
.......... ---·-~---~---- --- orifícios em parede espessa (fig. 221). até determinado comprimento o escoamento
110 95 84 74 63 processa-se como para os orifícios em parede delgada: nos casos em que o compri-
!20 !02 90 78 67 mento exceda 1.5 a 2.5 ou mais vezes o diâmetro elo orifício. o fluido volta a entrar
130 108 95 83 72 em contacto com as paredes do tubo, verificando-se uma depressão na vizinhança da
--~-- ·---~---
140 114 IOI ss 76 secção contraída de cerca de 3/4 h até ao limite da pressão atmosférica. sendo então
150 120 106 93 80 o caudal obtido pela expressfto:
------------
160
170
126
132
li!
116
97
102
84
88
Q=C S )2g(h+lhJ (137)
As sccçücs foram determinadas admitindo um caudal máximo de precipitação de e o caudal total obtido através do integral
2 !Jmin.m~ c que o escoamento se processa segundo uma lúmina líquida de 7/1 Oda altu1·a
da sua ~ccç.'io. através dü rórmub de Manning-Stricklcr.
Considerou-se que o material das conduta.• possui uma rugosidadc K:;;; 90 m'".s- 1
Q= cf"' b·..f2i .Jh ·dh (140)
"'
•
368 369
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
(141)
{
Fig. 223 - Descarregadores de parede delgada e espessa
'-----. P-11,-- orifícios rectangulares de grandes dimensões, fazendo h2 = O, pelo que o caudal es-
( coado será dado pela expressão
(142)
Fig. 221- Escoamento por tubos adicionais
em que C assume valores à volta de 0,4.
Quando a parte superior de um mifício colocado sobre parede vertical de um Quando o descarregador é do tipo de soleira espessa horizontal, não existe qual-
quer contracção lateral e a aresta a montante da soleira é baleada, de modo a não
reservatório é suprimida, isto é, se passa a ter uma figura geométrica não-fechada,
causar contracção nessa zona, verifica-se que o coeficiente de contracção é igual a
designa-se por descanegador. Nestas condições, a superfície livre não contém des-
2/3 de h, donde resultará que o caudal escoado será igual a:
continuidades, logo a veia líquida na sua patte superior, na passagem pelo descarre-
gador, pe1manece em contacto com a atmosfera, verificando-se um abaixamento da
superfície livre na zona perturbada (fig. 222). 2
Q=-h·b ~
2g·-h =0,385b-v2g ·h 312 = (143)
3 3
A secção dos mifícios de descarga deverá ser pelo menos igual à do con·espon-
dente tubo de queda, com um mínimo de 50 cm2 •
Quando se verificar a impossibilidade de existir um orifício de descarga por cada
tubo de queda, o orifício de descarga correspondente ao agrupamento dos tubos de
queda considerados deverá ter uma secção igual a pelo menos uma vez e meia a
Fig. 222 - Dcscan·egador maior das secções do conjunto considerado.
Os descarregadores podem ser, para além de outros tipos, de parede delgada ou 1.11.5 Tubos de queda
de parede espessa ('fig. 223).
No caso de descarregadores de parede delgada, com soleira horizontal, sem O diâmetro dos tubos de queda não deverá ser inferior ao maior dos diâmetros
contracção lateral, poder-se-á recoiTer à expressão anteriormente referida para dos ramais de descarga que para ele confluem, com um mínimo de 50 mm.
370 371
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais c Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Disrribuiçâo c Drenagem de Águas
O diâmetro dos tubos de queda deve preferencialmente ser constante ao longo de O diâmetro dos tubos de queda é calculado como se indica:
todo o seu desenvolvimento. a) Determina-se o caudal de cálculo, de acordo com o referido em 1.5:
Duma forma simplificada, poder-se-ão considerar dois tipos de escoamento, os b) Calcula~se o diâmetro do tubo, de acordo com as condicionantes atrás
que se estabelecem normalmente c aqueles que se produzem quando se verificam referidas:
determinadas condições. • ou através das fórmulas atrás mencionadas ( 144) e (145);
O escoamento é considerado normal quando se processa em descarregador, cujo • ou através das tabelas dos quadros CXCVIII a CC.
caudal escoado será dado pela expressão:
Q caudal escoado (m 3 /s) 90 85.6 44 133 260 424 625 864 1143 1462 1824
C - codidcntc de escoamento (0,5) 110 105.1 54 160 309 499 730 !002 1317 1675 2078 2526
S ~·secção do tubo de queda (m 2 ) !25 119.5 61 179 345 554 808 1104 1446 1832 2265 2745
H -carga no tubo de queda (lámina líquida) (111)
140 133.9 67 199 381 610 885 1206 1574 1989 2453 2965
g -aceleração ela gravidade (m/s 1 )
373
372
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas .,\ Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçüo e Drenagem de Águas
'
QUADRO CC QUADRO CC!
Dimensionamento dos tubos de queda (L< 0,04 D) Dimensionamento dos colectores prediais
de entrada com aresta viva
ca~d,âi.·/(f!m
.. i~J
Diiúne'tro -·m#iljiO_ .. '.i.' "
DI{ ·-'i(itâlor .· dc>"tftbO\ · "' .--__.Cârga áo iubo de q~e_d_a- (lâmin'a líquida) H (mm) !lO 105,1 552 781 956 1104
-(mmF (mm) de·queda
)O .. 20 30 .. 40 50 60 70 80 90 100 125 119,5 777 1100 1347 1555
90 85,6 3 76 108 132 !53 171 187 202 216 229 241 200 191,4 2730 3861 4729 5461
!!O 105,1 4 115 163 199 230 257 282 304 326 345 364 250 239.4 4959 7013 8589 9918
125 119,5 5 149 210 258 298 333 364 394 421 446 470 315 301,8 9197 13006 15929 18394
140 133,9 5 187 264 324 374 418 458 494 528 560 591 Os caudais das canalizações foram culculudos de forma a que o escoamento se
processe a secção cheia, através da fórmula de Manning-Strick\er e conside-
rondo que o material da tubagem possui uma rugosidade K = 120 mlr.lfs.
'\'%.,
1.11.6 Colectores prediais
O diâmetro dos colectores prediais não deve ser inferior ao maior dos diâmetros
'\ Os colectores podem ser dimensionados para um escoamento a secção cheia,
desde que o ramal se destine única e exclusivamente ao transporte de águas pluviais
das canalizações que para ele confluem, com um mínimo· de 100 mm. ou equiparadas.
As inclinações dos colectores devem estar compreendidas entre 5 e 40 mm/m, O diâmetro interior dos ramais de ligação é calculado da mesma forma que os
sendo aconselhável não utilizar valores inferiores a I Omm/m. colectores prediais.
Os colectores podem ser dimensionados para um escoamento a secção cheia.
1.11.8 Exemplo prático de aplicação
O diâmetro interior dos colectores prediais é calculado como se indica:
1.11.8.1 Generalidades
a) Determina-se o caudal de cálculo confluente para o colector, de acordo com
o referido em 1.5~ Como forma de ilustrar as regras de dimensionamento referidas, apresenta-se
b) Calcula-se o diâmetro do colector: o projecto dum sistema de drenagem de águas residuais pluviais dum edifício com
cinco pisos, dos quais o primeiro constitui parte comum onde se situam as garagens
• ou através da fónnula de Manning-Strickler ( 102); e arrecadações.
• ou através da tabela do quadro CCI. A edificação localizar-se-á na região de Lisboa, e a drenagem diz respeito à pre-
cipitação caída na cobertura e às águas de lavagem das garagens.
As águas provenientes da cobertura serão recolhidas em caleiras, que as
1.11.7 Ramais de ligação encaminharão para ralos de pinha ligados a tubos de queda.
As caleiras possuem as dimensões e inclinações indicadas nas peças dese-
O diâmetro dos ramais de ligação prediais não deve ser inferior ao maior dos nhadas e quadros, sendo revestidas a material com o factor de rugosidade
diâmetros das canalizações que para ele confluem, com um mínimo de 125 mm. K=90m 113 .s· 1 •
As inclinações dos ramais de ligação não deverão ser inferiores a lO mm/m, Os tubos de queda serão de PVC rígido, nos diâmetros indicados nas peças
sendo aconselhável que se situe entre 20 e 40 mm!Jn. desenhadas e quadros.
374 375
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Distrilmiçi7o e Drenagem de Águas
-------
As águas de lavagem da garagem serão recolhidas através de dois ralos aí 1.11.8.2.3 Tubos de queda
colocados e conduzidas à câmara de ramal de ligação através de ramais de PVC nos
Os tubos de queda foram dimensionados de acordo com os critérios indicados
diâmetros indicados nas peças desenhadas e quadros.
em 1.1 1.5.
Os colectores prediais serão executados em PVC rígido de K = 120 m 113 .s- 1• nos
No quadro CCIII indicam-se os parâmetros necessálios à determinação dos diâ-
diâmetros indicados nas peças desenhadas e quadros. instalados com inclinações de
metros elos diferentes tubos de queda considerados.
20 mm/m.
A câmara de ramal de ligação ficará instalada no interior da edificação. posicio-
nada de acordo com o assinalado nas peças desenhadas. QUADRO CCill
O ramal de ligação será executado em PVC rlgido de K = 120 mi/J.s· 1• com o Dimensionamento dos tubos de queda
diâmetro e inclinação indicados nas peças desenhadas e quadros.
As figuras 224 e 225 mostram a rede de drenagem na cobertura e no piso I Área de Intensidade Caudal Altura da Diâmetro. do
Tubo
collfribuiçiio de precipicaçüo de cálculo lâmina líquida tubo' de' queda
(térreo). de queda
(m2 ) (!!min,m2 ) (1/min) (mm) (mm)
376 377
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Predictis de Distribuição e Drenagem de Águas
QUADRO CCV p t p 2
.,['.,.;
~·'I
'
QUADRO CCVI REDt. PUBLICA rf>-·----
Dimensionamento do ramal de ligação \ '\ Fig. 225 - Planta do piso 1
CS sa.o
378 37.9
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
edifício. o qual deverá localizar-se a uma profundidade que possibilite o escoamento Como forma de atenuar ou evitar a afluência de terras para o interior dos drenos.
das águas que se concentram em toda essa zona e eventualmente um dreno de su- estes deverão ser envolvidos por material filtrante, o qual deverá preferencialmente
perfície posicionado sob a soleira do edifício, ligados entre si da forma que a figura ser constituído por cascalho grosseiro (no caso de terrenos siltosos ou arenosos finos,
226 ilustra. deverá recorrer-se à construção de um filtro de seixo) com uma espessura entre O, 1O
Geralmente um anel periférico de drenagem é um meio suticiente para o escoa- e 0,20 m sob o dreno e uma altura não-inferior a 1m sobre este (fig. 226); por vezes,
mento das águas acumuladas; no entanto. nas situações em que se verifique a possi- de fonna a evitar a colmatação dos elementos filtrantes. envolvem-se estes com ma-
bilidade de as águas acumuladas sob o edifício poderem provocar danos estruturais teriais do tipo geotêxtil.
nesse pavimento. devido à impulsão. a solução será a implantação de um dreno de Os drenas periféricos deverão ser posicionados de forma a ficarem num plano
superfície. inferior ao do piso da cave, mas acima do nível inferior dos elementos de fundação.
Deverá ter-se em consideração que o rebaixamento do nível freático em alguns devendo o seu afastamento em relação às paredes periféricas do edifício ser da or-
tipos de terrenos poderá conduzir a assentamentos diferenciais nos edifícios. pelo dem dos 0.50 m (fig. 227).
que deverão ser tomadas as devidas precauções no sentido de obviar os seus efeitos.
380 381
Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Residuais Pluviais e Freáticas Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
devendo-se ainda, para além disso, evitar velocidades de escoamento que ultrapas-
sem os 1,5 m/s.
A detemünação do calibre das tubagens pode ser feita através da fórmula ele
Manning-Strickler (1 02), devendo comprovar-se que a capacidade ele escoamento
das tubagens instaladas satisfaz às suas capacidades de captação.
382 383
ANEXO I
Tempo (h)
Segyndo o sexto-feira
Tempo (h)
Sóbado
Domingo
~ fu - ~ - ~ M ~ ~ ~ ~ ~
1,26 1.20 1,10 1,06 1,00 0,80 0,50 0,60 0,90 1,05 Ll5 1.40
387
Auexo I Manuaf dos Sistemas Prediais de Disrrib11içüo e Drenagem de .Águas
-----~~~
A.2 Repal·tição horária dos consumos em hotéis A.3 Repartição horária dos consumos em lares para idosos
Tempo (h)
Quarto e qunto
i:IIIMUII!III
1 23+5&7891011121l14m~17W19~~212JU
Sexta a domingo
Tempo (h)
Domingo
Tempo (h)
Repartiçüo ,~emcaial
-~~-----~-
-~-----···~---~--
Repartição mensal
------ --~-------- ----~- ---·~-- --- -------
Coeficientes c, (L c"' = 12) ----~-
···--------------- .. ·----------------------·-----------------·---~
Jan Fev Mar Abril Mtti Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abril Mni Jun Jul Ago Set Out Nov Dez:
0.85 0.78 0.77 0.73 ().78 1.05 !,24 1.25 1.28 1.28 1.00 0.99 1.00
-~-------·-------- ~~- -~~~--~- -~~
388 389
Anexo I Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
A.4 Repartição horária dos consumos em clínicas A.S Repartição horária do consumo em restaurantes
.,.
Tompo (h)
Sexta a sóbado Sexta-feira e sábado
•• 1++-H-t+-f-
ti-H+t++t:
,§ >H-+-H++
Domilgo Domingo
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
------"--- -"----'------------"-
0,86 0.99 1.18 0.98 LOS 1.02 0,89 0.86 1,24 0,96 0,96 1,06 1,06 0,86
--------------
Jan Fev Mar Abril Mai Jun )ui Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Ablil Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
].00 0,85 0,78 0,77 0,73 0.78 1,05 1,24 1,25 1,28 1,28 1.00 0,99
390 391
ANEXO 11
EXIGÊNCIAS REGULAMENTARES
Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
QUADRO li.!
Edifícios de habitação (*) [21]
395
Anexo I! Manual dos Sistemas Prediais de Distrib11içüo c Drenagem de Âguas
396 397
Anexo I! Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas
398 399
Anexo !I Manual dos Sistemas Prediais de Distribuiçiio e Drenagem de Águas
L<J<:[)I~ (]UI' po;- Elaborado pciCI SNB - Extontore.> de incêndio portútci> d~ dn!>.'e i:> A, udequndumon\e dtotdbuidm•. à mziio de
t::iliadc 6 L
~nm n:çcber num ou j)llr técmco ou en- I B l de agente extintor pot' 500 m' do pi'o em que'~ 'll\ltll11. com um mínimo de doi>. Arquivos, depósitos ou mTecadações -Extintores de {tgua pulverizada com capacidade UI;Í-
d~ 200 pc"'"''· todadc ncdcnci:ldo' ~ por forma u qttc "di~tfmcin a p~rcorrcr Cl1!rc o~ ponw., :.u:.ceptivei:< de ocupnçflo e o
pm '"]!!ele, serviço,. c~tintor nüo exc~dn 15 m. Devcrno f1cnr inMnl:odo~ em locuis visíveis e dcvidnmcntc túrin de 6 L
sinuli7-lldoo. de prcfcr~ncin nn.1 comtmic:tçiies honzontni.c; [)Uno imcnor d:~' cámum~ - Sempre que a natureza do seu conteúdo desaconselhe
cort"·fogo. colocndos de forma<\ que [)'cu munipulo liqtoe :1 cercn de 1.2 m actma do
o emprego de :ígua, deve ser utilizado agente extintor
pavimento (regra geral paru todo; o' cdtffcio~)
- Rc<.lcs de incêndto nnnuda.'.. com B! di~po.,t:" de formu que p~lll111Unl ntongir lodo, apropriado, em quantidade equivalente.
o:. ponto!. do c~paço ;1 proteger u um~ di.'>!!lnciu não ~uperm!' n 5 m, O .leu manipulo
Oficinas e depósitos dt: líquidos inflamáveis ~Extintores de pó qufmico para líquidos inflamáveis.
- ZOIH!> do ~úirlcio de tmumbr~ deve .~itum-se n umu ~ltum do p:tvm1ento niio ;upcrior a 1.5 m. Semp!'e
úc lu:c;"o difíciL que j)llS.<ivd. existe umn Bl n umu diwlncia nr.o 1>\IIX'tÍor ~ 5 m de cada ~tlidu do - Extintores de anidrido carbónico para aparelhos el6c-
por 'crcm "W!I· pi.'.o. As B! deverflo ser do tipo CatTClel com enlibre mímmo de 25 mrn. doWdu, tricos.
d~> crn cmpreen- de difusores de lrê~ posições. Em redor dn.'\ bocn~-dc-ine~ndio deve eú>tir um c!.·
dimemo; comple· paço de"mpedido com nlturn mlnima de 2 In c área ~upcrior n I m>. Q, currcléi.> - Extintort:s de :ígun com eventual aditivo molhnnle,
xo:<. 0\1 que ni\o devem ,;cr devidamente >itm\izndo:. c. se IOrcnt encerrado' em nrm5dos. u:. pot'Ut~ pura madeira, papel, cmt1o e plústico.
apt~\Cll!em tll11l\ respectivas nilo podem ter fcdoadtom. A rcdc ~cr:í alimentada independentemente
mgnniznçfro ;im- ~ pmtir do rumul de nlimcmuçiio do edifício de IOrm:t 11 gur4ntir uma preHsfio mí· Parques de estncionamento -Extintores portáteis ou móveis, da clusse 13A ou ~ 1B.
pie> dos c>p,u;o' nimu de 250 kPa c um cautlnl instantltneo mínimo de 1.5 Ih nn boca-dc-incendio ou t:Xtintorcs polivalentcs dus classes l3A/'2l B.
<n!enorc' sttuadu nn posiçilo mai' de:.ftwonivel. con:.idemndo metade da~ bocu" in~talada.; ~m
fttncimmmcnto ,,imultánco. num m~;ümo de quatro. No~ c~.~o; em que ~e tenha de
- Qu:mdo cobertos e de área brutu totul superior a
recorrer n utilizaçUo de gmpos ~obrcpre;sorc' accionado~ por cllcrgiu cléctricu. c~!eo 200 m" devem obedecer às disposições constantes
dcvcrllo ser npoindos por fonte~ de cnergin de etnerg~ncia. Sempre que 11 entidudc no Regulamento de Segurancu contra lncenctio em
liccnci11dorJ o exija. ou o .listem a de uballcdmelllo público não guruntll lei eondiçõe_,
de caudal c prc~s~o ncce~oúrius, dcvcn'l prcvct'·!.c um" rc~crvn de águn que n"egure Parque~ de Estacionamento Cobertos.
o foonccimcnto na' condições pn:tendidns pelo período de unm hora. A pre,,i\o Locais uCectos a serviços eléctricos c casa das m(tquinas -Extintores dus classes 8A ou IOB, contendo unidrido
du ilguu na rede deve oer mdicndn por manómetro.1 posicionado.\ no' pontos m:ti'
-Sempre qu~ exigi- dc,fuvor:'.vcis dos elevadores carbónico, pó qulmico polivalente ou outros agentes
do pela entidade - Boca:;-dc-incandio oo m:trcos de úgua eXtcriorc' locnli<.udo' de acordo com o' ser- ~1propriados aos riscos correspondentes.
liccnciadora viços eamnnilio~. ouvidos Ol> bomkiro>· --··-----
- '"' B.L quando exigida.> devem ocr m.>Utladas nus pllrcde; exleriorc.l do cdiflcio. Centrais térmic•~~ com polEncia ütil nilo superior a 70 kW -Extintores adequ~1dos ao combustível utilizudo
alimcntud;os por rumais com DN 2 45 mm:
• o:< mmcos de :'tgua deverão 'cr tllirncntl\dO>; de preferência com mmuis de DN 2 Centrais térmicas com potCncia Mil superior a 70 kW -Nos casos de combustíveis sólidos ou líquidos:
90 mm. tn:<tnlado" junto "o laneil do~ p;t"eio,, c de modo a qtlc um marco. pelo • um rcccpiente com I00 I de areia e umu pá;
mcno.~. fique .lillllldo :1 menos u~ 100m de (]U:tlqucr elllrUdtl do cdiiTcio,
• extintore.~ du classe 34B. à ruzão de dois por quei-
P1'0' 'lluado> a Elaborado pelo SNB ··E.~timore~ de incêndio porttÍlel~ dtt d:t,~e !>A. udcquudamcnte di~triboídos. i1 mzilo m:tdor, com um máximo de quatro.
uma llilur;' 'nrc- (>U pt>r técnico mo cn· de IS I de ~tg.cntc extintor por 500 m' do piso em que se situam. com om mínimo
~Nos cusos de combustívei~ gasosos.
nora 201n llda(k credcncoatlo' de doi~. c por forma a que :o diMfmci11 n percorrer entre '" ponto~ .1\\Sceptíve"
I"" aquele; 'cr<i<;o,. de <>cupaçno c o extintor ntto ullmpa.~:.e 15 tn. Dcverrro ficar ins\ltl!tdos em locai' • um extintor de pó químico poliVtllcltte das classes
vioivci~ e devidumcn!c 'innlizados. de prderênClt\ nn~ comunicuçiico horizontni' Oll SA/348.
no intc11or dus dmnm.> corta-rogo. colocndo' de forn1:1 a que o seu m:mípulo tique
a ~crtll de 1.2 m acima tlo puvimcnto. Salas de reunioes ott conferências com capacidade para -Devem obedecer às disposições constantes do Reg:u-
- Pow; .>otu:><l"l H - CnltlllliS ~cc:~' ou húmida': c~du cnluna deve ter ON ~ 70 mm c ~cr dotada, em cada mais de 200 pessoas !amemo das Condições Técnicas e de Segurança dos
mui> de 9 no abaixo pn;o que serve. de dmt.> boc<"·dc-incêndio. A1 colutm~ qt•c .~irv~un pisos simudos a
do piM> de ~aidn. """' ulturu ~upcrior n 2~ m devem ter DN 2 IO(J mtn. A< colUill!.\ ln'tmid:c~ deVl:m Recintos de Especl:iculos e Divertimentos Públicos.
ser do\<tdas de meio~. de~ignlltlumcnle bü<.:UH cHtcriorc' e v{olvuln,. que pcrtnimm n - Locais dos edifícios que aprc~entcm riscos cspcciuis - Pode u entidade liccnciadora exigir outros meios de
sua utilizaçUo c·ntno wltma~ 'cen' em ctt'o de necco>ídadc. Ao nfvel de cnda pi~o
'"rvido. as boca~-de-incêndit1 inlcriorc' d~vcm ser di.,postus na; wmumcaçücs ver- ou fortemente ngravudo.o.; de incêndio. c não conside- extinçilo, manuais ou uutomáticos. quer por ::\gua, quer
tical~. ou nu~ dmams corm-fotm. qu:mdo cxistum. c 'cr dcvid:mletHC wmpnnadu.1. rados nos ca.'>O.~ identificados por ouu·o agente extintor considcn.1do apropriado.
O ~cu mnnfpulo de mant)bru dew ltlunr-,c a uma altttr:l do p;wionento não superior
n 1.5 m. Em redor dns bocas-de-mcéndiq deve c~i~tir um e:.p.,ço desimpedido C\1111 - Locais que apresentem 1·iscos ugr:wados de incC:ndio, - Podem s~r exigid~IS instuluçõc~ de extinção autorn:itic~t
altura mlninm tlc 2 m c 1írca ;upcrior a I m'. As boctl' cxtcriore> de :olimcntn~i\0 devido quer às caracterlstic<ts dos produtos. materiais
devem Hcr devidamente pmtcr,tdiiS c sinalizada'
- Bocn~-de-incêndio m1 nwreo~ de ilgtlH c>.t~riorc> lm:alo?.tldO.I dt: ;letudo com o!. .\CI'· ou cquipun1ento~ que contcnhum. quer tts activid<tdes
viços cam.,rúrio~. ouvidn' o~ bombeiro~: neles desenvolvidas. com altura de unnazenagem
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pelo menos. liquc .... tuudo a <11<!110-' tlc 100 n1 de qualquer cmntd:t <I\> etliffcio. - Locub de guarda de pdícubs l·orogrüfica~ em grande
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