ATITUDES, DISSONÂNCIA COGNITIVA E PERSUASÃO

(Texto da autoria de Celeste Duque, Outubro 2003; Apresentação em PowerPoint)

Atitude
• As atitudes são disposições favoráveis ou desfavoráveis relativamente a objectos, pessoas e
acontecimentos, ou mesmo em relação a alguns atributos.
• “Eu gosto de maçãs” expressa uma atitude; tal como “gosto de negociar consigo”, “os jantares de
turma são divertidos” e “fazer a contabilidade é aborrecido”.

Componente tripartida das Atitudes

• Uma forma de conceptualizar uma atitude é através da tripla composição das atitudes.
• As atitudes são compostas por:
o crenças,
o sentimentos (ou afectos) e
o tendências de acção.

Crenças Afectos

Tendências
para a acção

A figura mostra a relação entre os três factores; eles sobrepõem-se mas não são idênticos.
Crenças
• Como componentes de atitudes, as crenças são de dois tipos:
o o que a pessoa acredita sobre os factos de uma situação – crenças de informação (informacional); e
o crenças avaliativas, que consistem naquilo que a pessoa acredita sobre os mérito/demérito, certo/errado, e
benefício/custo de diferentes situações.
Exemplo:
• O Enfermeiro Sousa frente à paciente Josefa considera que esta já possui a informação necessária para
se preparar para o trabalho de parto (embora ela não esteja a frequentar as aulas de ginástica de
preparação para o parto) . Considera que Josefa não terá qualquer benefício de estar em contacto com
outras mulheres, que como ela esperam um filho.
• O seu colega, o Enfermeiro Rodrigues, frente à mesma paciente considerou que Josefa deveria
frequentar um curso de ginástica de preparação para o parto, pois apercebeu-se que ela estava
demasiado tensa (apresentava sintomas de estar a desenvolver um medo excessivo – exagerado – do
momento do parto). Considera que Josefa terá toda a vantagem em frequentar o curso, até porque lá
ela terá o apoio não só do técnico (professor) mas também das outras grávidas.

Afectos ou Sentimentos
• O termo afecto refere-se aos sentimentos gerais de um indivíduo ou à avaliação de uma
situação.
• Ao contrário da componente cognitiva (crenças) que é, geralmente, multidimensional porque
se relaciona com todos os diferentes aspectos da situação que um indivíduo percepciona, a
componente afectiva é unidimensional:
• relaciona-se com a forma como o indivíduo sente (vivencia) a situação como um todo.

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Exemplo:
• Enfermeiro Sousa pode sentir que a situação é “satisfatória” enquanto o Enfermeiro Rodrigues sente
que é “inaceitável” esta mulher – Josefa – não poder usufruir da riqueza emocional e cognitiva da
troca de experiências interpessoais – grupo de auto-ajuda.
• O elemento principal que distingue uma atitude de uma crença ou opinião é, assim, o afecto
positivo ou negativo que a pessoa tem sobre uma determinada situação.
• Algumas atitudes são quase inteiramente só o seu elemento afectivo.
• Afirmações simples como: “Eu gosto de maçãs” geralmente expressam atitudes que são
compostas quase inteiramente de afecto.
• Contudo as crenças ou opiniões fazem parte de quase todas as atitudes.
• Felizmente que assim é. Senão coloque-se no papel do enfermeiro que pretende mudar a
atitude de um paciente relativamente a uma qualquer situação. A investigação demonstrou
que o elemento crença de uma atitude é mais fácil de mudar que o elemento afectivo.

Tendências para a acção

• A última componente das atitudes, segundo a teoria da tripla componente, é a tendência para
agir de forma consistente com a atitude.
o Prosseguindo o exemplo anterior, ficamos à espera que o Enfermeiro Rodrigues, apresente uma
maior disponibilidade e invista mais no acompanhamento desta grávida, e que o Enfermeiro
Sousa, faça exactamente o oposto.

Intenções
• As intenções, são planos de acção;
• Quando podem ser medidas com acuidade, as intenções geralmente predizem muito bem o
que alguém irá fazer – melhor do que as atitudes – mas, mesmo assim, há sempre muitas
oportunidades que impedem as pessoas de prosseguir com as suas intenções.
o Por exemplo, um pessoa pode ter a intenção de se manter calma durante uma reunião (que
antecipa como) difícil mas durante a mesma pode ser provocada de tal modo que perca a
serenidade, ou pode sinceramente pretender chegar a horas para uma reunião, mas chegar atrasada
devido a problemas com o seu transporte (por exemplo, pode ter um furo, um acidente, perder o
autocarro...).
• A consciência individual das intenções é elevada em comparação, por exemplo, com a
consciência dos motivos ou mesmo das atitudes.

Dissonância cognitiva
• Dissonância cognitiva refere-se a qualquer incompatibilidade que a pessoa pode perceber entre duas
ou mais das suas atitudes, ou entre o seu comportamento e as suas atitudes.
• O desejo de reduzir a dissonância é determinado pela importância dos elementos criadores de
dissonância, pelo grau de influência que a pessoa acredita que tem sobre os elementos e pelas
recompensas que podem estar envolvidas na discrepância.

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