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1ª Horário
2º Horário
Cabimento (continuação)
Procedimento
Prazo
Mandado de Segurança Coletivo
1º HORÁRIO
MANDADO DE SEGURANÇA
Legitimidade
- a autoridade coatora ou a pessoa jurídica que autoridade coatora faz parte ou represente.
OBS.: É necessário distinguir quem será o legitimado passivo no caso de autoridade delegante e
autoridade delegada. Para isso é preciso verificar qual tipo delegação:
Deveria ser impetrado contra o diretor da pessoa jurídica e impetrou contra o superintendente. Se
o superintendente responder o MS, apesar de alegar não ser autoridade coatora, temos, segundo
o entendimento do STJ, os efeitos da teoria da Encampação.
Mas se o superintendente apenas alegar que não é autoridade coatora e não responder quanto ao
mérito, o STJ tem entendido que por questão de instrumentalidade e economia processual pode
substituir de ofício o sujeito passivo.
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Se o erro de legitimidade passiva for à relação à outra pessoa jurídica, o STF entende que se
deve julgar extinto o MS, sem resolução do mérito pela ilegitimidade passiva, por se tratar de um
erro grosseiro.
Competência
Temos que observar duas regras para definirmos quem será o responsável em apreciar o
mandado de segurança:
1. Definição Constitucional→ observar se autoridade coatora tem prerrogativa de foro:
I. art. 102, I, “d” da CF→ competência do STF;
II. art.105, I, “b”da CF→competência do STJ;
III. art.108, I, “c”da CF→competência do TRF;
IV. art. 109, VIII da CF→competência da JF
V. art. 114, VI da CF→competência da JT.
2. No caso de ato lesivo praticado pela CPI (Comissões Parlamentares de Inquérito), deve-se
fazer uma interpretação de acordo com a Constituição Federal sendo julgado pelo STF.
3. Análise Infraconstitucional (Lei 1533/51)→ no caso de não ter prerrogativa de foro pela função,
segundo a lei, será a sede da autoridade coatora.
Ex: Prefeito pratica um ato passível de MS, a Constituição Federal e Constituição Estadual
não estabelecem foro privilegiado para julgamento de MS, portanto, segundo a legislação
infraconstitucional, será na sede da autoridade coatora, ou seja, na comarca deste.
OBS.: Se o ato passível de MS for praticado pelo Tribunal de Justiça, o órgão competente para
julgar, segundo entendimento do STF e STJ, será o próprio Tribunal.
Súmula 330 do STF: O supremo tribunal federal não é competente para conhecer
de mandado de segurança contra atos dos tribunais de justiça dos estados.
OBS.: Mandado de Segurança contra ato do Presidente do Tribunal do TRT será julgado pelo
próprio TRT.
A competência para conhecer o MS em face de ato de juiz do juizado Especial, será a Turma
Recursal. O MS de ato da Turma Recursal do Juizado Especial é da própria Turma (MS 24691/03
do STF).
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pensaríamos que a competência é do STJ, quando presidente do órgão colegiado fosse Ministro
de Estado. Entretanto, não é esse o entendimento do STJ.
CABIMENTO
Entretanto, haverá casos legais e jurisprudenciais que mesmo preenchidos os requisitos não
caberá Mandado de Segurança.
1. Legais
a) I - de ato de que caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independente de caução;
Esta possibilidade esta relativizada pelo art. 5º da CF, inciso XXXV, segundo o mesmo não há
necessidade do esgotamento da via administrativa, para exercer o direito de pedir prestação
jurisdicional do Estado. A Constituição, no art. 217, prevê a única exceção (passar primeiro pelo
crivo administrativo), trata-se da Justiça Desportiva, mesmo assim, a mesma tem prazo de 60 dias
para analisar.
Devemos atentar para: no caso do indivíduo optar pela via administrativa e interpor o recurso
administrativo e este ser recebido com efeito suspensivo, não caberá MS, porque não haverá
lesão ou ameaça de lesão.
OBS.: Se a autoridade administrativa for omissa em analisar o recurso, volta a ter cabimento MS.
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b) II - de despacho ou decisão judicial, quando haja recurso previsto nas leis processuais ou
possa ser modificado por via de correição;
Súmula 267 do STF: Não cabe mandado de segurança contra ato judicial
passível de recurso ou correição.
- Se a decisão judicial for uma decisão o qual o recurso não tenha efeito suspensivo e esta
causar dano ao direito líquido e certo
Súmula 268 do STF: Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial
com trânsito em julgado.
OBS.: Há uma exceção, onde caberá MS de decisão transitada em julgado se esta for
manifestamente ilegal ou nula.
OBS.: Figura do terceiro no processo, no tange ao cabimento de MS esta sumulado pelo STJ.
Súmula 202 do STJ: A impetração de segurança por terceiro, contra ato judicial,
não se condiciona a interposição de recurso.
c) III - de ato disciplinar, salvo quando praticado por autoridade incompetente ou com inobservância de
formalidade essencial.
Esta possibilidade também está relativizada, porque o STF vem entendo, que mesmo que o ato
disciplinar tenha sido praticado por autoridade competente e tenha cumprindo as formalidades, o
MS poderá ter cabimento se este ato for investido de manifesta ilegalidade. Neste sentido, o STF
entende que o MS poderá ser analisado nos elementos do ato administrativo (sujeito, forma,
motivo, finalidade). Conclusão, não se pode confundir discricionariedade com arbitrariedade.
2. Jurisprudenciais
Súmula 266 do STF: Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.
OBS.: Há uma exceção, onde caberá MS contra Lei, se esta for de efeito concreto, ou seja, auto-
executável. A lei em si já causa dano, não necessita de um ato com base nela para causar dano.
São leis apenas em sentido formal, mas na essência é um ato administrativo. Ex.: Leis que criam
municípios ou suprem distrito, lei de Planificação urbana, Lei de Execução fiscal, Lei Proibitiva,
Decretos de Nomeação, desapropriação, Exoneração.
2º HORÁRIO
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B) Não cabe MS contra matéria interna corpores do poder legislativo, ou seja, matéria de cunho
privado das Casas (Câmara, Senado, Congresso Nacional).
Ex.: Interpretação de Regimento Interno→ entendimento do STF.
PROCEDIMENTO
Legitimado ativo impetra MS → recebida a petição→ legitimado passivo 10 dias para informações
→ Ministério Público (custos legis) 5 dias para parecer→ conclusão para decisão → decisão.
OBS.: Cabe medida liminar em mandado de Segurança → art. 7º, II da Lei 1.533/51. Porém,
existem algumas situações que mesmos preenchidos os requisitos não caberá liminar em MS.
São elas:
- Agravo.
- Pedido de suspensão da liminar (a rigor não é um recurso) → pede-se para o Presidente do
Tribunal, este pedido deve ser fundamentado na ordem, segurança, Saúde e Economia
Pública.
- Concessiva.
- Não concessiva.
Possibilidade recursais:
-Apelação;
-R. O. C. para STF (102, II, “a” da CF);
-R. O. C. para STJ (105, II da CF);
-R. Extraordinário para STF (102, III da CF);
-R. Especial para STJ (105, III da CF).
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OBS.: Os efeitos da decisão concessiva são de execução imediata da sentença. O recurso em
regra só é recebido no efeito devolutivo, porém há exceções: art. 5º e art.7º da lei 4.348/64.
OBS.: Decisão do Relator em MS que concede ou indefere liminar, não cabe agravo regimental.
Uma possibilidade de recurso desta decisão é o pedido para Presidente do Tribunal de
Suspensão da liminar.
PRAZO
O prazo para interposição é de 120 dias, conforme art. 18 da lei 1533/51, contados do
conhecimento oficial do ato, ou seja, quando este passa a ser exeqüível.
Súmula 632 do STF: É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a
impetração de mandado de segurança.
OBS.: Nos atos de trato sucessivo, o prazo de 120 dias se renova a cada ato.
Nos atos omissivos temos duas possibilidades:
- A autoridade tinha prazo para cumprir o ato e ficou omissa→ passado este prazo, é que começa
a contar o prazo para interposição do MS (120 dias);
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- autoridade não estava sujeita a prazo para cumprir um ato, o não fazer por parte desta é
contínuo→ o MS não estará sujeito ao prazo de 120 dias para sua interposição, pois, a lesão será
contínua.
Visa proteger direito líquido e certo da coletividade, ou seja, interesses e direitos coletivos de uma
classe, categoria, profissão, família, da sociedade.
Finalidades
A diferença básica entre mandado de segurança individual e coletivo está na legitimidade ativa.
Para STF, o impetrante atua como substituto processual dos associados, ou seja, age em nome
próprio na defesa de interesse de terceiro, trata-se de uma legitimação extraordinária.
Conclusões
Os atingidos pelo mandado de segurança coletivo serão aqueles que se encontram na entidade
no momento da execução da sentença→ esta é a regra. Pode haver exceções→ o professor não
adentrou no mérito por não ser importante para prova da CESPE.
A decisão não concessiva em Mandado de Segurança Coletivo faz coisa julgada formal, portanto,
não impede a interposição de Mandado de Segurança Individual, deste que se respeite o prazo de
120 dias.