Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sobre a:
ADI
3367 / DF - DISTRITO FEDERAL 3367 / DF - DISTRITO FEDERAL AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE Relator(a): Min. CEZAR PELUSO Julgamento: 13/04/
2005 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Ementa
EMENTAS: 1.
AÇÃO. Condição. Interesse processual, ou de agir. Caracterização. Ação direta de
inconstitucionalidade. Propositura antes da publicação oficial da Emenda Constitucional nº
45/2004. Publicação superveniente, antes do julgamento da causa. Suficiência. Carência da
ação não configurada. Preliminar repelida. Inteligência do art. 267, VI, do CPC. Devendo
as condições da ação coexistir à data da sentença, considera-se presente o interesse
processual, ou de agir, em ação direta de inconstitucionalidade de Emenda Constitucional
que só foi publicada, oficialmente, no curso do processo, mas antes da sentença. 2.
INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Emenda Constitucional nº 45/2004. Poder
Judiciário. Conselho Nacional de Justiça. Instituição e disciplina. Natureza meramente
administrativa. Órgão interno de controle administrativo, financeiro e disciplinar da
magistratura. Constitucionalidade reconhecida. Separação e independência dos Poderes.
História, significado e alcance concreto do princípio. Ofensa a cláusula constitucional
imutável (cláusula pétrea). Inexistência. Subsistência do núcleo político do princípio,
mediante preservação da função jurisdicional, típica do Judiciário, e das condições
materiais do seu exercício imparcial e independente. Precedentes e súmula 649.
Inaplicabilidade ao caso. Interpretação dos arts. 2º e 60, § 4º, III, da CF. Ação julgada
improcedente. Votos vencidos. São constitucionais as normas que, introduzidas pela
Emenda Constitucional nº 45, de 8 de dezembro de 2004, instituem e disciplinam o
Conselho Nacional de Justiça, como órgão administrativo do Poder Judiciário nacional. 3.
PODER JUDICIÁRIO. Caráter nacional. Regime orgânico unitário. Controle
administrativo, financeiro e disciplinar. Órgão interno ou externo. Conselho de Justiça.
Criação por Estado membro. Inadmissibilidade. Falta de competência constitucional. Os
Estados membros carecem de competência constitucional para instituir, como órgão
interno ou externo do Judiciário, conselho destinado ao controle da atividade
administrativa, financeira ou disciplinar da respectiva Justiça. 4. PODER JUDICIÁRIO.
Conselho Nacional de Justiça. Órgão de natureza exclusivamente administrativa.
Atribuições de controle da atividade administrativa, financeira e disciplinar da
magistratura. Competência relativa apenas aos órgãos e juízes situados, hierarquicamente,
abaixo do Supremo Tribunal Federal. Preeminência deste, como órgão máximo do Poder
Judiciário, sobre o Conselho, cujos atos e decisões estão sujeitos a seu controle
jurisdicional. Inteligência dos art. 102, caput, inc. I, letra "r", e § 4º, da CF. O Conselho
Nacional de Justiça não tem nenhuma competência sobre o Supremo Tribunal Federal e
seus ministros, sendo esse o órgão máximo do Poder Judiciário nacional, a que aquele está
sujeito. 5. PODER JUDICIÁRIO. Conselho Nacional de Justiça. Competência.
Magistratura. Magistrado vitalício. Cargo. Perda mediante decisão administrativa.
Previsão em texto aprovado pela Câmara dos Deputados e constante do Projeto que
resultou na Emenda Constitucional nº 45/2004. Supressão pelo Senado Federal.
Reapreciação pela Câmara. Desnecessidade. Subsistência do sentido normativo do texto
residual aprovado e promulgado (art. 103-B, § 4º, III). Expressão que, ademais, ofenderia o
disposto no art. 95, I, parte final, da CF. Ofensa ao art. 60, § 2º, da CF. Não ocorrência.
Argüição repelida. Precedentes. Não precisa ser reapreciada pela Câmara dos Deputados
expressão suprimida pelo Senado Federal em texto de projeto que, na redação
remanescente, aprovada de ambas as Casas do Congresso, não perdeu sentido normativo.
6. PODER JUDICIÁRIO. Conselho Nacional de Justiça. Membro. Advogados e cidadãos.
Exercício do mandato. Atividades incompatíveis com tal exercício. Proibição não constante
das normas da Emenda Constitucional nº 45/2004. Pendência de projeto tendente a torná-
la expressa, mediante acréscimo de § 8º ao art. 103-B da CF. Irrelevância. Ofensa ao
princípio da isonomia. Não ocorrência. Impedimentos já previstos à conjugação dos arts.
95, § único, e 127, § 5º, II, da CF. Ação direta de inconstitucionalidade. Pedido aditado.
Improcedência. Nenhum dos advogados ou cidadãos membros do Conselho Nacional de
Justiça pode, durante o exercício do mandato, exercer atividades incompatíveis com essa
condição, tais como exercer outro cargo ou função, salvo uma de magistério, dedicar-se a
atividade político-partidária e exercer a advocacia no território nacional.
Decisão
O Tribunal, por unanimidade, afastou o vício formal
de inconstitucionalidade da Emenda Constitucional nº 45/2004, como também não
conheceu da ação quanto ao § 8º do artigo 125. No mérito, o Tribunal, por maioria, julgou
totalmente improcedente a ação, vencidos o Senhor Ministro Marco Aurélio, que a julgava
integralmente procedente; a Senhora Ministra Ellen Gracie e o Senhor Ministro Carlos
Velloso, que julgavam parcialmente procedente a ação para declarar a
inconstitucionalidade dos incisos X, XI, XII e XIII do artigo 103-B, acrescentado pela
emenda constitucional; e o Ministro Sepúlveda Pertence, que a julgava procedente, em
menor extensão, dando pela inconstitucionalidade somente do inciso XIII do caput do
artigo 103-B.
Votou o Presidente, Ministro Nelson Jobim. Falaram, pela requerente, o Dr. Alberto Pavie
Ribeiro, pela Advocacia-Geral da União, o Dr. Álvaro Augusto Ribeiro Costa e, pelo
Ministério Público Federal, o Dr. Cláudio Lemos Fonteles, Procurador-Geral da
República. Plenário, 13.04.2005.
Concordamos com o colocado no item 4, da ementa acima listada, que nos apresenta O
Conselho Nacional de Justiça não tem nenhuma competência sobre o Supremo Tribunal
Federal e seus ministros, sendo esse o órgão máximo do Poder Judiciário nacional, a que
aquele está sujeito, porem, ACREDITAMOS que em existindo alguma decisão não
fundamentada, com fundamentação inadequada, ou mesmo, algum vício, CABE ao Conselho
Nacional de Justiça, apresentar ao Supremo Tribunal Federal, com a própria
razoabilidade, a questão, de tal forma, ser premente, e necessária, a reavaliação da Decisão
Anterior, uma vez que, apenas o Supremo Tribunal Federal tem o condão de ANULAR, ou
ALTERAR, uma sua Decisão Anterior, como ja foi colocado pelo então, Excelentíssimo
Presidente do STF e atual Ministro da Defesa. Portanto, reafirmo, que a avaliação, pelo
CNJ, de Decisões do STF, relativas controle da atuação administrativa e financeira do Poder
Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras
atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, em hipótese alguma
pode, e deve, ser reconhecidas como subordinação do STF ao CNJ, pelo contrário, as
mesmas necessariamente podem, e devem, ser reconhecidas como subordinação do STF à
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, e ao Estatuto da Magistratura,
onde suas premissas base são Constitucionais, da qual ressalto o Art. 93. Lei complementar,
de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura,
observados os seguintes princípios: IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei
limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no
sigilo não prejudique o interesse público à informação; Quando então, mais uma vez, chamo
sua atenção para o Documento Ratificacao de to Ao CNJ, http://www.scribd.com/
doc/8518939/Ratificacao-de-to-Ao-CNJ , que relaciona algumas situações, que supomos, pela
ausência de resposta, serem concretas.
Reitero meus protestos de Respeito, Estima e Consideração, subscrevendo-me
Atenciosamente,
Plinio Marcos Moreira da Rocha
PS.: Com relação a recepção, pela Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça, que nos
lê por cópia, em função da mesma, estar associada, a correspondência formalmente
protocolada, bem como, da sua, intrinseca e concreta, razoabilidade, apresentada, espero
que a mesma ja esteja adicionada na correspondência mencionada.
A petição não precisa ser formalizada por advogado. Mais instruções acerca da
formalização da manifestação poderão ser obtidas com a leitura do Regimento Interno do
CNJ, acessível em www.cnj.gov.br.
Continuamos à disposição.
Atenciosamente,
Ouvidoria do CNJ
Secretaria Geral
Tel: (55 61) 3217-4862 / 4958
ouvidoria@cnj.jus.br
mp
- Art. 5º - Este artigo, de forma clara, especifica que pode existir bens comuns entre os
conviventes de cada entidade familiar, considerando-os, fruto do trabalho e da
colaboração comum, passando a pertencer a ambos, em condomínio e em partes
iguais, logo, é incontestável a possibilidade, de um dos Companheiros, de União
Estável Legítima ou não, de ser Herdeiro, ou mesmo, LEGATÁRIO.
- Art. 8° - Este artigo, nos apresenta que, por iniciativa dos conviventes, pode-se
formalizar um casamento, a partir da vontade de oficializar uma União Estável, quando
então, chamo a atenção, para o fato concreto, de que, este pode não ser o único
casamento, de um dos conviventes, o que coloca, a possibilidade, de uma União
Estável Ilegíma, ser transformada em Casamento, tipificando, por parte de um dos
conviventes o Crime de Bigamia. Por esta razão, entendemos que qualquer União
Estável, legítima ou não, deva ser reconhecida como legítima pelo Estado, uma vez
que, o Crime de Bigamia, não deveria estar restrito à Casamento, e sim, a
manutenção da convivência simultânea em entidades familiares distintas, uma
vez que, seus desdobramentos materiais e morais, são concretos e duradouros.
PS.: Gostaria de chamar a atenção para o ANEXO I - Casamento nulo! (Reflexões sobre a
teoria das nulidades em matéria de casamento) por José Maria Tesheiner (Livre-Docente e
Doutor em Direito pela UFRGS, Desembargador aposentado, Professor Orientador no Curso de
Mestrado da PUC-RS) Revista Jurídica, Porto Alegre, (265): 5-11, nov. 1999., pois, reconheço
neste trabalho um libelo sobre a irresponsabilidade em não se reconhecer e tratar adequadamente
"uniões estáveis" simultâneas.
Gostaria de chamar a atenção para o ANEXO II, onde efetuo comentários sobre a notícia
da decisão em questão.
ANEXO I - Casamento nulo!
(Reflexões sobre a teoria das nulidades em matéria de casamento)
José Maria Tesheiner
http://www.tex.pro.br/wwwroot/artigosproftesheiner/casament.htm
(Livre-Docente e Doutor em Direito pela UFRGS, Desembargador aposentado, Professor Orientador no Cur
de Mestrado da PUC-RS)
Revista Jurídica, Porto Alegre, (265): 5-11, nov. 1999.
Estranho este mundo, o jurídico, que se superpõe ao dos fatos, em outra dimensão. É construído pelo juri
que os observa com olhos que não são telescópicos, nem microscópicos, mas abstratoscópicos. O mundo
fatos é concreto. Nele os homens nascem, copulam e morrem. O mundo jurídico é abstrato, feito de conce
e normas. É construído abstraindo-se dos movimentos humanos tudo quanto é singular e, portanto, real, p
ficar-se com o geral, que não o é. Esse olhar abstratoscópico também se encontra na filosofia e na geome
Desprezam-se os homens reais, fortes ou fracos, inteligentes ou tolos, íntegros ou deficientes, p
determinar a idéia de homem, animal racional. Desprezam-se as rodas: de carroça, de automóvel,
bicicleta; a roda-gigante, os aros e anéis infinitesimais, para ficar-se com a idéia de círculo.
No mundo dos fatos, o casamento é algo que se vê com olhos de gente: a igreja com suas torres, a escad
que conduz à grande porta da entrada, o átrio, a nave, o corredor entre fileiras de bancos, o altar e o padr
noivo que espera, a noiva que entra ao som da marcha nupcial, o casto beijo depois do sim.
Mas isso não é casamento, no mundo do Direito. Nele, o casamento é uma espécie de contrato, com fo
prescrita em lei, que só existe sob condições rigorosamente determinadas. É preciso um advogado ou jur
para dizer se toda essa cerimônia, que vimos acontecer, é, juridicamente, um casamento existente
propósito, esse casamento, religioso, que vimos com nossos olhos de gente, será provavelmente consider
inexistente no mundo jurídico, porque presidido por um padre, e não por um juiz de paz, autorid
(1)
competente segundo a lei civil . Faltou uma formalidade essencial, cuja ausência, detectada pelo jurist
levará a afirmar que não houve casamento algum.
Há, pois, requisitos indispensáveis para a existência do casamento (existência jurídica, independentemente
que se possa afirmar como ocorrido no mundo dos fatos). Apontamos os principais: um homem e u
mulher; a declaração de vontade de se receberem como marido e mulher, uma autoridade com poder p
declará-los casados.
Ainda mais surpreendente do que o casamento inexistente, sem embargo do que possa ter ocorrido no mu
dos fatos, é o casamento nulo, um ser fantasmagórico, que é e não é, no próprio plano jurídico. Existe,
não vale. Existe, mas pode ser apagado, como se jamais houvera existido.
É relativamente fácil apontar os casos de casamento nulo, porque nosso Código adota, quanto a ele,
(2)
sistema fechado de nulidades. O casamento só é nulo nos casos expressos em lei . Já no que diz respeito
inexistente, o sistema é aberto. A lei nem sequer fala em casamento inexistente, muito menos dita os ca
em que tal ocorre. A inexistência do casamento é deduzida dos requisitos estabelecidos por lei, para que
(3)
exista no plano jurídico .
(4
Nulo é, por exemplo, o casamento do pai com a filha, assim como a estranha união do neto com a avó
(5)
também nulo o casamento de irmãos .
A proibição do incesto é culturalmente tão forte que, tivesse o legislador esquecido de arrolar esses ca
entre os de nulidade, a conclusão do jurista seria no sentido, não da validade do casamento, mas no de
inexistência jurídica.
É também nulo o casamento de um homem com a mãe de sua falecida esposa, ou seja, o casamento
(6)
genro com a sogra . Nulo igualmente o casamento de quem já é casado, pois não se permite, no Brasil,
(7)
um homem tenha mais de uma esposa ou a mulher mais de um marido .
(8)
Sob pena de nulidade, não pode casar com a viúva o condenado pelo homicídio de seu marido . D
mandou matar Urias, para tomar-lhe a mulher, Betsaida, com quem se casou; mas não tendo sido conden
(9)
senão pelo profeta Natan , não teria havido nulidade, segundo nosso sistema jurídico.
Mais difícil do que determinar os casos de casamento nulo é estabelecer as conseqüências dele decorrentes
Dissemos que o casamento nulo existe mas não vale. Devemos corrigir: vale sim! Vale enquanto
sobrevém sentença que pronuncie a nulidade. Somente depois dela é que se poderá dizer qu
casamento nunca valeu.
E, mesmo pronunciada a nulidade, pode ocorrer que se tenha de dizer que valeu enquanto durou, o
ocorre nos casos de casamento putativo, em que um ou ambos os cônjuges estava de boa-fé, ignorand
impedimento, como no caso de Édipo que, sem saber que eram seu pai e sua mãe, matou Laio e casou c
Jocasta.
Arma-se, assim, um verdadeiro quebra-cabeça, porque se descreve um ato nulo, que vale durante alg
tempo, pode ser apagado como se jamais houvera existido, mas pode também sobreviver à decretação
nulidade, continuando a produzir efeitos.
Impõe-se, aqui, a pergunta: o que, a final de contas, significa ser nulo?
Geralmente se pensa na nulidade como sendo o defeito do ato. Na verdade, a nulidade é a conseqüên
do vício do ato. Assim, da circunstância de serem os cônjuges irmãos (defeito do ato), segue-se co
conseqüência a nulidade do casamento.
A nulidade importa negação dos efeitos que o ato produziria, não fora o vício que o contamina. O que se n
não são os efeitos do ato, enquanto fato do mundo mundo real. O que se nega são os efeitos jurídicos
ato, no mundo jurídico.
O ato, mesmo nulo, produz efeitos no mundo dos fatos, que não se desfazem pela decretação
sua nulidade no mundo jurídico. O casamento da virgem, ainda que declarado nulo, não lhe restit
virgindade, nem retorna a criança ao ventre de sua mãe, por se decretar a nulidade de seu casamento co
pai.
Assim como a existência do ato deve ser apurada no mundo jurídico, assim é no mundo jurídico que se n
efeitos ao ato nulo. O que se nega são os efeitos jurídicos do ato nulo, tais como os direitos e obrigações
decorrentes.
No mundo dos fatos, os acontecimentos não podem ser desfeitos, nem suas naturais conseqüências:
vinhos que os convidados consumiram na festa, consumiram-se para sempre, ainda que decretada a nulid
do casamento que a motivou. O Direito é impotente para desfazer fatos do mundo dos fatos (factum infec
infieri nequit).
Só no mundo espectral, que é o jurídico, podem-se apagar os efeitos jurídicos de um ato, como não tive
sido praticado. O casamento, que existiu como tal no mundo jurídico, produzindo os efeitos de um casame
válido, é declarado nulo. Seus efeitos jurídicos desaparecem, como se o casamento não tivesse ocorrido
mundo jurídico. Tome-se o caso do palácio, que era só do marido, mas que, por efeito do casamento, pas
a pertencer também à sua mulher. Na constância do casamento, não pode ele vendê-lo, sem o consentime
(10)
da esposa, seja porque a lei exige a outorga uxória , seja em função do condomínio que se estabelec
Pronunciada, porém, a nulidade do casamento, torna-se válida a venda nula, porque apagados os efeitos
comunhão de bens e da exigência de consentimento da mulher, fenômeno semelhante ao que ocorre
matemática, em que é positivo o produto de dois fatores negativos. Casam-se a nulidade do casamento
(11)
nulidade da venda, produzindo uma alienação válida .
Nulidade é negação de efeitos jurídicos, sendo, pois, intrinsecamente contraditória a assertiva de que ato n
pode produzir efeitos jurídicos. Se é nulo, não produz efeitos jurídicos. Se produz efeitos jurídic
nulo não é.
Retornamos ao quebra-cabeça. Como explicar ? (1) a produção de efeitos jurídicos por um casamento n
enquanto não pronunciada a nulidade; 2) tarefa ainda mais complicada, a possibilidade de efeitos juríd
que sobrevivam à própria decretação da nulidade.
A produção de efeitos, enquanto não pronunciada a nulidade, explica-se com a observação de que a nulid
não é o vício do ato, mas conseqüência da sentença. O casamento entre irmãos não é nulo; torna-se nulo c
a sentença. É o efeito retroativo da sentença que produz a ilusão de que a nulidade já existia antes. Isso
que se afirma, em linguagem técnica, quando se diz que tal sentença não é declaratória (de nulidade
existente), mas desconstitutiva, com eficácia ex tunc (ou seja, desde a data do casamento).
E como explicar a eventual sobrevivência de efeitos jurídicos, mesmo depois de pronunciada a nulidade
explicação é a mesma. Quem, erradamente, lê "casamento nulo" como "casamento nenhum", e
declaração da nulidade, com eficácia necessariamente retroativa. Estabelecido, porém, que a nulidade não
vício que contamina o ato, mas estado novo, decorrente da sentença, compreende-se facilmente que
efeitos da decretação da nulidade se produzem desde a sentença, respeitados, pois, os efeitos antes
produzidos, restando por explicar exatamente a situação mais comum, ou seja, a eficácia retrooperante
tunc) da sentença que pronuncia a nulidade.
Observe-se: os efeitos da sentença meramente declaratória são por natureza ex tunc, retroagindo à data
ato ou fato declarado, mas os efeitos de uma sentença constitutiva tanto podem ser ex nunc (desde ag
quanto ex tunc (desde então); podem produzir-se desde qualquer data anterior ou mesmo posterio
sentença, conforme estabeleça a lei.
Enfatize-se: a sentença que pronuncia a nulidade do casamento não é declaratória, m
constitutiva, com eficácia ex nunc ou ex tunc, conforme o caso.
Constitui preconceito doutrinário a assertiva de que nulidade provoca necessariamente sentença declarat
e, portanto, com eficácia retroativa. Não é assim, o que é importante para se explicar os efeitos do casame
putativo. (Importante, também, para que se compreenda que a "declaracão" de inconstitucionalidade de
não é por natureza necessariamente retro-operante, mas isso já é matéria para outro estudo).
A putatividade do casamento decorre da boa-fé de um ou de ambos os cônjuges, por ignorância
impedimento.
(12
No caso de casamento duplamente putativo, é ex nunc a eficácia da sentença que pronuncia a nulidade
hipótese é de nulidade, não de divórcio, porque o vício é contemporâneo à celebração do casamento. No c
de boa-fé de apenas um dos cônjuges, biparte-se a solução: vale, para ele, o casamento, até a data
(13)
sentença; para o outro, a decretação da nulidade retroage à data de sua celebração .
Passamos, agora, a enfrentar outra dificuldade conceitual.
Temos falado, até aqui, de casamento nulo. Como afirmamos que a nulidade é o estado jurídico no
decorrente da sentença que pronuncia a nulidade, bem se pode reclamar contra o uso dos termos "nulo
"nulidade", dizendo-se que, na verdade, o que se tem é "anulabilidade", isto é, possibilidade de anulação
que o casamento produzirá todos os seus efeitos, se ninguém pleitear a decretação de sua nulidade. Assi
realmente, mas somos obrigados a falar em casamento nulo, porque nosso Código Civil não apenas usa e
expressão, como a contrapõe ao casamento anulável, certo que lançando mão de outros critérios.
Pergunta-se: qual a diferença entre o casamento nulo, de que tratamos, e o casamento anulável?
Quanto aos efeitos, não há diferença: tanto a nulidade quanto a anulação decorrem de sentença, com efic
retroativa, salvo putatitividade. Os casos de casamento anulável são somente os expressamente previstos
(14)
lei . Assim, também a exigência de previsão legal expressa é característica comum ao casamento nu
ao anulável.
É anulável o casamento das pessoas coatas, das incapazes de consentir, ou manifestar, de modo inequívo
o consentimento; do raptor com a raptada, enquanto não se ache fora de seu poder; dos sujeitos ao pá
poder, tutela, ou curatela, por falta de consentimento do pai, mãe, tutor ou curador; das mulheres meno
(15)
de dezesseis anos e dos homens menores de dezoito .
(16)
É também anulável o casamento por erro essencial , tal como o que diz respeito à identidade do o
cônjuge, sua honra e boa fama, a ignorância de defeito físico irremediável ou de moléstia grav
(17)
intransmissível . Apontam-se os casos do marido que descobre haver casado com prostituta, da mu
que se casou com homem incapaz de ereção, do casamento com esquizofrênico, siflítico, aidético, sádic
outros mais, retalhos todos de vidas estraçalhadas.
Além de se referirem a hipóteses diferentes, distingue-se o casamento nulo do anulável, observando-se qu
1. O Ministério Público tem legitimidade para a ação de nulidade, não para a de anulação do casamen
2. A ação de nulidade é perpétua, podendo ser proposta enquanto houver interesse, até mesmo depo
(18) (19)
da morte ou divórcio dos cônjuges ; a ação de anulação sujeita-se a prazo decadencial .
Há também uma hipótese híbrida, que é a de nulidade do casamento por incompetência da autorid
celebrante, cuja decretação pode ser requerida pelo Ministério Público, mas está sujeita ao prazo decaden
(20 e 21)
de dois anos .
Notas
1
A exceção vai por conta do casamento religioso com efeitos civis, obedecido o disposto nos artigos 71 a 75
da Lei dos Registros Públicos (Lei 6.015, de 21.12.73).
2
A regra fundamental encontra-se no artigo 207 do Código Civil: "É nulo e de nenhum efeito, quanto aos
contraentes e aos filhos, o casamento contraído com infração de qualquer dos ns. I a VIII do art. 183.
3
Com razão observa Sílvio Rodrigues que a categoria dos atos jurídicos inexistentes supõe um sistema de
nulidades cominadas. Sustentando, como sustenta, de que nosso Direito, mesmo em matéria de casament
não contém regra no sentido de não haver nulidade sem previsão legal, coerentemente nega a categoria do
atos inexistentes: "desde que se afaste o preconceito de que não há nulidade sem texto – e tal preconceito
nunca existiu em nosso direito – a idéia de ato jurídico inexistente perde sua razão de ser." (Direito de
Família. São Paulo, Saraiva, 1988, p. 83). Segundo o mesmo Autor, o casamento existe, em face do direito
desde que se haja lavrado assento, nos termos do art. 195 do Código Civil (op. cit., p. 85).
4
"Não podem casar", diz o artigo 183, I, do Código Civil, "Os ascendentes com os descendentes, seja o
parentesto legítimo ou ilegítimo, natural ou civil.".
5
O artigo 183, IV, do Código Civil dispõe que não podem casar "Os irmãos, legítimos ou ilegítimos, german
ou não e os colaterais legítimos ou ilegítimos, até o terceiro grau inclusive."
6
Não podem casar os afins em linha reta, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo (Cód. Civil, art. 183, II).
7
As pessoas casadas não podem casar (Cód. Civil, art. 183, VI).
8
Não podem casar o cônjuge sobrevivente com o condenado como delinqüente no homicídio, ou tentativa
homicídio, contra o seu consorte.
9
Segundo Livro dos Reis, capítulos 11 e 12.
10
Qualquer que seja o regime de bens, o marido não pode, sem o consentimento da mulher, alienar,
hipotecar ou gravar de ônus real os bens imóveis, ou direitos reais sobre imóveis alheios (Cód. Civil, art. 23
I).
11
O Código Civil trata a alienação de bem imóvel sem outorga uxória como hipótese de anulabilidade. Disp
Prescreve em dois anos a ação do marido ou dos seus herdeiros para anular atos da mulher, praticados sem
seu consentimento, ou sem o suprimento do juiz; contado o prazo do dia em que se dissolver a sociedade
o
conjugal (art. 178, § 7 , VII). Prescreve em quatro anos, contados da dissolução da sociedade conjugal, a
ação da mulher para desobrigar ou reivindicar os imóveis do casal, quando o marido os gravou, ou alienou
o
sem outorga uxória, ou suprimento dela pelo juiz (art. 178, § 9 , I). Art. 252: "A falta, não suprida pelo jui
de autorização do marido, quando necessária (art. 242), invalidará o ato da mulher, podendo esta nulidade
ser alegada pelo outro cônjuge, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal. Parágrafo único. A
ratificação do marido, provada por instrumento público ou particular ou autenticado, revalida o ato.
12
No caso de boa-fé de ambos os cônjuges:
• permanece a maioridade adquirida pelo casamento (Oliveira & Muniz, 1999);
• permanecem os efeitos do regime de bens, processando-se a partilha pelas regras da separação
judicial (Oliveira & Muniz, Curso, 1999, p. 277);
• não são devidos alimentos futuros, isto é, posteriores ao trânsito em julgado da sentença, porque a
partes deixaram de ser cônjuges (Oliveira & Muniz, Curso, 1999, p. 280);
• observada a ordem da sucessão hereditária, o sobrevivente é herdeiro de seu cônjuge, ocorrendo a
morte antes do trânsito em julgado da sentença (Oliveira & Muniz, Curso, 1999, p. 283);
• qualquer dos cônjuges poderá invocar, em litígio com terceiro, a falta de sua outorga em relação a
que o outro praticou sozinho (Oliveira & Muniz, Curso, 1999, p. 283);
• por aplicação do Estatuto da mulher casada, ambos respondem, com todos os seus bens, por dívida
que, embora só por um tenha sido contraída, tenha resultado em benefício de ambos (Oliveira &
Muniz, Curso, 1999, p. 286);
• é nulo, por bigamia, o segundo casamento celebrado por qualquer dos cônjuges, antes da decretaç
de sua nulidade ou anulação (Oliveira & Muniz, Curso, 1999, p. 286).
13
No caso de boa-fé de apenas um dos cônjuges:
• apenas ele mantém a maioridade adquirida pelo casamento;
• somente ele, tem direito à meação dos bens comuns ou dos aqüestos, conforme a espécie de
comunhão, universal ou parcial, incidente no caso (Oliveira & Muniz, Curso, 1999, p. 281);
• somente a ele assegura-se a conservação de eventual direito sucessório, no caso de morte anterior
sentença;
• apenas ele pode invocar, em litígio com terceiro, a falta de sua outorga em relação a ato que o out
praticou sozinho;
• não são devidos, por qualquer dos cônjuges, alimentos futuros, isto é, posteriores ao trânsito em
julgado da sentença, mas o Supremo Tribunal Federal já os assegurou ao de boa-fé (Oliveira & Mun
Curso, 1999, p. 282);
• por aplicação do Estatuto da mulher casada, ambos respondem, com todos os seus bens, por dívida
que, embora só por um tenha sido contraída, tenha resultado em benefício de ambos, não havendo
nesse ponto, diferença com relação à hipótese de boa-fé de ambos os cônjuges (Oliveira & Muniz,
Curso, 1999, p. 285);
• é nulo, por bigamia, o segundo casamento celebrado por qualquer dos cônjuges, antes da decretaç
de sua nulidade ou anulação. Também nesse ponto não há diferença com relação à hipótese de boa
de ambos os cônjuges. "Evita-se, assim, a absurda solução que consistiria em reconhecer a bigami
do cônjuge de boa-fé ao mesmo tempo que seria considerado válido o 2º casamento do cônjuge de
má-fé. " (Oliveira & Muniz, Curso, 1999, p. 286).
14
"É anulável o casamento contraído com infração de qualquer dos ns. IX a XII do art. 183" (Cód. Civil, art
209).
15
Não podem casar, diz o Código Civil:
• "IX – As pessoas por qualquer motivo coatas e as incapazes de consentir, ou manifestar, de modo
inequívoco, o consentimento.
• X – O raptor com a raptada, enquanto esta não se ache fora do seu poder e em lugar seguro.
• XI – Os sujeitos ao pátrio poder, tutela, ou curatela, enquanto não obtiverem ou não lhes for suprid
o consentimento do pai, tutor, ou curador (art. 212).
• XII – As mulheres menores de dezesseis anos e os homens menores de dezoito".
16
"É também anulável o casamento, se houve por parte de um dos nubentes, ao consentir, erro essencial
quanto à pessoa do outro." (Cód. Civil, art. 218).
17
"Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: I – O que diz respeito à identidade do ou
cônjuge, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal, que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a v
em comum ao cônjuge enganado. II – A ignorância de crime inafiançável anterior ao casamento e
definitivamente julgado por sentença condenatória. III – A ignorância anterior ao casamento, de defeito fís
irremediável ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde
outro cônjuge ou de sua descendência. IV – O defloramento da mulher, ignorado pelo marido." (Cód. Civil,
art. 219).
18
A ação de nulidade de casamento pode ser proposta mesmo depois de dissolvido o vínculo pelo divórcio
por morte de um dos cônjuges. Como deixa claro o inciso II do art. 208, parágrafo único, do Código Civil, a
restrição decorrente da morte de um dos cônjuges e, agora, também do divórcio, diz respeito apenas ao
Ministério Público.
"do ponto de vista da sociedade, não mais existe qualquer interesse na declaração de nulidade do vínculo,
se justificando, por isso mesmo, a legitimidade do Ministério Público. O cônjuge sobrevivo, ao contrário, po
ter legítimo interesse na propositura da ação de nulidade, quer por desejar excluir os efeitos do regime de
bens, quer por desejar excluir outra espécie de efeitos, como, por exemplo, o direito ao nome (Oliveira &
Muniz, Curso, 1999, p. 235).
19
• Prescreve em dois anos a ação do cônjuge coacto para anular o casamento (Dec.-lei 4.529, de
30.7.42, art. 1º. Essa norma derrogou o disposto no artigo 178, § 5º, I, do Código Civil.
• Prescreve em seis meses a ação para anular o casamento do incapaz de consentir, promovida por
este, quando se torne capaz, por seus representantes legais, ou pelos herdeiros; contado o prazo d
dia em que cessou a incapacidade, no primeiro caso; no segundo, e, no terceiro, da morte do incap
quando esta ocorra durante a incapacidade (art. 212)." (Cód. Civil, art. 178, § 5º, II).
• rapto constitui modalidade de coação, sendo, pois, de dois anos contados da data da celebração do
casamento.
• Prescreve em três meses a ação do pai, tutor, ou curador para anular o casamento do filho, pupilo,
curatelado, contraído sem o consentimento daqueles, nem o seu suprimento pelo juiz; contado o
prazo do dia em que tiveram ciência do casamento (arts. 180, n. III, 183, n. XI, 209 e 213). (Cód.
Civil, artigo 178, § 4º, II).
• Prescreve em seis meses a ação para anular o casamento da menor de dezesseis e do menor de
dezoito anos; contado o prazo do dia em que o menor perfez essa idade, se a ação for por ele mov
e da data do matrimônio, quando o for por seus representantes legais (arts. 213 a 216), ou pelos
parentes designados no art. 190." (Cód. Civil, art. 178, § 5º, III).
• prazo para a propositura da ação, por erro essencial, é de dois anos, contados da celebração do
casamento (CC, art. 178, § 7º, I), nos casos do art. 219; I a III; de dez dias, no caso de matrimôn
contraído por mulher já deflorada (CC, art. 178, § 1º).
20
É também nulo o casamento contraído perante autoridade incompetente. Mas esta nulidade se considera
sanada, se não se alegar dentro em dois anos da celebração. Antes de vencido esse prazo, a declaração da
nulidade poderá ser requerida: I – Por qualquer interessado. II – Pelo Ministério Público, salvo se já houver
falecido algum dos cônjuges. (Cód. Civil, art. 208).
21
Segundo Pontes de Miranda, a incompetência a que se refere o texto é apenas a determinada ratione loc
A incompetência ratione materiae determina a inexistência do casamento (Apud Oliveira & Muniz, Curso, p
226). Discorda Sílvio Rodrigues, que, aliás, nega a categoria dos casamentos inexistentes. Afirma que a lei
não distingue, sendo caso de nulidade, sanável, tanto a incompetência ratione loci quanto a incompetência
ratione materiae, suposta a boa fé dos nubentes (Direito de Família, 1988, p. 84-5).
""
Prezado Anderson,
Pelo que pude entender, suas palavras apresentam o novo estado civil companheiro, muito
embora, o mesmo esteja restrito às mesmas restrições do estado civil casado, excessão feita à
opção dos envolvidos em efetivamente casar, uma vez que o colocado é:
"Pensamos que se a Constituição Federal prevê a dignidade da pessoa humana como um de seus
fundamentos e como a união estável também se encontra prevista na própria Carta Magna, a
melhor interpretação da Lei Maior ruma no sentido de já existir o estado civil de companheiro,
pendendo apenas de regulamentação da CF/88 a fim de viabilizar o meio no qual serão gozados
tais direitos, isto é, como o Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais vai proceder tal
registro. Seria num livro próprio? Seria num dos livros já existentes? "
Se não estiver errado, desde 1988, no Brasil, pode-se casar e divorciar quantas vezes quiser,
quando então, me pergunto qual poderia ser o impedimento para uma "união estável"
reconhecida pelo Estado, em função da provocação por uma das partes, em ser, concretamente,
um casamento ? Afinal, ao se reconhecer a "união estável", intrinsecamente, temos a certeza, de
que, pelo menos, durante algum tempo, era consenso entre as partes, de tal forma, que seus
efeitos MORAIS e MATERIAIS são concretos. Portanto, o reconhecimento , pelo Estado, de que
é uma "união estável", automaticamente, deveria transformá-la, pelo mesmo Estado, a revelia das
partes em contrário, em casamento. Quando então, ressalto, que não havendo interesse na
continuidade, ou mesmo impedimento, desta "união estável", a mesma deveria, imediatamente,
ser retranformada em divórcio. Razão pela qual, o estado civil deveria ser definido como casado,
na primeira opção, e divorciado, na segunda opção, o que nos coloca, a situação civil de
companheiro como algo "oficioso", por isso mesmo, sem amparo jurídico, pelo menos, até que
seja provocado o reconhecimento da "união estável" pelo Estado.
Estas palavras, tentam mudar referenciais, de tal forma, ser premente e necessário, o devido
reconhecimento do TODAS as uniões estáveis existentes, uma vez que, numa situação mais
radical, poderíamos dizer que um "bígamo" vive civilmente, e simultaneamente, mais de uma
"união estável", consentida, ou não.
Aqui gostaria de chamar a atenção para Casamento nulo! (Reflexões sobre a teoria das nulidades
em matéria de casamento) por José Maria Tesheiner (Livre-Docente e Doutor em Direito pela
UFRGS, Desembargador aposentado, Profe ssor Orientador no Curso de Mestrado da PUC-RS)
Revista Jurídica, Porto Alegre, (265): 5-11, nov. 1999., pois, reconheço neste trabalho um libelo
sobre a irresponsabilidade em não se reconhecer e tratar adequadamente "uniões estáveis"
simultâneas.
http://www.tex.pro.br/wwwroot/artigosproftesheiner/casament.htm
Portanto, a fim de darmos amplitude à Dignidade Humana, seria, potencialmente, mais JUSTO,
identificarmos e reconhecermos TODAS, bem como, aquelas presumivelmentes NULAS sejam
na realidade RECONHECIDAS, e IMEDIATAMENTE Finalizadas, de forma a RESPALDAR,
bem como, garantir aos envolvidos, da forma mais ampla possível, TODOS os DIREITOS e
DEVERES.
Quando o Código Civil reconhece a "União Estável", de tal forma, garantindo Direitos e
Obrigações, meu entendimento, simplesmente, coloca este reconhecimento ao nível da Obrig
ação de Fazer com que uma situação DE FATO, em Respeito a uma das partes envolvidas seja
efetivamente uma situação DE DIREITO. Portanto, ao Estado é facultado, por provocação de
uma das partes, a despeito da vontade da(s) outra(s) parte(s), a legitimação do casamento, que em
função de não ter sido solicitado por todos os envolvidos, nasce, para legitimar Direitos e
Obrigações, e imediatamente morre, por ausência da vontade de uma das partes, ou mesmo, por
puro impedimento. Portanto, o estado civil de uma "união estável" em continuando deveria ser
casado, em não mais existindo, deveria ser de divorciado.
Qualquer "união estável" produz efeitos MORAIS e MATERIAIS que, de forma contundente,
não lhes poderiam atribuir o conceito jurídico de NULIDADE, uma vez que, de forma concreta,
existiram, e seus desdobramentos, tambem de forma concreta, existem, e continuarão a existir,
portanto, devem ser tratados com a DIGNIDADE HUMANA gar antida Constitucionalmente.
Qualquer pessoa que conviva em mais de uma "união estável" simultânea, deveria ser
reconhecido como "bígamo", isto é, deveria responder por tal situação, independentemente de
existir registro oficial, uma vez que, seus efeitos Morais e Materiais são, concretamente, os
mesmos.
Sou daqueles que acredita que Direitos são exercidos, de tal forma, que ritos processuais
garantam a qualidade dos FATOS que lhes deram origem.
""