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Grupo Parlamentar
Declaração Política
Deputado João Oliveira
Sessão Plenária 12 de Março 2009
Senhor Presidente,
Senhoras e senhores Deputados,
Decididamente, com este Governo e esta maioria PS não é possível uma educação
melhor!
Para enumerar todos os prejuízos causados nos últimos quatro anos a escolas,
alunos, professores e outros profissionais seriam necessários bem mais que os seis
minutos desta declaração política.
E não nos referimos aos enredos de cordel em torno do Magalhães, de quadros
interactivos pomposamente inaugurados que não funcionam, da banda larga ou da
internet sem fios que em muitos casos continuam a ser apenas verbos de encher ou
que significaram verdadeiras fraudes para muitos milhares de portugueses.
No fim de contas, isso serão apenas episódios que ficam para a história de um
Governo que, cego pela sua própria propaganda, fez da educação um substantivo
eventualmente vistoso na aparência mas cada vez mais vazio de conteúdo.
Aquilo de que queremos hoje falar é de um sistema educativo subjugado a um
demolidor objectivo de produção estatística, arredado de propósitos democráticos e
progressistas de formação integral de indivíduos capazes de crítica e criativamente
interpretar e transformar a realidade que os rodeia.
Queremos falar das crianças e jovens a quem tudo é facilitado e permitido quando
se trata de cumprir metas estatísticas mas que já não estão autorizados a contestar
as políticas do Governo ou têm que se sujeitar à vídeo-vigilância dos seus
movimentos dentro do espaço escolar.
Queremos falar de escolas enredadas numa teia burocrática, ora obrigadas a
cumprir a lei, ora compelidas pelo Governo a cometer ilegalidades.
Aquilo em que insistimos hoje falar é nos professores desmotivados pelas condições
de trabalho que têm que enfrentar.
Professores difamados e ofendidos na sua dignidade profissional por um Governo
que ainda não desistiu de vergar toda a classe profissional aos pés da omnipotente
e omnisciente equipa ministerial.
1
PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS
Grupo Parlamentar
Governo remeter para o desemprego docentes com muitos anos de serviço que
continuam precariamente contratados, sem direitos nem estabilidade mas a
contribuir decisivamente para a poupança de custos do Ministério.
Há situações de professores contratados que auferem salários inferiores em mil
euros ao salário que receberiam se estivessem nos quadros. É por isto que o
Governo procura perpetuar a contratação e aponta já para o futuro o fim do concurso
nacional de recrutamento, para que passem a ser as escolas a fazê-lo directamente.
Senhor Presidente,
Senhoras e senhores Deputados,