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A PRODUÇÃO DE ENERGIA

Como é que as células, em especial as musculares obtêm a energia necessária para o


seu correcto funcionamento, ou seja para a contracção?

Como é que se forma o ácido láctico, tão famoso no mundo do BTT e que de uma
forma ou de outra já afectou a maior parte dos betetistas?

Antes de abordarmos estes temas temos que definir alguns conceitos essências.
Assim metabolismo é o conjunto de modificações químicas que ocorrem no
organismo.
O metabolismo compreende dois processos distintos, o anabolismo, processo através
do qual, com consumo de energia, as pequenas moléculas se combinam para formar
moléculas de maiores dimensões, e o catabolismo, processo através do qual, com
libertação de energia, as grandes moléculas são desdobradas em moléculas menores e
de fácil utilização no organismo.

O anabolismo é um processo sobretudo utilizado na divisão celular, enquanto o


catabolismo inicia-se durante a digestão, terminando no interior de cada célula, a
energia obtida durante o catabolismo é utilizada entre outros processos, para a
contracção muscular.

Os produtos da digestão dos glícidos, das proteínas, e dos lípidos são conduzidos às
células e ai catabolizados, sendo a energia libertada utilizada para combinar a
adenosina difosfato ADP com um grupo fosfato inorgânico, formando a adenosina
trifosfato, que é a fonte de energia celular, sendo utilizada nos diversos processos,
sobretudo na contracção muscular.

Vamos apenas abordar a obtenção de ATP (adenosina trifosfato) através do


metabolismo dos glícidos e duma forma muito sucinta.
O metabolismo dos glícidos inicia-se com a glicólise, que consiste num conjunto de
reacções que ocorrem no citoplasma celular, através das quais a glicose é desdobrada
em duas moléculas de ácido pirúvico.
Este ácido pirúvico ou piruvato pode depois seguir duas vias distintas, dependendo da
disponibilidade de oxigénio na célula.
Ou seja, se as células possuírem pouco oxigénio, o piruvato é utilizado na respiração
anaeróbia, se existir a quantidade de oxigénio necessária o piruvato é utilizado na
respiração aeróbia.
Respiração Anaeróbia

Realiza-se na ausência de oxigénio ou com níveis muito baixos a nível celular, neste
processo cada molécula de ácido pirúvico origina duas moléculas de ácido láctico e
outras duas de ATP.

Respiração Aeróbia

Realiza-se na presença de oxigénio, neste caso cada molécula de ácido pirúvico origina
38 moléculas de ATP, dióxido de carbono e água.

Como balanço final podemos verificar que a reacção com mais rendimento é a
Respiração Aeróbia, até porque na ausência de oxigénio, o que acontece durante o
exercício físico intenso, a produção de ATP torna-se insuficiente para a função celular
normal, conjuntamente e principalmente devido á acumulação de ácido láctico, leva á
tão prejudicial cãibra.

Cãibra é assim uma contracção muscular dolorosa e espástica, que resulta


habitualmente de uma irritação do músculo que leva a uma contracção reflexa.
Normalmente essa irritação ou inflamação é provocada pela acumulação de ácido
láctico no músculo.

Bibliografia

Lodish H., Biologia Celular e Molecular, 5ª Edição


Stephens T., Seely R., Tate P., Anatomia e Fisiologia, MacGraw-Hill, 6ª Edição

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