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Duas teses sobre uma

nova Democracia para o


mundo.
Objetivo deste trabalho:
Quero expor aqui duas teses essenciais para melhorar o sistema
democrático ocidental e evitar, assim, que o atual sucumbe diante de
suas fragilidades intrínsecas.

Quais são as fragilidades do atual sistema democrático?

1o) a maioria ganha as votações e a minoria é oprimida. Só que,


em geral, a “maioria” é ela uma minoria composta de congressistas
oriundos de classe média e alta que decidem em nome da verdadeira
maioria, que pertence à classe baixa. É preciso que todos participem e
faz-se relevante rememorar a dialética platônica e hegeliana cuja
essência diz que há um momento em toda a realidade do mundo físico
ou intelectual que os elementos opostos, antes em conflito, superam
suas oposições e alcançam, finalmente, uma conciliação. Por
exemplo: há alguns anos atrás se fez muitas privatizações. Se a
democracia fosse dialética, o que teríamos como um único povo
decidido? Se havia uma minoria contrária À venda de patrimônio
público, então o correto seria, ainda que a maioria fosse favorável, que
se vendesse no máximo 49% das ações!
Assim, chegamos a um novo princípio: democracia é o governo de
todos, não da maioria!

2o) Elegemos senadores e deputados que nos ouvem – ou


parecem nos ouvir – só durante a campanha; depois de eleitos, eles
fazem o que mais lhes agrada. Mesmo que a maioria deles seja gente
cuja moralidade seja inquestionável, ainda assim, “cada cabeça, uma
sentença”, cada pessoa tem um conjunto de opiniões que nunca se
identificarão com o conjunto de opiniões de todos os seus eleitores.
Jean-Jacques Rousseau, já no século XVII bem observou que
quando cedemos nosso direito de decidir o rumo de nossas vidas a
outrem, nos alienamos. Era normal que isto ocorresse séculos atrás e
em territórios imensos, onde era inviável a democracia direta tal qual
se fazia na Grécia, cujas cidades-estados não tinham mais do que 50
mil habitantes e, dentre esses, apenas um pequeno número votavam.
Mas, com a internet, a democracia direta é possível.

Ao parlamento, caberá uma vital função: instruir a sociedade a


respeito dos efeitos de cada lei, fornecendo argumentos a favor e
contra um novo projeto vindo do Executivo. Não haverá mais compra
de votos entre poderes para apoiar uma nova legislação. Ao
parlamento caberá “parlar”, falar, argumentar.

Ao nosso princípio anterior, acrescentamos: “democracia é o


governo de todos, não da maioria, onde o executivo administra as
políticas públicas, o parlamento, discursa sobre a vantagem e
desvantagem de uma nova lei e a Sociedade, o terceiro poder,
deliberará a favor ou contra as leis oriundas do poder executivo” e o
Judiciário, que delibera sobre desavenças entre particulares e
eventual processo de impeachment do presidente!

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