Você está na página 1de 6

Processo de

conhecimento

o autor/réu da demanda, porém será representado/assistido, § 4º e 461-A). A ação cominatória (cominação de multa
PROCEDIMENTO conforme o caso, por seus pais, daí a necessidade da identifi- diária ou astreintes) só se aplica às tutelas específicas.
ORDINÁRIO cação e qualificação dos mesmos. 2.2. Pedido alternativo: o pedido poderá ser, ainda,
Art. 282 – III - O terceiro requisito da petição inicial diz respeito alternativo, nos termos do art. 288 do CPC. O pedido
1. Petição inicial - ato postulatório e princípios que aos “fatos e aos fundamentos jurídicos do pedido”. Este requi- alternativo caracteriza-se pela possibilidade dada ao réu
a regem: a petição inicial é o principal ato praticado pelo sito corresponde à causa de pedir – “causa petendi”. Equivale de cumpri-lo de mais de uma forma, quando a escolha
autor. É um ato postulatório, formal (pois há de obedecer dizermos que é a razão pela qual se pleiteia a tutela jurisdicio- lhe for atribuída, o que, via de regra o é. Assim, o autor
à forma legal, contida no art. 282 do CPC – para os pro- nal ao Poder Judiciário. A causa de pedir qualifica o pedido e deverá deduzir na petição inicial as formas pelas quais o
cedimentos ordinários, e a do art. 276 do CPC, para os acrescida ao pedido constituem a lide. E é com base nesses réu-devedor poderá cumprir a obrigação. E mesmo que
procedimentos sumários e aquelas estabelecidas nos pro- requisitos que o magistrado prestará ou não a tutela jurisdi- não o faça, o magistrado, verificando tal possibilidade
cedimentos especiais), dialético (escrita e em português, cional pleiteada. Da causa de pedir decorre o pedido. Há um decorrente do contrato ou da lei e em face da própria nar-
sendo admitida a tradução juramentada de documentos silogismo presente na sua narração da qual decorre premissa ração dos fatos na inicial ou através da resposta do réu,
escritos em língua estrangeira – art. 157 do CPC), e de- maior. O pedido configura-se na premissa menor e a tutela dar-lhe-á oportunidade para que cumpra a prestação de
vendo a petição inicial ser despachada (recebida) pelo jurisdicional é a conclusão deste raciocínio dedutivo. O pedido um ou outro modo (art. 288, parágrafo único). O pedido é
juiz ou simplesmente distribuída, onde houver mais de subdivide-se em pedido imediato e mediato. O pedido imedia- único. Não há dois pedidos, mas, sim, um único pedido de-
uma vara (art. 263, 1ª. parte, do CPC). to caracteriza-se pela tutela jurisdicional requerida ao Poder corrente de uma única obrigação que poderá ser cumprida
1.2. Petição inicial - funções: a propositura da ação Judiciário, a qual poderá ser basicamente de três ordens: alternativamente, de uma ou outra forma.
só produz, quanto ao réu, os efeitos mencionados no art. declaratória (o que se busca é a declaração da existência ou 2.3. Pedidos cumulados: poderá ainda ocorrer a
219, depois que for validamente citado. Isso significa que inexistência de uma relação jurídica), constitutiva (visa-se a cumulação de pedidos. E nesse ponto, devemos
a relação jurídica Autor – Juiz já estará perfeita, a partir da modificação, extinção de uma relação jurídica) e a condena- distinguir as diversas espécies de cumulação que
propositura da ação, que ocorrerá a partir do despacho tória (na qual se busca uma condenação a uma obrigação de podem ocorrer quando da dedução do pedido pelo
(distribuição) da petição inicial. Quanto ao Réu, a relação ju- fazer, não fazer, entrega de coisa certa ou pagamento). autor.
rídica trilateral – Autor – Juiz – Réu só se aperfeiçoará a partir Através do pedido mediato busca-se o bem jurídico, o bem 2.4. Pedidos sucessivos ou cumulação eventual: a
da citação válida do réu. Assim, como regra geral, são dois da vida pleiteado. Se, por exemplo, busca-se a condenação primeira forma de cumulação de pedidos encontra-se
os princípios que regem a petição inicial: o dispositivo (ou da do réu à entrega de um bem, o pedido imediato será o bem disposta no art. 289 do CPC, que autoriza a formulação
demanda), disposto no art. 262 do CPC e o da inércia da jurídico pleiteado. No requisito ‘pedido’ deve-se ainda deduzir de pedidos sucessivos. É a denominada cumulação
jurisdição, contido no art. 2º. do CPC. todos os pedidos acessórios tais como, juros, correção mone- eventual de pedidos. Assim, é lícito ao autor formular
Já discorrida a primeira função, passemos à segunda tária, honorários advocatícios etc. A tutela antecipada também mais de um pedido em ordem sucessiva, a fim de que
que diz respeito à fixação dos limites da lide. Nos termos deve ser requerida neste ponto da petição inicial. conheça do posterior, em não podendo acolher o an-
do art. 264 do CPC, após a citação válida, é vedado ao terior. Isso significa dizer que o autor formulará vários
autor modificar o pedido ou a causa de pedir (a lide). Isso 2. Do pedido e suas especificações (art. 286): o pedido pedidos, em ordem decrescente aos seus interesses –
significa dizer que a função da petição inicial é delimitar deve ser certo ou determinado, nos termos do art. 286 do CPC. em escala – que serão submetidos ao conhecimento do
o pedido e o porquê se pede em face do réu. Entretanto, Observa-se, nesta frase, uma imprecisão do legislador, pois o pe- magistrado e, este, em não podendo acolher o primeiro
a lide (pedido + causa de pedir) se perpetuará após a dido deve ser certo e determinado. A certeza implica a existência pedido (o mais importante para o autor), analisará o
citação válida do réu. Antes disso, não há que se falar formal do título, refere-se à exata definição de seus elementos; segundo – subseqüente ou subsidiário – e, em não po-
em integração do réu à relação jurídica, podendo o pe- deixa claro quem é o credor e quem é o devedor; se a obrigação dendo acolher o segundo, conhecerá do terceiro pedido
dido ser modificado até aquele momento. Após a cita- é de dar, de fazer, de não fazer, indicando, inclusive qual o objeto e assim o fará sucessivamente.
ção válida do réu, a lide poderá ser modificada, desde obrigado. Aplica-se esta idéia às tutelas declaratória e constituti- 2.5. Cumulação de pedidos: o art. 292 do CPC trata da
que o réu assim a autorize, pois há necessidade de se va, no que for cabível. A determinação do pedido diz respeito a cumulação de pedidos. Diferentemente das demais hi-
observar o princípio do contraditório. E, por fim, a lide sua quantidade e gênero, ou seja, deve-se delimitar o “quantum”. póteses de cumulação de pedidos, esta é a mais comum
não poderá ser alterada – mesmo com a concordância Na segunda parte do art. 286 do CPC, o legislador excepciona e e usual. Trata-se, na verdade, da cumulação de ações.
do réu – após o saneamento do processo (art. 331 do possibilita que se deduzam três tipos de pedidos genéricos (não Vários pedidos reunidos, os quais individualmente gera-
CPC). Após o saneamento, só poderá ser modificado o determinados): aqueles deduzidos em ações universais, quando riam ações independentes em face do mesmo réu. Isso
pedido ou a causa de pedir mediante a propositura de o autor não tiver condições de individuar os bens demandados. se dá em razão do princípio da economia processual,
novo processo. São aquelas ações em que pleiteia a condenação do réu à en- eis que seria extremamente oneroso ao Poder Judiciário
O terceiro efeito que a petição inicial produz é a da “perpe- trega de uma universalidade de bens, que ainda não se sabe julgar causas separadas, quando se tem a possibilidade
tuatio legitimationis”, isto é, a perpetuação da legitimação. quais são exatamente. É o que ocorre, por exemplo, nas ações de reuni-las e julgá-las de uma só vez, ainda que seus
Equivale dizer que a partir do momento em que a ação for de petição de herança. A outra hipótese de pedido genérico diz objetos não estejam interligados entre si. Entretanto,
proposta (art. 262), consideram-se perpetuadas as partes, respeito à impossibilidade de se determinar, de modo definitivo, para que seja possível a cumulação de pedidos, deve-se
nos termos dos arts. 41, 42 e 43 do CPC, como já foi anali- as conseqüências do ato ou fato ilícito (art. 286, II). Essa situa- atentar para os requisitos contidos nos parágrafos 1º e
sado anteriormente. A sua substituição ou sucessão somen- ção ocorre, por exemplo, nos acidentes de trânsito em que a 2º do art. 292 do CPC.
te se dará, de acordo com as hipóteses previstas em lei. vítima desconhece a extensão dos danos sofridos, que ainda Art. 282 – V - O inc. V do art. 282 remete-nos ao valor da
1.3. Petição inicial - postulação: a petição inicial pode- se encontra em tratamento desconhecendo a integralidade da causa. Isso significa que a toda causa deve ser atribuído um
rá ser proposta pelo autor – que é a parte originária da condenação. E, por fim, a última hipótese de pedido genérico valor, ainda que a mesma não tenha conteúdo econômico (ju-
ação, pelo opoente (nos termos do art. 57 do CPC) e do ocorre naquelas situações em que a determinação do valor da risdição contenciosa ou voluntária). E este valor prevalecerá
reconvinte (art. 315 do CPC). condenação depende de ato que deva ser praticado pelo réu até o final da causa, a não ser que impugnado (art. 261 do
1.4. Petição inicial - requisitos: “art. 282 - I - o juiz ou como, por exemplo, nas ações de prestações de contas, em CPC) pelo réu, ou modificado ex officio pelo magistrado, nas
o tribunal a que é dirigida”, isto é, o juízo competente, de que se demanda em um primeiro momento a prática de ato hipóteses de não observância do art. 259 do CPC. A neces-
acordo com a competência originária da demanda. A de- pelo réu, para depois de prestado este ato, possa-se verificar sidade de se atribuir um valor à causa se dá em razão de: a)
manda é dirigida a uma autoridade do Poder Judiciário: qual é o montante devido (ou não). Como se tratam, as três competência, quando este critério for o determinante para a
Juiz ou Tribunal. “Art. 282 - II - os nomes, prenomes, hipóteses de individuação de bens e ou quantidade, e são sua atribuição; b) procedimento, quando este critério for o de-
estado civil, profissão, domicílio e residência do autor excepcionais, dizem respeito tão somente às ações conde- terminante para a sua escolha (rito sumário, p.ex.); e c) para
e réu”, ou seja, a qualificação das partes. Algumas ob- natórias, portanto não são aplicáveis as demandas de cunho cálculo de sucumbência (custas e honorários advocatícios).
servações: em se tratando de litisconsórcio passivo ou constitutivo ou declaratório.
ativo, todos os litigantes devem ser identificados e qua- 2.1. Pedido cominatório: admite o legislador, de acordo com 3. Atribuição do valor da causa: o art. 259 fornece-nos as
lificados. No caso de pessoa jurídica, a demanda será o art. 287 do CPC, a ação cominatória, que se caracteriza diretrizes para a atribuição do valor da causa. Trata-se de
proposta em face dela e ela será representada por uma como tal, quando o autor pedir que seja imposta ao réu a abs- uma norma de ordem pública e, por esta razão, se não adota-
pessoa física – o seu representante legal – que praticará tenção da prática de algum ato (obrigação de não fazer), tole- da à risca as estipulações nele contidas, poderá o magistrado
os seus atos em nome daquela. Ou seja, a citação será rar alguma atividade (obrigação de fazer), prestar ou entregar ex officio determinar a sua correção. Da mesma forma, pode-
requerida em face da pessoa jurídica na pessoa do seu coisa (fazer ou entrega de coisa certa), poderá requerer comi- rá o réu se insurgir contra o valor atribuído à causa, através
representante legal. No mesmo sentido restará a situa- nação de pena (astreintes) para o caso de descumprimento da impugnação ao valor da causa, como se verá a seguir.
ção do incapaz ou do relativamente incapaz. Ele será de sentença ou da decisão antecipatória de tutela (art. 461, LINK ACADEMICO 1

WWW.MEMESJURIDICO.COM.BR
mento de situações específicas, para que o autor possa dela o ataque ao mérito da causa, isto é, à lide propriamen-
Citação se valer. Estando presentes estes requisitos, o autor deve te dita e se subdivide em defesa de mérito direta e
requerê-la ao magistrado da causa, fundamentando o seu indireta. Através da defesa de mérito direta, o réu irá
1. Conceito: encontra-se no art. 213 do CPC e o ato pedido com base no art. 231 do CPC, a saber: negar a existência ou ocorrência dos fatos e do direi-
do chamamento do réu ao processo é manifestação do I. “quando desconhecido ou incerto o réu”: Esta circunstância to alegado pelo autor em sua inicial (fatos constitutivos
princípio do contraditório e do devido processo legal. poderá ocorrer, por exemplo, nas ações de consignação em do seu direito), assim como poderá aceitar a ocorrência
Trata-se de ato indispensável ao processo, sob pena pagamento, quando o devedor não sabe para quem é o credor dos fatos, porém negar as conseqüências jurídicas. Na
de nulidade do mesmo, em conformidade ao disposto da prestação; II. “quando ignorado, incerto ou inacessível o lu- defesa de mérito indireta, o réu admite os fatos alega-
no art. 214 e seus parágrafos do CPC. Insere-se, ainda, gar em que se encontrar”: Esta situação é a mais comum para dos pelo autor em sua petição inicial, porém a estes se
na categoria dos pressupostos processuais de existência o requerimento da citação por edital porque não se conhece o opõem outros impeditivos, modificativos ou extintivos do
(citação) e de validade (citação válida). local em que o réu se encontra, ou porque não há meios para direito do autor. Isto é, acolhidos os fatos trazidos pelo
1.1. Destinatário da citação: o destinatário da citação é se chegar àquele local. Imagine-se, por exemplo, que o réu réu, as conseqüências jurídicas são diversas daquelas
o réu. Entende-se réu aquele que figura no pólo passivo resida em algum lugar da Amazônia, que não é atendido pelos pretendidas pelo autor. b) Defesa processual: tem como
da relação jurídica processual. E deverá ser realizado correios, por exemplo. A inacessibilidade poderá ser temporá- objetivo atacar o processo, a relação jurídica processu-
pessoalmente na pessoa do demandado, nos termos ria também, como por exemplo, em situações de enchentes, al e poderá ser cumulada com a defesa de mérito ou
do art. 215 do CPC. Em se tratando de pessoa física, terremotos, etc. não (lembrando-se de que todas as defesas devem ser
o próprio réu é quem deverá ser citado, exceção feita apresentadas em uma única peça processual). Visa-se,
ao procurador com poderes especiais para tanto (art. 38 3. Contagem do prazo para a resposta: o início da conta- como na defesa de mérito, impedir que seja proferida
do CPC). Em se tratando de pessoa jurídica, a citação gem do prazo para a resposta do réu dar-se-á de acordo com uma decisão favorável ao autor. O mérito não é atingido
deve ser feita na pessoa do seu representante legal, a modalidade de citação ocorrida. Assim, citado o réu pelo por este tipo de defesa, como poderá ocorrer na defesa
que é aquele constante do contrato social ou estatutos correio, o prazo começa a correr a partir da data da juntada processual própria.
da empresa. Relativamente aos incapazes, a citação aos autos do aviso de recebimento (art. 241, I). Quando a 1.3. Prazo e forma da resposta do réu: o prazo para a
deverá ser realizada na pessoa do representante legal, citação se deu através de oficial de justiça, o prazo começará apresentação da resposta do réu dependerá do tipo de
quando o citando for absolutamente incapaz, nos termos a correr a partir da juntada aos autos do mandado cumprido. procedimento adotado pelo autor e a sua contagem terá
do art. 3º do Código Civil; e, nos casos dos relativamente Quando houver vários réus, a data da juntada aos autos do início como explanado acima. Assim, no procedimento
incapazes, devem ser os próprios citados, bem como os último aviso de recebimento ou do mandado citatório cum- comum ordinário o prazo para a resposta (contestação,
seus representantes legais (assistentes). prido. Deve-se lembrar que, em se tratando de procuradores exceção e reconvenção) será de 15 dias (art. 297 do
1.2. Local da citação: a citação será realizada em qual- distintos, os litisconsortes terão prazo em dobro para respon- CPC). Deve-se observar, contudo, que, no procedimento
quer lugar em que se encontre o réu, nos termos do arts. der, nos termos do art. 191 do CPC. Quando o ato de citação comum sumário, a resposta deverá ser entregue na audi-
216 e 230 do CPC. E poderá ser realizada nos horários ocorrer em cumprimento de carta – rogatória ou precatória ência, acompanhada de documentos, rol de testemunhas
da prática dos atos processuais, ou seja, nos dias úteis – da data da sua juntada aos autos devidamente cumprida. e, se requerida a perícia, os quesitos, podendo indicar
das 06 às 20 horas. E, por fim quando se tratar de citação por edital, findo o prazo assistente técnico, desde que frustrada a conciliação.
1.3. Citação postal: a regra é que a citação se faça por determinado pelo magistrado. Uma vez realizada a citação e Nos procedimentos especiais deve-se observar o prazo
correio, nos termos do art. 221, I do CPC. E poderá sendo esta válida, ocorrerá a produção de efeitos que inci- para a apresentação da resposta na regulamentação do
ser realizada para qualquer comarca do País, diferen- dirão tanto na relação jurídica processual como na relação próprio procedimento ou na lei especial. Inexistindo esti-
temente do que ocorria anteriormente, quando a regra jurídica de direito material. pulação de prazo, dever-se-á adotar o prazo para o rito
geral das citações era a sua realização através de ofi- comum ordinário.
cial de justiça, que só poderia realizá-la na comarca 4. Efeitos da citação: os efeitos da citação estão elencados As respostas do réu, via de regra, são apresentadas por
ou em comarcas contíguas. A citação via postal, ao no art. 219 do CPC. Assim, os efeitos processuais decor- escrito e através de advogado devidamente constituído
contrário, pode ser efetivada em qualquer comarca do rentes da citação válida são: tornar prevento o juízo (pre- pela parte. Excepcionalmente, admite-se a resposta oral
País, ressalvadas as seguintes exceções constantes venção: causa de modificação de competência, quando se no procedimento comum sumário.
das alíneas “a” até “f” do art. 222 do CPC. tratar de ações conexas ou continentes, sendo competente 1.4. Contestação: a primeira e mais comum forma de
1.4. Citação por oficial de justiça: a segunda forma para a causa aquele juiz que despachou em primeiro lugar, resposta é a contestação. Através dela o réu poderá
de citação real dar-se-á através do oficial de justiça nos cf; art .106 do CPC); induz a litispendência (litispendência: apresentar toda a defesa de mérito – direta ou indireta –
casos ressalvados do art. 222, ou quando frustrada a quando se repete ação, que está em curso, cf. § 3º. do art. e algumas das defesas processuais. Observar-se-á que
citação pelo correio. 301 do CPC); e, faz litigiosa a coisa (coisa litigiosa: o bem a contestação é regida por dois princípios: o da concen-
Diferentemente da citação pelo correio, que não possui jurídico ou o direito controvertidos ficam vinculados à cau- tração e o da eventualidade. O princípio da concentração
limites territoriais, desde que seja no território brasileiro, sa e às partes, art. 42 do CPC, devendo-se manter a coisa atinge a contestação de modo como o réu deve deduzir
a citação por oficial de justiça restringe-se aos limites no estado em que se encontra, quando da citação válida, toda a sua matéria de defesa nesta oportunidade, sob
da comarca, podendo estender-se às comarcas con- cf. art. 879. III do CPC). Os efeitos de direito material que pena de preclusão. Este princípio atinge de forma pe-
tíguas, de fácil comunicação e nas que se situem na se produzem com a citação válida são: constitui em mora remptória a defesa de mérito, eis que, via de regra, a
mesma região metropolitana. Se a citação tiver que o devedor (quando a obrigação não possui prazo para o defesa processual, por se consistir em matéria de ordem
ser feita em comarcas não contíguas ou de regiões seu vencimento, a citação equivale à interpelação judicial pública, se não deduzida na primeira oportunidade, po-
metropolitanas distintas, deverá ser realizada a cita- ou protesto e constitui em mora o devedor, ensejando os derá sê-lo em outra oportunidade, arcando o réu com as
ção por carta precatória (e no juízo deprecado, a cita- seus efeitos civis); e, por fim, interrompe a prescrição à custas pelo retardamento da demanda. Entretanto, com
ção será realizada por oficial de justiça), conforme se data da propositura da ação (a partir da violação do direito, fundamento na própria marcha do processo que deve
extrai do art. 230 do CPC. Os requisitos necessários nasce, para o titular, o direito à pretensão jurisdicional que sempre ir em frente, o ideal será que todas as matérias
ao mandado de citação a ser cumprido pelo oficial de se extinguirá depois de transcorrido o prazo prescricional, – de mérito ou processuais – sejam deduzidas na pri-
justiça estão elencados no art. 225 do CPC, os quais só podendo ser interrompido uma única vez e, de acordo meira oportunidade, sendo certo também que algumas
devem seguir rigorosamente observados sob pena de com o art. 202, I, a citação válida interrompe-a ainda que matérias constantes do art. 301, se não alegadas na
nulidade. O art. 226 dispõe sobre a forma pela qual o determinada por juízo incompetente). primeira oportunidade se convalidarão ou não poderão
oficial de justiça deverá citar o réu, devendo a mesma LINK ACADEMICO 2 mais ser deduzidas, como é o caso, por exemplo, da
também ser observada sob pena de nulidade. inexistência e nulidade de citação e o compromisso ar-
bitral. O princípio da eventualidade, disposto no art. 300
2. Citações fictas:
Respostas do Réu do CPC determina que o réu deve deduzir toda a matéria
2.1. Citação por hora certa: a primeira modalidade de de defesa com que pretende impugnar as alegações do
citação ficta é a citação por hora certa, que está disposta 1. Respostas do réu: despachada a inicial, o juiz determinará autor, ainda que estas sejam contraditórias entre si, pois
nos artigos 227 a 229 do CPC. Através desta modalidade a citação do réu – que é o ato pelo qual se chama a juízo o na eventualidade de não ser acolhida uma impugnação,
de citação, o oficial de justiça já deve ter se dirigido ao réu (processo contencioso) ou o interessado (procedimento será analisada a impugnação posterior.
endereço indicado pelo autor a fim de realizar a citação de jurisdição voluntária) – para que este se defenda. A partir
do réu, por três vezes, e não o encontrando suspeita que da ciência do réu acerca da demanda do autor, ele poderá 2. Defesas processuais ou questões preliminares:
o mesmo esteja se ocultando. Diante disso, deve comu- ter várias atitudes a fim de se defender (ou não) do ataque a defesa processual deve anteceder a defesa de méri-
nicar o Juízo que determinará a intimação do autor para promovido pelo autor. to, até por uma questão de lógica do próprio processo.
que se manifeste sobre a negativa de localização do réu. 1.1. Princípio da ampla defesa: o direito de defesa é análogo Trata-se das questões preliminares, questões que de-
Somente então, o autor poderá requerer que a intimação ao direito de ação e garantido constitucionalmente pelo art. vem ser conhecidas antes das questões de mérito, pois
seja realizada por hora certa. Deferida a citação por hora 5º, LV. Entretanto, difere do direito de ação, pois neste o autor podem levar à extinção do processo sem a resolução
certa, o oficial de justiça se dirigirá novamente ao local busca a procedência da tutela jurisdicional e a conseqüente do mérito, ou então devem ser regularizadas antes da
indicado e intimará qualquer pessoa da família ou, na entrega do bem jurídico subjacente a ele. No direito de de- análise do mérito, pois contêm irregularidades que pode-
falta destes, qualquer vizinho, informando que no dia e fesa, o réu busca a tutela jurisdicional de improcedência da rão macular o processo. Assim, antes de discutir o mérito
hora designados voltará, a fim de efetuar a citação. No ação, busca o indeferimento da pretensão do autor. compete ao réu alegar (art. 301, do CPC).
dia e hora designados, o oficial de justiça comparecerá 1.2. Tipos de defesas do réu: as atitudes que o réu poderá I. Inexistência ou nulidade de citação: trata-se de duas
ao local a fim de realizar a citação. Caso o réu-citando praticar poderão ser ativas ou passivas. Ou seja, ele poderá irregularidades formais das mais importantes e graves,
não esteja presente, o oficial deverá certificar os motivos reagir (ativamente) ou não praticar qualquer ato (reação pas- pois impede a formação da relação jurídica processual
pelos quais ele não se encontra no local e dará a citação siva). Isso porque o direito de defesa não se caracteriza como em relação ao réu. Ou seja, não há a formação do pro-
por realizada. Desta certidão de ocorrência, o oficial de dever, obrigação ou faculdade, mas, sim um ônus processual. cesso para ele, enquanto as mesmas não forem sana-
justiça deixará a contrafé com pessoa da família ou com O direito de defesa pode ser exercitado de diversas maneiras, das. A inexistência de citação é certamente a mais grave
o vizinho. as quais podem ser assim classificadas, de acordo com Luiz das irregularidades, pois indica que não houve a inte-
2.2. Citação por edital: a citação por edital, da mesma Rodrigues Wambier (Curso Avançado de Direito Processual gração do réu à relação jurídica, seja porque não houve
forma que a citação por hora certa, demanda o preenchi- Civil, vol. 1, pp. 373/4): a) Defesa de mérito: cujo objetivo é a sua inclusão no pólo passivo, como, por exemplo, no

WWW.MEMESJURIDICO.COM.BR
2
litisconsórcio passivo ou porque houve a sua inclusão, 2. Momento da propositura: a sua propositura deve se dar pelo réu-reconvinte deve possuir liame com a causa de pe-
mas não foi determinada a sua citação. A nulidade de no prazo para a resposta ou, quando se tratar de motivo su- dir ou pedido da inicial, ou com as razões de sua defesa;
citação, ao contrário, indica que o mesmo se encontra no perveniente, no prazo de 15 dias após o conhecimento do deve possuir mesmo rito procedimental, não podendo ter
pólo passivo da relação jurídica processual, porém a sua fato. A não apresentação no prazo determinado na lei gerará rito diverso daquela da ação principal. Trata-se da mesma
citação não ocorreu de forma válida. Tomando ciência a preclusão para as exceções de incompetência relativa e de relação jurídica processual, embora seja autônoma em re-
de que há uma demanda em face dele e que o processo suspeição. A exceção de impedimento pode ser argüida em lação à principal, isto é, se extinta a ação principal, a recon-
encontra-se maculado por uma dessas irregularidades, qualquer tempo, não ocorrendo preclusão temporal. Entretan- venção poderá seguir adiante, pois teria autonomia para ser
o réu deve alegá-la na primeira oportunidade em que to, se apresentada após o prazo da resposta, o réu deverá proposta “principaliter”. O autor-reconvindo será intimado
falar nos autos. Relembre-se, ainda, que a nulidade ou deduzi-la por mera petição e a mesma não será processada através de seu advogado dos termos da reconvenção e de-
inexistência pode ser alegada a qualquer tempo e grau como exceção; não gerando, portanto, a suspensão do pro- verá, no prazo legal, apresentar a sua contestação à recon-
de jurisdição, inclusive na fase executória da sentença e, cesso. venção. O julgamento das ações será feito conjuntamente,
em sendo acolhida, anulará todo o processo para que o em uma mesma sentença, embora se trate de duas deci-
réu seja, enfim, integrado à relação jurídica processual. 3. Conseqüência da propositura da exceção e contagem sões embutidas em uma única. A disciplina da reconvenção
II. Incompetência absoluta: outra irregularidade pro- de prazo: interposta a exceção no prazo estabelecido na lei, vem disposta nos artigos 315 a 318 do CPC.
cessual e igualmente grave é a incompetência absoluta, o processo será suspenso e com isso fica obstada a prática IV. Ação Declaratória incidental: outra forma de res-
descrita no art. 113 do CPC, devendo também ser ale- de atos processuais, excetuando os atos urgentes para evitar posta do réu e que poderá também ser utilizada pelo au-
gada na primeira oportunidade que o réu se manifestar danos irreparáveis; assim como interrompe o prazo para a tor (art. 5º., CPC), é a ação declaratória incidental. Bem
nos autos (contestação), sob pena de o réu arcar com as resposta (se esta não for apresentada conjuntamente com a menos utilizada do que a reconvenção, eis que possui
custas de retardamento. exceção), só recomeçando a sua contagem após o julgamen- uma abrangência bem menor do que aquela forma de
III. Inépcia da petição inicial: as hipóteses de ocorrên- to da exceção. resposta, a ação declaratória incidental presta-se ao pe-
cia de inépcia da petição inicial encontram-se descritas dido de declaração de existência ou inexistência de um
no art. 295, parágrafo único. Trata-se de matéria de or- 4. Espécies: direito, contido na ação principal, o qual não era objeto
dem pública e, por esta razão, pode ser alegado a qual- I. Exceção de incompetência relativa: exceção de incom- da demanda, mas causa de pedir. Requisitos da ação
quer tempo e grau de jurisdição. petência relativa só comporta duas hipóteses de cabimento: declaratória incidental: o seu regramento encontra-se
IV. Perempção: a perempção é um instituto eminente- incompetência territorial (arts. 95, 2ª. frase e 99) e valor da disposto no art. 325 do CPC e possui como requisitos:
mente processual e insere-se na categoria dos pressu- causa e essa exceção deve ser alegada na primeira oportu- que o réu tenha contestado a existência ou a inexistência
postos processuais negativos, juntamente com a litispen- nidade, sob pena de precluir o direito do réu em modificar a da relação jurídica controvertida; isto é, que tenha torna-
dência e a coisa julgada. Os pressupostos processuais competência do juízo, não podendo ser conhecida de ofício, do a questão de direito, que fundamenta a lide, contro-
negativos não podem estar presentes na relação jurídica pois se trata de nulidade relativa. A petição da exceção deverá vertida; que esta questão seja prejudicial à lide, ou seja,
processual e, quando detectados, ensejam a extinção do ser fundamentada e instruída com documentos, devendo a o seu conhecimento se dará necessariamente, com ou
processo sem solução do mérito, nos termos do art. 267, parte indicar o juízo para o qual declina o feito (art. 307, CPC). sem o pedido de declaração incidente; que o juízo seja
V. Dá-se a perempção quando, por três vezes, o autor in- Recebida pelo magistrado este poderá: indeferi-la de plano, competente em razão da matéria.
tentou a mesma ação (mesmas partes, mesmas causas quando manifestamente improcedente ou intempestiva; de- A decisão desta questão se dará incidentemente, com
de pedir e mesmo pedidos) em face do réu e todas elas terminar o seu processando, ouvindo-se o excepto (autor) no base no art. 469, III, não fazendo coisa julgada. Reque-
foram extintas com fundamento no art. 267, III, ou seja, prazo de 10 dias. A partir da manifestação do excepto, o juiz rida a ação declaratória incidental, esta questão será
por abandono da causa. poderá julgar a exceção, acolhendo-a ou não; ou, se necessá- decidida e fará coisa julgada material, não se podendo
V. Litispendência: dá-se a litispendência (art. 301, §§ 1º, rio, a oitiva de testemunhas designará audiência de instrução, rediscuti-la após o seu trânsito em julgado. Assim, pode-
2º. e 3º.) quando se reproduz ação anteriormente ajuiza- devendo decidir no prazo de 10 dias. Julgada procedente a se dizer que os efeitos da ação declaratória incidental
da e esta se encontra em curso. Trata-se de pressuposto exceção, o juiz determinará a remessa dos autos ao juiz com- são o de alterar a natureza do pronunciamento da deci-
processual negativo e enseja a extinção do processo petente. Julgada improcedente a exceção, o juiz intimará as são judicial: de decisão interlocutória (incidental) passa
sem a resolução do mérito nos termos do art. 267. partes de sua decisão e recomeçará a correr o prazo para a para sentença, não aumentando, entretanto a cognição
VI. Coisa Julgada: dá-se a coisa julgada (art. 301, §§ 1º, resposta do réu, se esta não foi até então apresentada. do juiz. Procedimento da ação declaratória inciden-
2º. e 3º) quando se repete ação que já foi decidida por II. Exceções de suspeição e de impedimento: os procedi- tal: o seu procedimento se dará nos termos do art. 325
sentença com resolução de mérito e da qual não caiba mentos da exceção de suspeição e a de impedimento são do CPC. O réu poderá requerê-la, por petição, no pra-
mais recurso. idênticos e, por isso, trataremos dos mesmos conjuntamente. zo da resposta. O autor terá 10 dias após a intimação
VII. Conexão: cuida a conexão da modificação de com- O que difere nelas é a sua fundamentação, por suspeição ou da contestação para requerê-la com base no art. 5º do
petência relativa, mediante a reunião de dois ou mais por impedimento, porém ambas dizem respeito à figura do CPC. Para a sua propositura – por qualquer das partes –
processos que se encontram em juízos distintos de igual magistrado, subjetivamente considerado. A suspeição é tra- dever-se-á observar os artigos 282, III, IV e VI, 283 e 396
competência e devem ser julgados simultaneamente tada no art. 135 do CPC e diz respeito à parcialidade do juiz do CPC. Após ter sido recebida a ação declaratória inci-
(art. 105 do CPC), em razão de lhes ser comum o objeto em relação às partes, nas hipóteses nele descritas. A sua não dental, o juiz intimará o advogado da parte e determinará
(pedido) ou a causa de pedir. alegação na primeira oportunidade – após o conhecimento do que a parte contrária (autor ou réu, conforme o caso)
VIII. Incapacidade da parte, defeito de representação fato pelas partes - (pelo réu ou autor) gerará preclusão tem- responda-a no prazo de 15 dias. A ação declaratória inci-
ou falta de autorização: trata-se de pressuposto pro- poral. Entretanto, por se tratar de um vício que diz respeito à dental correrá no mesmo processo que a ação principal e
cessual de validade e deve ser observado sob pena de pessoa do magistrado, poderá ser argüida por ele próprio e, o julgamento será realizado na mesma peça, embora se
extinção do processo sem resolução do mérito. O juiz neste caso, não ocorre a preclusão pró-judicato. A suspeição trate, procedimentalmente, de duas sentenças.
suspenderá o processo para que a parte regularize a sua só pode ser alegada pelas partes através de exceção (diferen-
situação processual e, em não o fazendo, o juiz decre- temente do impedimento) e a sua alegação deverá ser reali- 5. Revelia: embora não se trate de uma forma de res-
tará a nulidade do processo, nos termos do art. 13, I do zada pelo réu na contestação, ou em até quinze dias após o posta do réu, a revelia é uma atitude que o réu pode ado-
CPC. conhecimento do fato (se superveniente à contestação). tar, ao não responder os termos da inicial, após ter sido
IX. Convenção de arbitragem: caracteriza-se a con- O impedimento, por sua vez, caracteriza-se por ser um vício regularmente citado e isso lhe acarretará conseqüências
venção de arbitragem como sendo a única hipótese de de maior gravidade, descrito nos artigos 134 e 136 do CPC, processuais e materiais negativas. E essa sua atitude
direito material a ser alegada na fase preliminar da con- pois cuida da parcialidade do magistrado fundamentada em significa inércia, contumácia.
testação e isso ocorre porque gera a extinção do proces- motivos objetivos, portanto não há preclusão para as partes 5.1. Requisitos da revelia: os requisitos para que se
so sem resolução de mérito, não podendo ser conhecida a alegarem. Tão logo a parte (autor ou réu) tenha conheci- configure a revelia são: citação válida e não contestação
de ofício. mento do fato, poderá alegá-lo por exceção desde que não (ou por não ter comparecido, ou pela perda de prazo da
X. Carência de ação: trata-se das condições da ação tenha transcorrido o prazo de 15 dias. Após este prazo, o contestação, ou por estar desacompanhado de advo-
que devem estar presentes sob pena de extinção do pro- impedimento poderá ser alegado por simples petição, o que gado, ou por ter contestado por negativa geral – pos-
cesso sem resolução do mérito e são a ilegitimidade de não acarretará a suspensão do processo até julgamento final sibilidade de contestação tão somente aceita para os
parte, o interesse processual e a impossibilidade jurídica da alegação. advogados dativos).
do pedido, devendo ser alegadas na primeira oportunida- III. Reconvenção: a reconvenção é forma de resposta do réu 5.2. Efeitos da revelia: os efeitos que decorrem da
de que o réu tiver para se manifestar no processo. ao autor, mas consiste em um contra-ataque àquele, deduzin- revelia são: veracidade quanto aos fatos narrados na
Conseqüências do acolhimento das questões preli- do pedido. A finalidade de reconvenção é que se reúnam em inicial conforme disposto no art. 319 do CPC, ou seja,
minares: em sendo acolhidas quaisquer das alegações um só processo a ação do réu e a do autor, quando tiverem os fatos e as conseqüências jurídicas do pedido expos-
preliminares, poderemos ter duas possibilidades para o conexidade entre si, devendo as duas serem decididas em tos na inicial serão reputados verdadeiros. Esta assertiva
processo: ou a sua extinção sem resolução do mérito, uma única sentença. Cabimento: a reconvenção é admitida sofre atenuações, como se verá adiante, com fundamento
quando se tratar de defesa processual peremptória, ou a nos processos de conhecimento de rito ordinário e se trata no art. 320 do CPC. Outro efeito que a revelia induz é a
sua paralisação até que os mesmos sejam sanados, em efetivamente de uma ação do réu em face do autor. A razão não intimação dos atos processuais, se o revel não estiver
se tratando de defesa processual dilatória. pela qual o legislador estipulou a reconvenção como forma de representado nos autos, conforme disposto no art. 322, do
LINK ACADEMICO 3 resposta do réu, utilizando o mesmo procedimento do autor, CPC. A “contrário sensu”, estando ele representado por
foi a economia processual. Requisitos da reconvenção: os advogado devidamente constituído, serão realizadas as
requisitos genéricos são as condições da ação e os pressu- intimações, para que o seu advogado acompanhe todos
Defesas do Réu postos processuais, que devem estar presentes em todas as os atos processuais realizados. Algumas situações excep-
ações. Já os requisitos específicos que possibilitam a interpo- cionais, contudo, não são atingidas pelo art. 322 do CPC,
Outra forma de defesa que pode ser apresentada pelo sição da reconvenção e que devem estar presentes, sob pena devendo, pois, o réu ser intimado pessoalmente como, por
réu – e em algumas hipóteses também pelo autor – é de indeferimento de plano da reconvenção são: ação pendente, exemplo, a impossibilidade de o autor desistir da demanda
a exceção. isto é, deve existir uma ação pendente a fim de que o réu possa, sem o consentimento do réu, após transcorrido o prazo para
1. Partes: as partes da exceção são o excipiente, que juntamente com a contestação – mas em peças separadas – pro- a sua resposta (art. 267, § 4º.), ou para prestar depoimento
deduz a exceção e o excepto que poderá ser a parte ou por a reconvenção; a reconvenção deve ser conexa com a ação pessoal (art.343, § 1º.), ou ainda, o réu será intimado pesso-
o próprio juiz. principal ou com o fundamento da defesa, isto é, a ação proposta almente para exibição de documento ou coisa, nos termos

WWW.MEMESJURIDICO.COM.BR
3
do art. 357 do CPC. Outro efeito que decorrerá da revelia 3. O “Periculum in mora”: o inc. I do art. 273 trata do “peri- diata à mesma, e nesta hipótese, parece que o recurso cabível
será o julgamento antecipado da lide. Se não há contes- culum in mora”, isto é, o temor de que a demora na demanda será a apelação e pedido revogação da medida junto ao relator
tação, não há controvérsia dos pontos trazidos pelo autor venha tornar a decisão final ineficaz, ou que haja grande te- do recurso. Esta matéria, entretanto, ainda não está pacificada
com a petição inicial, não havendo qualquer óbice para mor de que isto ocorra. O “periculum in mora” deve ser de- em nossa doutrina ou em nossos Tribunais, entendendo alguns
o magistrado julgar antecipadamente a lide, nos termos monstrado de plano pela parte requerente e deve ser aferida doutrinadores que seria cabível agravo de instrumento contra
do art. 330, II. Ressalva-se, contudo, que, não obstante pelo magistrado a probabilidade daquele direito perecer, jun- a sua concessão, requerendo-se a suspensão de seus efeitos.
a presunção de veracidade, o magistrado deverá anali- tamente com a aparência de bom direito. Estando presentes LINK ACADEMICO 5
sar os pressupostos processuais e as condições da ação os requisitos, deve o magistrado deferir a medida antecipató-
e somente se estas estiverem presentes, o magistrado ria. O seu requerimento poderá ocorrer a qualquer tempo, no Providências
poderá julgar antecipadamente a lide. E, por fim, ainda início, durante, ou por ocasião da sentença, ou até mesmo em
haverá a possibilidade de o réu ingressar no processo a 2º. grau de jurisdição. Basta que surjam os requisitos para a preliminares
qualquer tempo, antes do seu julgamento, nos termos do sua concessão.
art. 322, arcando com as conseqüências já operadas no I. Defesa protelatória ou abuso do direito de defesa: o Depois de transcorrido o prazo para resposta do réu, os
processo. A sua atuação, entretanto, será restrita, deven- inc. II do art. 273 trata da defesa protelatória ou abuso do autos serão conclusos ao magistrado, para que sejam
do sempre cingir-se aos termos da inicial. direito de defesa. Isso significa que a tutela requerida no inc. verificadas as providências que devem ser tomadas nes-
II prescinde do “periculum in mora” e só pode ser requerida ta fase do processo (art. 324 do CPC). Inicia-se a fase
6. Reconhecimento jurídico do pedido: o reconheci- após a apresentação da defesa do réu. Se esta for meramen- de ordenamento do processo, ainda na fase postulatória.
mento jurídico do pedido é a última forma de resposta do te protelatória ou se o réu abusar do seu direito de defesa, É o momento em que o magistrado terá acesso aos au-
réu. Não se trata, contudo, de uma resposta processual; estará presente o segundo requisito para que o autor requeira tos, após o despacho, ordenando a citação do réu, para
mas, sim, de direito material, pois, através dela, o réu a antecipação dos efeitos da tutela. Este segundo requisito determinar as providências preliminares. Providências
admite os fatos e as conseqüências jurídicas do pedi- só reforça a existência do primeiro. Em sendo protelatória a preliminares são as atitudes que o juiz poderá adotar
do, admitindo a total procedência da ação.Trata-se, na defesa apresentada, o direito do autor resta corroborado. O após a verificação das respostas (ou não) apresentadas
verdade, de um ato jurídico de disposição de direitos requerimento da tutela antecipada com base no inc. II do art. pelo réu.
praticado pelo réu em favor do autor e, quando pratica- 273 poderá ser realizado a qualquer tempo após a apresen-
do, resulta na resolução do mérito, formando-se coisa tação da contestação. 1. Espécies de providências preliminares: a primeira
julgada material. II. Necessidade de fundamentação da decisão concessiva análise a ser realizada pelo magistrado será a verificação
6.1. Características: caracteriza-se por ser ato de dis- da tutela antecipada: a decisão que defere a tutela antecipa- de ter ocorrido, ou não, à revelia (omissão da contesta-
ponibilidade do réu, portanto só se pode dispor daquilo da deve ser fundamentada nos termos do art. 93, IX da CF. ção) e se incidem os efeitos da revelia ou se trata de hi-
que se tem, não sendo admissível o reconhecimento III. Reversibilidade da tutela antecipada: uma das caracte- pótese de não incidência do efeito, de acordo com o art.
jurídico do pedido quando a lide versar sobre direitos rísticas da tutela antecipada – e, via de regra, características 320. Não incidindo o efeito da revelia, o juiz determinará
indisponíveis ou prova indispensável; deve ser praticado de todas as tutelas de urgência – diz respeito à sua reversibi- que o autor especifique as provas que deseja produzir na
pelo próprio réu (assistido por advogado) ou por procu- lidade. A reversibilidade refere-se à possibilidade de a medida audiência. Não se inserindo nas hipóteses do art. 320, o
rador com poderes especiais (art. 38 do CPC); vincula voltar ao seu “status quo ante”. Como isso nem sempre é pos- juiz julgará antecipadamente a lide (art. 330, II).
o magistrado, que não poderá praticar outro ato a não sível, aceita-se que a medida que não pode ser revertida, seja 1.1. Defesa direta ou indireta de mérito: ao contestar, o réu
ser a homologação do reconhecimento jurídico – desde indenizável em perdas e danos. poderá apresentar defesa direta ou indireta de mérito. Em
que presentes as condições da ação, os pressupostos IV. Revogação ou modificação da tutela antecipada: da mesma apresentando defesa indireta de mérito, reconhecerá o fato
processuais e não esteja presente qualquer óbice ao ato forma, a tutela antecipada poderá ser revogada ou modifica- em que se fundou a ação, mas lhe oporá outro: impeditivo;
do reconhecimento do direito; e que alcança não só os fatos, da a qualquer tempo, através de decisão fundamentada. Isso modificativo ou extintivo. Nesta hipótese, em razão dos fatos
como também o direito em que se funda a demanda. significa que a tutela antecipada será sempre provisória e, por novos trazidos à demanda, o magistrado deverá possibilitar
LINK ACADÊMICO 4 esta razão, poderá ser revogada ou modificada, fato este que ao autor a vista ao processo para que no prazo de 10 (dez)
reitera a necessidade da reversibilidade do provimento. Para dias manifeste-se sobre as alegações do réu, e produza pro-
tanto, exige-se a ocorrência de fato novo e superveniente va documental, se for o caso.
Tutela antecipada que possa alterar o convencimento do magistrado a ponto de 1.2. Existência de vícios ou irregularidades processuais:
revogar ou modificar a tutela anteriormente concedida. E só se o magistrado verificar a existência no processo de vícios
1. Considerações iniciais: a tutela antecipada, introdu- poderá ser alterada mediante provocação da parte. ou irregularidades sanáveis argüidas pelo réu, deverá deter-
zida em nossa legislação, em 1994, é uma das maiores V. Concessão da tutela antecipada mediante pedido in- minar que o autor as supra, fixando-lhe prazo de no máximo
inovações ocorridas desde a entrada em vigor do Código controverso: o parágrafo 6º. do art. 273, denominado pela 30 (trinta) dias para a sua regularização. Inserem-se nestas
de Processo Civil, em 1973. A tutela antecipada caracte- doutrina de julgamento antecipadíssimo da lide, determina hipóteses os incisos I, III, VIII, e XI. Na hipótese do inc. II, do
riza-se pela concessão de medida liminar no início (ou que a tutela antecipada poderá ser concedida quando um ou art. 301, acolhendo a preliminar de incompetência absoluta,
durante) do processo da tutela, que o autor só poderia mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrarem-se o magistrado deverá determinar a remessa dos autos ao ju-
obter, quando da sentença transitada em julgado. É a incontroversos. O pedido não impugnado especificadamen- ízo competente. Na hipótese do inc. VII dever-se-á verificar
antecipação da própria tutela jurisdicional pleiteada, a te torna-se incontroverso, nos termos do art. 302 do CPC e qual é o juízo prevento, para então se determinar a reunião
concessão do pedido ou parte dele no início da deman- poderá ser objeto de tutela antecipada, dispensando todos dos processos. Em se verificando a incidência das hipóteses
da, a fim de que o autor não sofra com a morosidade da os demais requisitos (art. 273, “caput” e incisos). Basta que descritas nos incs. IV, V, VI e X e, em sendo acolhidas as
justiça e o instrumento seja meio efetivo e eficaz da pro- não tenha sido contestado para que o autor possa requerer a alegações deduzidas pelo réu, a solução será a de extinção
moção da paz social. Embora não se trate de um institu- antecipação dos efeitos da tutela; devendo-se, entretanto, se do processo sem resolução do mérito, nos termos do art. 267.
to novo no direito brasileiro, é novo para o processo de observar a não incidência das exceções contidas no art. 302, Finalmente, na hipótese do inc. IX, do art. 301, o magistrado
conhecimento, objeto do nosso estudo e, por esta razão, caso em que não se poderá falar em pedido incontroverso. deverá determinar a intimação do réu para que, no prazo de
deve-se analisá-lo amiúde. VI. Fungibilidade das medidas de urgência: o par. 7º, por 10 (dez) dias, manifeste-se sobre a argüição de convenção
sua vez, cuida da fungibilidade das medidas antecipatórias e de arbitragem. Em sendo acolhida, o magistrado deverá
2. Requisitos: a tutela antecipada encontra-se regula- das medidas cautelares, dispondo que, se presentes os res- determinar a extinção do processo sem resolução do
mentada no art. 273 do CPC e, para que seja concedida pectivos pressupostos, o magistrado poderá deferir medida mérito. Outra hipótese a ser considerada diz respeito à
– total ou parcialmente –, isto é, poderão ser antecipados antecipatória, ainda que requerida providência de natureza defesa direta de mérito, na qual, possivelmente, o réu
os efeitos da tutela jurisdicional (do pedido) integral ou cautelar, desde que incidentemente. A distinção entre medida anexará documentos à contestação e, neste caso, o
somente parte deles, de acordo com os seguintes requi- antecipatória e medida cautelar – espécies do gênero tutela magistrado deverá determinar a intimação do autor para
sitos: de urgência – é questão tormentosa na doutrina e jurispru- que se manifeste sobre eles, no prazo de 5 (cinco) dias,
I. Requerimento do autor: com base no princípio disposi- dência, já que se assemelham em muitos pontos, embora se nos termos do art. 398 do CPC, em atendimento ao prin-
tivo, a parte deverá requerer a concessão da antecipação distanciem em alguns outros. Os pontos similares existentes cípio do contraditório.
dos efeitos da tutela. Vale dizer: essa medida não poderá entre elas residem nos seus requisitos: o ‘periculum in mora’ e 1.3. Julgamento conforme o estado do processo:
ser concedida de ofício, e, sim, demandará provocação o ‘fumus boni iuris’ – fumaça de bom direito e a verossimilhan- transposta a fase das providências preliminares,
ao Poder Judiciário. ça da alegação. Os pontos distintivos que se pode ressaltar o juiz proferirá julgamento conforme o estado do
II. Existência de prova inequívoca da verossimilhança entre elas encontram-se na sua destinação. A tutela cautelar processo, nos termos do art. 328 e ss. do CPC. E
da alegação: Conquanto esta locução tenha gerado presta-se a garantir a eficácia da ação principal e não a eficá- nesta fase processual, quatro poderão ser as suas
acirrados debates, encontra-se pacificado na doutrina e cia do seu objeto, como ocorre na tutela antecipada. atitudes, dependendo da situação em que se apre-
jurisprudência que a prova inequívoca é prova suficiente VII. Momento da concessão da tutela antecipada: a tutela sente o processo:
para comprovar a alegação deduzida na petição inicial. antecipada poderá ser requerida, como se disse, a qualquer 1.4. Extinção do processo sem julgamento de mérito
Trata-se, de cognição sumária, porém suficientemente tempo, desde que presentes os requisitos que a fundamen- (art. 267): a primeira descrita no art. 329 do CPC, que
forte naquele momento para a concessão da liminar tem. Se requerida na petição inicial, poderá ser concedida comportará a extinção do processo sem julgamento de
antecipatória, devidamente fundamentada pelo magis- “inaudita altera parte”, isto é, sem a oitiva da parte contrária. mérito, na ocorrência de quaisquer das hipóteses do art.
trado. Estes requisitos estarão sempre presentes na Se fundada no inc. II do art. 273, só poderá ser requerida após 267, o juiz declarará extinto o processo. Nesta situação,
concessão da tutela antecipada. Entretanto, não basta a apresentação da contestação pelo réu. É bom lembrar, por deve-se distinguir:
o pedido da parte e a aparência de direito, ou a prova fim, que a concessão de uma medida liminar é o comando a) A situação em que o magistrado, após ter deferido o
inequívoca do direito alegado. O autor deve ainda provar proferido “in limine litis”, isto é, o primeiro despacho do juiz tão prazo de até 30 (trinta) dias para que a parte contrária
o “periculum in mora” (art. 273, I), ou que o réu tenha logo receba a ação. sanasse os vícios ou irregularidades sanáveis e não
apresentado defesa protelatória, ou tenha abusado do VIII. Concessão da tutela antecipada na sentença: a tutela tendo as diligências sido cumpridas pelo autor, deverá
seu direito de defesa (art. 273, II). Ou seja, aos dois pri- antecipada poderá ser deferida antes de ser proferida a sen- extinguir o processo sem resolução de mérito, com base
meiros requisitos será sempre somado o n. I ou o n. II do tença e, neste caso, o recurso cabível contra a medida que no art. 267;
art. 273 do CPC. a concede é o agravo de instrumento. Poderá, entretanto, a b) Nas situações descritas nos inc. IV, V, VI, IX e X, do
medida ser concedida na sentença, a qual atribuirá eficácia ime- art. 301 do CPC, ocasionarão a extinção do processo

WWW.MEMESJURIDICO.COM.BR
4
com base no art. 267; dução de prova em audiência; ou não tendo ocorrido a revelia titutivo resta comprovado, porém outro lhe é oposto, o qual
c) Nas demais hipóteses do art. 267: com os seus efeitos, ou tendo ocorrido a revelia, porém não os tem o condão de extinguir a relação jurídica. O parágrafo
1.5. Resolução do processo com fundamento no art. seus efeitos; único do art. 333 dispõe ser nula a convenção que distribui
269 do CPC: a segunda também descrita no art. 329 do b) A causa deve versar sobre direitos patrimoniais, isto é, direi- de maneira diversa o ônus da prova, quando recair sobre di-
CPC, que comportará a extinção do processo (ou o julga- tos que admitem a transação. Destarte, em não tendo ocorrido reito indisponível da parte; ou tornar excessivamente difícil a
mento da ação) com resolução do mérito, nas hipóteses as situações descritas nos artigos 329 e 330 do CPC e, em se uma parte o exercício do direito. Conclui-se, primeiramente,
do art. 269, II a V: tratando de direitos patrimoniais, o magistrado deverá designar, que poderá ser convencionada a distribuição do ônus da
a) 269, II – Quando o réu reconhecer a procedência do no prazo de 30 dias, audiência preliminar, sendo facultado às prova de forma distinta àquela regulamentada pelo sistema
pedido. Trata-se do reconhecimento jurídico do pedido, partes a representação por procurador ou preposto, com pode- processual. Entretanto, esta convenção não poderá versar
já explanado anteriormente. res para transigir. Obtida a conciliação, será reduzida a termo e sobre direitos indisponíveis, sendo nula a sua estipulação.
b) 269, III – Quando as partes transigirem: Trata-se de homologada por sentença, nos termos do par. 1º. do art. 331. Assim, será reputada nula a convenção que torna excessi-
negócio jurídico de direito material, em que ambas as Não obtida conciliação, o juiz fixará os pontos controvertidos, vamente difícil a uma parte o exercício do direito.
partes abrem mão de parte do seu direito, existindo o decidirá as questões processuais pendentes e determinará as
reconhecimento jurídico parcial do pedido por parte do provas a serem produzidas, designando audiência de instrução 3. Das provas em espécie:
réu , assim como a renúncia parcial por parte do autor. e julgamento, se necessário, conforme disposto no § 2º, do art. 3.1. Depoimento pessoal, interrogatório e confissão:
c) 269, V – Quando o autor renunciar ao direito so- 331 do CPC. Este parágrafo corresponde ao derrogado disposi- caracteriza-se o depoimento pessoal pela pessoalidade,
bre o motivo que se funda a ação: À semelhança tivo que regulamentava o despacho saneador. Para a produção isto é, podem ser intimados a prestar depoimento pessoal,
do reconhecimento jurídico do pedido, trata-se de em audiência as provas periciais, depoimentos pessoais e provas em virtude de a prova ter sido requerido pela parte contrária,
ato jurídico praticado pelo autor que importará em testemunhais. E sobre estas que deve residir o requerimento de tão somente as partes. Somente a parte poderá prestá-lo,
renúncia integral ao seu direito. Como ato de dis- produção de provas nesta fase. Deferida a produção de prova não podendo ser substituída por outrem, nem mesmo o seu
posição deve ser firmado pelo próprio renunciante pericial, o magistrado indicará o perito e as partes formularão advogado, ainda que com poderes especiais.
ou por procurador com poderes especiais (art. 38 quesitos, podendo indicar assistente-técnico. Somente depois de Objetiva-se através do depoimento pessoal, além do conhe-
do CPC) e pode ser realizado a qualquer tempo e realizada a prova pericial é que o magistrado designará a audi- cimento dos fatos narrados pelas próprias partes, obter-se a
grau de jurisdição. ência de instrução e julgamento, na qual prestarão depoimentos confissão real, seja espontânea ou provocada. A confissão
d) E, por fim, a hipótese diferenciada do art. 269, IV – as partes e serão ouvidas as testemunhas. A partir da determi- real opõe-se à ficta, ou pena de confesso, que será decor-
Quando o juiz pronunciar a decadência ou prescrição: nação da produção de provas, ingressa-se na fase instrutória do rente da intimação da parte, para prestar o depoimento pes-
Ambos institutos de direito material que atingem o direito processo. soal e esta não comparecer, ou em comparecendo recusa-
ou a sua pretensão. A decadência diz respeito à perda se a responder (art. 343 e 345 do CPC).
do direito de anular os vícios dos negócios jurídicos, se 2. Teoria geral das provas: a fase instrutória inicia-se com a 3.2. Depoimento pessoal e Interrogatório - distinções:
transcorrido o prazo para tanto. A prescrição diz respeito produção de provas que tem como objetivo, de um lado, formar insta distinguir-se, neste ponto, as duas espécies de depoi-
à perda do direito da pretensão, incidente sobre as ações a convicção do magistrado (art. 130 do CPC) e, de outro, indi- mento pessoal que podem ocorrer no processo.
condenatórias. São ambos institutos tidos como prelimi- retamente convencer as próprias partes. Podemos afirmar que A primeira delas vem regulamentada no art. 342 do CPC e
nares de mérito. A decisão que julga a ação é de mérito, o destinatário da prova é o magistrado, que, com base nelas, trata do interrogatório, modalidade de prova que poderá ser
porém não se adentra especificamente no mérito, pois julgará a demanda. determinada de oficio pelo magistrado, com base em seus
dele nada se conhece em razão desse óbice. 2.1. Conceito de prova: provas são os meios para produzir ao poderes instrutórios (art. 130) a qualquer momento e possui
1.6. Julgamento antecipado da lide: a terceira si- juiz o conhecimento da verdade dos fatos deduzidos em juízo. como único objetivo o conhecimento de fatos. Nele poderá
tuação que decorre do julgamento, conforme o Ou, nos dizeres de Luiz Rodrigues Wambier: “Prova é o modo ocorrer a confissão espontânea, porém não poderá ocorrer
estado do processo diz respeito ao julgamento pelo qual o magistrado toma conhecimento dos fatos que em- a pena de confesso.
antecipado da lide (art. 330 do CPC). Trata-se de basam a pretensão”. (Curso avançado de Processo Civil, v. 1, p. Na segunda espécie, tem-se o depoimento pessoal re-
hipóteses em que não se apresenta a necessida- 479). Deste conceito podemos inferir primeiramente que, através querido pela parte contrária, que ocorrerá tão somente
de de audiência para produção de provas, porque das provas, busca-se a verdade dos fatos. Entretanto, no Direito em audiência e possui, como objetivo precípuo, provocar
a questão de mérito é unicamente de direito, ou, Processual Civil a verdade buscada é a verdade formal, e não a a confissão, daí denominando-se confissão provocada e
sendo de direito e de fato, não há necessidade de real, como ocorre no Direito Processual Penal. Verdade formal, poderá, nas situações acima descritas, ocasionar a pena
se produzir prova em audiência, pois os fatos já pois é a verdade (verdade inexata, por vezes) a qual se extrai das de confesso.
foram ou só podem ser provados por documen- provas produzidas, que poderá ou não coincidir com a verdade 3.3. Procedimento de realização do Depoimento pes-
tos; ou, ainda, quando ocorrer a revelia (art. 319). real. soal e interrogatório: a forma de se realizar tanto o inter-
O julgamento antecipado da lide, como o próprio nome 2.2. Objetivo da produção probatória: dissemos que o objetivo rogatório como o depoimento pessoal dar-se-á da mesma
indica, significa que o magistrado a julgará em momento da produção probatória é formar o convencimento do magistrado. forma, em audiência. O juiz, primeiramente, ouvirá o autor e,
diverso daquele que, em geral, ocorreria e isso se dará As provas realizadas devem induzi-lo ou convencê-lo da ocor- logo a seguir, o réu, separada e sucessivamente, sendo que
toda vez que: rência do fato e como este se deu. Entretanto, o princípio, que aquele que ainda não depôs não poderá ouvir o interrogató-
I. quando a questão de mérito ou a lide for unicamente rege a atividade probatória a ser desenvolvida, é o do livre con- rio/depoimento do outro. Em se tratando de depoimento da
sobre direito, ou seja, a questão controvertida diz respei- vencimento motivado, ou seja, diante de um conjunto de provas parte, após o juiz concluir as suas questões, dará a palavra
to unicamente ao direito, inexistindo qualquer controvér- produzidas, podemos ter resultados antagônicos e o magistrado ao advogado da parte contrária para formular perguntas,
sia quanto aos fatos e, por essa razão, se prescindirá de deverá verificar quais as provas que formaram o seu convenci- sempre através do magistrado, que poderá indeferi-las se
qualquer outro tipo de prova, demandando unicamente a mento e, com base nelas, julgar a demanda, fundamentando o as entender irrelevantes, impertinentes ou repetitivas. Em
aplicação da lei ao caso concreto; porquê de julgar a ação desta ou daquela maneira. Esta é a regra contrapartida, no interrogatório não se dará oportunidade ao
II. quando a questão de mérito for de direito e de fato, geral. procurador da parte contrária para perguntas, podendo os
mas não há necessidade de se produzir prova em audi- 2.3. Objeto da prova: provam-se fatos e fatos úteis e relevantes procuradores estar presentes para a fiscalização do ato.
ência, pois a matéria já se encontra provada nos autos à pretensão das partes. Tem-se, pois, que o objeto da prova será 3.4. Da prova documental:
através de documentos; o fato (art. 332, 2ª. parte). E, parece claro que não será o fato 3.4.1. Conceito: a prova documental caracteriza-se por ser
III. quando ocorrer a revelia (art. 319) e ocorrerem os propriamente dito o provado, mas, sim, a sua alegação é que de- prova histórica, a qual retrata fatos antecedentes ao processo
seus efeitos, fazendo com que os fatos alegados pelo verá restar comprovada. Os fatos devem ser controvertidos, isto em que se pretende a produção de efeitos. Configura-se em
autor em sua inicial sejam tidos como verdadeiros. Nes- é, devem ter sido impugnados pela parte contrária, seja em sua uma prova real, eis que todo documento é uma “res”, podendo
sa hipótese, incidindo os efeitos da revelia e não tendo existência (o fato não ocorreu), seja em seu modo de existência ser um escrito, constituindo-se em prova literal – documento,
o réu contestado a demanda, só resta ao magistrado (o fato ocorreu, mas não da forma como narrada). A prova dos fa- propriamente dito – ou qualquer outra forma que represente o
proferir o julgamento da lide. tos controvertidos deverá demonstrar, destarte, a sua existência registro dos fatos ocorridos. Assim, uma foto será uma prova
LINK ACADÊMICO 6 e o seu modo de existência. Provam-se positivamente os fatos, documental. Uma fita magnética gravada, um “cd-rom”, um
vale dizer, não é possível a prova negativa de fatos. “dvd”, uma tela, um e-mail serão representativos de uma pro-
Audiência preliminar e 2.4. Ônus da prova: por fim, dispõe o art. 333 acerca do ônus da va documental. Destarte, o conceito de documento deve ser
especificação dos prova. Como já se disse, o ônus difere do dever e da obrigação, entendido o mais amplamente possível.
pois a sua inobservância ou o seu descumprimento gerarão con- 3.4.2. Momento de produção da prova documental: a
pontos controvertidos seqüências processuais negativas à própria parte. O dispositivo produção da prova documental deve ser realizada, normal-
em questão distribui o ônus da prova, designando quem deve mente, na petição inicial e na contestação (art. 396 do CPC).
1. Audiência: a quarta e última situação em que decorre- provar o quê no processo. Assim, ao autor incumbe a prova dos A juntada posterior de documentos só será admitida quando
rá do julgamento conforme do processo, encontra-se no fatos constitutivos do seu direito e ao réu incumbe a prova dos fa- expressamente deferida pelo magistrado, com a justificativa
art.331, o qual determina que não ocorrendo qualquer das tos que impeçam (impeditivos), modifiquem (modificativos) ou ex- das razões pelas quais não houve a juntada no momento
hipóteses previstas nas três situações acima descritas e a tingam (extintivos) o direito do autor. O autor deverá comprovar os próprio e sempre com a manifestação da parte contrária (art.
causa versar sobre direitos que admitam a transação, o juiz fatos constitutivos do seu direito, isto é, os fatos que constituem 389 e 390).
designará audiência preliminar, que será realizada no prazo a afirmação do seu direito. A sua prova gera o direito pleiteado 3.4.3. Classificação da prova documental: classifica-se o
de 30 (trinta) dias, devendo as partes serem intimadas a pelo autor e tem, como conseqüência, a procedência da ação. documento em público e privado: o primeiro foi produzido por
comparecer, podendo fazer-se representar por procurador Por outro lado, o réu deverá combater as alegações do autor, entidades públicas ou com fé pública, gerando presunção de
ou preposto, com poderes para transigir. Esta é a situação impedindo, por exemplo, que o seu direito se constitua. Poderá autenticidade que somente lhe será destruída se demonstra-
que atinge grande parte dos processos que envolvem direi- fazê-lo através de provas que impeçam a constituição do seu di- da a sua falsidade (art. 364). Documento privado, por sua vez,
tos patrimoniais e por esta razão devem ser feitas algumas reito. Fá-lo-á através de fatos impeditivos. O réu poderá também é o documento produzido por entidades privadas e, para ser
considerações sobre ela: alegar e deverá comprovar fatos modificativos do direito do autor. autêntico, necessita do reconhecimento da parte contrá-
a) A primeira delas é a de que não poderá ter ocorrido ne- Isso significa dizer que a relação jurídica constituiu-se tal como ria (art. 372). A autenticidade do documento – público ou
nhuma das situações descritas no art. 267; ou as do art. pretendida pelo autor, porém foi modificada pela alegação do réu. particular - cessará com a declaração de sua falsidade.
269, II a V; ou, em se tratando de questão unicamente de E, por fim, o réu poderá ainda apresentar fatos extintivos ao direi- 3.5. Da prova testemunhal: a prova testemunhal será sem-
direito, ou de direito e de fato e, sendo desnecessária a pro- to do autor. Da mesma forma que a situação anterior, o fato cons- pre admitida, desde que o fato não tenha sido provado por

WWW.MEMESJURIDICO.COM.BR
5
documento ou confissão; ou que só possa ser provado por dois momentos distintos em que há o encerramento do processo de julgada material o dispositivo da sentença, ou seja, o decisório. O
documento ou perícia. Destarte, embora se diga que a pro- conhecimento e o início do executivo. E o encerramento do processo artigo 469 dispõe que não fazem coisa julgada: os motivos, ainda
va testemunhal possui ampla admissão, a sua aquiescência de conhecimento se dará através da sentença. Assim, sentença é o ato que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva
dependerá de o fato não ter sido provado por documento ou do juiz que implica algumas das situações previstas nos arts. 267 e 269 da sentença; a verdade dos fatos, estabelecida como fundamen-
confissão; ou que o fato só possa ser provado por documen- do CPC, isto é, extinção do processo sem resolução do mérito e com to da sentença e a apreciação de questão prejudicial, decidida
to ou perícia. Diante disso, reduz-se a importância da prova
resolução do mérito. incidentemente no processo e que não se tenha requerido a de-
testemunhal ao que efetivamente ela representa: a de que o
fato só poderá ser provado a partir do instante que não se 2. Classificação das sentenças: classificam-se as senten- claração judicial da mesma (art. 470).
disponibilize sobre ele outras provas. E para corroborar tal ale- ças, pois, em processuais ou terminativas e definitivas ou de
gação, vale-se do art. 400 do CPC que condiciona ser a prova mérito. 6. Da formação, suspensão e extinção do processo: ao
testemunhal sempre admissível, desde que se note a ressalva 2.1. Sentenças terminativas ou processuais: as primeiras ocor- discorrermos sobre a petição inicial, trata-se acerca da forma-
e a lei não disponha de modo contrário. Vale dizer que, se a lei rem nas hipóteses do art. 267 e as segundas, com fulcro no art. ção do processo, que tem seu início nos termos art. 262, por
não a excluir, a prova testemunhal não será admitida. Por ou- 269 do CPC. As sentenças processuais caracterizam-se pela iniciativa da parte, desenvolvendo-se por impulso oficial.
tras palavras, a hierarquia das provas é imposta pela própria ausência dos pressupostos processuais de existência ou de va- Da mesma forma, ao se tratar sobre o julgamento, conforme
lei. A prova testemunhal sofrerá, contudo, restrições relativas lidade; condições da ação e pela existência dos pressupostos o estado do processo e sentença, será discorrido sobre a ex-
à parcialidade e ao impedimento das pessoas que poderiam
processuais negativos. Eles se caracterizam como sendo óbi- tinção do processo. Resta, portanto, a análise das hipóteses
testemunhar. E essas restrições encontram-se dispostas nos
artigos 405 do CPC. Por outro lado, as testemunhas não são ces intransponíveis às fases seguintes, devendo o magistrado de suspensão do processo, que estão discriminadas no art.
obrigadas a depor sobre fatos que lhes acarretem grave dano, extinguir o processo sem resolução do mérito com fundamento 265 do CPC.
bem como ao seu cônjuge e parentes consangüíneos ou no art. 267, IV, V e VI. Além dessas hipóteses processualmente 6.1. Suspensão do processo: ocorrida a suspensão do
afins, em linha reta ou colateral até segundo grau, ou sobre típicas, têm-se ainda as sentenças processuais atípicas, que processo, paralisam-se todos os atos processuais, sob pena
fatos cujo respeito por estado ou profissão deva guardar sigilo, são as demais hipóteses do art. 267, já comentados anterior- de nulidade, exceção feita aos atos urgentes que podem ser
disposição esta semelhante ao depoimento pessoal. O pro- mente. A sentença processual produz a coisa julgada formal, praticados mesmo durante a suspensão do processo, a fim
cedimento da prova testemunhal seguirá o determinado nos ou seja, a imutabilidade daquela decisão proferida naquele de se evitar dano irreparável a qualquer das partes.
artigos 407 e seguintes do CPC. processo. Há preclusão máxima do processo. Ela não impede, A suspensão será sempre uma situação efêmera e provisória,
3.6. Da prova pericial: a prova pericial caracteriza-se por entretanto, a repropositura de outra ação, exceção feita às hi- ficando o processo em estado latente até que o motivo pelo
trazer aos autos, mediante ordem e compromisso judicial, o
póteses de art. 268. qual ocorreu a suspensão seja afastado. As hipóteses de sus-
conhecimento técnico ou científico sobre os fatos ocorridos
e o seu significado. 2.2. Sentenças definitivas ou de mérito: as sentenças definiti- pensão do processo estão descritas no art. 265 do CPC.
A prova pericial, assim como as demais provas, deve ser vas ou de mérito, por sua vez, são as proferidas com base no art. LINK ACADÊMICO 8
útil e pertinente para o processo. Em não o sendo, deverá 269, em que há resolução do mérito. A sentença definitiva
o magistrado indeferi-la. A sua pertinência diz respeito ao es- propriamente dita é a disposta no art. 269, I, quando o juiz
clarecimento e interpretação dos fatos. E a sua utilidade diz acolhe ou rejeita o pedido do autor. As demais, como já foi
respeito a ser a prova pericial o único meio de obter tais escla- explanado, não decidem efetivamente o mérito da demanda,
recimentos. A prova pericial é requerida, em geral, na petição mas se equipara a ele. O fato de o julgamento atingir o méri-
inicial ou na contestação, devendo o magistrado deferi-la por to gerará a impossibilidade de a ação ser reproposta e oca-
ocasião do saneamento do processo. A prova pericial poderá
sionará a formação da coisa julgada formal e material, isto é,
constituir-se em exame, vistoria ou avaliação.
a imutabilidade da decisão no processo e fora dele, fazendo
3.6.1. O perito e o assistente técnico: o perito é auxiliar da
justiça, devendo, é claro, ser especialista em algum ramo lei entre as partes, devendo ser respeitada por terceiro.
do saber. As normas para a sua nomeação encontram-se
dispostas no art. 145 do CPC. É nomeado pelo magistrado 3. Elementos da sentença: os elementos essenciais da sen- A coleção Guia Acadêmico é o ponto de partida
e deve ser pessoa de sua confiança, aplicando-se a ele as tença são: o relatório (art. 458, I), fundamentação (art. 458, II) e dos estudos das disciplinas dos cursos de gradu-
regras relativas ao impedimento e suspeição. Após a sua o decisório (art. 458, III). O relatório consiste em um resumo do ação, devendo ser complementada com o mate-
nomeação, o perito poderá se escusar (art. 146) ou ser re- processo, devendo o magistrado expor tudo o que foi relevante: o rial disponível nos Links e com a leitura de livros
cusado por impedimento ou suspeição (art. 138, III), devendo pedido, a defesa. Além disso, o magistrado deve relacionar todas
o magistrado, aceitando a escusa ou julgando procedente a didáticos.
as ocorrências havidas no processo. Na fundamentação, deve o
impugnação, nomear novo perito.
magistrado expor as razões do seu convencimento de forma clara, Processo de conhecimento – 2ª edição - 2009
3.6.2. Características da prova pericial: tanto o perito
quanto os assistentes técnicos terão grande liberdade e de modo que qualquer pessoa que leia a sua sentença concluirá
poderão, durante as diligências, se valer de todos os meios da mesma forma. Deve, na fundamentação, dizer como e por que Coordenador:
necessários para o bom desempenho do mister incumbido chegou à referida conclusão, demonstrando as razões do seu con- Carlos Eduardo Witter, Professor universitário e de
tais como: oitiva de testemunhas, solicitação de documentos vencimento. Finalmente, o decisório ou dispositivo da sentença, no cursos preparatórios há mais de 10 anos, Especia-
que estejam em poder da parte ou em repartições públicas, qual o juiz acolhe ou rejeita o pedido do autor. Em se tratando de lista em Direito Educacional; Mestre em Educação
bem como instruir o laudo com plantas, desenhos, e Semiótica Jurídica; Membro da Associação Bra-
sentenças processuais, o art. 459 autoriza o magistrado a decidir sileira para o Progresso da Ciência; Palestrante;
fotografias, etc. de forma concisa. Advogado e Autor de obras jurídicas.
3.7. Da inspeção judicial: caracteriza-se a inspeção ju-
dicial, por ser meio de prova direta – contrapondo-se a 4. Vícios da sentença: faltantes um dos elementos, ensejará a Autor:
todos os demais meios de provas, que são indiretas – a Maria Antonieta Zanardo, Mestre e doutoranda
nulidade da sentença, com fundamento em vício intrínseco da mes-
ser realizada pelo próprio magistrado, mediante reque- em Direito das Relações Sociais pela PUC/SP.
rimento das partes. O art. 440 dispõe que a inspeção ma. Vícios extrínsecos dizem respeito à incompetência absoluta,
Coordenadora técnica e professora dos Cursos
judicial poderá ser requerida em qualquer fase do pro- impedimentos, falta dos pressupostos processuais ou condições de Especialização em Direito Processual Civil em
cesso, mas deverá sê-lo antes da sentença, a fim de da ação e existência dos pressupostos processuais negativos, que Módulos, promovido pela COGEAE-PUC/SP em
que o próprio magistrado inspecione pessoas, coisas ou ensejarão a ação rescisória (art. 485). Pode, ainda, a sentença ser SP e Sorocaba. Advogada em São Paulo.
lugares, com o objetivo de esclarecimento sobre fato que anulada em se tratando de infração ao princípio da congruência:
interessa à lide. quando a sentença não corresponder ao pedido, por ser “infra”, A coleção Guia Acadêmico é uma publicação da
LINK ACADEMICO 7 Memes Tecnologia Educacional Ltda. São Paulo-
“extra” ou “ultra petita”. SP.
Endereço eletrônico: www.memesjuridico.com.br
Sentença 5. Da coisa julgada: proferida a sentença e não tendo havido re- Todos os direitos reservados. É terminantemente
curso ou esgotadas todas as vias recursais, opera-se a preclusão proibida a reprodução total ou parcial desta pu-
A derradeira fase da audiência será o julgamento ou o pro- blicação, por qualquer meio ou processo, sem a
ferimento da sentença pelo magistrado. Se proferida em máxima do processo e a imutabilidade de tudo o que tenha sido
expressa autorização do autor e da editora. A vio-
audiência, o magistrado a ditará para o escrivão, gerando a decidido. Denomina-se este fenômeno de coisa julgada. lação dos direitos autorais caracteriza crime, sem
imediata intimação das partes e o início do prazo recursal. Objetiva-se, através deste instituto jurídico, a segurança jurídica prejuízo das sanções civis cabíveis.
Caso o magistrado não a profira em audiência, deverá fazê-lo das decisões, a fim de que elas não sejam novamente questiona-
no prazo de 10 (dez) dias. das junto ao Poder Judiciário.
5.1. Espécies de coisa julgada: são duas as espécies de coisa
1. Da sentença e coisa julgada: a sentença, ato judicial, vem julgada: a formal, presente em todos os processos, coincidindo com
regulamentada no art. 162 do CPC. Antes das recentes reformas, a idéia do fim do mesmo, não se podendo mais rediscutir a decisão já
a sentença era conceituada pelo dispositivo como sendo o ato proferida; e a material que torna imutável a decisão de mérito proferida
processual através do qual o magistrado põe fim ao procedimento no processo em que se produziu, atingindo as partes e devendo tercei-
em primeiro grau de jurisdição. ros respeitá-la. Imutável a sentença e os seus efeitos farão “lei” entre
Com as reformas ocorridas, não podemos mais falar em sentença as partes. A coisa julgada material ocorrerá toda vez que a sentença
como o ato que põe fim ao processo, pois este continuará com os ou o acórdão resolver o mérito da demanda. Forma-se a coisa julgada
atos executivos. Entretanto, ainda que sincrético o processo, pois formal e material com o decurso dos prazos recursais “in albis”, isto é,
hoje os processos de conhecimento e de execução constituem- com a inatividade da parte que não recorre da decisão, conformando-se
se um único procedimento, não podemos deixar de vislumbrar com a mesma, ou com o esgotamento das vias recursais. Faz coisa

WWW.MEMESJURIDICO.COM.BR
6

Você também pode gostar