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 CONSTIPAÇÃO

 Não é uma doença, mas sim um sintoma.


 Numero de evacuações inferiores a três em uma semana, com fezes com
conteúdo de água inferior a 40% ou acompanhadas de esforço ou dificuldade de
evacuação.
 Características das fezes:
o Tamanho: podem ser finas, ou volumosas, ou fragmentadas.
o Comprimento
o Peso Fecal: peso normal pode variar de 35 a 450g para os homens e de 5
a 335g para mulheres.
o Consistência: determinada pela força necessária para o deslocamento do
bolo fecal.
o Freqüência
 Epidemiologia:
o Sexo: meninos apresentam maior incidência do que meninas, mas essa
relação se inverte na fase adulta.
o Idade: a ocorrência de constipação aumenta muito após os 60 anos.
o Sedentarismo: pessoas mais sedentárias têm maior dificuldade para
evacuar.
 Etiopatogenia:
o Constipação Primária: Também chamada de constipação simples, é
causada por situações inerentes aos hábitos de vida do paciente ou por
situações geralmente banais.
 Ingesta alimentar inadequada: ingesta reduzida de fibras ou até
mesmo desnutrição.
 Sedentarismo
 Perda do reflexo da evacuação: o bloqueio voluntário e repetitivo
do desejo de evacuar provoca alterações nos mecanismos
sensitivos.
 Posição
 Idiopática
 Viagens
 Pouca disponibilidade de sanitários: geralmente ocorre em
crianças em idade escolar.

o Doenças do Cólon: qualquer condição que provoque o estreitamento ou


bloqueio mecânico da luz intestinal.
 Extraluminais: tumores, vólvulos crônicos, hérnias.
 Luminais: estenoses, tumores, diverticulite, endometriose,...
 Alterações da musculatura e inervação dermatomiosite,
amiloidose.
 Lesões do Reto: prolapso interno do reto, retocele, tumores,
Tríade de Curralino: estenose anorretal, tumor pré-sacral,
deformidade do sacro.
 Lesões do Canal Anal: estenose, fissuras, prolapso da mucosa
anal.
o Doenças Neurológicas:
 Periférica:
• Doença de Hirschsprung: afecção congênita caracterizada
pela ausência ou diminuição dos plexos nervosos em
determinados segmentos do intestino.
• Hipo ou hiperganglionose
• Neuropatia anatômica
• Doença de Chagas: destruição dos plexos neuronais da
musculatura lisa do intestino, principalmente de
Auerbach.
o Doenças Endócrinas e Metabólicas:
 Hipotireoidismo
 Feocromocitoma
 Diabetes
 Hipocalcemia
 Hipopotassemia
 Acidose
 Desidratação
 Uremia
o Medicamentosa:
 Analgésicos
 Anticolinérgicos
 Antiácidos (Alumínio)
 Antidepressivos
 Anestésicos
o Distúrbios Psiquiátricos
 Ansiedade
 Depressão
 Psicose
 Anorexia Nervosa

o Idiopática
 Distúrbios da evacuação:
o Incontinência fecal: perda de pequenas quantidades de fezes líquidas ou
pastosas.
o Encoprese: perda involuntária de fezes inteiras na roupa íntima.
o Abuso sexual e constipação
o Anismus ou dissinergia do esfíncter retal: contração da musculatura da
pelve, ao invés do relaxamento, durante a evacuação.
 Diagnóstico:
o História
o Exame físico: pode revelar abdômen distendido com ou sem sinais
sugestivos de fecaloma.
 Toque retal: inspeção, tônus do esfíncter, lesões, próstata, colo
uterino.
o Exames bioquímicos e microbiológicos: dependem da anamnese. Pode
conter exames de função da tireóide, infecção do TGU-sedimento e
urucultura.
o Retossigmoidoscopia: verificação de doenças orgânicas
o Colonoscopia: casos de suspeita de tumor.
o Exames Radiológicos:
 Enema Opaco: afasta a possibilidade de carcinoma.
 Defecografia (bário+celulose): avalia anatomia e dinâmica da
defecação.
o Avaliação Funcional:
 Determinação do tempo de trânsito colônico: o mais usado é a
administração VO de um marcador radiopaco. Considera-se
normal a retenção de pelo menos 20% do contraste. A
cintilografia colônica também representa um método eficiente.
 Eletromiografia do cólon
 Manometria anorretal
 Eletromiografia do esfíncter anal
 Avaliação dinâmica das evacuações: pode ser feito pela
defecografia ou pelo proctograma com balão.

 Tratamento:
o Medidas Gerais
o Hábitos de vida
o Dieta
o Redução funcional
o Psicoterapia
o Abordagem farmacológica
 Formadores de Massa: aumento do bolo fecal. Derivados da
celulose e polissacarídeos semi-sintéticos
• Metilcelulose
• Carboximetilcelulose
• Semente de Plântago
• Agar
• Farelos
 Emolientes ou Surfactantes: facilitam a mistura de água e gordura
na massa fecal. Dificultam a absorção de água pela mucosa
intestinal.
• Ducosato de Sódio.
• Cálcio
• Potássio
• Podem causar a ruptura do epitélio gástrico e
intestinal.

Lubrificantes: ação lubrificante na parede intestinal impedindo a absorção de água pelo


cólon. Uso crônico acarreta diminuição da absorção de vitaminas lipossolúveis.
Óleo mineral
Parafina líquida
Salinos ou Osmóticos: quase não são absorvidos, estimulando um fluxo osmótico de
água para a luz intestinal. Uso prolongado leva a distúrbios hidroeletrolíticos em renais
crônicos.
Sais de Magnésio
Sais de Sódio
Osmóticos
Lactulose: aumenta a peristalse
Glicerina: aumenta o bolo fecal
Estimulantes: derivados do difenilmetânicos
Fenolftaleína: inibe a absorção de sódio. Provoca lesões hepáticas
Bisacodil: estímulo do plexo entérico (contrações)
Derivados Antraquinônicos: colón catártico. São desconjugados por bactérias da luz
intestinal e atuam estimulando o plexo nervoso.
Cáscara Sagrada
Sene
Óleo de Castor
Outras Drogas:
Betanecol: sem sucesso em pacientes com trânsito lento
Cisaprida: aumenta a acetilcolina= aumenta a motilidade
Novas Drogas:
Polietileno glicol
Prucaloprida-agonista da 5HT4
Tegaserode-agonista 5HT4

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