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DAS IV JORNADAS
DE CONTABILIDADE
ACTAS
DAS IV JORNADAS DE CONTABILIDADE
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1
Montagem e
Prod. Gráfica: AREAL EDITORES, LDA.
Rua da Torrinha, 228-H-39
4000 PORTO
3
Publicação subsidiada
pela EXTRUSAL
Organização
1.1.
6
1.2. COMISSÕES
As Comissões de Honra e Científica foram constituídas do seguinte
modo:
• Comissão de Honra
Ministro da Educação
Secretário de Estado do Ensino Superior
Reitor da Universidade de Aveiro
Governador Civil de Aveiro
Presidente da Câmara de Aveiro
Comissão de Científica
Prof. Doutor Camilo Cimourdain de Oliveira
Prof. Doutor Caetano Léglise Cruz Vidal
Prof. Doutor Rogério Fernandes Ferreira
Prof. Doutor D. Enrique Hernandez Pena
Prof. Dr. Amílcar Barbosa Amorim
1.3. TEMAS
Os trabalhos apresentados foram agrupados segundo os seguintes
temas:
I - A contabilidade e os Utentes da Informação Contabilística
II - Consolidação de Contas
III - Auditoria
rV - Gestão
A sua organização foi apoiada por um secretariado constituído por
professores, funcionários e alunos do ISCAA, na dependência do
Conselho Directivo. Foram elaboradas duas circulares e um cartaz, que
constituíram o suporte da difusão das Jornadas.
1.4. MESAS
As sessões decorreram nos dias 17, 18 e 19 de Outubro de 1991 e os
respectivos trabalhos foram orientados por mesas constituídas por um
presidente e um secretário, do seguinte modo:
MESA I:
Presidente: Dr. Joaquim José da Cunha
Prof. Auxiliar e Presidente do Conselho Directivo ISCAA
Secretário: Dr. Rui Magalhães Mota
Prof, do ISCAA
7
MESA II
Presidente: Prof. Doutor Camilo Cimourdain de Oliveira
Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de
Economia da Universidade do Porto e Vice-reitor da
Universidade Portucalense
Secretário: Dr. Amílcar Barbosa Amorim
Professor coordenador e Presidente do Conselho
Científico do ISCAA
MESA III
Presidente: Prof. Doutor D. Enrique Hernandez Pena
Professor Catedrático da Universidade Complutense de
Madrid
Secretário: Dr. Domingos José da Silva Cravo
ROC e Professor do ISCAA
MESAIV
Presidente: Prof. Doutor Rogério Fernandes Ferreira
Professor Catedrático do ISEG
Secretário: Drs Virgínia Maria Granate Costa e Sousa
Professora Adjunta do ISCAA
1.5. COMUNICAÇÕES
As comunicações apresentadas, agrupadas nos respectivos temas,
foram as seguintes:
Dia 17
Mesa I
- Contabilidade: Ciência, Técnica ou Arte ?
Dr. Nicolau SCHWES
Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS) Porto Alegre - BRASIL
- Ética e Direcção de Empresas
DrB Maria Emília Alves Mendes Pinto
Professora do ISCAP
8
- Dicotomia de Custos
Dr. Ruy L. F. de Carvalho
ROC - Professor do ISCAL
- Inflação e Monetarismo
Mário Joel Veiga Oliveira Queirós
Finalista da FEUP
O Diploma Europeu de Contabilidade
Dr. Ruy L. F. de Carvalho
ROC - Professor do ISCAL
- Gestão Bancária no Contexto da Integração Europeia
Doutor Mário Antão
Professor do ISEG
Dia 18
Mesa II
- Urgência e necessidade da Contabilidade Agrícola
(Parte II)
Dr. José Ribeiro & Dr. Vítor Dórdio
Departamento de Gestão de Empresas da Universidade de
Évora
- Custeio Total versus Custeio Variável
Dr. José Manuel de Matos Carvalho
Professor e Presidente do CD do ISCAC
- Avaliação de Empresas
Dr. Manuel Duarte Domingues
Contabilista
- Contingências e acontecimentos subsequentes
Dr. Jorge M. Teixeira da Silva
Revisor Oficial de Contas
- A propósito de trespasses
Prof. Doutor Rogério Fernandes Ferreira
Professor Catedrático do ISEG
- A Contabilidade Nacional - Um Sistema de Informação
dos Equilíbrios Económicos
Dr s Virgínia Maria Granate Costa e Sousa
Professora do ISCAA
9
- La Reforma de la Contabilidad P u b l i c a Local e n
Espana. El P l a n General de Contabilidad P u b l i c a
A d a p t a d o à la A d m i n i s t r a c i ó n Local
Doutor D. Antonio M. Lopez Hernandez
Professor do Departamento de Economia Financeira e
Contabilidade da Universidade de Granada - Espanha
Mesa III
- D e s e n v o l v i m e n t o de software de a p o i o à Auditoria
b a s e a d o n o m é t o d o de a m o s t r a g e m "PPS Sampling"
Dr a Augusta C. Santos Ferreira & Dr § Helena Coelho Inácio
Docentes do ISCAA
- A Contabilidade e o L e a s i n g
Dr. José Hipólito de Oliveira André Figueiredo
Director Administrativo e Financeiro da IMOLEASING
- Sobre a i n c l u s ã o d o s R e v i s o r e s Oficiais de Contas n o s
Órgãos de F i s c a l i z a ç ã o d a s S o c i e d a d e s
Dr. Carlos Baptista da Costa
Revisor Oficial de Contas
Dia 19
Mesa IV
- Problemática das Provisões e das Reintegrações e
A m o r t i z a ç õ e s e m ó p t i c a contabilístico-fiscal e de
Auditoria
Dr. António Afonso da Silva Carvalho
Professor do ISCAP
- C o n s i d e r a ç õ e s e m t o r n o do P a r a d i g m a da U t i l i d a d e
Dr. Domingos José da Silva Cravo
Docente do ISCAA
- O i m p a c t o d a 7S D i r e c t i v a n o D i r e i t o I n t e r n o P o r t u g u ê s
Dr. José de Oliveira Correia
Inspector de Finanças
- Controlo Interno - C o n c e i t o s B á s i c o s . Aplicações
Específicas
Dr. António Afonso da Silva Carvalho
Professor do ISCAP
10
1.6. EXPOSIÇÕES
A REGISCONTA realizou u m a exposição de material informático e
técnico durante os dias das Jornadas.
Na biblioteca do ISCAA esteve exposta u m a mostra de livros
adequados às Jornadas.
1.7. WORKSHOP
A DATAJURIS, Direito e Informática, Lda realizou no dia 19 u m a
Workshop sobre Bases de Dados, legislação, jurisprudência, doutrina
e software para juristas, orientado pelo Dr. João Paulo Remédios
Campos.
1.10. DP7ERSOS
A todos os participantes foi atribuído u m diploma de presença e
oferecida u m a chávena para café alusiva às IV Jornadas e ao ISCAA.
11
1.11. V JORNADAS DE CONTABILIDADE
Em vésperas de publicação destas actas, foi com muito gosto que
tomámos conhecimento da realização, provavelmente em Novembro de
1994, das V Jornadas de Contabilidade, que terão lugar no Porto,
organizadas pelo ISCAP.
12
2
13
. A cerimónia solene de abertura da IV Jornadas de Contabilidade
teve lugar pelas 11 horas do dia 17 de Outubro de 1991, no auditório
do ISCAA, sob a presidência do Senhor Director-Geral do Ensino
Superior, Prof. Doutor Pedro Lynce de Faria, em representação do S.
Exa. o Secretário de Estado do Ensino Superior.
Na mesa, além da entidade que presidia, estiveram as seguintes
personalidades:
Governador Civil de Aveiro, Dr. Gilberto Madaíl
Reitor da Universidade de Aveiro, Prof. Doutor Renato Araújo
Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Dr. José Girão
Pereira
Presidente C.C.I. Politécnicos, Dr. António Almeida e Costa
Presidente do C. D. ISCAA, Dr. Joaquim José da Cunha
Secretário Coordenador das IV Jornadas, Dr. Casimiro Ferreira
14
Durante a exposição de um dos Autores
Comunicações da Mesa I
15
IV JORNADAS DE CONTABILIDADE
Título da Comunicação:
CONTABILIDADE: Ciência, Técnica ou Arte ?
17
SUMARIO
INTRODUÇÃO 19
1. DEFINIÇÃO DE TÉCNICA 20
2. DEFINIÇÃO DE ARTE 21
3. DEFINIÇÃO DE CIÊNCIA 21
3.1. Conhecimento 21
3.1.1. Conhecimento vulgar 22
3.1.2. Conhecimento filosófico 22
3.1.3. Conhecimento teológico 22
3.1.4. Conhecimento científico 22
3.2. Conhecimentos Certos 23
3.3. Objeto do Conhecimento 24
3.4. Conhecimento Geral 25
3.5. O Método Racional 25
4. CLASSIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS 27
5. OBJECTIVOS DA CIÊNCIA 28
6. DEFINIÇÃO DE CONTABILIDADE 29
6.1. O Objeto da Contabilidade 29
6.2. O Método da Contabilidade 31
7. EXCLUINDO TÉCNICA E ARTE 33
CONCLUSÃO 34
BIBLIOGRAFIA 36
18
INTRODUÇÃO
19
A riqueza e diversidade de proposições encontradas sobre o assunto
fazem com que a tarefa de apresentar conceitos sólidos de CIÊNCIA,
TÉCNICA e ARTE seja bastante complexa.
Devemos tomar o cuidado de estabelecer parâmetros concretos e
devidamente direcionados, sem deixar de preocupar-nos com a tarefa
inerente de formular u m arsenal de argumentos contra u m a possível
avalanche de questionamentos que possam ser levantados contra nossas
asserções.
Fazemos questão de deixar de lado qualquer prenúncio de
arrogância e inflexibilidade na defesa destas ideias, resumindo a
apresentação de nosso trabalho na demonstração da metodologia do
estudo e na fundamentação das conclusões.
1. DEFINIÇÃO DE TÉCNICA
20
2. DEFINIÇÃO DE ARTE
3. DEFINIÇÃO DE CIÊNCIA
3.1. Conhecimento
Etimologicamente Ciência é sinónimo de conhecimento,
caracterizando-se este por u m a relação de assimilação da coisa pelo
homem. Todavia tal associação não é suficiente para definirmos ciência,
tendo em vista a existência de diferentes tipos de conhecimento.
21
É importante, inicialmente, uma breve distinção entre os tipos de
conhecimento, para posteriormente os correlacionarmos com o conceito
de Ciência.
Numa distinção bastante tradicional e simples, podemos classificar
o conhecimento em quatro níveis: vulgar ou empírico, filosófico,
teológico ou religioso e científico.
22
a relação e justificativa da causa e efeito relacionada a estes fatos.
Outra diferença entre o conhecimento vulgar e científico é que o último
exige um método racional para a sua obtenção.
Vale então observar que quando há a inferência do termo
"conhecimentos" na definição de ciência, este se refere ao "conhecimento
científico", haja vista as características antes fundamentadas.
23
- Dúvida: encara a verdade somente como provável.
- Opinião: afirma a verdade, mas com temor de se enganar.
- Certeza: o verdadeiro aparece-lhe como evidente. Afirma a
verdade sem receio de se enganar.
Fica pois, flagrante, a importância do atributo "certeza" ao
conhecimento científico, observando-se que o conhecimento tido como
vulgar pode até ser verdadeiro (sob o aspecto ontológico), no entanto a
insuficiência de evidências faz com que o espírito humano se encontre
em algum dos outros estados antes apresentados.
O conhecimento das coisas pelas suas causas e suas leis, na
tentativa de estabelecer suficiente respaldo de evidências para
consolidar o estado de certeza na afirmação da verdade a que se refere
é, portanto, característica preponderante do conhecimento científico.
Devemos salientar, ainda, que a ciência está em constante evolução
e que o estado de certeza a respeito de seus conhecimentos não é
definitivo. O que é certo hoje, poderá não o ser amanhã.
24
objeto material, como a própria Química e a Física, exemplificadas
anteriormente, que estudam ambas a electricidade; ou a Psicologia e a
Sociologia que estudam o comportamento do homem. No entanto, não
devemos esquecer que o enfoque de cada ciência é diferente,
estabelecendo-se vários "objetos formais".
A electricidade é estudada pela Química sob o enfoque dos electrons,
enquanto que a Física a estuda como fonte de energia. O
comportamento individual do homem em função de sua personalidade
é estudado pela Psicologia, enquanto a Sociologia estuda o
comportamento do homem na sociedade.
Cabe, ainda, salientar que o estudo de u m mesmo objeto material
sob enfoques diferentes, constituindo distintos objetos formais, não cria
nenhuma subordinação entre estas ciências.
25
as verdades investigadas precisam, necessariamente, ser
demonstradas.
Com isto podemos identificar o método racional como sendo o conjun-
to de processos empregados na investigação e demonstração da verdade.
A investigação nasce de algum problema observado, ou seja, da pre-
disposição em se analisar mais cuidadosamente um assunto com vistas
a tentar desenvolver um maior conhecimento sobre ele. A partir da deli-
mitação do objeto ou fenómeno a ser estudado utilizamos u m a metodo-
logia investigativa tal qual a colecta de dados, a observação, a for-
mulação de hipóteses, a experimentação e a apresentação de modelos.
Inexiste um método único, aplicável uniformemente por qualquer
tipo de ciência. O método está intimamente relacionado ao objeto de
estudos de cada ciência e a ele se adapta. Todavia, podemos apresentar,
genericamente, dois tipos de processos nos quais se enquadram
conceitualmente os processos investigativos específicos: a análise e a
síntese.
A análise é a decomposição de um todo em suas partes constituintes,
objetivando o estudo profundo e minucioso de cada u m a destas partes
a fim de conhecer sua natureza, suas funções, suas relações de
causalidade. A análise é o processo que parte do mais complexo para o
menos complexo, através da divisão das dificuldades em t a n t a s parcelas
quanto se possa e seja necessário para melhor resolvê-las.
A síntese é um processo lógico de reconstrução ou recombinação do
todo, a partir de suas partes. Objectiva obter o conhecimento da
totalidade do objeto de estudos. Reunindo todas as partes estudadas, a
síntese possibilita que se conheçam as relações determinantes da
unidade do objeto em estudo, conferindo-lhe um sentido global. A
síntese parte do mais simples para alcançar o mais complexo.
Os processos investigativos particulares utilizados por qualquer
Ciência nada mais são, em suma, do que variações de u m a metodologia
de análise e síntese.
J á a demonstração da verdade consiste na forma com que teorizamos
a respeito das investigações, com o objectivo de consolidar proposições
que, devidamente argumentadas, afirmarão o caráter de "verdade" do
conhecimento adquirido. Corresponde a forma pela qual tentamos
provar nossas conclusões.
No desenvolver desta tentativa de legitimação do conhecimento, o
homem se utiliza basicamente de dois tipos de raciocínio: a dedução e
a indução.
26
Na dedução o raciocínio parte do geral para chegar ao particular, do
universal para chegar ao singular. Em outras palavras, a dedução
consiste em tirar uma verdade particular de uma verdade geral na qual
ela está implícita. Parte-se da verdade universal para se chegar à
verdade singular. Seu argumento lógico é que um facto geral encerra
em sua explicação de outro semelhante, porém menos geral.
Na indução o raciocínio vai do particular para o geral. Parte-se de
uma ou várias verdades singulares para se chegar a uma verdade
universal. A indução é o raciocínio pelo qual o espírito, de dados
singulares suficientes, infere uma verdade universal.
27
5. OBJETIVOS DA CIÊNCIA
28
somente o estudo do seu próprio objeto). Somente podemos atribuir
finalidades ao conhecimento científico no momento em que
vislumbramos u m a Ciência enquanto "aplicada", sendo que esta
aplicação não é condição essencial para sua existência e entendimento.
6. DEFINIÇÃO DE CONTABILIDADE
29
e quantitativos e de suas variações, buscando entender e prever o seu
comportamento.
Sob o ponto de vista qualitativo, a Contabilidade estuda o
património no que se refere a sua composição e natureza dos diferentes
elementos que o constituem.
Sob o ponto de vista quantitativo, a Contabilidade analisa o
património como fundo de valores, ou seja, se preocupa com a
quantificação dos diversos elementos componentes do património.
Diante da heterogeneidade destes componentes patrimoniais, a
Contabilidade utiliza-se de um denominador comum monetário, visando
reduzi-los a u m a expressão que permita agrupá-los e compará-los com
maior facilidade.
Ainda com relação ao património, a Contabilidade busca a
apreensão, a quantificação, o registro, o relato e a interpretação das
variações patrimoniais. Estas variações tanto podem ser qualitativas
como podem ser quantitativas.
Ainda que sejam registradas pela Contabilidade as variações
patrimoniais decorrentes de qualquer tipo de fatos, quer sejam estes
decorrentes da ação humana, quer se originem de factores fora do
alcance da vontade humana, como os sinistros, por exemplo, a maioria
dos fatos que provocam variações patrimoniais tem como agente o
homem. Este é o principal motivo que nos leva a classificar a
Contabilidade como ciência social.
A Contabilidade analisará qualquer variação patrimonial,
independentemente de que o facto que a tenha originado decorra de
operações normais da gestão das entidades e esteja sob controle dos
gestores destas entidades, ou se originem de situações extraordinárias
sobre os quais a entidade não tenha qualquer gerência, tais como fatos
relacionados à greve, política económica, legislação, conjuntura
económica, etc.
O que caracteriza as ciências sociais é ter por objeto o homem
enquanto ser inteligente, livre e social, considerado não somente em si,
mas também em seus actos, que são manifestações da sua vida moral
e social.
O que a Contabilidade estuda é justamente o efeito que a ação do
homem causa sobre o património das entidades.
Na classificação da Contabilidade como ciência social, outro aspecto
a ser salientado é o seu objeto ser o património de quaisquer entidades.
30
Estas entidades são agregados compostos de bens e pessoas, voltados
à obtenção de fins comuns, fazendo, portanto, parte do sistema social.
A Contabilidade, enquanto ciência pura, de acordo com o que j á foi
colocado, se caracteriza pela busca do conhecimento da verdade a
respeito do seu objeto de estudo, sem priorizar u m a utilização imediata.
Se preocupa, apenas, com a obtenção do saber pelo saber, sem uma
finalidade de aplicação prática.
J á enquanto ciência aplicada, a Contabilidade busca a utilização dos
conhecimentos consolidados na solução de problemas concretos. É nesta
situação que se definem os ojetivos da Contabilidade, como por exemplo,
a sua utilização como sistema de informações para fins gerenciais.
Queremos, ainda, salientar que a Contabilidade não está voltada
exclusivamente para o passado. Na medida em que conhece as causas
das variações patrimoniais e os seus efeitos sobre o património,
possibilitará fazer predições a respeito do comportamento do património
face a determinadas situações.
Ao definirmos Contabilidade como sendo u m a Ciência, estamos
admitindo que ela atenda dois requisitos importantes de acordo com o
nosso conceito de Ciência, quais sejam a certeza e a generalidade.
Consideramos que a Contabilidade corresponde a um conjunto de
conhecimentos certos na medida em que tais conhecimentos são
entendidos como "verdades" a respeito do seu objeto de estudo. Ao
mesmo tempo, a Contabilidade é capaz de justificar suas asserções,
proporcionando o estado de espírito da certeza com relação a estas
"verdades".
J á em relação à generalidade, consideramos que a Contabilidade
atende tal condição tendo em vista que abrange todo o campo de
conhecimentos relacionados com o seu objeto formal (o Património e
suas variações, sob os aspectos qualitativos e quantitativos),
estabelecendo a devida relação entre os elementos componentes do seu
campo de atuação.
31
características próprias moldadas às particularidades do estudo do
objeto "Património", e sejam identificáveis por nomenclatura específico
da Ciência Contábil, correspondem perfeitamente aos métodos
científicos gerais e aplicáveis a qualquer ciência.
Os métodos se caracterizam por apresentar na i n v e s t i g a ç ã o dois
tipos de processos (a análise e a síntese) e na d e m o n s t r a ç ã o da
verdade os raciocínios indutivo e dedutivo.
Por investigação entendemos todo o processo metodológico utilizado
na observação, colecta de dados, experimentação e apresentação de
modelos.
i Na demonstração atende-se a necessidade de comprovar as
proposições levantadas pelo processo investigative Aqui podemos
destacar o enunciado de leis e a teorização. E a consolidação do
conhecimento pelas causas.
Na Contabilidade podemos identificar estes diferentes tipos de
métodos conforme apresentaremos a seguir:
1) Investigação:
Não é tarefa das mais difíceis associar os processos contábeis de
investigação com os métodos genericamente entendidos por sintéticos
e analíticos. O levantamento de balancetes, do Balanço Patrimonial ou
da Demonstração de Resultados do Exercício são exemplos típicos de
um processo sintético, onde há observação, colecta de dados e posterior
apresentação no modelo convencional. Na caracterização de processos
analíticos podemos destacar a análise de balanços e a análise de custos.
Cumpre apenas ressaltar que o processo entendido por
a p r e s e n t a ç ã o (investigação) é diferenciado da d e m o n s t r a ç ã o , muito
embora o emprego dos dois termos indistintamente possa causar certa
confusão. Por exemplo, como entender que as Demonstrações Contábeis
não são efectivamente u m a demonstração a nível metodológico? A
resposta reside no entendimento que a simples apresentação de um
Balanço Patrimonial não é suficientemente explicativa a fim de
assegurar que ele, de facto, espelha o que afirma representar. Somente
a d e m o n s t r a ç ã o metodológica, como todo o arcabouço teórico que
descreve a utilização lógica e adequada de métodos investigativos que
foram utilizados na prospecção de verdades sobre o Património, e que
comprova minuciosamente a fidedignidade e utilidade deste modelo
denominado "Balanço Patrimonial", é que irá satisfazer as
características de certeza e generalidade que envolvem o método
científico.
32
2) Demonstração:
No desenvolvimento destas teorizações, o pesquisador se utiliza de
dois tipos de raciocínio: o indutivo e o dedutivo.
Um exemplo de raciocínio indutivo na Contabilidade pode ser
visualizado na tarefa de classificação dos custos de produção em fixos
e variáveis. Somos obrigados a observar individualmente cada tipo de
gasto, e efectuar u m a análise do seu comportamento em relação ao
nível de produção para, posteriormente, classificá-lo entre os custos que
variam e os que não variam com o nível de produção.
Outro exemplo da utilização de um raciocínio indutivo na
Contabilidade é a formação da ideia original de que toda origem de
recurso corresponde a u m a aplicação. Ora, a investigação auxiliou o
pesquisador no momento em que, analiticamente, forneceu dados de
que em todas situações patrimoniais apresentadas foi verificado que os
elementos classificados convencionalmente por "origens" se reflectem
sistematicamente naqueles identificáveis por "aplicações".
Essa observação permitiu que o investigador indutivamente
raciocinasse que isto era u m a "verdade" sob a ótica contábil, de forma
que estabeleceu parâmetros que permitissem a comprovação
d e m o n s t r a t i v a de sua teoria.
No desenvolvimento de sua demonstração, utilizou-se do r a c i o c í n i o
d e d u t i v o , que implicou o surgimento da equação patrimonial (Activo
menos Passivo igual a Situação Líquida) no momento em que
convencionou que as aplicações são denominadas ACTIVO, e que as
origens de capital de terceiros são o PASSIVO, e que a diferença,
representada pela origem oriunda de capital próprio, é a SITUAÇÃO
LIQUIDA, logo d e d u z i u que o ACTIVO é igual à soma do PASSIVO e
da SITUAÇÃO LÍQUIDA.
33
obsoleta quando houver alterações no objectivo inicialmente proposto.
A técnica tampouco é produtiva, característica esta tão fundamental no
estudo da Contabilidade.
Acreditamos que fundamentalmente por estes motivos não é correcto
classificar a Contabilidade como técnica, ainda que possamos destacar
algumas "Técnicas Contábeis", tal qual a auditoria, uma vez que estas
foram desenvolvidas a partir da existência de um arcabouço maior
denominado "Ciência Contábil".
No que se refere a arte, acreditamos que no momento em que há
u m a dependência de factores altamente subjectivos, a exemplo da
satisfação do espírito do homem no que se refere à aceitação do Belo,
bem como o facto de que aquilo que entendemos por arte somente
nascer a partir da manifestação da criatividade e de intensas emoções
inspiratórias exclusivas de um artista, torna-se relativamente fácil
afastar a idéia de que a Contabilidade pudesse ser u m a arte, uma vez
que ela consiste de u m a gama de conhecimentos lógicos e racionais
conforme procuramos expor anteriormente.
CONCLUSÃO
34
classificação e conceituação de Contabilidade. Sendo assim, sem
pretensão alguma além do intuito de fornecer subsídios e no sentido de
trazer à tona o conhecimento absorvido, concluímos que a Contabilidade
é u m a Ciência, haja vista apresentar as seguintes características:
- Ter objeto de estudo próprio;
- Utilizar-se de métodos racionais;
- Estabelecer relações entre os elementos patrimoniais, válidas em
todos os espaços e tempos;
- Apresentar-se em constante evolução;
- Ser o conhecimento contábil regido por leis, normas e princípios;
- Seus conteúdos evidenciarem generalidade;
- Ter car ater preditivo;
- Estar relacionada com os demais ramos do conhecimento científico;
- A construção lógica do pensamento ser o fundamento das ideias e
estas ensejar os conteúdos das doutrinas;
- Apresentar o caráter de certeza na afirmação de seus enunciados.
A Contabilidade ajusta-se, por conseguinte, de acordo com os
requisitos exigidos pela Epistemologia ou Lógica das Ciências.
É oportuno, ao concluirmos este trabalho, salientar a necessidade de
avançar ainda mais no exame de alguns aspectos relevantes. Que o
nosso trabalho não espelhe a arrogância de representar a exaustão da
questão. Muito pelo contrário. Pela importância e complexidade do
tema, e em virtude da insignificante quantidade de bibliografia
específica à disposição sobre o assunto, seria extremamente
interessante que académicos, autores e doutrinadores nacionais se
manifestassem sobre o tema, evidenciando-o de u m a maneira mais
enfática como um desafio ao conhecimento.
35
BIBLIOGRAFIA
36
IV JORNADAS DE CONTABILIDADE
Título da Comunicação:
ÉTICA E DIRECÇÃO DE EMPRESAS
37
M. olheando o financial times tenho deparado frequentemente com
artigos cujos títulos me sugeriram o tema que nos vai ocupar. Trata-se
da rentabilidade de um factor de produção - nas minhas aulas de
Contabilidade Analítica costumo dizer aos alunos que a Mão de Obra
é um factor produtivo "..." - quero com isto evidenciar a sua
especificidade com respeito aos restantes factores.
Há anos que vimos assistindo a melhorias notáveis no rendimento das
matérias primas e a implementação de medidas de redução de custos
de Fabricação e Administrativos fazem parte do nosso quotidiano.
É agora, o momento, para nos debruçarmos sobre os custos/benefícios
duma correcta política de Gestão de Pessoal.
Comecemos por olhar para a realidade da nossa Empresa e pensemos
na sua estrutura de custos. Quase todos concluiremos que necessita da
nossa atenção. Provavelmente não necessitaremos, como nalguma outra
ocasião, de levarmos a efeito uma política de redução dos efectivos ou
de reconversão de pessoal, soluções sempre penosas e cujos custos -
alguns de nós já o experimentamos - foram difíceis de suportar. Trata-
-se, nesta ocasião de rentabilizar um Factor Chave de sucesso, o único
que em definitivo torna a nossa empresa verdadeiramente competitiva.
Quando se trata da aquisição ou manutenção dum equipamento, por
exemplo, sabemos o que pretendemos com clareza e conseguimos quase
sempre quantificar as nossas necessidades. Quando recrutamos ou
temos de investir na formação de um colaborador, podemos ter clara a
necessidade, mas os parâmetros da nossa decisão são mais difíceis de
explicar e por muito tranquilos que fiquemos por ter entregue o
recrutamento ou a formação de Pessoal a empresa especializada,
sempre sentimos que a decisão nos transcende um pouco mais. É que
os erros neste campo são difíceis de reparar.
Todos temos a experiência do significado duma incorrecta rotação do
Pessoal. Contactarmos por exemplo um fornecedor, e ao tratar de um
assunto determinado, verificamos que o interlocutor não sabe assumir
um erro cometido pelo seu antecessor, preocupando-se em deixar
salvaguardada a sua idoneidade profissional, facto ao qual tem todo o
direito, mas não se preocupando em salvaguardar de igual modo a
imagem da empresa em que trabalha. Esta situação põe em causa a
credibilidade da empresa com os consequentes custos comerciais. Por
outro lado, se nos cabe em sorte, termos na nossa empresa uma elevada
rotação de Pessoal também conhecemos a insegurança, que a falta de
38
experiência gera, e a irresponsabilidade que acompanha, regra geral,
a expectativa de u m a mudança "para quem dê mais em vantagens
materiais ou em curriculum profissional".
Voltemos à questão: que pretendo eu e para a minha empresa ao
recrutar? Esta pergunta prende-se com outra: que quero eu da minha
empresa? E a resposta de todos nós poder-se-ia resumir a u m a simples
palavra desenvolvimento, isto é, crescimento harmónico. Mas o
desenvolvimento relaciona-se com o horizonte temporal. Que desejamos?
O imediato? Há anos fazíamos projecções para prazos alargados, hoje
somos mais comedidos pois temos a experiência das suas muitas
vantagens e das suas também, muitas limitações. À falta de melhor eu
responderei por todos: queremos u m desenvolvimento consistente, que
saiba superar as ocasiões de dificuldade e reconverter-se
atempadamente. Para o conseguirmos só temos u m a via: a satisfação
das necessidades dos nossos clientes, a mesmo tempo que, cada um dos
nossos colaboradores, fica também satisfeito.
Chegamos a um conceito importante o conceito de satisfação, no qual
me quero deter u m pouco.
Há anos u m a pessoa das minhas relações contava-me que u m genro,
nessa altura ainda não tinha 30 anos, se encontrava doente. Tratava-se
no entender dos médicos britânicos duma situação de stress extremo,
que aparecia com certa frequência em profissionais jovens do sector
financeiro. O tratamento deveria ser imediato pois a doença poder-se-ia
tornar irreversível. A doença estava apelidada incluso como doença de
Wall Street. Felizmente o assunto não terminou de acordo com as
previsões dos médicos ingleses. P a r a o facto é possível que tivesse
concorrido u m a alteração da situação profissional e o nascimento de um
filho... Há dias lia n u m a publicação, que trabalha temas da nossa
especialidade, u m a preocupação dos japoneses: a morte por stress.
Também j á existia denominação clínica: Karoshim.
Porque faço referência a estes factos? Pelos conceitos de satisfação e
rentabilidade. São exemplos típicos de como o desrespeito pelas leis da
natureza têm os seus custos. Importa conhecer as leis que regem o
comportamento humano e respeitá-las. Nesse conhecimento e nesse
respeito encontraremos o modo de aproveitarmos ao máximo o Factor
Pessoal, enquanto respeitamos a dignidade da Pessoa H u m a n a e a
satisfazemos.
E o que tem de específico a Pessoa H u m a n a ? A sua racionalidade, isto
é:
39
- Inteligência: capacidade de conhecer o fim
- Vontade: possibilidade de se dirigir a esse fim de u m a forma
livre.
Vamos agora pensar um pouco na possibilidade do homem decidir, a
fim de conhecermos o que move o homem à acção.
Pensemos agora num l 2 emprego, de u m recém saído da faculdade, que
enfrenta um mercado de trabalho exíguo e que provavelmente como a
alguns de nós sucedeu, não provinha de família abastada. O critério de
decisão foi com toda a certeza a perspectiva de trabalhar e de ganhar
dinheiro - tratava-se de u m a motivação de carácter extrínseco. Com o
tempo tenta situar-se numa área que lhe seja agradável. A procura de
trabalho faz-se nesta situação - por motivos de satisfação interior:
motivação intrínseca. Respondermos a estas duas ordens de motivações
é bom, mas não é suficiente. É necessário que o que move à acção seja
permanente e responda aos bons e aos maus momentos. Um exemplo
talvez ajude a compreender o que quero expressar. O que eu vou relatar
foi um facto vivido por u m colega nosso. Num momento de dificuldade
de u m a empresa com a qual mantinha u m a situação de avença, eu fora
abordada para estudar a viabilidade económico-financeira,... decidiu
vincular-se aos quadros da empresa. Explicava-me que os
trabalhadores mais categorizados estavam a sair e que ele com esta
atitude pretendia infundir-lhes confiança na viabilidade da referida
empresa. Não digo que seja para nós padrão de referência este
comportamento, o que me parece é que ele reflecte como o conhecimento
global da realidade ajuda a dar o máximo. Direi, que o colega, actuou
por u m a motivação de carácter final.
40
A constatação desta realidade fez surgir mais de 500 cursos de Ética
nas Escolas de Negócios dos EUA e reuniu n u m a Universidade
Empresários e Humanistas em Congresso. Não se t r a t a de conceitos de
índole exclusivamente psicológica, mas do conceito de Homem: um
sujeito de potencialidades e de capacidades que é necessário saber
aproveitar. Como dizia em título um artigo do Professor da
Universidade Complutense de Madrid, que há pouco li, é preciso
descobrir "O valor económico do altruísmo".
Retomemos o tema da motivação do actuar humano e perguntemo-nos
como conseguir que todos os que connosco colaboram se sintam
motivados a auto-superar-se, vencendo, quando necessário as
dificuldades inerentes a u m esforço que pode não ter recompensa
imediata? A resposta passa necessariamente pelo tema da Comunicação
na Empresa. Com isto termino e peço que para j á não desliguem: todos
conhecemos muito sobre este assunto. Todos rasgamos ou arquivamos
para algum dia ... Ordens de Serviço e instruções que desconhecemos,
quando necessárias e todos nos sentimos algum dia desfazados da
realidade da nossa Empresa por não termos sido informados de algum
assunto atempadamente.
Fazia-me h á pouco considerar, um Mestre de quem muito aprendi e
cujo nome não cito, porque sei que lhe desagradaria, que na
Comunicação da Empresa deve suceder como na Comunicação do
mundo da Física. P a r a que exista Comunicação deve haver:
Um emissor
Um receptor
Um Suporte
Um Código
O emissor deve ter u m a linguagem compreensível e de entendimento
inequívoco para quem a receba. É o Código. Da nossa experiência
tiramos cada dia que nem sempre o que queremos dizer, é o que foi
entendido. O suporte do nosso caso será a forma como queremos fazer
chegar a mensagem: há assuntos que se descrevem e outros que é
melhor conversar; há assuntos que dizem respeito a todos, outros que
dizem respeito somente a alguns. Finalmente e talvez o mais
importante: em qualquer comunicação há emissor, mas que deve
funcionar como receptor e avaliar o impacto da sua informação.
41
Termino, o tempo não dá para falarmos dos Códigos Deontológicos. São
necessários e ajudar-nos-ão a ter um comportamento correcto no
momento oportuno, contudo essas regras só funcionarão, se cada um
dos que trabalhamos e gerimos Empresas captarmos a realidade
h u m a n a em toda a sua profundidade. Abrindo caminho à nossa reflexão
somente deixo agendado um tema: a importância de fazer chegar a
informação a quem se deve e no momento adequado.
42
IV JORNADAS DE CONTABILIDADE
Título da Comunicação:
INFLAÇÃO E MONETARISMO
(Uma análise empírica para o caso português)
43
INDICE
INTRODUÇÃO
HIPÓTESES TEÓRICAS
HIPÓTESES EMPÍRICAS
3.1. Variáveis de tradução das hipóteses
3.2. Forma funcional: Modelo e variáveis
3.3. Base de dados: Amostra
ESTIMAÇÃO
4.1. Resultados
4.2. Discussão do modelo
4.2.1. Estudo da versão 5
4.2.2. Estudo da versão 12
4.2.3. Interpretação e comentário dos parâmetros
4.2.4. Termos de perturbação
4.3. Interpretação e comentário do método
CONCLUSÕES
44
1. INTRODUÇÃO
45
com o seu valor intrínseco, e se outrora para se verificar um aumento
do seu montante em circulação era preciso esperar por um aconteci-
mento revolucionário, hoje em dia é possível accionar esse mecanismo,
bastando para isso ligar a impressora de papel. Assim, neste século, a
cada despesa de guerra está associada a emissão de moeda para a
custear, verificando-se invariavelmente o agravamento da reincidente
inflação (por exemplo, 2.- Guerra Mundial e período consequente e
guerras da Coreia e do Vietname nos EUA).
Terá sido esta relação o que levou à formulação primitiva da Teoria
Quantitativa da Moeda, segundo a qual o stock de moeda de u m a eco-
nomia e a representação do stock de bens e serviços que essa economia
possui (embora os serviços não sejam stockáveis, esse stock compreende
os serviços j á prestados). Assim: M=Q. Mas para homogeneização
destas identidades é preciso avaliar Q (produto) pelo seu preço: M=PQ.
Ainda assim, há uma variável imprescindível nesta equação: a
velocidade de circulação da moeda - V, isto porque, se u m a unidade
monetária serviu para pagar V contas, então o efeito é o mesmo de
haverem V unidades monetárias em vez de u m a (a velocidade de
circulação monetária aumenta com o número de trocas em que cada
unidade monetária está presente, num determinado espaço de tempo).
Por exemplo a expressão "pé de meia" ou "dinheiro no colchão", dá bem
a ideia de que é a velocidade de circulação da moeda, neste caso, se o
estado aumenta a oferta de moeda em 50 mil u.m. e as distribui a um
indivíduo que as guarda em casa até ao fim dos seus dias, tendo um
comportamento nas despesas indiferente a essa poupança adicional,
então esse aumento do stock monetário não provocará alguma inflação
porque não há qualquer efeito na procura de bens e serviços. De outro
ponto de vista, a velocidade de circulação monetária dessas 50 mil u.m.
é zero, logo: A M.V=0, O que implica A P.Q=0, e sendo Q exógeno, vem
que A P = 0 . O estado só poderá culpar os particulares de serem os
responsáveis pela inflação, na medida em que o aumento do stock
monetário que estes têm à sua disposição, vai ser utilizado na aquisição
de bens e serviços, mas como esse aumento no momento zero vai ser
recebido por uma pequena parte de agentes (aqueles que tem relações
económicas com o estado), o que significará u m a grande percentagem
do seu rendimento disponível, não é justo que estes não fizessem uso
desse aumento, assim como não é justo cobrar aos outros agentes o
imposto inflacionista para pagar aos primeiros.
46
da moeda em circulação considerando a velocidade de circulação da
moeda constante) irá originar u m a variação no nível geral de preços.
Apesar deste raciocínio lógico, a teoria é alvo de várias críticas, mas
as mais importantes são sem duvida, a incapacidade de u m aumento
da moeda gerar aumentos do produto e a permanência da velocidade de
circulação monetária. No primeiro caso, a corrente monetarista refuta
essa ideia no médio e longo prazo, considerando-a no entanto, no curto
prazo. Quanto ao segundo, reconhece-se que em período de inflação
como o custo de reter moeda é superior, h á u m a maior tendência para
fazer circular o dinheiro e que, além disso, com o desenvolvimento de
novos produtos financeiros, diversificação de créditos, etc., a
necessidade de reter moeda para fins de transacção fosse diminuindo
(já que há sempre onde recorrer), aumentando também a sua
velocidade. Esta é ainda influenciada pelos hábitos, atitudes,
expectativas, etc., além de que é menor (maior para classes de
rendimento maior (menor).
De qualquer modo, parece haver evidência não apenas teórica, mas
também empírica para esta relação de trade-off:
59 64 69 74
47
2. HIPÓTESES TEÓRICAS
48
para custear essa importação, considera-se ainda que a variação das
taxas de câmbio, no longo prazo, amortecerão a parte desse efeito ligado
por sua vez a um modelo semelhante ao estudado neste trabalho, mas
aplicado à zona económica interna; além disso, aumentando o preço das
importações o único efeito, ceteris paribus, seria o aumento do preço
relativo dos bens importados e intensivos em inputs importados
relativamente aos restantes bens que baixariam de preço. Não é feito
algum teste de correlação devido à pequena relevância da variável, o
que diminuiria a sua eficácia, mas principalmente porque os seus
efeitos terão um período de maturação muito diferente consoante a sua
dimensão e essa própria estrutura não sendo viável na prática isolar
cada causa com cada efeito.
Importa ainda realçar que seja qual for a relevância estatística da
regressão, não se podem decalcar pura e simplesmente as conclusões
para a refutação ou aceitação da Teoria Quantitativa da Moeda. Uma
razão para isso é o facto de a relação ser estimada com um determinado
período de desfasamento, e esta teoria nada adianta sobre a sua deter-
minação, sendo mesmo defendida essa irrelevância nomeadamente pelo
Prof. Milton Friedman. Acresce ainda que na maior parte do período de
análise se verificou administração dos preços de certos bens, o que
poderia enviesar os resultados, no entanto, segundo a teoria, espera-se
que a distorção do preço de certos bens seja compensada pela distorção
do preço de outros, não se alterando assim o índice de preços global;
mesmo assim os testes de permanência de estrutura com centro nos
anos 1975/76, em que se começou a verificar u m a mudança de aplicação
dessa política, podem pretender dizer algo sobre a influência da mesma.
Apesar disso, consideram-se estes problemas de relativamente pequena
dimensão, sendo portanto este estudo u m a boa aproximação à teoria.
3. HIPÓTESES EMPÍRICAS
3.1 .Variáveis de t r a d u ç ã o d a h i p ó t e s e t e ó r i c a
- Variação do índice de Preços: ou seja, taxa de inflação. Esta é a
variável explicada, sendo definida pela variação de preços ponderada
das componentes da Despesa Nacional tal como é definida a seguir.
- Variação da Despesa Nacional: variável explicativa em termos
reais, (a preços constantes de 1977), definida pelo somatório de
Consumo Privado, Consumo Público e Formação Bruta de Capital Fixo.
Sendo a Variação de Existências definida como uma componente
residual (originando aparentes incongruências na sua comparação entre
49
preços constantes e correntes nomeadamente com sinais opostos), não
permite o cálculo de um índice deflator, pelo que não é incluída neste
agregado. Por esta razão e devido ao seu pequeno montante espera-se
que não altere significativamente a relação estatística. Segundo a teoria
que serve de base a este estudo, espera-se que o crescimento deste
agregado venha esbater os efeitos inflacionistas do crescimento da
massa monetária, assim, o sinal do parâmetro associado deve ter um
valor negativo, revelando u m a relação de variação em sentido inverso.
- Variação do Stock Monetário: variável explicativa em termos
nominais. A recolha de dados desta variável enfrenta grandes
limitações até 1976, ano em que começa a haver u m a melhor
desagregação destes stocks. Assim os agregados escolhidos são M l , QM
e M2 (Ml - e M2 - a partir de 1976) em vez de M l - e M2 - que seriam
os óptimos j á que sendo a análise feita em termos de valores dos
agentes residentes, é natural que a moeda também o seja, e o Sector
Residente Financeiro pouca influência terá nesta análise. Mas como à
medida que recuamos no tempo se nota u m a diminuição na diferença
entre M l - e M l , e M2 - e M2, entre 1959 e 1975 essa diferença não
será relevante. A não consideração da diferença entre L e M2 prende-se
com a reduzida liquidez destes activos, (essa diferença só terá efeitos
na inflação quando tornada mais líquida) acrescida de falta de dados
análoga à agora referida. Serão testados modelos com a inclusão
simultânea de M l e QM, variáveis que se consideram ter algum índice
de correlação, no entanto justifica-se pelas suas diferenças de liquidez,
influenciando por isso de forma diferente a variável explicada. São
também utilizados com algum desfasamento temporal: t, t-1, t-2, porque
não se sabe o período de maturação dos efeitos de u m a alteração do
valor destas variáveis. Como j á foi referido, pretende-se provar que
aumentos exagerados do stock de massa monetária venha a provocar
inflação logo, como esta relação se dá num mesmo sentido, o parâmetro
associado a esta variável deverá ter sinal positivo.
- Velocidade de Circulação Monetária: é ignorada como variável,
não apenas pela inexistência de dados estatísticos sobre o seu valor
(embora haja métodos para o calcular: VI =PIBpm/Ml,
Vqm=PIBpm/QM, V2=PIBpm/M2, o que reflecte, sem necessidade de
algum teste a evidente correlação dessa variável com DN, M l , QM e
M2, assim como se considera que a desagregação dos Activos Líquidos
na posse do Público nas variáveis M l e QM, j á terá em conta as
diferentes velocidades implícitas.
- Expectativas Inflacionistas: n u m a tentativa de incluir uma
variável que acelerasse o período de maturação dos efeitos da variação
50
stock monetário em tempo de inflação (como justificado na introdu-
ção), foi construída esta com base nas inflações dos períodos anteriores.
A ponderação dada à inflação do período t-1 foi de 90% ou 80% (e por
consequência, a t-2 foi de (l-90%).90%=9% ou (1-20%).80%=16% e assim
sucessivamente - o valor óptimo calculado por alisamento exponencial
simples foi de 62,5%, não sendo de admitir que na realidade os agentes
formulem expectativas com essa ponderação), sendo valores arbitrados,
mas que deverão estar dentro da realidade. Não há quaisquer dados
estatísticos de inquéritos sobre expectativas quanto a taxa de inflação).
Note-se que a variável é mesmo "inflação esperada" em percentagem,
e não "variação do índice de preços". Quanto mais alta for a inflação dos
períodos anteriores maior será a vontade dos agentes em não reter
moeda, u m a vez que esperam também no ano presente uma inflação
alta o que aumenta a esse custo de oportunidade. Desta forma,
aumentarão a velocidade de circulação monetária, provocando um
acréscimo na inflação razão pela qual o parâmetro estimado para esta
variável deve ter um valor positivo. Contudo, é altamente provável que
por si só consiga explicar grande parte do comportamento da variável
explicada pelos motivos apresentados em 4.1.
- Termo Constante: como j á foi dito, o seu valor deve ser próximo
de zero, porque apesar de a inflação ser explicada por u m a variável que
pode ser manipulada (stock de moeda), mas que vai ter repercussões em
vários períodos, a sua evolução no período t não deve ser muito
diferente dos períodos próximos, logo deve poder substituir, em parte,
efeitos das suas variações nesses períodos.
- Variáveis:
ln(IPt/IPtl): Logaritmo da variação do índice de preços da
Despesa Nacional no ano t.
ln(DNt/DNt-l): Logaritmo da variação da Despesa Nacional no ano
t (a preços de 1977).
ln(M2i/M2i-l): Logaritmo da variação do Stock de M2 no ano i, em
certas versões é desagregado em M l e QM.
51
ln(INFESPt): Logaritmo da Inflação Esperada no ano t (calculados
tal como referido atrás, sendo o coeficiente de
ponderação de 0,9 e 0,8).
Ut: Termo de Perturbação do ano t.
52
3.3. B a s e de dados: A m o s t r a
0 período amostrai cobre os anos 1960-1989. Naturalmente que é
uma série temporal, com dados anuais. A justificação da anualidade na
recolha de dados prende-se não só com a sua inexistência mais
fraccionada na grande parte do período amostrai, mas também com
essa desnecessidade: não é muito relevante saber se o período de
maturação dos efeitos não é um ou dois anos, mas sim por exemplo, um
ano e meio, além de que seis meses é um período curto para se fazer
sentir um efeito em toda ou na maior parte da sua amplitude. O
problema que poderá causar será aparecerem duas variáveis relevantes
sobre o mesmo fenómeno explicativo, mas com períodos de
desfasamento com um ano de diferença.
A escolha do ano de 1977 como referência de indexação dos preços
tem a ver com a fonte de recolha de dados. É perfeitamente indiferente
esta escolha uma vez que a análise é feita com base em taxas de
crescimento (variação relativa e não absoluta).
As fontes de IP e DN, foram o "Documento de Trabalho n. 9 15" e os
"Relatórios de Actividade" de 1962 a 1989 publicados pelo Banco de
Portugal e as "Séries Retrospectivas de Indicadores Diversos para a
Economia Portuguesa 1960-1988" publicadas pelo Banco de Fomento e
Exterior, enquanto que as de M2 foram as "Séries Retrospectivas de
Indicadores Monetários e Financeiros para a Economia Portuguesa
1960-89" publicadas pelo Banco de Fomento e Exterior, além dos
relatórios referidos atrás. Outras fontes consultadas serviram de
comparação, e não apresentaram tanto grau de confiança.
4. ESTIMAÇÃO
4.1 . R e s u l t a d o s
Os resultados obtidos na estimação pelo método ordinário dos
mínimos quadrados, de diferentes funções explicativas do
comportamento da inflação (ln(IPt/IPt-l)) em Portugal são apresentados
no Quadro 1.
53
Qualquer versão apresentada é estatisticamente relevante a 99%
quando considerada globalmente (teste F-Snedcor). Na análise seguinte,
salvo quando algo é dito em contrário, o teste feito para concluir sobre
a relevância estatística das variáveis, foi o de t-student unilateral.
Quando o termo constante não aparece é porque não passou esse teste
a 5% de significância (bilateral), excepto na l. a e 2.- versões em que
apesar da sua alta irrelevância, foi incluído a título de exemplo.
Foram experimentadas 4 versões idênticas às primeiras duas em que
se incluíram as variáveis ln(INFESP-0,9)t e ln(INFESP-0,8)t,
concluindo-se pela sua relevância a 99,9%. No entanto esta inclusão não
foi continuada porque h á uma grande correlação entre esta variável e
a explicada duma forma que nada tem a ver com o efeito de u m a causa:
apenas há semelhanças de comportamento da inflação entre o ano t e
os anos anteriores, o que se pretendia medir era u m a variação da
velocidade de circulação da moeda não devendo ser esta u m a boa
aproximação, serve, contudo, pelos motivos apresentados em 3.1.
Não foram apresentadas versões com a variação desfasada da
Despesa Nacional u m a vez que não existe apoio teórico para tal: a
Despesa Nacional do ano em análise irá influenciar a inflação desse ano
porque é no momento de aquisição dos bens e serviços que se dará o
efeito inflacionista, enquanto que o stock de moeda aumentando num
ano, pode ser pelo menos em parte, utilizado no(s) ano(s) seguinte(s).
- Versão 1: Variáveis com relevância estatística a 95% de confian-
ça: ln(DNt/DNt-l) e ln(M2t-l/M2t-2) (também com relevância a 99,9%).
Devido à irrelevância do termo independente passou-se à versão 3.
- Versão 2: Variáveis com relevância estatística a 95% de
confiança: ln(DN/DNt-l) (com relevância a 99,9%), ln(Mlt-l/Mlt-2)
(relevância a 99%) e ln(QMt-l/QMt-2). Também devido à irrelevância
do termo independente se passou à versão 4.
- Versão 3: A um grau de análise de 5%, apenas revelaram
significância estatística três variáveis: ln(DNt/DNt-l), ln(M2t-l/M2t-2)
e ln(M2t-2/M2t-3) (as primeiras duas a 0,1%). Assim foi elaborada a
versão 5.
- Versão 4: A u m grau de análise de 5%, apenas revelaram
significância estatística as variáveis ln(Mlt-l/Mlt-2), ln(QMt-l/QMt-2),
ln(Mlt-2/Mlt-3) e ln(DNt/DNt-l) (esta última relevante a 0,1% e as
duas primeiras a 1%).
- Versão 5: Todas as variáveis são estatisticamente relevantes a
99% de confiança, no entanto apenas as que medem a variação da
54
QUADRO N.9 1
VARIÁVEIS EXPLICATIVAS
DHt M2t Hit QMt M2t-1 Mlt-1 QMt-1 M2t-2 Mlt-2 QMt-2 F
Versão g.l. const. In In In In In In In R! 6 (g-i.) DH
DHt-1 M2t-1 Mlt-1 QMt-1 M2t-2 Mlt-2 QMt-2 M2t-3 Mlt-3 QMt-3
1 24
coef ic. 0,0015 -1,0729 0,1924 0,5654 0,2660 0,7706 0,0376 24,515 1,051
(ráci o t) (0,048) (-4,832) (1,261) (3,524) (1,679) (4,24)
2 ! 21
coefic. 0,0037 -1,5711 0,1731 0,0892 0,4521 0,2803 0,2280 -0,0390 0,6622 0,0456 8,841 1,184
(rácio t) (0,058) (-6,061) (1,261) (0,706) (2,951) (2,182) (1,578) (-0,293) (7,21)
3 i 25
4 |; 22
coefic. -1,5661 0,1748 0,0927 0,4533 0,2842 0,2320 -0,0350 0,6660 0,0446 36,788 1,180
(rácio t) (-6,560) (1,333) (0,854) (3,055) (2,663) (1,866) (-0,316) (7,22)
5 ! 26
6 j 27
7 | 27
8 1 24
coefic. -1,5835 0,5222 0,2564 0,0420 0,6588 0,0451 49,819 1,340
(rácio t) (-6,570) (3,804) (2,088) (0,435) (5,24)
9 | 25
coefic. -1,6111 0,1690 0,1214 0,5821 0,2846 0,6644 0,0451 49,730 1,001
(rácio t) (-6,931) (1,310) (1,340) (4,546) (2,834) (5,25)
10 | 25
11 j 25
12 j 26
55
É fácil ver-se porque não foi escolhida nenhuma destas opções, das
quais esta foi a que melhores resultados apresentou: apesar de passar
com segurança o teste F-Snedcor assim como os testes t-student, pela
justificação j á apresentada a terceira variável não é muito de confiar,
serviu isso sim, para demonstrar a menor relevância estatística das
variáveis que medem a variação do Stock Monetário sem e com dois
períodos de desfasamento com um valor para a estatística t-student de
1,050 e 0,204 respectivamente, enquanto que a de ln(M2t-l/M2t-2)
apresentava um valor de 2,735 (pouco inferior ao da versão sem as duas
variáveis), refira-se que o valor estimado do seu coeficiente foi 0,3766
- um pouco maior, enquanto que os outros têm valores bastante mais
inferiores 0,1124 e 0,0226 respectivamente.
4.2 D i s c u s s ã o d o m o d e l o
As duas primeiras versões são o ponto de partida para se começar
a eliminação de variáveis pela análise individual da estatística
t-student. Embora possa parecer um método pouco correcto, é preciso
referir que foram experimentadas várias versões que não são
apresentadas devido à sua pior qualidade.
Desta forma, e porque o termo constante não passou o teste t nem
a 20% de significância o que é claramente apoiado pela teoria,
elaboraram-se as versões 3 e 4. Estas, tais como as outras, apenas
diferem entre si na desagregação de M2 em M l e QM, os resultados
sem desagregação, até aqui, são sempre melhores. A análise estatística
destas versões revela algumas variáveis irrelevantes a 5% de
significância, mas para tentar apanhar relevância estatística da
Variação do Stock Monetário no ano em análise e dois anos antes,
elaboraram-se as versões 5, 6, 8 e 9.
As versões 5 e 6 continuam a sugestionar a elaboração de u m a outra
versão: a Ir. Mas entre estas duas, a preferível será a primeira pela
análise comparativa do teste t das variáveis não comuns, o que é
acentuado na versão 3. A versão 7 tem o inconveniente da relevância
estatística do termo constante, o que deve acontecer por a variação do
stock monetário ter um efeito na inflação com u m período de
desfasamento superior a um ano, ou então um efeito nas inflações de
dois anos (ou mais).
Voltando à análise da influência de M2 desagregado em M l e QM,
as versões 8 e 9 mais uma vez revelaram grande confiança estatística
para a sua variação com um período de desfasamento; na versão 8 há
56
uma outra variável que revela confiança estatística: ln(Mlt-2/Mlt-3),
pelo que se prosseguiu com esta versão, mas apenas com as variáveis
relevantes, de que resultou a versão 10. Esta versão apresenta boas
qualidades na análise da relevância estatística de cada variável. A
justificação para a irrelevância da variação de QM dois anos antes é
dada pela reduzida liquidez deste agregado monetário: os agentes
recebendo neste momento um aumento no seu stock de moeda não o
irão gastar de imediato, grande parte dedica-lo-ão à poupança, mas no
prazo de u m ano (aproximadamente, por hipótese), j á houve tempo para
que esse aumento fosse dedicado ao consumo como o era normalmente
o stock anterior, mas para isso terá de ser convertido em liquidez
primária, pelo que QMt-2 é transformado em M l t - 1 . J á a variação de
QMt-1 tem a sua importância, não porque possa ser assim utilizado
mas porque os agentes sabem que o poderão converter em M l no
período seguinte sem perda de valor, o que vem acentuar a justificação
da irrelevância da variação de QMt-2 (em t-1 j á foi convertido em M l
a parte que serve para repor M l t - 1 ao nível necessário e para o seu
aumento devido à inflação).
Esta é a justificação da elaboração da versão 12 em alternativa às
versões 5 e 10. De qualquer modo, também foi elaborada a versão 11
que mostra ser u m a boa concorrente desta última, com indicadores
muito próximos.
A relevância estatística das versões 5, 10, 11 e 12 vem elegê-las
como as que melhor se adequarão à tradução da realidade. Ainda
assim, as versões 10 e 11 poderão ser eliminadas se compararmos o
valor do teste F-Snedcor (apesar de os graus de liberdade não serem os
mesmos, aproximam-se, enquanto que os valores deste rácio se afastam
consideravelmente), e de R2 (com as devidas limitações); além disso, o
parâmetro associado à variação da Despesa Nacional afasta-se do valor
-1 nestas versões, o que significaria um impacto mais que proporcional
na taxa de inflação derivado de um aumento do seu valor.
Deste modo restam-nos as versões 5 e 12 (embora a 10.B e a l l . a não
sejam de desprezar). Há que recorrer a vários indicadores que as
possam seleccionar, ou pelo menos descobrir o seu interior.
4.2.1. E s t u d o d a v e r s ã o 5
l. a teste de hipótese: Significância global da regressão (quadro AOV):
HO: IB = [0 0 0]
H l : IB * [0 0 0]
57
fonte variação soma quadr. g.i. soma pond.quadnF
todas var. 0,519005 3
residual 0,036886 26 Fo = 121,944
total 0,555891 29 Fc(3,26)1% = 4,64
58
efeito u m a diminuição de 1% no índice de preços e um aumento de 1%
nesse mesmo índice, respectivamente (ceteris paribus para cada
hipótese):
HO = B2 = -1
H l = B2 * -1
Itol = 0,331 < Itcl(26)60% = 0,53: Há evidência estatística a 60% de
significância para que a hipótese nula não seja rejeitada.
HO = B3+B4 = 1
H l = B3+B4 * 1
Itol = 0,388 < Itcl(26)60% = 0,53: Há evidência estatística a 60% de
significância para não se rejeitar a hipótese nula. A elasticidade do
índice de Preços da Despesa Nacional relativamente ao Stock de M2 e
à DN tem apoio estatístico para que o seu valor seja unitário (também
se poderá concluir que o período de maturação dos efeitos de variação
de M2 se deve situar a pouco mais que u m ano).
4.2.2. E s t u d o d a v e r s ã o 12
Os testes seguintes são os mesmos feitos para a versão 5.
l. s teste:
HO: IB = [0 0 0]
H l : IB * [0 0 0]
2. 9 teste:
HO: IB60-76 = IB78-89 = IB60-89
H l : 3 IBi * IBj , i * j
Fo = 0,0216 « Fc(3,22)5% = 3,05: Conclui-se pela permanência de
estrutura. Também neste caso as regressões parciais são globalmente
significativas, assim como as variáveis de cada uma.
59
3. s teste:
HO: [1 1 1] IB = O
H I : [1 1 1] IB m O
Itol = 0,528 < Itcl(26)60% = 0,53: Há evidência estatística a 60% de
significância para que não se rejeite a hipótese nula.
4. s teste:
HO = B2 = -1
H l = B2 * -1
Itol = 0,950 < Itcl(26)20%: Há evidência estatística a 20% de
significância para que não se rejeite a hipótese nula.
HO = B3+B4 = 1
H l = B3+B4 * 1
Itol = 1,387 < Itcl(26)10%: Há evidência estatística a 10% de
significância para que a hipótese nula não seja rejeitada.
4.2.3. I n t e r p r e t a ç ã o e c o m e n t á r i o d o p a r â m e t r o
- Versão 5: Se o Stock de M2t-1 ou M2t-2 variarem u m a unidade
percentual, estima-se que em média o índice de preços da Despesa
Nacional variará 0,677 ou 0,346 unidades percentuais no mesmo
sentido respectivamente (ceteris paribus num caso e no outro),
enquanto que para a variação percentual da Despesa Nacional a
relação é de 1 para 1,058 em sentido inverso (também ceteris paribus).
Também se estima que não haverá inflação autónoma u m a vez que o
termo constante não passou o teste t-student a 5% de significância, logo
se nem DNt, nem M2t-1, nem M2t-2 variarem, em média a inflação do
ano t será de 0%.
- Versão 12: Estima-se que, em média, se o Stock de M2t-1 variar
u m a unidade percentual o índice de preços da Despesa Nacional
variará 0,8496 unidades percentuais no mesmo sentido, se o Stock de
Mlt-2 variar uma unidade percentual, o índice de preços da Despesa
Nacional variará 0,2445 unidades percentuais também no mesmo
sentido, se a Despesa Nacional variar uma unidade percentual o seu
índice de preços variará 1,1684 unidades percentuais em sentido
inverso (ceteris paribus para qualquer das três hipóteses). Também se
estima que, em média, não haverá inflação autónoma.
Refira-se que além desta interpretação há a considerar os testes
efectuados, nomeadamente os 3. s e 4. s que são apoiados pela teoria.
60
4.2.4. T e r m o s de p e r t u r b a ç ã o
As hipóteses clássicas do método de estimação utilizado neste
trabalho exigem que a esperança matemática (valor esperado) dos
termos de perturbação seja zero. Se as versões aqui analisadas
incluíssem termo constante, o problema ficava por aqui porque esse
termo iria centrar a ordenada na origem da recta estimada por forma
a que se verificasse essa hipótese. Mas se este não foi incluído por não
ser significativamente diferente de zero, espera-se que, em média, o
valor de Ut seja zero.
Outra das hipóteses clássicas é a da homocedasticidade, ou seja, a
variância de Ut é u m a constante finita, logicamente positiva (e
desconhecida). Não foi possível identificar alguma variável como sendo
a causadora de u m fenómeno heterocedástico, nem tão pouco h á apoio
teórico para tal, pelo que não é feito algum teste nesta área.
A terceira hipótese clássica refere que estes termos não deverão es-
t a r autocorrelacionados, ou seja, COV(Ui,Uj) = 0, Vij = 1, 2,...,30, i * j .
Quanto a este caso também dificilmente se poderá pensar numa
justificação da sua existência apenas, talvez, que no período anterior à
revolução de Abril alguns bens de consumo eram subsidiados (mesmo
alguns anos após) pelo que o seu preço contabilizado seria u m pouco
inferior ao seu preço real e assim estas variáveis teriam os seus efeitos
amortizados - a inflação viria sub-avaliada. Nos últimos anos os preços
contabilizados j á se aproximam bastante da realidade e por isso a
inflação deve estar quase correcta. Como a regressão entra em conta
com estes dois períodos ao mesmo tempo, é possível que, em média, no
primeiro os desvios sejam negativos e no segundo positivos -
autocorrelação positiva. Só que acontecendo isto, a defesa da teoria
liga-se com a deficiente recolha estatística que deveria ser baseada nos
preços de mercado acrescidos dos subsídios, o que leva a dizer que no
modelo não existira autocorrelação dos desvios, apenas poderá existir
autocorrelação dos erros no modelo estimado.
Teste Durbin-Watson: Seja p o coeficiente de autocorrelação de
primeira ordem:
HO: p = 0
Hl: p ^ O
- Versão 5: dm = 1,134 < do = 1,226 < du = 1,743: O teste é
inconclusivo.
- Versão 12: dm = 1,134 < do = 1,448 < du = 1,743: O teste é
inconclusivo.
61
Como se pode ver, nada se pode concluir quanto à existência ou não
de autocorrelação dos termos de perturbação. Mesmo a 1% de
significância temos du = 1,512 pelo que não saímos da inconclusão. Mas
como é provável que tal se verifique, no anexo estatístico são
apresentadas algumas alternativas calculadas pelo método de
Cochrane-Orcutt a uma interação.
Uma última hipótese prende-se com a distribuição de probabilidade
que segue este vector aleatório: os termos de perturbação devem seguir
u m a distribuição de Gauss (com os parâmetros j á referidos). Devido à
sua abundância, pode-se dizer que cumprem o Teorema do Limite
Central, pelo que esta hipótese se deve verificar.
Além do que j á foi dito, o problema do desfasamento irá retirar
significância estatística à regressão porque não se sabe quanto tempo
demoram os efeitos que advêm da alteração do valor de u m a variável,
sendo até diferente de época para época. Os termos de perturbação,
naturalmente captarão esses efeitos de desfasamento, além de outras
variáveis não incluídas que escapam ao âmbito económico (mudanças
de hábitos, parte da variação da velocidade de circulação monetária,
etc.).
Voltando ao ponto em suspenso no final de 4.2., podemos ver que os
valores da soma do quadrado dos resíduos assim como da estimativa do
desvio padrão e de K2 (e R2) são semelhantes nas duas versões, pelo que
o desvio em relação à média de u m a é equivalente ao de outra, o mesmo
se podendo dizer da explicação da variância (e da variação em torno da
media) - à volta de 76% (78,5%). Quanto à significância global, a versão
5 tem alguma vantagem, acontecendo o contrário no teste sobre
autocorrelação, mas de modo algum estes valores podem servir de
eliminação porque se aproximam demais.
E natural que cheguemos a u m impasse u m a vez que a única
diferença entre estas duas versões é o comportamento da variação de
M2t-2 e Mlt-2. Mas se for preciso escolher uma, teremos de recorrer à
teoria, e neste caso a versão 5 leva alguma vantagem: As versões 5 e
12 passam o teste de que aumentos de igual percentagem na DN e no
Stock Monetário terão como consequência u m a inflação de 0% (teste 3.8)
com 80% e 60% de significância respectivamente, e o teste às
elasticidades do índice de preços da Despesa Nacional (teste 4.fi) é
também favorável à versão 5 (60% e 60% contra 60% e 10% de
significância respectivamente). Este último mostra melhor onde estará
o defeito da versão 12: na variável não comum.
Estas análises poderão ser alvo de críticas baseadas em que o
62
período de desfasamento dos efeitos de variação do Stock Monetário não
será o que está implícito nestas versões, embora tudo aponte para que
seja próximo disso. Poder-se-ia fazer o teste da melhoria do ajustamento
pela introdução de u m a variável adicional para comparação das duas
versões em análise, só que se torna desnecessário j á que as estatísticas
F podem ser comparadas sendo neste caso favorável (pouco) à
introdução da variação de M2t-2.
4.3. I n t e r p r e t a ç ã o e c o m e n t á r i o d o m é t o d o
O método de estimação utilizado - OLS (ordinário dos mínimos
quadrados) - é o que minimiza o quadrado dos desvios dos valores
estimados em relação à sua média que é o mesmo dos valores
observados quando o termo constante é incluído. Essa minimização é
obtida pela derivação desse somatório em ordem aos parâmetros
associados às variáveis e ao termo constante, igualando-se a zero cada
derivada obtida.
Como se t r a t a de minimizar o quadrado dos desvios, este método
penaliza demasiado os desvios maiores, o que pode ou não ser uma
vantagem. Quando se inclui o termo constante, o somatório desses
desvios é sempre igual a zero.
Além das quatro hipóteses clássicas sobre os termos de perturbação
referidas anteriormente, este método exige que se verifique a não
aleatoriedade das variáveis explicativas e a observação de valores
diferentes dessas variáveis por forma a que permitam calcular o
número de parâmetros requeridos. Como se pode ver no anexo
estatístico, estas hipóteses são cumpridas.
Por fim h á a hipótese de que as variações de M l e QM estejam
correlacionadas, assim como de M2t e M2t-1, e M2t e M l t - 1 o que nos
conduziria à presença de multicoliniaridade. Obteve-se u m coeficiente
de correlação entre estes pares de variáveis de 2,31%, 26,07%, e 5,11%
respectivamente, pelo que a hipótese de multicoliniaridade deve ser
posta de lado.
63
5. CONCLUSÕES
64
fazer aumentar o PIB, e assim a DN, o que poderia levar a argumentar
que apesar de causar inflação seria preferível aumentar o Stock
Monetário um pouco mais que a Despesa Nacional. Mas todos
estaremos de acordo com a afirmação de Galbraith referida no início,
e se tivermos em conta as distorções na afectação económica de
recursos, por exemplo: o empresário A confrontando-se com u m a
diminuição da procura dos seus produtos enquanto que vê os seus
preços subir, pode ser induzido a produzir mais de um bem que não é
preciso, não se apercebendo que a causa desse efeito é a inflação e não
um aumento da procura, ou, pelo contrário, a procura dos produtos do
empresário B pode subir, subindo assim ao seu preço mas ele pode
atribuir esse aumento unicamente ao fenómeno inflacionista deixando
assim de produzir um bem que é preciso, vemos que quer num caso
quer no outro, a inflação induz a u m a ineficiente afectação de recursos
porque o primeiro empresário só bastante tarde se vai aperceber do
prejuízo que está a ter, atrasando assim a sua solução o que se
reflectirá depois num maior despedimento de trabalhadores, e o
segundo empresário também só bastante tarde se apercebe de que não
está a ganhar o que seria possível, tardando por isso na absorção da
mão-de obra, por exemplo, não será de crer que seja preferível vivermos
em inflação.
Neste estudo, a análise da inflação é feita com base, entre outros, do
comportamento da Despesa Nacional e não do PIB. A diferença entre
estes dois agregados, como é sabido, é a exclusão das exportações e
inclusão das importações na primeira. Além de que o comportamento
de um é semelhante ao outro, há ainda u m a outra justificação para esta
especificação além da apresentada atrás: como j á foi dito, se a moeda
vai ser utilizada no país e pelos residentes, só faz sentido essa variável
ser conjugada com outra nesses termos - o PIB tem em conta os bens
adquiridos por agentes externos, e não tem em conta certos bens
adquiridos pelos internos - mas o que é mais importante é que se é a
Despesa Nacional que deve ser tida em conta, um país não pode viver
eternamente com u m a Balança de Transacções Correntes em
desequilíbrio crescente u m a vez que o excesso de importações tem de
ser pago de alguma forma, tal como o excesso de exportações recebe o
raciocínio anterior para a situação do país oposto, j á que o BTC
mundial fecha todos os anos em equilíbrio. Isto para se dizer que se a
DN tende para o PIB, então há u m a justificação adicional para se
considerar este estudo um bom suporte da Teoria Monetarista.
Também não é feita uma regressão que justifique o pagamento do
aumento da Dívida Pública com emissão monetária, no entanto, quando
65
o Orçamento Geral do Estado não podia ser deficitário (até 1973), as
taxas de inflação são bastante baixas, acontecendo o contrário a partir
de 1974 quando passou a ser autorizada a constituição de Dívida
Pública. Em alternativa podemos basear-nos n u m a aproximação e,
deixando os comentários teóricos de parte, chegou-se aos seguintes
resultados (estatísticas t-student entre parênteses):
ln(M2t/M2t-l) = 0,1189 + 0,20611n(DPt-2/DPt-3) F(l,27) = 8,909
(7,435) (2,985)
ln(M2t/M2t-l) = 0,1249 + 0,16281n(DPt-l/DPt-2) F(l,28) = 4,858
(7,340) (2,204)
DPt = Dívida Pública efectiva no ano t, a preços correntes.
66
6. BIBLIOGRAFIA, FONTES E ANEXO ESTATÍSTICO
BANCO DE PORTUGAL:
Relatórios de 1962/89.
Estudos e documentos de trabalho n.e 11, 15 e 16.
67
DN (preços de 1977), DP (preços correntes e M2: valores em milhões de escudos.
INFESP09: valor em percentagem.
68
Estimação das versões 5 e 12 pelo método de Cochrane-Orcutt
- Versão 5:
P = 0,40225631 DW* = 1,5266
var. ln(DNt/DNt-1)* ln(M2t-1/M2t-2)* ln(M2t-2/M2t-3)* R2 6 F
coef. -0,7858 0,5928 0,3306 0,5764 0,0299 65,780
rác.-t -4,125 5,603 3,754 (3,25)
- Versão 12:
p = 0,28969928 DW+ = 1,7982
l. e teste:
Fo = 73,659 » Fc(3,25)l% = 4,68: A regressão é globalmente
significativa a 99% de confiança.
69
2.s teste: Também neste caso se excluiu o ano de 1977 pelas razões já
adiantadas:
FO = 1,472 < Fc(3,17)5% = 3,20: Conclui-se pela permanência de
estrutura. Também neste caso as regressões parciais têm significância
estatística a 99% de confiança (globalmente), assim como as respectivas
variáveis pelo menos a 95%.
3.9 teste:
Itol = 0,008 « Itcl(25)80% = 0,26: Há evidência estatística a 80% de
significância para que não se rejeite a hipótese nula.
4.s teste:
Itol = 0,158 < Itcl(25)80% = 0,26
Itol = 0,393 < Itcl(25)60% = 0,53: Tanto no primeiro caso como no
segundo há evidência estatística para que a hipótese nula não seja
rejeitada (a 80% e 60% de significância respectivamente).
Isto quer dizer que se utilizarmos o critério alargado do teste
Durbin-Watson, a versão 12 transformada será a que melhor traduz a
realidade em Portugal. Dado que a transformação operada para se
alcançar esta estimação não altera a interpretação dos parâmetros
apresentados, esta é análoga à apresentada anteriormente.
70
4
Comunicações da Mesa II
71
La Reforma de la Contabilidad Publica Local en Espana.
El Plan General de Contabilidad Publica Adaptado à la
Administración Local 179
Doutor Antonio M. Lopez Hernandez
Professor do Departamento de Economia Financeira e
Contabilidade da Universidade de Granada - Espanha
72
IV JORNADAS DE CONTABILIDADE
Título da Comunicação:
URGÊNCIA E NECESSIDADE DA CONTABILI-
DADE AGRÍCOLA (Parte II)
73
INDICE
1. GENERALIDADES
2. CONDICIONALISMOS ESTRUTURANTES
2.1. De natureza fiscal
2.2. De outra natureza
4. CONCLUSÃO
74
1. GENERALIDADES
2. CONDICIONALISMOS ESTRUTURANTES
2.1. De natureza fiscal
75
agrícolas não constituem excepção à regra, muito embora se tenha
sempre condenado o exclusivismo da opção fiscal na introdução da
contabilidade, pelos vícios que é capaz de promover na gestão da
empresa.
A generalidade dos titulares de explorações agrícolas é constituída por
empresários individuais, sujeitos a 1RS, para quem o respectivo Código
estabelece no seu art. 109 a a obrigatoriedade de existência de
«contabilidade organizada nos termos da lei comercial» para as
explorações que «na média dos três últimos anos, hajam realizado um
volume de negócios superior a 30 000 contos».
Abaixo deste limite, estipula-se a obrigatoriedade de escrituração dos
seguintes livros (art. 112 s , n 9 1):
- Livro de registo de receitas e despesas,
- Livro de registo do movimento de produtos, gado e materiais;
- Livro do registo de imobilizações.
Estes livros podem ser substituídos pelos "outputs" do sistema
informatizado de registos «GESTAGRO - Contabilidade de Gestão
Agro-Pecuária», desenvolvido pela Rede de Informação de
Contabilidades Agrícolas (RICA), em substituição dos anteriores
Cadernos Modelo I e Modelo II (art. 112 s , n 9 2 CIRS e Ofício-Circulado
n 9 18/91, da OGCI, de 05/08/91).
Aquela obrigação atinge o conjunto dos empresários agrícolas
individuais, que realizem nos primeiros cinco anos de vigência do
Código, proveitos anuais superiores a 3 000 contos ou exerçam a
actividade em «prédios rústicos cujo valor patrimonial total para efeitos
de contribuição autárquica» seja superior a 1 500 contos.
Em termos esquemáticos teríamos, segundo a legislação Fiscal, a
seguinte classificação das explorações agrícolas e as respectivas
obrigações contabilísticas:
76
agrícolas atingidos por esta medida. Depois, saber se todos eles
cumprem efectivamente o preceituado na lei fiscal.
Assim, consultando os elementos estatísticos fornecidos pela R.I.C.A.1,
n u m a amostra que inclui 2091 explorações, e cujos elementos
detalhados apresentamos no quadro n s 1, ficamos a saber que apenas
41 (1,9 % do total) apresentam em 1987, u m a Produção Bruta Média,
por exploração, na classe de rendimentos superior a 24 U.D.E. 2
equivalente a 30 000 contos de produção bruta média
aproximadamente, valor que apenas a coloca no grupo das explorações
obrigadas possuir contabilidade organizada.
Quadro n 9 1:
Produção bruta média e número de
explorações por classes de rendimento (R.I.C.A.)
1
Divulgação nç IX, Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas, Ministério da
Agricultura, 1990, Lisboa.
2
1 U.D.E. = 1100 ECU (= 89 870$00, no período de 1981 a 1983).
77
média" por exploração, enquanto que a legislação fiscal nos fala de
"volume de negócios". Ora como se sabe, para além das questões de
diferente valorimetria inerentes àqueles dois conceitos, era preciso
admitir que toda a produção bruta fosse transaccionada ou que o
volume de negócios englobasse o autoconsumo para que se verificasse
coincidência entre os dois conceitos.
Como ultrapassar então este problema? As estatísticas existentes nos
diferentes Organismo públicos (DGCI, INE, IFADAP) não nos dão
directamente os dados que precisamos para desenvolver a nossa tese,
pelo que teremos que nos socorrer dos disponíveis e especular um pouco
sobre eles.
Desejaríamos saber quantos contribuintes de 1RS apresentam o anexo
B I ou C da declaração mod. 2 e de contribuinte de IRC que estão
compreendidos no CAE 111000, ou seja a cobertura fiscal das
actividades agro-pecuárias. Não existem dados disponíveis quer a nível
nacional quer distrital.
Quanto às explorações agrícolas, o recenseamento Agrícola do
Continente (RAC) efectuado em 1979 é ainda a grande fonte de
elementos estatísticos. Foram recentemente divulgados os resultados
preliminares o Recenseamento Geral Agrícola, sendo todavia bastante
agregados os elementos disponíveis e a sua base de apuramento nem
sempre coincide com a utilizada no Recenseamento anterior. Por
exemplo, os elementos respeitantes ao número de explorações que
dispõem de contabilidade ainda não foram divulgados.
Assim, estabelecemos o quadro n s 2, onde se mostra o número de
explorações que possuem contabilidade devidamente organizada,
segundo o RAC/79.
Dos elementos ali apresentados podemos constatar que o número de
explorações que possuíam contabilidade não era senão 4.336 (em 1979)
em todo o Continente, o que não representava mais do que 0,5% do
respectivo total. Este número não será muito diferente daquele (6.967)
que encontramos utilizando a amostra da RICA, se considerarmos que
um e outro distam cerca de oito anos.
Todavia cabe ainda perguntar: como se explica que u m a exploração de
500 ha ou mais não disponha de contabilidade. Como é que é gerida?
A partir de que dados? Recolhidos e registados como? No entanto, há
em Portugal continental 957 explorações daquela dimensão das quais
somente 504 (53%, pouco mais de metade) mantenham u m a
contabilidade regularmente organizada.
78
Para os distritos alentejanos a situação é u m pouco melhor mas está
ainda longe de se poder considerar aceitável conforme se pode concluir
da comparação dos dados constantes no quadro n s 1 e os do quadro n 9
3, onde se mostra o número de explorações agrícolas nos três distritos
do Alentejo nos anos de 1979 e de 1989.
Quadro n 8 2:
Explorações segundo a existência de contabilidade
Quadro n 2 3:
Número e dimensão total das explorações agrícolas no Alentejo
79
Portanto, os números avançados devem considerar-se ainda pertinentes.
Colocam-se então algumas questões. Como se terão comportado estas
explorações no espaço de tempo que decorreu desde 1984? Terão de
facto introduzido a contabilidade? Se sim, em que percentagem?
Infelizmente, não temos dados disponíveis para retirar quaisquer
conclusões a este propósito embora se saiba que no período
compreendido entre o 3 2 trimestre de 1986 e Maio de 1991, cerca de
8.007 Jovens Agricultores beneficiaram de ajudas à instalação,
comprometendo-se portanto a manter u m a contabilidade, que na maior
parte dos casos será a simplificada (RICA, Margens Brutas, etc.).
Em resumo, poderemos dizer que a existência de contabilidade
devidamente organizada nas explorações agrícolas portuguesas é
sobretudo obra do Fisco, desconhecendo-se no entanto a dimensão
exacta do fenómeno por falta de estatísticas apropriadas e disponíveis,
será com certeza alguns milhares de contabilidades em execução (5000
a 6000?) e um campo potencial para outros milhares, no futuro
próximo.
80
Meios humanos:
- contratação de contabilistas;
- aquisição de serviços de contabilidade;
- contratação de operador informático;
- contratação de auxiliar de contabilidade.
Meios materiais:
- equipamento informático;
- programas.
Relativamente aos meios materiais, abordaremos a questão no próximo
parágrafo. Quanto aos meios humanos oferece-se-nos tecer as seguintes
considerações.
Admitimos que é substancialmente diferente executar a contabilidade
na própria exploração ou "adquirir serviços de contabilidade", expressão
certamente equivalente a "recorrer a gabinetes de contabilidade". A
natureza de u m a e de outra será potencialmente diversa, pois se neste
último caso, a execução de contabilidade agrícola (analítica de
exploração) se revela altamente problemática j á no primeiro caso, ela
será mais provável, sobretudo se for o próprio agricultor ou um familiar
próximo a executá-la.
A existência ou permanência de um contabilista (ou qualquer outro
profissional do sector) na exploração agrícola não é, por si só, garantia
de execução de contabilidade agrícola, pois esta exige recolha de
inúmeros elementos analíticos no "terreno" o que só se pode fazer com
a colaboração do agricultor ou de outros trabalhadores directamente
ligados à produção. Os exemplos mais flagrantes dizem respeito à "folha
de ponto" referente à utilização da mão-de-obra e à utilização da
maquinaria agrícola, nas diferentes culturas.
Restam ainda, agora sim a cargo do contabilista, todo um conjunto de
problemas de técnica e ciência contabilística relacionados com a
actividade agro-pecuária, onde podemos destacar a valorimetria dos
produtos acabados os adiantamentos às culturas, as amortizações e
valorimetria do gado, as benfeitorias, etc., para não falar desse
verdadeiro quebra-cabeças que é contabilização dos custos e proveitos
da cortiça e outros produtos plurienais. O ensino da Contabilidade
Agrícola não terá ainda nas nossas Escolas Superiores, a expressão
quantitativa e qualitativa adequada à dimensão do fenómeno no
terreno. Fica assim a contabilidade geral ou financeira, como a
especialidade geralmente retida para dar resposta ao problema. Se em
termos fiscais isso é suficiente, em termos de gestão da exploração ela
é, certamente, insuficiente.
81
Para concluir este ponto, julgamos ser útil realçar o incentivo e apoio
material fornecido pelas autoridades comunitárias e nacionais para
introdução da contabilidade nas explorações agrícolas. O objectivo é,
claramente, a melhoria da eficácia e competitividade das estruturas
agrícolas o que se fará através da redução de custos j á que dificilmente
se pode prever um aumento de receitas no quadro excedentário das
principais produções agrícolas comunitárias. E para esse fim
fundamental a existência de u m a adequada contabilidade agrícola.
Os meios humanos requeridos terão necessariamente de sair das nossas
Escolas Superiores, especialmente vocacionadas para essa área o que
implica um grande esforço de actualização e de pesquisa na ciência
contabilística, em colaboração interdisciplinar com as ciências
empresariais, agronómicas, silvícolas e zootécnicas.
82
Este "verdadeiro empresário agrícola será caracterizado, na nossa
opinião, por uma preocupação dominante com os aspectos relacionados
com a gestão da sua empresa, como factor qualitativo de sucesso, em
contraposição com as preocupações eminentemente técnicas e
tecnológicas dos actuais agricultores.
As suas exigências no campo da gestão não se esgotarão na rapidez e
correcção com que a contabilidade é executada, quer na exploração,
quer fora dela, mas incidirão, essencialmente, na forma de utilizar a
informação produzida pela contabilidade no processo de gestão corrente.
Sendo a gestão um processo de tomada de decisões, é fundamental, do
ponto de vista do seu sucesso, que exista informação correcta e
atempada para lhe servir de base. A correcção e rapidez no
fornecimento desta informação está, em princípio, assegurada pelo
processamento informático da contabilidade. Partimos aqui do principio
de que os registos contabilísticos r e t r a t a m a realidade da empresa e
não foram "retocados" por uma preocupação essencialmente fiscal,
comum, infelizmente, a quase todos aqueles que mantêm contabilidade
por simples imposição legal.
83
- a formação do próprio empresário nesta área do conhecimento.
Infelizmente na maior parte dos casos, estas hipóteses demonstram não
conterem as melhores soluções para o problema u m a vez que a
disponibilidade de técnicos exteriores a empresa não é permanente e a
formação efectiva em gestão não é fácil de obter em curto espaço de
tempo.
84
A diferença prática entre estes dois grupos de programas consiste no
facto de os Sistemas Periciais conterem em si u m a base de
conhecimento especializado n u m a determinada área do conhecimento
(neste caso a gestão) constituída por regras do tipo "SE... ENTÃO...",
que pretende reconstituir o processo de raciocínio utilizado por um
decisor humano.
Vejamos de seguida alguns exemplos, nacionais (quando existem) e
estrangeiros, de algumas das aplicações que constituem estes dois
grupos.
85
"simplificada" (global, sem desagregação de actividades) e a
contabilidade "de gestão" (sectorial, desagregada tanto quanto
necessário).
P a r a além da informação característica à contabilidade geral, a apli-
cação, pode assim fornecer informação sobre a diversas actividades da
empresa, tanto em quantidades como em valor monetário, permitindo
simultaneamente u m a gestão económica e técnica das empresas.
Um outro conjunto de aplicações específicas para as empresas agrícolas
é o comercializado pela firma Linha Verde.
Desenvolvido numa filosofia modular, este conjunto de aplicações
inter-relacionáveis, é constituído por um largo número de programas
específicos que vão desde a Contabilidade Rural, destinado apenas
à execução da contabilidade geral, até ao módulo Gestão Rural e
conjugado com os restantes vocacionados para situações de produção
específicas, tais como produções vegetais, produções leiteiras, etc.
permitem a gestão integral da empresa agrícola.
Também aqui a preocupação é a de facilitar a tarefa do utilizador, não
lhe sendo exigido, para poder utilizar a aplicação, conhecimentos
especializados de contabilidade. A recolha de dados é efectuada
directamente para as contas das diferentes actividades estando
contemplado o registo de valores monetários e de quantidades.
A informação obtida é variada e o seu grau de desagregação pode ser
definido de acordo com as necessidades do empresário. Nota-se, no
entanto uma preocupação predominantemente agronómica nas
possibilidades de definição de documentos de saída. No campo da
informação que possibilite uma análise económica apenas sobressai
como manifestação evidente o módulo Gestão da Tesouraria.
Vejamos por fim, neste grupo de aplicações para fornecimento de
informação numérica, o programa AGRIGEST-TURBO, desenvolvido
pela École Supérieure dAgriculture de Purpan, em Toulouse, França.
Também concebida numa estrutura modular interdependente, esta
aplicação visa permitir ao seu utilizador a satisfação das exigências da
Lei Francesa em relação à contabilidade financeira, à contabilidade do
IVA e, simultaneamente, possibilitar-lhe o controlo orçamental por
actividades desenvolvidas.
É uma aplicação flexível no que diz respeito à possibilidade de definição
pelo utilizador dos níveis de desagregação da informação obtida, mas,
em termos de operação, exige conhecimentos médios da técnica
contabilística.
86
A introdução dos factos a registar é feita directamente num écran de
recolha contabilística, sendo a quantificação feita em unidades
definidas e em valores monetários.
A informação obtida é definida pelo utilizador e vai do balancete
mensal ao mapa de controlo orçamental, passando por mapas de análise
dos movimentos dos centros de actividade, em valor e em quantidades,
até aos mapas de gestão do imobilizado.
A vantagem comparativa que apresenta em relação às duas anteriores
é a de possibilitar um controlo da actividade desenvolvida através da
comparação dos valores reais obtidos com valores previamente definidos
como objectivos (orçamento). Esta comparação, que é efectuável em
qualquer momento, possibilita um controlo orçamental permanente,
propiciador de acções correctivas atempadas dos desvios detectados. Por
outro lado a necessidade de definir um orçamento inicial tem o efeito
pedagógico de levar o empresário a estabelecer objectivos razoáveis
para a sua actividade e de o habituar a reflectir sobre ela.
De uma forma geral podemos dizer que as aplicações que incluímos
neste grupo se caracterizam por um módulo geral de recolha de dados
que a própria aplicação depois trata e reparte pelos restantes módulos
específicos. O esquema da figura 1 ilustra a forma de funcionamento
descrita.
Módulo de
Entrada de
Dados
Módulo de Módulo de
Processamento < > Tratamento
Contabilístico Específico
Output
Definido pelo
Utilizador
87
3.3.2. Sistemas periciais
Entrada de dados
V
Módulo de Sistema Pericial
Processamento
Motor de Base de
Inferência Conhecimento
V V
Saída de informação
88
Não existem em fase operacional muitos exemplos deste tipo de
aplicações vocacionadas para a utilização directa de dados
contabilísticos. Conhecemos algumas ainda em desenvolvimento e
tivemos recentemente contacto com u m Sistema Pericial vocacionado
para a análise e conselho na área financeira, desenvolvido pela École
Supérieure d'Agriculture de Purpan, que se encontra pronto para
utilização.
Este sistema, que pode ser acoplado à aplicação AGRIGEST-TURBO,
de que falámos anteriormente, possibilita ao seu utilizador obter u m
diagnóstico da situação financeira da sua empresa com base nos dados
contabilísticos processados.
Nesta área podemos dizer que existe disponível o suporte teórico,
restando apenas desenvolver as aplicações práticas necessárias à
autonomização do conhecimento em gestão junto dos não especialistas.
4. CONCLUSÃO
89
O sector agrícola debate-se hoje e, certamente, continuará a debater-se
ainda mais no futuro - j á próximo - com problemas estruturais e
conjunturais que exigem às empresas do sector u m a grande
flexibilidade de gestão com o objectivo de as tornar mais competitivas
num mercado geograficamente alargado e comum a agriculturas com
um estádio de desenvolvimento muito superior.
A estrutura de apoio à execução das contabilidades nas empresas
agrícolas - gabinetes, centros de gestão, Ministério - e os meios
materiais disponíveis - equipamentos e programas - são largamente
suficientes para proporcionar u m a solução satisfatória para o problema,
pese embora as notórias carências dos centros de gestão, por exemplo.
A passagem, num estádio posterior, da contabilidade geral para a
contabilidade agrícola, marcará a fase em que as preocupações de
natureza fiscal perderão a preponderância para dar lugar a necessidade
de gestão. O grau de exigência, a todos os níveis, do segundo tipo de
contabilidade é muito superior e requer da parte dos profissionais da
contabilidade conhecimentos minuciosos não só da técnica e ciência
contabilística como, inclusive, das ciência agronómicas silvícolas e
zootécnicas.
Concluiremos, propondo um alargamento necessário e urgente da
adopção da contabilidade nas empresas agrícolas, o que poderá ser
levado a cabo por distintas vias, nomeadamente, a impositiua
resultante da força da lei, com os perigos e vícios sobejamente
conhecidos e, preferencialmente, por via da sensibilização e formação
dos empresários agrícolas. É u m desafio que se coloca às autoridades
(agrícolas, académicas, fiscais) e aos profissionais do sector
(contabilistas, técnicos oficiais de contas) que têm ao seu dispor todo o
cabedal de conhecimentos e novas tecnologias para aceitar com êxito,
esse desafio.
90
IV JORNADAS DE CONTABILIDADE
Título da Comunicação:
CUSTEIO TOTAL versus CUSTEIO VARIÁVEL
(Matematização de duas questões)
91
INDICE
0. INTRODUÇÃO
A. PRIMEIRA QUESTÃO
Análise do resultado em sistemas de custeio total e
variável
1. Custeios total e variável
2. Discussão de uma situação concreta
3. Análise matemática
4. Conclusões
B. SEGUNDA QUESTÃO
O ponto crítico e a análise dos custos segundo a sua
variabilidade
1. Ponto crítico
2. Análise matemática
3. Conclusões
92
0. INTRODUÇÃO
93
A. PRIMEIRA QUESTÃO
Análise do resultado em sistemas de custeio total
e variável
Balanço Demonst.resultados
| Custos do Existências - Custo Custo no período em
Custos I Produto do produto suspenso que o produto é
vendido - custo do
produto extinto
94
Assim se, por hipótese, considerarmos o caso de u m a empresa cujo
único proveito são as vendas, o resultado ficará:
Resultado = Vendas - Custo dos produtos - Custo do período
Em dispositivo vertical fica:
Vendas
Custo do produto
Margem
Custo do período
Resultado
Os mesmos autores fazem ainda u m a distinção que aqui nos parece
útil, precisamente, de contabilidade de custos - cálculo de custos para
o balanço e demonstração de resultados - e contabilidade de gestão - em
termos de tomada de decisões.
Nesta primeira questão, queremos fazer u m a comparação entre o
sistema de custeio total (absorption costing) e o variável (direct
costing). Consideramos u m sistema de custeio (costing system) como um
método de cálculo de custo dos produtos.
Em custeio total são considerados no custo de produção quer os custos
variáveis quer os custos fixos enquanto no custeio variável só os
primeiros são considerados.
Em termos de demonstração de resultados, no custeio total os custos
são separados em custos industriais e não industriais enquanto no
custeio variável se separam em variáveis e fixos.
A demonstração de resultados fica:
95
Consideremos a seguinte tabela:
(a) Neste caso, em custeio variável o custo industrial fixo (CIF) é custo
do período, portanto, é considerado na totalidade; no custeio total só se
imputam os custos dos produtos extintos, isto é, relativos à produção
vendida. Daqui resulta que quando as vendas (V) são menores que a
produção (P) os custos extintos são menores e logo o resultado maior.
96
2. Discussão de uma situação concreta
Admitamos, para determinado período, em que não havia existência
inicial, os seguintes dados:
V 250.000 V 250.000
crv 125.000 CIV 125.000
125.000 125.000
CIF . V/P 50.000 CNrv 25.000
Margem bruta 75.000 Marg.Contr. . . . 100.000
CNTV 25.000 CIF 100.000
50.000 0
CNIF 25.000 CNIF 25.000
Resultado (R) . . . 25.000 R -25.000
Diferença + 50.000 c
97
3. Análise Matemática
CUSTEIO TOTAL
CP = CIV + CIF
CuP = (CIV + CIF) / Qp
CuP = CuIV + CIF / Qp
CIPV = CuP . Qv
CIPV = CuIV . Qv + CIF / Qp . Qv
CNI = CuNIV . Qv + CNIF
CT = CIPV + CNI
CT = CuV . Qv + CIF . Qv / Qp + CNIF
V = pv . Qv
R = V-CT
R = (pv - CuV) . Qv - CIF . Qv / Qp - CNIF
Logo
R = f (Qv, Qp)
98
CUSTEIO VARIÁVEL
CP CIV
CuP crv/Qp
CuP = Curv
CIPV CurV. Qv
CNrv CuNrV . Qv
CT = CuV . Qv + CIF + CNIF
Quando
x = y ==> z = W ==> v =0.
99
4. Conclusões
100
B. SEGUNDA QUESTÃO
O ponto crítico e a análise dos custos segundo a
sua variabilidade
1. Ponto crítico
101
2. Análise Matemática
Se designarmos
Vo ponto crítico por nós obtido
Vo' ponto crítico "correcto" (desconhecido)
M margem de contribuição em % por nós obtida
M' margem de contribuição em % "correcta".
Teremos
Vo = CF / M ou seja Vo = CF / (1 - CV / V)
Vo'- (CF - x) / M' ou Vo'= (CF - x) / (1 - (CV + x) / V)
Vo' = (CF - x) / (1 - CV / V - x / V)
Vo' = (CF - x) / (M - x / V)
102
Admitindo
(V . M - x) . M > 0 e x>0
ficaria
R > 0 = = = = > Vo'-Vo<0
isto é,
R > 0 = = = = > Vo' < Vo.
Por outro lado
R < 0 = = = = > Vo' > Vo.
Ficará, portanto,
(Vo' - Vo) / Vo = (-x . R / ((V . M - x) . M))) / (CF / M)
= -x . R / ((V . M - x) . CF)
= -Os / CF) . R . (1 / (CF + R - x))
= -(x / CF) . R / (V . M - x)).
Portanto
Vo = CF/M
Vo = 50.000/0,5
= 100.000
103
A variação percentual do ponto crítico seria
(Vo' - Vo) / Vo = - ( -20.000 / 50.000) X 50.000 / 120.000
= + 16.66%.
Logo
Vo' = 100.000 X 1,1666
= 116.666c.
3. Conclusões
I a Hipótese
Custo variável da demonstração de resultados mínimo
(inferior ao "real")
Custo fixo da demonstração de resultados máximo
104
2- Hipótese
Custo variável da demonstração de resultados máximo
(superior ao "real")
Custo fixo da demonstração de resultados mínimo
Hipóteses P o n t o crítico
105
Bibliografia
Título da Comunicação:
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
107
RESUMO
Motivo da C o m u n i c a ç ã o
R e s u m o da C o m u n i c a ç ã o
1 - Introdução
2 - Objectivos da avaliação de empresas
3 - Fundamentos, Conceitos e Critérios
3.1 - Aspectos gerais
3.2 - Diversos conceitos de valor da empresa
3.3 - Critérios de avaliação de empresas
4 - Metodologia a seguir. Fases do processo.
4.1 - Fases do processo
4.2 - Auditoria das principais contas de Balanço e de
Resultados. Conclusões.
108
5 - Métodos de calculo do valor da empresa
5.1 - Métodos de avaliação com base no património
5.1.1 - Resumo dos principais critérios
5.1.2 - Critério do valor contabilístico
5.1.3 - Critério do valor intrínseco
5.1.4 - Critério do valor substancial
5.2 - Métodos de avaliação com base no rendimento
5.2.1 - Resumo dos principais critérios
5.2.2 - A escolha dos fluxos de rendimento
a) O valor de rendimento a partir dos lucros
b) O valor de rendimento a partir dos dividendos
c) O valor de rendimento a partir dos cash-flows
5.2.3 - Horizonte temporal das previsões
5.2.4 - Fixação da taxa de actualização
5.3 - Métodos mistos
5.3.1 - O Goodwill
5.3.2 - Principais métodos de determinação do
Goodwill
a) Métodos estatísticos de determinação do
Goodwill
b) Método de actualização da renda do Goodwill.
5.4 - Conclusões tendo em conta a metodologia proposta e
os métodos de determinação do valor de uma
empresa
109
COMUNICAÇÃO
1 - INTRODUÇÃO
O tema avaliação de empresas tem, nos últimos anos, despertado o
interesse de gestores, investigadores, sócios e accionistas de empresas.
Tem sido objecto de estudo de vários tratadistas, que procuram dar
resposta às inúmeras e complexas questões que o tema em si encerra.
E no período subsequente à II Guerra Mundial que, na Europa, os
estudos sobre avaliação têm u m a fase de expansão. Mas é, em especial,
desde o início da década de sessenta, coincidindo com o desenvol-
vimento das economias europeias, que se verifica um progresso
assinalável no domínio conceptual, de que resultaria u m a certa
autonomização teórica e prática.
Avaliar é apreciar ou estimar o valor. É um trabalho que deve ser
feito por um perito. Se o objectivo for a transacção, pode afirmar-se que
fixar um valor resulta do confronto entre o comprador e o vendedor,
sujeitos a motivações geralmente opostas. Deste modo, o valor de um
bem fundamenta-se na noção de troca, podendo ser definido como o
preço de equilíbrio, em que o vendedor aceita vendê-lo e o comprador
concorda em comprá-lo.
Neste caso, a avaliação de empresas feita por peritos terá como
objectivo facilitar a respectiva negociação a partir de bases razoáveis.
O valor apontado não se imporá às partes, constituindo antes um índice
de referência, uma norma, de forma a abreviar as negociações, evitando
controvérsias difíceis.
A avaliação de empresas, tendo como objectivo fundamental a
determinação do valor das mesmas, tem como principal suporte as
peças contabilísticas tradicionais: balanço e demonstração de
resultados, no caso das empresas não cotadas. No caso das empresas
cotadas é, normalmente, no mercado de capitais que se obtêm o valor
de u m a empresa.
110
- controle duma empresa, pela aquisição duma fracção importante
do seu capital;
- admissão à cotação de acções na Bolsa;
- aquisição de ações, no quadro de gestão duma carteira de títulos;
- divisão dum património (habilitação de herdeiros);
- operações públicas de venda (O.P.V.) e de aquisição (O.P.A.);
- fusões e aquisições de empresas (M & A);
- liquidação de empresas;
- avaliação periódica da empresa, para fazer o p o n t o d a situação.
A definição dos objectivos da avaliação duma empresa é
fundamental, pois condiciona todo o processo, orientando o perito
avaliador no cumprimento da sua missão.
Assim, importa saber se a perspectiva mais importante é a
económica ou a financeira, se o objectivo das partes interessadas é o
poder ou o rendimento, para assim se concluir se é determinante o
preço ou o valor.
111
empresa: humanos, comerciais, técnicos e económicos, necessários à
avaliação.
Deste modo será possível fazer o diagnóstico global da empresa nos
dois aspectos:
- em relação ao contexto: as oportunidades, ameaças, coacções,
restrições e outros elementos de interesse, tendo em conta o meio
em que a empresa se insere.
- no âmbito da empresa: os principais problemas, capacidades
efectivas e potenciais, pontos fortes e fracos e outros aspectos que
se reputem relevantes.
Por isso, a análise deve ser feita, considerando diversos aspectos:
. Aspectos Económicos e Financeiros
Aspecto Social
. Aspectos Jurídicos e Fiscais
. Aspecto Comercial
. Aspecto de Aprovisionamento
. Aspecto Técnico
A acção da empresa e os seus resultados serão condicionados tanto
pelos factores internos como pelos externos. A evolução destes factores
e a sua análise dentro de determinados parâmetros permitirá obter
diferentes valores para a empresa. O valor finalmente escolhido estará
de acordo com as premissas mais prováveis, dentre as que serviram de
base à avaliação.
A profundidade da análise varia consoante os casos. Haverá
situações em que uma breve análise será suficiente para caracterizar
os aspectos mais importantes. Noutras exigem-se análises mais
pormenorizadas e profundas.
3.2 - D i v e r s o s c o n c e i t o s de valor da e m p r e s a
São múltiplos os conceitos de valor da empresa usados pelos diversos
autores. Referem-se os mais frequentemente utilizados:
1. Valor Contabilístico - também designado por book value, é o valor
da situação líquida da empresa, calculado a partir dos registos
contabilísticos.
2. Valor Intrínseco - corresponde ao valor da situação líquida após
reavaliação. Os elementos do activo são valorizados pelo seu valor de
venda normal.
112
3. Valor de substituição ou de reconstituição - corresponde ao total
dos capitais necessários para investir na constituição de u m a empresa
idêntica à que se pretende avaliar.
4. Valor de liquidação - consiste no valor da situação líquida na data
da liquidação ou extinção da empresa, correspondendo ao montante
realizado com a venda dos activos afectos à exploração.
5. Valor substancial - formado pelo conjunto de bens patrimoniais
afectos à exploração, valorizados segundo o critério do valor de uso. É
u m dos conceitos mais importantes no âmbito da avaliação de
empresas. Numa óptica económica, é u m referencial importante do
valor da empresa, sendo por isso utilizado no cálculo do goodwill.
O cálculo do valor substancial implica u m a avaliação total do patri-
mónio da empresa. P a r a isso, os trabalhos agrupar-se-ão em duas fases:
I s ) Inventariação dos elementos patrimoniais, tendo em conta a sua
natureza, dimensão, utilização e duração prevista - fases do diagnóstico
interno atrás mencionado;
2ê) Atribuição de valores à massa patrimonial inventariada, de
acordo com a valorimetria preconizada por este conceito de valor.
Os conceitos de valor apresentados caracterizam-se por terem como
objectivo principal o património da empresa. Da visão tradicional do
valor obtido pelo somatório das parcelas constituintes do património em
dado momento, evoluiu-se para outros métodos práticos de avaliação
que serão estudados mais adiante.
3.3 - Critérios de a v a l i a ç ã o de e m p r e s a s
Baseiam-se nos conceitos de valor atrás apresentados os diferentes
critérios de avaliação de empresas. Podem ter por base o património, o
rendimento ou u m a perspectiva mista.
Nesta ultima óptica assume particular importância o conceito de
goodwill 1 . Trata-se de um dos conceitos mais controversos na teoria da
avaliação de empresas.
113
O goodwill é sempre um excedente do valor unitário e global da
empresa, sobre o valor das partes que a constituem. Atende-se ao efeito
de sinergia.
O goodwill identifica-se com a noção de sobrelucro: diferença entre
o valor dos lucros actualizados e a remuneração do capital investido a
uma taxa considerada normal.
Numa óptica económica, o goodwill é o excedente do valor actual dos
lucros futuros esperados, relativamente ao lucro que se considera
normal para dado empreendimento, utilizando determinado património.
Em resumo, pode dizer-se que quando existe goodwill (badwill, para
alguns autores, se houver prejuízos esperados) o valor da empresa
deverá situar-se num intervalo entre o valor substancial e o valor de
rendimento.
Para alguns autores o goodwill aparece entre as ópticas de avaliação
do património e do rendimento. P a r a outros, o goodwill somado ao valor
substancial é importante na determinação do valor da empresa
(perspectiva mista).
O estudo dos vários critérios de avaliação tendo em conta as diversas
perspectivas, será feito mais adiante.
4.1 - F a s e s do p r o c e s s o
Tendo em conta os objectivos visados num processo de avaliação de
empresas e antes da escolha do método mais indicado para o cálculo do
seu valor, é necessário proceder a um conjunto de trabalhos
preliminares a nível da empresa, cujos resultados são importantes no
processo global de avaliação.
A metodologia proposta abrange as seguintes fases:
Fase 1 - Análise da gestão e dos processos utilizados e verificação
dos princípios contabilísticos utilizados na elaboração das contas.
Fase 2 - Auditoria das contas na data do último balanço
apresentado, bem como dos elementos contabilísticos mais actualizados.
Fase 3 - Preparação de um relatório sobre a empresa, resultante do
estudo dos diagnósticos interno e externo.
114
Fase 4 - Avaliação do património físico da empresa, tendo em conta
os valores actuais de substituição, a usura física, a usura técnica e o
estado de conservação dos respectivos bens.
Fase 5 - Análise da gestão em áreas relacionadas com aspectos
financeiros, fiscais e política de dividendos.
Fase 6 - Análise dos Balanços e Contas de Resultados Previsionais,
para um determinado período, geralmente 5 anos.
Fase 7 - Finalmente, a avaliação da empresa.
Importa agora analisar os aspectos mais importantes em relação a
algumas das fases descritas, indicando os procedimentos de trabalho e
as metodologias específicas a seguir.
Em relação aos princípios contabilísticos utilizados na empresa,
importa confirmar se estão de acordo com as normas estabelecidas pelo
POC, garantindo uniformidade de critérios e segurança nas conclusões
resultantes da análise da informação contabilística. Esta deve ser:
suficiente, clara, exacta, íntegra, relevante e fidedigna.
Os documentos contabilísticos (balanços, demonstrações de
resultados, balancetes, etc.) devem estar elaborados de modo a
traduzirem correctamente a situação da empresa.
Hoje, a contabilidade tem um papel importante a desempenhar na
previsão, na gestão, na fiscalização e na mensuração das actividades.
P a r a isso deve seguir princípios contabilísticos uniformes e utilizar
critérios de valorimetria precisos.
115
Trata-se de aspectos que afectam, afectaram ou podem vir a afectar no
futuro a situação patrimonial da empresa, tendo em conta que ela é um
sistema aberto e, por isso, em interacção permanente com o seu
ambiente.
Em resumo estas informações dizem respeito:
- à própria empresa, como entidade jurídica e económica;
- aos produtos e mercados onde opera;
- ao meio envolvente (riscos e condicionalismos);
- à conjuntura nacional e internacional.
Relativamente aos elementos previsionais, importa estudar o modo
como é feito o planeamento na empresa (se é que ele existe) e a
fundamentação e credibilidade dos orçamentos e das previsões
elaborados.
Efectuada a auditoria das contas da empresa, deve proceder-se a
uma análise sumária das mesmas nos três últimos exercícios, com o
objectivo de se determinar o valor dos resultados líquidos devidos à
actividade normal da empresa, que serão de considerar para efeitos da
sua avaliação.
A fase seguinte do trabalho de avaliação consiste na análise dos
elementos económicos e financeiros, tanto históricos, como previsionais.
As demonstrações financeiras objecto de auditoria, permitem obter
informações fundamentais para a determinação do valor da empresa.
As conclusões da análise económica e financeira da empresa
constituem a base para u m a aproximação à valorização da empresa.
Trata-se então de determinar o valor da empresa, tendo em conta a sua
situação financeira e as suas perspectivas.
A determinação desse valor é feita com base em diversos métodos.
Da comparação entre eles, resulta a possibilidade de se fazer u m a ideia
do valor real da empresa.
116
Os métodos de avaliação mais utilizados podem agrupar-se do
seguinte modo:
- Métodos de avaliação com base no património
- Métodos de avaliação com base no rendimento
- Métodos mistos
É aconselhável a combinação de vários métodos alternativos, dadas
as dificuldades de aplicação prática e as limitações de cada método.
A aplicação dos diferentes métodos permitirá obter um conjunto de
valores, de cuja síntese resultará o valor final a atribuir à empresa.
5.1 - M é t o d o s de a v a l i a ç ã o c o m b a s e n o p a t r i m ó n i o
5.1.1 - R e s u m o dos p r i n c i p a i s critérios
Os critérios de apreciação do valor de u m a empresa assentaram
inicialmente no património, como soma do valor contabilístico dos
elementos que o compõem. Deste modo, começou por avaliar-se a
empresa através do seu valor contabilístico ou seja, o valor da Situação
Líquida evidenciado pela Contabilidade.
Mas, dado que este valor raramente traduz o valor real dos diversos
elementos, passou a utilizar-se o valor intrínseco, que resulta do valor
contabilístico com as correcções julgadas convenientes.
Ora a empresa não é apenas u m património (bens, direitos e
obrigações), pois tem um valor unitário e global que é consequência da
sua aptidão para o exercício das actividades que constituem o seu
objecto. Aparece assim o conceito de valor substancial.
Vamos, em seguida, analisar cada um destes conceitos.
5.1.2 - Critério d o v a l o r c o n t a b i l í s t i c o
Este critério assenta no princípio de que a situação líquida
contabilística representa o valor do património líquido da empresa. O
valor da empresa é fornecido pelo último balanço aprovado.
O valor contabilístico pode calcular-se segundo duas ópticas:
- a concreta ou real - o valor da empresa é dado pelo excesso dos
elementos patrimoniais activos sobre os passivos;
- a abstracta - toma-se o capital próprio ou situação líquida da
empresa (capital social, reservas e resultados do exercício).
Este critério é fácil de apreender e simples de aplicar, mas enferma
117
de limitações que fazem com que o valor da empresa apurado por este
critério se afaste, com frequência, do valor real da empresa.
As razões das divergências entre o valor contabilístico e o valor real
são, entre outras, as seguintes:
- inflação e variação de preços de certos bens;
- diferença entre amortizações fiscais e depreciação real do
imobilizado;
- desfasamento entre provisões fiscais e necessidades reais (as
empresas portuguesas têm seguido, regra geral, critérios fiscais);
- critérios de valorização das existências (inadequação);
- formação de reservas ocultas;
- eventual manutenção de créditos incobráveis no activo.
Com o objectivo de melhorar este critério, alguns autores sugerem
que ao avaliar a empresa, se proceda a algumas correcções,
nomeadamente:
- contas monetárias (activos e passivos) - converter os saldos em
escudos actuais, aplicando o índice geral de preços;
- contas não monetárias (existências e imobilizado) - actualizar o
valor, aplicando índices de preços sectoriais.
O critério do valor contabilístico apenas nalguns casos se aproximará
do valor real da empresa, nomeadamente:
- empresas de criação recente;
- empresas que tenham atingido rapidamente a sua velocidade de
cruzeiro, sendo estáveis os resultados periódicos e tendo j á as
reavaliações sido efectuadas.
As insuficiências assinaladas justificam que não se apure o valor da
empresa com base no balanço de gestão, mas antes com base num
balanço especial, elaborado para efeitos de avaliação.
5.1.3 - Critério d o v a l o r i n t r í n s e c o
O valor intrínseco obtém-se, partindo do balanço contabilístico,
introduzindo-lhe correcções devidas à avaliação directa, obtendo-se
assim um balanço especial em que os valores contabilísticos são
substituídos pelos valores reais.
Procede-se, n u m a primeira fase, à inventariação dos elementos
patrimoniais e, numa segunda fase, à sua avaliação em termos reais e
actuais. Tratando-se de existências e imobilizado, deve ser feita por
especialistas. Obtém-se assim o valor patrimonial real da empresa.
118
Este critério tem limitações, dado que não atende à dinâmica da
empresa para gerar rendimentos. Aliás, este facto sucede com todos os
critérios de avaliação com base no património, razão por que não devem
ser tomados isoladamente.
O critério do valor intrínseco tal como sucedia com o do valor
contabilístico, assenta no conceito de titularidade patrimonial. Esta
noção distancia-se cada vez mais da de empresa como capital
económico. O que já não sucede com o conceito de valor substancial.
5.2 - M é t o d o s d e a v a l i a ç ã o c o m b a s e n o r e n d i m e n t o
5.2.1 - R e s u m o d o s p r i n c i p a i s critérios
A perspectiva de avaliação atrás descrita, contrapõe-se a do valor de
rendimento.
Na determinação do valor de rendimento, podem aplicar-se as regras
de cálculo da teoria da análise do investimento, embora surjam
teorizações e particularidades próprias.
119
Em termos simplistas, o valor de rendimento é dado pelo lucro
actualizado. Mas aqui importa definir qual o lucro a tomar em linha de
conta, havendo consenso em relação ao lucro normal (nem sempre o
contabilístico). É necessário também definir a taxa de actualização e o
horizonte temporal das projecções.
Outro critério, aplicado em especial em grandes empresas com vista
à negociação de participações minoritárias, baseia-se na actualização
dos dividendos e tem gerado a elaboração de diversos modelos.
Um terceiro critério baseia-se no cash-flow. Aqui o valor da empresa
pode ser igual à margem bruta de autofinanciamento, multiplicada por
um coeficiente. Mas, este processo, ainda é de aplicação restrita.
O valor de rendimento deve assentar em estimativas de
rentabilidade futura da empresa, que variarão em função de decisões
financeiras como: investimento, financiamento e política de dividendos.
O valor de rendimento R é igual à soma dos fluxos de rendimento
futuro F, actualizados a uma taxa t, durante um horizonte temporal de
n períodos sucessivos. Obtém-se pela fórmula:
j-n Fj
R= I comj = l,...,n
j=i d + t y t>0
em que: Fj - fluxo de rendimentos gerado no período j
t - será, regra geral, menor do que 1
5.2.2 - A e s c o l h a d o s fluxos de r e n d i m e n t o
P a r a calcular o valor de u m a empresa é recomendável utilizar valo-
res de rendimento tanto históricos como previsionais. No primeiro caso
analisam-se os fluxos do passado cuja evolução se projecta no futuro.
No segundo caso os cálculos de fluxos assentam em estudos de análise
e do diagnóstico estratégico da empresa. Nos dois casos as informações
em análise são de duas naturezas: quantitativa e qualitativa.
Pode afirmar-se que o valor de rendimento de u m a empresa
calcular-se-á a partir de fluxos económicos, de fluxos de tesouraria ou
de fluxos financeiros:
- os fluxos económicos ou lucros baseiam-se na análise de custos e
proveitos;
- os fluxos de tesouraria correspondem, para efeitos de cálculo do
valor de rendimento de u m a empresa, aos dividendos;
120
- os fluxos financeiros apoiam-se no conceito de cash-flow,
nomeadamente em margens brutas de autofinanciamento.
Existe consenso em relação ao facto de se considerar que os fluxos
realizáveis com carácter durável por u m a empresa podem servir de
base ao cálculo do seu valor.
121
b) 0 valor de rendimento a partir dos dividendos
O dividendo é o lucro distribuído e será importante para o investidor
apenas preocupado com o rendimento monetário.
Neste caso calcula-se o valor de rendimento a partir do dividendo.
A actualização dos dividendos tem justificação no cálculo do valor de
participações minoritárias ou no caso de grandes empresas com acções
cotadas na Bolsa. Os cálculos podem também ser feitos com base em
dividendos históricos ou previsionais.
No nosso país, o valor dos dividendos distribuído não tem tido
significado. O peso da fiscalidade sobre os dividendos e a falta de
racionalidade do mercado de capitais são as razões apontadas. O seu
valor é fixado sem atender à capacidade real da empresa, faltam
critérios de rentabilidade e baseia-se no lucro contabilístico, o que é
controverso: depende de convenções (por ex: custo histórico, prudência)
e critérios (por ex: amortizações, provisões, valorimetria das existências)
que são discutíveis e manipuláveis, fundamentados, muitas vezes, mais
em princípios fiscais do que económicos.
Os dividendos históricos revestem-se, portanto, de precaridade, no
caso português, para o cálculo do valor de rendimento. A distribuição
de lucros futuros também está condicionada por imperativos legais e
contratuais (reservas legais, estatutárias, etc.).
A política de dividendos pode, em teoria, ser objecto de duas posições
opostas: para uns a distribuição de lucros limitando o
autofinanciamento reduz o valor substancial da empresa; outros
entendem que a não distribuição enfraquece a imagem da empresa
entre os accionistas, contribuindo para a descida da cotação das acções.
O valor de rendimento pode determinar-se a partir do valor de u m a
acção e do número de acções.
O valor de u m a acção será obtido pela fórmula:
d em que: Ra - valor de rendimento de 1 acção
Ra = — d - dividendo anual constante
t para u m nfi ilimitado de anos
t - taxa de rendimento por acção
Sendo N o n s de acções da empresa, o valor de rendimento da
empresa será: R = Ra x N
Importa realçar o facto de que, se a preocupação do investidor não
é apenas obter dividendos, mas também o crescimento do potencial
produtivo da empresa, estes modelos perdem generalidade.
122
c) 0 valor de rendimento a partir dos cash-flows
A apresentação anual das contas pelas empresas obriga à aplicação
do princípio da especialização dos exercícios e impõe cortes anuais na
vida das empresas, surgindo aqui problemas difíceis devido à aplicação
de critérios discutíveis em relação a amortizações, provisões,
valorimetria de existências, acréscimos e diferimentos, etc.
O cálculo do valor de rendimento de u m a empresa a partir do
cash-flow de exploração é u m a forma de ultrapassar algumas das
dificuldades referidas.
O termo cash-flow é definido de vários modos. Correntemente
associa-se à ideia de fluxos de tesouraria, isto é, pagamentos e
recebimentos, durante um certo período.
Em avaliação de empresas utiliza-se o cash-flow bruto de exploração:
soma do lucro líquido depois de impostos com amortizações, certas pro-
visões 1 e juros de financiamento ou seja os meios financeiros libertos.
Surgem limitações ao uso dos cash-flows como indicadores de
rentabilidade. Na comparação entre empresas aparecem distorções
devidas, por exemplo, a diferentes graus de automatização.
Apesar disso o cash-flow fornece indicações úteis, sendo u m a
grandeza mais homogénea que o lucro e u m bom índice de capacidade
de crescimento e do fortalecimento da empresa.
Do mesmo modo, podemos utilizar cash-flows históricos ou
previsionais. No primeiro caso, recomenda-se a sua aplicação a
empresas que j á atingiram a maturidade, ou seja, que mantêm
constante a sua capacidade operacional. No segundo caso, importa
considerar as necessidades de financiamento e os investimentos futuros
da empresa: surge aqui o problema da escolha dos investimentos,
impondo-se a necessidade de actualizar fluxos de receita e despesa
futuros.
5.2.3 - Horizonte t e m p o r a l d a s p r e v i s õ e s
Depende de diversos factores como, por exemplo, a influência pessoal
dos sócios. Se esta for grande, menor será, no caso de cessão, o
horizonte temporal das previsões. Mas muitas vezes as mudanças
Incluem-se aqui apenas as provisões que não têm a natureza de custos ou perdas (ditas
reservas ocultas).
123
representam saltos qualitativos devidos à capacidade, competência,
imaginação e iniciativa dos novos sócios.
Noutros casos, o horizonte temporal está à partida fixado: é o caso
das explorações sob contrato de concessão, uso temporário de patentes
ou cumprimento de certa finalidade em prazo determinado.
Teoricamente, podem considerar-se duas hipóteses, na escolha do
horizonte temporal das previsões: duração ilimitada ou limitada da
empresa.
O mais simples consiste em considerar a duração ilimitada da
empresa. No entanto, dadas as mutações que ocorrem no mundo actual,
será mais realista limitar o horizonte das previsões, fixando-o em n
períodos (anos).
O valor de n será tanto menor quanto maior for a natureza aleatória
do negócio. Deste modo o horizonte será de 2 a 5 anos para negócios
muito aleatórios e, no extremo, de 15 a 20 anos para empresas que
beneficiem de u m a estabilidade absoluta, fruto de u m a situação
privilegiada no mercado.
5.2.4 - F i x a ç ã o d a t a x a de a c t u a l i z a ç ã o
Há necessidade de actualizar os fluxos porque um escudo disponível
hoje vale mais do que um escudo disponível apenas no futuro. O
investimento hoje gerará rendimentos amanhã.
Assim, a actualização dos fluxos justifica-se por duas razões: o tempo
e a incerteza.
A actualização pode ser feita utilizando tabelas financeiras, onde se
obtém directamente o valor do factor de actualização.
A taxa de actualização é importante, originando variações
significativas no valor de rendimento. Importa cotejar com as taxas das
aplicações alternativas comparáveis, com idêntico grau de risco ao da
empresa em avaliação.
A escolha de uma taxa de actualização é condicionada por aspectos
como a situação do mercado financeiro, a posição da própria empresa
a avaliar, o grau de risco e aspectos particulares em relação às partes
interessadas. Também aspectos relacionados com a fiscalidade das
aplicações alternativas e variabilidade das taxas de inflação
condicionam a taxa de actualização.
Como a actividade empresarial está sujeita a risco, deve ser
utilizada uma taxa de actualização que inclua uma medida de risco.
124
Em qualquer caso, a taxa de actualização escolhida para determinar
o valor de rendimento da empresa deve ser o custo de oportunidade do
capital da entidade interessada na avaliação. Assim, devem ser
considerados os investimentos alternativos e comparáveis, bem como o
prémio de risco.
5.3 - M é t o d o s m i s t o s
5.3.1 - O Goodwill
A perspectiva mista ou dualista como método de determinação do
valor de uma empresa conjuga aspectos patrimoniais e de rendimento.
Basicamente o valor da empresa é obtido através da soma do valor
patrimonial com um valor de goodwill.
Em matéria de avaliação, o goodwill é o conjunto dos elementos
qualitativos que não aparecem no Balanço (clima social da empresa,
personalidade dos dirigentes, estado das relações com o ambiente -
fornecedores, clientes, Estado e o público) e que fazem, na realidade,
parte da empresa.
A questão do goodwill é u m a das mais controversas na teoria de
avaliação de empresas. Os autores apresentam conceitos diferentes,
embora haja aspectos comuns.
O goodwill é definido como o excedente do valor unitário e global da
empresa sobre o valor das partes que a constituem. E a consideração do
efeito de sinergia.
O goodwill identifica-se com a noção de sobrelucro: é a diferença
entre a remuneração do capital investido a u m a taxa considerada
normal e o valor dos lucros actualizados.
Na perspectiva económica, o goodwill é o excedente do valor actual
dos lucros futuros esperados, em relação ao lucro considerado normal
para um empreendimento que utiliza determinado património.
Numa óptica de tesouraria, o goodwill é o excedente pago ou
recebido na transacção de u m a empresa em relação ao valor total dos
elementos patrimoniais da empresa no momento da transacção.
O goodwill não se confunde com o trespasse. Este constitui um
componente do goodwill.
Alguns autores referem o badwill no caso de acumulação de
prejuízos ao longo de diversos exercícios.
125
5.3.2 - P r i n c i p a i s m é t o d o s de d e t e r m i n a ç ã o do goodwill
a) Métodos estatísticos de determinação do goodwill
a l ) Método Prático Indirecto ou Alemão
O goodwill (GW) pode ser representado pela expressão:
GW = Ve - Vi
ou seja a diferença entre o valor da empresa e o valor intrínseco.
Os práticos alemães assimilam o goodwill a uma simples média
aritmética entre o valor de rendimento e o valor intrínseco:
1
Ve = — (Vr+Vi)
2
em que Vr resulta da capitalização do lucro económico da empresa (e
não do lucro contabilístico).
Das igualdades anteriores obtém-se:
Ve = GW + Vi
e finalmente:
1
GW = — (Vr-Vi)
2
126
k - taxa de capitalização do sobrelucro (goodwill) (i é
sempre inferior a k) a)
e ainda:
Ve = GW + Vi
em que:
Ve - valor da empresa
Vi - valor intrínseco
l-(l+k)- n
GW = (P-i.Vs)
k
5.4 - C o n c l u s õ e s t e n d o e m c o n t a a m e t o d o l o g i a p r o p o s t a e o s
m é t o d o s de d e t e r m i n a ç ã o d o v a l o r de u m a e m p r e s a
Verifica-se que grande parte dos métodos referidos se caracterizam
por u m a subjectividade que implica a obtenção de diferentes valores na
sua aplicação.
Por isso deverá observar-se especial cuidado na selecção dos
conceitos, coeficientes e critérios de avaliação.
A escolha entre os vários conceitos referidos é decisiva no cálculo do
valor do goodwill que, como se constatou, tem uma influência
determinante no cálculo do valor da empresa.
Do mesmo modo deverá ter-se especial atenção na escolha de
coeficientes, taxas de actualização e de rentabilidade esperadas, bem
como o período de tempo a tomar em consideração na actualização dos
lucros supranormais do rendimento futuro e dos cash-flows.
Importa ainda constatar o grau de rigor com que foram feitos os
trabalhos preliminares do processo de avaliação: diagnóstico global e
elaboração dos documentos previsionais que servirão de base às
projecções dos rendimentos futuros.
127
Deste modo, é natural que a escolha do processo de avaliação
provoque discussões entre as partes envolvidas, se não existir
unanimidade em relação ao que melhor responda aos objectivos e
finalidades que presidiram à avaliação.
Por isso, importa que as partes interessadas tenham em conta os
seguintes aspectos:
- consenso prévio quanto aos critérios a utilizar;
- definição clara dos objectivos da avaliação, por parte dos peritos
avaliadores.
A determinação do valor de u m a empresa não pode ser o resultado
que se obtém a partir da média simples ou ponderada dos resultados
obtidos pela aplicação dos diferentes métodos, exigindo uma análise em
função das suas características.
Importa analisar a adequabilidade de cada método ao caso concreto,
entrando em linha de conta com o sector de actividade da empresa.
Analisando os diferentes métodos, pode concluir-se que não existe
uma solução geral para os problemas que se colocam. Por isso é
aconselhável recomendar o método ou a conjugação de métodos que
melhor se adaptem aos objectivos visados, devendo ser usada a
prudência necessária, dado que qualquer avaliação é relativa
constituindo, na maior parte dos casos, u m a indicação objectiva, num
processo cuja conclusão depende de numerosos factores independentes,
para além dos interesses em jogo.
Ainda em relação à escolha dos métodos de cálculo do valor de u m a
empresa, a tendência actual aponta para a utilização de métodos
baseados nas teorias do cash-flow e valor de rendimento, em detrimento
dos métodos baseados em critérios contabilísticos, embora estes sejam
ainda usados frequentemente em empresas de reduzida dimensão.
128
ANEXO
Resolução:
a) Cálculo do valor de rendimento por acção a partir dos dividendos
65+72+75,4 1 b)
V.R.D. = x - = 590$00
3 0,12
b) Cálculo do valor de rendimento a partir dos lucros (V.R.L.).
. Valor correspondente a cada acção:
Exercícios Média
2 Aritmé-
n-2 n-1 n tica
129
c) Cálculo do valor da empresa (V.E.) a partir do V.R.L.
V.E. = 1.281$666667 x 30.000 acções = 38.450.000$00
1-(1,16)-5
e: = 3,274
0,16
Resolução:
a) Cálculo do lucro económico
- lucro antes de impostos 2.100.000$00
- correcções económicas +90.000$00
- correcções das amortizações +50.000$00
Soma 2.240.000$00
- imposto sobre lucros (40%) 896.000$00
Lucro líquido 1.344.000$00
130
b) Cálculo do valor de rendimento
1.344.000$00
Vr = = 14.933.333$00
0,09
e o valor da empresa (Ve) será:
- valor intrínseco 10.000.000$00
- valor de rendimento 14.933.000$00
Soma dos dois valores 24.933.000800
Valor da empresa (média dos valores) . . . 12.466.500$00
131
e) Cálculo da renda do goodwill actualizada
- lucro económico 1.344.000$00
- remuneração do Vs a 9%
(11.500.000$00 x 9%) 1.035.000$00
Sobrelucro (diferença) 309.000$00
6
1-(1,16)-
GW = 309.000$ - - = 309.000$ x 3.274 = 1.011.666$00
0,16
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
NOTAS DO EDITOR:
a) O sobrelucro implica maior risco de realização que o lucro normal e portanto épacífico
aceitar que k > i.
132
IV JORNADAS DE CONTABILIDADE
Título da Comunicação:
A PROPÓSITO DE TRESPASSES
133
RESUMO E/OU JUSTIFICAÇÃO DESTE ESTUDO
1
A inconveniência resulta das confusões que se assim se ocasionam entre os diferentes
significados da palavra; claro que quem procura "pescar em águas turvas" lucrará,
eventualmente, com tais confusões, mas o objectivo último deste estudo não será favorecer
esses aproveitamentos. As ditas confusões acarretam distorções fiscais dignas de monta
que, aliás, derivam, precisamente, de a legislação estar consentindo distorções.
134
TRESPASSE(S) E SUA TRIBUTAÇÃO1
1
Dirão que a culpa não é da CNC mas da Secretaria de Estado para os Assuntos
Fiscais que terá alterado projecto apresentado.
2
Há quem perfilhe goodwill expressão interessante dos países de língua anglo saxónica,
ou a expressão fundo de comércio de países de expressão latina. O termo aviamento é
usado pelos italianos e, como se disse, foi recomendado pelo Prof. Gonçalves da Silva, por
mim e também por juristas portugueses de nomeada. Claro que há quem discorde mas não
épropósito essencial deste breve Estudo desenvolver este aliás curioso aspecto terminológico
e algo particular.
136
No Plano Francês utilizam-se também as duas seguintes subcontas
da conta 20 Immobilisations Incorporelles:
206 - Droit au bail
207 - Fonds Commercial
Importa sublinhar (de novo) que em projecto que precedeu o Dec. Lei
n s 238/91, de 2 de Julho, com as recentes alterações do POC, ficara
prevista a explicitação da separação entre direito ao arrendamento e
trespasse. Esse projecto carece de adequações nomeadamente o aqui
proposto abandono do termo trespasse, mas o diploma legal veio a
sofrer involução 1 .
Objectivando propósitos do que se aponta é de salientar também o
facto de se pretender salientar que na actual legislação fiscal a
mais-valia obtida num trespasse (no sentido contabilístico e impróprio
deste termo atrás salientado) está sujeita a IRC (ou a 1RS, consoante
o caso), sem a possibilidade de obter a compensação do incentivo ao
reinvestimento do art. 44 a do Código do IRC (e art. 18fi dos Estatutos
dos Benefícios Fiscais).
Verificado que o produto da alienação de u m dito "trespasse" é
objecto de posterior reinvestimento (em aquisições de outros
estabelecimentos ou de outros imobilizados) pode, efectivamente,
entender-se menos razoável que em tais casos a lei não tenha previsto
também o referido incentivo.
Este problema tem hoje mais acuidade pelo facto de as mais-valias
obtidas pelas empresas terem passado a ser tributadas à taxa de IRC
(36%) mais derrama (até 10% dos 36%) enquanto o primitivo imposto
de mais-valias se cifrou, ao longo dos anos, entre os limites de 10% a
13%, antes da actual Reforma Fiscal. E o tratamento dados aos
trespasses (no sentido contabilístico comentado) sentir-se-á hoje de
modo mais intenso, sabendo que a legislação do arrendamento urbano
conferiu direito de preferência aos senhorios em caso de "trespasse" de
estabelecimento comercial.
Com efeito, o recente Dec. Lei n e 321-B/90 (de 15 de Outubro),
estabeleceu no seu art. 116B, n a 1, que "no trespasse por venda ou dação
1
A Comissão de Normalização Contabilística não parece ter aqui conseguido impor a
sua posição oficial de órgão máximo nessa matéria (em termos de competência).
Preocupações de fiscalidade e certo conservadorismo da parte da Secretaria de Estado a
que administrativamente a Comissão está adstrita não favoreceram, desta vez e tanto
quanto nos parece, o melhor tratamento desta matéria.
137
em cumprimento do estabelecimento comercial, o senhorio do prédio
arrendado, tem direito de preferência". Esta disposição legal virá
também a contribuir para maior realismo dos valores que vierem a
constar das escrituras das operações ditas de trespasse.
Poder-se-á assim considerar menos justificável a situação particular
de desfavor 1 em que podem ficar as mais-valias desta categoria de
Imobilizado, auferidas por empresas. Com efeito :
Os demais casos de ganhos de mais-valias, inclusive em
investimentos financeiros, que também são, obviamente, valores
incorpóreos (salvo os prédios de rendimento) estão merecendo
tratamento fiscal favorável e incentivador.
Ora, na Lei n e 106/88, de 7 de Setembro (Lei da Reforma Fiscal), no
seu art. 29, indica-se que "a reforma da tributação do rendimento
obedecerá a princípios de equidade, eficiência e simplicidade, devendo
facilitar o cumprimento das obrigações fiscais e contribuir para a
consecução de objectivos de promoção do desenvolvimento económico e
de realização da justiça social".
Considera-se que as situações de desigualdade que se vão gerando
com apregoadas boas intenções estão a reduzir a coerência do todo que
é um Sistema Fiscal, "estruturado por Lei" e que se diz "dentro de
preocupações de equidade e justiça".
Concluindo : o alargamento do incentivo assinalado a investimentos
financeiros (também activo incorpóreo em certos sentidos), tornam mais
discutíveis as qualificações e discriminações de tratamento fiscal entre
Imobilizado Corpóreo, Incorpóreo e Financeiro, pelo que se entende que
o assunto deve ser repensado. E isso também porque prevendo o POC
amortizações regulares em Trespasses e também amortizações em
Imobilizações Financeiras, sucederão dissonâncias com o preceituado na
legislação de carácter fiscal que só admite amortizações de trespasses
para casos porventura muito excepcionais (ditos de comprovado
deperecimento efectivo) e não do modo regular que o POC passou a
determinar.
1
De desfavor em relação a certas comparações. É que se pode também afirmar que a
fiscalidade se uai encontrando distorcida - preocupações de atendimento a certas situações
provocam desigualdade e injustiça em relação a outras situações. Caminha-se para uma
"injustiça pegada".
138
B) Soluções de contabilização de "trespasses" -
influências do POC (nas suas adaptações às
Directivas Comunitárias e a normas internacionais)
e da fiscalidade (Código do IRC)
1
In Tratamento Contabilístico do Trespasse previsto no POC, artigo publicado no
Boletim da APOTEC nç 173 de Agosto de 1991.
139
adquiridos ... com base nas quantias constantes da contabilidade do
cedente".
É importante esta acentuação do Dr. Gastambide Fernandes pois a
nossa lei fiscal terá insinuado a contabilização no adquirente pelos
valores constantes da contabilidade do cedente ao procurar tomar uma
posição de neutralidade fiscal nas suas indicações acerca do tratamento
fiscal das operações de fusão e de cisão de sociedades, prescrevendo no
art. 62 a nfi 1 ai. b) do Código do IRC, entre outras condições, a de que
"os elementos patrimoniais activos e passivos objecto de transmissão
inscritos na contabilidade da sociedade (cessionária) com os mesmos
valores que tinham na contabilidade das sociedades fundidas ou
cindidas.
A intenção do legislador fiscal era em especial para que nas
referidas fusões e cisões pudesse não ocorrer tributação no caso de não
se evidenciarem mais-valias já existentes e ocultas na contabilidade das
empresas cedentes (em fusões ou cisões).
A lei fiscal terá procurado desse modo incentivar a realização das
referidas operações pois não se evidenciando mais-valias ocultas na
contabilidade das ditas empresas cedentes, não surgiria de imediato a
tributação. Esta ficaria assim suspensa 1 , para o futuro, para quando
os bens e direitos transmitidos, incluindo os eventualmente existentes
em activos incorpóreos, tais como, o direito ao arrendamento e o
aviamento, fossem, se viessem a sê-lo, posteriormente cedidos pela,
digamos, sociedade cessionária.
Esta neutralidade fiscal é útil mas conduz a manter, ou seja, a
introduzir reservas ocultas provenientes das empresas cedentes na
contabilidade da dita cessionária.
Justificada que está a razão da opção fiscal, deve dizer-se que a
mesma tem a sua utilidade, pois pode favorecer operações de
concentração, na medida em que pela dita opção não há, entretanto,
imposto, por não evidenciação de ganhos.
Uma outra questão que nos parece útil assinalar é que pomos em
1
Como aliás sucede (e se nota por ser pormenor curioso a reforçar esta análise) no
Código do IVA que também prevê suspensão desse imposto ao consignar, no seu art. 39, n9
4, que "não são consideradas transmissões as cessões a título oneroso ou gratuito do
estabelecimento comercial, da totalidade de um património ou de uma parte dele, que seja
susceptível de constituir um ramo de actividade independente, quando, em qualquer dos
casos, o adquirente seja, ou venha a ser, pelo facto da aquisição, um sujeito passivo do
imposto de entre os referidos na ai. a) do n9 1 do artigo 29".
140
dúvida que se possa dizer que geralmente o único dado de que se
disporá é o preço global em casos de trespasse (no sentido jurídico).
Talvez o mais usual e, afirmamos, o mais adequado seja nas
empresas cedentes e nas cesssionárias se apreciar todo o património e
ceder, discutindo o valor que deve ser atribuído para efeitos da cessão
a cada uma 1 das categorias de activos e passivos a transmitir,
incluindo imobilizados incorpóreos, sendo quase sempre discutido e
também apurado e destacado o valor atribuível à chave do
estabelecimento (direito ao arrendamento) e/ou ao aviamento.
Parece-nos ser esta forma de negociar mais curial. Não se negoceia
às cegas valores significativos, é necessário ver o que valem os bens e
direitos e os passivos a transmitir, existentes à data dos ditos
trespasses (lato sensu).
Com o exposto não se pretende polemizar ou enveredar por questões
supérfluas como seria a de debater que esta ou aquela é a opção de
negociação mais usual.
Na realidade, será difícil afirmar que a negociação mais vezes será
por um valor global sem discriminações ou por u m a prévia atribuição
da valores parcela a parcela. Apenas se poderá afirmar que umas vezes
será de um modo outras do outro, podendo inclusive observar-se que
não raramente as partes em presença pretendem evitar discutir os
valores parcelares, vindo-se então a optar pela via eventualmente mais
fácil ou mais conveniente de cessão por valor global, sem
discriminações. Deste modo, quer a sociedade "cessionária" quer a
sociedade "cedente" não têm outra opção que não seja a de proceder ao
rateio do valor 2 e então há que ponderar as lúcidas indicações do Dr.
1
Precisando melhor - começa-se por aí, mas depois, negociar-se-á, muitas vezes, por uma
"verba redonda". Daí também surgirem redistribuições. E de novo terá razão Gastambide
Fernandes tanto mais que, frequentemente, na escritura do trespasse (em sentido jurídico)
não aparece discriminação do "preço global". Por isso, a quem contabiliza compete actuar
com o necessário profissionalismo, solicitando e apreciando os dados discriminados da
negociação e escriturando adequadamente.
2
Aliás e uma vez que a questão está suscitada poder-se-á lembrar que em Cursos sobre
Avaliação de Empresas nós próprios anotamos que o valor de uma empresa em funciona-
mento resultará da sua aptidão para a produção de bens ou serviços dependendo dos
lucros que pode permitir. Ora, isso é dar-se preferência ao apuramento de um valor global.
E aponta-se que os bens de uma empresa, enquanto nela permanecem, têm valor global que
não corresponde ao somatório dos valores individuais, antes é maior ou menor, consoante
o valor do elemento humano da empresa e a adequação dos meios materiais à realização
das actividades e à formação do lucro. Para desenvolvimento, poderia ver-se, entre o mais,
nosso livro Lições de Gestão Financeira, ed. Livraria Amado vol. II, págs. 199 e segs.
141
Gastambide Fernandes no estudo que cometamos. Todavia, entendemos
útil anotar receios de que por falta de indicações cautelares ou com
enunciações destas matérias sem convenientes advertências se
generalizem ocultações de informação e de valores efectivamente
ajustados de modo discriminado entre as partes. De outro modo:
pretende-se sublinhar que importará que o legislador estabeleça um
mínimo de cautelas para que não possa vir a cair num livre arbítrio,
possibilitando às empresas valorizações, a seu belprazer, dos diversos
elementos patrimoniais activos e passivos cedidos na operação global.
Realmente, importará evitar que surjam aproveitamentos menos
próprios de divergências de tratamento fiscal que por variados motivos
ficaram legalmente previstas, nomeadamente no tocante a ganhos
apurados nas várias parcelas do património e na contabilização de
custos futuros1.
1
Atente-se, por exemplo, que os chamados "trespasses " (strito sensu) não geram "custos
fiscais" e não beneficiam dos incentivos concedidos ao reinvestimento do produto da
alienarão relativa a outras categorias de activo imobilizado (corpóreo ou financeiro).
142
IV JORNADAS DE CONTABILIDADE
Título da Comunicação:
A CONTABILIDADE NACIONAL - UM SIS-
TEMA DE INFORMAÇÃO DOS EQUILÍ-
BRIOS ECONÓMICOS
143
1. INTRODUÇÃO
ou particularizando:
ou seja:
144
Tendo por base a teoria do equilíbrio de Walras, permite, com base
na sua estrutura em input-output, a elaboração de u m a matriz
contabilística.
O Q.E.C, posiciona-se também, através da sua conta CO (de bens e
serviços) ao serviço de um equilíbrio expresso pela equação
ou particularizando:
POUPANÇA = INVESTIMENTO
145
2. ENQUADRAMENTO INTERNACIONAL DA ECONOMIA
PORTUGUESA
P.I.B./P.N.B.
(crescimento em volume) 3.0, 4.8 3.6
Taxa de desemprego
(em % da pop.activa) 5.2 2.3 9.5
Inflação
(índices de preços no cons.) 4.5 1.7 4.6
B.T.C.
(em biliões de dólares) -122 +61 +5
146
OS GIGANTES DA CONCORRÊNCIA INTERNACIONAL (em 1989)
Gráfico n.fi 1
RB ou P.N.B,
Legenda:
E.UA '
C.E.E. -
Japão -
T.D.4-4 B.T.C.
Fonte: Quadro n2
Inf.
147
De salientar:
- a liderança do Japão com os melhores indicadores;
- a elevada taxa de desemprego na C.E.E.;
- o elevado défice na B.T.C, dos E.U.A.
2.2. P o r t u g a l e a E u r o p a C o m u n i t á r i a
Observemos a posição que o nosso País tem vindo a ocupar antes e
depois da sua entrada na C.E.E..
PORTUGAL/EUROPA - 1985
Quadro n.fi 2
148
PORTUGAL/EUROPA (em 1985)
Gráfico n.s 2
Legenda:
Portugal
4 Grandes países
da Europa
T.D.4 B.T.C.
Fonte: Quadro ne 2
149
b) Após a entrada na C.E.E. (em 87)
Vejamos o quadro n.s 3 e o gráfico n.9 3.
PORTUGAL/C.E.E. - 1987
Quadro n.B 3
PORTUGAL/C.E.E. - 1989
Quadro n.fi 4
150
Vo^0*
PORTUGAL/C.E.E. (1987)
Gráfico n.2 3
PIB
Legenda:
Portugal
C.E.E.
\ n«
Fonte: Quadro n° 3
Inf.
De realçar:
- todos os indicadores se tornam mais favoráveis a Portugal no
período 85/87;
- relativamente à C.E.E., apresentamos em 87 uma taxa de
crescimento superior e uma taxa de desemprego menor. A
distância separadora resulta novamente do saldo da B.T.C.(que
apesar de positivo é menor) e da taxa de inflação que ainda é
tripla da apresentada pela C.E.E.
151
PORTUGAL/C.E.E. (1989)
Gráfico n. s 4
B.T.C.
T.D.-*—i
Fonte: Quadra n° 4
De assinalar:
- dos quatro indicadores utilizados, apenas um (a taxa de
desemprego) se torna mais favorável para Portugal em 87/89;
- relativamente à C.E.E. o diferencial do crescimento - ainda
favorável a Portugal - diminuiu; o diferencial da taxa de
desemprego é mais favorável; o da inflação aumenta, o que é
naturalmente pernicioso; e, finalmente, no que respeita ao saldo
da B.T.C, o diferencial diminuiu, um factor apenas aparente-
mente favorável dado que a C.E.E. apresenta um saldo positivo
enquanto que a balança portuguesa é negativa.
152
Torna-se evidente que o nosso crescimento tem vindo a ser
acompanhado da criação de postos de emprego, mas o fosso que nos
separa da C.E.E. diz respeito ao défice da B.T.C, e à inflação. Esta vai
ter consequências nefastas no sistema de informação de mercado, ao
mesmo tempo que vai estimular nos agentes económicos
comportamentos que não conduzem, de forma nenhuma, ao aumento de
produtividade.
Por outro lado, sendo a inflação em Portugal superior à da C.E.E.
isso vai prejudicar a nossa competitividade.
O défice externo tem sido u m a preocupação constante das nossas
políticas económicas. As necessidades de financiamento do nosso País
arrastam-se de 80 a 84. Aparecem mais tarde capacidades de
financiamento, em 85/87, para de novo a sombra negra das
necessidades de financiamento voltar em 88 e 89.
Por trás desta situação está u m a balança de bens e serviços
sistematicamente negativa. E, enquanto as taxas de cobertura das
importações pelas exportações atingem cerca de 80% no triénio 84/86,
alcançam valores bastante inferiores em 87 (73,5%); em 88 (68,49%) e
em 89 (72,9%) (11).
Porquê?
153
3.1. Indicadores de Vulnerabilidade e Dependência
A dependência e vulnerabilidade da economia portuguesa ficam
patentes através dos seguintes indicadores:
- relação entre as exportações e a procura global;
- grau de abertura;
- e grau de penetração das importações,
construídos com auxílio das National Acoounts da O.C.D.E.(13).
Países 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988
Portugal 19.3 17.9 18.2 21.8 25.7 26.4 24.4 24.2 24.3
Espanha 13.4 15.1 15.6 17.4 19.5 19.3 17.2 16.5 16.2
França 17.5 18.3 17.6 18.3 19.5 19.4 17.7 17.3 17.7
Reino Unido 21.9 21.5 21.2 21.2 22.3 22.8 20.6 20.4 18.6
R.F.A. 20.9 22.6 23.5 22.8 24.0 25.2 24.1 23.3 23.7
Japáo 11.9 13.0 12.8 12.5 13.5 13.2 10.7 9.8 9.5
E.U.A. 9.2 8.8 7.9 7.2 6.9 6.4 6.7 7.1 8.0
Indicador construído tendo por base as National Accounts (O.C.D.E.), Paris, 1990.
b) Grau de Abertura
(Importações + Exportações/P.I.B.)
Observemos o quadro n.s 6:
154
Grau d e a b e r t u r a
(Importações + E x p o r t a ç õ e s / PIBp.m.)
Quadro n. 9 6
Países 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988
Portugal 69.42 71.14 71.38 75.42 82.42 78.71 69.11 75.75 81.78
Espanha 33.98 38.30 39.33 43.11 45.03 44.58 38.32 39.15 40.19
França 44.27 46.10 45.50 45.13 47.65 47.16 41.48 41.46 42.86
Reino Unido 52.65 50.88 51.08 52.49 57.54 57.20 52.90 52.87 50.72
R.F.A. 53.61 57.13 57.56 55.83 59.21 61.22 54.89 54.49 53.63
Japão 28.28 28.72 28.46 26.24 27.50 25.87 19.05 17.88 18.23
E.U.A. 20.88 20.05 18.13 17.41 18.07 17.17 17.95 18.98 20.11
Indicador construído tendo por base as National Accounts (O.C.D.E.), Paris, 1990.
Países 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988
Portugal 0.366 0.379 0.379 0.391 0.418 0.397 0.349 0.386 0.417
Espanha 0.177 0.197 0.202 0.217 0.218 0.216 0.184 0.195 0.200
França 0.224 0.233 0.230 0.226 0.236 0.234 0.204 0.206 0.213
Reino Unido 0.256 0.245 0.250 0.259 0.288 0.283 0.266 0.267 0.263
R.F.A. 0.269 0.284 0.282 0.274 0.291 0.298 0.262 0.249 0.255
Japão 0.144 0.140 0.139 0.124 0.127 0.116 0.078 0.075 0.081
E.U.A. 0.106 0.102 0.09 0.09 0.10 0.09 0.10 0.10 0.10
Indicador construído tendo por base as National Accounts (O.C.D.E.), Paris, 1990.
155
- Portugal apresenta, ao longo de todo o período, o maior grau de
penetração;
- a partir de 86 o nosso grau de penetração aumenta o mesmo
acontecendo com Espanha o que está provavelmente mais uma
vez relacionado com a entrada na C.E.E.;
- em 86/88 o nosso grau é praticamente duplo do espanhol;
- de assinalar, novamente, os baixos valores apresentados pelos
E.U.A. e pelo Japão.
3.2. A N e c e s s i d a d e de u m a N o v a Cultura
Tendo por base os três indicadores analisados podemos afirmar que
é grande a nossa dependência e vulnerabilidade. Assim, qualquer crise
que afecte os líderes da economia internacional afecta com toda a cer-
teza muito mais a nossa pequena economia dada a sua permeabilidade.
Numa sociedade aberta as condições de competitividade exigem uma
grande rapidez de resposta aos desafios do meio. Isso só é possível
através de um processo de crescimento diversificado e não meramente
quantitativo - eixado numa nova cultura.
A gestão macroeconómica do País terá de ser estratégica e de longo
prazo, orientada para um desenvolvimento equilibrado.
O planeamento deverá, então, ser encarado de u m a outra forma,
numa perspectiva de valorização dos aspectos qualitativos (14).
156
O artigo n.Q 86 do mesmo Tratado, também em defesa e salvaguarda
do comércio entre os Estados membros, pretendeu evitar que uma ou
mais empresas explorem de forma abusiva uma posição de dominação
do mercado.
Entre nós, a preocupação de defesa da concorrência abriu passagem
ao Dec.Lei n. s 422/83 (15) mais tarde completado pelo Dec.Lei n. s 428/88
(16) que se constituem como pilares da salvaguarda da concorrência,
considerada u m dos instrumentos essenciais da política económica.
É através de um mercado concorrencial que os consumidores poderão
ter uma escolha mais diversificada de bens e serviços, com qualidade,
ao mesmo tempo que as empresas se sentirão estimuladas para atingir
u m a maior eficácia.
4.2. A Competitividade: U m a A b o r d a g e m c o m B a s e n o
P.C.E.D.E.D.
O P.C.E.D.E.D. (17) constitui-se como concretizador de u m a
estratégia macroeconómica de progresso controlado.
Observemos o esquema n. 9 1:
Neste programa a Competitividade é a variável fundamental - em
ligação directa com os custos unitários de produção. Estes, sendo
baixos, permitem u m a mais fácil conquista de mercados e, por outro
lado, poderão baixar ainda mais por efeito das economias de escala
permitidas pela dimensão dos mercados conquistados.
Observemos, então, como forma de análise da competitividade da
nossa economia o comportamento dos custos de produção.
4.2.1. A P r o b l e m á t i c a d o s Custos de P r o d u ç ã o
Nesta análise darei realce aos seguintes aspectos:
- aos custos salariais, como indicador de competitividade;
- aos custos em juros e impostos;
- e ao autofinanciamento como forma de poupança de custos.
157
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158
a) Custos Salariais
De assinalar:
- a tendência decrescente dos custos salariais na Ag.Silv.e Pesca
e o seu valor reduzido em comparação com os outros ramos;
- a tendência também decrescente dos custos no Com.e Serv.
Com. e o seu valor reduzido mas já superior aos anteriores;
- a Banca apresenta-se de seguida (embora ultrapasse a
159
Indústria em 86). Depois de u m a tendência descendente até
82, os seus custos aumentam sempre até 86 - ano em que
atingem os valores mais altos do período (0.47);
- a Indústria é o ramo que se apresenta de seguida com custos
salariais mais elevados. Lembremos que este ramo ocupa um
lugar privilegiado no comércio internacional. Com custos
crescentes até 82 e decrescentes de 82 para 86, atinge em 85
e 86 (0.45) o valor mais baixo do período;
- a Construção vem a seguir com custos salariais ainda mais
elevados, mas oscilantes na sua variação;
- finalmente os S.N.C, apresentam os custos mais elevados
(0.99) e u m a constância notável.
Tomando por base o ano de 1980 assinalemos num gráfico (n. s 5)
a evolução verificada pelos custos salariais em dois ramos
fundamentais a Ag.Silv. e Pesca e a Indústria.
Pode constatar-se:
- a tendência decrescente dos custos salariais de 83 para 86 nos
dois ramos, Ag.Silv.e Pesca e Indústria;
- que os custos salariais do total dos ramos apresentam também
u m a tendência descendente de 83 para 86, embora no último
ano se verifique u m a pequena subida que se deve,
principalmente, ao comportamento crescente dos custos
salariais na Banca e Seguros.
80 81 B2 83 84 85 86
È
— " ' Agr.Sil. e Pesca ° Indústria " ' Total dos ramos
160
- Custos Salariais na Indústria Transformadora
(Portugal e os outros países concorrentes)
O que são os custos salariais do nosso sistema produtivo,
quando comparados com custos similares de outros países? (19)
Façamos uma análise apenas circunscrita à Indústria (a
Manufacturing das National Accounts) (20) por ser esta que
ocupa lugar privilegiado no comércio externo. Segundo as contas
nacionais portuguesas, em 80/86, ela atingiu cerca de 80% das
importações e das exportações. Vejamos o quadro n. s 9:
161
acontece isso está relacionado com o facto das remunerações não
acompanharem os ganhos de produtividade alcançados, nomeada-
mente através dos investimentos.
Se compararmos Portugal com os restantes países (por ex. no
ano de 86) constatamos que o custo de 0.46 é ultrapassado por
todos os nossos concorrentes com a única excepção da Espanha
que apresenta o valor de 0.42.
Assim, em 1986, pode-se observar que:
- os custos salariais na Península rondam os 0.40;
- no Japão ascendem a 0.50;
- nos E.U.A. e nos países mais industrializados da Europa
situam-se entre os 0.60 e 0.70.
Mas, sendo os custos salariais um indicador de
competitividade, que repercussões se podem ver no comércio
externo português?
162
mércio internacional - nomeadamente a partir de 85/86 -, a baixa
dos custos salariais não é acompanhada de uma melhor situação
no comércio externo (infelizmente não foi possível dispor de
valores que permitissem calcular os custos salariais em 87 e 88).
163
Custos salariais na Têxtil, Vestuário, Couro e Calçado
Quadro n.a 11
164
o saldo diminua e a taxa de cobertura também. Em 87/88 as
exportações aumentam 5% (bastante menos que no período
anterior) e as importações 16.46% (também menos que no período
anterior) - factos que vão provocar que o saldo diminua e a taxa
de cobertura também. De referir, ainda, que neste período a taxa
de cobertura atinge o valor mais baixo de sempre.
165
Mas, além dos custos salariais (um dos indicadores utilizados
para medir a competitividade de um País) (22), há outras
variáveis a ter em consideração para explicar as perdas no
comércio internacional.
Vejamos mais um indicador construído para informar sobre o
comportamento de outros custos, nomeadamente juros e impostos.
Descrições
1985 1986 1987 1988 1989
Países Rácios
Fonte: Para Portugal: Quadros Económicos de Conjunto das Contas Nacionais Portuguesas.
Para França: Tableau Économique d'Ensemble das Contas Nacionais Francesas.
De assinalar:
- que em França, como em Portugal, os custos salariais pesam
mais que os custos em juros e impostos;
- que, enquanto os nossos custos salariais são
proporcionalmente mais baixos, com os juros e impostos
passa-se precisamente o inverso;
166
- a enorme diferença entre os custos em juros suportados pelas
empresas portuguesas e aqueles que atingem as congéneres
francesas (chegam a ser três e quatro vezes menores).
O F i n a n c i a m e n t o de S10
(Conta F i n a n c e i r a - Variação d e Débitos)
Quadro n. s 14
(V.débitos) 495074 100 452413 100 621283 100 808599 100 1360983 100
167
D i s t r i b u i ç ã o funcional d o R.N.B.cf e m P o r t u g a l
Quadro n.fi 15
Indicadores 1980 81 82 83 84 85 86 87 88 89
R.de prop- e emp. 37.97 37.82 38.62 40.25 42.68 44,72 45.31 45.52 47.80
40.28
/RNBcf
168
compensadores, u m a vez que a distribuição de rendimentos é mais
favorável para as remunerações. Os altos níveis de produtividade do
sistema produtivo dos E.U.A. permitem não só que as remunerações
aumentem a sua parte na distribuição (de 85 a 88), como uma
diminuição dos custos salariais (0.706 em 85 e 0.697 em 86) e taxas
de autofinanciamento elevadas (+ de 100%).
- Investimento e Taxa de J u r o
Qual a importância da taxa de juro nas decisões de
investimento?
A visão crítica do papel da taxa de juro nas decisões de
investimento realça a importância das suas motivações.
Keynes mostra que não só a taxa de juro, mas as expectativas
relacionadas com as vendas futuras e com todo o enquadramento
macroeconómico, nomeadamente a política económica,
desempenham u m papel mais importante que a taxa de juro nas
decisões de investimento (24).
Lembremos que o planeamento desempenha um papel muito
importante nessas decisões contribuindo para diminuir aquilo a
que se convencionou chamar as "incertezas secundárias"(25).
Investimentos que podemos considerar estratégicos podem ser
impelidos por forças que ultrapassam a mera comparação teórica
entre a taxa de juro e a eficiência marginal do capital. O
empresário pode ser motivado para investir mesmo em condições
de rendibilidade pouco favoráveis, nomeadamente de curto prazo.
Tanto a procura, como os avanços tecnológicos, e a política
fiscal podem ter u m a influência determinante na rendibilidade
esperada dos investimentos, a uma dada taxa de juro, o que
explica o paradoxo de "taxas de juro elevadas coabitando com
investimentos também elevados"(26).
Mas a verdadeira "independência" do investimento, relativa-
169
mente à taxa de juro, pode ser alcançada quando as empresas
têm capacidade para se autofinanciarem.
Quanto maior é a capacidade de autofinanciamento de uma
empresa, mais inelástica é a curva da eficiência marginal do
capital relativamente à taxa de juro (27). Observemos o gráfico
n. s 6:
Gráfico n. e 6
Toxa
o©
Juro
E2
A il
i'2
Ir vestimenta
170
Neste caso, a empresa com maior capacidade de
autofinanciamento é aquela que apresenta a curva E 2 . A curva Ej
será aplicada, por hipótese, a u m a empresa que tem maior
necessidade de recorrer ao crédito para fazer os seus
investimentos.
Assim, u m a subida da taxa de juro de i0 para ix reduz bastan-
te menos o investimento em E 2 (I2 - I2') do que em E1 (Ij -I/).
Países 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89
Portugal 8 -18.5 -52 -50 -71.2 -44 30.2 45.6 39.15 32.31*
Espanha 69.5 64.3 76.7 78.4 96.6 112.3 103.5 n.d. n.d. n.d
R.Unido 78 83.9 98.3 120.4 115.3 113 111.3 118.3 n.d. n.d.
R.F.A. 48.6 44.4 50.8 60.4 60.3 62 74.2 74.6 n.d. n.d.
E.U.A. 79.3 83.6 87.6 103.3 106 104.4 103 105 103 n.d.
* Valor calculado tendo por base C.N. Portuguesas de 89 (ainda não publicadas).
Os restantes valores foram calculados tendo por base as National Accounts (O.C.D.E.), Paris, 1990.
171
4.2.2. U m a Crítica à P o l í t i c a de R e n d i m e n t o s
Após a entrada em vigor do P.C.E.D.E.D., em 1987, a taxa de auto-
financiamento baixou de 45.6 para 39.15 (em 88) e para 32.31 (em 89).
Apesar da tendência de descida dos custos salariais, principalmente
nos ramos mais ligados ao comércio internacional, e da perda das
Remunerações no R.N.B.c.f., não se verificou o necessário aumento da
taxa de autofinanciamento de S10 , além de, como j á vimos, não se
terem verificado os resultados esperados no comércio externo e, talvez,
por que os baixos níveis salariais são u m a "base artificial e transitória
de competitividade" (28).
Que política de rendimentos adoptar?
Dadas as dificuldades enfrentadas nos vários países na adopção das
políticas de rendimentos, alguns economistas, nomeadamente Martin
Weitzman (29), tentaram resolver o problema apontando u m a outra
modalidade de formação de rendimentos.
As remunerações têm vindo, ao longo dos tempos, a tornar-se um
custo fixo, factor que dificulta as necessárias adaptações das empresas
à evolução conjuntural do meio e as obriga a u m aumento de preços
mesmo quando a produção diminui (stagflation).
Martin W. propõe um princípio de determinação de salários tendo
por base a repartição dos resultados de cada empresa.
Assim, em período de recessão, "o custo marginal associado ao
último trabalhador recrutado será inferior ao custo médio que lhe é
igual no sistema tradicional de fixação de salários".
Através deste processo as empresas terão interesse em recrutar
trabalhadores, contribuindo, assim, para o pleno emprego sem criar
tensões inflacionistas.
Este sistema pode também estimular o aumento da produtividade
dos trabalhadores, motivando-os num ambiente salutar que os faz
sentir mais ligados à Sua empresa.
Parece-me que as Remunerações deverão ser vistas numa tripla
perspectiva - como custo, como variável na distribuição de rendimentos
e como factor de motivação e reconhecimento da competência
profissional do trabalhador da Nova Empresa.
Na C.E.E. este problema não tem sido esquecido. Assim,
sublinhando u m a lacuna que considera incompatível com a criação do
Mercado Único em 93, propõe aos 12 a aprovação das grandes linhas de
um Estatuto de Sociedade Anónima Europeia. Este novo estatuto
172
pretende estar ao serviço das empresas transnacionais (30) ao mesmo
tempo que concretiza um avanço na chamada "Europa Social". As
empresas que optarem por esse estatuto terão de permitir uma
participação mínima de trabalhadores (há três opções) e em
contrapartida disporão de vantagens fiscais (31).
Um dos grandes problemas, a ultrapassar, diz respeito à
participação dos trabalhadores no capital desta sociedade. Esta questão
é ainda mais complexa u m a vez que vai influenciar a constituição dos
órgãos sociais. O sistema dualista (com um conselho de administração
e um conselho fiscal) é exigido no caso da co-gestão dos trabalhadores.
Este estatuto de empresa comunitária foi seriamente criticado, numa
Mesa Redonda de Industriais Europeus, constituída pelas 40 maiores
multinacionais da C.E.E., por colocar em risco a "competitividade
europeia". (32)
Que rumo trilhar para alcançar a tão difícil e almejada
competitividade?
Sem duvida que "a qualidade é a melhor forma de reencontrar a
competitividade e os lucros". (33)
173
5.1.0 Projecto Qualidade Total:As E s t r a t é g i a s Interna e E x t e r n a
A qualidade total abrange a totalidade das actividades, funções,
colaboradores, relações cliente - fornecedor na empresa, relações com o
exterior, mercados (actuais e potenciais) e todo o ciclo de vida do
produto ou produtos concebidos pela empresa - entendida esta como um
sistema.(36)
A gestão estratégica da qualidade, factor chave da competitividade,
melhora a qualidade e a produtividade de toda a organização, através
de métodos e instrumentos próprios, tendo com suporte a mobilização
de todos.(37)
Sendo um projecto - a via conciliadora das estratégias materializa-se
na adopção de uma estratégia de qualidade voltada para dentro da
empresa - estratégia interna e de outra dirigida ao meio - estratégia
externa. Aquela é dirigida para atingir um objectivo essencial: fazer
nascer a qualidade dentro da empresa como forma de ir ao encontro da
fabricação de um produto com qualidade que melhor satisfaça o
consumidor.
Um dos processos a utilizar poderá ser a criação de círculos de
qualidade (e de pilotagem) que, não sendo um objectivo em si mesmos,
(38) se constituem como "semente" da qualidade, permitindo a
flexibilização indispensável das estruturas e a concomitante melhor
circulação da informação e, ao mesmo tempo, u m a permanente
motivação para a formação.
É através do contínuo questionamento da qualidade que surge a
inovação - a variável estratégica que permite a necessária capacidade
de antecipação e adaptação da empresa ao meio. (39)
Os círculos, através da gestão participativa, constituem-se numa
prática de gestão social - os factores sociais não podem ficar esquecidos
na gestão do económico - ao serviço da democracia industrial, num
supremo respeito pelo Homem em todas as suas vertentes.
O objectivo básico da estratégia externa é que a empresa fabrique
um produto que, pelas suas características, vá ao encontro do mercado
a conquistar, não pelas suas características técnicas mas pelos serviços
que presta (40) - é o marketing em estreita ligação com a qualidade.
174
dentro da empresa e em ligação permanente com o meio, ao serviço de
uma poupança significativa de custos - os custos da não qualidade.
A tendência para o desaparecimento dos produtos defeituosos e a
mobilização do pessoal da empresa, num projecto comum, com o
consequente aumento de produtividade, vão eliminar os custos da não
qualidade.
Todo o ambiente interno da empresa, melhorado através da gestão
estratégica da qualidade, vai, em suma, provocar uma diminuição dos
custos de produção.
5.3. A Qualidade e a C o m p e t i t i v i d a d e
Num mundo em permanente mudança e intensa concorrência só
sobrevivem as empresas que produzem com qualidade.
Não chega produzir a baixo custo, principalmente quando isso se
deve a baixos salários: é preciso criar produtos que vão ao encontro da
qualidade pretendida pelos consumidores - u m a qualidade total.
Desta forma, as nossas empresas poderão conquistar mercados
internacionais e, ao mesmo tempo, competir no mercado interno com os
produtos que nos invadem via importação.
CONCLUINDO:
Portugal - país aberto, vulnerável e fortemente dependente das
importações e das exportações para crescer - terá u m a via a seguir para
o desenvolvimento - a Qualidade na gestão de toda e qualquer
actividade, como estratégia de competitividade, como via para um
desenvolvimento equilibrado, como um Projecto do País.
Devemos ser optimistas. Mas teremos mesmo de esperar pelo ano
2010, como afirma um dos responsáveis pela nossa indústria, para ver
"empresas competindo em economia aberta, assumindo o conceito de
qualidade total, inovadoras, inteligentes e dinâmicas assentes no
talento dos nossos empresários e na motivação e qualificação dos nossos
trabalhadores" (41) ? !
Que se vai cumprindo a profecia são os votos que gostaria de deixar.
175
NOTAS
(1) Jaime Lopes Amorim, Lições de Contabilidade Geral, cit. in J.L. Amorim, Digressão
Através do Vetusto Mundo da Contabilidade, Livraria Avis, Porto, 1969, p. 558.
(2) Fernando Martin Lamouroux, Contabilidad, Universidade de Salamanca, 1989, p. 158.
(3) Segundo Masi, invocado pelo Prof. Jaime Lopes Amorim in op.cit. p.278, "é um
equilíbrio dinâmico ou uma sucessiva renovação de estados".
(4) De acordo com Idalberto Chiavenato, Teoria Geral da Administração, 2.- Edição, Mc.
Graw-Hill, São Paulo, 1979, p.281, a homeostasia ou equilíbrio dinâmico é uma das
características básicas de um sistema que lhe permite melhor reagir às mudanças
do meio.
(5) Serge Percherai, Comptabilité Nationale, Exercices Résolus, que recorre a duas
citações ilucidativas: "A Contabilidade Nacional não é senão um instrumento que
permite apresentar o equilíbrio de conjunto de uma economia" (L.Stoleru) - p.9 ; "uma
representação quantificada do equilíbrio macroeconómioco" (E.AIphandery) - p.12.
(6) Idem, ibidem, p.15.
(7) De acordo com Bernard Walliser e Charles Prou, La Science Économique, Ed. du
Seuil, Paris, 1988, p. 292, "A primeira concepção de uma Contabilidade Nacional, a
imagem de uma contabilidade de empresa, é construir uma bateria normalizada de
indicadores agregados que sirvam para a explicação macroeconómica e para a
definição da política económica".
(8) Idem, ibidem, p.291, seguindo F.Forquet: "A C.N. constitui uma espécie de prova de
coerência e de validação dos conceitos da teoria económica".
(9) Alain Pichot, Comptabilité Nationale et Planification, Ed. Cujas, Paris, 1968, Prefácio
de Jean Marczewski, p. XIV que afirma: "A Planificação e a C.N. não são senão duas
manifestações de um mesmo processo, aquele que conduz o pensamento e a acção
económica para a aplicação, ao serviço das sociedades humanas, das aquisições
mais recentes da ciência da informação e da decisão.
(10) Boletim Mensal do B.F.N., n.° 7 de Julho de 87, p. 11.
(11) Contas Nacionais, I.N.E., Quadros Ec. de Conjunto de 84, 85, 86, 87, 88 e 89 - ver
referências documentais.
(12) "As dificuldades ancestrais das nossas estruturas, as distorções ocorridas na última
década e a vulnerabilidade da economia portuguesa face à evolução da economia
internacional/.../", G.O.P. para 88, D.Rep. I Série n.° 21 de 26/1/88.
(13) National Accounts, O.C.D.E., Paris, 1990, ver referências documentais.
(14) G.O.P. para 88, D.Rep. I Série n.Q 21 de 26/01/88.
(15) Dec.Lei n.5 422/83, D.Rep. I Série n.s 278 de 03/12/83.
(16) Dec.Lei n.5 428/88, D.Rep. I Série n.5 268, Suplemento de 19/11/88.
(17) Resolução do Conselho de Ministros n.s 27/89, D.Rep. I Série n.5 204 de 05/09/89.
(18) A escolha deste período é justificada por duas razões: por ser aquele que antecede
176
a 1 r fase do P.C.E.D.E.D. (87-90); por existir mais informação tanto através das C.N.
portuguesas como das Nat.Acc.da O.C.D.E.. Os Q.E.S. são apresentados pelas
contas nacionais portuguesas - ver referências documentais.
(19) A escolha dos países teve a ver com a sua posição na liderança do comércio
internacional (os três blocos da Parte 2 deste trabalho).
(20) A Manufacturing das National Accounts é, nos vários países, com excepção de
Portugal e Espanha, a indústria transformadora. Segundo essa fonte as Mining and
Quarrying - indústrias extractivas - estão incluídas na Manufacturing apenas no caso
de Portugal e Espanha.
(21) É o ramo n.s 12 das National Acc. da O.C.D.E. - Têxtil, Wearing, Appareil and
Leather Industries.
(22) Júlio H.Neves, Uma Medida da Evolução da Competitividade das Empresas, Boletim
Informativo do I.S. de Gestão n.9 8 de Dezembro de 89, p.33, utiliza um indicador -
a taxa de variação dos custos por unidade produzida - como forma de avaliar a
competitividade de uma empresa.
(23) "Os Planos de desenvolvimento ec. e social terão por objectivo promover o
crescimento económico, o desenvolvimento harmonioso de sectores e regiões, a
justa repartição individual e regional do produto nacional, /.../", art. 91 da
Constituição da Rep.Portuguesa, L.Almedina, 1989, p.43.
(24) Denise Flouzat, Analyse Économique, Comptabilité Nationale, Masson, Paris, 1987,
p.198.
(25) Gustavo Mesquita Guimarães, Planeamento Económico: Enquadramento Teórico do
Sistema Português, Boletim do C.N.do Plano, n.Q 18 de 1989, p. 204.
(26) Boletim Mensal do B.F.N., n.9 4 de Abril de 86, p.58.
(27) Denise Flouzat, op.cit., p.198.
(28) Eng.Alves Monteiro, Os Têxteis e o Mercado Único, Ministério da Indústria e Energia,
Cadernos Divulgação, n.g 9, p.9.
(29) Xavier Greffe, Politique Économique, Programmes, Instruments, Prespectives,
Económica, Paris, 1987, p.427.
(30) Boletim Mensal do B.F.N., n.a 8, Agosto de 1988, p.14.
(31) Boletim Mensal do B.F.N. n.s 1/2 , Jan/Fevereiro de 1989, p.36.
(32) Idem, ibidem, p.36.
(33) Georges Archier e Hervé Sérieyx, Pilotes du 3,s Type, Ed. du Seuil, Paris, 1986, p.45.
(34) Xavier Greffe, op.cit, p.422.
(35) Michel Périgord, Rússir La Qualité Totale, Management 2000, ed.d'Organisation,
Paris, 1987, Préface de Gilbert Ravelau, pp. 23 e 24.
(36) Idem, ibidem, p.72.
(37) Idem, ibidem, Avant-Propos de Bernard Monteil, p.18.
(38) Annie Bartoli et Philippe Hermel, Piloter l'Entreprise en Mutation, une approche
stratégique du changement, éd. d'Organisation, Paris, 1986, p.232.
(39) Idem, ibidem, p. 106.
177
(40) Paulo de Lencastre, Planeamento e Optica de Marketing, Jornadas Luso Espanholas
de Gestão Científica, Universidade Portucalense, Porto, 1988, 1.Q V., p.545.
(41) Eng. Mira Amaral, Horizonte 2000 - A Indústria Portuguesa no Espaço Económico
Europeu, Ministério da Ind. e Energia, Cad.Divulgação, n.5 12, p. 16.
REFERENCIAS DOCUMENTAIS
178
IV JORNADAS DE CONTABILIDADE
Título da Comunicação:
LA REFORMA DE LA CONTABILIDAD PÚBLICA
LOCAL EN ESPANA. EL PLAN GENERAL DE
CONTABILIDAD PÚBLICA ADAPTADO A LA
ADMINISTRACIÓN LOCAL
179
INDICE
1. INTRODUCTION
REFERENCIAS
180
1. INTRODUCIÓN
181
6. Se lleva por el método de la partida simple. A pesar de los
reiterados llamamientos, en la distintas Leyes de Contabilidad y en
otras disposiciones sobre la necesidad de llevar la contabilidad por
el método de la partida doble, en la práctica no se llegó a aplicar y
la contabilidad estaba organizada mediante un sistema de partida
simple que recoge aisladamente u n a serie de operaciones sin u n a
vision global y concatenada de la actividad dei Estado.
182
4. Amplia el conjunto de fines asignados a la Contabilidad pública
(Art. 124) de los clásicos de control de legalidad a los mas modernos
de eficiência, eficácia y a la obtención de información útil para la
toma de decisiones.(4)
De esta forma la determinación de la situación financiera y
patrimonial, la obtención dei resultado alcanzado en la gestion de
sus actividades, asi como la evaluación dei coste y rendimiento de
los servicios han venido a sumarse a los fines tradicionales.
5. Establece la necesidad de u n a normalization contable para el rector
público. Así, el articulo 125, senala como competências de la
Intervention General de la Administration del Estado (I.G.A.E.) la
de someterse a la decision del Ministério de Economia y Hacienda
el Plan General de Contabilidad Pública, al que se adoptarán las
Corporaciónes, Organizadoras y demás Entidades incluidos en el
sector público según sus características y peculiaridades.
Compartimos totalmente las palabras de J. ARANGUREN (5)
cuando afirma, ai referirse a la L.G.P., que "La ley ha supuesto un
avance fundamental en la concepcióon de la Contabilidad pública,
que a partir de su promulgación y entrada en vigor actualiza e indu-
dablemente potencia u n nuevo y fundamental campo: la
información".
183
Los productos principales de la Contabilidad pública son los estados
financieros formales y otro tipo de informes fïnancieros tanto de
naturaleza interna como externa, según usuários y propósito. Son
numerosos los estúdios que se h a n planteado cuales son los objetivos de
los informes financieros. Aunque es cierto que se han dirigido
fundamentalmente a la contabilidad Privada.
El Financial Acounting Standards Board (F.A.S.B.) ha formulado
algunas conclusiones sobre los objetivos de los estados financieros de
las empresas, comerciales; adoptandolas para poder aplicarias a las
entidades públicas quedaria como sigue (6):
"Los estados financieros de las entidades públicas deberán
suministrar informaciones dei campo de la contabilidad financiera que
sean utiles a sus responsables y administradores para tomar decisiones
y asignar los recursos; a aquellos que contribuyen voluntária o
involuntariamente a sus actividades; y a los analistas de sus
operaciónes para estudiar y evaluar sus políticas y su gestion. Los
estados financieros deberán poder ser comprendidas por todos aquellos
que tengan u n conocimiento razonable de las actividades económicas y
de la contabilidad financiera y esten dispuestos a dedicar el tiempo y
los esfuerzos requeridos para estúdio de los estados financieros".
El Institut Canadien des Contables Agrees (I.C.C.A) resume los
objetivos de la información financiera suministrada por la Contabilidad
pública en los siguientes (7):
- Demostrar la buena gestion y la conformidad con las
autorizaciones légales.
- Facilitar la evaluación de la incidência económica de la actividad
de las Administraciones públicas.
- Facilitar la evaluación de las elecciones en la ejecución de los
programas y de su gestion.
- Exponer el estado de las finanzas públicas.
La información elaborada por la contabilidad será utilizada por los
distintos usuários de la misma segun las necesidades (8), que podemos
resumir de la forma matricial siguiente (9):
184
Usuários Necessidades de información
INTERNOS:
*Resposables
Políticos X X X
X
"Administradores X
de programas X
EXTERNOS:
"Legisladores X X
X
XX
"Analistas X
"Investigadores X
"Público en
General X X
X
X
185
Una nueva version, fue aprobada por resolución de la I.G.A.E. de
fecha 11 de noviembre de 1.983 (B.O.E., 19 y 20-1-84), que puso fin a
la provisionalidad de la version anterior. (10)
En ambas versiones solo se habia desarrollado la contabilidad
externa. El texto que desarrollá el grupo 9 de Contabilidad Analítica
fue aprobado por Orden Ministerial de 20 de septiembre de 1.983, del
Ministério de Economia y Hacienda (B.O.E., 1-11-83).
El modelo de referencia del P.G.C.P. es el Plan de Cuentas aprobado
por Decreto 530/1983 para el Sector Privado. Sobre la base de este se
hicieron una serie de modificaciones, para recoger las singularidades de
los entes a los que se habia de aplicar.
A este respecto, sehala I. MONTANO (11) que "Las diferencias que
necesariamente se han de dar entre el Plan Contable del sector privado
y el Plan Contable de los Entes Públicos tiene su origen,
principalmente, en la institución presupuestaría."
El P.G.C.P. significo el paso de un modelo tradicional de ejecución
presupuestaría y de tesorería a uno más acorde con los princípios de
contabilidad generalmente aceptados y con las prácticas vigentes en el
âmbito empresarial. El P.G.C.P. establece como objetivo general el
ofrecer información sistemática de carácter económico.
Así mismo, como objetivos particulares especifica los siguientes:
- Modernizar la Contabilidad Pública, acercándola a las
concepciones vigentes en la actualidad en la disciplina contable.
- Normalizar los datos ofrecidos por la contabilidad de los diversos
agentes dei Sector Público, de forma que sean comparables y
agregables.
- Integrar los datos normalizados dei Sector Público en la
Contabilidad Nacional.
Son innegables las ventajas que supone para u n a organización
publica la aplicación de un Plan Contable, fundamentalmente porque
significa implementar un sistema de información contable.
Sin embargo, no es menos cierto que el P.G.C.P. es objeto de
numerosas criticas que ponen en duta la bondad dei mismo.
En este sentido, son elocuentes algunas de las afirmaciones
realizadas por M. PARRA ORTEGA, Interventor General de la
Generalitat de Cataluha, ai respecto (12).
186
"El Plan no existe mas que como u n bluff que va a costar mucho a
muchas entidades públicas a las que se le esta vendiendo este producto
de modernidad".
"No se puede criticar por ello (refiriendose a la I.G.A.E.), pero si
debe censurarsele que dilapiden su prestigio, merecidamente obtenido,
apoyando e imponiendo u n a estupidez del calibre del P.G.C.P."
"Nada hay que oponer a los intentos de cambio en la contabilidad
pública. Yo solo, constato que el P.G.C.P. en u n intento fallido, por
tanto, debe ser derogado, pues su implantación ocasiona gastos
innecesarios y eso, seguro, es antieconómico".
Al margen de las palabras anteriores, que evidencian u n rechazo
claro y absoluto a la implantación del P.G.C.P., h a n sido numerosos los
comentários y pronunciamientos que ponen de relieve la inadecuación
del Plan, por considerarlo u n a copia demasiado fiel del modelo contable
del Sector Privado y no adaptado suficientemente a la especialidad de
los entes a los que h a de aplicarse.
Las siguientes palabras, del profesor REQUENA RODRIGUEZ son
bastante claras al respecte:
"Nos parece obligado subrayar que los entes públicos y privados, aún
con similar fenomenologia económicofmanciera, difieren no obstante, en
la forma de atender a la realización de sus funciones en especial por el
distinto orden externo que los condicionen. Ello quiere decir, pues, que
cualquier intento de planificación contable dei sector público no puede
quedar en u n a mera copia adaptada, sin más, de u n modelo propio dei
sector privado, cual es el caso que nos ocupa, con u n resultado, como no
podia menos que suceder, poço acorde ai propósito que debía presidir
el intento". (13)
187
La Contabilidad Pública de los Entes Locales quedo determinada en
la Instruction de Contabilidad de las Corporaciónes Locales de 1952.
Por su parte, la Ley 7/85, (L.R.L.) determina, en su artículo 114, que
las Entidades Locales quedan sometidos al regimen de contabilidad
pública, asignado a la Administration dei Estado la obligation de
establecer un Plan de Cuentas para las mismas.
Por otro lado, el R.D. 78/86 (T.R.L.R.L.), desarrolla esta cuestión en
sus artículos 456 y siguientes.
De esta forma, el artículo 456 del citado texto, senala que las
Corporaciónes Locales llevarán contabilidad de la situation y gestion
económica en libros y registros adecuados, a fin de que en todo
momento pueda darse razón de las operaciónes presupuestarias,
patrimoniales y de valores independientes o auxiliares, deduciendose
de ellos las cuentas générales que han de rendirse. Anade adernas que
la función contable se manifestará en la toma de razón:
a) De todos los gastos ordenados, de los compromisos adquiridos, de los
derechos y obligaciones reconocidas y liquidadas y sus alteraciones,
de los ingresos y pagos, devoluciones y reintegros de los fondos
presupuestarios.
b) De las entradas y salidas en metálico o valores de los fondos
independientes y auxiliares dei Presupuesto.
c) De los bienes, derechos y obligaciones integrantes dei património.
d) De las operaciónes de Tesoreria y de la recaudación.
e) De las operaciónes de los almacenes y establecimientos de la
Entidad Local.
La Contabilidad Local se desarrolla en los siguientes libros-registro:
- De inventario y Balances.
- General de Rentas y Exacciones.
- General de Gastos.
- De valores independ. y auxiliares de Presupuesto (VIAP).
- De Arqueos.
- Diário general de Intervenoción de Ingresos.
- Diário general de Intervención de Pagos.
Como soporte de la contabilidad auxiliar deben llevarse tambien los
libros:
- De Cajá.
- De arqueo diário.
188
Estos libros son los clásicos de las Entidades Locales, viniendo ya
recogidos en la Instrucción de Contabilidad anexa al Reglamento de
Haciendas de 1952. Estos libros se ven reducidos en los Municipios de
menor de 2.000 habitantes y en las Entidades de âmbito territorial
inferior ai municipal.
El Texto Refundido, no establece las normas de llevanza de los
citados libros, ni su estructura. Por ello se entiende que las normas de
funcionamiento seran, en lo que no hayan sido derogadas, las que
establece la ya mencionada Instrucción.
A su vez, los interventores pueden establecer cuantos libros y
registros consideren necesarios.
Los libros-registros mencionados nacen con u n claro planteamiento
formalista y con el objetivo de rendición de cuentas.
El sistema contable establecido para las Corporaciones locales gira
basicamente en torno ai presupuesto (14), como instrumento de control
legal en el manejo de fondos públicos. Es u n conjunto contable basado
en la existência de três contabilidades: Presupuestaria, patrimonial y
de VIAP. "Todas estas contabilidades que son t r a t a d a s por las normas
légales aisladamente, pueden refundirse y tienen las garantias dei
sistema de Partida doble, pêro no son un sistema contable integrado,
por eso aunque debe cuadrar su Debe y Haber, su Activo y Pasivo, no
constituyen un Plan General de Cuentas, sino u n triple sistema
contable que conviene superar, especialmente con la inclusion contable
de las amortizaciónes en las cuentas de los servicios, para conocer los
costes reales". (15)
La finalidad de este sistema contable está lejos de ser la de u n
sistema de información que permita establecer controles de eficácia y
eficiência sobre la actividad economico-financiera dei Ente Local; es u n a
contabilidad de flujos, que escasamente contempla la situación
patrimonial; u n sistema contable que utiliza el método de la partida
simple (16).
Hay que reconocer, sin embargo, que el sistema Contable Local
vigente y sus procedimientos de trabajo, ha sido instrumento adecuado
y dio respuesta a los fines que se le asignaban.
Pero, con la entrada en vigor de la Ley 39/88, el sistema contable entra
en crisis y se hace necesario su modificación para que mantenga u n a
relación directa con los fines que en la actualidad debe satisfacer.
189
4. LA LEY 39/88 Y EL NUEVO SISTEMA CONTABLE
LOCAL
190
d) Registrar la ejecución de los Presupuestos Générales de la Entidad,
poniendo de manifiesto los resultados presupuestarios.
e) Registrar los movimientos y situacion de la Tesoreria Local.
f) Proporcionar los datos necesarios para la formación de la Cuenta
General de la Entidad, así como de las cuentas, estados y
documentos que deban elaborarse o remitirse ai Tribunal de
Cuentas.
g) Facilitar la información necesaria para la confección de estadisticas
económico-fmancieras por parte dei Ministério de Economia y
Hacienda.
h) Facilitar los datos y demás antecedentes que sean precisos para la
confección de las cuentas económicas dei Sector Público y las
Nacionales de Espana.
i) Rendir la información económica y financiera que sea necesaria para
la toma de decisiones, tanto con el orden político como en el de
gestion.
j) Posibilitar el ejercicio de los controles de legalidad, financiero y
eficácia.
k) Posibilitar el inventario y el control del inmovilizado material,
inmaterial y financiero, el control del endeudamiento y el
seguimiento individualizado de la situacion deudora o acreedora de
los interesados que se relacionen con la Entidad Local.
Esta amplia gama de fines asignados a la contabilidad local,
podemos agruparia en très categorias:
1) Fines de control:
a) Posibilitar el ejercicio del control de legalidad en la ejecución de los
presupuestos.
b) Posibilitar el control financiero.
c) Posibilitar el control de eficácia.
2) Fines de Gestion:
a) Determinar los resultados económicos.
b) Determinar los resultados analíticos.
c) Determinar los resultados presupuestarios.
d) Establecer el balance de la Entidad Local.
e) Registrar los movimientos y situacion de la tesoreria local.
191
3) Fines de Information:
a) Proporcionar los datos necesarios para la formation de la cuenta
general de la Entidad.
b) Facilitar la information necesaria para la confection de estadísticas
económico-financieras.
c) Facilitar los datos para la confection de las cuentas económicas del
Sector Público y las Nacionales de Espana.
d) Rendir la información económica y financiera que sea necesaria para
la toma de decisiones.
La Contabilidad Pública Local está pues subordinada a las
necesidades de control, gestion e información de la hacienda local para
el mejor cumplimiento de los fines asignados.
El nuevo sistema Contable Local queda configurado como u n
SISTEMA CONTABLE INTEGRAL, ya que h a de reflejar todas las
operaciones de naturaleza economico-finlanciera que se den en el
âmbito competencial de los Entes Locales y la información t r a t a d a por
el mismo no se realiza de forma inconexa, sino armónica y
sistematicamente, quedando claramente diferenciados três subsistemas:
- Contabilidad Presupuestaría.
- Contabilidad Financiera.
- Contabilidad Analítica.
Ahora bien, para que, quede garantizada la aplicación y puesta en
marcha dei nuevo sistema contable, es necesario la elaboración de u n
Plan General de Cuentas para las Entidades Locales, conforme al Plan
General de Contabilidad Pública.
Esta atribución, corresponde, de acuerdo con el artículo 184 de
L.R.H.L. a la Intervention General de la Administración dei Estado
(IGAE), debiendo someterse su aprobación ai Ministério de Economia
y Hacienda. A este Departamento ministerial corresponde además, a
propuesta de la IGAE:
a) Aprobar las normas contables de carácter general a las que tendrá
que ajustarse la organización de la contabilidad de los Entes Locales
y sus Organismos Autónomos.
b) Establecer los libros que, como norma general y con carácter
obligatorio, deban llevarse.
c) Determinar la estructura y justification de las cuentas y demás
documentos relativos a la contabilidad pública.
192
El desarrollo de la Ley 39/88 se h a realizado a très niveles
diferentes, con normativas distintas(18):
- Financiera, integrada por diversos e independientes Reales
Decretos.
- Presupuestaria, formada por:
- Orden dei Ministério de Economia y Hacienda de 20 de
septiembre de 1989 (B.O.E. 20-10-89), por la que se establece
la estructura presupuestaria de los presupuestos de las
Entidades Locales.
- Real Decreto 500/90 de 20 de abril (B.O.E. 27-4-90), por el
que se desarrolla el Capitulo I del Título VI de la Ley 39/88,
en materia de presupuestos.
- Contable, regulada por:
- Orden del Ministério de Economia y Hacienda de 17 de julio
de 1990 (B.O.E.), por el que se aprueba la Instruction de
Contabilidad para la Administration Local.
- Orden dei Ministério de Economia y Hacienda de 17 de Julio
de 1990 (B.O.E. 29-7-90) por la que se aprueba la Instrucción
de Contabilidad del tratamiento especial simplificado para
Entidades Locales de âmbito territorial con población inferior
a 5.000 habitantes.
La Instrucción de Contabilidad para la Administración Local consta
de las siguientes partes:
193
Título III. OPeraciónes Contables
Constituye un desarrollo del contenido del Plan General de
Contabilidad Pública adaptado a la Administración Local. Analiza las
anotaciones contables desde el punto de vista de las operaciones que las
producen, complementando de esta forma el contenido del Plan que solo
describe los movimientos de cargo y abono de las distintas cuentas.
194
5. EL PLAN GENERAL DE CONTABILIDAD PÚBLICA
ADAPTADO A LA ADMINISTRACIÓN LOCAL
5.1. Âmbito de aplicación y Características Générales
La contabilidad de los Entes Locales y de los Organismos Autónomos
de ellos dependientes habrá de ajustarse a las normas contenidas en la
Instrucción de Contabilidad para Administración Local y ,por tanto, al
Plan General de Cuentas que se adjunta como Anexo I a la referida
Instrucción.
El Plan será de aplicación, con su entrada en vigor el 1 de enero de
1992, a los siguientes Entes:
- Entidades Locales a las que hace referencia el artáculo 3 s de la Ley
7/1985, de 2 de abril, reguladora de las Bases de Regimen Local. A
las Entidades con población inferior a 5.000 habitantes les será de
aplicación el Plan simplificado.
- Organismos Autónomos dependientes de las Entidades Locales, que
pueden ser:
* Organismos Autónomos de carácter Administrativo.
* Organismos Autónomos de carácter Industrial, Comercial,
Financiero o Análogo.
Sin embargo, las Sociedades Mercantiles cuyo capital social
pertenezca íntegra o mayoritariamente a u n a Entidad Local elaboraran
su contabilidad de acuerdo con el Plan General de Contabilidad en
vigor para las empresas espanolas.
El Plan de Cuentas para la Administración Local es u n a adaptación
del Plan General de Contabilidad Pública de 1983, que a su vez, fue
u n a adaptación del Plan General de Contabilidad para las empresas
espanolas aprobado por Decreto 530/1973, de 22 de febrero (19); como
consecuencia de ello podemos asignarle las mismas características que
presentaba su homónimo para el Estado:
* El Plan es abierto. Aunque en su elaboración se ha pretendido dar
respuesta contable ai mayor numero de operaciones posibles dentro dei
âmbito económico local, queda sin embargo previsto los posibles
câmbios a introducir como consecuencia de la evolución que tenga el
subsector local y sus requerimientos informativos.
* El Plan es flexible. Teniendo en consideración que los destinatários
del Plan son tanto los propios Entes Locales, ya sean Ayuntamientos,
Diputaciónes o Cabildos, como los Organismos Autónomos dependientes
de ellos, bien sean de carácter administritivo o de carácter comercial,
195
financière» o análogo, y analizando la realidad del universo local
espanol, la flexibilidad del Plan se convierte mas que en u n a
característica en un imperativo.
* El Flan es realista. El Centro directivo de la contabilidad pública
espanola (IGAE), teniendo en cuenta los condicionamientos que impone
la realidad dei subsector local, ha manifestado su opción por la
posibilidad de aplicación, mas que por la perfección del Plan.
Los objetivos que, a juicio de la IGAE, se pretenden conseguir con
la adaptación del Plan de Contabilidad Pública a la Administración
Local son los siguientes:
- Modernizar la contabilidad pública local, acercandola a las
concepciónes vigentes en la actualidad en la disciplina contable.
- El mayor acercamiento posible al Plan General de Contabilidad
Pública.
- La normalización de términos y expresiones contables acercandolos
lo máximo posible a los usuales tanto en el âmbito del resto del sector
público como en el sector privado.
- Conseguir u n a mayor coordinación entre las rubricas dei Plan de
Cuentas y las clasificaciónes presupuestarias, aprobadas por la ya
mencionada Orden Ministerial de 20-9-1989.
196
Los grupos 6 y 7 recogen las Cuentas de gestion, asi denominadas
por estar dedicadas a reflejar el flujo de gastos e ingresos ocasionados
por la actividad normal de Ente Local, correspondiendo a:
Grupo 6. Compras y Gastos por Naturaleza
Grupo 7. Ventas e Ingresos por Naturaleza
El grupo 8 contiene las Cuentas de Resultados, en las que se resu-
men los flujos de gastos e ingresos ordinários y aquellos otros de natu-
raleza extraordinária que se presenten, siendo su denominación la de:
Grupo 8. Resultados
El grupo 0 contiene las Cuentas de Control Presupuestario y de
Orden, recibiendo esta misma denominación en el Plan.
Aunque por la denominación de este grupo parece desprenderse que
el control presupuestario está soportado exclusivamente en el mismo,
hay que hacer constar que solo incluye aquellas fases de la ejecución
del presupuesto que no representan la existência de derechos u
obligaciónes de caracter patrimonial. El grupo 0 no contiene todas las
cuentas de control presupuestario, ya que las fases de ejecución
presupuestaria en las que el Ente Local realiza reconocimiento de
derechos y obligaciónes de contenido económico son contabilizadas en
el grupo 4 "Acreedores y Deudores", cuyas cuentas , por tanto, también
tienen carácter de control presupuestario.
El modelo contable adoptado por el Plan responde, por tanto, a un
sistema contable con el siguiente esquema:
CUENTAS DE BALANCE:
G • X / G. Z t G • 3 r
G.4, G.5
CONTABILIDAD
EXTERNA CUENTAS DE RESUL-
TADOS: G. 8
CONTABILIDAD
PRESUPUESTARIA:
G.O, G.4
197
2a DEFINICIONES Y RELACIONES CONTABLES.
Este apartado recoge las definiciones correspondientes a grupos,
subgrupos y cuentas, describiendo los principales motivos de cargo y
abono de las mismas.
3 8 CRITÉRIOS DE VALORACION.
La importância dei establecimiento de unos critérios de valoración
queda recogido en el Plan de la siguiente forma:
"Siguiendo la línea del Plan General de Contabilidad Pública del 11
de noviembre de 1.983, se reconoce que la autenticidad de la
información contable que ofrece una contabilidad, tanto en el aspecto
de la actividad desarrollada durante el ejercicio como en la
presentación de la situación patrimonial, depende, de forma
fundamental de la valoración dada a las diversas rubricas figuradas en
el balance.
Por tanto, resulta esencial el establecimiento de unos critérios
básicos de valoración, que permitan que la información" presentada en
los documentos contables elaborados por los entes locales afectados por
este plan, sea en lo posible, realista y homogéneo".
Los principios contenidos en el Plan, orientadores de los critérios de
valoración a aplicar, son:
- Principio dei precio de adquisición
- Principio de continuidad
- Principio de devengo
- Principio de gestion continuada
Después de exponer los principios inspiradores, establece unos
critérios de valoración especificos para los siguientes bienes integrantes
dei património local:
- Inmovilizado
A) Material
B) Inmaterial
- Existências
- Valores Mobiliários y Participaciones
- Créditos
- Débitos
198
A diferencia de lo que ocurre enn el Plan General de Contabilidad
Público, la adaptación realizada a la Administration Local no incluye
las Cuentas Anuales, que son objeto de regulation en el Título VI de la
Instruction de Contabilidad. Las Cuentas y Estados que deben formar
las Entidades Locales y sus Organismos Autónomos, segun la
mencionada Instruction, constaran de las siguientes partes:
a) Balance de Situation.
b) Cuenta de Resultados.
c) Cuadro de Financiación Anual.
d) Estado de Liquidación del Presupuesto.
e) Estado demostrativo de Presupuestos Cerrados.
f) Estado de los compromisos de gasto adquiridos con cargo a
ejercicios futuros.
g) Estado de Tesoreria.
h) Estado de la Deuda.
A los Estados Anuales anteriores se acompanaran, ai objeto de
ampliar la información contenida en los mismos, u n número
determinado de Anexos.
199
REFERENCIAS
200
Comunicações da Mesa
201
IV JORNADAS DE CONTABILIDADE
Título da Comunicação:
DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE DE
APOIO À AUDITORIA BASEADO NO MÉTODO
DE AMOSTRAGEM "PPS SAMPLING"
203
Resumo
1. Introdução
2. Objectivos da amostra
3. População e unidade de amostragem
4. Tamanho da amostra
5. Método de selecção da amostra
6. Execução do plano de amostragem
7. Análise dos resultados da amostra
7.1. Amostra sem erros
7.2. Amostra com erros
7.2.1. Erro projectado na população
7.2.2. Permissão para o risco de amostragem
8. Conclusões
9. Vantagens e desvantagens
RESUMO
O trabalho que apresentamos tem como objectivo o desenvolvimento
de software de apoio à auditoria com base no método de amostragem
estatística "PPS Sampling".
A introdução ao tema, segue-se u m a apresentação dos materiais e
métodos utilizados para desenvolvimento do software.
Finalmente fazemos a exposição do método de amostragem da qual
constam os aspectos relevantes para compreensão do método e que
obedecem à seguinte ordem:
• descrição dos objectivos da amostra;
• definição da população e da unidade de amostragem;
• determinação do tamanho da amostra;
• método de selecção da amostra;
• execução do plano de amostragem;
• avaliação dos resultados;
• conclusões;
• vantagens e desvantagens do método.
204
1. INTRODUÇÃO
Costa, Carlos Baptista da, "Auditoria Financeira - Teoria e prática", 2" Edição, 1991,
Rei dos Livros.
2
Copyritht (C) Asthon-Tate Corporation, 1985, 1986, 1987, 1988.
2. OBJECTIVOS DA AMOSTRA
Kell, Walter G., Boyton, William C, Ziegler, Richard E., "Modern Auditing", 4e Edição,
1989, Jonh Wiley e Sons, New York, E.U.A..
206
Relativamente às contas a receber, a unidade monetária
seleccionada seria u m determinado valor que constituiria o saldo de um
cliente, a unidade lógica de amostragem a examinar seria a conta do
cliente que correspondesse a esse saldo.
Neste método quanto mais unidades monetárias forem associadas à
unidade lógica, maior a possibilidade dessa unidade lógica ser
seleccionada. Por este motivo a probabilidade de selecção é proporcional
ao número de unidades monetárias. Esta característica é responsável
por duas limitações do método PPS:
• no teste a elementos do activo os saldos nulos ou negativos devem
ser excluídos da população porque não têm possibilidade de ser
seleccionados para a amostra;
• não é adequado no teste aos passivos, porque a possibilidade de
serem seleccionados "items" com valor contabilístico baixo é muito
reduzida. Tratando-se de passivos a probabilidade de incorrecção é
maior nas contas com saldo pouco elevado.
4. TAMANHO DA AMOSTRA
207
incorrecta, ou seja, o auditor estabelece o grau de confiança que
pretende ao examinar u m a conta e o erro tolerável é calculado da
seguinte forma:
ET = VT x (100% - grau de confiança)
O erro tolerável afecta inversamente o tamanho da amostra;
• erro antecipado (EA) - é entendido como o desvio padrão da
população em relação à média, influencia directamente o tamanho da
amostra;
• factor de expansão (FE) - é apenas necessário quando existe erro
antecipado permitindo projectar esse erro para o total da população.
Quanto mais pequeno for o risco de incorrecção, maior o factor de
expansão. Este factor afecta directamente o tamanho da amostra.
O número de elementos da amostra é calculado a partir da seguinte
fórmula:
VTxFC
ET - (EA x FE)
Tabela 1
Factor de 4,61 3,00 2,31 1,90 1,61 1,39 1,21 1,00 0,70
confiança
208
Valor total da população
IS =
Número de elementos da amostra
O procedimento seguinte é o de seleccionar aleatoriamente um valor
compreendido entre um e o intervalo de selecção, constituindo este o
primeiro valor a ser comparado com os valores acumulados da
população. Quando o valor contabilístico acumulado (VCA) for superior
ou igual ao valor aleatório, será seleccionada a unidade lógica que
provocou essa situação. Seguidamente é adicionado ao valor aleatório
o intervalo de selecção e o resultado dessa adição (VS) será comparado
com os valores contabilísticos acumulados, quando for encontrado um
valor acumulado que ultrapasse VS será então seleccionada a unidade
lógica que deu origem a essa situação. Neste momento será novamente
adicionado ao VS o IS, procede-se a nova comparação e a nova selecção
da unidade lógica. Este processo continua sistematicamente até serem
obtidos todos os elementos da amostra.
23 21 777,6 21 777,6
70 66 045,6 87 823,2
90 199 270,8 287 094,0 250 000 199 270,8
93 51 070,2 338 164,2
100 74 038,8 412 203,0
140 103 899,3 516 102,3
160 71 102,7 587 205,0 565 085 71 102,7
190 51 810,1 639 015,1
200 14 554,5 653 569,6
225 3 175,7 656 745,3
260 3 646,6 660 391,9
295 56 053,8 716 445,7
300 68 131,8 784 577,5
320 393 061,5 1 177 639,0 880 170 393 061,5
323 25 224,9 1 202 863,9 1 195 255 25 224,9
Fig. 1 - Processo de selecção da amostra de uma população de 103 elementos, considerando um risco
de incorrecção aceitável de 5% e um grau de confiança de 90%.
209
12 288 302$10
= 315 084$70, arredondando 315 085$00
39
Consideramos ainda a primeira unidade monetária de selecção,
determinada aleatoriamente, de 250 000$00.
Com este método, podemos garantir que todas as unidades lógicas
com valor igual ou superior ao intervalo de selecção serão extraídas da
população para a amostra e que serão ainda extraídas unidades lógicas
com valor inferior ao IS.
A partir deste momento o auditor vai testar e analisar cada u m a
dessas contas com o objectivo de determinar os seus valores reais, isto
é, os valores de auditoria, e compará-los com os correspondentes valores
contabilísticos.
A existência ou não de divergências entre estes dois valores contri-
buirá para projectar os resultados da amostra ao total da população.
210
O LSE é calculado através da seguinte fórmula:
LSE = EP + PRA
sendo:
EP - erro total projectado na população
PRA - permissão para risco de amostragem
O valor destes dois factores será diferente conforme existam, ou não,
erros na amostra, ou seja, divergência entre os valores contabilísticos
e os valores de auditoria.
Por este motivo, trataremos separadamente a avaliação dos
resultados em amostras sem erros e em amostras com erros.
7.1. A m o s t r a s e m erros
211
VTxFC
n =
ET
substituindo n na fórmula do intervalo de selecção vem:
VTxFC
IS = VT/
ET
VTx ET
IS =
VTx FC
ET
IS =
FC
sendo
PRA = FCx IS vem:
ET
PRA = FCx
FC
PRA = ET
Como LSE = PRA, então vem LSE = ET.
Assim, qualquer que seja a situação, quando nenhum erro é
encontrado na amostra, podemos concluir que a população não contém
erros maiores que o ET.
212
EP = PC x IS
em que PC representa a seguinte percentagem de erro:
Valor contabilístico - Valor de auditoria
IS =
Valor contabilístico
Dado que a cada unidade lógica corresponde um intervalo de
selecção no valor contabilístico da população, a fórmula acima permite
que o erro encontrado seja projectado para todo o intervalo a que
pertence.
No caso da unidade lógica ter u m valor contabilístico maior ou igual
ao IS, não é necessário calcular u m a percentagem de erro para o
intervalo de selecção u m a vez que a própria unidade lógica j á é maior
ou igual a esse erro, pelo que o erro a projectar é o encontrado. Assim
vem:
EP = Valor contabilístico - Valor de auditoria
213
• efectuar o somatório da multiplicação do valor dos erros
encontrados pelo incremento no factor de confiança, considerando
ambos os elementos da multiplicação ordenados por ordem
decrescente.
A execução do primeiro passo exige a consulta da tabela 2 -
"Factores de incorrecção aceitável em função do número de erros
encontrados na amostra".
Após estarem identificados os factores de confiança de acordo com
o número de erros encontrados na amostra e atendendo ao risco de
incorrecção aceitável anteriormente especificado, é calculado o
incremento no factor de confiança, conforme figura 2.
Tabela 2
0 3.00 __ -
1 4.75 1.75 0.75
2 6.30 1.55 0.55
3 7.76 1.46 0.46
4 9.16 1.40 0.40
Fig. 2 - Cálculo do incremento no factor de confiança de acordo com o número de erros encontrados na
amostra.
214
Erros projectados Incremento no factor de Permissão incremental
confiança menos um
339 125
8. CONCLUSÕES
215
• a importância do erro antecipado especificado pode não ter sido
suficientemente grande relativamente ao erro tolerável para
limitar adequadamente a permissão para o risco de amostragem.
Neste caso o auditor deve examinar unidades de amostragem
adicionais e reavaliar ou realizar procedimentos de auditoria
alternativos para determinar se a população contém erros
superiores ao erro tolerável;
• a população pode conter erros superiores ao erro tolerável. Neste
caso o auditor pede ao cliente para investigar os erros, e se
possível, ajustar o valor contabilístico.
9. VANTAGENS E DESVANTAGENS
216
IV JORNADAS DE CONTABILIDADE
Título da Comunicação:
A CONTABILIDADE E O LEASING
217
O LEASING
Resenha Histórica
As primeiras operações realizadas dentro de um conceito de Leasing
algo semelhante ao actual ocorrem no Séc. XIX, tendo por
intervenientes empresas industriais, essencialmente no âmbito dos
transportes e comunicações.
Estas operações enquadram-se essencialmente no conceito de
Leasing operativo, dado que, para além da compra do bem e da sua
cedência, eram prestados serviços complementares essencialmente
porque o locador era o próprio produtor dos bens.
O Leasing financeiro conheceu o seu advento, no que respeita aos
imóveis nos anos 30, enquanto que na área do mobiliário só viu o seu
início nos anos 50, surgindo como empresa locadora u m a empresa
financeira e sendo o locatário u m a empresa em sentido lato.
Este tipo de Leasing tem como modalidades a aquisição ou
construção de um bem por parte do locador, de acordo com instruções
do locatário, que passa a dispor do referido bem contra o pagamento de
uma prestação pecuniária: A renda de locação financeira.
Nesta modalidade, o locatário assume todos os riscos e encargos
durante o período do contrato.
No final do contrato, existe uma opção de compra por um preço igual
ao valor residual, ou, em alternativa a celebração de um novo contrato.
218
Com o crescimento da Actividade, graças ao contributo que deu ao
desenvolvimento do aparelho produtivo nacional, foram surgindo
diversas empresas, encontrando-se actualmente em actividade no ramo
mobiliário 19 empresas e no imobiliário 4 empresas.
O tecido empresarial português (empresas, empresários em nome
individual e profissionais liberais), cedo entendeu as potencialidades do
Leasing para a satisfação das suas necessidades de renovação e
aquisição de bens imóveis e bens de equipamento, tendo o sector
mobiliário apresentando o crescimento que se segue:
83/84 - 72%
84/85 - 53%
85/86 - 52%
86/87 - 146%
87/88 - 134%
88/89 - 31%
89/90 - 33%
No que concerne ao sector imobiliário, pelas características dos bens em
questão, pelos elevados montantes envolvidos e pela situação económica
que o país vivia, o crescimento assumiu formas diferentes como abaixo
se descrimina:
83/84 - 10%
84/85 - 7%
85/86 - 56%
86/87 - 261%
87/88- 120%
88/89 - 92%
89/90- 131%
Particularidades do Leasing
Como contrapartida da utilização de um bem é paga pelo locatário
u m a renda/prestação, composta pela amortização do financiamento e
pela remuneração do capital.
O Leasing apresenta algumas particularidades importantes, das
quais saliento a hipótese de envolver importações, de mudar o local de
instalação dos equipamentos, de ceder a posição contratual, de
reformular as condições financeiras do contrato, de efectuar o lease
back fornecedor (produtor vende à Leasing e depois torna-se locatário)
e no caso dos veículos a possibilidade de poderem sair do país.
219
Como se pode constatar, é um produto que permite uma grande
flexibilidade, podendo inclusive adaptar-se a cadência dos dispêndios às
características da gestão de tesouraria dos clientes.
No que concerne às vantagens inerentes à locução financeira passo
a indicar os aspectos mais importantes:
• Financiamento a 100% a médio e longo prazo;
• Simplicidade e rapidez;
• Encargos fiscalmente dedutíveis, excepto nos veículos, em que na
cat. B do 1RS só serão dedutíveis 50% das rendas e nas entidades
sujeitas a IRC só é dedutível a parcela da renda, correspondente
a um valor inferior a 4.000 contos.
• No que respeita aos imóveis não é dedutível apenas a parcela das
rendas correspondente à amortização do valor do terreno.
• Liberta capital circulante para outras aplicações.
• Melhora a estrutura financeira do locatário, não figurando no
passivo mas em contas de ordem.
• Diminui os riscos de obsolescência técnica.
• Não implica por norma a existência de garantias reais.
• O Leasing de imóveis, considerando o binómio prazo e taxa
envolvidos, afigura-se hoje como altamente vantajoso.
• A comparação em igualdade de circunstâncias do financiamento
em Leasing com o financiamento bancário, dá clara primazia ao
Leasing pela poupança fiscal gerada.
No que concerne às desvantagens:
• O locatário só tem a propriedade do bem no fim do contrato.
• Existem severas cláusulas em caso de incumprimento.
220
No final do contrato, se concretizar a operação de compra,
contabiliza o bem pelo preço pago: o valor residual. No caso dos bens
cuja vida útil não coincide com o período do contrato de locução
financeira, deverá registá-lo pelo seu valor líquido, que passará a
amortizar no seu balanço.
Em suma:
Pelas rendas: 62219
a 11/12
No final do Contrato se houver opção:
No caso do mobiliário 42
a 11
No caso do imobiliário 42
a 11
a 79
Pelas amortizações 662
a 482
221
início do contrato: 42
a 261
Pelas rendas: 6818
261
a 11/12
Pelas amortizações: 662
a 482
final do contrato:
Se houver opção: 261
6818
a 11/12
Se não houver opção:
Abate do imobilizado: 7942/6942
a 42
Abate das amortizações: 48
a 7942/6942
Valor residual: 261
a 7942/6942
Esta metodologia de contabilização, foi contudo suspensa até ao final
de 1992.
222
de Janeiro, referente às reintegrações, se considerar a reintegração dos
bens em locação financeira como se os bens fossem contabilizados na
locadora, existindo alguma descoordenação com o disposto no novo
P.O.C..
Por outro lado, colocam-se questões algo complexas, com o facto de
se menosprezar a individualidade do direito de propriedade, sendo a
locadora a proprietária e a contabilização efectuada no balanço da
locatária que está a contabilizar activos e passivos futuros.
No caso do contrato não ser cumprido, a locatária faz desaparecer o
bem do seu balanço, dando imagem de que tudo está bem, quando
efectivamente assim não é.
Toda esta questão, pela sua delicadeza, encontra-se no cerne de um
grande debate a nível comunitário, não havendo ainda qualquer
harmonização, pelo que a atitude das autoridades nacionais foi algo
apressada implicando, no caso de a nova metodologia de contabilização
ter entrado em vigor a possibilidade de se ver n a necessidade de a
alterar por a normalização comunitária ter apontado noutro sentido.
223
momento da opção, no final do contrato, o que permitirá obter
importantes benefícios fiscais.
Quanto à Contabilidade, foi assumida a prorrogação da suspensão
da aplicação do novo P.O.C, ao Leasing até à definição desta matéria
pelas autoridades comunitárias.
De acordo com as citadas intervenções, abriram-se importantes
perspectivas para o sector do Leasing em Portugal e para os seus
clientes, nomeadamente para a sua preparação para o embate que
representará a abertura do espaço comunitário em 1993.
224
IV JORNADAS DE CONTABILIDADE
Título da Comunicação:
SOBRE A INCLUSÃO DOS REVISORES
OFICIAIS DE CONTAS NOS ÓRGÃOS DE
FISCALIZAÇÃO DAS SOCIEDADES
225
INDICE
1. INTRODUÇÃO
3. A SITUAÇÃO ACTUAL
4. O PROBLEMA DA FISCALIZAÇÃO DA
GESTÃO
5. CONCLUSÕES
226
1. INTRODUÇÃO
227
- Fiscalizar a administração da sociedade;
- Dar parecer sobre o balanço, inventário e relatório.
Cerca de vinte anos mais tarde, foi aprovado por Carta de Lei de 28
de Junho de 1888 o Código Comercial de Veiga Beirão, estando a
fiscalização das sociedades anónimas contemplada na secção III. De
acordo com o artigo 171° tal fiscalização cabia a um Conselho Fiscal
eleito pela Assembleia Geral e composto, segundo o artigo 175 s , pelo
menos por três accionistas. Ao Conselho Fiscal estavam cometidas as
funções seguintes:
- Examinar, sempre que o julgasse conveniente, e pelo menos de
três em três meses, a escrituração da sociedade;
- Convocar a Assembleia Geral extraordinária, quando o julgasse
necessário, exigindo-se neste caso o voto unânime do Conselho,
quando composto só de três membros, e de dois terços dos vogais,
quando composto de maior número;
- Assistir às sessões da Direcção, sempre que o entendesse
conveniente;
- Fiscalizar a administração da sociedade, verificando frequente-
mente o estado da Caixa e a existência dos títulos ou valores de
qualquer espécie confiados à guarda da sociedade;
- Verificar o cumprimento dos estatutos relativamente às condições
estabelecidas para a intervenção dos accionistas nas assembleias;
- Vigiar pelas operações de liquidação da sociedade;
- Dar parecer sobre o balanço, inventário e relatório apresentado
pela Administração;
- E, igualmente, vigiar por que as disposições da lei e dos estatutos
fossem observadas pela Administração.
Ao longo dos anos foi sendo publicada alguma legislação relacionada
com a fiscalização de determinados tipos de sociedades anónimas
(concessionárias do Estado ou da Câmara Municipal de Lisboa,
estrangeiras com acções e obrigações cotadas nas Bolsas de Lisboa ou
Porto, etc.).
Uma lei importante sobre esta matéria, que contudo nunca foi
regulamentada, foi a Lei n s 1995, de 17 de Maio de 1943, segundo a
qual a fiscalização das sociedades por acções seria exercida por peritos
ajuramentados e com intervenção do Tribunal, os quais teriam de fazer
parte da Câmara dos Verificadores das Sociedades por Acções.
228
A estes Verificadores, que não faziam parte do Conselho Fiscal,
estavam cometidas funções eminentemente relacionadas com o que
podemos designar de revisão de contas ou auditoria.
De referir que aquela lei previa que à medida que o regime por ela
instituído entrasse em execução, nas sociedades assim fiscalizadas
deixaria de existir o Conselho Fiscal, salvo se a assembleia geral
deliberasse mantê-lo.
Com a publicação do Decreto-Lei nQ 49381, de 15 de Novembro de
1969, foi instituído o novo regime de fiscalização das sociedades
anónimas o qual se manteve em vigor até à publicação do Código das
Sociedades Comerciais.
De entre as inovações constantes daquele diploma, destacamos as
seguintes:
- os membros do Conselho Fiscal e o Fiscal único podiam ser ou
não accionistas;
- podiam ser eleitos como membros do Conselho Fiscal pessoas
colectivas;
- um membro do Conselho Fiscal e um suplente ou o Fiscal único
e u m suplente tinham de ser revisores oficiais de contas (ROC)
ou sociedades de revisores oficiais de contas (SROC);
- a fiscalização das sociedades anónimas cujo capital não excedesse
2 500 contos podia ser exercida apenas por u m Fiscal único e um
suplente;
- a fiscalização das sociedades anónimas cujo capital excedesse
2 500 contos estava cometida a um Conselho Fiscal o qual,
conforme os estatutos da sociedade, teria de ser composto por:
- três membros efectivos e u m ou dois suplentes;
- cinco membros efectivos e dois suplentes.
As funções cometidas ao Conselho Fiscal eram as seguintes:
- Fiscalizar a administração da sociedade;
- Vigiar pela observância da lei e dos estatutos;
- Verificar a regularidade dos livros, registos contabilísticos e
documentos que lhes servem de suporte;
- Verificar, quando o julgasse conveniente e pela forma que
entendesse adequada, a extensão da caixa e as existências de
qualquer espécie de bens ou valores pertencentes à sociedade ou
por ela recebidos em garantia, depósito ou outro título;
229
- Verificar a exactidão do balanço e da conta de resultados ou de
ganhos e perdas;
- Verificar se os critérios valorimétricos adoptados pela sociedade
conduziam a u m a correcta avaliação do património e dos
resultados;
- Elaborar anualmente relatório sobre a sua acção fiscalizadora e
dar parecer sobre o relatório, balanço, contas e propostas
apresentados pela administração;
- Convocar a assembleia geral, quando a respectiva mesa o não
fizesse, estando vinculada à convocação;
- Cumprir com as demais obrigações impostas pela lei e pelos
estatutos.
3. A SITUAÇÃO ACTUAL
230
depositadas, em número fixado no contrato de sociedade, não inferior
ao necessário p a r a conferir u m voto na assembleia geral, implicando a
alienação das acções a cessação de funções.
Como se verifica, neste caso, a lei não impõe que u m ROC faça parte
do Conselho Geral. Contudo, nas sociedades onde exista este órgão
social, a assembleia geral deve designar u m ROC ou u m a SROC p a r a
proceder ao exame das contas da sociedade.
Vejamos de seguida as competências do Conselho Fiscal e do
Conselho Geral.
Conselho Fiscal Conselho Geral
(artigo 420e do CSC) (artigo 441 9 do CSC
a) Fiscalizar a administração da a) Nomear e destituir os directores;
sociedade; b) Designar o director que servirá de
b) Vigiar pela observância da lei e do presidente e destituí-lo;
contrato de sociedade; c) Representar a sociedade nas
c) Verificar a regularidade dos livros, relações com os directores;
registos contabilísticos e d) Fiscalizar as actividades da
documentos que lhe servem de direcção;
suporte; e) Verificar, quando o julgue
d) Verificar, quando o julgue conveniente e pela forma que
conveniente e pela forma que entenda adequada, a regularidade
entenda adequada, a extensão da dos livros, registos contabilísticos
caixa e das existências de e documentos que lhe servem de
qualquer espécie dos bens ou suporte, assim como a situação de
valores pertencentes à sociedade quaisquer bens ou valores
ou por ela recebidos em garantia, possuídos pela sociedade a
depósito ou outro título; qualquer título;
e) Verificar a exactidão do balanço e f) Aprovar o relatório e as contas
da demonstração dos resultados; elaborados pela direcção;
0 Verificar se os c r i t é r i o s g) Elaborar anualmente um relatório
valorimétricos adoptados pela sobre a sua actividade e
sociedade conduzem a uma apresentá-lo à assembleia geral;
correcta avaliação do património e h) Conceder ou n e g a r o
dos resultados; consentimento à transmissão de
g) Elaborar anualmente relatório acções, quando este for exigido
sobre a sua acção fiscalizadora e pelo contrato;
dar parecer sobre o relatório, i) Convocar a assembleia geral,
contas e propostas apresentados quando entenda conveniente;
pela administração; j) Exercer as demais funções que lhe
h) Convocar a assembleia geral, sejam atribuídas por lei ou pelo
quando o presidente da respectiva contrato de sociedade.
mesa o não faça, devendo fazê-lo;
i) Cumprir as demais atribuições
constantes da lei ou do contrato de
sociedade.
231
Verifica-se pois que diversas funções cometidas ao Conselho Fiscal
(nas sociedades com estrutura tradicional) estão cometidas ao Conselho
Geral (nas sociedades que adoptem a nova estrutura, inspirada no
modelo alemão).
Ao permitir que as sociedades anónimas adoptem uma forma de
estrutura diferente da tradicional, o CSC deu um primeiro passo no
sentido de os ROC deixarem de estar inseridos num órgão social das
empresas.
A atribuição que o CSC reserva para o ROC na estrutura moderna
das sociedades anónimas ("proceder ao exame das contas da sociedade")
está perfeitamente definida no Decreto-Lei n s 519-L2/79, de 29 de
Dezembro, o qual estabelece que uma das atribuições exclusivas dos
ROC é o "exame das contas de empresas ou de quaisquer outras
entidades, em ordem à sua certificação legal", o qual se destina "a
atestar a sua sinceridade e regularidade". E mais adiante, o mesmo
diploma refere que a "certificação legal das contas exprime a convicção
do revisor de que os documentos de prestação de contas representam ou
não, de forma verdadeira e apropriada, os resultados das operações e
a situação patrimonial da empresa relativamente ao período e à data
a que os mesmos se referem".
Aliás, já há quase 20 anos que o Dr. Alberto Pimenta defendia que
as contas anuais das sociedades anónimas deviam ser examinadas por
um perito o qual, entre outras incompatibilidades, não podia ser
"accionista, membro do Conselho de Administração ou do Conselho
Fiscal da sociedade ou de qualquer empresa dela dependente ou por ela
dominada, ou exercer, quer na sociedade quer nestas empresas,
qualquer função remunerada"1.
Podemos aliás dizer que este conceituado jurista (assim como outras
pessoas que vêm defendendo que o ROC não deve fazer parte de
qualquer órgão social nem ser considerado como tal) anteviu o que as
directivas comunitárias sobre o direito das sociedades preconizam sobre
o assunto.
Assim, o projecto inicial da 5a Directiva da CEE (que trata da
estrutura das sociedades anónimas e dos poderes e obrigações dos seus
órgãos) aponta naquele mesmo sentido ao preconizar no seu artigo 52s
232
"a obrigação de independência do ROC 1 . Por seu lado, a 8 a Directiva da
CEE (que t r a t a das qualificações mínimas dos ROC e que foi aprovada
em 1984) estabelece, no seu artigo 249, que "os Estados-membros
determinarão que essas pessoas (ROC) não podem efectuar u m a
fiscalização legal se não forem consideradas independentes segundo o
direito do Estado-membro que exija a fiscalização". E o artigo 27 s da
mesma Directiva separa inequivocamente os ROC dos órgãos de
administração, de direcção ou de fiscalização das sociedades.
Aliás, faz exactamente agora três anos que a Comissão para as
questões comunitárias da Fédération des Experts Comptables
Européens (FEE) elaborou (em 10/10/88) um documento intitulado "A
independência do ROC" onde esta problemática é detalhadamente
tratada. O capítulo rV do trabalho debruça-se sobre a independência e
as regras de funcionamento das sociedades. Na parte dedicada às
incompatibilidades escreve-se: "o ROC não pode aceitar ou prosseguir
um trabalho logo que ele exerça certas funções incompatíveis".
Como exemplos refere-se, entre outros, que o ROC não pode aceitar
um trabalho desde que "seja representante legal, faça parte dos órgãos
de administração, de direcção ou de fiscalização ou seja sócio da
sociedade em causa".
E mais à frente, o capítulo V, intitulado "Independência e
comportamento do ROC" refere:
1
Designado por "Contrôleur légal", na versão francesa e por "Statutory auditor", na
versão inglesa.
233
abertas) vai no sentido de os ROC não fazerem parte dos Conselhos
Fiscais nem serem considerados Conselhos Fiscais, como infelizmente
ainda acontece em Portugal.
Aliás legislação muito recente e promulgada depois da entrada em
vigor do CSC aponta nesse sentido. Vejamos dois exemplos.
Assim, o Decreto-Lei n 9 495/88, de 30 de Dezembro, que define o
regime jurídico das sociedades gestoras de participações sociais (SGPS),
estabelece no número 2 do seu artigo 10a que "todas as SGPS, qualquer
que seja o seu tipo ou estrutura, têm obrigação de designar um ROC ou
u m a SROC nos termos do artigo 446 s do CSC". E logo a seguir, o
número 3 estipula que "às SGPS que tenham Conselho Fiscal não é
aplicável o disposto no número 2 do artigo 414fi do CSC".
Ou seja, por outras palavras, nos casos em que as SGPS tenham
Conselho Fiscal o ROC não faz parte deste órgão social. A atribuição
cometida ao ROC é a de proceder ao exame das contas da sociedade.
Por outro lado, o Código do Mercado de Valores Mobiliários (apro-
vado pelo Decreto-Lei n 9 142-A/91, de 10 de Abril) estabelece no seu
artigo 100 s , que os documentos de prestação de contas das empresas
cotadas nas Bolsas têm de ser acompanhados de um relatório ou
parecer de um auditor que faça parte do Registo de auditores
organizado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
234
CROC (aprovadas em 1983) dedicam 40 artigos à problemática da
revisão legal das contas e apenas 6 artigos à revisão legal de empresas.
A questão da fiscalização de gestão põe-se, sobretudo, quando ao
ROC se pede que aprecie se os actos praticados "são legalmente
permitidos" e se "foram executados no âmbito dos poderes conferidos,
concretizando decisões em favor da entidade gerida, nas quais foi
empregada a diligência de um gestor criterioso e ordenado".
Parece fora de dúvida que toda a gestão de u m a empresa (boa ou
má) se reflecte nas demonstrações financeiras. Aliás, o POC, ao
enfatizar na demonstração dos resultados, os resultados operacionais
vai exactamente nesse sentido u m a vez que são tais resultados que
reflectem a eficiência e a eficácia com que a administração geriu os
negócios da sociedade.
Por outro lado, é à administração que compete a responsabilidade de
elaborar as contas anuais e, previamente, implementar adequados
sistemas contabilísticos e de controlo interno.
Ora, um sistema de controlo interno "é o plano de organização e
todos os métodos e procedimentos adoptados pela administração de uma
entidade para auxiliar a atingir o objectivo de gestão de assegurar,
tanto quanto for praticável, a metódica e eficiente conduta dos seus
negócios, incluindo a aderência às políticas da administração, a
salvaguarda dos activos, a prevenção e detecção de fraudes e erros, a
precisão e plenitude dos registos contabilísticos e a atempada
preparação de informação financeira fidedigna" 1 .
Assim sendo, e não podendo o ROC proceder à revisão legal de con-
tas em ordem à respectiva certificação sem previamente ter efectuado
testes de conformidade 2 , conclui-se que ele efectua a chamada
"fiscalização da gestão" a nível da verificação dos sistemas
contabilísticos e de controlo interno.
Ir para além disto a nível da fiscalização de gestão poderá ter como
consequência transformar o ROC num co-gestor.
1
Norma de Auditoria ne 6 da IF AC.
2
Testes que visam confirmar que as técnicas de controlo interno, sendo adequadas, se
encontram em efectivo funcionamento ao longo do exercício (artigo 35s das Normas
Técnicas da CROC).
235
5. CONCLUSÕES
236
6
Comunicações da Mesa IV
237
IV JORNADAS DE CONTABILIDADE
Título da Comunicação:
PROBLEMÁTICA DAS PROVISÕES E DAS
REINTEGRAÇÕES E AMORTIZAÇÕES
em óptica contabilístico-fiscal e de auditoria
239
SUMÁRIO
PROVISÕES
1. Conceito, Essência e Objectivos
2. Génese e Evolução
3. Enquadramento Legal
4. Patrimonialidade das Provisões
5. Contrapartida das Provisões
6. Tipos de Provisões
7. Análise do Tratamento Fiscal das Provisões
8. Análise Comparativa dos Tratamentos Fiscal e
Contabilístico das Provisões
9. Análise do Regime das Provisões
10. Posição das Provisões no Balanço
11. Procedimentos em Auditoria
AMORTIZAÇÕES E REINTEGRAÇÕES
1. Discórdia Terminológica
2. Métodos de Contabilização das Amortizações
3. Métodos de Cálculo das Quotas de Deperecimento
4. Inovações introduzidas pela Reforma Fiscal
5. Elevação das Taxas das Tabelas Anexas ao D.R.
n9 2/90
6. Procedimentos em Auditoria
240
PROVISÕES
PROVISÕES = ESTIMATIVAS
241
É evidente que a criação de qualquer provisão é sempre uma
resultante da afectação de resultados positivos obtidos pela empresa à
satisfação de u m risco futuro, previsível no momento da afectação.
As provisões são verbas estimadas conexas com ocorrências
ulteriores sobre cuja verificação existe um certo grau de incerteza, quer
quanto à sua concretização quer quanto ao montante dos riscos e dos
encargos que provavelmente a unidade económica (u.e.) virá a suportar
no futuro. Portanto, só o futuro dirá se as provisões atempadamente
constituídas foram insuficientes ou excessivas.
Não obstante as dificuldades em estimar custos ou prever a
ocorrência de encargos, a verdade é que, caso se venham a verificar,
eles não podem afectar as contas do exercício. Por isso as provisões
devem contabilizar-se sempre no exercício em que surgiram os eventos,
quer nele haja lucro, quer haja prejuízo.
A contabilização é feita na fase de rectificação ou regularização de
contas, portanto antes do apuramento dos resultados do exercício.
As PROVISÕES são parcelas de custos que se contabilizam por
precaução 1 . Visam ocorrer a perdas futuras e prováveis, cujo montante
se ignora, mas que são bem determinadas quanto à sua natureza:
- Provisões para créditos de cobrança duvidosa;
- Provisões para depreciação de existências;
- Provisões para Investimentos Financeiros;
- Provisões para riscos e encargos.
Por isso, não são admissíveis provisões para riscos gerais.
Note-se que embora as provisões digam respeito a riscos e encargos
futuros ou a depreciações não definidas, se reportam ao exercício em
que se constituem. Por outro lado, a probabilidade de se concretizarem
os riscos e os encargos que estão na origem da constituição de
provisões, existe. Desde logo se justifica, do ponto de vista
contabilístico, a sua existência, o que aliás resulta da observância, entre
outros, dos princípios contabilísticos da prudência (prudence) e da
especialização dos exercícios ou do acréscimo (accrual). Assim, este
1
As Provisões para Riscos e Encargos, que se reportam a todo o património, no Balanço
situam-se no Passivo, em classe que se poderia denominar precisamente
De Precaução.
O Passivo desintegrar-se-ia, então, assim:
De Funcionamento
De Financiamento
De Precaução
242
estabelece que "os proveitos e os custos são reconhecidos quando obtidos
ou incorridos, independentemente do seu recebimento ou pagamento,
devendo incluir-se nas demonstrações financeiras dos períodos a que
respeitam", do princípio da prudência deduz-se que a contabilidade deve
registar todas as perdas de valor - efectivas ou potenciais - e não
atender aos ganhos potenciais, introduzindo nas contas um certo grau
de precaução, sem contudo distorcer os resultados.
Tendo em conta os riscos da actividade económica aos quais a
empresa em particular se expõe, porquanto basta existir a empresa
(qualquer que seja a sua dimensão) para haver risco, as provisões,
quando justificadas e razoáveis, contribuem para conferir às
demonstrações financeiras as necessárias características qualitativas,
nomeadamente as de relevância e fiabilidade, que o P.O.C, consagrara.
Riscos - São acontecimentos incertos e aleatórios.
Classes patrimoniais positivas sujeitas a riscos, cuja cobertura é
assegurada por provisões:
- Créditos
- Existências
- Investimentos Financeiros
As provisões devem estar correlacionadas com a actividade da
empresa e deverão constituir-se apenas as provisões necessárias, pois
é regra internacionalmente aceite 1 que as provisões não justificadas
não devem ser permitidas - e caso existem, devem ser anuladas.
Até há pouco 2 , no nosso País, essa regra não era observada,
acontecendo até, e não raro, as empresas contabilizarem provisões não
justificadas e desnecessárias, embora enquadráveis nas possibilidades
fiscais então existentes.
As provisões não justificadas e tais provisões de mera permissão
fiscal, se figurarem no balanço, são verdadeiras reservas ocultas.
O Art" 42." da TV Directiva da CEE diz expressamente: "O montante das provisões
para riscos e encargos não pode ultrapassar as necessidades".
O Código do IRC, aprovado pelo Decreto-Lei n ' 442-B188, de 30 de Novembro, que
entrou em vigor em 1 de Janeiro de 1989, introduziu profundas alterações na base de
cálculo das provisões, que passou a atender à realidade factual em vez da base estatística
(aplicação de percentagem sobre os saldos que apresentavam determinadas contas à data
de 31-12, para o cálculo das provisões a considerar para propósitos fiscais).
Anteriormente, também, a D.G.C.I. definia regras de cálculo das provisões para
ramo de actividade - v.g. Portaria nQ 142/80, de 29 de Março.
243
Pode dizer-se ainda que qualquer provisão, independentemente das
distinções que adiante se farão, permite na prática:
- Reduzir os resultados do exercício, dado que é a contrapartida dos
custos ou perdas incertas;
- Regularizar o balanço, diminuindo o valor do património;
- Evitar que futuros exercícios sejam sobrecarregados com custos
ou perdas imputáveis ao próprio exercício.
Frisa-se que o conceito de provisões geralmente adoptado entre nós
aproxima-se do definido na IV Directiva da CEE, que diz:
Artigo 20°
1. As provisões para riscos e encargos têm por objectivo cobrir perdas ou dívidas que
estão claramente circunscritas, quanto à sua natureza, mas que, na data de encerramento
do balanço, são ou prováveis ou certas, mas indeterminadas quanto ao seu montante ou
quanto à data da sua ocorrência.
2. Os Estados-membros podem igualmente autorizar a constituição de provisões tendo
por objectivo cobrir encargos que tenham a sua origem no exercício ou em exercício anterior
e que estão claramente circunscritos quanto à sua natureza mas que, na data de
encerramento do balanço, são ou prováveis ou certos mas indeterminados quanto ao seu
montante ou quanto a data de ocorrência .
3. As provisões para riscos e encargos não podem ter por objectivo corrigir os valores
de elementos do activo.
1
É o seguinte o teor do Art9 33. ° do C.C.I.:
Apenas serão de considerar como provisões para efeito do disposto no n° 8 do artigo
26.°:
a) As que se destinarem a ocorrer a obrigações e encargos derivados de processos
judiciais em curso por factos que determinariam a inclusão daqueles entre os custos ou
perdas do exercício;
b) As que visarem a constituição da reserva técnica necessária à cobertura dos encargos
das entidades patronais que não transfiram para outrem as responsabilidades emergentes
de acidentes de trabalho e doenças profissionais, não podendo o montante anual das
provisões exceder 80% dos prémios que seriam devidos se o seguro fosse efectuado em
qualquer empresa seguradora nacional;
c) As que tiverem por fim a cobertura de créditos de cobrança duvidosa, calculadas em
função da soma dos créditos resultantes da actividade normal da empresa existentes no
fim do exercício;
d) As que se destinarem a cobrir as perdas de valor que sofrerem as existências;
e) As que tiverem sido constituídas de harmonia com a disciplina imposta pela
Inspecção de Seguros e pelo Banco de Portugal às empresas submetidas à sua fiscalização.
§leAs taxas e os limites das provisões a que se referem as alíneas c) e d) serão fixados
pelo Ministério das Finanças para cada ramo de actividade, com prévia audiência do
organismo que, a nível nacional, represente a respectiva actividade.
2° As provisões que não devam subsistir por não se terem verificado os eventos a que
se reportam, e bem assim as que forem utilizadas para fins diversos dos expressamente
previstos neste artigo, considerar-se-ão proveitos ou ganhos do respectivo exercício.
244
ESSÊNCIA
O conceito de provisão é de essência contabilística e não fiscal. Por
isso, as empresas devem observar o que sobre provisões dispõe o P.O.C.,
cujas regras, critérios e princípios consubstanciam autêntico direito da
contabilidade de cumprimento obrigatório.
Mas é às empresas, e só a elas, que cabe decidir em relação a cada
período (normalmente o exercício económico) quais os créditos
comerciais que no futuro próximo se mostrarão de cobrança
problemática, com base em factos concretos surgidos no exercício ou em
exercício(s) anterior(es) e dos quais possam advir potenciais prejuízos
ou dar lugar a eventuais passivos.
"Assim, pareceria lógico que a legislação fiscal acatasse por inteiro
as disposições contabilísticas que decorrem da observância, entre
outros, dos princípios da prudência e da especialização dos exercícios,
ou, nessa impossibilidade, optasse por excluir alguns tipos de provisões,
o que daria lugar a meras correcções extra-contabilísticas para efeitos
de determinação do lucro tributável" 1 .
OBJECTIVOS
Os objectivos que as visam são os seguintes:
- Registar prejuízos certos, mas de importância não determinada;
- Relevar encargos a satisfazer, cuja importância exacta se
desconhece.
2. GÉNESE E EVOLUÇÃO
Uma coisa são as provisões, outra são os Encargos a Pagar (subconta 26.8 do POC).
A subconta "Encargos a Pagar" serve de contrapartida a custos da Classe 6 que,
embora já concretizados, ainda não estavam pagos nem contabilizados à data de 31-12.
A revelação de tais custos deve efectuar-se sempre à data de fim de exercício, em
obediência ao Princípio do Conservantismo.
245
Logo em 1932, talvez devido à grande Depressão de 1929/30, o
"American Institute of Certified Public Accounts" (AICPA) encetou a
recolha e tratamento de uma série de dados sobre as provisões.
E, em 1975, surge a primeira norma sobre provisões: A norma n 9 5
do #F.A.S.B.".
Em J u n h o de 1979 surgiu a Norma nfi 10 emanada do "I.A.S.C.".
Em Portugal, no livro A TÉCNICA DA LEITURA DE BALANÇOS,
de F. Caetano Dias, publicado em 1936, em Lisboa, não é feita alusão
a provisões. Somente no balanço constante de fis. 174 e 175 se inscreve
na classe PATRIMÓNIO LÍQUIDO a conta Depreciações e
Amortizações, referente apenas aos elementos do imobilizado corpóreo.
3. ENQUADRAMENTO LEGAL
1
É o seguinte o teor do Art" 33." do C.C.I.:
Apenas serão de considerar como provisões para efeito do disposto no n° 8 do artigo
26.":
a) As que se destinarem a ocorrer a obrigações e encargos derivados de processos
judiciais em curso por factos que determinariam a inclusão daqueles entre os custos ou
perdas do exercício;
b) As que visarem a constituição da reserva técnica necessária à cobertura dos encargos
das entidades patronais que não transfiram para outrem as responsabilidades emergentes
de acidentes de trabalho e doenças profissionais, não podendo o montante anual das
provisões exceder 80% dos prémios que seriam devidos se o seguro fosse efectuado em
qualquer empresa seguradora nacional;
c) As que tiverem por fim a cobertura de créditos de cobrança duvidosa, calculadas em
função da soma dos créditos resultantes da actividade normal da empresa existentes no
fim do exercício;
d) As que se destinarem a cobrir as perdas de valor que sofrerem as existências;
e) As que tiverem sido constituídas de harmonia com a disciplina imposta pela
Inspecção de Seguros epelo Banco de Portugal às empresas submetidas à sua fiscalização.
§ Is As taxas e os limites das provisões a que se referem as alíneas c) e d) serão fixados
pelo Ministério das Finanças para cada ramo de actividade, com prévia audiência do
organismo que, a nível nacional, represente a respectiva actividade.
2" As provisões que não devam subsistir por não se terem verificado os eventos a que
se reportam, e bem assim as que forem utilizadas para fins diversos dos expressamente
previstos neste artigo, considerar-se-ão proveitos ou ganhos do respectivo exercício.
246
Portanto, a contabilizarem-se provisões para propósitos fiscais, elas
não podem extravasar o âmbito do Artfi 33. e de C.C.I. 1
Por outro lado, podem mesmo deixar de se constituir provisões, o que
contudo será contrário aos elementares princípios de uma sã gestão.
Com efeito, qualquer empresa, por mais cuidado que use na concessão
de crédito aos seus clientes, pode ver-se confrontada com situações de
incobrabilidade, por causas imprevistas e imprevisíveis (v.g. conjuntura
económica, razões políticas: revoluções, guerras, etc.) e, também, por
mais cuidado que ponha nos aprovisionamentos, pode por simples
mudanças atmosféricas ficar em armazém com stocks obsoletos (v.g.
artigos de estação, etc.).
E, caso não se constituam provisões, o balanço e a conta de
resultados não evidenciam a real situação patrimonial, financeira e de
crédito da empresa, não proporcionando pois a "true and fair view" ou
"l'image fidèle".
1
Uma coisa são as provisões, outra são os Encargos a Pagar (subconta 26.8 do PCC).
A subconta "Encargos a Pagar" serve de contrapartida a custos da Classe 6 que,
embora já concretizados, ainda não estavam pagos nem contabilizados à data de 31-12.
A revelação de tais custos deve efectuar-se sempre à data de fim de exercício, em
obediência ao Princípio do Conservantismo.
247
Algumas podem ser autonomizadas, caso seja possível realizar u m a
operação com elas.
Exemplo:
Provisões para Cobranças Duvidosas: O risco pode em certas situações ser
transferido para uma empresa seguradora.
ACTIVO PASSrVO
- Provisões + Provisões
1 1
Custo hoje, ausência Custo hoje,
de receita amanhã encargo amanhã
248
5. CONTRAPARTIDA DAS PROVISÕES
6. TIPOS DE PROVISÕES
1
No Anteprojecto do Plano Geral de Contabilidade a contrapartida das provisões era
denominada por "Dotações para provisões".
Esta denominação estava mesmo bastante generalizada.
O Plan Coptable General (P.C.C.) denomina-as de "Dotations aux provisions".
O Plan General de Contabilidad (Plano Espanhol) de 1973 e de 1991 denomina-as
"Dotaciones de las provisiones ".
Os anglo-saxónicos denominam-as "Provision for Bad Debts".
2
A responsabilidade pela preparação da informação financeira e pela sua apresentação
é primordialmente da administração ou gerência, face ao C.S.G. (P.O.C. Revisto -
Características da informação financeira - Características qualitativas).
A constituição de RESERVAS de lucros, por sua vez, é da competência exclusiva da
assembleia geral.
249
I - Provisões para depreciação de elementos do activo - provisões
para créditos de cobrança duvidosa, provisões para depreciação de
existências [ al. a) e b) ]
II - Provisões para Riscos e Encargos - provisões para processos
judiciais em curso, provisões para acidentes no trabalho e doenças
profissionais, provisões para pensões de reforma, provisões para
garantias dadas a clientes [ ai. c) ]
III - Provisões com características de reservas - provisão para alta
de preços, provisão para a reconstituição de jazigos mineiros [ ai. e)]
Contempla ainda as provisões a constituir pelas instituições
dependentes da disciplina imposta pelo Banco de Portugal e pelo
Instituto de Seguros de Portugal, que aqui não trataremos.
Vamos a seguir analisar os tipos I e II, uma vez que as provisões
com características de reservas orientadas para objectivos de ordem
económica, não são, em contabilidade, provisões.
250
/ Cód. Denominação Antes
29.1 Pensões
29.2 Impostos
29.3 Processos judiciais em curso
29.4 Acidentes no trabalho e doenças profissionais
29.5 Garantias a clientes
251
7. ANALISE DO TRATAMENTO FISCAL DAS
PROVISÕES
1
in A Regulamentação das provisões no código do IRC (CIRC), de Maria dos Prazeres
Lousa.
252
Quanto às Provisões para Cobranças Duvidosas ou P.O.C/77
distinguia:
29.1.1 - Provisões para Clientes
29.1.2 - Provisões para Outros Devedores
E r a m impostos limites à constituição das provisões, que eram calcu-
ladas numa base estatística,i.e. mediante a aplicação de taxas, as quais
eram fixadas pelo Ministério das Finanças, como determinava o § I e do
Art 9 33. 9 do C.C.I., taxas essas que ultimamente eram as seguintes:
253
REGIME DE TRANSIÇÃO
A alteração do regime daquelas provisões tornou imprescindível o
regime transitório, o qual está previsto no Artfi 13. s do D.L. n s 442-B/88,
que aprovou o Código do IRC e a elaboração da norma interpretativa
n 9 1/88 da Comissão de Normalização Contabilística.
1. I n t r o d u ç ã o
Em muitos ramos de negócio a maior parte das vendas, se não a
totalidade, são feitas a crédito.
254
Há pois o risco de alguns clientes nunca pagarem o valor das
mercadorias ou serviços que compraram a crédito. E o risco do negócio
- que existe sempre. Por isso é um risco normal.
Surgem assim os créditos incobráveis {bad debts dos
anglo-saxónicos), que têm de ser considerados com u m custo normal do
exercício e como tal contabilizados quando surgem ou, pelo menos no
fim do exercício social (que entre nós tem de coincidir com o ano civil),
na fase de rectificação ou regularização de contas i.e. antes do
apuramento dos resultados do exercício.
Em linguagem corrente: o que não se faz na devida altura, em
contabilidade tem de ser feito no final do exercício.
2. C o n c e i t o
São as que tiveram por fim a cobertura de créditos de cobrança
duvidosa e sejam evidenciados como tal na contabilidade (alínea a) ns
1 do Art. 33.9 do CIRC).
O montante dos devedores da empresa figura no balanço, no Activo.
Se tivermos a certeza que todos os devedores pagam as suas dívidas,
então o montante dos créditos representa um valor verdadeiro (e
exacto). Todavia se alguns dos créditos se tornarem eventualmente de
cobrança duvidosa, então o valor do Activo está sobrevalorizado. Há
pois, que corrigi-lo.
Quando um devedor entra em mora, isso é indício ou de dificuldades
financeiras ou de vontade deliberada de incumprimento. Algum tempo
decorre até se averiguar, para cada caso, o verdadeiro motivo da mora
e suas consequências.
Há aqui um evento sobre o qual existe um certo grau de incerteza,
quer quanto à sua concretização, quer quanto ao montante - isto porque
o devedor, voluntária ou coactivamente, pode vir a pagar todo o débito
ou apenas u m a parte dele (v.g. falência, em que há rateio da massa
falida pelos credores; execução judicial em que os bens apreendidos são
de valor insuficiente, acordo de credores, em que h á perdão parcial da
dívida, etc.).
Surgida a situação e a fim de tornar os créditos próximos do valor
real, h á que criar a inerente provisão.
A provisão é constituída para cobrir o montante estimado dos
créditos de cobrança duvidosa.
O seu cálculo assenta pois em estimativas que devem ser efectuadas
255
com razoável aproximação, bem como ser adequados aos factos que
originam, por quanto se as estimativas forem mal feitas, as
correspondentes provisões ou são excessivas, dando lugar a reservas
ocultas, ou são insuficientes, não proporcionando uma cobertura
integral do risco que porventura venha a concretizar-se.
Além de que, num e noutro caso, contribuirão, por via das provisões,
para desvirtuar os resultados do exercício e consequentemente as
demonstrações financeiras (DF's) que, assim, não dão a imagem fiel e
verdadeira (a true and fair view dos anglo-saxónicos) do património, da
situação financeira e dos resultados da empresa, como devem dar.
256
21.2 - Clientes - Títulos a receber
21. - Clientes - Títulos Protestados
21. - Clientes - Títulos à Cobrança
21. - Clientes - Letras Descontadas - e ainda não vencidas.
3 - Os adiantamentos feitos a fornecedores por conta de encomendas a
satisfazer futuramente e se encontrem registados nas subcontas
22.9 - Adiantamentos a Fornecedores
26.9 - Adiantamentos por conta de vendas
26.1.9 - Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado
37 - Adiantamentos por conta de compras - são as compras de
bens e serviços a preços pré-fixados
44.7 - Adiantamentos por conta de Investimentos Financeiros
44.8 - Adiantamentos por conta de Imobilizações Corpóreas
44.9 - Adiantamentos por conta de Imobilizações Incorpóreas.
Trata-se de imobilizações em curso a preços pré-fixados.
4 - Os que forem devidos por vendas de bens, alvarás e outros valores
da unidade económica (u.e.) e serviços especiais - que não sejam
específicos da actividade normal - e se encontrem relevados na subconta
26.8 - Devedores e Credores Diversos
5 - Os que forem provenientes de empréstimos, que não revistam a
forma de adiantamentos, por razoes inerentes a actividade específica da
unidade económica (u.e.) e se encontrem relevados nas subcontas
26.2.4 - Adiantamentos ao Pessoal
26.2.9 - Outras Operações com o Pessoal
6 - Os créditos seguros pela COSEC. Situação comum aos vários
créditos: é que eles esteiam relevados na contabilidade.
Mas nem todos os créditos oriundos da actividade normal da
unidade económica servem de base ao cálculo de provisões, como
expressamente dispõe o n s 3 do Art 9 34. s do CIRC, que diz:
3 - Não serão considerados de cobrança duvidosa:
a) Os créditos sobre o Estado, regiões autónomas e autarquias locais ou aqueles
em que as entidades tenham prestado aval;
b) Os créditos cobertos por seguro, com excepção da importância correspondente
à percentagem de descoberto obrigatório, ou por qualquer espécie de garantia
real;
c) Os créditos sobre pessoas singulares ou colectivas que detenham mais de 10%
do capital da empresa ou sobre membros dos seus órgãos sociais, salvo nos
casos previstos nas alíneas a) e b) do nç 1;
d) Os créditos sobre empresas participadas em mais de 10% do capital salvo nos
casos previstos nas alíneas a) e b) do n9 1.
257
Este normativo veio fixar doutrina e disciplinar procedimentos
errados. É, pois, u m a importante inovação no Código do IRC.
Devem, sem dúvida, excluir-se da incidência das provisões para
créditos de cobrança duvidosa os créditos sobre Entidades Oficiais e
sobre sócios e accionistas, isto porque o Estado é a mais solvível de
todas as entidades da nação e, quanto aos sócios e accionistas, as suas
cotas e acções, respectivamente são em última estância as garantes das
suas dívidas.
Excluem-se também os créditos por seguro, que são a parte deles não
coberta. A COSEC
Esquematicamente:
CRÉDITOS EXCLUÍDOS
r
i
*
* *
Outra condição necessária imposta pela parte final da ai. a) do nfi 1
do Art 2 33. s do CIRC, para a aceitação como custo fiscal da provisão
constituída para créditos de cobrança duvidosa, é que tais créditos, no
fim do exercício económico (em 31-12), sejam efectivamente
considerados de cobrança duvidosa - i.e. créditos de difícil cobrança - e
sejam evidenciados como tal na Contabilidade. É u m a exigência formal.
Esta condição é inovadora em relação ao Código da Contribuição
Industrial, em sede do qual era aliás iníqua, porquanto a constituição
da provisão para créditos de cobrança duvidosa assentava na aplicação
da taxa prevista no seu Art 9 33. s sobre a totalidade dos créditos
resultantes da actividade normal da unidade económica (u.e.) no fim do
exercício.
Era u m critério de base estatística. Que foi abandonado.
Foi substituído por um critério individualizado, exigindo-se agora às
empresas que identifiquem claramente os créditos cuja cobrança se lhes
afigura duvidosa (difícil) e mais: que os contabilizem adequadamente.
A subconta adequada para contabilizar os créditos de cobrança
duvidosa é a 21.8 - Clientes de Cobrança duvidosa.
258
O cumprimento desta exigência formal é fácil para o caso de clientes
(e outros devedores) cujos débitos são considerados de cobrança
duvidosa na totalidade. Basta efectuar o lançamento
CLIENTES
- Clientes de Cobrança Duvidosa
a CLIENTES
- Clientes - c/c.
C
Transferência da 2- para a I a subconta do valor
do s/débito, considerado de cobrança duvidosa $
Deste modo, o saldo da conta 28. PROVISÕES PARA COBRANÇAS
DUVIDOSAS corresponderá sempre ao saldo da subconta 21.8 -
Clientes de Cobrança Duvidosa mais o saldo de outra subconta a criar
para relevar as "Outras Dívidas de Terceiros" de Cobrança Duvidosa,
o que consubstancia u m a forma fácil e expedita de a Administração
Fiscal poder controlar as provisões constituídas ou reforçadas e bem
assim os créditos de cobrança duvidosa que venham a ser cobrados, cuja
provisão terá, para efeitos fiscais, de ser considerada um proveito, a
contabilizar na subconta 79.6.2 - PROVEITOS E GANHOS
EXTRAORDINÁRIOS - Reduções de Amortizações e de Provisões -
Provisões por contrapartida da provisão. O problema complica-se
quanto aos clientes (e outros devedores) cujos débitos só gradualmente
(cf. o disposto na ai. c) do Art s 34. 8 do CIRC) podem ser provisionados.
Isso representa que cada cliente (ou outro devedor) passa a ter na
empresa duas c/c: uma, na subconta 21.1 - Clientes - c/c; outra, na
subconta 21.8 - Clientes de Cobrança Duvidosa, até o débito ser
considerado na totalidade de cobrança duvidosa e, consequentemente,
a inerente provisão estiver toda constituída/criada.
E poderá ter u m a terceira c/c no caso de ser aceitante de letras
vincendas, na subconta 21.2 - Clientes - Títulos a Receber.
Convenhamos que isso pode trazer dificuldades.
Terá o legislador fiscal ponderado esta situação?
259
Na frase de rectificação ou regularização de contas deve proceder-se
sempre a u m a análise cuidadosa às contas de clientes (e outros
devedores), a fim de se transferirem para esta subconta os casos de
duvidosa ou difícil cobrança.
Isto em obediência à clareza - que é u m dos requisitos essenciais do
Balanço. 1
Exemplo:
No fim do ano, feito um exame às contas dos clientes, verificou-se que o débito de
20 c. do João e o aceite de 30 c. do Joaquim tinham fracas hipóteses de serem
recebidos, devido à ausência dos mesmos para parte incerta.
Lançamento:
CLIENTES
- Clientes de Cobrança Duvidosa
a CLIENTES
Transferência para a I s subconta dos débitos dos seguintes clientes, que se
ausentaram para parte incerta:
- Clientes c/c.
João
valor do s/débito 20 000$
- Clientes - Títulos a Receber
Joaquim
valor do s/ aceite 30 000$
50 000$
- Cálculo da Provisão
A regra geral é que a provisão deve resultar da rigorosa avaliação
individual da situação de cada crédito da empresa.
Dados os reflexos contabilísticos e fiscais das provisões, é
fundamental definir com clareza o que se considera, para efeitos fiscais,
créditos de cobrança duvidosa.
Com vista a instituir u m a certa homogeneidade de procedimentos
entre as empresas quanto às causas/situações que podem dar origem à
criação de provisões, o legislador fiscal estabeleceu alguns critérios
objectivos no
Artigo 34.e
Provisão para créditos de cobrança duvidosa
1- Para efeitos da constituição da provisão prevista na alínea a) do ns 1 do artigo
anterior, são créditos de cobrança duvidosa aqueles que o risco de incobrabilidade se
considere devidamente justificado, o que se verificará nos seguintes casos:
1
O Balanço diz-se claro quando pelo simples exame das contas complexas ou gerais, que
o constituem, devidamente seriadas, ficamos a fazer uma ideia precisa da composição
qualitativa do património que ele representa.
260
a) O devedor tenha pendente processo especial de recuperação da empresa e protecção
de credores ou processo de execução, falência ou insolvência;
b) Os créditos tenham sido reclamados judicialmente;
c) Os créditos estejam em mora há mais de 6 meses desde a data do respectivo
vencimento e existam provas de terem sido efectuadas diligências para o seu recebimento.
261
Limite anual da provisão
Créditos em mora:
mais de 6 até 12 meses 25%
mais de 12 até 18 meses 50%
mais de 18 até 24 meses 75%
mais de 24 meses 100%
1
A incobrabilidade de créditos pode resultar de falência ou de acordo judicial de
credores (concordata). No caso de concordata, é vulgar ficar incobrável apenas uma parte
do crédito.
2
Épois indispensável que a Certidão de Tribunal mencione expressamente o ano em que
o crédito foi considerado incobrável.
262
Ora, se a u.u. faz prova plena da ocorrência de um prejuízo inerente
à sua actividade normal, é lógico que o Fisco o aceite como um custo
normal ou ordinário do exercício em que ocorreu a incobrabilidade,
como aliás dispõe o Art s 34.9 do C.C.I.
Exemplo:
- Dados:
O cliente F., de Lisboa, que devia 120 c. em c/c, faliu.
Não se recebeu nada, por insuficiência de bens.
Obteve-se a respectiva Certidão de Tribunal.
- Lançamento
RESULTADOS EXTRAORD. DO EXERCÍCIO
- Outras Perdas Extraordinárias
- Créditos Incobráveis
a CLIENTES
- Clientes - c/c.
F.
Pela anulação do s/ débito, por ser incobrável,
devido a falência judicial, cf. Certidão do
Tribunal de anexa $
s s
O apoio legal para este lançamento encontra-se no Art 34. do C.C.
Industrial que determina: "Os créditos incobráveis só são de considerar
como custos ou perdas do exercício na medida em que tal resulte de
processos de execução, falência ou insolvência".
Deve ter-se em conta que em casos de falências ou concordatas
(acordos de credores), por vezes os credores recebem apenas uma parte
dos respectivos créditos, parte essa que é função de uma percentagem
atribuída, em rateio da massa falida, a todos os credores comuns.
Quando isso se verifica, cada credor receberá apenas uma
percentagem do seu crédito.
Exemplo:
- Dados
O nosso cliente "Sociedade de Representações Ibérica, Lda.", de Santarém, que
j á estava no rol dos clientes sem interesse, apresentou-se oportunamente a
Tribunal, para efeitos de falência. O valor do s/débito era de 246 220$60.
Julgada a falência, aos credores coube, em rateio da massa falida, 20% dos
respectivos créditos.
Recebemos a nossa parte. Obtivemos a respectiva Certidão de Tribunal.
- Lançamento
de de 199n
DIVERSOS
a CLIENTES
- Clientes de Cobrança Duvidosa
Sociedade de Rep. Ibérica, Ld a
263
Pelo movimento contabilístico inerente a falência judicial deste cliente,
homologada em / / , cabendo aos credores, em rateio da massa falida, 20%
dos respectivos créditos:
CAIXA
Valor recebido em rateio:
29% x 246 226$60 49 244$10
RESULTADOS EXTRAORD. DO EXERCÍCIO
- Créditos Incobráveis
Pela parte incobrável do débito do nosso cliente supracitado, cf. respectiva
Certidão do Tribunal de , anexa 196 976$50
246 220$60.
Exemplo:
A empresa X facturou a um cliente mercadorias no valor de 500 contos, sujeitas a 17%
de IVA.
Se o cliente não pagar, a empresa X perde 585 contos.
Note-se, porém que neste montante existem rubricas com características distintas:
500 contos respeitantes as mercadorias e 85 contos referentes ao imposto liquidado e j á
entregue nos cofres do Estado.
Portanto, a empresa X pagou 85 contos de IVA que não recebeu.
Nestes casos, e desde que a incobrabilidade resulte de processo de execução, falência
ou insolvência,
- poderá a empresa X deduzir o montante do imposto que liquidou e pagou e não
recebeu;
- deverá a empresa X comunicar ao cliente que seja sujeito passivo do imposto, para
que este, por sua vez, proceda à rectificação da dedução que inicialmente efectuou.
Exige a prudência e a certeza que só possam ser considerados créditos incobráveis os
que resultarem de decisão judicial, plenamente comprovável através de Certidão de
Tribunal.
264
Provisão Para Processos Judiciais em Curso
É possível constituir (ou criar) esta provisão desde que possa ser
inequivocamente justificada por documentos do Tribunal.
O valor da provisão será o que se estimar para o total a pagar.
Exemplos:
Quebras contratuais
Indemnizações por fornecimentos de M.P. indevidas ou deterioradas
Não cumprimento de prazos de fornecimentos de
. Maquinismos
. Matérias Primas
. Mercadorias
Pedidos de indemnizações por despedimentos
Pela constituição desta provisão, para ocorrer a
(descrever o evento) 60 000$
Utilização
Temos a considerar 3 hipóteses:
I s - Vem a pagar-se o valor exacto da provisão;
2 9 - Vem a pagar-se menos que a provisão constituída;
3 5 - Vem a pagar-se mais do que a provisão constituída.
Lançamentos;
a
I hipótese - Paga-se o valor exacto da provisão
PROVISÕES P a , COB.DUVID.E OUTROS RISCOS E ENCARGOS
- Provisões P 8 , Outros Riscos e Encargos
- Para Processos Judiciais em Curso
a UTILIZAÇÃO DE PROVISÕES
- Para Riscos e Encargos Previstos
Utilização 60 000$
FORNECIMENTOS E SERVIÇOS DE TERCEIROS 1
- Contencioso e Notariado
a CAIXA / DEP. À ORDEM
Pagamento de 60 000$
265
a UTILIZAÇÃO DE PROVISOES
- Para Riscos e Encargos Previstos
Utilização 50 000$
//
//
//
DIVERSOS
a CAIXA / DEP. À ORDEM
60 000$
RESULTADOS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES
5 000$ 65 000$
266
Provisão Para Letras Descontadas
Lançamentos:
Tudo se passa de forma idêntica ao que se disse para a PROVISÃO
PARA PROCESSOS JUDICIAIS EM CURSO, quer quanto à
constituição, quer quanto ao reforço, reposição ou anulação e utilização.
267
Provisões Extraordinárias
268
Então, as contas apresentar-se-iam como se segue:
Extraordinários Extraordinários
692 - Dívidas incobráveis 200 c 7962 - Redução de Provisões 1500 c
Extraordinários
671 - Provi, do Exerc. 1 000 c
Operacionais
692 - Dívidas incobráveis 200 c
269
Presentemente, só poderá ser considerada a provisão constituída de
importância correspondente à diferença entre o custo de aquisição ou
de produção das existências constantes do balanço no fim do exercício
e o respectivo preço de mercado (art. 35. s nB 1).
Entende-se por preço de mercado o custo de reposição ou o preço de
venda, consoante se trate de bens adquiridos para a produção ou
destinados a venda (art. 35. 9 n 2 2 CIRC).
O POC revisto define como preço de mercado o custo de reposição ou
o valor realizável líquido, conforme se trate de bens adquiridos para a
produção ou de bens para venda.
Diz, ainda, entender-se como preço de reposição de um bem o que a
empresa teria de suportar para o substituir nas mesmas condições,
qualidade, quantidade e locais de aquisição e utilização e considera
como valor realizável líquido de um bem o seu esperado preço de venda
deduzido dos necessários custos, previsíveis de acabamento e venda.
A divergência entre a definição fiscal e a contabilística tem a sua
explicação no facto de o nB 3 do art. 35. s dispor que:
Esta provisão só poderá ser utilizada no exercício em que o prejuízo se torne efectivo.
270
Será debitada pelos valores das provisões constituídas de harmonia com
o preceituado no Código do IRC e, ainda, pelos encargos devidos por
motivo de férias que se vençam no exercício de 1989 relativos a
exercícios anteriores (na proporção de 25% em cada u m dos quatro
primeiros exercícios).
É o que prescreve o art 2 13. s do DL 442-B/88, de 30 de Novembro,
conjugado com a Norma Interpretativa n s 1 da Comissão de
Normalização Contabilística.
271
19 - PROVISOES PARA APLICAÇÕES DE TESOURARIA
- Destina-se a registar as diferenças entre o custo de aquisição e o
preço de mercado das aplicações de tesouraria, quando este for superior
àquele.
A movimentação a efectuar será a seguinte:
Frisa-se que esta provisão não e aceite como custo para efeitos
fiscais, visto não estar enumerada no Artigo 33 s . do CIRC.
272
As provisões para riscos e encargos aceites como custos para efeitos
fiscais são, segundo o Art. 33. s do CIRC: as que se destinarem a ocorrer.
Estas provisões são aceites como custos para efeitos fiscais, pois
estão enumeradas no Artigo 33 a . ai. b) do CIRO
273
- Destaquem-se, também, a parte final do Ponto 2.9, do capítulo onde
ficaram as «considerações técnicas» do POC a respeito de «Provisões»:
"Não se considera o procedimento de anulação e sequente constituição de uma
provisão".
67 - Provisão do exercício
67.1. Para cobranças duvidosas
67.2. Para riscos e encargos
67.3. Para depreciação de existências
1
Dão-nos logo o valor realizável de
CLIENTES
EXISTÊNCIAS
E com esse objectivo que as provisões aparecem no balanço a deduzir as subcontas de
clientes.
274
19. Provisão p/ aplicações de tesouraria
28. Provisão p/ cob. duvidosas
29. Provisão p/ riscos e encargos
39. Provisão p/ dep. existências
49. Provisão p/ invest, financeiros
O aumento ou reforço extraordinário terá expressão através da conta
69.62 - Aumento de Provisões e a redução na conta 79.62 - Redução de
Provisões - Subcontas de Custos e Perdas/Proveitos ou Ganhos
Extraordinários.
Resumindo:
Não poderá deixar de ser aqui referido o que se diz no número 29.
das "Considerações Técnicas" do POC a respeito de "Provisões":
- A sua constituição deve respeitar apenas às situações a que
estejam associados riscos e em que não se trate apenas de uma simples
estimativa de um passivo certo.
- Atendendo à conveniência de não considerar indevidamente custos
e proveitos, abandonou-se o procedimento de utilização das provisões,
pelos métodos directo ou indirecto, constando de nota anexa as
variações ocorridas.
- Não se considera o procedimento de anulação e sequente
constituição de uma provisão.
O cumprimento destas normas, irá ao encontro dos "p.c.g.a." com
especial relevância para o da prudência, especialização dos exercícios
e da materialidade.
275
Exemplo prático
Procede-se, de seguida, à exemplificação através de um caso prático sucinto, do
movimento contabilístico das "Provisões" fazendo acordar os valores movimentados
contabilisticamente com os critérios fiscais embora se deixe claro que numa perspectiva
de gestão, poderão não coincidir, u m a vez que medida os montantes de tais provisões
serão aceites como custo. Neste exemplo, deu-se especial relevo ao "período transitório".
Situação em 1/1/89
- Saldo da Prov. para cob. duv. 2 000 c.
- Saldo da Prov. para dep. exist. 1 000 c.
Cálculos:
Provisão para cobranças duvidosas:
- Crédito sobre o cliente A, com processo judicial 120 c.
- Crédito com acordo de credores (perda estimada: 50%) 140 c.
- Créditos em mora até 6 meses
- Créditos em mora de 6 a 12 meses (25%) 107,5 c.
- Créditos em mora de 12 a 18 meses (50%) 90 c.
- Créditos em mora de 18 a 24 meses (75%) 292,5 c.
- Créditos em mora há mais de 24 meses (100%) 70 c.
820 c.
276
Provisão para depreciação de existências
- Preço de aquisição - Preço de mercado 350 c.
820 350
820 1 500
350 700
820 350
Exemplo Prático
1 - CÁLCULO DA PROVISÃO PARA CRÉDITOS DE COBRANÇA DUVIDOSA
Em 89.12.31 a firma ALFA, Ld s apresentava no seu balancete de encerramento os
seguintes créditos sobre terceiros:
- Clientes c/c 10.000 contos
- Clientes c/letras 2.000 contos
- Sócios c/c 200 contos
- Outros Devedores e Credores 100 contos
- Clientes de Cobrança Duvidosa 1.100 contos
13.300 contos
A subconta de clientes de cobrança duvidosa apresentava a seguinte discriminação:
* Cliente A - 200 - com processo de falência pendente
** Cliente B - 500 - crédito em mora há mais de 8 meses
** Cliente C - 200 - crédito em mora há mais de 20 meses
** Cliente D - 100 - crédito em mora há 4 meses.
277
Existem provas de que os créditos foram reclamados.
* No primeiro caso, o credor recorreu ao tribunal para que o devedor procedesse
ao pagamento da sua dívida. (Há prova objectiva sobre a acção proposta).
** Nos restantes casos, efectuaram-se diligências depois de ter decorrido o prazo
para satisfação das dívidas (provas documentais; cartas, circulares).
Resolução:
Cliente A 200 c.
Cliente B - 500 x 25% 125 c.
Cliente C - 200 x 75% 150 c.
Cliente D
Provisão a constituir 475 c.
278
11. PROCEDIMENTOS EM AUDITORIA
11.1. Provisões
11.1.1. P r o v i s õ e s p a r a a p l i c a ç õ e s d e t e s o u r a r i a (subconta 19 do
POC Revisto)
P r o v i s õ e s para i n v e s t i m e n t o s financeiros (subconta 49 do
POC Revisto)
Princípios contabilísticos
Conforme nota explicativa à conta 41 do anterior POC nos
"Investimentos Financeiros" incluem as participações de capital e
outros títulos adquiridos pela empresa, com carácter permanente, para
rendimento ou controlo de outras empresas e nas "Aplicações de
tesouraria" incluem-se os títulos adquiridos de outras empresas e nas
"Aplicações de tesouraria" incluem-se os títulos adquiridos com o
objectivo de aplicações de tesouraria de curto prazo.
Esta distinção foi sempre controversa, porquanto no acto da
contabilização nem sempre é fácil distinguir quais os objectivos que
presidem à aquisição.
Assim, tem-se vindo a atender à intenção que preside à compra, a
qual, algumas vezes vem a ser desvirtuada, daí advindo por vezes
contrariedades fiscais.
A luz do novo POC, nos "investimentos Financeiros" passaram
também a incluir-se os investimentos em imóveis não afectos à
actividade operacional da empresa, os depósitos bancários não
classificáveis como disponibilidades e os bens detidos pela empresa
afectos a "Fundos".
No que diz respeito às provisões em análise, as mesmas visam
provisionar as diferenças entre o custo de aquisição dos títulos e outras
aplicações financeiras e o respectivo preço de mercado, quando este for
inferior aquele, e ainda os riscos de cobrança dos empréstimos de
financiamento.
Objectivos da auditoria
Os procedimentos a levar a efeito tem como objectivos determinar:
a) Se os saldos das provisões estão bem calculados.
b) Se estabeleceu uma correcta distinção entre Aplicações de
Tesouraria e Investimentos Financeiros.
279
c) Se as dotações do exercício ou a diminuição ou anulação de saldos
anteriores e o montante da provisão, foram devidamente reflectidas nas
demonstrações financeiras e nas declarações de rendimentos para
efeitos de imposto sobre o rendimento.
Verificações de substanciação
No cumprimento dos objectivos atrás definidos as verificações de
substanciação mais significativas são:
a) Avaliar pormenorizadamente da correcta distinção entre
aplicações de tesouraria e investimentos financeiros, recorrendo,
nomeadamente, a demonstrações financeiras de exercícios anteriores,
actas de Assembleias dos vários órgãos sociais onde se definam
estratégias económico-fmanceiras, e relações sociais específicas com as
entidades participadas.
b) Testar a veracidade dos custos de aquisição e sua conjugação com
os valores contabilizados.
c) Testar a forma de determinação dos preços de mercado e
analisá-los criticamente.
d) Comprovar a exactidão do cálculo do valor da provisão e do
respectivo reforço ou diminuição da mesma.
e) Conjugar esses valores com os constantes das demonstrações
financeiras e das declarações de rendimentos para efeitos do imposto
sobre o rendimento.
Princípios contabilísticos
Esta conta destina-se a fazer face aos riscos de cobrança das dívidas
de terceiros. Embora a Reforma Fiscal, do que diz respeito aos impostos
sobre o rendimento, tenha aproximado o tratamento fiscal deste tipo de
provisões do tratamento contabilístico internacionalmente seguido, ao
abandonar o método estatístico de quantificação destas provisões por
adopção do método da idade dos saldos, continuam a verificar-se
diferenças de tratamento.
Com efeito, os procedimentos internacionais de auditoria aconselham
a que se constitua este tipo de provisões, face à existência material de
risco na cobrança, facto que, pode ocorrer em resultado de fenómenos
vários e independentemente da idade de saldos das dívidas em questão.
280
Objectivos da auditoria
Os trabalhos de auditoria desta conta devem direccionar-se
fundamentalmente a:
a) Determinar com rigor os saldos devedores de terceiros.
b) Avaliar os riscos objectivos e subjectivos de cobrança dos mesmos.
c) Avaliar da correcta determinação do montante da provisão.
d) Verificar se as dotações do exercício ou a diminuição ou anulação
do saldo anterior e o montante da provisão foram devidamente
reflectidas nas demonstrações financeiras e nas declarações de
rendimentos para efeitos de impostos sobre rendimentos.
Verificações de substanciação
P a r a cumprimento dos objectivos atrás definidos devem levar-se a
cabo todos ou alguns dos procedimentos seguintes:
a) Proceder à circularização exaustiva, ou parcial, com recuso a
métodos estatísticos, dos devedores, tendo em vista a conciliação de
saldos.
b) Testar a existência objectiva de risco de cobrança relativamente
aos débitos provisionados.
c) Relativamente aos saldos mais significativos, proceder a um
levantamento das condições de negócio que lhes estão subjacentes, e
mesmo das condições económico-financeiras dos respectivos devedores.
d) Comprova a exactidão do cálculo de valor da provisão e do
respectivo reforço e/ou diminuição da mesma.
e) Conjugar esses valores com os constantes das demonstrações
financeiras e das declarações de rendimentos para efeitos dos impostos
sobre rendimentos.
f) Verificar ainda se eventuais desfasamentos com o tratamento
fiscal foram devidamente repercutidos nas declarações de rendimentos
referidas na alínea anterior.
11.1.3. P r o v i s ã o p a r a d e p r e c i a ç ã o d e e x i s t ê n c i a s (conta 39 do
POC Revisto)
Princípios contabilísticos
Esta conta serve para registar as diferenças relativas ao custo de
aquisição ou de produção, restantes da aplicação dos critérios definidos
na valorimetria das existências.
Também no que a ela diz respeito, a Reforma Fiscal dos impostos
281
sobre o rendimento veio aproximar os princípios fiscais dos princípios
de auditoria internacionalmente aceites.
Com efeito, a determinação do seu quantum, até aí efectuada com
base estatística, passou a fazer-se por comparação com preços de
mercado, entendidos estes como preços de reposição, quanto aos bens
adquiridos para transformação, e como preços de venda, quanto aos
bens adquiridos para venda.
Essa aproximação, no entanto, não é total, porquanto, em termos de
princípios de auditoria admite-se e aconselha-se mesmo a que se criem
provisões deste tipo quando, em face duma análise comercial razoável,
se prevejam, descidas estáveis provenientes de flutuações de valor, que
o mesmo é dizer se criem provisões face a variações futuras, e não só
quanto a diferenças constatadas no presente. Ora, tal procedimento não
tem enquadramento fiscal.
Objectivos de auditoria
A auditoria desta conta deve ter como objectivos fundamentais:
a) Examinar criticamente os critérios seguidos na valorimetria das
existências.
b) Testar os métodos de inventariação.
c) Analisar a forma de determinação dos preços de mercado e as
tendências da sua evolução.
d) Certificar o cálculo da provisão.
e) Verificar se as dotações do exercício, ou a diminuição ou a
anulação do saldo anterior e o montante da provisão foram
devidamente reflectidos nas demonstrações financeiras e nas
declarações de rendimentos para efeitos do imposto sobre o rendimento.
Verificações de substanciação
Ao nível destas verificações vários procedimentos podem levar-se a
efeito, nomeadamente:
a) Proceder a uma análise pormenorizada dos critérios de
valorimetria das existências e sua consistência, de algumas mercadorias
ou produtos seleccionados em função da sua maior expressão ou com
recurso a métodos estatísticos.
b) Testar, por amostragem, a fiabilidade dos inventários.
c) Analisar criticamente os preços que foram utilizados na
comparação com o custo de aquisição ou de produção, na determinação
da provisão em causa. Para o efeito, proceder ao levantamento de
282
idênticos preços, por sectores de actividade, com base em dados oficiais,
estatísticos ou em última análise, lógicos.
d) No caso dos preços referidos na alínea anterior serem preços
futuros previsionados, utilizar particular cuidado no seu julgamento, e
tanto quanto possível efectuá-lo com base em projecções económico-
-estatísticas credíveis.
e) Comprovar a exactidão do cálculo da provisão e do respectivo
reforço ou diminuição.
f) Conjugar esses valores com os constantes das demonstrações
financeiras e das declarações de rendimentos para efeitos do imposto
sobre o rendimento.
g) Verificar ainda se eventuais desfasamentos com o tratamento
fiscal, foram devidamente repercutidos nas declarações de rendimentos
referidas na alínea anterior.
Princípios contabilísticos
Conforme anteriormente se disse, esta conta serve para registar as
responsabilidades derivadas dos riscos de natureza específica e provável
(contingências) e subdivide-se nas subcontas específicas atrás
enumeradas.
São subcontas de âmbito bem definido, à excepção da última, de
carácter residual, que se destinam a provisionar as realidades
reflectidas nos seus próprios títulos.
Objectivos de auditoria
A auditoria destas contas deve ter como objectivos:
a) Quantificação o mais rigorosa possível da responsabilidade e/ou
risco inerente a cada u m a delas.
b) Controlo da sua correcta utilização.
283
Verificações de substanciação
P a r a cumprimento dos objectivos anteriormente definidos
relativamente a cada u m a das contas atrás citadas, devem ser
executados os seguintes procedimentos:
Pensões
a) Atendendo ao nível etário médio dos trabalhadores da empresa e
recorrendo ao cálculo das probabilidades, ou subsidiariamente consultar
uma companhia de seguros, determinar qual o valor razoável a imputar
a esta provisão.
b) No caso desta conta ter um Fundo afecto, controlar o rendimento
inerente, o qual, aliás, deverá ser considerado no cálculo referido na
alínea anterior.
Impostos
a) Analisar quais os eventos futuros que serviriam de base à
determinação desta provisão e comprova da certeza da sua ocorrência.
Processos judiciais em curso
a) Verificar a aderência do valor desta Provisão aos valores
inerentes aos vários processos a que se reporta.
Acidentes no trabalho e doenças Profissionais
a) Verificar a aderência do valor desta provisão às expectativas de
encargos a suportar a que a mesma respeita. P a r a o efeito proceder a
uma projecção dos encargos similares suportados no exercício anterior.
Garantias a clientes
a) Verificar a aderência do valor desta provisão as expectativas dos
valores a suportar.
P a r a o efeito, atendendo ao volume de vendas previsionado para o
exercício seguinte e ao espectro das mesmas por tipos de artigos,
proceder a uma projecção dos encargos similares suportados no
exercício anterior.
Provisão nos termos do CCI (Art e 13. s DL 442-B/88)
a) Verificar o cálculo efectuado na determinação do valor desta
provisão por levantamento dos impostos que a mesma devem estar
subjacentes.
Outros Riscos e Encargos
a) Proceder aos testes que se mostrem aconselháveis para cada um.
284
AMORTIZAÇÕES
E
REINTEGRAÇÕES
1. DISCÓRDIA TERMINOLÓGICA
285
ESPANHA - Amortización
FRANÇA - Amortissement
PAÍSES DE LÍNGUA INGLESA - A m o r t i z a t i o n ou
Depreciation em sentido
restrito - amortização do
imobilizado sujeito a
deperecimento - dentro de
um sentido lato de
Amortization.
ALEMANHA - Abschreibung
ITÁLIA - Ammortamento
É de salientar ter sido neste último país que surgiu inicialmente a
discórdia terminológica em questão, já ultrapassada aliás, isto, se
atentarmos nos textos legais italianos ultimamente publicados, em que
apenas se faz menção ao termo ammortamento - ammortamenti no
plural - para significar amortização.
É evidente que temos que concordar com o Professor Lopes de Sá -
Ver revista de contabilidade n s 123 - quando o mesmo, em relação à
matéria em causa, refere que "pelo simples facto de alguns países
seguirem uma certa "intitulação", não nos autoriza a dizer que a
mesma seja internacionalmente aceite".
Todavia, o P.C.G. - "PLAN COMPTABLE GENERAL - SISTEME
ABRGE" define amortização:
- "CONSTATATION COMPTABLE D'UN AMOINDRISSEMENT DE
LA VALEUR D'UN ELEMENT D'ACTIF RESULTANT DE
L'USAGE, DU TEMPS, DE CHANGEMENT DE TECHNIQUE ET
DE TOUTE AUTRE CAUSE DONT LES EFFETS SONT JUCES
IRRÉVERSIBLES".
O bem elaborado dicionário americano de KOHLER, "A DICTINARY
FOR ACCOUNTANTS", não menciona o termo reintegration nem o
verbo to reintegrate. Quanto ao termo amortization, regista o seguinte:
- "THE GRADUAL EXTINGUISHMENT OF ANY AMOUNT OVER
A PERIOD OF TIME AS THE RETIREMENT OF A DEBT BY
SERIAL PAYMENTS TO THE CREDITOR OR INTO A SINKING
FUND".
- "A REDUCTION OF THE BOOK VALUE OF A FIXED ASSET; A
GENERIC TERM FOR THE DEPRECIATION, DEPLETION,
WRITEDOWN, OR WRITEOFF OF A LIMITED LIFE ASSET OR
GROUP OF SUCH ASSETS, EITHER BY A DIRECT CREDIT OR
THROUGH THE MEDIUM OF A VALUATION ACCOUNT".
286
Acrescenta-se ainda que igualmente o dicionário de contabilidade
"LEXIQUE U.E.C. LEXICON - DUSSELDORF ", elaborado pela União
Europeia de Peritos Contabilistas, Económicos e Financeiros, não
regista, em qualquer das cinco línguas em que se encontra impresso, o
termo reintegração.
Em Portugal, com a publicação do D.L. ns 410/89, de 21 de
Novembro, que aprovou o novo P.O.C., fica-se com a ideia que o termo
"amortização" foi preferido em deterimento da anterior tecnologia
Amortizações e Reintegrações, que figurava no P.O.C, sob a vigência do
D.L. ns 47/77, de 7 de Fevereiro - diga-se aliás que tal representava
uma terminologia híbrida, isto é, uma situação de compromisso entre
reintegracionistas e amortizacionistas - alinhando-nos por esta forma
com a terminologia adoptada na grande maioria dos países com
tradição na área da contabilidade.
No entanto, não deixa de ser uma curiosidade interessante, a
constatação de que o Decreto Regulamentar n s 2/90, de 12 de Janeiro,
que impõe uma nova disciplina fiscal das amortizações para efeitos de
I.R.S. e I.R.C., logo no seu n s 1 refira: "As reintegrações e amortizações
...", o que de certa forma, contraria a filosofia subjacente do novo P.O.C,
que adoptou de forma inequívoca o termo amortizações.
287
pelo seu valor inicial e explicita-se em dedução o valor das
Amortizações Acumuladas ao longo do período de vida útil dos
respectivos Imobilizados.
É de realçar que nas operações de abate terá de se ter em linha de
conta não somente os métodos utilizados na contabilização das
amortizações, mas também as quotas de deperecimento praticadas.
3.1. Notação
Vo - Valor inicial ou de aquisição;
Vr - Valor residual;
Vp - Valor industrial ou de produção;
Q - Quotas de deperecimento;
A - Amortização acumulada;
t - Número de exercícios decorridos;
Vt-At - Valores no fim do exercício t;
Qt - Quota correspondente ao exercício t;
n - Número de anos de utilidade esperada.
RELAÇÕES NOTÁVEIS
Vp = Vo-Vr
Vt = Vo-At
t
At = 2 Qk
K=l
288
3.2. Método das Quotas Constantes
Vo - Vr VP
Qt = — - = = Q => constante
n n
Se Vr = 0 então
Vo
Qt = —
n
Como At = tQ logo:
An = nQ = Vp
Como Vt = Vo - tQ logo:
Vn = Vo - nQ = Vt
Exemplo 1:
Vo = 1.000; Vr = 0; n = 10
0 1.000
1 100 100 900
2 100 200 800
10 90 1.000 0
n Qn = Q An = nQ Vn = Vo-nQ
289
Período de vida útil < 5 anos - 1,5
Período de vida útil a 5 e s 6 anos - 2
Período de vida útil > 6 anos - 2,5
Importante:
Como Qt = k . Vt - 1 com k < 1
Se Vr = O nunca se amortizará Vo.
Exemplo 2:
Vo = 1.000; Vr = 327,68; n = 5; K = 0,2
0 1.000
1 200 200 800
2 160 360 640
3 128 488 512
4 102,4 590,4 409,6
5 81,92 672,32 327,68(a>
Vr 1,n
K = 1-[ ] = 0,2
Vo
n (n - 1)
An = nQ • r
2
290
n (n - 1)
Vn = Vo - nQ +
2
Exemplo 3.1:
Vo = 1.000; Vr = 250; n = 5; Q = 250
0 1.000
1 250 250 750
2 200 450 550
3 150 600 400
4 100 700 300
5 50 750 250<a)
Exemplo 3.2:
Vo = 1.000; Vr = 0; n = 5; Q = 250
291
d/N Q At Va
0 1.000
1 4 / 10 400 400 600
2 3/10 300 700 300
3 2/10 200 900 100
4 1 /10 100 1.000
Exemplo:
AMORTIZAÇÕES DEGRESSIVAS
- Constituem um excelente incentivo ao investimento, quer na fase de aquisição, quer
na fase terminal do período de vida útil.
Bens a que corresponde u m a taxa de 20% no método das quotas constantes (caso de
aparelhagem e máquinas electrónicas, máquinas de escrever, de calcular, de contabilidade
e de fotocopiar, máquinas - ferramentas ligeiras e veículos pesados e reboque de
mercadorias).
Taxa aplicável: 20% x 2 = 40%
Custo de aquisição: 100 (por hipótese, no final do ano)
Amortização do 1 s ano: 40
Amortização do 2S ano: 24
Economia fiscal decorrente dos dois primeiros anos:
ia ano: 40 x 39,6% = 15,84
2S ano: 24 x 39,6% = 9,504
Como a redução do pagamento do IRC se concretiza cerca de 5 meses após a aquisi-
ção, quanto à I a amortização, e 17 meses quanto à 2 § , a economia fiscal actualizada para
o momento da aquisição rondará os 21 c. (ou seja, corresponde a cerca de 2 1 % do valor
de aquisição), apenas considerando as amortizações dos dois primeiros anos de vida útil.
292
1. Que os elementos do activo imobilizado a auferirem deste preceito
legal, pertençam ao activo imobilizado corpóreo, conforme se
depreende, quer da própria expressão, utilizada no seu n 9 2, bem
como do termo "Reintegração", que na óptica fiscal está relacionado
com ele.
2. Que só os elementos do activo imobilizado corpóreo adquiridos
posteriormente a 1 de Janeiro de 1989, beneficiam deste regime, o
que resulta da obrigatoriedade da utilização de um único método de
reintegração, para cada bem, estabelecida pelo n s 4 desse artigo.
3. Que não tenham sido adquiridos em estado de uso, nem sejam
edifícios, viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, excepto quando
afectas a empresas exploradoras de serviço público de transporte ou
destinadas a ser alugadas no exercício da actividade normal da
empresa sua proprietária, mobiliário e equipamentos sociais, como
taxativamente se impõe nas alíneas a) e b) do artigo em questão.
Estabelece ainda o art. 29 s do mesmo diploma legal, que a quota
anual de reintegração aceite como custo final, para efeitos de utilização
deste método, e o que resulta da aplicação das taxas de reintegração do
decreto regulamentar - D.R. n 9 2/90 de 12 de Janeiro - corrigidas por
coeficientes, aos valores do custo de aquisição ou produção do bem,
ainda não reintegrados, ou seja, ao valor líquido contabilístico.
Os coeficientes referidos são os estabelecidos pelas 3 alíneas do n 9 3
desse artigo:
a) 1,5 - se o período de vida útil do elemento é inferior a cinco anos
(este período de vida útil é o que corresponde ao período mínimo de
vida útil, derivado das taxas máximas da tabela, ou das aceites pela
D.G.C.I., nos termos do n 9 3 do art. 5 9 do citado decreto
regulamentar);
b) 2 - se o período mínimo de vida útil do elemento e de 5 ou 6 anos;
c) 2,5 - se o período mínimo de vida útil do elemento e superior a 6
anos.
O número 2 do art. 69 do D.R. n 9 2/90, que permite u m a forma
especial de reintegração a partir do ano em que a quota anual de
reintegração calculada com base no método das quotas degressivas seja
inferior à que resulta do valor pendente de reintegração pelo número
de anos de vida útil que reste ao elemento a contar do início desse
exercício.
Poderá, então, ser considerada como custo o resultado dessa divisão
até ao fim do período mínimo de vida útil.
293
Para tanto é necessário que nos anos anteriores as reintegrações
pelo método das quotas degressivas tenham sido calculadas pelos
valores máximos permitidos, e que o resultado da divisão dê origem a
uma quota não inferior a quota mínima de reintegração prevista no art.
19a desse diploma.
Exemplo
Supõe-se um bem reintegrável à taxa da tabela de 20%, pelo método das quotas
degressivas, aproveitando o n s 2 do art. 6 s .
Como se vê nos anos de 1992 e 1993 optou-se pela hipótese do n 9 2 do art. 6 e por o
quociente da divisão ser superior à quota mínima pelo método das quotas constantes.
De salientar as grandes vantagens que se poderão obter se se adoptar o método das
quotas degressivas, pelo facto das taxas de reintegração aumentarem substancialmente
nos primeiros anos de utilização dos bens abrangidos por esta regra.
Verifica-se por outro lado, a distorção que poderá provocar no Balanço, a adopção por
este critério, caso o equipamento objecto de reintegração não tenha um ritmo efectivo de
depreciamento tecnológico correspondente.
Este método e as percentagens de aumento referidas no n s 3 do art. 29 9 do CIRC
foram adoptadas em França, para diversos equipamentos e edifícios industriais de
construção ligeira e ainda para instalações afectas a obras sociais. Destaca-se nesse país
a aplicação do método para incentivar instalações para a produção de energia e com fins
antipoluentes.
294
esperada, como aliás, acontece com as grandes reparações, número esse
que poderá ser corrigido pela D.G.C.I. quando se considere que é
inferior ao que, efectivamente, devia ter sido estimado, conforme o nfi
2 do art. 5B do DR n e 2/90.
- Reintegrações de Imóveis
E outro dos aspectos em que se verifica a introdução de inovações
face ao regime anterior.
Tal como no passado, o valor do terreno não conta para efeitos de
reintegração, (alínea b) do n a 1 do artigo 32 s ).
Contudo, foi eliminada a distinção na forma de tratamento fiscal dos
edifícios industriais e edifícios comerciais, habitacionais ou
administrativos, no que concerne ao cálculo do valor reintegrável dos
imóveis.
Assim, se nos termos do nB 9 da Portaria 737/81 de 29/8 era tido,
para aqueles últimos, como valor a reintegrar o menor dos seguintes:
- valor de construção;
- valor global menos 16 vezes o rendimento colectável, passa agora
a considerar-se um valor correspondente a 25% do valor patrimonial do
imóvel, constante da matriz, à data da aquisição, à semelhança do que
j á vinha sendo praticado para os primeiros.
Prende-se tal inovação com o novo conceito introduzido no código da
Contribuição Autárquica de "valor patrimonial".
295
- Activos Revertíveis
Os activos imobilizados revertíveis são aqueles que por virtude de
contratos de concessão são propriedade da empresa que efectua a sua
exploração durante um prazo determinado, revertendo para outra
entidade nos termos do contrato de concessão.
Casos desta natureza verificam-se em relação a empresas privadas
que exploravam a produção e distribuição de energia eléctrica, antes da
sua integração na E.D.P., e verifica-se hoje em relação às empresas
concessionárias das zonas de jogo.
Estas empresas são obrigadas, por força do contrato de concessão, a
adquirir ou a construir imobilizações corpóreas que no fim da concessão
revertem para o Estado, para as Autarquias ou para Organismos com
Objectivos de Assistência, Beneficiência, etc.
Nestes casos os bens podem ser reintegrados ou amortizados de
acordo com o número de anos que falta para o fim da concessão, se este
período for inferior ao período mínimo de vida útil, o que significa que
nesta hipótese as taxas de reintegração ou de amortização a aplicar a
esses bens podem ser superiores às que se encontram fixadas nas
tabelas anexas ao Decreto Regulamentar.
O n 9 2 do art. 13 s do Dec. Reg. 2/90 dispõe que a quota anual de
reintegração ou de amortização que pode ser aceite para efeitos fiscais,
como custo do exercício, determina-se dividindo o custo de aquisição ou
de produção, deduzido dos subsídios ou comparticipações da entidade
concedente, pelo número de anos que decorrer entre a sua entrada em
funcionamento e a data estabelecida para a reversão desses bens, o que
corresponde a esse número de anos.
No entanto o seu n s 3 estabelece que, no decorrer do período de
reintegração ou de amortização houver conhecimento de que o período
de concessão será prorrogado ou prolongado, deverá ser corrigida a
quota anual de reintegração ou de amortização, a partir do exercício em
que se verifique esse condicionalismo, ou seja, a quota de reintegração
ou de amortização deverá ser corrigida a partir do exercício em que se
concretize a prorrogação da concessão.
- Locação Financeira
No tocante à locação financeira art. 14 s do D.R. - 2/90 de 12 de
Janeiro), embora com alguns ajustamentos visando u m a maior
neutralidade fiscal das operações, em particular, mantém-se os
princípios básicos que tem sido seguidos neste domínio e que decorrem
296
do código do IRC - Reintegrações dos bens na Sociedade de locação
financeira e aceitação como custo de rendas no locatário.
Exemplo
Pela importação em 1990 de peças de reserva destinadas às máquinas "X" e "Y" que
entraram em funcionamento em 1989:
1. Pelo valor de aquisição (supondo que as peças não vão aumentar o período de vida útil
das máquinas):
Débito Crédito
1.1 Factura do fornecedor 423 2611
1.2 Direitos alfandegários 423 111
1.3 Frete e seguro 423 111
2. Pelas amortizações contabilizadas anualmente, supondo que se t r a t a de bens a
reintegrar a taxa mínima de 12,5%:
2.1 Taxa a aplicar às peças com base no período que resta aos elementos a que se
destinam as peças:
100 : 12.5 - 1 = 7 anos; 100 : 7 = 14,28%
2.2 Contabilização das amortizações calculadas anualmente: 6623 4823
297
- Amortizações de Imobilizações Incorpóreas
-- Trespasses
Preconiza agora o POC no ponto 5 n s 48, "que os trespasses devem
ser amortizados no prazo máximo de cinco anos podendo no entanto
este período ser dilatado,desde que se justifique e não exceda o do uso
útil.
Para satisfazer esta determinação do POC os adquirentes de
trespasses têm de inscrever na sua contabilidade, os referidos valores
como Imobilizações Incorpóreas, registando os inerentes "custos
contabilísticos" nos exercícios seguintes em evidente conciliação com a
4 a Directiva.
Assim sendo, poderia considerar-se razoável a qualificação dessa
amortização com "custos fiscais". No entanto considera a Administração
Fiscal pelo estabelecido no n s 3 do art B 17. s do D.R. - 2/90 que os
trespasses não são amortizáveis excepto em caso de deperecimento
efectivo devidamente comprovado e reconhecido pela D.G.C.I.
Verifica-se assim não haver harmonização no domínio fiscal e
contabilístico em matéria de trespasses.
298
de outros conhecimentos científicos ou técnicos com vista à
descoberta ou melhoria substancial de matérias-primas, serviços ou
processos de fabrico.
299
6. PROCEDIMENTOS EM AUDITORIA
Amortizações e reintegrações
Princípios contabilísticos
Como vimos já, as amortizações e reintegrações são a materialização
da depreciação económica dos bens do Activo Imobilizado, bens que,
directa ou indirectamente, concorrem para a realização do objecto
principal de qualquer empresa: a obtenção de lucros.
Desta realidade decorre a enunciação do princípio de que devem ser
calculadas e contabilizadas anualmente as amortizações e reintegrações
a que haja lugar, independentemente da existência ou não de lucros.
Por outro lado, igualmente à revelia dos resultados obtidos, as
amortizações devem corresponder o mais rigorosamente possível a
depreciações efectivas, isto é, a diminuições económicas de valor
avaliadas em razão de critérios tecnológicos de depreciação inerentes
aos bens em causa e aos processos produtivos a que os mesmos se
encontrarem afectos ou em razão de critérios económico-tecnológicos
que têm a ver nomeadamente com fenómenos de obsolescência.
Objectivos da auditoria
A auditoria das contas de amortizações e reintegrações exige o seu
alargamento às contas de imobilizado, cujos valores servem de base ao
seu cálculo. Assim, sem pretendermos ser exaustivos a esse nível,
diremos que dos objectivos de auditoria das contas de amortizações e
reintegrações se destacam:
a) Comprovação da existência material dos bens registados em conta
de imobilizações (realidade dos registos);
b) Comprovação da correcta avaliação dos mesmos bens (avaliação
de saldos);
c) Comprovação da veracidade e correcção de cálculo dos encargos
com amortizações e reintegrações do exercício e acumuladas.
Verificações de substanciação
P a r a levar a efeito os três grandes objectivos atrás referidos,
múltiplas tarefas devem ser executadas no âmbito das verificações de
substanciação, tais como:
300
a) Testar a exaustividade dos registos nas contas de imobuizações,
por comparação destes com inventários físicos, comprovando os
registos de alguns bens seleccionados, ou ainda seleccionando
algumas facturas mais expressivas, não contabilizando como
imobilizado e analisada a razão de tal procedimento;
b) Seleccionar alguns bens e verificar se os valores por que foram
contabilizados foram correctamente determinados (com ou sem
encargos acessórios ou IVA, etc.);
c) Testar a correcção de registos existentes relativamente a
elementos tais como: datas de aquisição e início de utilização,
período de vida útil e taxas de reintegração definidas; datas e
diplomas de reavaliação; datas de realização de operações
extraordinárias sobre os bens (grandes reparações, amortizações
extraordinárias, etc.) e data de alienação.
d) Testar também as políticas seguidas relativamente a eventuais
"trabalhos para a própria empresa" ou "Entradas de bens de
imobilizado para realização de capital", nomeadamente, analisando
os processos de custeio seguidos no primeiro caso e verificando a
forma de determinação do preço, no segundo caso, por exemplo
consultar o relatório do POC (art- 28.B CSC) se ele existir.
Efectuados estes testes, deverão então efectuar-se as verificações de
substanciação relativas as amortizações e reintegrações,
propriamente ditas, tais como:
e) Baseadas nos mapas de reintegração e nos elementos j á colhidos
conforme alíneas anteriores, controlar, por amostragem ou
exaustivamente, a correcta determinação da quota de reintegração
do exercício, montantes das reintegrações acumuladas e valores
líquidos de reintegração;
f) No caso de bens reavaliados, controlar também a reavaliação
efectuada e os valores dela resultantes, bem como a quota de
reintegração do exercício e acréscimo da mesma relativamente a que
resultaria do cálculo da mesma sobre o originário valor de aquisição;
g) Conciliar os valores constantes dos mapas de reintegrações com
os elementos contabilizados e constantes das demonstrações
financeiras e da declaração de rendimento para efeitos de imposto
sobre o rendimento;
h) Controlar também eventuais divergências entre os valores
contabilísticos seguidos e critérios fiscais aplicáveis e respectivas
repercussões na declaração de rendimentos referida na alínea anterior;
301
i) Controlar, ainda, a correcta determinação de eventuais mais ou
menos-valias fiscais e contabilísticas e seu tratamento nas já citadas
declarações de rendimentos.
//
302
IV JORNADAS DE CONTABILIDADE
Título da Comunicação:
CONSIDERAÇÕES EM TORNO DO PARADIGMA
DA UTILIDADE
303
INDICE
1. INTRODUÇÃO
1.1. O paradigma legalista
1.2. O paradigma económico
1.3. O paradigma utilitarista
3. A IMAGEM FIEL
4. A INVESTIGAÇÃO EMPÍRICA
5. CONCLUSÃO
6. BIBLIOGRAFIA
304
1. INTRODUÇÃO
1
Tua Vereda, J.: Algunas implicaciones dei paradigma de Utilidad en la disciplina
contable. Técnica Contable, n9 486, Junio de 1989, Madrid.
2
Canibano Calvo, não considera que o desenvolvimento da Contabilidade se efectuou
segundo os mesmos pressupostos referidos por J. Tua, já que, por um lado, e seguindo a
Lakatos, denomina as fases de evolução do conhecimento contabilístico por "programas de
investigação", e, por outro lado, dá particular relevo ao programa de investigação
formalizado de R. Mattessich. (Canibano Calvo, L.: Contabilidad - análisis contable de la
realidad económica. Ed. Pirâmide, 1987, Madrid.
Canibano Calvo, L.: Teoria Actual de la Contabilidad. Ed. ICE, Madrid, 1975.
305
prova (...) e a finalidade atribuída à informação contabilística consista
na apresentação de uns dados sobre bens, direitos e obrigações, que
sirvam de garantia a terceiros".
É geralmente reconhecido que as teses do paradigma legalista
influenciaram decisivamente os modelos contabilísticos, quer ao nível
terminológico, quer ao nível conceptual. O pensamento contabilístico
sofreu grandes influências (quiçá, domínio ?) do Direito, a ponto de a
Contabilidade ter sido considerada, não sem razão, a "Álgebra do
Direito" 1 . Estas influências, consubstanciam-se, designadamente,
sempre que existe u m a prevalência da forma legal dos factos
contabilísticos sobre a sua substância económica, bem como pela
aplicação rigorosa dos critérios da verificabilidade e da objectividade da
informação financeira.
Paradoxalmente, - ou naturalmente, na perspectiva do
desenvolvimento das ciências - a ruptura com o paradigma legalista
dá-se, no plano conceptual, quando os relatos apresentados pelo modelo
contabilístico, e que se reportavam aos bens, direitos e obrigações que
serviam de garantia a terceiros, ao serem avaliados objectivamente, em
conformidade com o modelo, deixam de reflectir a realidade da empresa,
fruto, designadamente, da conjuntura económica hiper-inflacionista do
pós I Guerra.
Os critérios legalistas de medição da objectividade mostraram-se
então caducos, e tornou-se necessário desenvolver novos modelos.
1
Garnier, P.: La Comptabilité, algèbre du droit et méthode d'observation des sciences
économiques. Dunod, Paris, 1947, cit. por Cahibano (1987).
2
Tua Pereda, ob. cit.
306
A Contabilidade recorre a conceitos da Teoria Económica, e em
particular da microeconomia, com o objectivo de, desse modo, facilitar,
designadamente, o cálculo do resultado.
Alicerçada na busca da Verdade Ideal, a investigação contabilística
assenta predominantemente no método dedutivo.
Como resultado da investigação "a priori", são desenvolvidos e
aplicados os conceitos de "plano de contas" 1 e de "princípios de
contabilidade geralmente aceites" 2 .
A obtenção de u m a verdade única para a medição do resultado e da
situação económica da Empresa, rapidamente se revelou utópica e,
como diz Cea Garcia 3 "haveria que desterrar a visão idílica de u m a
racionalidade contundente e irrefutável para cada transacção
empresarial, apesar de com bastante frequência competirem diversas
hipóteses alternativas relacionadas com a natureza económico
financeira de certas transacções, razão pela qual a escolha do princípio
contabilístico para u m a determinada interpretação suporia sempre
certas doses de convencionalismo".
Existindo, como foi dito, diversas hipóteses alternativas - por vezes
até conflituantes - relacionadas com a natureza económico-financeira
de certas transacções, e visando o paradigma económico a obtenção de
uma verdade única e, consequentemente, como corolário obter u m a
informação contabilística neutra e imparcial, colocam-se algumas
questões de difícil resposta no quadro epistemológico:
1. que interpretação deverá ser dada a cada transacção ?
2. quais as determinantes que deverão ser consideradas na
formulação dos juízos "apriorísticos" do modelo, e "in fine" na
preparação dos princípios de contabilidade ?
3. que utilidade tem a informação contabilística preparada deste
modo idílico ?
A resposta a estas questões tem a ver, naturalmente, com o corolário
do objectivo primeiro deste programa de investigação, ou seja, a
determinação da existência da apregoada neutralidade e imparcialidade
da informação contabilística.
Meio E n v o l v e n t e
Sistema de informação
Contabilidade
1
Adaptado de Gaultier e Underdown, Accounting Theory and Pratice.
308
Constata-se que a empresa e o meio envolvente se mantêm em
ligação permanente, através de um processo constante de alimentação
e rectroalimentação, e que sendo as demonstrações financeiras a
imagem visível externa de todo o processo de captação, medição,
avaliação e classificação dos factos contabilísticos que envolvem a
actividade da empresa, a informação contabilística constitui peça
determinante desse processo de ligação já que permite aos seus utentes
efectuarem avaliações e tomarem decisões informadas.
Análise
Contabilidade da Contabilística
Captação Actividade interna
Representação
! Medida
Avaliação Contabilidade da
Actividade externa Demonstrações
Financeiras
309
passado, presente e futuro da realidade económica em termos
quantitativos a todos os seus níveis organizativos, mediante a utilização
de um método específico apoiado em bases suficientemente testadas, com
o fim de facilitar a adopção das decisões financeiras externas e as de
planificação e controlo internas".
Daqui resulta que a esta disciplina terá, necessariamente, de
assumir como um dos seus objectivos basilares a produção e o
fornecimento ao destinatário da informação dos elementos de que ele
necessita para poder formular u m a opinião acerca da unidade
económica ou, por outras palavras, a Contabilidade tem por objecto
produzir e comunicar informação, cuja finalidade é possibilitar aos
destinatários efectuarem juízos e tomarem decisões informadas.
Este objectivo básico da Contabilidade implica que o "produtor" da
informação tenha como função facultar a o d e s t i n a t á r i o o m a i o r
n ú m e r o p o s s í v e l de informações, que este combinará da forma que
julgar mais apropriada face aos objectivos que pretenda atingir.
Rejeitam-se deste modo as teses legalistas, u m a vez que se considera
não ser o principal objectivo da disciplina evidenciar o património numa
perspectiva de garantia do cumprimento das obrigações assumidas pela
empresa.
Rejeita-se, igualmente, a tese de que a Contabilidade seja u m a
disciplina económica - afastada que está a possibilidade de encontrar
uma 'Verdade Ideal" nas medições do resultado e da situação
patrimonial.
Reconhece-se que se t r a t a de u m a disciplina de aplicação a factos
económicos, isto é, que o seu objecto material est vinculado à realidade
económica. A Contabilidade efectua um processo de agregação/desagre-
gação da realidade económica, visando avaliar segmentos, ou a
totalidade, da estrutura circulatória daquela realidade.
310
Alteram-se 1 , desse modo, os pressupostos básicos da nossa
disciplina, reconhecendo-se que a importância da Contabilidade é
função da utilidade que a mesma tenha para os destinatários da
informação e, reconhecendo-se, por consequência, a importância dos
utentes na construção do modelo contabilístico.
Neste sentido Staubus 2 sustentou que a contabilidade deveria
conceber-se como um serviço de informações e que a profissão
contabilística deveria indicar quem são os principais utentes dessa
informação e a necessidade de adquirir certos conhecimentos sobre o
processo de tomada de decisões empregue pelos diferentes níveis de
utentes.
Começam desse modo a construir-se os alicerces do paradigma
utilitarista.
Apresenta-se pois a utilidade da informação para a tomada de
decisões pelos destinatários, como a pedra chave do paradigma da
utilidade, daí resultando, como diz Sterling 3 , que "a informação mais
relevante é a que contém maior potencial de fornecimento de dados
necessários para os modelos empregues pelo decisório".
Como diz José Mattoso, "é difícil determinar a vigência ou falência de categorias
mentais. Hoje em dia esses critérios já não são passíveis de qualificação, porque são
neutros. A partir de Descartes é que se começa a dominar a ciência, e esta domina cada
vez mais todas as disciplinas das ciências humanas. Por esse motivo, o critério do bom e
do mau só pode ser um critério de utilidade: uma coisa é útil ou não para o homem, para
que este seja mais autónomo e senhor do seu destino". (José Mattoso, in Revista Sábado,
n" 100 de 12 a 18 de Maio de 1990, Lisboa).
Staubus, George J.: A Theory of accounting to investors, Berkeley, Calif, University
of California Press, 1961 (cit. por Gonzalez Bravo, Lucio E. e outros: Aspectos
metodológicos de la Contabilidad, Impressos Centro, Argentina, 1990).
Sterling, R.R.: Decision Oriented Financial Accounting, Accounting and Business
Research, Summer, 1972 (cit. por Tua (1989)).
311
Destinatários internos Destinatários externos
Produtores Não produtores Com interesse Com interesse
de informação de informação específico genérico
Proprietários
Imprensa financeira
Agências de informações
Sindicatos
Associações patronais
Professores
1
Hoje em dia, assiste-se ao desenvolvimento da contabilidade de gestão no quadro de
um novo paradigma: a contabilidade de direcção estratégica.
312
Informação do meio envolvente
i
V
(5
1(6)
Função objectivo 1 (2) (4)
Vendas
Resultados 1
yI
1
V
x 131
\ 7
Meios > > Acções
—> | Decisores
i
(7)
j
Restrições
Técnicas 1 > (1) Definição da função objectivo
Legais (2) Elaboração do orçamento
Autorestrições (3) Execução do PPBS
(4) Recursos inform, dos factos reais
(5) Informação de controlo (desvios)
(6) Execução do PPBS modificado
PPBS-Plan, programming budgeting system
Meio ambiento (plano, programa e orçamento)
313
de destinatários da informação - SFAC n s 1 do FASB - acaba por se
orientar, predominantemente, para a protecção do investidor bolsista.
Um pouco neste último sentido, parece-nos que se orienta o Plano
Oficial de Contabilidade Português - revisão de 1990.
De facto, tal como a norma norte-americana, o POC indica um leque
relativamente vasto de utentes da informação financeira (investidores,
financiadores, trabalhadores, fornecedores e outros credores, adminis-
tração pública e público em geral), mas começa por dizer no primeiro
parágrafo do seu capítulo terceiro que "as demonstrações financeiras
devem proporcionar informação acerca da posição financeira, das
alterações desta e dos resultados das operações, para que sejam úteis
a i n v e s t i d o r e s , a c r e d o r e s e a outros utentes (...); c o n t r i b u e m
a s s i m para o f u n c i o n a m e n t o eficiente d o m e r c a d o de capitais".
Nesta perspectiva pode dizer-se que a Contabilidade pode ser
entendida como um modelo gerador de sistemas de informação, uma vez
que, face aos múltiplos interessados na informação produzida pelo
sistema contabilístico, esta tende a ser mais cada vez mais ampla por
forma a satisfazer quer os diversos núcleos de utentes, quer as distintas
perspectivas por eles pretendidas, colocando, por isso mesmo, novas
questões conceptuais.
De facto, como diz Tua 1 "o enquadramento que atende à utilidade
dos utentes coloca mais interrogações do que respostas definitivas, pois
abre a possibilidade de estabelecer tantos sistemas contabilísticos
quantos os grupos de utentes que possam detectar-se ou, pelo contrário,
aconselha a necessária busca de um só sistema que t r a t e de satisfazer
na melhor medida possível a totalidade dos interesses concorrentes".
A primeira das soluções implica que o modelo contabilístico se
adapte por forma a produzir informações de carácter múltiplo, cada vez
mais diversificadas e sucessivamente mais exigentes, isto é, um sistema
- que pode ser designado por Contabilidade Multidimensional - que tem
por objectivo proporcionar informação adequada a modelos de decisão
de utentes específicos.
Na segunda solução adopta-se uma postura distinta, que consiste em
supor que as Demonstrações Financeiras se preparam para utentes
indeterminados e, consequentemente, tem objectivos múltiplos.
A regulamentação contabilística - planos de contabilidade, 4B Directi-
v a Pereda (1989).
314
va, NIC's, etc. - tem-se inclinado pela segunda solução, a qual, apresen-
tando inequívocas vantagens, não é, no entanto, isenta de problemas 1 .
3. A IMAGEM FIEL
I
Cea (1987), ob. cit.
Monterrey Mayoral, J.A.: El Princípio de la Imagen Fiel en la IV Directriz, Actas das
II Jornadas de Contabilidade, Instituto Superior de Contabilidade e Administração de
Aveiro, Aveiro, 1985.
Monterrey Mayoral, J.A.: En torno a los requisitos de la información contable. Técnica
Contable, ns 464-465, Agosto-Septiembre, 1987, Madrid.
316
Organismo emissor American
Accounting AICPA ICAEW AECA FASB - CNC
Association
Relevância • • / • / •
Imparcialidade/objectividade / / • • •
Verificabilídade / / / •
Comparabilidade / / / / /
Clareza / / /
Oportunidade / / /
Economicidade • • •7
Veracidade/Fidelidade / /
Razoabilidade / /
Identificabilidade •
Integridade J
Quantificação •
Confiança/Fiabilidade / /
Capacidade previsional •
Valor "feedback" /
Materialidade •e
' "A statement of basic accounting theory (ASOBAT)". American Accounting Association, Illinois, 1966
2
"Report of the study group on the objectives of financial statements (Trublood report)", AICPA, New York, 1973
3
"The corporate report", ICAEW, Londres, 1975
4
Princípios e normas de contabilidad em Espana, Documento n9 1, AECA, Madrid, 1980
5
Qualitative Characteristics of accounting information, Statement of financial accounting concepts (SFAC) ne 2, New York, 1980
5
Plano Oficial de Contabilidade, Comissão de Normalização Contabilística, 1989 (DL nB 410/89, de 21 de Novembro)
7
Restrição básica
8
Umbral para 0 reconhecimento dos requisitos
1
Adaptado de Monterrey Mayoral (1987).
317
Os vários requisitos apontados podem ser classificados em:
- requisitos básicos, e
- requisitos colaterais,
j á que o cumprimento dos primeiros deverá ser complementado com a
satisfação dos últimos.
Tomando como referência o quadro 5, podemos incluir nos requisitos
básicos a relevância, a objectividade (neutralidade/imparcialidade), a
verificabilidade e a comparabilidade, constituindo todos os demais
apontados no quadro referido requisitos colaterais.
Como refere Tua 1 no quadro do paradigma da utilidade "os critérios
tradicionais de objectividade e de verificabilidade, sem deixarem de ser
importantes, são ultrapassados pelo critério da relevância no primeiro
lugar da escala de prioridades".
Também o Plano Oficial de Contabilidade Português, na sua revisão
de 1990, se encaminha para o enquadramento nas teses utilitaristas,
e dedica, como referimos acima, u m capítulo às Características da
Informação Financeira, - seguindo nesta matéria a "Framework for the
Preparation and Presentation of Financial Statements", da
International Accounting Standards Committee (IASC), de 1988 - e
referindo, nesse capítulo, designadamente, que "a qualidade essencial
da informação proporcionada pelas demonstrações financeiras é a de
que seja compreensível aos utentes, sendo a sua utilidade determinada
pelas seguintes características:
- Relevância
- Fiabilidade
- Comparabilidade",
reconhecendo de seguida que a imagem fiel da situação financeira e do
resultado das operações, só pode ser obtida pela conjugação entre as
características da informação financeira, e a aplicação dos conceitos,
princípios e normas contabilísticas adequadas.
318
4. A INVESTIGAÇÃO EMPÍRICA
1
Zeff, Stephen A.: Administration de Empresas, 1982 (cit. por Gonzalez Bravo, Lúcio
E. e outros (1990).
2
Tua Pereda, J.: La investigation empírica en Contabilidad - La hipotesis de eficiência
dei mercado. Ed. Instituto de Contabilidad y Auditoria de Cuentas, Madrid, 1991.
319
g) que tipos de informação financeira promovem ou impedem a
optimização dos recursos económicos ?
Daqui resulta que a investigação empírica em contabilidade
evidencia um forte carácter interdisciplinar dado depender da disciplina
económica, mas também da psicologia, da sociologia, da investigação
operacional, da estatística e das ciências políticas.
5. CONCLUSÃO
320
6. BIBLIOGRAFIA
321
TUA PEREDA, J.: Algunas precisiones adicionales en torno al
princípio de imagen fiel. Técnica Contable n s 444 - Diciembre. 1985.
Madrid.
TUA PEREDA, J.: Algunas implicaciones dei paradigma de utilidad
em la disciplina contable. Técnica Contable n° 486 - Junio. 1989.
Madrid.
VIEIRA DOS REIS, J.: Os documentos de prestação de contas na
CEE e a legislação portuguesa. Rei dos Livros. 1987. Lisboa.
Publicações Oficiais:
PLANO OFICIAL DE CONTABILIDADE - 1989
NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE (IASC)
Incluídas no Manual do Revisor Oficial de Contas
4.8 DIRECTIVA DA CEE
Incluídas no Manual do Revisor Oficial de Contas
322
L
IV JORNADAS DE CONTABILIDADE
Título da Comunicação:
O IMPACTO DA 7* DIRECTIVA NO DIREITO
INTERNO PORTUGUÊS
323
1. A abordagem do tema proposto é efectuada na óptica da
transposição para o direito nacional das normas de consolidação
de contas estabelecidas na 7S, Directiva (83/349/CEE).
2. Objectivos e âmbito de aplicação do normativo do D.L. n s 238/91
de 2 de Julho que institui a obrigatoriedade da elaboração das
demonstrações financeiras consolidadas e do respectivo relatório
de gestão.
3. Condições que tornam obrigatória a consolidação de contas numa
empresa-mãe e as excepções previstas configuradas nas dispensas
e exclusões da mesma.
4. Confrontos entre objectivos gerais e fiscais face à obrigatoriedade
da consolidação e contas.
5. Alterações introduzidas nos códigos das Sociedades Comerciais e
Registo Comercial e no Plano Oficial de Contabilidade.
Competência para elaboração e Fiscalização das contas
consolidadas.
Porto, Outubro de 1991
ÍNDICE
1. Introdução
2. Objectivos e âmbito de aplicação do normativo relativo à
Consolidação de Contas
3. Dispensas e exclusões da obrigação da Consolidação de
Contas
4. Alterações aos Códigos do Registo Comercial e das
Sociedades Comerciais
5. Alterações ao P.O.C
6. Confronto entre objectivos gerais e fiscais da Consolidação
de Contas
7. Conclusões
324
1. INTRODUÇÃO
325
Contudo, como segundo objectivo desta transposição colocase a
obrigatoriedade da elaboração das demonstrações financeiras
consolidadas e do relatório consolidado de gestão do grupo de empresas
compreendidas na consolidação.
De acordo com aquele diploma, e por enquanto, as empresasmães
sujeitas àquela obrigação devem estar constituídas sob a forma de:
■ Sociedades anónimas,
■ Sociedades em comandita por acções,
■ Sociedades por quotas.
Dissemos, por enquanto, porque já existe uma proposta de Directiva
(JO, C114, 1986) sobre a extensão do âmbito de aplicação da 4a. e 7.s
Directiva às sociedades em nome colectivo e em comandita simples.
Assim, aquele diploma, recentemente publicado, torna obrigatória a
consolidação de contas para a empresamãe, sujeita ao direito nacional
que obedeça às seguintes condições:
1) Possua maioria dos direitos de voto dos titulares do capital da
empresa dependente;
2) Tenha o direito de designar ou destituir a maioria dos membros
dos órgãos sociais da empresa dependente e seja,
simultaneamente, titular de capital desta empresa;
3) Possua o direito de exercer uma influência dominante sobre a
empresa dependente da qual é um dos titulares do capital, por
força de um contrato realizado entre ambas ou de cláusula
contratual;
4) Detenha pelo menos 20% dos direitos de voto e a maioria dos
membros dos órgãos sociais da empresa filial que exerceram
funções durante o exercício a que se reportam as contas
consolidadas, bem como, no exercício precedente.
5) Detenha capital de uma empresa filial e a controle por si ou por
força de um acordo com outros titulares do seu capital, a maioria
dos direitos de voto.
Além destas condições existem outras particularidades relativas a
esta obrigação designadas nos pontos 2, 3 e 4 do art s l. s do referido
diploma.
326
3. DISPENSAS E EXCLUSÕES DA OBRIGAÇÃO DA CON-
SOLIDAÇÃO DE CONTAS
327
b) e se em casos excepcionais, a aplicação de u m a das
disposições das normas de consolidação, for incompatível
com aquele objectivo, não deverá ser aplicada, divulgando-
-se o facto no anexo ao balanço e à demonstração de
resultados.
No entanto, se duas ou mais empresas se encontrarem nas
condições anteriores da alínea a), mas forem materialmente
relevantes para o objectivo em causa, devem ser incluídas na
consolidação (n s 2 do art s 4. s ).
328
Nestes termos, os responsáveis executivos de sociedades obrigadas
à consolidação de contas terão de cumprir as obrigações estipuladas por
lei na referido normativo, devendo prestar em tempo útil à sociedade
consolidante todas as informações necessárias à consolidação das
contas.
Tanto a elaboração do relatório consolidado de gestão, das contas
consolidadas do exercício como dos outros documentos de prestação de
contas consolidadas devem dar cumprimento às disposições legais
aplicáveis.
Depára-se-nos aqui um aspecto crucial no que concerne à elaboração
das contas consolidadas. Actualmente, haverá poucos profissionais
habilitados tanto para a elaboração como para a fiscalização daquelas
contas. Pelo que será oportuno salientar que nos I.S.C.A.(s) existe o
curso de Especializados em Auditoria, cujo curriculum, entendemos ser
um dos mais adequados para aquelas funções. É necessário recordar o
investimento que o País está a fazer na preparação de profissionais
competentes para uma área cuja complexidade ainda não foi testada,
mas que brevemente irá pôr à prova as capacidade de alguns
portugueses intervenientes na consolidação. Consequentemente, é de
lembrar aos presentes que a aplicação do diploma que transpõe para o
direito interno as normas de consolidação de contas estabelecidas na 7S.
Directiva são de aplicação obrigatória desde 1 de Janeiro do corrente
ano. Parece-me urgente definir, em termos profissionais quem é quem,
o dramaturgo inglês diria "to be or not be", "that's the question". Nós
estamos em Portugal e Portugal está na CEE e na vasta e
pluridimencional área da consolidação de contas muito trabalho
profundo e consciencioso é necessário desenvolver junto das empresas.
5. ALTERAÇÕES DO P.O.C.
329
Importa ainda t r a t a r alguns dos aspectos, que reputamos de
interesse e que se encontram no âmbito das normas de consolidação de
contas.
Assim, esses aspectos referemse ao seguinte:
■ Através da consolidação de contas obtémse u m só balanço e u m a só
demonstração de resultados que integram o conjunto de empresas
compreendidas na consolidação;
■ Aquelas demonstrações financeiras consolidadas constituem um
complemento das demonstrações financeiras individuais das
empresas do grupo e têm como objectivo dar u m a imagem
verdadeira e apropriada da situação financeira e dos resultados das
operações do conjunto dessas empresas;
■ Os princípios contabilísticos, os critérios valorimétricos dos activos
e passivos e a estrutura dos modelos utilizados na elaboração das
demonstrações financeiras consolidadas são os previstos no P.O.C.;
■ As técnicas e os procedimentos de consolidação adoptados têm como
base a aplicação do método de consolidação integral, prevendose
também a adopção dos métodos da consolidação proporcional e o da
equivalência patrimonial, sendo este último de aplicação obrigatória
relativamente às empresas associadas;
■ Face ao que se passa em outros países evitase a imposição de
registos digráficos para as operações de consolidação nas empresas
mães, pelo que basta a existência de mapas e documentos de suporte
que fundamentem de forma clara e objectiva a sua revisão por parte
das entidades competentes.
■ Além destas, outras questões de não somenos importância acerca
das normas de consolidação de contas vêm expressas no Anexo I e
II do DecretoLei n s 238/91, de 2 de Julho.
330
O diploma regulador estabelece no seu artfi 2.9, que as empresas
compreendidas na consolidação devem ser consolidadas qualquer que
seja o local da sede das empresas filiais.
Por outro lado, o art 8 l. s do mesmo diploma define as empresasmães
sujeitas à obrigatoriedade da elaboração das demonstrações financeiras
consolidadas e do relatório consolidado de gestão.
Eisnos chegado ao ponto de colocar a questão relativa à
obrigatoriedade da consolidação das contas para efeitos do regime da
tributação do lucro consolidado.
Entendo, face à legislação vigente, que aquele regime deve ser
aplicado no âmbito do DecretoLei n e 414/87 de 31 de Dezembro, e do
IRC (art s 59.e) que consagram alguns dos seus artigos à "tributação pelo
lucro consolidado". P a r a o efeito a sociedade consolidante, deve atender
às seguintes condições:
■ Todas as sociedades do grupo tenham a sede e direcção efectiva em
território nacional;
■ Possuir o domínio total (mínimo de 90%) sobre as demais sociedades
do grupo nos termos do C.S.C..
■ Aplicação do regime geral de tributação em IRC dos lucros do grupo
das sociedades consolidadas.
Naquela primeira condição encontrase a chave da questão, face ao
estabelecido no art 3 2. 8 do DecretoLei n s 238/91, de 2 de Julho,
enquanto neste a consolidação é obrigatória para o grupo de empresas
qualquer que seja o local da sede das empresas filiais, naqueles a
aplicação do regime da tributação pelo lucro consolidado está
condicionado a todo o grupo ter a sede e direcção efectiva em território
nacional.
Inferimos deste raciocínio que a obrigatoriedade da consolidação de
contas estabelecida no art B l. s do actual normativo tem por objectivo a
protecção de interesses sociais tanto dos sócios como de terceiros,
enquanto que os outros têm como objectivo da aplicação do regime de
tributação pelo lucro consolidado. Corroborando esta ilação está o facto
da aplicação deste regime carecer duma autorização, a solicitar ao
Ministro das Finanças, pela sociedade dominante, que deverá ser
formulada até 30 de Abril do próprio ano em que se processará a
tributação pelo lucro consolidado.
331
7. CONCLUSÕES
332
IV JORNADAS DE CONTABILIDADE
Título da Comunicação:
CONTROLO INTERNO
- Conceitos Básicos
- Aplicações Específicas
333
INDICE
I. GENERALIDADES
II. NOÇÃO
VII. REGISTO
BIBLIOGRAFIA
334
I. GENERALIDADES
335
"Controlo interno, em sentido amplo, inclui controlos que possam ser
caracterizados quer como contabilísticos, quer como administrativos,
como segue:
a. Os controlos contabilísticos compreendem o plano de organização e
todos os métodos e procedimentos que principalmente respeitem e
estejam relacionados com a salvaguarda de activos e a fiabilidade
dos registos financeiros. Incluindo, geralmente, controlos como os
sistemas de autorização e aprovação, separação de tarefas
relacionadas com a escrituração e elaboração de demonstrações
financeiras das pessoas ligadas com operações ou custódia dos
activos, controlo físico sobre os mesmos activos e auditoria interna.
b. Os controlos administrativos compreendem, para além do plano de
organização, todos os métodos e procedimentos que se relacionam
com a eficácia operacional, bem como com a adesão a políticas
administrativas e que, normalmente, apenas u m a relação indirecta
com os registos financeiros.
Estes controlos administrativos incluem geralmente a análise estatísti-
ca, estudo de tempos e métodos, relatórios sobre produtividade, progra-
mas de formação profissional dos empregados e controlos da qualidade.
II. NOÇÃO
336
La second publiée em 1977 à l'occasion de XXXII Congresso
Nacional da Ordre des Experts Comptables, s'énonce ainsi: «Le
contrôle-interne est l'ensemble des sécurités contribuant à la
maîtrise de l'entreprise. Il a pour but d'assurer, d'un côté, la
protection, la sauvegarde du patrimoine et la qualité de
l'information, de l'autre, l'application des instructions de la direction
et de favoriser l'amélioration des performances. Il se manifeste par
l'organisation, les méthodes et les procédures de chacune des
activités de l'entrepise pour maintenir la pérennité de celle-ci.»
Dans la première definition, le contrôle interne a pour unique objet
la détection des erreurs et des fraudes; dans la seconde en revanche,
il est conçu en outre comme u n moyen de sauvegarder le patrimoine,
de promouvoir la qualité de l'information, d'améliorer les
performances et de faire appliquer la politique de la direction.
Le controle interne a donc non seulement des objectifs comptables,
mais également des objectifs administratifs. Nous analyserons:
- les aspects comptables du contrôle interne;
- les aspects administratifs du controlo interne;
- l'intérêt de l'auditeur pour ces différents aspects du contôle
interne."
337
CONTROLO INTERNO CONTABILÍSTICO
Compreende o plano de organização, os procedimentos e registos que
estejam relacionados com a salvaguarda dos activos e a fiabilidade dos
registos financeiros sendo, consequentemente, concebidos para
garantirem razoável segurança de que:
a. As transacções são realizadas de acordo com uma autorização geral
ou específica da gestão, conforme o regime de delegação de poderes
instituído;
b. O registo das operações é um meio necessário, para permitir:
1. A preparação das demonstrações financeiras em conformidade
com princípios contabilísticos geralmente aceites quer ainda
com critérios que lhes sejam aplicáveis;
2. A atribuição da responsabilidade pelos activos.
c. O acesso aos activos só é permitido no âmbito da autorização da
gestão.
d. Os activos são periodicamente objecto de verificação física e os
respectivos resultados comparados com os registos existentes, sendo
quaisquer diferenças daí resultantes, regularizadas, depois de
esclarecidas, mediante a tomada de acções apropriadas.
SIGNIFICADO
- A primeira razão para estudo de controlo interno é porque ele pode
formar um importante elo na cadeia de recolha de provas evidence de
auditoria, para suporte no parecer da true and fair view;
- A segunda razão é para alertar a administração das deficiências do
sistema e prescrever-lhe os remédios - ajudá-la a implementar o
controlo de toda a organização.
SITUAÇÕES
Consideremos três situações:
a) controlo interno bom
- requer um trabalho de auditoria menos detalhado;
- os testes substantivos 1 requerem um menor número de
amostras.
338
b) controlo interno razoável (moderate)
- requer um trabalho de auditoria mais detalhado (v.g. existem
guias de remessa e facturas de venda, mas não existe
qualquer controlo para testar a correspondência entre elas,
então o auditor tem de recorrer a u m maior número de
amostras ao realizar os testes substantivos).
c) controlo interno fraco (poor)
- pode acontecer que o controle interno seja tão fraco que
nenhuma auditoria possa ser levada a cabo tornando
impossível a formação da opinião de auditoria, (v.g. não existir
guias de remessa);
- no mínimo, a exigência de u m trabalho de auditoria muito
mais detalhado;
- toda a prova de auditoria (evidence) deve ser obtida por meio
de testes substantivos.
TIPOS DE TESTES
É de vital importância a distinção conceituai dos testes, como segue:
(i) testes substantivos (substantive tests)
- destinados a proporcionar a prova directa dos montantes
das contas - obter evidência para justificar os montantes
(v.g. circularização dos saldos dos clientes e outros
devedores).
- necessários mesmo no caso de existirem controlos internos
- a extensão será determinada pelo sistema de
controlo interno implantado - se existe um controlo
apertado, o trabalho de auditoria é menor.
- a extensão de testes substantivos detalhados serão
também determinados por razões óbvias, tais como
as resultantes da revisão analítica (comparando
rácios e contas - compilando evidências nas
demonstrações financeiras).
(ii) testes de conformidade (compilance tests)
- apenas aonde existem controlos internos e são dignos de
confiança;
- testes feitos para mostrar que os controlos internos
funcionam - não para confirmar um montante, mas para
mostrar que o sistema será operacional;
339
- a investigação é para provar a realização do controlo;
- observação (v.g. o correio é aberto por duas pessoas
e entregue a uma terceira);
- prova escrita (v.g. rubrica das facturas de compra);
- erros de cálculo mostram que o controlo não está a
trabalhar apropriadamente.
340
R e s p o n s a b i l i d a d e da g e s t ã o
0 estabelecimento e a manutenção de um sistema de controlo interno
constitui u m a importante responsabilidade de gestão. Assim, os
conceitos implícitos na definição de controlo contabilístico são expressos
no contexto dessa responsabilidade.
O sistema de controlo interno deve estar sob permanente supervisão da
gestão, de forma a determinar que funciona como foi prescrito e que é
modificado quando necessário, em função de alterações nas condições
envolventes.
Razoável segurança
Os conceitos de controlo interno compreendem a razoável - mas não a
absoluta - segurança de que os objectivos expressos sejam assegurados
pelo sistema.
O conceito de razoável segurança reconhece que o custo do controlo
interno não pode exceder os benefícios esperados da sua utilização.
M é t o d o s de p r o c e s s a m e n t o de d a d o s
Sendo os conceitos sobre controlos contabilísticos expressos em termos
de objectivos, os mesmos são independentes do processo utilizado no
processamento de dados. Deste modo são aplicáveis da mesma forma a
sistemas de processamento manual, mecânico ou electrónico, sendo
embora certo que a organização e os procedimentos necessários para
assegurar aqueles objectivos possam ser influenciados pelo método de
processamento de dados utilizado.
Limitações
Há limitações que devem ser reconhecidas quando se considera a
potencial eficácia de qualquer sistema de controlo interno e que lhe são
inerentes. Na aplicação de muitos procedimentos de controlo há
possibilidades de cometimento de erros, provenientes do incorrecto
entendimento de instruções, de julgamento e negligência, distracção ou
fadiga do pessoal.
341
Pessoal
A razoável segurança de que os objectivos de controlo interno são
atingidos depende, em parte, da competência e integridade do pessoal,
da independência do exercício das funções que lhe tiverem sido
estabelecidas e da sua rigorosa compreensão dos procedimentos
prescritos.
S e g r e g a ç ã o de f u n ç õ e s
Funções incompatíveis em termos de controlo interno são as que
colocam uma pessoa numa posição em que possa perpetrar e conciliar
erros ou irregularidades no exercício normal das suas
responsabilidades. Qualquer pessoa que proceda ao registo de operações
ou tenha acesso a activos, encontra-se geralmente em posição de
perpetrar erros ou irregularidades.
E x e c u ç ã o de o p e r a ç õ e s
A obtenção de razoável segurança de que as operações são executadas
de acordo com autorização da gestão, exige que haja evidência de que
as autorizações são emitidas por pessoas agindo no âmbito da
autoridade que lhes está cometida e que as operações estejam em
conformidade com os termos dessas autorizações.
R e g i s t o de o p e r a ç õ e s
No que se refere ao registo de operações, o objectivo do controlo interno
requer que as mesmas sejam registadas pelo valor adequado, nos
períodos contabilísticos em que foram realizadas e que sejam
classificadas em contas apropriadas.
Acesso a activos
O objectivo de salvaguarda de activos exige que o acesso a esses activos
seja limitado a pessoal autorizado a fazê-lo. Neste âmbito se inclui o
acesso físico directo ou indirecto, através da preparação ou
processamento de documentos que autorizem o uso ou utilização desses
activos.
342
C o m p a r a ç ã o dos r e g i s t o s c o n t a b i l í s t i c o s c o m o s a c t i v o s
0 propósito da comparação periódica entre os registos e os activos é o
de determinar se estes conferem com aqueles. A frequência com que
esta comparação se deve realizar com o objectivo de aferir a fiabilidade
dos registos para preparação das demonstrações financeiras depende
não só da materialidade dos activos mas também da sua suscetibilidade
de perda, em consequência de erros ou irregularidades.
Finalmente, e de forma que não se pretende exaustiva, pode dizer-se
que os principais elementos definidores da qualidade do controlo
interno são os seguintes:
1. O desenvolvimento e manutenção de u m a linha funcional de
autoridade para complementar os controlos de organização;
2. Uma clara definição de funções e responsabilidades dos
departamentos e actividades da empresa, sem lacunas ou áreas de
responsabilidade indefinidas;
3. Um sistema que garanta oportuna, completa e adequada informação
quer dos resultados das operações quer das responsabilidades e
graus de cada função e da organização em conjunto;
4. Um sistema de informação para a administração e para os diversos
níveis operacionais, baseado em dados dos registos e documentos
contabilísticos, e concebido para apresentar um quadro informativo
das operações, assim como para expor à administração os factores
favoráveis e desfavoráveis;
5. Um mecanismo implementado na estrutura operacional, conhecido
como evidência interna, com o fim de prevenir quer o seu
funcionamento efectivo quer a eventual consumação de fraudes e
irregularidades;
6. Uma planificação antecipada dos diversos elementos funcionais da
organização através de u m sistema que pressupostamente assegure
um mecanismo de controlo das operações futuras;
7. Manutenção no seio da organização de uma actividade de avaliação
independente, representada pela auditoria interna, como um serviço
construtivo e de apoio à gestão, com a função de verificar o
cumprimento das políticas, dos regulamentos, das práticas
financeiras e das operações em geral.
A auditoria interna deverá colocar a maior ênfase na superação das
insuficiências do controlo interno;
343
8. A concepção dos controlos deverá possibilitar o aproveitamento das
vantagens que possam decorrer do conhecimento das qualidades
naturais dos empregados, com o objectivo de, por essa via, se
dispensarem alguns desses controlos, se reduzir a sua extensão ou
aligeirar a sua rigidez.
344
b) o registo dos activos e dos passivos da companhia;
c) se os negócios da companhia envolvem transacções de
mercadorias:
(i) um registo de todas as mercadorias compradas e
de todas as mercadorias vendidas (excepto as
vendas a dinheiro feitas na secção de retalho),
mostrando as mercadorias e os vendedores e
compradores com o suficiente detalhe, para
permitir que as mercadorias e os vendedores
sejam identificados e o registo de todas as
facturas respeitantes a tais compras e vendas.
(ii) possuir fichas de stock até ao fim de cada ano
financeiro e os registos dos bens/elementos ou
valores que a companhia possui.
d) Se os negócios da companhia compreendem a prestação de
serviços, o registo de todos os serviços prestados e de todas
as facturas a eles respeitantes.
4 - Para os fins das subsecções (1), (2) e (3), os livros de
contabilidade poderão contemplar a escrituração se eles
obedecerem com aquelas subsecções e proporcionarem a true and
fair view do estado dos negócios da companhia e explicar as suas
transacções.
345
- Despesas
- têm de ser devidamente autorizadas
- adequado sistema de delegação:
delegação de autoridade: quais as pessoas
autorizadas a comprar acima de X importância.
- necessidade de assegurar que o gasto é necessário
- os cheques devem ser assinados por Directores/
/Procuradores, acompanhados do documento evidence
a pagar (v.g. factura, nota de débito, etc.).
- Vendas
- os requisitos do controlo cobrem a necessidade de
assegurar que todas as vendas são registadas
- existir guias de remessa (GR) para todas as
mercadorias saídas de armazém
Ninguém sai a porta do armazém com
mercadorias que não vão acompanhadas da
respectiva guia de remessa (GR).
- controlo das guias de remessa (GR) com as facturas
- assegurar o controlo físico das mercadorias
- Porteiro
- Segurança nocturna
- Compras/passivos
- como é assegurado que todas as compras são registadas?
- registos feitos quando as facturas são recebidas?
. Não é satisfatório
v.g.se as mercadorias são enviadas e falha
enviar a factura, há um passivo que não é
registado (exemplo coxo). Os lucros ficariam
sobreavaliados
- se um erro do fornecedor leva a atrasar o envio da
factura, o passivo j á existe
as contas ficariam erradas se tais items fossem
omitidos - principalmente se as mercadorias
fossem inventariadas.
- é necessário um sistema idêntico ao das vendas
. documento (GE) emitido logo que as
mercadorias são recebidas;
. subsequente controlo para assegurar que todas
as responsabilidades estão registadas com
base nas GE's.
346
Activos
- como é a custódia física dos activos assegurado?
v.g. documento de propriedade dos edifícios
certificados de investimento
seguro (? função do auditor)
Activos roubados/furtados ou desaparecidos -
controlar,
garantias sobre edifícios (função do auditor ?).
- stocks é a área de maior preocupação, obviamente ligada ao
controlo das áreas de compras/vendas.
- Dinheiro/Depósitos
. extractos dos bancos e conciliações examinados por
outrem que não a pessoa responsável pelas contas
correntes.
347
5 - Aritmeticamente e contabilisticamente
- uso de contas de controlo
- alguns erros não ocorreriam: os maus devedores
- conciliações bancárias
- o uso de hash totals no sistema de computadores (controlo
contabilístico).
- facturas de vendas processadas por computador (com
tipo, número, nome, etc.).
v.g. Facturas
6 - Pessoal
- controlo do registo criminal.
7 - Supervisão
8 - Administração
v.g. os cheques serem assinados somente pelos directores/
/procuradores.
VII. REGISTO
348
VIII. FLOWCHARTING
349
narrativa adicional pode ser anexa, mas não incluída na face do
gráfico da operação (v.g. para descrição de aspectos subsidiários do
sistema que opera apenas em circunstâncias especiais):
- pode ser interrompido (levemente).
350
- fraqueza/debilidade pode também requerer adicional
trabalho de auditoria em substantiva stage da auditoria,
se não há controlo digno de confiança.
mas a resposta "não" pode não ser grandemente significativa
- existem possibilidades de poder existir "controlos de
compensação", que neutralizam no todo ou em parte o
potencial efeito das fraquezas/debilidades.
351
- lucros sobreavaliados se os serviços recebidos não forem
registados ou os stocks recebidos-e incluídos no
inventário de fim do exercício-não foram registados.
c- Podem as mercadorias ser devolvidas aos fornecedores sem serem
registadas?
- Possibilidade de erro ou fraude, este envolvendo conluio com
o fornecedor.
EXISTÊNCIAS
352
6. Avaliação periódica e sistemática das situações de obsolescência,
deterioração física, excessos de stocks e outras que possam implicar
u m a depreciação do valor das existências.
7. Manutenção de u m a adequada cobertura de seguro de existências,
em sistema de apólice flutuante.
IMOBILIZAÇÕES
Investimentos Financeiros1
As principais medidas de controlo são as seguintes:
1. Exigência de autorização formal, expressa e prévia da Administração
quanto a quaisquer operações sobre investimentos financeiros e
quanto à constituição, reforço ou reposição das provisões para
investimentos financeiros.
2. Existência de u m adequado sistema de controlo físico e contabilístico
sobre os títulos e sobre o recebimento dos respectivos juros e
dividendos.
3. Reapreciação anual da adequação e suficiência da provisão para
investimentos financeiros, tendo em conta as cotações dos títulos à
data do balanço e/ou o seu valor substancial evidenciado nos
balanços mais recentes das entidades participadas.
O POC actualmente em vigor prevê que esta classe de valores integre contas que, pela
sua natureza, deveriam ser enquadradas em contas de terceiros (empréstimos de
financiamento) e em imobilizações corpóreas (investimentos em imóveis), pelo que, as
medidas de controlo que lhes são aplicáveis serão naturalmente as especificamente
destinadas àquelas classes de contas.
353
3. Existência de um ficheiro individual e actualizado dos bens,
especificando a referência, descrição ano e custo de aquisição, valor
de reavaliação, vida útil estimada, taxa de depreciação, depreciação
anual e acumulada e localização física.
4. Balanceamento periódico do ficheiro individual das imobilizações
corpóreas com os saldos das contas de controlo, verificação regular
da existência física, sua localização e condições operacionais dos
respectivos bens.
5. Manutenção de u m a adequada cobertura de seguros das
imobilizações corpóreas, assegurando u m a indemnização em caso de
sinistro aos valores de reposição, associada a u m a adequada
cobertura de lucros cessantes emergentes.
Imobilizações i n c o r p ó r e a s
1. Existência de u m a clara definição das contas integrantes e dos
respectivos períodos de amortização futura, bem como das
responsabilidades pelo seu controlo, substanciação e avaliação
periódica.
2. Existência de u m responsável a nível conveniente para garantir a
permanente adequacidade da cobertura de seguros vigente, e a sua
revisão e actualização periódica.
BIBLIOGRAFIA
Na elaboração deste trabalho foi consultada a bibliografia seguidamente
indicada, além de peças soltas sobre a mesma matéria que, pela sua na-
tureza e origem, não houve possibilidades de expressamente mencionar.
- Introdução à Auditoria Contabilística, Carlos Batista da Costa;
- Auditoria Financeira, Carlos Batista da Costa;
- Codification on Statements on Auditing Standards, American
Institute of Certified Public Accountants;
- Standards for the professional practice of Internal Auditing, The
Institute of Internal Auditors;
- Internal Auditing, Andrew D. Chambers;
- Internal Auditing Manual, Wilson Root:
- The Practice of Modern Internal Auditing, Lawrence B. Sawyer.
- Manual de Auditoria Interna, Charles A. Bacon:
- Computer Control and Audit, William C. Mair e outros.
- Curso de Auditoria, A. Lopes de Sá.
354
7
355
A sessão final de encerramento teve lugar cerca das 13 horas do dia
19 de Outubro de 1991 e foi presidida por S. Exa. O Ministro da
Educação, Eng.s Roberto Carneiro.
Além do Ministro, tomaram lugar na mesa as seguintes entidades:
Governador Civil de Aveiro, Dr. Gilberto Madaíl
Vice Reitor da Universidade de Aveiro, Prof.8 Doutora Maria
Helena Nazaré
Presidente da C. M. de Aveiro, Dr. José Girão Pereira
Presidente do Conselho Directivo ISCAA, Dr. José Joaquim
Cunha
e, em representação de S. Exa. Rev. o Bispo de Aveiro o Cónego
Monsenhor João Gaspar.
Aberta a sessão tomou a palavra o Presidente do C. D. do ISCAA,
Dr. Joaquim José da Cunha, que dissertou sobre as Jornadas que se
encerravam e o seu significado.
Encerrou a sessão o Ministro da Educação que, de improviso, teceu
considerações sobre a reforma do Sistema Educativo e suas implicações
no ensino do País, com realce para o Ensino Politécnico, felicitando a
comunidade presente pela importância das Jornadas que se estavam a
encerrar.
Seguiu-se um almoço, presidido pelo Ministro Roberto Carneiro, a
que compareceram para cima de duas centenas de participantes e
respectivos acompanhantes.
356
8
Agradecimentos
357
É de elementar justiça agradecer a todas as pessoas e entidades cujo
empenho e colaboração permitiram a realização destas Jornadas,
nomeadamente:
358
9
359
ABREU, Artur Acácio Bandeira Mengo de — Sr a da Hora — 4450
Matosinhos
AGOSTINHO, Margarida Filomena Pestana — Urb. da Codinel, Lote
19, A, 12 s Dtfi — 2675 Odivelas
ALBINO, José Luís Gaspar de Melo — Serrado, Bloco 5A, I s Esq —
3500 Viseu
ALMEIDA, Benjamim Ferreira de — Apartado 7 — 4521 Feira Codex
ALMEIDA, João Morais de — Av. Coutinho Lanhoso, 693 6fi — 4480
Vila do Conde
ALMEIDA, Luiz Chaves de — R. Silva e Albuquerque, 19 2 s Esq —
1700 Lisboa
ALMEIDA, Maria João Dias — Areosa, Eixo — 3800 Aveiro
ALVES, Celeste do Nascimento — R. da Aviação Naval, I s D frente —
3800 Aveiro
AMORIM, Amílcar Barbosa — Canelas — 3860 Estarreja
ANDRADE, José António Moreira Barbosa de — R. Mário Sacramento,
12 I a C — 3800 Aveiro
ANTÃO, Avelino Azevedo — Vilar — 3800 Aveiro
ANTÁO, José Figueiredo — R. Luís de Camões n s 66, 4 9 Dto — 3800
Aveiro
ANTUNES, José Maria Alburquerque L. — Qta Carramona, BL C, 35
R/C Esgueira — 3800 Aveiro
ANTUNES, Paula Alexandra Freitas — Urbanização Cruz d'Argola,
418 2 Dt 9 — 4700 Braga
ANTUNES, Paulo Jorge das Neves Antunes — R. Cimo de Vila, n s 82
— 3830 Ílhavo
ARAÚJO, José António Martins — Av. da Liberdade, 610 I s — 4700
Braga
AREDE, Jorge Manuel Gomes de — Sobreiro Valongo do Vouga —
3750 Águeda
AZEVEDO, Jorge Humberto Moreira — Tr. da Cacieira Azurva —
3800 Aveiro
361
AZEVEDO, Mário — Trav. Cacieira, Azurva — 3800 Aveiro
BALONAS, Dina Maria de Jesus — Eucalipto Sul ns 4 I s Aradas —
3800 Aveiro
BALTAZAR, Maria Celeste dos Reis — R. da Aviação Naval, 23 sótão
A — 3800 Aveiro
BAPTISTA, Armando Rui Torres — C.R.S.S. Viseu — 3500 Viseu
BAPTISTA, Horácio Ferreira — Av. Boavista, 1163 — 4100 Porto
BAPTISTA, Maria Alexandrina — R. Alves Redol, 72 I s Esq C. Piedade
— 2800 Almada
BARBOSA, Maria Isabel Miranda — Largo S. João, 4 Meadela — 4900
Viana do Castelo
BASTOS, Eugénio Resende de — Milheiros de Poiares — 3700 S. João
da Madeira
BATISTA, Idalina Santos — Av. António Augusto Aguiar, 23 5a — 1000
Lisboa
BERNARDO, Edgar Nuno — R. das Camélias, 75 2B — 4400 V.N.Gaia
BILELA, João Carlos — Ílhavo — 3830 Ílhavo
BONIFÁCIO, Maria Emilia Correia de O. — Av. da Régua, 446 — 3880
Ovar
BRAGA, José Eugénio Almeida Santos — Praceta 25 de Abril, 54 4S Dto
— 4400 V.N. Gaia
BRAVO, António Ferreira — R. Com. Quelhas Lima — 4665 S.M.
Infesta
Brás, Norberto Lopes — Av. Marginal, 66 3S — 5000 Vila Real
CABRAL, Maria João Pinto Cardoso Pina — R. do Teodona, n s 79 1Q —
3000 Coimbra
CALADO, Joaquim António Caldeira — Ponte da Vala — 2300 Tomar
CAMPOS, Alice Carla Freitas Nogueira S. — Av.Lourenço Peixinho,179
3SE Trás — 3800 Aveiro
CAMPOS, António Braz da Silva Mendes — Seia — 6270 Seia
CAMPOS, Victor Manuel Conceição — Recardães — 3750 Águeda
CAMPOS, António Victor de ALMEIDA — Lote 4 Aguieira 2000 —
3520 Viseu
362
CANADAS, Natália Maria P. R. — Av. Sá da Bandeira, 115-10SA —
3000 Coimbra
CANÃO, Licínio Manuel de Jesus — Rua da Caldeira, 27 — 3800
Aveiro
CANTANTE, José da Silva Freitas — Rua I s de Maio — 3100 Pombal
CARDOSO, Fernando Augusto — R. António Patrício, 4-r/c — 1700
Lisboa
CARDOSO, Manuel da Ressureição — Cantanhade — 3060
Cantanhede
CARIOCA, Manuel Inocêncio — R. de N. Sra. da Consolação-Açafora
— 2710 Sintra
CARREIRA, José Maria de J e s u s — Av. Sá da Bandeira, 115 10BA —
3000 Coimbra
CARRILHO, Joaquim Vicente Pinheiro — R. Augusto Costa-Costinha
n s 4 6 s Esq — 1500 Lisboa
CARVALHO, Amália Maria Foitinho de — R. José Morgado n e 16 —
3800 Aveiro
CARVALHO, António Afonso da Silva — R. de Timor, 16 1SD — 4400
V.N. de Gaia
CARVALHO, António Augusto dos Santos — R. Gil Vicente, 51-Aguas
Santas — 4000 Porto
CARVALHO, António Manuel de J e s u s M. de — R. do Marco - S.
Bernardo — 3800 Aveiro
CARVALHO, João Manuel Silva — R. Sao Martinho, 84 l B Esq — 3800
Aveiro
CARVALHO, José Manuel de Matos — Vale de Açores — 3000 Coimbra
CARVALHO, Ruy L. F. de — R. Marques de Fronteira, 171 lQDto —
1000 Lisboa
CASTANHEIRA, António Pinto — Urb. Banhos Secos, 13 — SB Clara
— 3000 Coimbra
CASTRO, Fernando Paiva de — Sangalhos — 3780 Anadia
CATALÃO, João Francisco Roque — R. ALMEIDA Garrett, 20 Lourel
— 2710 Sintra
CAZOUX, Miguel Angelo — R. Porto Gonçalo — 3840 Vagos
363
COELHO, José Pedro de Oliveira — Borralha — 3750 Águeda
CORREIA, António José — Lg. do Bispo de Mariana, 1 IA 4 s Fr. — 2520
Peniche
CORREIA, Fernando Augusto Monteiro — R. Saragoça — 18B 3 s Esq
— 3800 Aveiro
CORREIA, Jorge Manuel Castanheira — Q. Redinho - Alfarelos —
3130 Soure
CORREIA, José Angelo de Oliveira — R. Damião de Góis, 316-5 S E —
4000 Porto
CORREIA, Maria Helena Clara Pinto — R. do Freitas, 9 Esgueira —
3800 Aveiro
COSTA, Alberto Jorge Daniel — R. I s Dezembro, Edif. Fátima, 3 s Esq
— 3800 Aveiro
COSTA, Ana Maria Vidal e — R. Cidad Rodrigo,5 2 s Esq. — 3800
Aveiro
COSTA, Anabela Simões — Argueiro — 3885 Esmoriz
COSTA, António Manuel da Silva — Jafafe — 3750 M.Vouga
COSTA, Aparicio Magalhães Alves da — Av. Dr Lourenço Peixinho,
15-6fiC — 3800 Aveiro
COSTA, Carlos Batista da — R. Maria 21 R/CJísq — 1100 Lisboa
COSTA, Manuel Barros da — R. Padre Salgueiro n s 5 — 3720 Ol.de
Azeméis
COSTA, Maria Virgínia de Pinho e Silva — R.Alexandre Herculano, 189
2 9 esq. — 3700 S.J.Madeira
COSTA, Sandra Marina Rangel Santos — R.Direita,413-Aradas —
3800 Aveiro
CRAVO, Alberto da Silva — R. da Cruzinha — 3750 Águeda
CRAVO, Domingos José da Silva — Rua do Carril, 55 R/C Esq — 3800
Aveiro
CRAVO, João Marcos da Silva — R. do Sol, 9 Esgueira — 3800 Aveiro
CRAVO, Maria Fernanda Duarte Ramalho — R. do Carril, 55 R/C Esq.
— 3800 Aveiro
364
CRUZ, António Ribeiro da — R. Serpa Pinto, Beco 6 2 s lote l 8 Esq —
3830 Ílhavo
CRUZ, Elisa Jesus Pinho da — R. da Imprensa Portuguesa, 11 3Dto —
3880 Ovar
CRUZ, Joaquim de Oliveira e,R. S.João - Fermelã — 3860 Estarreja
CRUZ, João Alberto de Melo Ferreira da — R. Direita, 306 S. Bernardo
— 3800 Aveiro
CRUZ, José Rodrigues Ferreira — Apartado 9 — 2745 Queluz
CUNHA, Carlos — Trav. Cacieira - Azurva — 3800 Aveiro
DATAMEX, Sistemas Informáticos, Lda — Urb. A Encosta, Lote 4
Bloco B, 1 e 2 — 2400 Leiria
DIAS, António Carlos Vieira — Av. da Liberdade, 24 — 1200 Lisboa
DIAS, António Manuel Coutinho — R. Direita prédio J l fi Esq. Aradas
— 3800 Aveiro
DIORDIO, Victor Manuel Candeias — R. Fundação Calouste
Gulbenkian,53 — 7000 Évora
DOMINGUES, António José Vicente — R. I s de Maio, 6 3 s Dto — 3100
Pombal
DOMINGUES, Manuel Duarte — R. Prof. Gonçalves Figueira, 19-3fiE
— 3100 Pombal
DOMINGUES, Nancy dos Santos — Est.Nacional 109,porta 170
Verdemilho — 3800 Aveiro
DUARTE, António Rainha — Av. 25 de Abril, 46 2 9 Dto — 3800 Aveiro
DUARTE, M a Manuela de J e s u s Pereira — R.dos Carreiros-Vilar —
3800 Aveiro
EMÍDIO, António Manuel Rosa — Apartado 2 — 2380 Alcanena
ESTEVES, Maria Angelina da Silva — Gândara Madail — 3720 Ol.de
Azeméis
EXTRUSAL-Companhia Portuguesa de Extrusão — Apartado 171 —
3802 Aveiro Codex
FARDILHA, Maria Fernanda B a r a t a M. de Sá — Apartado 19 — 4408
Valadares
FERNANDES, Gilberto de Carvalho — Oiã — 3770 01. Bairro
365
FERNANDES, José Alves — Apartado 58 — 3800 Aveiro
FERRAZ, Susana Cristina Carvalho Moreira — R. Cândido de O. Lt
A l 62C P. St. Adrião — 2675 Odivelas
FERREIRA, Albino de Pinho Marques — Arrancada do Vouga — 3750
Águeda
FERREIRA, Ana Maria Pereira Antunes — R. Jaime Cortesão,2 sótão
— 3800 Aveiro
FERREIRA, António Estevão da Naia — R. Manuel Luis Nogueira,72
— 3800 Aveiro
FERREIRA, António Lopes — Apartado 13 — 3801 Aveiro codex
FERREIRA, Augusta da Conceição Santos — Rua Quinta do Torto,3800
Aveiro
FERREIRA, Carla Alexandra Rodrigues — R. José Luís de Morais, 10
2 s Esq — 2685 Sacavém
FERREIRA, Gisela Maria Sá Monteiro — Lugar da Praia — 3885
Esmoriz
FERREIRA, Henrique Modesto Tavares — Serem de Cima — 3750
Águeda
FERREIRA, João Carlos Teles — R. S. António, 62 19C — 3830 Ílhavo
FERREIRA, José Augusto Mendes — Bairro do Hospital 20 — 3800
Aveiro
FERREIRA, José Eduardo de Castro — R.José Luciana de Castro,32
2 s Esq. — 3800 Aveiro
FERREIRA, José Manuel Braga — R. do Fujacal 44 2 s Esq — 4700
Braga
FERREIRA, Margarida Maria Neves — R. da Feira de Março, 4 7QEsq
— 3800 Aveiro
FERREIRA, Maria Clara Lopes — Sobreiro Arrancada do Vouga —
3750 Águeda
FERREIRA, Maria de Fátima Loureiro — Av.Dr. José de Almeida, 191-2S
— 3000 Coimbra
FERREIRA, Maria Isabel Jesus — Tojeira Palhaça — 3770 01. Bairro
FIGUEIRA, Maria Emília Martins — Esc. Secundária de Vale de
Cambra — 3720 Ol.de Azeméis
366
FIGUEIRAS, José Hipólito de O. André — IMOLEASING, Av. da
República, 35-6 s — Lisboa
FIGUEIREDO, António Paulo Marques — Alameda Conde Samodães,
184 3 s Dto — 4400 V.N. Gaia
FIGUEIREDO, Henrique Simões de — Rua Serpa Pinto 54 R/C Esq
Alb. Velha — 3850 Al.-a-Velha
FONSECA, Carla Maria dos Santos — Macinhata do Vouga — 3750
Águeda
FONSECA, Domingos António Tavares - C.G.D Oliveira de Azeméis —
3720 Ol.de Azeméis
FONTELA, Ana Maria Reis — R. da Capela — 3830 Ílhavo
FORTES, João Serrana Naia — Av. 25 de Abril n s 72 3 s Dto t r á s — 3800
Aveiro
FREITAS, Guilhermina Maria da Silva — Alfarelos — 3130 Soure
GARRIDO, Maria Irene da Cunha — R. Nossa Sr s do Amparo, 689 —
4300 Porto
GODINHO, Maria da Conceição de Almeida — Igreja Santiago de
Riba.VL — 3720 Oliveira de Azeméis
GODINHO, Maria de Lurdes da C. A. — R. do Giestal, 37 2 8 Esq —
1300 Lisboa
GOMES, Alfredo do Carmo — R. 5 de Outubro, 74 — 3500 Viseu
GOMES, Diamantino Ferreira — Praça Joaquim Melo Freitas 1 —
3800 Aveiro
GOMES, Gina Maria Martins — R. José Luciano de Castro, 1 7 6 - 7 ^ Esg
— 3800 Aveiro
GONÇALVES, Cristina Maria de Pinho — Largo do Sr do Alamo, 21 —
3800 Aveiro
GONÇALVES, José da Silva — Estrada da Rocha — 3530 Mangualde
GORDINHO, José João Oliveira — Rua do Algueidão, n s 8 — 3830
Ílhavo
GRAÇA, Fernando Manuel Faria Varelas — Qta Carramona Edif 24-49c
Esgueira — 3800 Aveiro
GUERRA, Paulo José dos Santos — Rua da República Alagoas — 3800
Aveiro
367
GUIMARÃES, Elda Maria da Costa e Melo — R. Mário Sacramento,
111 3fiDto — 3800 Aveiro
GUIMARÃES, Francisco — R. Sousa Viterbo, 36 2 a — 4000 Porto
HERNANDEZ, António M. Lopez — Fac. de C. Empresariais Espanha
— Granada
INÁCIO, Helena Coelho — R. Calouste Gulbenkian n s 3, H — 3800
Aveiro
LAMBUCA, José Manuel Cascais — R. Luis de Camões,28-2 g — 2600
V.F.Xira
LARANJO, Ana Maria Barradas Serrano — R. Dr Branquinho
Carvalho, L.3-3 s Dto — 3050 Mealhada
LEAL, José Luis de Sousa — Largo Chão do Bispo, 2A — 3000 Lisboa
LEITÃO, João Castanas — R. Fernão Lourenço, 2 2QDto — 2800
Almada
LEMOS, Valeriano da Silva Amorim de — R. Coronel Leite, n 9 7 — 3880
Ovar
LIMA, Luis Manuel Pereira — Edif. Atenas Parque 3 Q Andar sala c —
3000 Coimbra
LOCAPOR, SA — R. Clube dos Galitos, 23 — 3800 Aveiro
LOPES, Alfredo José Rodrigues — R. Sá Miranda, 75 CV Dta — 3000
Coimbra
LOPES, António Alexandre Fernandes — R. António da Silva Brinco,3
R/C — 3750 Águeda
LOPES, José António C. — Terreiro D. João V — 2640 Mafra
LOPES, Maria de Conceição Vieira da S. — R. do Cabreira S. Bernardo
— 3800 Aveiro
LOUREIRO, Otelinda Maria M. S. Oliveira — Quinta do caldeireiro
— 3750 Águeda
LUCAS, Maria da Conceição Cunha — R.Banda da Amizade,26 3 2 —
3800 Aveiro
LUCAS, Rui José Ribeiro Rodrigues ,B a OtB da Roda Lote 9 2 s Dto
Benedita — 2460 Alcobaça
LUIS, Fernanda Nogueira de Carvalho — R. Escola Primária 15-1SE
P.Salvo — 2780 Oeiras
368
MACEDO, Adélio de Oliveira — R. Santo António, 238 — 4465
S.M.Infesta
MADAÍL, João José Tavares — R. da Liberdade 10 — 3800 Aveiro
MADALENA, João Manuel Nunes da — Ílhavo — 3830 Ílhavo
MADEIRA, Amilcar Lopes — Oiã — 3770 01. Bairro
MAIA, António — R. Sousa Viterbo, 36 2 9 — 4000 Porto
MAIA, António Ascenso Nunes da — Praça João de Deus Ramos Lote
B 2 e Dto — 2460 Alcobaça
MAIA, João Paulo da Silva R. Fernandes — R. Capitão Lebre, 154
Verdemilho — 3800 Aveiro
MAIA, Luis Manuel Susana e — R. Senhor dos Milagres, 15 4 s Esq —
3800 Aveiro
MAIA, Maria Cecília Silva — R. Fonte do Mundo, 19-6 s Dto — 4703
Braga
MAIA, Maria da Conceição Marques — R. Infante D. Henrique, 117-2S
— 4000 Porto
MAIA, Rosa S. Roque — R. Dr Edmundo Machado nQ9 — 3800 Aveiro
MALAQUIAS, José Manuel Fidalgo — R.Capela — 3830 Ílhavo
MARECO, Manuel Nascimento Fonseca — R. Dr Mário Brasa, 22 J^/C
D — 3000 Coimbra
MARQUES, Alberto Joaquim de Oliveira — M.C J.Máquinas de Costura
Industriais R. Oscar Silva 107 — 4200 Porto
MARQUES, Felisberto António — R. António Rodrigues — 3800 Aveiro
MARQUES, José Augusto Melo — R. Aquilino Ribeiro n ê 18-l s — 3800
Aveiro
MARQUES, Serafim da Costa — R. Consiglieri Pedroso, 71 A — 2745
Queluz
MARTINS, António Ezequiel Oliveira — R. Agro de Moinhos, n 2 199-C/D
— 4400 V.N. Gaia
MARTINS, Hélder Outeiro — R. Aires Barbosa, 31 l s Dto — 3800
Aveiro
MARTINS, Isidoro Campos — Urb. Pim. & Rend. R.4,49A 3c Massamá
— 2745 Queluz
369
MARTINS, João Manuel Batista — Maceda Talhadas — 3740 Sever
Vouga
MARTINS, Jorge Pedro do Vale — Trav. Julio Dinis, 2 l s Esq — 3880
Ovar
MARTINS, José António Gomes — R. Bento de Moura 18 R/C Esq
Esgueira — 3800 Aveiro
MARTINS, Lírio Fernando Silva — MAQPRÉ-Máq. prensas e eq. têxtil
Leça da Palmeira — 4450 Matosinhos
MARTINS, Rodrigo Fonseca — Av. Boavista, 1163 — 4100 Porto
MARTINS, Rui António da Cruz — R.João Mendes, 1 R/C Esq. — 3500
Viseu
MATIAS, Aristides Ferreira — Curia — 3780 Anadia
MATIAS, João Pedro Maia — Rua Direita, 158 Vilar — 3800 Aveiro
MATOS, José Manuel Ferreira Bouça de — Estrada Nacional nfi16 —
6370 F.Algodres
MATOS, Paulo Sérgio da Rocha Ré — Ílhavo — 3830 Ílhavo
MATOS, Pedro Miguel Madail de — R. Dr Alberto Souto, 105 3 9 Esq —
3800 Aveiro
MELO, Ana Sofia Ferreira de — R. Bernardo Torres, 1 l B Esq. — 3800
Aveiro
MELO, Maria de Natividade M. A. C. G. — B. do Serrado Bloco 5A
l s Esq — 3500 Viseu
MELO, Pedro Miguel B. de — R. Santa Cecília — 3800 Aveiro
MENANO, José Alberto Rebolho — Rua S. Sebastião, 72 — 3800 Aveiro
MENDES, Liliana Paula S.O. — Arai Escariz — 3700 S.J.Madeira
MENDES, Tiago da Costa — Viela do Canto 24B 1— 3800 Aveiro
MENINO, José Manuel Rei — Decoser, SA Av. Oita 18 3fi Dto — 3800
Aveiro
MESQUITA, Gabriel Fernandes — R. Rui de Pina, 44 59B Foz do Douro
— 4100 Porto
MOITA, Alfredo de ALMEIDA — C.R.S.S. de Viseu — 3500 Viseu
MONTEIRO, João Paulo L.Cabral — R. do Carril,16 — 3800 Aveiro
370
MORAIS, Fernando Oscar Branco de Sousa — Av. Dr Lourenço
Peixinho, 87 5 8 Dto — 3800 Aveiro
MORAIS, Manuel da Fonseca — Arrancada do Vouga — 3750 Águeda
MORGADO, Joaquina Maria de ALMEIDA — R.Principe Perfeito,8 2S
— 3800 Aveiro
MOTA, Rui Mário Magalhães Gomes,R. de S. Martinho, 94, 2 9 Esq —
3800 Aveiro
NAIA, Paulo Jorge Freitas da — R. Comandante Rocha e Cunha, 93 —
3800 Aveiro
NErVA, Alberto Manuel Rendeiro — Trav. Mário Sacramento 17 2sf—
3800 Aveiro
NETO, Alzira Estima Silva Santos — Peta S 8 do Alamo 35 — 3800
Aveiro
NETO, António Rodrigues — Peta. S § do Alamo, 35 — 3800 Aveiro
NEVES, António E. Neutel O Rinchoa, Lte 7 3 s Dto Rinchoa — 2735
Cacém
NEVES, Emanuel Baptista das — Urb. S. João de Deus, BI 5 l fi Dto
Esg. — 3800 Aveiro
NEVES, José Alberto Carvalho — R. Sr ê da Saúde n s 3 Vilar — 3800
Aveiro
NEVES, Paulo Sérgio J e s u s — Ameal — 3750 Águeda
NORONHA, Agnelo,Av. António Augusto Aguiar, 122 10Q — 1000
Lisboa
NOVAIS, Maria Aurora da Silva — R. Júlio Lemos, 188 3 s Dto — 4750
Barcelos
NUNES, Olga Cristina ALMEIDA Nogueira — R. do Agro, 162 R/C —
3800 Aveiro
OLIVEIRA, Ana Margarida Leite G. de — Rua Eng. Von Haff, n a 61 29C
— 3800 Aveiro
OLPVEIRA, Elísio Maia — Oiã — 3770 01. Bairro
OLrVEIRA, João José da Silva — R. Dr Armando C. Rodrigues, 40 —
9500 P. Delgada
OLIVEIRA, José Alberto da Silva — R. José Almada Negreiros — 270
2 s Esq — 4400 V.N. Gaia
371
OLIVEIRA, Júlio de Pinho Martins de — R. Eça de Queirós, 148 R/C —
3700 S.J.Madeira
OLIVEIRA, Maria do Carmo Ferreira de A. — R. José Soares de Sá, 33
— 4520 Sta M.Feira
OLIVEIRA, Maria Dulce Barreto Pereira de — R. 25 de Abril Póvoa
do Paço — 3800 Aveiro
OLIVEIRA, Maria Helena Afonso T. da Silva — Rua da Aviação naval
— 10-29Dto — 3800 Aveiro
OLIVEIRA, Maria Ineyde da Silva de — Póvoa do Carreiro Troviscal
— 3770 Ol.do Bairro
OLIVEIRA, Maria João Marques de — R. 15 de Agosto, 26 R/C — 3750
Águeda
PACHECO, Manuel Pereira — Av. Dr. Lourenço Peixinho, 134-6 8 —
3800 Aveiro
PAIS, Carlos Alberto Lacerda — R. 31 de Janeiro, 11 — 3800 Aveiro
PASCOAL, Telmo Manuel Rebola — R. Amadeu do Vale, 78 Cacia —
3800 Aveiro
PEDROSA, Fernando Manuel Domingues — Monte Redondo Leiria —
2425 Monte Real
PEREIRA, Alexandra — Av. António Augusto Aguiar, 122 10fi — 1000
Lisboa
PEREIRA, António José Miranda P. — R. Alto da Conchada, 2 lfi —
3000 Coimbra
PEREIRA, António Lopes — R. Fundação Gulbenkian,43 R/C — 4700
Braga
PEREIRA, Carlos Flores — Tocha — 3065 Tocha
PEREIRA, Catarina Maria da Silva — A. da Régua, Viv. Zélia,
Carregal — 3880 Ovar
PEREIRA, Joaquim Moreira da Silva — Quinta da Carramona
Esgueira — 3800 Aveiro
PEREIRA, José de Sousa — R. Honório de Lima, 312 2fiEsq — 4200
Porto
PEREIRA, José Manuel Ferreira — R. do Caminho de Ferro, 143 —
9000 Funchal
372
PEREIRA, Maria Albertina Lourenço G. — R. do Caminho de Ferro
143 — 9000 Funchal
PEREIRA, Maria Elisabete da Silva — Vinha Donega Pessegueiro do
Vouga — 3740 Sever Vouga
PEREIRA, Teresa Cristina Gonçalves — R.,Brejo — 3750 Águeda
PEREIRA, Teresa Maria Andrade Soares — Catraia Assequins — 3750
Águeda
PERES, João Sanches — Esc. Superior de Gestão de Santarém — 2000
Santarém
PIMENTA, José Domingos Vieira — R. Júlio Lemos, 188 3 s Dto — 4900
V. do Castelo
PIMPÃO, António Maia — Qta Belo Monte, 52 — 3000 Coimbra
PIMPÃO, Elsa Margarida Amaral Maia — Qta Belo Monte, 52 — 3000
Coimbra
PINHAL, Fernando das Neves — Póvoa do Forno Troviscal — 3770 01.
Bairro
PINHAL, José António Ribeiro Pinho — R. Álvaro Cesdelães, 518-3fiEsq
— 4450 Matosinhos
PINHAL, Maria Manuel Cruz — R. José Luciano de Castro 33
Esgueira — 3800 Aveiro
PINHO, Maria Judite de Sousa M. de — Av. Oita, 12 3QDto — 3800
Aveiro
PINTO, Carlos Jorge — R. 15 de Agosto, 26 R/C H — 3750 Águeda
PINTO, Helena Maria Maia — Av. Visconde Salreu, 286 — 3860
Estarreja
PINTO, Maria Emilia Alves Mendes — Av. da Boavista n s 1605 — 4100
Porto
PINTO, Paula Cristina Cardoso Pereira — B. da Ponte de Anta BI G
Ent.3 l e Dto — 4500 Espinho
PINTO, Victor Armando A. T. — Alcanena — 2380 Alcanena
PONTES, Leonel da Silva — Montijos Monte Redondo — 2425 Monte
Real
PRATA, Marisol Cruz — Banhos Vilarinho do Bairro — 3780 Anadia
373
PROENÇA, Abel Barroso — Av. Cons. Fernando Sousa, 19 17- — 1000
Lisboa
QUEIRÓS, Manuel de Sá — R. José Luciano de Castro, 163 4sDto —
3800 Aveiro
QUEIRÓS, Mário de Oliveira — R. Aval de Cima, 183 3sDto — 4200
Porto
QUEIRÓS, Mário Joel Matos Veiga de O. — R.Aval de Cima, 183 3sDto
— 4200 Porto
QUIMARÃES, Salviano José — R. Infante D. Henrique, 117 2g — 4000
Porto
QUINTELA, Rui Manuel da Silva — R. S.Francisco de Assis,43 2aC —
4435 Rio Tinto
RAMALHO, Deolinda Veladas — Edif. Boa Vista Lote 2 4sEsq Benedita
— 2460 Alcobaça
RAMOS, Aldina Maria Matos Cirne — Av.Fernando A.Oliveira Lt 11
St Cacia — 3800 Aveiro
RAMOS, António Manuel Fernandez — Rua da Amarona — 3830
Ílhavo
RAMOS, Maria Flauzina Matos — R. Nova Valeja — 3880 Ovar
RAMOS, Maria Manuela — R. Hintze Ribeiro, 78 — 3800 Aveiro
REBELO, Nelson Manuel Machado — R. de Angola, 31 32Dto — 4400
V.N. Gaia
REIS, Paulo de Almeida — Av. Dr. Lourenço Peixinho, 256 3SC — 3800
Aveiro
RESENDE, Lúcio Gomes de Pinho — S. Martinho da Gândara — 3720
Ol.de Azeméis
RIBEIRO, Alfredo José Dias Fonseca — Chão Pinheiro, BL 1 lfi — 3800
Aveiro
RIBEIRO, Domingos — Trav. Cacieira Azurva — 3800 Aveiro
RIBEIRO, José Maria Simões — R. Padre António Vieira, nfi18 — 7000
Évora
RIBEIRO, Pedro Jorge Cláudio — R. Mário Sacramento, 12 1SC — 3800
Aveiro
ROCHA, Ana Paula Oliveira A. Leite — Rua Alqueidão — 3830 Ílhavo
374
ROCHA, Eduardo Jorge ALMEIDA — L. Eng António ALMEIDA 3 2 Dto
sala d — 4100 Porto
RODRIGUES, Manuel Francisco — R. Sn 8 da Hora, 42 2S Madalena —
4405 Valadares
ROQUE, João Francisco — Av. Estados U. da America, 97 l s Esq —
1700 Lisboa
ROSA, Artur Rodrigues da — R. Aquilino Ribeiro, 10 l 9 Dto — 3800
Aveiro
ROSA, João Artur Ferreira da Costa — R. N. Senhora de Fátima, 11
lfiDto — 2000 Santarém
SALGUEIRO, José Carlos da Costa — Várzea Tavanede — 3080 Fig.
da Foz
SALVADO, Adelino José Lambelho — Av. D. Pedro V, 33 5 e Dto — 2795
L.-a-Velha
SANTANA, António Francisco Sénio — Ílhavo — 3860 Ílhavo
SANTOS, Adriano Ferreira dos — R. do Cruzeiro Oliveirinha — 3800
Aveiro
SANTOS, Álvaro de Oliveira — Beco Macinhata do Vouga — 3750
Águeda
SANTOS, Amadeu Rodrigo Gomes dos — Av. 5 de Outubro, 3 — 4520
Sta M.Feira
SANTOS, Amândio da Costa — Largo da Capela Machada — 3100
Pombal
SANTOS, António João Gaudêncio dos — Recardães — 3750 Águeda
SANTOS, Carlos Alberto Valente dos — R. Salreu, Salreu — 3860
Estarreja
SANTOS, Joaquim Alberto Neiva dos — Quinta do Griné, Lote 11 ST)
Esgueira — 3800 Aveiro
SANTOS, José António Ferreira dos — R. da Fonte, 65 - Gafanha da
Nazaré — 3800 Aveiro
SANTOS, Luís Filipe Marinho Lima — R. 5 de Outubro, 3327 Avintes
— 4400 V.N. Gaia
SANTOS, Maria Delfina Carvalho dos — R. Ant. José de ALMEIDA, 35
4 9 Dto — 3000 Coimbra
375
SANTOS, Maria Manuela Ferreira — Av.Caloust Gulbenkian 2fiB
4 9 Dto — 1000 Lisboa
SANTOS, Paulo Renato da Silva Costa — R. S. Martinho n s 52 — 3800
Aveiro
SARDO, Emanuel Vinagre da Naia — Av. Dr Lourenço Peixinho, 159
A l e E — 3800 Aveiro
SARMENTO, Maria Zita de Morais — P. Residencial S. Sebastião, B.5
2 8 F — 2655 Ericeira
SÁ, Joaquim de Oliveira e — R. I s de Dezembro — 4535 Lourosa
SÁ, Vera Lúcia Ferreira de — R.Rodrigues de Freitas Ed.S.José,3 9 Dt
— 3880 Ovar
SERRA, Alda Maria Alves Pinheiro — R. República, nB50 — 3800
Aveiro
SILVA, Abel dos Santos — R. Dr António Ribeiro Santos Lt H 1 —
1300 Lisboa
SILVA, Ana Maria Cardoso da — R.do Hospital — 3770 01. Bairro
SILVA, Carlos Alberto da Rocha Moreira da — R. de Arroios, 217 3SD
— 1000 Lisboa
SILVA, Carlos Alberto Pires da — R. do Giestal, 37, 3 s Dto — 1300
Lisboa
SILVA, Fernando Manuel Marques Costa e — Praia Cortegaça — 3800
Ovar
SILVA, Joaquim Gomes da — R. Conde Silva Monteiro,586 Ol.Douro
— 4400 V.N. Gaia
SILVA, João Nuno Natário de Matos — R. de Goa, 6 R/C Dto — 2200
Abrantes
SILVA, Jorge Manuel Teixeira da — Arrotas de Assequins — 3750
Águeda
SILVA, José da Rocha Gomes da — Mato D'arca Cesar — 3700 S.J.
Madeira
SILVA, José Manuel da — R. Dr. Alberto Souto, 38 3 s Dto — 3800
Aveiro
SILVA, José Oliveira da — R. Alberto F. Oliveira, 74 S. Gemil — 4480
Vila Conde
376
SILVA, Luis Manuel Santiago — Sangalhos — 3780 Anadia
SILVA, Maria Clementina de ALMEIDA T. e — Sangalhos — 3780
Anadia
SILVA, Maria da Conceição Domingues S. — Rua da Cruz nfi1900 —
3800 Aveiro
SILVA, Maria Luisa Bastos da — Rua 18 n B 582, 2 e Dto — 4500 Espinho
SILVA, Maria Manuel Ribeiro Coelho da — Av. Dr Lourenço Peixinho,
83 6QEsq — 3800 Aveiro
SILVA, Rogério Mário Madail da — R. das Cardadeiras,9 3 9 Esq. —
3800 Aveiro
SIMÕES, Francisco Manuel Dias — R. Cidade Penafiel, 35 l 9 Esq —
2330 Entroncamento
SIMÕES, Maria Isabel Lopes Ferreira — R. João XXIII, 191 Gaf.
Nazaré — 3800 Aveiro
SOARES, Paulo Jorge — Apartado 97 — 4901 V. Castelo
SOBREIRO, José António de Almeida M. — L. Cons. Queirós, 15 2 9 J
— 3800 Aveiro
SOUSA, Anabela dos Santos — Santos Evos — 3500 Viseu
SOUSA, Isabel Sofia Ferreira de — Rua Santos Dias, 1052 — 4465
S.M. Infesta
SOUSA, Jacinto de Encarnação Rodrigues de — A v . Boavista, 1163 —
4100 Porto
SOUSA, João Manuel Godinho — R. António Alegria, 170 2fi — 3720
Oli. Azeméis
SOUSA, Maria Manuel Dias de — R. Nossa Senhora da Saúde, 25 Vilar
— 3800 Aveiro
SOUSA, Rosa Maria Pereira Martins de — Rua de Alqueidão — 3830
Ílhavo
SOUSA, Silvano Albino Mesquita de — R.Prof.Júlio Catarino, 17
Verdemilho — 3800 Aveiro
SOUSA, Virgínia Maria Granate Costa e — R. Mário Sacramento 101
3 s Dto — 3800 Aveiro
TAVARES, António José dos Reis — Q. da Ribeira — 3750 Águeda
377
TAVARES, Humberto Rodrigues — R. de S. João, 26 28 Verdemilho —
3800 Aveiro
TAVARES, José Manuel Manso — R. da Quinta Gafanha da
Encarnação — 3800 Aveiro
TAVARES, Raul Pacifico Almeida — Estrada Nacional 109 1511 4S —
4405 Valadares
TEIXEIRA, António Carlos Nunes — R. da República, 169 Cacia —
3800 Aveiro
TEIXEIRA, Maria da Conceição Pereira M. — Outeiro do Coval — 3860
Estarreja
TOMÁS, Elias Manuel Portela — Terreiro D. João V — 2640 Mafra
VALENTE, António Manuel Nunes — R.General Costa Cascais,30 —
VALENTE, Manuel Augusto Amorim — R.Dr .Alberto Vidal,119 I s Dto
— 3860 Estarreja
VENTURA, Mário Duarte Salgado — R. Nunes de Azevedo — 4970
A.de Valdevez
VIANA, João Martins — Trav. Remédios, 10 — 2520 Peniche
VIÇOSO, Donato João Lourenço — Av. Elias Garcia nfi126 2 s Esq —
1000 Lisboa
VIEIRA, Rui Alberto Sarrico — R. de S. Martinho, 96 2 8 Esq — 3800
Aveiro
VITORINO, Carlos Alberto de J e s u s — Av. Dr. Lourenço Peixinho, 134
59Dto — 3800 Aveiro
378
10
379
ANTÓNIO AFONSO DA SILVA CARVALHO
Rua de Timor, 16 1Q dt2 4400 GAIA
381
MARIO ANTÃO
Rua Manuel Correia Gomes, 4 2 s dt9 1500 LISBOA
NICOLAU SCHWES
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
PORTO ALEGRE BRASIL
ROGÉRIO FERNANDES FERREIRA
Avenida dos Estados Unidos da America, 97 l 9 Esq9 1700 LISBOA
RUY L. F. DE CARVALHO
R. Marquês da Fronteira, 171 I e Dt9 1000 LISBOA
382
ÍNDICE GERAL
1. ORGANIZAÇÃO 5
3. COMUNICAÇÕES DA MESA I 15
— Contabilidade: Ciência, Técnica ou Arte?,
por Nicolau Schwez 17
— Ética e Direcção de Empresas,
por Maria Emília Alves Mendes Pinto 37
— Inflação e Monetarismo,
por Mário Joel Veiga Oliveira Queirós 43
4. COMUNICAÇÕES DA MESA II 71
— Urgência e necessidade da Contabilidade Agrícola
(Parte II), por José Ribeiro & Vítor Dórdio 73
— Custeio Total versus Custeio Variável,
por José Manuel de Matos Carvalho 91
— Avaliação de Empresas,
por Manuel Duarte Domingues 107
— A propósito de trespasses,
por Rogério Fernandes Ferreira 133
— A Contabilidade Nacional - Um Sistema de
Informação dos Equilíbrios Económicos,
por Virgínia Maria Granate Costa e Sousa 143
— La Reforma de la Contabilidad Publica Local
en Espana. El Plan General de Contabilidad Publica
Adaptado à la Administrácion Local,
por Antonio M. López Hernandez 179
383
5. COMUNICAÇÕES DA MESA III 201
— Desenvolvimento de software de apoio à Auditoria
baseado no método de amostragem "P P S Sampling",
por Drs Augusta Ferreira & Dr- Helena Inácio 203
— A Contabilidade e o Leasing,
por José Hipólito de'Oliveira André Figu eiredo 217
— Sobre a inclusão dos Revisores Oficiais de Contas
nos Órgãos de Fiscalização das Sociedades,
por Carlos Baptista da Costa 225
8. AGRADECIMENTOS 357
384
Caixa Geral de Depósitos