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candidatura a Presidente
do Instituto Superior de Agronomia
da Universidade Técnica de Lisboa
Outubro de 2009
A nós não nos cabe decidir o que acontece!
Tudo o que nos cabe decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado
Gandalf a Frodo em
"A irmandade do Anel"
J. K. R. Tolkien
O Conselho de Escola (CE) tomou posse, co-optou três membros externos e escolheu-me
como seu Presidente. Num prazo apertado e com muita disponibilidade de todos os seus
membros, o que merece ser realçado, procurou-se concluir o processo de eleição do
Presidente do ISA antes das férias de Verão; o período de candidaturas foi aberto na
penúltima semana de Julho e a única candidatura apresentada foi apreciada pelo CE a 24
de Julho: surpreendentemente não conseguiu recolher os votos necessários à eleição.
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eleitorais, a hipótese que nunca antes tinha colocado de me candidatar ao cargo de
Presidente do ISA.
Levei algum tempo a ponderar tudo o que condiciona esta decisão, incluindo a necessidade
de renunciar ao Conselho de Escola e, portanto também, ao cargo de seu Presidente.
Mesmo sem ter sido este o meu desejo inicial, a minha motivação é forte, confiando que a
minha candidatura é um contributo positivo para o futuro do ISA.
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"(A Universidade) é o lugar propício à investigação, onde as descobertas são
verificadas e aperfeiçoadas (…) e onde o erro é exposto pela colisão de pensamento
com pensamento e de conhecimento com conhecimento”.
Missão O Presidente deve ser o garante da equidade com que a escola acolhe
a grande diversidade de actividades, grupos ou pessoas.
A primeira responsabilidade do Presidente é fazer sua a missão do ISA que pode ser
traduzida na constante afirmação de uma escola de formação e conhecimento avançados,
de investigação e transmissão de conhecimento nos domínios da gestão sustentável de
recursos biológicos naturais, da engenharia de produção sustentável agrícola, florestal,
pecuária e alimentar e da gestão ambiental e paisagística.
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O Presidente deve ainda contribuir para uma justa e equilibrada valorização pessoal de
quantos colaboram na prossecução da missão do ISA, independentemente de estatuto,
vínculo ou qualquer outro factor diferenciador.
Do mesmo modo, o Presidente deve garantir que a escola assegure aos seus estudantes a
qualidade de ambiente universitário capaz de proporcionar uma maturação científica,
cultural e humana formadora de pessoas intervenientes na sociedade com
responsabilidade e competência.
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Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. A excelência, por isso, não é um acto mas um hábito
Aristóteles
A melhor formação dos estudantes como primeiro objectivo significa uma capacidade de
identificar valores, competências e conhecimento e de os transmitir aos nossos estudantes,
contribuindo deste modo para a sua inserção na sociedade. Trata-se de sermos capazes de
transmitir conhecimento avançado, capacidade de tomar decisões e resolver problemas com
criatividade, mas também com consciência do risco, num quadro de referências éticas
profissionais e académicas que contribua efectivamente para a sua empregabilidade. Para
isso, a escola estará organizada de modo a criar um ambiente académico propício que
disponha dos meios de aprendizagem mais adequados e distribuídos de forma equitativa.
Por obrigação para com a sociedade, entenda-se aquela terceira função universitária com
uma importância equiparável ao ensino e à investigação e que consiste na valorização do
conhecimento, colocando-o ao dispor da sociedade em que a universidade se insere.
Reconhecer esta importância traduz-se no envolvimento de um número significativo do
corpo académico em actividades de transferência de tecnologia e de conhecimento e no vigor
de estruturas como a ADISA e a INOVISA que apoiam a interacção com a sociedade.
A inserção do ISA na Universidade Técnica de Lisboa não deve ser avaliada por
qualquer bitola de importância relativa, mas pelo grau de envolvimento em actividades inter-
escolas e, sobretudo, por aquilo que reflecte o carácter “universal” da Universidade:
programas de ensino ou investigação transversais, projectos interdisciplinares e partilha de
recursos. Privilegiando a relação inter-escolas que sublinhe a relação de pertença à UTL, não
significa não corresponder, nem significa não estimular a cooperação e intercâmbio com
outras instituições de ensino, investigação e desenvolvimento nacionais e estrangeiras, na
continuidade do que é a nossa tradição.
A obrigação do ISA para com a comunidade que o constitui traduz-se num ambiente
propício ao ensino e aprendizagem, à investigação e criação de conhecimento, ao debate
científico e cultural, onde cada um, quer seja docente, investigador, funcionário ou aluno se
sinta “em casa”, se sinta acolhido e veja valorizadas as suas capacidades e o seu empenho.
Traduz-se também na transformação em hábito permanente de avaliação do desempenho, o
que no caso do corpo académico, consiste na aplicação sistemática e afinação se necessário,
do sistema de atribuição de créditos em vigor. No caso dos serviços associados ao regular
funcionamento da instituição – serviços administrativos e académicos –, esta obrigação
traduz-se na procura constante de agilidade e eficiência melhoradas, oferecendo ao mesmo
tempo garantias de rigor e qualidade.
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A Engenharia consiste em encontrar a melhor solução com os recursos e tempo
disponíveis e não a solução perfeita com recursos e tempo infinitos….
É a primeira vez que o ISA escolhe o seu Presidente com novas funções e
competências atribuídas pelos novos Estatutos e através de uma eleição no âmbito de
um novo órgão com missão de definição estratégica e de fiscalização – o Conselho de
Escola – e ainda de entre um domínio universal com divulgação pública.
A homologação dos novos Estatutos iniciou um novo modo de governo do ISA com
redistribuição de competências entre os vários órgãos de gestão, estando à nossa
frente um caminho que é preciso fazer.
Tudo isto é contemporâneo com uma vasta reforma curricular de adaptação de graus
académicos às exigências de harmonização e intercâmbio internacional e com uma
importância acrescida do papel da investigação e seu financiamento na vida das
universidades.
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Este futuro mandato de Presidente tem ainda a característica de se iniciar com um
orçamento já definido e praticamente no fim do 1.º semestre lectivo.
Os recursos disponíveis decorrem também deste enorme capital humano que traz
consigo o lado positivo da maturidade: grande qualificação académica, mais-valia de uma
vasta experiência adquirida, equipas de trabalho organizadas, uma imagem exterior que
potencia consultadorias especializadas.
Os nossos alunos e alumni são também um recurso que pode ser potenciado, traduzindo-
se na nossa capacidade de angariar novos alunos e da qual depende a proporção mais
significativa dos nossos recursos financeiros.
O futuro constrói-se com base nas oportunidades mas partindo dos recursos do presente.
Por isso, a estratégia de desenvolvimento do ISA deve apoiar-se na compreensão das
capacidades presentes e na sua valorização. A aposta em novas áreas deve ser efectuada em
profunda articulação com o tecido de competências e de saberes existentes.
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Seguem-se sem preocupação exaustiva, um conjunto de acções organizadas em três
domínios, em estreita ligação com os restantes órgãos de gestão do ISA.
Ensino:
• Rever e ajustar a adequação dos 2ºs ciclos do ISA permitindo uma efectiva diversidade de
percursos curriculares;
• Garantir a transparência das contas do ISA, através da análise cuidadosa e divulgação geral
do Relatório Financeiro Anual e Relatório de Actividades em tempo útil;
• Dar continuidade ao esforço (já iniciado) na gestão do ISA no que toca à melhoria,
agilização e rigor dos serviços financeiros, especialmente em matéria de gestão de projectos;
• Identificar e apoiar estruturas e áreas do ISA únicas no país e que, pela sua fragilidade
actual, podem degradar-se ou deixar de existir (e.g. Herbário, acervo documental da BISA);
• Promover com o recurso a novas tecnologias de informação uma efectiva partilha durante e
após o processo de decisão. A inteligência colectiva, expressa na agregação de propostas
individuais, usando ferramentas colaborativas1, pode não conduzir a melhores decisões, mas
assegura indubitavelmente um grau de apropriação das decisões pela comunidade que
fortalece e revigora o sentido de pertença e de identificação com a estratégia colectiva.
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Em rápida ascensão devido ao exemplo da campanha presidencial americana
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