A Lei do Enquadramento Orçamental(LEO) autoqualifica-se como lei
de valor reforçado (art.3º), este art. remete para o art.112/3º(última parte) da CRP , o qual refere as diferentes categorias de leis de valor reforçado. Sendo uma lei de valor reforçado releva sobre qualquer lei em sentido contrário, tem força paramétrica superior a outras leis de matéria orçamental. A LEO não é uma lei orgânica e também não exige para a sua aplicação maioria de 2/3.
A natureza agravada da LEO tem colocado algumas dúvidas
doutrinais. Até que ponto esta supremacia é conseguida?
Fases de criação do orçamento do Estado:
1º organização, preparação e aprovação
2º execução
3º fiscalização e contas
Há possibilidade de a LOE introduzir alterações à lei de
enquadramento orçamental? Se for possível que efeitos é que daqui resultarão? Não há nada que impeça estas alterações (art. 164º/n) CRP) – É uma lei de reserva absoluta da AR, mas que pode ser alterada a todo o momento. O prof. Tiago Duarte considera que a lei do enquadramento orçamental pode ser alterada e simultaneamente alterar as regras de elaboração do próprio orçamento do Estado.
Notas: - A LOE entra em vigor a 1 de Janeiro e é proposta entra na AR
em 1 de Outubro.
- www.dgo.pt (para consultar mapas orçamentais)
Regra da anualidade:
A LOE entra em vigor a 1 de Janeiro e cessa em 31 de Dezembro.
A LEO é uma lei anual. Os artigos, à partida, têm uma aplicação
anual, caducam a 31 de Dezembro do mesmo ano.
Art.32º- refere 21 mapas de estrutura gráfica que também têm, à
partida, uma duração anual.
- ver mapas 15, 15ª, 16 e 17.
Nota: ano civil: 1 Janeiro/ 31 Dezembro
Coincidente com o ano económico ou fiscal.
Excepções à regra da anualidade:
- existência dos instrumentos plurianuais de programação financeira.
- existência de programas para estruturar as despesas (art. 18 e ss da
LEO)
PIDAC: Programa de Investimento e Desenvolvimento da
Administração Central (directa e indirecta do Estado);
O PIDAC surgiu nos anos 70, o período áureo da planificação no nosso
país. Traduz o princípio da orçamentação do plano. O plano é objecto da orçamentação. A lógica é a realização de despesa de investimento/ lógica keynesiana. O défice quando acenta em despesa de investimento é um défice útil e necessário à despesa da economia. O PIDAC, não obstante ser um programa da administração central, tem implementação em todo o território nacioanal.
QREN – Quadro de Referência Estratégica Nacional
Os programas no âmbito do PIDAC têm uma concretização plurianual
( 3 a 5 anos). Esta plurianualidade não é rígida, depende da dimensão financeira do programa. É uma plurianualidade deslizante com duração previamente definida.
Ex.: 2006: ano N 2006: ano N-1
2007: ano N+1 2007: ano N
2008: ano N+2 2008: ano N+1
2009: ano N+3 2009: ano N+2
A orçamentação de despesas de investimento em programas é
obrigatória. cf. art.18/3º da LEO a) e b)
Há uma tendência para a perda de capacidade do orçamento e do
PIDAC. Há o desenvolvimento de novos programas orçamentais baseados na orçamentação por objectivos.
Perspectiva “top down” (hoje) VS Perspectiva “botton up”