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ELEVADO DESEMPENHO ESPIRITUAL LEVA SELEÇÃO

BRASILEIRA AO PENTA

Nuno Cobra,
Prof de Educação Física –

Por que o Brasil se tornou pentacampeão? Por que tinha o melhor


time, a melhor artilharia, a melhor técnica? É evidente que esses
fatores contribuíram para a vitória. Mas nem de longe seriam os
principais.

Foi a coesão o fator principal. O Luiz Felipe não foi somente um


técnico com tática e estratégia. Foi um psicólogo nato. Um líder capaz
de desenvolver e elevar o corpo espiritual dos jogadores durante toda
a Copa do Mundo.

O valor espiritual é muito importante no esporte coletivo, pois trata-se


do espírito de cooperação. Isto não tem nada a ver com religião, mas
com solidariedade e altruísmo.

Um exemplo foi uma jogada, na final contra Alemanha, na qual o


Rivaldo deixa, num lance genial, a bola passar para o Ronaldo, melhor
posicionado, possibilitando seu segundo gol (espetacular!) no jogo,
aos 33 minutos do segundo tempo, consolidando a vitória do penta.
O Rivaldo é conhecido como um jogador agressivo, decidido e
individualista. E, com esse lance altruísta, corroborou o alto nível
espiritual de toda equipe.

De nada adiantaria uma grande técnica e, um excelente preparo físico


e mental, se não houvesse o importante desenvolvimento do corpo
espiritual.

Sobre os holofotes de praticamente todo o planeta, focalizando o


desempenho individual de cada jogador, fica particularmente difícil
estabelecer este importante nível solidário e altruísta, onde não vimos
10 jogadores em ação, mas sim um único corpo espiritual atuando, um
verdadeiro time.
Felipão não foi somente um técnico, mas um treinador que preparou
os jogadores buscando de cada um o melhor desempenho técnico,
tático, físico, mental e espiritual, estabelecendo e formando cada
jogador como um todo (de forma holística)

Dificilmente, se chegaria ao mesmo resultado, dividindo por exemplo,


esse trabalho com um psicólogo, ou um religioso, para cuidar do
preparo mental e emocional, porque esse trabalho holístico seria
fragmentado.

Luiz Felipe utilizou imagens de torcedores brasileiros festejando gols,


para levantar o ânimo dos jogadores. Ele agiu certo. Mostrar os gols
realizados foi, na prática, mostrar e recordar a capacidade de se ver
vencedor.

Além de tudo, soube explorar de cada jogador a melhor maneira de


atuar. Soube motivar sua grande equipe para o combate,
proporcionando, de forma extraordinária, entusiasmo, vontade e garra.
Para conseguir a vitória não só no esporte, como em qualquer
trabalho de equipe, é sine qua non a cooperação e a colaboração. Isto
vale também para boa qualidade e o sucesso das relações em geral.

Nuno Cobra é formado pela Escola de Educação Física


de São Carlos e pós-graduado pela Universidade de São
Paulo. Foi preparador físico de Ayrton Senna, Mika
Hakkinen, Rubens Barrichello, Abílio Diniz entre outros.
Atualmente, é professor de qualidade de vida na área
de Recursos Humanos do Programa de Educação
Continuada em Administração para executivos - USP -
MBA. Exerce também, consultoria em qualidade de
vida individual e em empresas.
e-mail: mailto:nunocobra@uol.com.br

Fonte:
Vya Estelar – UOL –

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