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Introdução
No ano lectivo anterior tive a oportunidade de experimentar o Modelo de Auto-Avaliação da RBE
aplicada ao Domínio A. As reuniões preparatórias com outros coordenadores de biblioteca a tempo
inteiro e com a coordenadora interconcelhia deram-me uma visão da quantidade e multiplicidade de
informação que teria que recolher e a forma como esta deveria ser tratada. Nesse trabalho foi importante
a forma como construi o Plano Anual de Actividade, tendo como referencial o Modelo AA da RBE, a
construção de instrumentos de recolha e registo de informação e o envolvimento de alunos e de
professores das diversas disciplinas e áreas curriculares. Finalmente, o tratamento de informação para
fazer o relatório final permitiu-me verificar o alcance das actividades/medidas aplicadas ao longo do ano,
na construção de conhecimentos dos alunos e da pertinência deste Modelo enquanto instrumento
pedagógico.
O Modelo de Auto avaliação possibilita que cada escola conheça o impacto das
actividades da BE no processo de ensino aprendizagem, assim como o grau de satisfação
e eficiência desses mesmos serviços. Este instrumento é também, fundamental para o
reconhecimento do papel da BE. Permite analisar os processos e os resultados numa
perspectiva formativa e auto-correctiva, identificando pontos fracos e fortes,
estabelecendo prioridades e linhas de acção que conduzam à mudança, numa procura
incessante da qualidade, daí que deva ser encarado como um processo pedagógico,
regulador e fundamental para o sucesso educativo.
1
Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares. Modelo de Auto-Avaliação 2008, p. 3.
domínio, e sugere acções para melhorias, assim como as principais evidências que
devem ser recolhidas para auto avaliação.
Conceitos implicados
Ross Todd4, refere ainda o conceito de Evidence-based practice, em que para todos
os domínios e indicadores, são apresentadas sugestões de evidências. Só com base na
recolha sistemática de evidências (quer em quantidade, quer em qualidade) é possível
2
Eisenberg, Michael & Miller, Danielle (2002) “This Man Wants to Change Your Job”, School Library Journal.
9/1/2002 <http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA240047.html> [04/11/2009].
3
Os conceitos desenvolvidos foram analisados em: Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares. Modelo de Auto-
Avaliação 2008, pp. 4-5.
4
Todd, Ross (2008) “The Evidence-Based Manifesto for School Librarians”. School Library Journal.
4/1/2008. < http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA6545434.html> [04/11/2009].
recolher informações consistentes que podem provar o impacto que as práticas da BE
têm nas aprendizagens e na Escola.
5
Todd, Ross (2002) “School librarian as teachers: learning outcomes and evidence-based practice”. 68th
IFLA Council and General Conference August.<http://www.ifla.org/IV/ifla68/papers/084-119e.pdf>
[03/11/2009].
6
Texto da Sessão; O Modelo de Auto-Avaliação - Problemáticas e conceitos implicados, in:
http://forumbibliotecas.rbe.min-edu.pt/ [03/11/2009], p. 4.
A informação resultante do processo de auto avaliação da BE tem um valor
estratégico para a Escola, ao qual a BE está intimamente ligada através das metas e
objectivos comuns definidos no Projecto Educativo. Estas informações mais “rigorosas”
permitem ainda, integrar a auto-avaliação da BE no contexto da avaliação externa da
Escola.
Os resultados da auto-avaliação não devem ser apenas da responsabilidade dos
professores bibliotecários ou da equipa, mas de todos os intervenientes no processo
educativo, aos quais compete, através do Conselho Pedagógico, trabalhar na definição
de novas estratégias de actuação, quer ao nível dos recursos financeiros, materiais e
humanos, quer ao nível da missão que a BE deve ter num contexto de mudança.
A auto-avaliação permite, ainda avaliar o trabalho colaborativo desenvolvido pelas
instituições, que aos diferentes níveis estiveram envolvidas na execução do Programa:
Escolas, Gabinete RBE, Câmaras Municipais, Bibliotecas Municipais/SABEs, DREs e
entidades formadoras.
É necessário avaliar para melhorar.
B- Leitura e literacias;
D.3 – Gestão da BE
Três destes domínios estão decompostos em subdomínios (ex: C.1, C.2). Em cada
subdomínios é apresentado um conjunto de indicadores temáticos, que no fundo são os
diversos temas ou actividades a serem desenvolvidos. O Modelo sugere, para cada um
destes indicadores, Factores Críticos de Sucesso, Recolha de Evidências, e exemplos de
Acções para Melhoria.
7
Texto da Sessão; O Modelo de Auto-Avaliação - Problemáticas e conceitos implicados, in:
http://forumbibliotecas.rbe.min-edu.pt/ [03/11/2009], pp.6-7.
necessidade de ter uma planificação e evidências específicas que respondam às nossas
necessidades.
Constrangimentos
→ Até há uns anos atrás a biblioteca pouco mais era do que o local onde se
guardavam alguns recursos, de acesso restrito, para passar ter, na actualidade, um papel
crucial na construção de conhecimentos e no impacto das aprendizagens dos alunos. A
mudança de mentalidades é um processo lento, com o qual a BE se terá de debater
ainda por mais alguns anos. De facto, o que acontece é que existe uma percentagem de
professores que não reconhece o valor da BE ou a vê como um local onde se encontram
recursos disponíveis para quando for preciso. Por outro, os bons resultados nos
trabalhos que os alunos realizaram na BE, o aumento das suas competências de literacia
e de informação, raramente são atribuídos ao trabalho da BE.
8
Texto da Sessão; O Modelo de Auto-Avaliação - Problemáticas e conceitos implicados, in:
http://forumbibliotecas.rbe.min-edu.pt/ [03/11/2009], p. 7.
9
Eisenberg, Michael & Miller, Danielle (2002), ob cit.
10
Texto da sessão p. 8, baseado em Eisenberg, Michael & Miller, Danielle (2002), This mam Wants to
Change Your Jo.
Entre as principais estratégias que o professor bibliotecário deve adoptar contam-se
articulação de uma visão e programação, gestão estratégica e comunicação contínua
com a comunidade educativa. Como afirma Einsenberg, ao adoptar uma visão
estratégica e “política” do seu papel, (o professor bibliotecário) obtém sucesso na
implementação do processo de avaliação, na melhoria dos programas e na angariação
do apoio generalizado11. Isto implica que o professor bibliotecário seja um interventor
directo no processo ensino/aprendizagem.
Enfim, o professor bibliotecário tem que respirar confiança, tem que acreditar no
valor daquilo que promove, tem ser sedutor ao ponto de convencer os colegas a
trabalhar em parceria, tem, acima de tudo, que dar provas de que é um dos motores
dos cumprimentos do Projecto Educativo.
A formanda,
11
Eisenberg, Michael & Miller, Danielle (2002), ob cit.