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Comentário à tabela matriz da Colega Isabel Sampaio

Antes de começar esta tarefa, gostaria de expor duas questões: 1.ª –


qualquer coisa aqui dita, pretende ser a “conversa por escrito”, que poderia
ter com a Colega, em qualquer mesa de café, se o tema fosse as nossas
B.Es. 2.ª – a minha preocupação é grande, porque não sei se é assim que se
pretendia este trabalho. Posto isto…

Na tabela da Colega sobressai no domínio “competências do P.B.”, a


existência de uma forte componente na área das TIC e uma grande
preocupação em se manter atenta e actualizada na utilização de tudo aquilo
que as novas tecnologias propiciam. Daquilo que apreendi, parece-me
mesmo estar muito avançada nessa área, comparativamente à minha e a
outras B.Es que conheço.
No entanto, considero que, sem descurar esta vertente, há outros pontos
fortes que uma B.E. deve ter, sendo esses, competências da própria P.B.
(motivação, autonomia, bom conhecimento da escola, capacidade de
afirmação da B.E. nos documentos reguladores da escola, capacidade de
negociação, empatia...)
Estou também de acordo com as dificuldades, que penso que todos temos,
em afirmarmo-nos como pilar indispensável na “construção dos
conhecimentos e dos saberes” e que a Colega refere como “desafios/acções
a implementar”.

Quanto ao segundo domínio “organização e gestão da B.E.”, a P.B. deve


conhecer bem o fundo documental da B.E. onde trabalha, para a poder
organizar e gerir de forma correcta. Concordando com os aspectos críticos
que a literatura identifica e que a Colega expõe, parece-me que um ponto
forte a desenvolver, será a autonomia da P.B. na gestão do seu horário e na
sua actuação dentro da escola. Isto não significa um trabalho
individualizado, mas tão somente a possibilidade de agir com alguma
liberdade de movimentos, que, naturalmente, será resultado da boa relação
com a direcção e com outros órgãos de gestão.
Ainda neste domínio, parece-me que a existência de um orçamento próprio
é fundamental; sem ele é difícil articular um P.A.A. da B.E. com o da escola
e não se pode planificar qualquer política de aquisição.
A criação e divulgação do regulamento interno da B.E. é outro aspecto que,
quanto a mim, facilita na organização e gestão.
Da mesma forma uma reunião semanal, nem que seja muito breve, entre os
elementos da equipa, permite articular as tarefas, gerir os problemas e
planificar as actividades. Ou seja, dividir tarefas, para melhor organização e
gestão.

Naquilo que se refere à “gestão da colecção”, a Colega e a sua equipa estão


de parabéns – os pontos fortes que apresenta são um bom incentivo para
qualquer de nós.
A definição de uma política de aquisições, ouvidos a direcção e os
coordenadores de departamento é também uma mais-valia para o
desempenho das funções da B.E. na escola.
Auscultar as necessidades destes órgãos, ouvir os alunos, envolver os
colegas que trabalham com diferentes tipos de alunos (CEFs, CPs, CNOs,
EFAs) permite cobrir outras situações – daí a importância do orçamento
próprio e da tal autonomia , que referi anteriormente. Permita-me o
parêntesis, mas na minha opinião, este é um ponto pelo que todos devemos
lutar.
Envolver alguns colegas na indexação dos materiais da sua área de
formação, permitiu na minha escola ganhar aliados, que passando a
conhecer melhor a colecção, passaram eles próprios a divulgá-la e a
reconhecer o papel da B.E. como parceira no desenvolvimento curricular.
Quanto às ameaças a que a Colega se refere, pela minha experiência sei
que um ofício para as editoras, por vezes resulta melhor do que nós
esperamos…

Aquilo que expõe no domínio “a B.E. como espaço de conhecimento…”


pontos forte/fraquezas/desafios é uma situação comum a todos nós. O mais
difícil para todos nós deve se a participação nas reuniões que refere, saber
como entrar, como começar sem nos sentirmos umas intrusas. Quanto ao
outro ponto que indica nesta área, creio que resulta bem. Com a minha
equipa organizámos listagens do material já indexado e enviámos para
todos os coordenadores de departamento e representantes de grupo,
utilizando mail e a plataforma moodle.

Formar leitores é uma das tarefas mais duras, que todos temos pela frente.
Partilho com a Colega o apreço pelo trabalho do P.N.L. Os frutos virão mais
tarde…
Receio, apesar de tudo, que as iliteracias literárias sejam também
acompanhadas de iliteracias digitais. Por isso a nossa preocupação em
desenvolver competências críticas aos utilizadores das nossas B.Es.

A criação do P.T.E. nas escolas vem ajudar-nos no domínio da”B.E. e os


novos ambientes digitais”. Como passamos legalmente a integrar este
plano surge uma nova oportunidade de inter-ajuda, que se pode reflectir no
bloqueio a sites indesejados e a colaboração destes colegas será útil.
Outro ponto forte que poderemos adquirir e que a colega refere é a
divulgação de sites aconselhados aos alunos para realizar tarefas, pesquisar
ou para enriquecimento. Mais uma vez, se os colegas das diferentes
disciplinas nos derem uma ajuda, a nossa tarefa será mais fácil e todos
beneficiaremos.

Concordo com aquilo que diz na síntese: a participação no modelo de A.A.


das B.Es foi para mim, como se calhar para muitas escolas, um bom auxiliar
para compreendermos como è importante registar/avaliar aquilo que
fazemos.
A aplicação do modelo ajuda muito a criar mecanismos que nos facilitam a
tarefa de recolha de evidências.
Para terminar, gostaria de dizer que acrescentava ao seu item “factores de
sucesso”, aquilo que acrescentaria ao meu: esta partilha de experiências é,
sem dúvida, o maior factor de sucesso para todos nós que, envolvidos neste
processo, percebemos como pode ser útil esta troca de experiências.
Obrigada por me terem “ouvido”.

Bom trabalho.

Isabel Lino

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