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Análise aos Relatórios críticos do IGE referentes ao ano lectivo de

2008/2009
Relatório da ESCOLA SECUNDÁRIA com 3º CICLO de ENS. BÁS. – PADRE
ANTÓNIO MARTINS de OLIVEIRA-LAGOA
Relatório da ESCOLA BÁSICA do 2.º e 3.º CICLO com ENS. SEC. de PENALVA
do CASTELO

Procurei escolher duas escolas de regiões geográficas diferentes, mas que


não fossem zonas demarcadamente rurais ou urbanas.
Procurei também que a escolha não recaísse sobre escolas agrupadas, para
que a base de análise fosse equilibrada.
Finalmente, procurei escolher escolas, cuja oferta educativa fosse variada.

No que respeita à minha primeira justificação, é normal que em meios


populacionais mais pequenos, as BEs sejam muito procuradas pelos
professores e alunos, porque elas devem ser um espaço privilegiado a todos
os níveis nas escolas. É nesse espaço que se encontram os recursos para
uma prática pedagógica mais rica, mais interventiva e mais interactiva.
Quanto à segunda justificação, o funcionamento das escolas não agrupadas
é, naturalmente dirigido para uma realidade mais restrita espacialmente, o
que confere às BEs funções também diferentes. Digamos que o universo
geográfico em que se movimentam é mais restrito.
Terceira justificação, escolas com diferentes tipos de cursos, para diferentes
tipos de alunos, são à partida locais de aprendizagens tão diversificadas,
que precisam das BEs para bem cumprir as suas tarefas.

O que encontrei:
- Na primeira – a escola de LAGOA – a única referência à BE é feita aquando
da caracterização física da escola.
É referido que a BE entrou para a RBE, mas não se diz quando. Diz-se
também que sofreu obras de melhoramento, mas não se diz quais, nem
como. Ficamos a saber que existe e que está “em fase de catalogação”,
pelo que não “pode proporcionar condições aos alunos”.

Tendo esta escola problemas graves apresentados no item “resultados


escolares” será que não se podia conciliar a catalogação com a prestação
de outros serviços prioritários?
A IGE não podia realçar este ponto? Ou a política educativa da escola, que
integra alunos de meios sociais carenciados, não podia “fazer “ mais pela
sua BE?
A própria equipa terá autonomia para definir as suas prioridades a o seu
PAA?

- Na segunda escola – a escola de Penalva do Castelo – apesar da avaliação


externa ser no geral melhor do que a outra que analisei, o certo é que não
há nenhuma referência à BE. Sabemos que existe, porque isso é dito, tal
como existem laboratórios, cantina e outros espaços físicos.
Não há qualquer indicação do trabalho que ela desenvolve, do horário, da
equipa, do seu projecto.
Percebemos que se publica um jornal, mas não se diz de quem é a
responsabilidade.
SE a BE dinamiza acções para melhorar os resultados, ou se faz quaisquer
outras actividades, não sabemos. O relatório nada acrescenta.

Em conclusão, parece não haver muito diálogo nos organismos do Ministério


da Educação, face às alterações a que as escolas foram sujeitas ao entrar
na RBE.
Se verificarmos com atenção, nos tópicos para a apresentação da escola do
IGE, o então coordenador da BE nem sequer era chamado a intervir nos
painéis diferenciados, que a inspecção ouvia. Em algumas escolas, como foi
o caso da minha, por visão do (então) conselho executivo, os coordenadores
da BE foram chamados para participar no painel, junto dos coordenadores
de departamento. Foi uma decisão muito correcta.
Valorizava-se o papel do coordenador e reconhecia-se a importância da BE
em todo este processo.
A ausência de referências às BEs neste relatórios, pode ser mais fruto de
desarticulação de registos ou de informações orientadoras, do que resultado
do seu reconhecimento e investimento internos.

Isabel Lino

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