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existncia, exibe-os a vida na lapela. Compreende-se: na lapela. Quando muito, a... Que a mariquice
mental no entende alm destes janotismos!
("O Debate": 01/12/1973)
E, j agora, escutemos outrossim a preclarssima palavra de Ezra Pound, quando aponta a dedo os
tempos e lugares por "onde os mortos caminham/e os vivos so feitos de carto."
Como observa, e bem, um dos nossos mais avisados pensadores cristos, "outra coisa no a morte
seno que da Vida, at porque nascer aparecer para morrer imortalizado".
Ora, nesta ordem de idias, a morte pode no ser mais do que um detalhe ("La mort, c'est un
dtail!"), coroador da existncia.
De onde resulta que o herosmo, longe de ser "um vo cego a nada" (como pretendem os sequazes
de Reinaldo Ferreira), ser, com maior fora de verdade, "um vo iluminado a tudo"!
Na presena da morte, o heri coloca-se perante toda a sua vida. Singulariza-o aquele poder de
deciso e tenacidade, que consiste na exaltao do viver em plenitude, contraposto a todas as ureas
mediocridades: Dom Quixote levando sempre a melhor, pusilanimidade do Sancho seu escudeiro.
Concluindo. O heri um ser, simultaneamente, rico de recluso interior e de expanso ativa;
ao mesmo tempo, em estado de sonho e de viglia; tanto se encerra como se descerra. E, como
nigum mais, sabe restituir o real ao seu prprio mistrio.
no heri, sobretudo nele, que repousa a esperana de vivos e mortos.
("O Debate":08/12/1973)