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TGP ______________________________________________________________________ 2009

Teoria Geral do Processo


AULA 8 – Processo

Primeira parte: exposição do conteúdo (em sala de aula)


1. Conceito:
- Método (método ou instrumento por meio do qual o Estado exerce a jurisdição. Processo
não pode ser utilizado como mecanismo de especulação);
- Processo e procedimento (série de atos entre o pedido da parte e o provimento
jurisdicional = procedimento. Processo = procedimento + relação entre as partes, em
contraditório. O processo não é a única forma de se solucionar litígios, já que existem a
autocomposição e a autotutela. O rito – procedimento - é o método próprio de se
desenvolver cada processo. O procedimento exterioriza o processo, ordena os atos
necessários. Para Fazzalari: gênero = procedimento e espécie = processo. O processo
seria o procedimento em contraditório. O procedimento pode ser comum, ordinário ou
sumário e especial).

2. Autonomia do processo:
- Objeto do processo (Calamandrei entendia que o objeto do processo era a relação
jurídica material controvertida. Hoje: objeto do processo é a vontade concreta da lei, cuja
atuação se reclama);
- Direito abstrato e autônomo (o direito de provocar o processo é abstrato e independe da
existência de direito substancial da parte que invoca);
- Pressupostos processuais e mérito (o juiz deve examinar o mérito e os pressupostos
processuais).

3. Trinômio:
- (O juiz analisa três coisas, na seguinte ordem):
1º) Pressupostos processuais (relação processual desenvolvida regularmente. A ausência
de relação processual leva à nulidade do processo);
2º) Condições da ação (possibilidade de se exercer o direito de ação. A falta de alguma
condição da ação leva à carência da ação - extinção sem julgamento do mérito);
3º) Mérito da causa (direito material pleiteado. A ausência de direito material leva à
improcedência do pedido. O mérito da causa somente será analisado quando estiverem
presentes os pressupostos processuais e as condições da ação).

4. Pressupostos processuais:
- Conceito (são aqueles sem os quais não há relação processual. Para que o juiz possa
dar uma resposta, seja ela de mérito ou não, são necessários os chamados pressupostos
processuais. Os pressupostos processuais devem ser reconhecidos de ofício pelo juiz,
não se operando a preclusão);
- (Podem ser):
a) Pressupostos de existência (para que a relação processual seja constituída. Não se
confundem com a anulabilidade ou nulidade do ato processual, não se convalescendo
jamais, ainda que esgotado o prazo para a propositura de ação rescisória. São eles:);
1. Existência de jurisdição (somente o juiz regularmente investido pode praticar atos
processuais. São, pois, inexistentes os atos praticados por juiz aposentado, por exemplo);
2. Existência de demanda (via de regra, o processo não pode ter início de ofício);
3. Capacidade postulatória (única hipótese de inexistência do processo que vem
expressamente consignada no CPC, artigo 37, § Único. Será inexistente o ato praticado
por quem não tem capacidade postulatória, se não for ratificado no prazo);
4. Citação (neste caso, o processo é inexistente para o réu. Não há diferença entre ser a
citação inexistente ou inválida. Se o réu comparecer, todavia, sana-se o vício. Diante da

Professora Luiza Helena Lellis Andrade de Sá Sodero Toledo


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ausência de citação, não é correto ajuizar ação rescisória, mas ação declaratória de
inexistência do processo por falta de citação, chamada querela nullitatis inasanabilis, que
não tem prazo para ser aforada);
5. Outros atos (petição ou sentença sem assinatura, sentença que não possuir conteúdo
decisório ou for extra petita, petição inicial que não contiver pedido, etc.);
b) Pressupostos de validade (estabelecida regularmente a relação, devem estar
presentes, para que o processo possa ter curso regular. Uma vez ausentes, fala-se em
nulidade do processo. São eles:);
1. Petição inicial apta (a petição inicial deve preencher os requisitos previstos na lei, artigo
282, CPC);
2. Competência e imparcialidade (a incompetência absoluta e a existência de
impedimento do magistrado geram a nulidade do processo, o mesmo não se podendo
dizer da incompetência relativa e da suspeição, defeitos que podem ser sanados);
3. Capacidade de ser parte (em regra coincide com a personalidade jurídica – aptidão
para ter direitos na esfera cível. Via de regra, todo ser humano tem capacidade de ser
parte, como titular de direitos e obrigações. Ainda, a lei atribui a capacidade de ser parte a
alguns entes desprovidos de personalidade. Trata-se de espécie de personalidade
processual. Ex: espólio, massa falida, herança jacente e vacante, sociedade de fato e
nascituro);
4. Capacidade processual (é a capacidade para estar em juízo, sem necessidade de
representação ou assistência. Trata-se de conceito que apenas se aplica às pessoas
físicas. Não se confunde capacidade de ser parte – todas as pessoas têm, inclusive entes
despersonalizados – e capacidade processual – somente têm as pessoas maiores e
capazes. Também não é sinônimo de capacidade postulatória, somente atribuída ao
advogado e, por vezes, ao Ministério Público. E, ainda, não se mistura com a legitimidade
ad causam – pertinência entre aquilo que se está pedindo e quem está formulando o
pedido);
5. Legitimidade processual (trata-se da conjugação entre a legitimidade para a causa e a
capacidade processual. Tem legitimidade processual a pessoa maior e capaz e que
mantém relação de correspondência lógica com o pedido);
c) Pressupostos negativos (para que um processo seja válido é preciso que certas
situações estejam ausentes. São, pois, pressupostos processuais negativos a
litispendência, a coisa julgada e a perempção – artigo 268, § Único, CPC. A
conseqüência, nestes casos, é a extinção do processo sem julgamento do mérito);
- Ausência de pressuposto durante o processo (pode haver, durante o processo, ausência
de algum pressuposto. Ex: advogado morre. Tal falta deve ser sanada, sob pena de
extinção do processo).

5. Espécies de processo:
- Diversidade de fins (a diferença decorre da diversidade de fins visados pelo
procedimento);
- Processo de conhecimento (pretensão jurídica contestada reclama processo de
conhecimento. O processo de conhecimento, por sua vez, pode ter cunho declaratório,
constitutivo ou condenatório. Neste último caso, não se fala mais, desde 2005, com a Lei
nº 11.232, em execução apartada, mas mera fase de execução no mesmo processo,
razão pela qual a doutrina tem chamado este tipo de processo de sincrético);
- Processo de execução (a lide se resume na insatisfação de crédito);
- Processo cautelar (prevenir, em caráter emergencial e provisório a danificação do
direito).

Segunda parte: verificação de aprendizagem (em casa):

Professora Luiza Helena Lellis Andrade de Sá Sodero Toledo


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Faça pesquisa jurisprudencial na Internet no sentido de selecionar decisão em processo


de conhecimento, processo de execução e processo cautelar. Aponte as principais
diferenças entre eles.

Professora Luiza Helena Lellis Andrade de Sá Sodero Toledo

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