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Geografia Professor Silvio Araujo de Sousa

Brasil - terceiro exportador agrícola do Atividade para sala de aula - Economia


Escola Estadual Prof. Renê Rodrigues de
planeta - 2010 pág. 1 Moraes - Guarujá - SP— 08/03/2010

País ultrapassou o Canadá e está atrás apenas dos Estados Unidos e União Européia
O Brasil ultrapassou o Canadá e se tornou o terceiro
maior exportador de produtos agrícolas do mundo. Na
última década, o País já havia deixado para trás Aus-
trália e China. Hoje, apenas Estados Unidos e União
Européia vendem mais alimentos no planeta que os
agricultores e pecuaristas brasileiros.

Dados da Organização Mundial de Comércio


(OMC)
Divulgados este ano, apontam que o Brasil exportou
US$ 61,4 bilhões em produtos agropecuários em
2008, comparado com US$ 54 bilhões do Canadá. Em
2007, os canadenses mantinham estreita vantagem, [ Porto de Santos - SP - Brasil - arquivo sousaraujo ]

com vendas de US$ 48,7 bilhões, ante US$ 48,3 bilhões do Brasil.

O ritmo do crescimento
Da produção brasileira de alimentos já deixava claro que a virada estava prestes a ocorrer. Entre 2000
e 2008, as exportações agrícolas do Brasil cresceram 18,6%, em média, por ano, acima dos 6,3% do
Canadá, 6% da Austrália, 8,4% dos Estados Unidos e 11,4% da União Européia. Em 2000, o País ocu-
pava o sexto lugar no ranking dos exportadores agrícolas.
As vantagens do Brasil
Uma série de fatores garantiu o avanço da agricultura brasileira nos últimos anos: recursos naturais
(solo, água e luz) abundantes, diversidade de produtos, crescimento da produtividade das lavouras, o
aumento da demanda dos países asiáticos, custo de produção baixo para vários produtos, graças a
tecnologia e aos recursos naturais, sua posição geográfica também traz vantagens, pois é um país tro-
pical, fator que contribui para que, em algumas regiões seja possível colher duas safras por ano, milho
e soja por exemplo. Um fator de ordem econômica foi o câmbio relativamente favorável até 2006
(depois a valorização do real prejudicou a rentabilidade).

Soja deve continuar a liderar exportação agrícola


A soja deve continuar como o principal produto de exportação brasileira daqui a 10 anos, segundo es-
timativa apresentada hoje pelo Ministério da Agricultura. Nesse período, no entanto, espera-se um in-
cremento de 37,2% nas vendas, passando de 27,6 milhões de toneladas na safra 2008/2009 para
37,87 milhões de toneladas no ciclo 2019/2020. Técnicos do Ministério da Agricultura estimam que,
mais da metade da expansão da área de soja plantada no Brasil nos próximos 10 anos, o que deve
significar um incremento de 2,5 milhões de hectares, deve ocorrer no Estado de Mato Grosso.

Açúcar e Etanol
Além da soja, outro produto que deve apresentar aumento nas exportações é o açúcar (passando de
21,14 milhões de toneladas para 32,20 milhões de toneladas, um aumento de 52,3%), etanol (de 4,68
bilhões de litros para 15,12 bilhões de litros - expansão de 223%), farelo de soja (de 12,3 milhões de
toneladas para 13,64 milhões de toneladas, aceleração de 10,9%) e celulose (de 7,04 milhões de to-
neladas para 11,08 milhões de toneladas, crescimento de 57,39%).

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Milho
No caso do milho, a exportação deve passar de 7 milhões de toneladas para 12,62 milhões de tonela-
das, um acréscimo de 80,3%. Permanecendo como o segundo maior produtor mundial, os Estados
Unidos deverão se manter na liderança.
Carne – Alta nos embarques
Os dois primeiros meses desse ano o faturamento das indústrias exportadoras de carnes totalizaram
quase US$ 1,5 bilhão, que inclui carnes bovinas, de frango e de suínos. O embarque da carne bovina
somou US$ 506 milhões, 47% a mais do que o período de janeiro e fevereiro do ano passado. A de
frango rendeu US$ 737 milhões, 20% acima de 2009, já o mercado de suínos, US$ 157 milhões, bem
superior aos US$ 65 milhões de 2009.

A ascensão do setor veio da África do Sul, que liberou a compra de carne bovina desossada e matura-
da de zonas livres de febre aftosa do Brasil. No final de fevereiro, essa reação no comércio externo co-
meçou a virar tendência, empresários são enfáticos em dizer que 2010 já começou com as perspecti-
vas melhores, e que o mercado interno continua firme, além do que, a Rússia aumentou a demanda.
Atualmente, o País vende perto de 200 mil toneladas por ano de carne para a China via Hong Kong,
mas a expectativa é de que com a exportação direta, esse volume aumente para 500 mil toneladas
por ano, pois a China possui o maior número de habitantes do planeta. É inevitável a abertura desse
mercado ainda em 2010.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, que representa o setor afirma que a ex-
pectativa é faturar 20% a mais até dezembro. Isso significa que navios continuaram partindo com car-
ga considerável.

As ameaças - Infraestrutura e barreiras ambientais


Dois grandes desafios podem travar o avanço das exportações agrícolas do Brasil: infraestrutura
precária e barreiras ambientais. Estradas em péssimas condições, infraestrutura portuária precária,
além de ter que enfrentar as barreiras protecionistas dos países ricos, principalmente os estados
Unidos e a UE - União Européia.

Aquecimento Global

A preocupação com o aquecimento global, que levou vários países a se comprometer a não desmatar,
também limitam o avanço da agricultura. Dez anos atrás, as previsões apontavam que o Brasil teria
mais de 100 milhões de hectares de área disponível para a agricultura. Hoje esses números estão em
torno de 60 milhões, o equivalente a áreas de pastagem que poderiam ser convertidas em agricultura.

Fronteira Agrícola

Apesar das dificuldades, três novas fronteiras agrícolas crescem rapidamente e atraem investidores do
Brasil e do exterior: Luís Eduardo Magalhães (oeste da Bahia), Querência (leste de Mato Grosso) e o
Mapito (sul do Maranhão, sul do Piauí e uma parte do Tocantins).

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Questões
Unicamp 2010 - 23. “O campesinato neste continente [América Latina] sempre precisou se movi-
mentar para procurar terras de trabalho. Locomove-se movido pelo interesse de trabalhar com terras
e ao mesmo tempo à procura delas. Ora consegue-as por ocupações e as perde por despejo judicial ou
por grilagem; ora perde-as economicamente em função da política de preços que leva à perda de pra-
zos de vencimento da hipoteca consumada para obter crédito para a lavoura. Perde-as ainda em fun-
ção de determinações mais estruturais do processo de acumulação capitalista no campo em cada con-
juntura – proletarização, subordinação à agroindústria ou transformação do segmento de produtores
familiares numa determinada área em bolsão de reserva para o capital enquanto mão de obra disponí-
vel para exploração eventual ou intermitente. Ou, como pequeno produtor, se proprietário permanen-
temente endividado, acaba amarrado a contratos draconianos de parceria com os ‘tubarões’ da agri-
cultura de exportação. ” (Ana Maria Motta Ribeiro, Sociologia do narcotráfico na América Latina e a
questão camponesa, em Ana Maria Motta Ribeiro; Jorge Atílio S. Iulianelli (Orgs.), Narcotráfico e vio-
lência no campo. Rio de Janeiro: DP&A, 2000, p.24.)
a) O que significa grilagem de terras? Como surge o termo “grilagem”?
Grilagem é a posse, ocupação, fundamentada em documento fraudulento. O grileiro se apossa de terra de terceiro ou devoluta a
partir de título falso. O termo grilagem designa a prática de falsificação de documentos na qual são empregados grilos, que mor-
tos produzem uma substância que altera o aspecto do papel, dando-lhe uma aparência antiga, envelhecida.

b) Como a estrutura agrária contribui para o processo migratório de camponeses, em vários sentidos e
direções, pelo interior do Brasil?
É a concentração fundiária na mãos de poucas pessoas, significando que um grande número de pessoas fica sem acesso a terra,
impossibilitado de trabalhar e assegurar sua subsistência, o que obriga-o a procurar trabalho em outras regiões. As grandes
propriedades não contribuem para a geração de emprego.

Enem 2006 rosa – Q18 - A ocupação predatória associada a expansão da fronteira agropecuária e
acelerada pelo plantio da soja tem deflagrado, com a perda da cobertura vegetal, a diminuição da bio-
diversidade, a erosão do solo, a escassez e a contaminação dos recursos hídricos no bioma cerrado.
Segundo ambientalistas, o cerrado brasileiro corre o risco de se transformar em um deserto.
A respeito desse assunto, analise as afirmações abaixo.
I Considerando-se que, em 2006, restem apenas 25% da cobertura vegetal original do cerrado e que,
desse percentual, 3% sejam derrubados a cada ano, estima-se que, em 2030, o cerrado brasileiro se
transformara em deserto.
II Sabe-se que a eventual extinção do bioma cerrado, dada a pobreza que o caracteriza, não causara
impacto sistêmico no conjunto dos biomas brasileiros.
III A substituição de agrotóxicos por bioinseticidas reduz a contaminação dos recursos hídricos no bio-
ma cerrado.
É correto o que se afirma
A apenas em I. B apenas em III. C apenas em I e II. D apenas em II e III. E em I, II e III.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100307/not_imp520631,0.php
http://economia.estadao.com.br/noticias/,brasil-se-torna-o-3o-maior-exportador-
agricola,not_7883.htm
http://www.pantanalnews.com.br/contents.php?CID=49025
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