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L 313/36 PT Jornal Oficial da União Europeia 28.11.

2009

REGULAMENTO (CE) N.o 1151/2009 DA COMISSÃO


de 27 de Novembro de 2009
que impõe condições especiais à importação de óleo de girassol originário ou expedido da Ucrânia
devido a riscos de contaminação com óleo mineral e que revoga a Decisão 2008/433/CE
(Texto relevante para efeitos do EEE)

A COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS, controlo em vigor para impedir a contaminação com
óleo mineral do óleo de girassol destinado a ser expor­
tado para a Comunidade (3). A equipa de inspecção con­
cluiu que as autoridades ucranianas aplicaram o novo
Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia, sistema oficial de controlo para impedir a presença de
óleo mineral no óleo de girassol destinado à Comunidade
e que esse sistema de controlo apresentava garantias su­
ficientes nesse sentido. Contudo, estas conclusões mos­
Tendo em conta o Regulamento (CE) n.o 178/2002 do Parla­ traram que o inquérito realizado pelas autoridades ucra­
mento Europeu e do Conselho, de 28 de Janeiro de 2002, que nianas não tinha revelado a fonte da contaminação, de­
determina os princípios e normas gerais da legislação alimentar, vido à falta de amostragem oficial e de um acompanha­
cria a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos e mento subsequente.
estabelece procedimentos em matéria de segurança dos géneros
alimentícios (1), nomeadamente o artigo 53.o, n.o 1, alínea b),
subalínea ii), (5) Dado o nível de risco e em conformidade com o
artigo 1.o, n.o 4, da Decisão 2008/433/CE, os Estados-
-Membros controlaram todas as remessas de óleo de gi­
rassol originárias da Ucrânia, a fim de se certificarem de
Considerando o seguinte: que essas remessas não continham um nível inaceitável
de óleo mineral e que a informação constante do certi­
ficado era exacta. Os resultados desses controlos demons­
tram a exactidão e fiabilidade do sistema de controlo e
(1) A Decisão 2008/433/CE da Comissão, de 10 de Junho de certificação implementado pelas autoridades ucranianas.
2008, que impõe condições especiais à importação de Todos os resultados analíticos confirmaram a exactidão
óleo de girassol originário ou expedido da Ucrânia de­ dos níveis de óleo mineral declarados no certificado.
vido a riscos de contaminação com óleo mineral (2) foi
adoptada para proteger a saúde pública, no seguimento
da descoberta, em Abril de 2008, de níveis elevados de (6) Convém prever que a amostragem de remessas de óleo
parafina mineral no óleo de girassol proveniente da de girassol para detecção da presença de óleo mineral
Ucrânia. seja executada em conformidade com o disposto em
matéria de amostragem no Regulamento (CE)
n.o 333/2007 da Comissão, de 28 de Março de 2007,
que estabelece métodos de amostragem e de análise para
(2) As autoridades ucranianas comunicaram aos serviços da o controlo oficial dos teores de chumbo, cádmio, mer­
Comissão a criação de um sistema de controlo adequado cúrio, estanho na forma inorgânica, 3-MCPD e
concebido para garantir que todas as remessas de óleo de benzo(a)pireno nos géneros alimentícios (4), e com a
girassol a exportar para a Comunidade sejam certificadas norma internacional ISO 5555:2003 relativa à amostra­
como isentas de níveis de óleo mineral que tornem o gem de gorduras e óleos animais e vegetais.
óleo de girassol impróprio para consumo humano.

(7) Consequentemente, afigura-se adequado rever as medidas


(3) Os pormenores deste sistema de controlo e certificação actualmente em vigor. Dado que as alterações são subs­
foram avaliados pelos serviços da Comissão e pelos Es­ tanciais e que as disposições são de aplicação directa e
tados-Membros e debatidos na reunião do Comité Per­ são vinculativas na sua totalidade, a Decisão
manente da Cadeia Alimentar e da Saúde Animal reali­ 2008/433/CE deve ser substituída pelo presente regula­
zada em 20 de Junho de 2008. Concluiu-se que este mento, que poderá ulteriormente ser revisto com base
sistema de controlo e certificação podia ser aceite. nos resultados dos controlos efectuados pelos Estados-
-Membros.

(4) O Serviço Alimentar e Veterinário da Comissão Europeia (8) As medidas previstas no presente regulamento estão em
realizou uma missão de inspecção na Ucrânia de 16 a conformidade com o parecer do Comité Permanente da
24 de Setembro de 2008, a fim de avaliar os sistemas de Cadeia Alimentar e da Saúde Animal,

(1) JO L 31 de 1.2.2002, p. 1. (3) http://ec.europa.eu/food/fvo/rep_details_en.cfm?rep_id=2080


(2) JO L 151 de 11.6.2008, p. 55. (4) JO L 88 de 29.3.2007, p. 29.
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ADOPTOU O PRESENTE REGULAMENTO: Artigo 4.o


Controlo oficial
Artigo 1.o 1. As autoridades competentes de um Estado-Membro veri­
ficam que cada remessa de óleo de girassol apresentada para
Âmbito de aplicação importação é acompanhada de um certificado e de um relatório
O presente regulamento aplica-se ao óleo de girassol bruto e analítico, tal como previsto no artigo 3.o, n.o 2.
refinado, abrangido pelo código NC 1512 11 91 ou pelo código
TARIC 1512 19 90 10 (a seguir, «óleo de girassol»), originário
ou expedido da Ucrânia.
Os Estados-Membros efectuam a amostragem e a análise para
detecção da presença de parafina mineral em certas remessas –
seleccionadas de forma aleatória – de óleo de girassol, apresen­
Artigo 2.o tadas para importação para a Comunidade, a fim de se assegu­
Definições rarem de que a remessa não contém mais de 50 mg/kg de
parafina mineral.
Para efeitos do presente regulamento, por «parafina mineral»
entende-se hidrocarbonetos saturados na gama C10-C56 prove­
nientes de fontes externas, exceptuando os alcanos em C27,
C29 e C31, que são considerados de origem endógena no Os Estados-Membros informam a Comissão através do Sistema
óleo de girassol. de Alerta Rápido para os Géneros Alimentícios e Alimentos
para Animais sobre todas as remessas que contenham teores
de parafina mineral superiores a 50 mg/kg, tendo em conta a
Artigo 3.o incerteza de medição.

Certificação e notificação prévia


1. O óleo de girassol importado para a Comunidade não 2. Todos os controlos oficiais antes da aceitação para intro­
pode conter mais de 50 mg/kg de parafina mineral. dução em livre prática na Comunidade são efectuados no prazo
de 15 dias úteis a partir do momento em que a remessa é
apresentada para importação e se encontra fisicamente disponí­
2. Cada remessa de óleo de girassol apresentada para impor­ vel para amostragem.
tação será acompanhada do certificado previsto no anexo, ga­
rantindo que o produto não contém mais de 50 mg/kg de
parafina mineral, e de um relatório analítico, emitido por um
laboratório acreditado nos termos da norma EN ISO/IEC 17025 Artigo 5.o
para a análise do óleo mineral contido no óleo de girassol,
indicando os resultados da amostragem e da análise da presença Fraccionamento de uma remessa
do óleo mineral, a incerteza de medição do resultado analítico, As remessas não são fraccionadas enquanto não tenham sido
assim como o limite de detecção (LD) e o limite de quantifica­ concluídos todos os controlos oficiais a efectuar pela autoridade
ção (LQ) do método analítico. competente referida no artigo 4.o

3. O certificado, acompanhado do relatório analítico, é assi­


nado por um representante autorizado do Ministério da Saúde Em caso de fraccionamento ulterior da remessa, cada parte da
da Ucrânia. mesma deve, até ao momento em que for introduzida em livre
prática, ser acompanhada de uma cópia dos documentos oficiais
previstos no artigo 3.o, n.o 2, autenticada pela autoridade com­
petente do Estado-Membro em cujo território o fraccionamento
4. Cada remessa de óleo de girassol é identificada por meio teve lugar.
de um código indicado no certificado sanitário, no relatório
analítico que contém os resultados da amostragem e da análise,
e nos documentos comerciais que acompanham a remessa.
Artigo 6.o

5. A análise referida no n.o 2 deve ser efectuada numa amos­ Medidas em caso de não conformidade
tra, colhida em conformidade com o disposto no Regulamento As medidas a tomar em caso de remessas não conformes de
(CE) n.o 333/2007 e com a norma internacional ISO óleo de girassol são adoptadas nos termos do artigo 19.o do
5555:2003. Regulamento (CE) n.o 882/2004 do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 29 de Abril de 2004, relativo aos controlos ofi­
ciais realizados para assegurar a verificação do cumprimento da
6. Os operadores das empresas do sector alimentar e do legislação relativa aos alimentos para animais e aos géneros
sector dos alimentos para animais, ou seus representantes, de­ alimentícios e das normas relativas à saúde e ao bem-estar
vem comunicar previamente ao primeiro ponto de entrada a dos animais (1).
data e hora previstas da chegada física da remessa, pelo menos
um dia útil antes dessa chegada física. (1) JO L 165 de 30.4.2004, p. 1.
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Artigo 7.o Artigo 9.o


Custos Medidas transitórias
Todas as despesas resultantes dos controlos oficiais, incluindo Em derrogação do disposto no artigo 3.o, n.o 2, os Estados-
amostragem, análise, armazenagem e quaisquer medidas adop­ -Membros autorizam as importações de remessas de óleo de
tadas em consequência da não conformidade, são suportadas girassol originárias ou expedidas da Ucrânia que tenham dei­
pela empresa do sector alimentar ou do sector dos alimentos xado este país antes de 1 de Janeiro de 2010, acompanhadas do
para animais. certificado previsto no artigo 1.o da Decisão 2008/433/CE.

Artigo 8.o Artigo 10.o


Revogação Entrada em vigor
É revogada a Decisão 2008/433/CE. O presente regulamento entra em vigor no vigésimo dia se­
guinte ao da sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia.
As referências à decisão revogada devem entender-se como
sendo feitas ao presente regulamento. É aplicável a partir de 1 de Janeiro de 2010.

O presente regulamento é obrigatório em todos os seus elementos e directamente aplicável em


todos os Estados-Membros.

Feito em Bruxelas, em 27 de Novembro de 2009.

Pela Comissão
Androulla VASSILIOU
Membro da Comissão
28.11.2009 PT Jornal Oficial da União Europeia L 313/39

ANEXO

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