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Hoje no Inimigo Público I S S N : 0 8 7 2 - 1 5 4 8

Cavaco muda-se para o Corvo para obrigar


Sócrates a ir às reuniões de quarta-feira

Avaliação Suplemento
Sindicatos e Economia
professores ainda Estado tarda
sem acordo para em libertar-se
manifestação de participações
única Pág. 13 bizarras

Estados Unidos Ideias para


juntar dinheiro
Economia recuou
0,3% no terceiro e melhorar as
poupanças
trimestre Pág. 36

Opinião Sobe e desce

Assim se começa Cristovão


Tezza
José
Sócrates

quisesse fazer o mesmo, sem ocasião e o assunto) e um pequeno O Governo já tinha sido excessivo
resultado que se visse. Porquê? grupo de “peritos”. Por natureza, a na promoção do computador
Porque a eficácia de uma máquina “linha” não pode “dar” muita in- Magalhães dentro do país, mas
de propaganda depende antes de formação. Se “desse”, não entrava José Sócrates foi ainda mais longe,
mais nada da disciplina política. O na cabeça dos gnomos que a aproveitando a Cimeira Ibero-
que Sócrates conseguiu foi impor repetem e, principalmente, do -Americana para propagandear
uma disciplina, e uma disciplina público em geral. Para cada “o primeiro grande computador
severa, ao Governo, à burocracia e pergunta (sobre o Orçamento, ibero-americano” e anunciá-lo
Vasco Pulido Valente ao partido. a oposição, o mundo) basta É professor universitário em como uma “espécie de Tintim”.
Como no comunismo clássico, uma resposta: simples, curta, Curitiba, tem 56 anos e ganhou Não será de mais? (Pág. 18) N.P.

N
o essencial, a eficiência Sócrates tem uma “linha” sobre final. Não é grave se a resposta o Prémio Portugal Telecom de
da máquina de qualquer assunto que interesse à for falaciosa ou hipócrita, ou Literatura com o romance O Filho
propaganda de Sócrates saúde e sobrevivência da maioria. não for, como costuma suceder, Eterno, que já recebera vários
não vem do exército Ninguém sabe quem decide a resposta nenhuma: a insistência, a prémios, incluindo o Jabuti. Com
de assessores que orientação e os pormenores dessa convicção e a unanimidade acabam esta distinção, Cristóvão Tezza
trabalham directamente para ele, linha. Provavelmente, o próprio sempre por convencer os tolos. deixou em segundo lugar António
de “gabinetes de comunicação”, Sócrates, com a sua eminência Quem leu a longuíssima Lobo Antunes, ex aequo com
de empresas de comunicação que parda, Pedro Silva Pereira, um entrevista de Sócrates (na semana Beatriz Barcher. (Pág. 13) N.P.
o Estado contratou (e contrata) ou outro ministro (conforme a passada) ao Diário de Notícias
ou de jornalistas “colaborantes”. ficou certamente espantado com Paulo José Eduardo
Não vem sequer do oportunismo, A eficácia de uma máquina a vacuidade da coisa. O primeiro- Rangel dos Santos
ou do temor, de certa imprensa -ministro, também ele, não saiu
e de certa televisão, ou da RTP e
de propaganda depende um milímetro da “linha” oficial: da
da RDP ou de “pressões” de vária da disciplina política. O que crise financeira a Manuela Ferreira Não é o único beneficiário no
ordem, que alegadamente os Leite disse e redisse o que diria um negócio, mas é o mais relevante:
maiorais do regime aplicam com Sócrates conseguiu foi impor “militante consciente” (para usar a o presidente angolano, José
grande regularidade e método. essa disciplina ao Governo, antiga expressão do PCP). E, no dia Eduardo dos Santos consta da
Tudo isso ajuda e é com certeza seguinte, na TVI, Augusto Santos lista de transferências bancárias
indispensável. Mas já houve quem à burocracia e ao partido Silva voltou a servir a ladainha. do caso Angolagate, que começou
MIGUEL MADEIRA Pior ainda: ao fim de quatro anos, a ser julgado em França. Isto num
pouca gente escapou à “língua negócio ilícito, quando Angola
de pau” deste regime. Claro que, O Governo queria tapar a comprou armas contra o embargo
entretanto, a realidade desapareceu trapalhada da alteração feita à lei internacional. (Págs. 2 a 4) N.P.
de cena. A realidade económica e do financiamento dos partidos
financeira, e a realidade política. Os com outra trapalhada. Rangel
portugueses, por exemplo, estão disse sempre que, de acordo com
longe de perceber o sarilho em a lei, teriam de ser os deputados
que os meteram e a humilhação do a propor a alteração e não o
Presidente da República é reduzida Governo. Os socialistas teimaram
a uma insignificância e atribuída à que não e viram agora Gama dar
democrática vontade do PS. Assim razão ao PSD (Pág. 9). L.A.
se começa.
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