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de direito transitrio
Clayton Maranho
Mestre e Doutor em Direito Processual Civil pela UFPR, Professor da UFPR,
Desembargador do TJPR
Sempre quando aprovada uma lei nova, surge a dificuldade de saber qual a lei
aplicvel no perodo de transio normativa. Com o advento do Cdigo de Processo
Civil/2015, tem se visto muita perplexidade no incio de aplicabilidade do novo
Cdigo. As questes de direito intertemporal exigem critrios objetivos para sua
soluo, com vistas a que se evitem solues pragmticas destitudas de fundamento
jurdico. Prope-se adiante alguns parmetros de soluo desses problemas, a partir
do disposto nos artigos 14 e 1.046 do CPC/15.
Definio do marco temporal.
Em se tratando de direito intertemporal essencial a definio do marco temporal
para que seja possvel dirimir qual a norma processual aplicvel ao caso pendente.
No existe uma regra nica, devido especificidade de cada ato processual
consumado ou extinto na vigncia da lei anterior. Em regra, o marco temporal definese no dia em que a deciso foi feita pblica em cartrio, secretaria ou diviso do
tribunal (autos fsicos do processo), ou disponibilizada no sistema (processo
eletrnico). Considerando a data de entrada em vigor da lei nova (18.03.2016),
deciso feita pblica at a vspera conducente a que o ato processual subsequente
ainda seja regido pela lei velha, ainda que praticado j na vigncia da lei nova, ao
passo que a deciso feita pblica a partir da data de vigncia da lei nova, far com que
o ato processual posterior seja por ela regido. O procedimento uma sequncia de
atos. Se o juiz decide ou despacha, pode-se dizer que a parte passa a ter direito
adquirido ao ato processual subsequente em conformidade lei vigente ao tempo em
que proferido aquele despacho ou deciso, e assim sucessivamente. A ttulo de
exemplo, as regras de admissibilidade recursal, para as quais a parte tem direito
adquirido processual se a deciso objeto do recurso foi feita pblica antes de
18.03.2016 e o respectivo prazo recursal no se exauriu na vigncia da lei anterior.
at ento, pela jurisprudncia desta Corte. 6. A interposio de agravo regimental assinado
eletronicamente por advogado sem poderes nos autos atrai a incidncia da Smula 115/STJ. Ademais,
a regularidade na representao processual da parte deve ser comprovada no ato da interposio do
recurso. Precedentes. 7. Agravo regimental no conhecido." (STJ, Quarta Turma, Rel. Min. Luiz
Felipe Salomo, unnime, Dje 11.04.2016.)