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Hartmut Ganther A psicologia social estuda a relagéo recipro- ‘ca.ensze-o individng ¢ seu meio social: de ‘um lado, trata do impacto que as pessoas ~"ezscem em seus amigos, familiares, colegas ~~ eatéem desconhecidos. Por outro, estuda maneira como cada um de nos ¢ ‘foe ‘do pelos outros no que diz respei B 395. Essa relagio reciproca entre o individuo ‘e um dado meio social sempre diz respeico a.algum objeto, ¢ space, id ‘ideia,"pessoa (a si ‘pidprio. ao meio tg fecneinas)-£0- bre.os quaisse tem. Sinden cexperiéncias ou ‘isposigSes comportamentais, Este capitulo ———twata de algumas das maneitas de se essudar ‘esse erngulo ¢ de se chegar « explicagdes ¢ ~-----eompreensbes dos fenémenos da interagdo social. Como © conteido deste lito sugere, a psicologia social estuda um grande ni mero de assuntos ¢ envoive um némero di- “wisifcado_e_abe Fietodologicas. Entretanto, podemos afirmar que =o tes os caminhos principais para se estudar ¢ se compreender 0 comportamento humano® no contexto da psicologia social empirica: 1 ahsearo cmugaments ane ocone nefuraliente no aabito da vide real, 2, car stvaghesardiciaseegismaracom- Gotten dlante de taelas definidas ara estas sicuagSes; METODOS DE PESQUISA EM PSICOLOGIA SOCIAL [Nao é distante, somente parece como se fosse. Gara, 1998, p. 100)" 2 pean gen te oe ten. fam.ou experiencia acerca de no passado, no presente ou no futuro Cada uma dessas trés familias de véc- nices para conduzir estudos empiricos — ob- sera. epenente leans dos ~ apresenta vantagens.edesvantagens dlistinas (Kish, 1987). Tais vantagens estdo ligadas & qualidade e a utiizacio dos dados obtidos e devem ser consideradas pelo pes- quisador quando este for escolher 0 mévodo sais apropriado para um determinado obje- tivo de pesquisa. Nao obstante as variagbes dentro de cada uma dessas ués grandes dreas, podemos afirmar que 9 panto forte da observacio é0 realism da stuacd0 est cetudadas cians inf dias causaisce que ‘clevantamento de dads, especialmente por amostragem, isto & survey, assegura melhot representatividade e permite generalizacio FaREis populiglo alem da esuada. ‘No presente capitulo, apresentamos ‘um tour dhorizon dessas principals manci- estudar a relacéo recioroca entre o in- dividuo e 0 mieio social. Como fio condutor, cconsideramos uma série de pesquisas sobre ‘um mesmo tema ~ comportamento pr6-social — para demonstrar 0 uso de diferentes mé- todos dentro da psicologia social, bem como "feof, comportanent pré-soa nr =glamos tom observag6es gerais sobre pesqui- [pi social ¢ tecemos algumas considerasées sobre provedimentos qualitativos e quanti os. A seguit, trataremos de andiise de ‘onteido, de observagbes, de experimentos de levantamento de dados. Concluimos 0 eulo com algumas consideragSes sobre a ae =D FIOCONDUTOR: de pooner, PRO:SOCIAL ENQUANTO OBJETO DE ESTUDO - a pessoa que PERIEHS dithelro €; 56 fosse pobre, es (Berra, 1998, p. 59) © comportamento pré-social assume tas variantes. Pode ser material ou espi- al, pode basear-se em altruismo, egois- reciprocidade ou aprendizagem de sociais (Aronson, Wilson ¢ Akers, E facil verificar que as pessoas va- quanto a sua disposicdo para ajudar outro. A variagfo estd no ato em si: pas- £5 saro-sal-na mesa fora do alcance do outro, re enttegar tim objeto que caiu desperesbido, = oferecer 0 assento no énibus lotado, deixar 5 desviar o camino para carona a alguét, doar sangue, dar con- to 20 prékimo, interferir em uma briga _proteger aquele que parece ser © mais ‘aco, para citar apenas alguns atos.de aju- a, Mas a variabflidade também estd na ra- ‘pidez da resposta, na disposicio de ajudar “qualquer” pessoa, ou somente determi- 4 taios individuen, oa disposicao de ajudar [sob “qualquer” fem determinadas situagoes. Alem do mais, a decisto de ajudar dependerd PSICOLOGIA SOCIAL: FRINCIFAIS TEMAS £ veaTENTeS © 5S ~ tempo disponivels 2. de-fatores sociais: a presenga de ou pessoas, isto é, alternativas de ajuda; 4. da avaliagio do custo pessoal, por exern- pio, no caso da interferéncia em uma biga, qual a chance de ser bem-sucedido ou de apanhar por sua vez, ou, até a ex: pectativa de retribui¢lo furura? Até este ponto, fizemos uma reflexdo ‘emnivel desensocomum a respeito do tépico ‘em questo. Podemos prosseguir discutindo © assunto cor amigos ou colegas sem che- {garmos a conclusdes que possam nos perini~ tir entender, predizer e controlar © compor- tamento em questéo. Para realizar pesquisa de maneira sistemética na psicologia social, devemos detimitar nosso assunto e chegar a perguntas mais espectficas. O processo de delimitacdo implica que escothemos entre as possiveis razées mencionadas anteriormen: te para realizar uma pesquisa sistemética Por exemplo, qual a relagéo entre género. ¢ ajuda, levando em conta o esforga neces- sério, as cicunsténcias e o esforco exigido? Importante, como primeiro paso, serd uma revisio da literatura sobre o tema. Uma busca realizada em janeiro de 2008, usando somente a palavra-chave helping behavior, produziu 2.286 referén- cias 2 artigos em revistas cientificas no site wewrw:scirus.com; aproximadamente 11 mil TefeiEncias diversas no site Google scholar; 934 referéncias a artigos no Psychinfo da “Arierican Prychological Association © 16 no site www:scielo.org, neste caso, com 0 ter- ‘mo equivalente em Porrugués. Esse exemplo aponta que o uso do termo-chave relacio- -nado ao eonceito global de comportamento pré-social jd nos rende muitas indicagSes. Repetir a busca com outros termos, tals ‘como pro-social behavior ow altruism, deverd resultar em mais referéncias, além de dupi ntes e além de delimitar as referén- ‘as assim Obtidas, seja em termos do tipo de ajuda, do contexto, das pessoas envolvidas, entre outros aspectos, é importante escolher ‘95 termos-chave com cuidado: embora, nes- te exemplo, ajuda, caridade, cortesia, apoio 60 TORRES, NEIVA. cOLs. ¢ seus comespondentes em outs linguas {insistiu na combinacéo de varios métocos facam parte do conceito mais amplo chama- (vide Lazarsfeld, 1944, p. 60). do comportarento pré-social, comesar com um termo em vez de outro pode nos enca- rinhar em direg6es bastante distintas. Cabe salientar que néo é aconselhével limiter a busca a estudos em um determinado inter- valo de tempo (p. ex., 08 times 10 anos) rotular o que foi publicado antes de wna de- terminada data de ‘velho" ou superado, No caso concreto, 20 usar o limite de 10 anos escar-se-ia ignorando éstudos imporcances realizados na década de 1960, como, por exemplo, os estudos de Berkowitz ¢ Daniels (1964), ‘Bryan e Test (1967), Darley Latané (1968), Bpstein © Hornstein’ (1969) ‘ou Latané e Datley (1968). : ~.--ALGUMAS.OBSERVACOES GERAIS. ‘SOBRE PESQUISA SOCIAL ‘oct deve ter cuidado quando aio sabe para onde vai, porque pode ser que niio chegue lé. (Berra, 1998, p. 102) Fenémenos sociais podem ser estuda- dos a partir do referencial terico e com mé- todos de diferentes éreas do conhecimento ‘A pesquisa social baseada em milltiplos mé- todos tem uma longa tradigéo nas ciéncias sociais. Em 1933, Lazarsfeld, Jahoda e publicaram um estudo sobre os desempre- gados de Martenthal, um vilarejo perto de Viena, Austria, Os autores, respectivamente, sociélogo com doutorado em matemécica aplicada, psicéloga social com doutorado fem psicologia geral e cientsta social. com ‘um doutorado-em.ciéncias-sociais e outro em direito, faziam parte do centro de pes- quisa em psicologia econdmica. Neurath (1983) observa que 0 que tomou esse tra- Dalho um cléssico “foi a entéo relativamente ova, combinagéo_entre_observas tativa e andlise de dados qualtacvos” (5 124), Enquanto Mayring (2002) cita partes do: estudo “de: Lazarsfeld”e colaboradares como exemplos de diferentes verventes da abordagem qualitativa, o préprio Lazarsfeld © conceito exemplar deste capituio, comportamento pré-social, interessa a psicologia, pelo viés do comportamento ‘em nivel individual, quanto, por exempio, a sociologia, no que se refere ao comporta. ‘mento cooperativo entre grupos, ou, ainda, a cléncia politica no contexto de assistén cia intemacional. Entretanto, no apenas resultados encontrados em reas de coahe. eimentos correlatos acerca de um mesmo tema contribuem para uma compreensao da. Igualmente imporcan. te é estar aberto para abordagens tedricas ‘e'metodolégicas diversas de uma mesma area. Duas palavras-chave caracterizam a abordagem metodolégica implicita no es tudo de Lazarsfeld e colaboradores: multi- miétodo e triangulacio. © primeito terme dispense definiglo, ¢ o segundo & definido por Vogt como “usando mais do que um mé- todo para estudar a mesma coisa” (1993, p. 1234), Podemos acrescentar, com Sommer ¢ Sommer (2002, p. 6), que usar procedimen- ‘tos miltiplos é melhor do que usar apenas ‘um, que miiltiplos olhares dentro de um: rea como a psicologia social nfo somente sto desejdveis, mas se fazem necessérios, ver que constimuem operagées convergen- tes (Webb, Campbell, Schwartz e Sechrest, 2000), CComegamos capitulo com uma refe- réncia a Kish (1987) e a seu alerta de que, 20 escolher tum ow outro método de pesqui- 3a, 0 pesquisador estard, necessariamente, fazendo um compromisso em relago ao re- sultado final de seu trabalho: aceita as van- ‘agens e as desvantagens de um método em ‘ver destas de outro método. Implicito nessa constatagio € a recomendagio de se uti zar mais de um método ao estudar um tema qualquer, visto que, por si s6, cada uma das abordagens se mostra incompleta, Brewer Hunter (1989) afirmam que pesquisa de campo, levantamento de dados, experimen tacko e pesquisa no reativa’ constiniem 105 prineipais mécodos das ciéneias socias Indicando @ possibilidade de, sempre que ie vel, adotar-se_uma estratésia de pes- quisa multimérodos, estes autores — como ‘Kish ~ apontam que: Interpretar 0s resultados de qualquer um * desses métodos ¢ tarefa ineerana melhor das hipéteses. A maior fonte de incerteza E que qualquer estudo que utiliza apenas ‘um tinico tipo de mérodo de pesquisa} deixa de lado hipstesesrivais néo testadas (1 que colocam em questdo a validade dos achados do estudo. (p.14) Sommer ¢ Sommer resumem diferen- Quadro 3.1) © apon- sguintesvantagens dese “itilizar de mais de um método como pesqui- atlor: quando-um procedimento nao pode {ose utlizado por razées fora do controle do PSICOLOGIA SOCIAL: PRINGIPAIS TEMAS EVERTENTES 4 Mesmo havendo diferentes mancims de se usar os métodos para pesatisar fend- ‘menos sociais, hé alguns pontos em comum due precisam ser levados em conta para se aumentar a probebilidade de se chegar a e- sultados tueis. Agregendo as consideragées de Grunenberg (2001), de Mayring (2002), de Miles e Huberman’ (1994), bem como as de Steinke (2000) acerca de citérios de qualidade de pesquisa social, seguem algu- mas exigéncias — formuladas em termos de perguntas - para uma andlise sobre até que onto uma pesquisa pode ser considerada de bos qualidade (Ginther, 2006). As perguntas da pesquisa séo claramente formuladas? yuisador, ou por falta de recursos, em. Fe ee tempo, tines ou numeto de~Oprimero:passo'para‘conduzir uma pes. 3 pesons pare realar un dewminado exw 55 -Ao, a utllizacio de mais de um método ofe- -tece flexibilidade ao lidar com dificuldadés. quisa é definir e delimitar a pergunca de pesquisa. Quanto maior a clareza sobre 0 ‘que se quer saber, maior a chance de se 62 _ToRRES, NeIvAa cats, obter éxito em uma pesquisa, Uma revi sio-de Iteratura sobre 6 assunt0 em que to ajuda-no inicio de qualquer pesquisa. Consideranddo-se nosso exemplo de com. portamento pré-social, uma pergunta ge- ral poderia ser: quem ajuda quem, como © sob quais circunstincies? Para chegar a perguntas mais especificas, pesquisdveis, é necessério operacionalizar as quatro partes dessa pergunta geral: 0 quem ajuda pode se refetir a pessoas de determinado genero, dade, educagéo ou nivel socioeconémico, © quem recebe ajuda, idem. O como pode varlar em tenmos de prontidao, ist €, aju- dar dé maneira esponténea versus Zoliita. do, generosa versus de forma-avarentarJé as circunseéncias podem variar em termos de ambiente ou do tipo de ajuda necessé- ia, Desta maneira, podemos chegar a per- ‘guntas do tipo: “Os jovens ajudam mais 203 JOVEDS UO WME aos idos0s em situagbes de emergéncia de rua?”, “Sob quais condigées, desconhecidos intervém em um assalto?”, “Os motoristas com carros com adesivos re- ligiosos se mostram mais cordiais no twan- sito?” Operacionalizar varidveis Apés ter-se delimitado a pergunta, seré ne- cessério operacionalizar as variéveis por meio das qu: _vens e idosos se referem a faixas etérias, ¢ podem ser operacionalizadas em termos de dade em anos. O coneeito ajudar é que pre- cisa de uma definipio e operacionalizacéo mais detalhada..O.nivel de ajuda, no aso de-um assalto, pode-variar, por exemplo, en- ‘we: gritar para chamar atencio de qualquer ‘um. por.perto,.chamar alguém competente, como a policia, itervir pessoalmente. Outra varidvel a'definir seria a rapidez, isto ¢, 0 __tempo_em segundos apés a ver existéncia de uma emergéncia. Outras vveis que precisam ser operacionalizadas so ~—‘situagéc-de-emergéncia!"> estamos falando de quais emérgéncias ~ agressio fisica, aci- da dente, desorientagéo, agressio verbal? No SO de adesIvOS Teligioscs, que forma de cordialidade seria esperada? Expiicitou-se a teoria que pode ser derivada dos dados e utilizada em outros contextos? Uma distinefo importante entre pesquisa de narureza qualitativa e exploratéria ver sus pesquisa quantitativae inferencial é que um objetivo central da primeira consiste na tentativa de se chegar a uma teoria por meio de-um-processo.indutivo. Uma pesquisa de cunko quantitative inferencial visa confi- ‘mar uma teoriajé existente, representande, assim, um processo dedutivo. Seja qual for a nattreza da pesquisa, & importante espe- cificar qual a tora que orienta nossa pes- quisa, no caso de investigagio quantiativa No caso de pesquisa qualitative, € mais im- portante, ainda, deixar explo para o lei tor onde esperamos chegar ao realizar uma pesquisa exploracéria. O delineamento da pesquisa € consistente com 0 objetivo eas perguntas? ‘Como apontado acima, a escolha do delinea- “mento de pesquisa, isto é, a opcéo por uma abordagem observacional, experimental, de Jevantamento de dados ou uma andlise de contetido deve ser consequéncia da pergun- ta de pesquisa a ser respondida. Nao cabe modificar uma pergunta para que esta se adapte a um método preferido. Os construtos analiticos foram bem explicitados? Conéeitos como alerutsmo ou disposiso para 4judar so chamados construtos hipotéticos, isto ¢; algo que existe teoricamente, mas n&o éobservével diretamente. Que alguém pode = Ter considerado altruista ou ter disposigéo para ajudar € inferido a partir de obser -cbes de comportamento diretos ~ no caso, {£5 vendo este alguém concretamente ajudando alguém, ou indiretos - analisando as respos- gas mume’escala de atitudes, por exemple. Assim, a questo que se coloca é: 0 compar. tamento observado ou as atitudes expressas = permitem inferéncias acerca do altruismo onda disposigéo de ajudar? _=0s procedimentos metodolégicos o-bem documentados? ‘Todos os passos de uma pesquisa precisam deseritos.e explicitados. Quem foram as Fo pesoas ‘observadas, entrevistadas, partici- " pantes dos experimentos? Quais foram os instrumentos. e equip utilizados? foram 05 procédimentos para a cole- de-dados? A deserigio dos participantes precisa ser-suficientemente completa para que se possa saber como foram recrutadas e quals suas caractersticas. O detalhamento fs instrumentos e dos procedimentos deve ‘permitir que outros pesquisadores possam replicar 0 estudo. Ha de se observar, en- fetanto, que estudos fora do laboratério empre softero do fator “circunsténcias s6cio-historcas”, razdo pela qual nfo so to- fagbes dos dados oferecidas pelo autor € ‘Sousiderar possiveis explicagdes alternativas = Weja “A discussdo dos resultados” a seguir. "Ha varias maneiras de registrar comporta- ‘mento: ficha de observacéo, checklist, esca- 12 de atitudes, testes de comperéncia, para =” mencionar as mais imporcantes. Esses ins- £5 == trumentos tém em comum 0 objetivo de re- = Sowiswar e; assim; refletir de maneira mais fel comportariento sob invéstigagio. Nesse PSICOLOGIA SOCIAL: PRINCIPAIS TEMAS E VERTENTES. 63 sentido, precsam saisfaer dois crtérios de Gualidader pcedigniaade ¢ validate, Sendo ue o segurido ndo existe sem o primero Fidedignidede Fldedignidade diz respeito & consisténcia da medigao repetida de um mesmo objero sob circunsténcias semelhantes (Vogt, 1993; Yarenko, Harari, Hartison e Lynn, 1986). ‘Uma balanca poderia ser considerada fide- digna se, pesando um mesmo objeto varias vezes, indieasse 0 mesmo peso. Medidas psicoldgicas, que, por parte do medidor, ex gem interpretagio de eventos, como seria 0 caso de uma observacéo, ou que, por parte da pessoa avaliada, permitem um processo de aprendizagem, como seria o caso de um teste de conhecimento, correm o risco de ser menos fdedignas. Medidas psicolégicas cuja aplicagéo e interprecacio néo dependem da competéncia do aplicador e que contém re- sistros (perguntas, tens, observagGes).es- tandardizados tenciem a ser mais fidedignas = veja Pasquali (1989) para maiores deta- Ihes, inclusive maneiras de como calealar 0 index de fidedignidade que varia entre zero eum. Validade esmo sendo fidedigno, um instrumento no. é necessariamente, vlido. Validade trate da correspondéncia entre © que um instrumento pretende medir e do constr to hiporético que esté sendo investigado Mesmo se 0 balanco mencionado registe de maneira fidedigaa o peso em libra, nao seria um instrumento valido se © objetivo fosse verificar o peso em quilogramas. Um teste de conhecimento nfo seria vélido como inscrumento para averiguar imtligén- cia ~ (Campbell e Stanley, 1963). Ha de se salientar que, enquanto existem medidas quamiativas © genéricas do grau de fide- dignidade de um insrumento, a validade de um instrumento representa um jalgamento 64 _TosRes, newaa cots. ico para cada situagie escuaaaa ‘Adotaraii-Se regras expliitas nos procedimentos analiticos? Os procedimentos analiticos séo bem documentados? Os procedimentos de analise de dados preci- sam ser igualménte, explicitos eexplicitados. No caso de procedimentos quantitativos, tal detalhamento frequentemente esta impli cito no procedimento estatistico escélhido. Entretanto, especialmente no caso de proce. imentos qualitativos, come, por exemplo, uma andlise de conteiido, a-explicitacio.© a documentacto de procedimentos analiticos 20 indispensdveis. Novamente, tis explica- 30a fazenr-se neeessdtias para que-0 leitor possa acompanhar, compreender ¢, se for.0 «aso, replcar os passos analiticos. 0s dados foram coletados em todos ‘0s contextos e tempos e com todas as pessoas sugeridas pelo delineamento? ‘A preocupacéo subjacente é a randomiza- ‘G0 de contextos, tempos © pessoas. Espe- Gialmente no caso de pesquisa “exemplar”, Dartir da qual queremos realizar inferén: cias acerca de outros ou “todos” os demais ‘contextos ou pessoas, devemos selecionar alguns eventos ou pessoas que podem ser considerados representatives, Como foi feta tal selec3o ~ randomicamente, sistematica- mente, aleatoriamente, “a dedo”? Somente ‘quando tal selegio é feita randomicamente podemos argumencar que nossos resultados podem petmitir inferéncias para outros con- textos, tempos, pessoas alémm dos estudados. Caso contrario, sempre fica a pergun que 0 que for encontrado Wao € unr simples reflexo daquela sicuagdo, daquele tempo, daqueles participantes?” Se_o-procedimen. to que tivermos selecionado der margem a essa perguna, a utilidade de nossos resulta- os de pesquisa estar comprometide. Randomizagao Assim sendo, uma questio fundamental de qualquer pesquisa empirica ¢ se os resulta- dos poderiam ter sido alcancados por acaso ou se so consequéncia de algum artefato de selesio. O livzo cléssico de Campbell e Stanley (1963) continua sendo a referéncia para verificar até que ponto wm determina. Go delineamento, especialmente experimen. tal, pode ser considerado verdadeiramente vand6mico ow'do, e quais as implicagdes de olar as pressuposigées da randomizacéo. No caso de levantarnento de dads, diferen- tes planos de amostragem (Kish, 1965) po dem ajudar a tratar o-problema da rando- mizagao. No caso de estdos de observario, bemreomo que utilizar tnieas de anaiise de contetido, existem possibilidades de rando mizar situagdes, segmentos de observacées ou de textos. O detalhamento da anise leva em conta resultados nao esperados contrérios ao esperado? A vantagem da abordagem experimental é de permitir maior controle sobre os pro- cedimentos e as circunstancias da pesqui- sa, excluindo, assim, varidveis estranhas € indesejaveis. Uma ver que tal delimitacao frequentemente resulta em pesquisa “artifi- ial, faz-se um contraste com a abordagem observacional, que inclui explicitamente “to- das” as varidveis de uma pesquisa (Giinther, 2006). Mas, mesmo no caso de experimen: tos, € necessério mostrar fiexibilidade e re- gistrar eventos inesperados. © exemplo pri- ial para tal flexibilidade & a pesquisa ‘ov, pesquisador de fisiologia que es- tudou a salivago em cachorros. Quando se deparou com reagdes inesperadas nos anf ‘mais, mucou o rumo de suas investigagSes ICOLOGIA $0. ‘hegou a estudar 0 condicionamento con- dicional, que seria chamado, posteriormen- =a1e; de condicionamento cldssico Goring, 3957). ‘A discussio dos resultados considera possivels alternativas de interpretagao? Foi afitmado anteriormente que, quanto “apals especifica a pergunta, quanto mais --detalhada a hipStese sob estudo, mais ex: = pectativas para uma determinada classe de TeSUIRidOS. Mesiaio aim, é importante néo fechar os olhos para explicagbes-alterat: vas, especialmente quando 0s resultados riconcrados WAG eckrespondein ao expera- do. Por outro lado, ¢ importante precaver-se contra resultados incongruentes em termos conheeidas- Nao-vale-argumen- sar que a ciéncia “tradicional” ou os méto- -d08 positivstas no conseguem dar conta os resultados nao usuais encontrados “Os resultados estimulam agdes - _ basicas e aplicadas — futuras? _ Existe uma longa discussio académica sobre - a importéncia relativa da pesquisa dita apli- ‘cada versus a pesquisa bisica. Sem querer longar essa temética neste momento, cabe citar a observacdo de Lewin acerca do as- © maior calcanharde-aqules da psco- Jogia aplicada tem sido 0 fato de que, som ajuda teorica apropriada, ea teve de seguir método diapendioso, ine ‘ientee limitado de ensaie erro. Muitos psicélogos-que tabalam hoje em dia uum eampo aplicado tem conseiéncia agucade de tas cooperagio estreitaen- ze a psicologia te6t 1 ap tO, ‘pode ser conseguido na psicologia, como seonteceu na fia, se eérco nfo tata {dos probiemarapiicades com pretensosa ancpatia ou com medo de problemas -PRINGIPAIS TEMASE VERTENTES 85 socials; ¢ se 0 psicélogo aplicado se der. ‘conta de que nfo existe naca mais pritico {do que uma boa teoria. (1997, p. 288) Participantes da pesquisa Definida a pergunta da pesquisa e especi ficadas as caracteristicas dos participantes, precisa.se refletir sobre 0 acesso amostra de pessoas. Onde e como serdo recrutados? No caso de observacéo do comportamento, fem que locais serao feitas as observagdes? AAs pessoas vo saber que estio sendo obsez- vadas? No caso de um experimento, onde sero recrutados os participantes? No caso de_entrevistas, questionérios ou aplicacio devescalas ¢ testes, onde e como as pessoas seréo abordadas ou recrutadas: na rua, em locais.como shoppings, escolas, zodovidrias, em seus Tocais de trabalho ou em suas ca- sas? Caso-as caracteristicas pessoais — como género, idade, educagdo, natureza do traba- Iho = sejam parte da pergunta de pesquisa, 6 necessério ter acesso a participantes com deverminadas caracteristicas. Procedimentos, instrumentos e analise de dados Mais do que simplesmente os participantes, sio'0s procedimentos ¢ os instrumentos que diferenciam as téenicas de pesquisa que se- ‘Hao apresentadas a seguir. Nao somente pre- ‘isa ser escolhidas em funcéo da pergunta ‘especifica de uma pesquisa, mas também do que é factivel, e do tipo de inferéneia que almejamos. 0 tipo de andlise de dados, por sua ver, € consequéncia direta da perganta, dos participantes e dos procedimentos. © escopo deste capitulo mio permite abor- dar, em qualquer nivel de profundidade, a andlise dos dados coletados durante a pes- Ht 66 roses, neva z Ti SSmeaais mente, uma distin- Gabe. faze, ini io entre estatfstica descritiva ¢ inferencial. dos dados por meio de tabelas e grdficos Tabelas apresentam frequéncias e percen- Tagens em tefmmos numéricos, enquanto graficos permizem visualizar a distribuigdo dos dados (Nicol e Pexman, 1999, 2003). Entretanto, a distribuicdo de frequéncias, as, aparentes diferengas entre grupos ou even- tuais relagdes estabelecidas por meio de ta- belas e gréficos necessitam de uma resposta 4 seguinte pergunta: agueles resultados so -- sisteméticos ou.se chegou a eles por acaso? Realizando poucas observagdes em um ‘ini co local, dificilmente sera possivel faz#r afi magées sobre 0 comportamento.das pessoas ‘in geral. O Tiesto ocotre se entrevistamos penis nossos amigos ou pessoas que esto -por meio de estatisticas inferenciais que podemos s2- ber até que ponto os resultados sio sistemé- ticos ou foram obtidos por acaso-(Bisquerra, Sarriera e Martinez, 2004; Dancy e Reidy, 2006; Siegel e Castellan, 2006). ‘ABORDAGEM QUANTITATIVA VERSUS QUALITATIVA ‘Noventa por cento do jogo 6 50% mental Berra, 1998, p. 69) Apontamos.acima tr8s caminhos.prin- cipais para realizar pesquisa no contexto das ciéncias sociais: observacio, experimen- tos e levantamento de dados. Antes de tra- tar cada um-deles individualmente, convém ressaltar'o-que eles tém em comum. © que ‘une os mais diversos métodos e téenicas de pesquise-incluidos nessas ts grandes fami- Jigs de abordagem & fato de todos partirem de_perguntas essencialmente qualitativas (Giinther_ 2006)._Qualquer_pesquisa_parie da constatagdo de que as pessoas variam, se comportam de maneira diferente. Isso traz “a tona # PerRUNEA e respelto da razdo pela qual existe esta variabilidade. Como lidar com ela? Quais as suas implicagées? Estas perguntas exigem, por sua vez, resposte ‘qualiativas. A variabilidade existe por ess ‘ou aquela azo. Tem escas ou aquelas i plicagées. Na tentativa de se partir de um pergunta qualitativa e de se chegar a um resposta qualitativa, hé dois caminhos, nd necesséria e mutuamente excludentes: od procedimentos qualitativos e o de proved ‘mentos quanticazivos. Procedimentos qualitativos Procedimentas qualitativos tendem a ser it tives e exploratérios: sem partir de hipé ‘25es formais e explicitas, tenta-se constru um referencial tedrico a partir de dade ‘Bletaios essencialmente por meio de ot servasées, inchuindo, aqui, registros de com portamento, tais como documentos, dirio: filmes gravagées que registrem manife: tacées humanas observiveis. Em segund lugar, a andlise desses dados costuma se interpretativa, usando-se téenicas de andlis de discurso e de andlise de contetido (Baue € Gaskell, 2002). Os pesquisadores que usam método qualitatives recorrem, frequentemente, ldssica afirmagio de Dilthey (1894) “expl camos a natureza, compreendemos a vid mental” (Hofstéttes, 1957, p. 315). Querer salientar que visam compreender a vid mental e, portanto, utiliza métodos - que litatives ~ apropriados para a psicologia. J os pesquisadores que usam métodos quar Stativos, argumentam que explicar e com preener no sio processos antagénicos, que a vida mental faz parte dos fendmenc natures. Procedimentos quantitativos Para explicar o comportamento humano n contexto da psicologia social, a abordager quantitativa tende a ser dedutiva e confiy matéria, partindo de uma teoria. Parte expectativas explicitas ow hipéteses formai para verificar a existéncia de diferencas 0 relagdes nos fendmenos sociais, para testé Jnzdesta mansira, Em segundo lus Fe restinge a métodos observecionais, mas a, seipre que possivel, realizar a coleta =Ge:dados, em qualquer dado contexto, de maneira sistematica, ¢ de tal forma que seja ipossivel recorrer a réenicas da estatistica ine © ferencicl para questionar se 03 datos ecle- ‘tados ¢ analisados, bem como os resultados 305 duals se chegou dessa maneita slo, de = fato,sisteméticos ou se poderiam ter so Lssecencontrados por acaso. Para chegarmos a conclusoes cientificas, € desejével, so no Sfiecessério, que possamos apontar a contri- Bulgdo-dos diferentes antecedentes a0 com. wtamento de nosso interessee eliminar os mntecimentos randémicos e os obtidos par como posstveis explicagoes, =A Seg, abreséntam-se quatro abor- L dagens de pesquisa, sendo duas de nature- =Seza'mais descritiva ~ a andlise de contetido E256 4 observagio - © duas de narureza mais 5 inlerencial ~ experimento ¢ levantamento SS ae-dados SS ANALISE DE CONTEUDO E5 ©. Na realidade, ndo falei tudo aquilo que en disse. Berra, 1998, p. 9) Aanélise de concetdo ¢ uma entre vi- -séenicas de pesquisa usadas para des- [FS cevere sistemasizar o conteido de eomuni- B— cagies pictéricas,escrtas ou-verbais (Vogt, E1909). 4 técnica pode ser unlizada com ‘material visual (Ble, video, desenhos,ilus- [= tagbes, obras de ares plésticas), com ma- impresso. Gomais,revistas; livros, do- cumentos pessoais) e com registros verbais, Gntrevistas e questiondrios). Idealmenie, $5-hes dois primeiros casos; a seleséo do ma. terial & randémica, embora frequentemente 7 seiam usadas amostras de conveniénca, isto -.£, material ao aleance de pesquisad No caso de nosso projeto hipatético/ {ilistrativo sobre comportamento. de aj ‘a, imagine que tolécionamos relatos de ‘Escocoménclas de ajuda nos jomais desde que F comecamos a pensar em um estado sobre _PSICOLOGIA SOCIAL: PRINCIPAIS TEMAS EVERTENTES «AF revisio sistemética da literatura especia. lizada, Recoreamos artigos que prestaram ajuda, amigos que estavamos interessados no as- sunto. Pedimos a eles que, sempre que en- contrassem algo interessante, recortassem tal noticia. Colecionamos nao somente ar- tigos sobre ajuda prestada, mas também sobre ajuda negada. Quando chegamos a lum niimero razodvel de artigos, decidimos ‘comecar com a andlise do contetido desses artigos. Ressaltamos anteriormente que, ‘quanto maior clareza sobre o que queremos saber, mais chance de éxito obteremos em ‘uma pesquisa. Entretanto, em um primeiro ‘momento de coleta de material docimen- tal, podemos coletar “qualquer” material ue encontramos, 0 que nos encaminhari para-procedimentos mais qualitativos, o pelo menos, sem formular hipdteses espect. ficas, Jd em um segundo momento, quando sabemos de fontes confidveis para material documental, é possivel formulas hipéteses buscar trechos de textos, desenhos ou ima: gens de maneira sistemstica Procedimentos Os syjetos nesta modalidade de pesquisa nio sfo pessoas propriamente ditas, mas ‘material produaido por ou sobre elas. Por exemplo, n0 caso de relatos na imprensa es- rita sobre eventos de ajuda prestada ou ne- ada, 0: recortes constituem as unidades de andlise. Cada recorte descreve uma situago «fala das pessoas envolvidas, do local, das cizounsténcias do evento. Assim, cada relato ode ser classficado em termos de atibu ts, tais como fonte (nome do jornal), data, confabilidade da fonte e detaihamentos do contetido. Oprocedimento em si consist na andli- se-do-contetido dos artigos. Gtinther (2006) apresenta uma sistematizagio dos procedi- mentos de uma pesquisa qualitaiva, © instrumento para uma andlise de contetdo pode ser un programa de com- utagio por melo do qual se sistematize € Nae a =o asaliseo material enlerads (p. ex. Al ‘ou MAXqda). Vantagens desse método Observamos anteriormente que, “quanto maior dlareza sobre 0 que querernos saber, ‘mais chance de éxito em uma pesquisa Entretanto, e especialmente no inicio de um conjunto de pesquisas, existe menos lareza sobre 0 que pode ser investigado no decor- rer do projeto. Assim, nesse momento ini- Gialy bia abordagenr mais aberta, especue lativa, pode ser mais tcl para se comecar-a entender um dado assunto. Cabe aqui uma distingéo feita por Kidder e Fine (1987) en- ‘re a pesquisa qualitativa com a letra Q mai- ‘iscula, que envolve observacdo participante —€-pesquisa-de-campé-ethogréfica. Pesquisa qualitativa com a letra q miniscula, por ou- two lado, refere-se & colera de dados aberta, ‘mas que faz parce de uma pesquisa estrum ada em termos de objetivo e procedimento. Em outras palavras, a vantagem da pesqui- sa inicial, aberta, & a de dar apoio inicial a ideias para pesquisas subsequentes. Desvantagens Como frisamos anteriormente, ao tentar chegar a explieagoes sobre fenémenios so- 5, deve-se atentar & pergunta “mas seré 06 resultados foram obtides aa base de eventos ndo randémicos?” Quanto maior 0 niémero de eventos arquivais usados para a andlise de contesdo, maior sera a dificulda- cde de responder a essa pergunta de maneira OBSERVACAO Vocé pode observar muito coisa s6olhan- 0. Gerra, 1998, 9.95) A vantagem. da cbservacio 6 estar diante do comportamento que interessa, no to falar com as pessoas sobre seus ‘pensamentos ou intencées. Além do mais, nfo sendo um intruso, vot no interfere ho comportamento, nem provoca reaténeia has pessoas observadas (Webb, Campbell, Schwartz, Sechrest e Grove, 1981). Em ge. ral, os estudos de observagio néo exigem muito equipamento, mas sim tempo, 36 que pode demorar até que surja 0 comportamen- to de interesse. A seguir, comentaremos trés tipos de observacio: informal, sistemstica ¢ participante por meio de observazies informais que registramos 6 que acontece em tomo de ‘nosso meio social e ambiental. Sem catego- tas preestabelecidas nem hipdteses formais, esse tipo. de observagao se aproxima mais dos éstudos qualitativos. Tais observacdes so importantes na fase inicial de qualquer pesquisa e constituem a base para formular ‘perguntas sistemticas acerca de determina- do comportamento. Em estudos de obseivacio sistemética, utiliza-se algum esquema de categorias para classificar os comportamentos de interesse. Os comportamentes podem ser enumerados em termos de frequéncia, de intensidade, de pessoas envolvidas (sé, em dlade ou grupo), das caracteristicas das pessoas, ete. Os re- gistros podem ser realizados em planilhas, checklists, gravados ou filmados. Havendo dois observadores, € posstvel verificar até ‘que ponto hd concordancia entre ambos. Enquanto que em estudos de obser- -vagbes informais e sisteméticas as pessoas observadas podem nem saber que séo ob- Jetos de estudo, a observardo participante explicita que os sujeitos fazem parte de um estado e que estio sendo observados. © pes- quisador torna-se parte da vida dos obser- vvados. Quando tal delineamento é factivel, © estudo se torna mais ético, & medida que as pessoas do estudo sabem que esto sendo observadas e por quem esti sendo observa- das, Entretanto, a presenca explicita de um observador pode provocar reaténcia entre sujeltos da pesquisa, ficando a diivida de até que ponto as pessoas observadas estio se comportando de maneira auténtica e no encenando algum comportamento que acre- : PSICOLOGIA SOCIAL: PRINCIPAIS TEMAS & VERTENTES _ditam ser 0 esperado por parte do pesquise- dor Especialmente no caso de uma observa- go de duragio mais longa, resomenda-se a <= _pbservacio participate, j€ que.a presenca demorada de um estranho desconhecido pode provocar desconfianga © reatdncia, pois 05 observados tendem a se acostumar com o a presenca do pesquisador conhecido 0 ignorarem mais faciimente Exemplos de estudos observacionais AES cenforme. comentado. anteriormente, os ‘estudos observacionais so custosos em temios de tempo, jé que podem demorar 45 até que 0 comportamento de interesse pos- Fes surgix. Diante”desse’ problems, Silva ¢ Gunther (2001) eriaram “oportunidades de 2 =-ajudar” em um 6nibus lotado, no sentido “de verificar quem entre 0s passageiros sen- sdos se-ofereceria para segurar um-pacote de-um passageito em pé. Outros estudos que .criaram “oportunidades de ajudar” para poder observar mais sistematicamen- Ste eventuais comportamentos pré-sociais sio os de Levine e colaboradores (Levine _€Norenzayan, 1999; Levine, Norenzayan ¢ _ Philbeik, 2001), L Um estudo hipotético (caso de um estudo hipotético sobre com- -bottamento pré-social, podemos pensar em ‘observar 0 comportamento dos pedestres ‘ni um determinado trecho que apresenta “= imregularidades, talvez buracos, impedi- -mentos por causa de..uma.construgéo.ou ie carros mal-estacionados--Qual-seria 0 “comportamento de ajuda no sentido de dar ppreferéneia-a pessoas com problemas de lo- ‘comocio, ajudar maes com carinho de bebé © sititacées semelhantes? Serd que existem alguns padres de.cortesia ou ajuda? mr i Procedimentos. Os sujeitos desta pesqui- £2 st seriamas stuagSes de enconmo e de inte. 5 oe pesioar eseramas entre S no posto === problemitico. 0 registro consiste em anotar ‘niimero de pessoas, suas caracteristicas horney ec 69 (Sexo, idade aproximada) e seu comporta- mento na situacio. Para tanto, uma ficha de observacéo que permita anotar os dados relevantes de uma maneira que nifo chame atengio seré preparada. Preferencialmente, haverd dois observadores independentes, 0 que permitiré estabelecer a fidedignidade das observagtes pelo estabelecimento do grau de concordéncia entre as observagées dos dois pesquisadores. Vantagens e desvantagens ‘Como apontadd acima, a vantagem de escu ios observacionitis € 6 realismo da situagio estudada, algo nfo aleancével em estudos experimentais, de'levantamento de dados ott agueles que utilizam material arquival. Hii de se destacar ainda, que compora. meito To accntece em tim vazio, isto 6, ‘depende no somente de fatores intemos, subjetivos, mas do eontexto social e fisico, ‘ogue Barker e colabotadores (Barker, 1968; Schoggen, 1989; Sommer e Wicker, 1991) chamaram de behavior serting. Entre as des- vantagens, deve-se mencionar 0 alto custo de tempo, especialmente, em se tratando de comportamentos de pouca frequéncia. Em segundo lugar, a falta de controle sobre 0 surgimento da situacio de interesse signifi- ca auséncia de randomizagio e generaliza- do. Além,do mais, quanto mais complexe © comportamento e/ou a simacSo dentro da qual.o comportamento acontece, mais trabalhoso serdo o registro e a andlise dos dados (Scott, 2005). Gabe ainda mencionar alguns livros que tratam especificamente de téenicas ob- servacionais, Fagundes (1993) apresenta um texto diddtico de observacio sistematica, en- quanto Danna e Matos (1996) se propéem a ensinar, de maneira basica, como observar © comportamento humano. Esses dois livros ‘concentram sua atenco no comportamento Jmediato das pessoas sendo observadas, jé 0 20 de Pinheiro, Elalie Fernandes (2008), ‘eosidera @'interagio entre as pessoas e 0 ambiente, inclusive os resquicios do com- portamento das pessoas no ambiente 7O Torres, Newaa cous. EXPERIMENTO Néo'sei qual o melhor eito, mas nenhum Enuim, Berra, 1998, p. 84) © experiménto, especialmente em sua modalidade laboratorial, um delineamen- to no qual o pesquisador tem controle so- bre algumes das condigées sob as quais a pesquisa estd sendo realizede, bem como controle sobre algumas das variéveis que acredita que possam causar o fenémeno estudado, As variéveis sob controle do ex- perimentador sfo.chamadas varidveis inde- pendentes (VD. O fenémeno sob estudo & definido como varidvel dependente (VD).* ‘Uma distribuicio randémica dos-sujeitos da [Pesdiisa entre as condicoés experimentais e de controle de uma pesquisa & 0 requisito sainimo_para_uma pesquisa ser. considera- da um experimento verdadeiro (Campbell ~~€ Stanley, 1963). Umer importante variante ——-* --€o-experimento natural, simagdo na qual as condigées experimentais e de controle ‘do foram preparadas pelo experimentador, ‘mas por condicées alheias e, desta mane 12, ndo estdo sob o controle do pesquisador Silbereisen (2005) relata uma série de ex: perimentos naturais sobre mudancas sociais ¢ desenvolvimento humano em decorréncia a reunificagZo alemA. Este acontecimento permitin aos psicdlogos comparar, em for- ‘mna de experimento.narural, comportamen- tos ¢ expectativas de vida entre os cidadaos ide um mesmo-pafs-apés ter vivido sob. dois regimes politicos distintos durante 40 anos. Campbell e Stanley apomam uma série de aspectos que afetam a qualidade de um ex ~perimento: Entre eles, cabe mencionar aqui ——osseguintes. —~ Randomizar sujeitos ‘0 controle sobre a distribuigio aleatoria de articipantes da pesquisa entre as diferentes ~~ tondigbes experimentais- € crucial para-que se posse atribuir a essas eventuals causas 0 fenémeno sob estudo. Sem essa distribuigo aleavbria, nfo hé como assegurar que foi = og Sintagdo experimental sou detetminado comportamento, ¢ nao al guma circunstancia alheia ele. Reduzir variabilidade externa A medida que 0 experimentador tem com trole sobre as condigées experimentais, cabe tentar reduzir a variabilidade externa e in- desejaca. Em outras palavras, se 0 objetivo de uma pesquisa for verificar a diferenga enire jovens de sexo masculino e ferainino zo qué diz respeito a determinado compor tamento,-coavém manter outras variéveis, como, por exernplo, classe social, nivel edu. cacional ou idade, o mais hamogéneo possi vel. [sto quer dizer, dever-seia chamar para partcipar do experimento apenas jovens de uma mesma classe social, de um mesmo nivel educacional e de uma mesma idade, jé que uma variabilidade nfo controlada em tais fatores poderia influenciar 0 comportamento em questéo. Especificar/limitar 0 comportamento Da mesma maneira como a variabilidade centre os facores antecedentes deve ser con- ‘olada, é importante especificar e delimi- tar bem 0 comportamento sob estudo. Por exemplo, em ver. de falar simplesmente em “comportamento de ajuda", convém opera- cionalizar tal comportamento: comporta- mento de abrir a porta para uma senhora (Moser e Corroyer, 2001), levantar-se e ofe- recer um assento em um énibus, ete Reatiincia & situacio experimental e ética de pesquisa Uma diferenca importante entre observacio e levantamento de dados por questionério ou-entrevista é que a observago garante maior validade ecolégica do comportamen- to, enquanto entrevistas © questionérios a= = petmitem explorar melhor as razdes para ‘determinadas agbes, Qual a Situagdo a6 “experimento-nessa distinglo? Muitos ex- SSperimentos consttuem uma oportunidade ‘para se observar comportamento, mesmo jue a situaco'ndo tenha validade ecolé- ‘gica: Por outro lado, sendo uma situacéo artificial, os experimentos provocam re atincia semelhante a dos ievantamentos -de-dados nos participantes, que se per guntam: “o que é que o experimentador “quer de mim, reelmente?” Dependendo da questo de pesquisa, o experimento pode juir_o engano do participante. Embora =o exemiplo mais famoso pafa iludir os par- icipantes seja- 0° experimento’ de-Milgram 1963), muitos, estudos experimentais im- ‘em alguma forma de encenagio para “ssconder o verdadeiro objetivo do estudo. “Gie SIM dos alitores de estidos publicados wa eatt S579 an mais prstloca ren da poe FES cologia social,.o.Journal.of Personality and _Soctal Psychology, relataram alguma forma = de esclarecimento pés-experimental para “0s partcipantes de um estudo envolvendo alguma forma de encenacao ¢ engano. O argumento principal em favor de tal proce- dimento é que os experimentos tratam de ‘comportamentos socialmente normatizados ‘Geja positivamente, por exemplo, de ajuda, ‘ou negativamente, por exemplo, de agres- _s8o)~Assim, nfo seriam vidvels se 0 part ‘Gipante soubesse 0 verdadeiro objetivo da mulsa. Neste sentido, os estudos experi “Smentals de ajuda de Darley e Larané (1968; Latané; Darley, 1968) ou de Silva e Ginther = *(1999) somente puderam ser realizados por ameio. de encenagdo..Por outro lado, ha de se tomar cuidado em respeitar a dignidade 2 integridade fisica e psicoldgica dos par: ticipantes de qualquer pesquisa:-na medida do possivel, deve-se fornecer explicagées 08 participantes sobre a pesquisa, se néo _antes do infcio, sem duvide, apés su ‘clusio, além de néo expor os participa ~ qualquer desconforto-desnecessario — 0 fim joo no justice os meios~ veja Aigo 16 do Codigo de Ftica do Consetho Federal de Psicologia (2005). eee a PSICOLOGIA SOCIAL: PRINCIPAIS TEMAS VERTENTES 74 Um estudo hipotético No caso de nosso estude imagindrio de ‘ajuda, idealizamos uma réplica de experi- mentos classicos de Darley e Latané (1968; Latané ¢ Darley, 1968). A questao em ambos 0s estudos foi a potencial interfertncia da presenca de outras pessoas na deciséo indi- vidual de prestar ajuda, sendo a hipétese de que, quanto maior 0 miimero de transeuntes, menor a probabilidade de ajuda por parte de qualquer pessoa. A varidvel independente em ambos os estudos foi omtimero de pesso- as presentes além do sujeito da pesquisa. No caso do estudo de Darley e Larané, uma pes- ‘soa invisivel precisava de ajuda, e 0 sujeito fez.parte de um grupo formado entre uma € ‘quatro outras pessoas..Jé no experimento de Larané e Darley, a emergéncia estava visivel, 0 sujeito estava ou sozinho ou na presenga de duas outras pessoas. Pergunta/hipétese da pesquisa O mimero e as caracteristicas de outras pes- Soas influenciam a probabilidade de prestar ajuda por parte de uma pessoa do sexo feri- nino versus do sexo masculino? Procedimentos (08 Sifeitos dessa pesquisa imagindvia serdo convidados para uma entrevista sobre a vida ‘no campus da universidade. A entrevista seré realizada ou de forma individual ou em for- made grupo focal, isto é, na presenca de mais, dois ow quatro confederados. Os sijeitos va- riam de género. No caso de grupo focal, 0s ‘membros variam iguaimente, de cal manei- 1a a tet grupos do mesmo sexo grupos nos uals 0 sujeito € homem (ou mulher} & os confederados s#0 mulheres (ou homens). Quanto 0 procedimento. A entrevista sera realizada ao ar live e a certa distancia dos prédios da universidade para se asse- ‘gurar-unr ambiente tranquilo, No decorrer da entrevista, acontecerd uma emergéncia 2 poucos metros dali = seinplo; O registro da varidvel dependente seré Feito por um observador allio € aparen- temente desassociadlo da entrevista, ano- tando ‘9 tempo qué levou para o sujetto notar a emergéncia, bem como seu compor- tamento, Vantagens desse método © procedimento nesta pesquisa supe cin- co condigées randémicas: sujito sozinho, sujeito com dois confederados do mesmo Sexo, com-dois.confederados do sexo opos- to, com quatro confederados do mesmo sexo ‘com quatro confederados do sexo aposto. A medida que 0s sujeitos so distibuidos randomnicamente enire as cinco condigées, seré possvel estabelecer uma relaczo causal gate a condigio da ensrevist x proporeao. de sujeitos em cada condicdo de ter presta- doajuda. Desvantagens Bons experimentos em psicologia social de- pendem de grau em que os cendrios experi menrais controladcs sio plausiveis para os suites, especialmente a medida que preci sam de certo grau de engano. No caso éesse jeito acreditar que faz parte de .wistae que a emergéncia foi suficientemente ‘critica para merecer uma possivel interven- (glo de sua parte. ~TEVANTAMENTO DE DADOS © Nunca fesfionda @ uma carta anéaim: Gerra, 1988, p. 93} Encrevistas (Giintuey 1, 2008) é ques- tiondrios (Giinther, H:;:2008) constituem que elas fazéns, pensam, sentem, tanto no ‘moniento, quanto to paséado e no futuro. as-pessoas-sobre-o— A entrevista foi caracterizada por Bingham = Moore (I9SS) como umd eorversa com objetivo. Essa consideracio _aplica-se, iguaimente, a0 questiondrio, definico com “um conjunto de perguntas sobre um de- terminado pico que nfo zesta a habilida- de do respondente, mas mede sua opiniio, seus interesses, aspectos de personalidade ¢ informagéo biogréfica” (Yaremko, Harari, Hartison e Lymn, 1986, p. 186). A definigo do questionario deixa aberta a forma da {interagéo entre pesquisador e participante = pode ser individual ou em grupo, face a face, via correio ou via internet, sendo que a aplicagéo individual e face a face de um ‘questionério-pode se-tornar uma entrevis- ta esruturada. Enetanto, a observacéo de Bingham e Moore ¢ fundamental - seja qual for a forma da interacéo, o pesquisa- dor deve lembrar que esté conversando com ‘outro ser hummano, ele ndo esté “extraindo” informagdo de maneira impessoal. Uma vez qe no h muito controle sobre os par- cipantes de um experimento ou de uma situagdo de observacio, téenicas de amo: ‘ragem podem ser utilizadas de tal manei- ra a se obter amostras de participantes de ‘uma populacio determinada. Por exemplo, em um estudo observacional, a pesquisa se limica as pessoas que circulam em um determinado local; em um estado experi- ‘mental, a pesquisa se limita as pessoas que -oncordam em participar do experimento. “Teado informacdo sobre as caracceristicas de uma populacio (p. ex, todas as matri- las de alunos ou todos os enderecos de tum bairro), é possivel obter uma amostra randémica ‘de participantes a serem en- ‘revistados ou para 05 quais se envie um questiondrio. Além do mais, por meio de questiondrios e entrevistas, ¢ possivel saber dos estados subjetivos, das atitudes, das opinides, das justificativas das ages toma- das por parte dos participantes de uma pes- ‘quisa. Entretanto, da mesma maneira que 4 reatiineia ao processo de pesquisa cons- titui um problema no caso do experimen- to, perguntas, especialmente a respeito de assuntos sensiveis, nem sempre produzem respostas auténtieas _Umestudo hipotético Pergurta/hipétese da pesquisa. No caso nosso estudo imaginario de ajuda, com- sideramos um estudo sobre a paricipasio cigantzacbes voluntérias. Quats sao as Zaracteristces,quaissio as motivacbes para ‘que uma pessoa se engaje em uma acko de -folidariedade? Além do mais, serd que a “opomtunidade de ajudar aumenta a atrude Javordvel de se engajar em uma acdo de aju- ga voluntécia? B=: Procedimentos, Os sujeitos dessa pes- lunos_aniversitarios de ambos oe “gexos e de cursos humanists (psicologia ¢ igo social), ‘técnico (engenharia-mecd> @.matemitica) e da sade (medics, rss) sero “convidados pare uma a sobre a vida no campus da uni rsidade. ‘Fis cual, em um espaco reservado para tal ati- (23 Widede. No camino para sala de entrevista, ‘parte dos alunos passa por uma situagao que implica em ajuda, por exemplo, uma pessoa so deixa cair um objeto. Desta maneira, criam- _ =8E trés grupos de sujeitos: sendo que o perticipante da pesquisa, de fato, no ajuda; -¢). -ndo encontrar uma situagio de ajuda, ‘Os grupos (a) ¢ (6) constituem uma man ulagao experimental, o grupo (¢) constisui ‘um grupo de controle. O inserumento de pesquisa consiste em _-¥m questionécio com perguntas sobre a qua- lidade de vida em geral, a qualidade de vida =! nocumpus da universidade ea disposigao da PSICOLOGIA SOCIAL: PRINCIFAIS TEMAS E VERTENTES __2. Relacionar ; 73 Vantagens e desvantagens do levantamento de dados A principal vantage do uso de questiond- Tos e entrevistas consiste na possibilidade de explorar atitudes, opiniSes, razées para fazer ow nfo fazer determinadas coisas, algo Imposstvel no caso de observactio ou méto- dos néo intrusivos, jé que estes, por defini- ‘go, excluem o contato com os participantes da pesquisa CONSIDERACOES FINAIS (O jogo nao terminou até que tena termi- nado: (Berra, 1998, p. 121) Hid de se enfatizar que pesquisar e pu- blicaf na cifncia sao as duas faces da mes- ‘ma moeda; uma ndo vale sem a outra. Cabe lembrar que publicar uma pesquisa quer dizer “torné-la publica”. Uma pesquisa que no for publicada, nfo contribuird para a cigncia, sequer existiré. A pesquisa ¢ a pu- Dlicacio séo interdependentes da concep- co da pesquisa como processo ciclieo, que ppassa pelas seguintes fases (Tavares e Diniz, 1993): 1. Selecionar um objeto de pesquisa e definir a problematica, considerendo-se resulta- dos de pesquisas anteriores. problemdtica a teorias ¢ a pesquisas anteriores. 8. Formular hipéteses. 4. Identificar os elementos do método (vari ‘veis, relagdes, medidas, procedimentos, populacio, crivérios, estatistiea a utili- zat), 5. Implementar 0 estudo e coletar of da- dos. 6. Analisar os dados. 7, Inverpretar e relacionar os resultados & problemiética original, as teorias'e as esquisas referidas. aa ‘pessoa de se engaja em um atividade vo-—8.-Apresentar resultados, sugerir estudos, _-lunténia na universidade, por exemplo, doar ~ Sangue durante a semana universitaria, reeeber retroalimentagéo da comunidade entific, 74 ‘TORRES, NEIVA & COLS. 9. Selecionar wm objeto de pesquisa e definir AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATH “ provremaaca, eVanUG ef COMSIMEFSCES resultados de pesquisas anteriores (fecha. mento do ciclo). Sendo a publicagdo 0 outro lado da pesquisa, em um relato, explicitam-se os passos dese processo eiclico da pesquisa, ¢ © proprio relato tem cardter ciclico. O ter- mo relato de pesquisa esté sendo utilizado ‘genericamente para incluir desde trebalhos ‘em nivel de graduagao até teses de doutora: doe publicagées em revistas especializadas; aplica-sea trabalhos baseados em dados em- piriéos, em dados secundérios, bein como a resenhas de literatura: NAo-cebe entrar-em detathes sobre como preparar um relato de pesquisa, entre as-muitas publicagbes sobre © assunto, apontamos apenas duas: algu- mas dicas preparadas por Gtinth toy eo Maraual de Publicardo preparado pela --American Poychological Association (2001; _.2010)... NOTAS 1. A elaboragio deste trabalho teve apoio do ‘Consetho Nacional de Desenvolvimento Clen- tifico e Teenolégico (CNPq). 2. As ctagbes fustratvas no inicio das secées deste capitulo so oriundas de wm lvzo de ‘Yogi Berra, jogador de beisebol conhecido por “te-que estas fo sitagbes em que-o pesqu- sador ndo tem controle sobre as varidvels. ADAIR, J-C7DUSHENKO;-T: WTINDSAY;R C: al regultone and tht impact on eench paseo. Ameren Pocholngs, 40, 9.55-72, ¥ . tapi raion Pech ‘Asodiation. he. Por Alegre. Artie AMERICAN PSYCHOLOGI Publication manticl. 6% ed. Washington, ) sor 2010. ‘ARONSON, E; WILSON, LD; ARERT, RM. lngia social 3. ed. Rio de Janito: Livros Téet « Gientcos Batra, 2002 ATLAS-TL Disponitel em: BARKER, RG. Ezlegial pgehology: Conce and methods for secying the envirotaten hnuman bebevior Stanford, A: Stanford U Ps 1968. BAUER, M.W; GASKELL, C.E).Psqute qu teticom tao, iar zom. Um manual pr ‘ecrdplis, RJ Vozes, 2002. BERKOWITZ, L: DANIELS, L. R. Affecting salience of the socal responsability nom: Ete ‘of past help on the response ro dependency ladonships. 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