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Este livro admirável, traduzido e adaptado para a língua portuguesa por Helder Moura Pereira,
surpreenderá decerto o leitor e levá-lo-á, numa viagem feita de maravilhosas construções de cartão
que se erguem das páginas, por mitos centenários e lendas de todo o mundo. Tanto é possível explo-
rar as margens exuberantes do Nilo do Antigo Egipto como visitar o reino de Zeus no cimo do monte
Olimpo, muito para lá das nuvens que cobriam a antiga Grécia. Também podemos ir até às terras ge-
ladas dos deuses escandinavos, aventurarmo-nos pelo Extremo Oriente, onde o Imperador de Jade
governa a partir dos céus ou pelas regiões selvagens da Oceania, onde a fúria vulcânica da ciumenta
Pele continua presente sob a crosta terrestre.
Matthew Reinhart e Robert Sabuda, os criadores da Enciclopédia Pré-Histórica, que tanto
êxito obteve, oferecem agora aos leitores uma extraordinária panorâmica da mitologia antiga, ilus-
trada com os mais complexos e inovadores pop-ups alguma vez realizados em livro.
«Este livro é dedicado a todas as pessoas ligadas ao ensino que têm apoiado o nosso trabalho ao
longo dos anos. Obrigado!» — Matthew Reinhart e Robert Sabuda.
Título: CID
Autores: João Paulo Cotrim e Augusto Cid
Colecção: BD / Cartoons / Ilustração / Tema, classificação: Cartoons
Distribuição: 6 a 8 de Julho de 2010
Formato e acabamento: 23 x 29 cm, edição encadernada / N.º de páginas: 208
«“O cartoonista não tem por obrigação construir seja o que for. Se
vemos que alguma coisa está mal, o nosso papel é destruir. Depois
há gente que vem atrás e constrói sobre os escombros, mas não é
nossa missão fazer crítica construtiva, isso cabe a outros, pensadores,
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políticos…” Talvez escombros seja exagero, mas a obra de Augusto
Cid (Faial, 1941), que cumpre agora meio século, alguns estragos
cometeu numa ou noutra figura da política nacional, como aliás
exemplifica logo o primeiro dos auto-retratos que abrem esta anto-
logia. E se começámos com o olhar do artista sobre o seu corpo, tí-
nhamos de iniciar este texto com palavras suas sobre o seu espírito.
O observador, que remete com ironia para pensadores e políticos a missão de construir, mexe
com o objecto, incomoda com a perspectiva e a caneta. Pode até pedir desculpa, que não lhe
evita dissabores: foi o primeiro desenhador de humor do pós-25 de Abril a ver livros seus
apreendidos, sofreu processos e retaliações, antes ainda de outras mais duras e pesadas conse-
quências devido a um acto de cidadania. Em país de coitadinhos sempre prontos a vestir o pa-
pel da vítima, preferindo os ademanes da simpatia à simples frontalidade, presos algures entre
o cacique e o sabujo, Cid foi malcriado e panfletário, obsessivo e impiedoso, mas acima de tudo
lúcido, acutilante e divertido.»
João Paulo Cotrim
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Entrevista (Maio 2010)
P.V.P.: 35 € / ISBN: 978-972-37-1513-2
Assírio & AlvimII
Rua Passos Manuel, 67-B
editores e livreiros 1150-258 Lisboa
Neste livro reúnem-se textos de José Tolentino Mendonça que exploram a relação entre cristia-
nismo e cultura, dos tempos bíblicos até aos mais recentes acontecimentos na sociedade portuguesa.
Um livro notável para se ler de um fôlego, nestes tempos conturbados em que a sociedade vive a um
ritmo alucinante, quase sempre sem disponibilidade para olhar além do seu lado materialista.
«Um dos passos mais intrigantes da Bíblia tem a ver com um hipopótamo. E não é propria-
mente um divertimento teológico, pois surge numa obra que explora muito seriamente os limites da
responsabilidade humana perante a experiência devastadora do Mal. Falo do Livro de Job, claro. O
que primeiro nos surge ali é o protesto de Job contra o Mal que se abate inexplicavelmente sobre a
sua história, protesto que se estende até Deus, já que, afinal, Ele não isenta os justos das tribulações.
Mas depois vem o momento em que Deus se propõe interrogá-lo. E nesse diálogo assombroso, de-
senvolve-se um raciocínio que não pode ser mais desconcertante. Job só consegue pensar nas suas
aflições, nas razões e desrazões com as quais, inutilmente, esgrime. Deus, porém, desafia-o a olhar de
frente para… um hipopótamo. “Vê o hipopótamo que criei como a ti… Ele levanta a sua cauda
como um cedro; os tendões das suas coxas estão entrelaçados. Os seus ossos são como tubos de
bronze, a sua estrutura é semelhante a pranchas de ferro. É a obra-prima de Deus…, ninguém se
atreve a provocá-lo.”[…]»
P.V.P.: 9€ / ISBN: 978-972-37-1515-6
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Rua Passos Manuel, 67-B
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A Noite Abre Meus Olhos reúne toda a poesia publicada por José Tolentino Mendonça. Esta
segunda edição, que agora se apresenta, foi actualizada com todos os poemas que o autor
publicou até à data e surge agora em versão encadernada, mantendo contudo o preço anterior.
Sobre a poesia aqui reunida, fala-nos Silvina Rodrigues Lopes:
«Tudo o que a poesia de A noite abre meus olhos traz para a luz ou escuridão do sentir e do
pensar, o traz no seu distanciar-se, movimento que não se compadece com os hábitos da
domesticação ou simplesmente da racionalidade que para se erguer ignora o que não seja dado
em método, substância ou ideia. Não ignorando aquilo de que não se pode dispor, os poemas
deste livro fazem sua a condição de prosseguir nomeando o possível, respondendo ao impos-
sível, assim fazendo ressoar a dualidade no âmago do mundo, assim inscrevendo nele os seus tra-
jectos sem regresso. Ao fazê-lo assinalam por vezes como fé ou acompanhamento de Deus,
potência alterante, o impulso de partida que se gera e se prova no ritmo mais íntimo e mais
próprio da vida, do poema […]. Uma leitura deste livro não podendo remeter a fé que aí
se assume para a categoria de acessório, não é por isso necessariamente conduzida à discussão
de uma questão religiosa, ou sequer de uma questão de Deus. Construindo-se como escuta e
reflexão, a disponibilidade para o que altera torna-se-lhe intrínseca, e também ela tem uma
única forma de acompanhar o que lê.» P.V.P.: 15 € / ISBN: 978-972-37-1133-2
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«O telefonema chegou. Do outro lado do fio, uma voz queria saber quem atendia. Identi-
fiquei-me e a voz então anunciou: “Daqui fala o Alberto de Lacerda. Ouvi dizer que andava à
minha procura.” Confirmei que sim, que era verdade. “Porquê?” perguntou. Tentei explicar,
algo atabalhoadamente, que tinha vindo de Lourenço Marques, que me interessava muito pela
sua poesia, que tínhamos alguns amigos em comum, que estava a viver em Londres, que pre-
tendia ficar, que também escrevia versos, e que seria interessante, enfim, poder conhecê-lo.
Nova pausa. E finalmente, Alberto de Lacerda perguntou se eu sabia onde era Chelsea. Res-
pondi logo que sim.
“E a King’s Road?”. “Também”. “E sabe onde fica um café que se chama Sa Tortuga?”
“Não sei, mas darei com ele.” Resposta errada. O Alberto funcionava com coordenadas exactas.
Seguiram-se explicações meticulosas. Fez outra pausa, mais breve, e perguntou se o dia X estava
bem. “Estarei lá em baixo, às sete, numa mesa mesmo ao fundo, quase encostada às escadas. Às
sete no Sa Tortuga. Não se atrase.”»
Título: ARENA
Autor: Carla Filipe · João Tengarrinha · Paulo Brighenti 6
Texto: Filipa Oliveira
Colecção: Arte e Produção / Tema, classificação: Artes Plásticas
Distribuição: 6 a 8 de Julho de 2010
Formato e acabamento: 15 x 21 cm, edição brochada / N.º de páginas: 96
A folha de papel pode ser encarada de formas diferentes. Quase tantas quantos os artistas que al-
guma vez se debruçaram sobre uma folha branca para nela realizar um desenho. Mesmo assim, é possí-
vel mapear atitudes análogas entre alguns artistas.
Esta exposição, centrando-se em três artistas portugueses — Carla Filipe (Aveiro, 1973), João
Tengarrinha (Lisboa, 1970) e Paulo Brighenti (Lisboa, 1968) — quer explorar uma metodologia parti-
cular do acto de desenhar. Um processo que se centra numa luta entre o artista e a folha de papel, e o re-
sultado desse combate (onde a fisicallidade está intensamente presente) descobre-se nas marcas deixadas
na folha. Um processo no qual o corpo do artista dança (no sentido mais amplo o termo ‘dança’ pode sig-
nificar) em frente a (e com) o papel.
Um desenho de performance ou uma performance do desenho. Não nas linhas da prática de artis-
tas como Yves Klein e as suas antropometrias, mas antes mais perto da atitude dos expressionistas abstrac-
tos, um desenho-acção. A folha de papel é uma arena de experimentação. Sofre nas mãos do criador. É es-
ticada, molhada, varrida, rasgada. Explorada até ao limite. Contudo, nem sempre o que se vê na obra
finalizada revela o processo de feitura. Muitas destas performances acontecem na solidão do estúdio, em
privado, invisíveis ao olhar estranho. O papel do estúdio é assim central no pensamento da exposição,
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pois este espaço é também uma arena onde decorre o confronto (físico e mental), onde a obra acontece.
quanto espaço para o Desenho. Uma casa com vários quartos e aberta a várias perspectivas e formas de a b e i
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De certa forma, esta exposição quer reflectir a própria missão da Fundação Carmona e Costa en-
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pensamento sobre esta disciplina. Esta é apenas mais uma.
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Filipa Oliveira
No dia da inauguração será lançado o catálogo da exposição, uma co-edição Fundação Carmona e Costa / Assírio & Alvim. P.V.P.: 15 € / ISBN: 978-972-37-1519-4
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«Neste volume se reúnem os livros de Mário de Sá-Carneiro, por ele publicados, Princípio,
de 1912, Dispersão e A Confissão de Lúcio, ambos de 1913, e ainda Céu em Fogo, de 1915. Acres-
centa-se o livro Indícios de Oiro, datado de 1915 e publicado postumamente em 1937 pela edi-
tora da revista presença, e juntam-se ainda vários poemas e textos soltos, publicados dispersa-
mente ou enviados em cartas a Fernando Pessoa — tal como em notas finais se esclarece.
Fica, assim, composto um conjunto coerente de textos que integra o que de mais marcante
escreve, em verso e prosa, um autor capital da nossa modernidade.
Não se inclui a escrita anterior a 1910, sobretudo a juvenília poética e os primeiros con-
tos, e que representa a fase de construção de uma voz que só a partir de Princípio se consti-
tui em toda a singularidade. Também não se incluem as peças de teatro que escreveu e che-
garam até nós, e cujo interesse é apenas acessório relativamente à sua obra poética e narrativa.
E, finalmente, também ficam de fora as cartas, que têm, sobretudo as que enviou de Paris a
Fernando Pessoa, uma enorme importância literária e testemunhal, mas que formam um
vasto conjunto à parte.»
As Novas Mil e Uma Noites é um livro de histórias. Nem outra coisa poderia ser, já que tal título —
New Arabian Nights, no original inglês — nos remete directa e imediatamente para a fabulosa e famo-
síssima colectânea das Mil e Uma Noites.
Xerazade, tal como o ignorado árabe que escreveu as histórias que ela contou, era senhora dos recôn-
ditos segredos dessa arte por tantos praticada e por tão poucos conseguida. Também assim aconteceu com
Robert Louis Stevenson, que, após a conclusão de cada uma das histórias que coligiu sob os títulos de
O Clube dos Suicidas e O Diamante do Rajá, nos faz saber que delas teve conhecimento por intermédio de
um suposto manuscrito redigido por um misterioso autor árabe. Com estas discretas alusões, Stevenson não
nos revela apenas a sua admiração pelas histórias das Mil e Uma Noites. Diz-nos também que o seu objec-
tivo, ao escrever umas Novas Mil e Uma Noites, era idêntico ao de Xerazade; ou seja, o Escocês das Arábias —
chamemos-lhe assim — pretende apenas que quem o leia possa passar o tempo sem se dar conta de que o
tempo voa, tal como aconteceu com o príncipe árabe, aquele que julgava ser o dono e o senhor de Xerazade.
Robert Louis Stevenson nasceu em Edimburgo a 13 de Novembro de 1850. Cursou Direito — sem
que alguma vez tenha chegado a advogar — e, pouco depois, apaixona-se por Fanny Osbourne com
quem, apesar das diversas atribulações por que passaram, se viria casar.
Anos mais tarde contrai tuberculose e muda-se com a mulher e o enteado para a Suíça, onde vive
durante um ano. Regressa à Escócia mas o clima só prejudica ainda mais a sua saúde, obrigando-o a mu-
dar-se novamente, desta vez para o Sul de França. Os anos seguintes foram passados à procura de um
clima que não agravasse a sua doença, até que finalmente, em 1892, se fixou com a família em Samoa.
Foi aí que morreu no dia 3 de Dezembro de 1894, vítima de uma hemorragia cerebral. Foi autor, entre
outros, de O Estranho Caso do Dr. Jekyll e do Sr. Hyde, e de A Ilha do Tesouro, que o imortalizaram. P.V.P.: 16 € / ISBN: 978-972-37-1499-9
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A escolha de um pequeno e apagado sacerdote católico para seu detective de eleição é talvez o
aspecto mais intrigante da incursão de Chesterton no conto policial. A construção do Padre Brown,
homem de Deus, simples, sábio e humano, é tanto mais curiosa quanto o primeiro conto de que é
protagonista foi publicado há cem anos, em 1910, muito antes de o autor ter aderido ao catoli-
cismo. Quando, em 1923, Gilbert Keith Chesterton (1874-1936), jornalista, biógrafo, filósofo e
poeta, quis acolher-se à Igreja Católica, já os seus contos circulavam em colectâneas como A
Inocência do Padre Brown (1911), que obtiveram grande popularidade. Não por acaso, Chesterton
foi eleito, em 1929, primeiro presidente do Detection Club, fundado por Anthony Berkeley.
Ao ler estes contos, o sacerdote desajeitado que Chesterton idealizou com o seu «grande e
puído chapéu-de-chuva, que lhe estava sempre a cair ao chão», parece de início não ser mais do que
uma antecipação do profiler contemporâneo: um observador atento do comportamento humano,
um analista de perfis psicológicos, que identifica o criminoso a partir do seu agir e da vítima que
preferiu. Confrontado com essa hipótese em O Segredo do Padre Brown, o pequeno sacerdote reage,
no entanto, com inesperada energia e explica que esse método, dito científico por muitos, o obri-
garia a «situar-se fora do homem e a estudá-lo como se fosse um gigantesco insecto», sujeitando o
eventual criminoso ao que o padre «chamaria uma luz morta e desumanizante». Pelo contrário, o
seu método, se assim se podia chamar, partia do simples reconhecimento de que «estou dentro de
um homem. Estou sempre dentro de um homem». É no interior da sua condição humana que, na
verdade, aguarda «até saber que estou dentro de um assassino […]. Até ser mesmo um assassino». P.V.P.: 16 € / ISBN: 978-972-37-1422-7
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Este precioso volume reúne alguns dos mais belos poemas de amor presentes na obra de
Ruy Belo, um dos maiores poetas do século XX em Portugal.
ORLA MARÍTIMA