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“estar acordado
é não
estar de acordo”
o vigia
1. Introdução
A arte – moderna e contemporânea - sempre foi um veículo
privilegiado para nos fazer ver/ouvir/tocar/cheirar/sentir coisas
desagradáveis, como a realidade, por exemplo. Mesmo quando é uma
obra na era da reprodutibilidade técnica, numa industria como é a do
entretenimento, num tipo de produção cinematográfica como é a
americana, encontramos esse tipo de filme.
A escolha destes dois filmes, Matrix e O Show de Truman,
não foi aleatória, portanto. É que eles atualizam preocupações dentro do
contexto crítico de análise do desenvolvimento das tecnologias da
comunicação. E apontam caminhos por onde as decisões a serem
tomadas pelos seres humanos, cidadãos com autonomia, podem nos
dirigir.
2.2 Mídia
“Após a Segunda Guerra, a TV se tornou o centro da vida cultural, com
algumas poucas redes controlando os mercados nacionais e, nesse sentido,
operando como grandes máquinas de engenharia do imaginário coletivo,
por meio dos quais se massificavam simultaneamente os valores da Guerra
Fria e do consumo. O enorme potencial para a informação, o esclarecimento
e a ação transformadora que existe latente nesse estratégico veículo de
comunicação raras vezes se manifesta, em meio aos rígidos mecanismos
políticos e mercadológicos que o controlam.(...) O destino da TV – pelo
modo como seu desenvolvimento histórico a encalacrou entre o poder
estatal e as grandes corporações de mídia – é estar acorrentada ao
entretenimento superficial, ao sensacionalismo de baixo instinto, ao festival
aliciante do consumo e à mais mesquinha manipulação política”
Nicolau Sevcenko A Corrida para o Século XXI
2.3 Mercado
“O mercado, esta entidade abstrata, virtual, ultimamente tão nomeada,
criticada ou adorada se globaliza, no sentido em que os empresários já não
tem fronteiras para vender suas mercadorias. Paralelamente a essa
universalização dos produtos assistimos a uma diversificação,
fragmentação, segmentação de produtos sem precedentes. A lógica do
capitalismo é um incessante fervor por converter tudo em mercadoria. E
seu principal objetivo é não respeitar fronteiras, dando lugar ao processo
que se conhece como Globalização. A velha ilusão de unidade social tão
ansiada na modernidade se faz realidade, uma unidade social segmentada
por nichos de mercado, de consumo. Unidade social representada pelo
termo globalização financeira e cultural enquanto “gostos a consumir”, que
deriva de uma combinação dos imperativos que emanam das necessidades
da produção de mais-valor e das necessidades ideológicas de dominação
dos donos do global village.(...) Esta ideologia de mercado não deixa lugar
para uma oposição, ela se impõe como única alternativa, única realidade
que envolve inclusive a difusão dos acontecimentos científicos,
tecnológicos, religiosos, políticos, econômicos e ideológicos.”
Maria Isabell Ackerley GLOBALIZAÇÃO E SOCIEDADE DE CONTROLE
“Don’t hate the media. Be the media”. Não odeie a mídia, seja
a mídia. Para os grupos alternativos de informação, é preciso inventar
as atividades que façam dos novos meios a expressão de uma nova
vida, vencendo a ditadura do pensamento único do mercado, e a
violência social e cultural que as corporações de comunicação impõem.
Notas
1
www.no.com.br/revista/noticia/58049/atual
2
BELTRÁN, Luiz Ramiro. Adeus a Aristóteles: comunicação horizontal. In: Comunicação e
Sociedade. Revista semestral de estudo de comunicação. São Paulo, n.º 6, setembro de 1981.
P. 5-35
3
É preciso esclarecer que tanto os pólos de Lévy quanto as idades de Debray não acontecem
em separado, elas se mesclam. No Brasil convivemos com todos ao mesmo tempo agora.
4
Gilles Deleuze. Sobre as Sociedade de Controle, Conversações RJ/RJ Ed 34, 1994
5
idem
6
Debord, Guy. A Sociedade do Espetáculo.
7
Dênis de Moraes. A hegemonia das corporações de mídia no capitalismo global
8
Néstor Garcia Canclini. Consumidores e Cidadãos
9
Roberto Amaral .Controle das eleições e informação - o papel dos meios de comunicação de
massa www.cebela.org.br
10
Euclides André Mance Globalização, Subjetividade e Totalitarismo- Elementos para um estudo
de caso: O Governo Fernando Henrique Cardoso
11
www.rbc.org.br
12
Michel de Certeau, A invenção do cotidiano/ 1. Artes de fazer, Petrópolis, RJ, Vozes, 1994, pp.
88-89
13
Jean Baudrillard. Entrevista em O Globo 30/09/201
14
Felix Guattari . Caosmose RJ Editora 34 1994
15
Felix Guattari. Hacia una autopoietica de la comunicacion xero
16
Michael Hardt e Toni Negri. Império pg 437