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A OVELHA

GENEROSA
Antnio Torrado
escreveu e
Cristina Malaquias ilustrou

Era uma ovelha muito generosa. Sabem o que ser


generoso? gostar de dar, dar por prazer.
Pois esta ovelha era mesmo muito generosa. Dava l.
Dava l, quando lhe pediam.
Vinha uma velhinha e pedia-lhe um xailinho de l para o
Inverno. A ovelha dava.
Vinha uma menina e pedia-lhe um carapuo de l para ir
para escola. A ovelha dava.
Vinha um rapaz e pedia-lhe um cachecol de l para ir
bola. A ovelha dava.
Vinha uma senhora e pedia-lhe umas meias de l para
trazer por casa. A ovelha dava.
ovelha, no achas de mais? Xailes, carapuos,
cachecis, meias... s dar, dar...

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No se ralem respondia a ovelha. Vocs no
aprenderam na escola que a vaca d leite e a ovelha d l?
o que eu estou a fazer.
Apareceu a Dona Carlota, afadigada:
Eu s queria um novelozinho para fazer um saco para
a botija. Ainda chega?
Pois claro que chegava. A ovelha a dar nunca se
cansava.
Veio a Dona Firmina, muito preocupada:
Eu s queria um novelozinho para uma pega para a
cozinha. Ainda chega?
Pois claro que chegava. A ovelha a dar nunca se
cansava.
Veio a Dona Alda, muito atarantada:
Eu s queria um novelozinho para acabar uma manta.
Ainda chega?
Pois claro que chegava. A ovelha a dar nunca se cansa.
E eram coletes, camisolas, golas, golinhas, luvas... que a
gente at estranhava que a l se lhe no acabasse. A ovelha
sorria e tranquilizava:
No acaba. Nunca acaba. Conhecem aquele ditado:
"Quem d por bem, muito lhe cresce tambm"? Pois o
que eu fao.
E a ovelha generosa l foi atender uma av, que
precisava de um novelo para um casaquinho de beb, o seu
primeiro neto que estava para nascer...

FIM

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