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3 Para que a mãe possa tratar da lida da casa, o Martinho toma conta do pomar até
serem horas de fechar a porta. À noite apetece-lhe muito quieto a ver televisão. Mas a
mãe, que não é para brincadeiras, começa a ralhar e obriga-o a estar em frente dela,
sentado à mesa, com os livros abertos.
A mãe do Martinho mal sabe ler, mas de contas percebe ela! Faz mais depressa uma
conta de cabeça que o freguês com uma máquina de calcular. De vez em quando, deita
uma olhadela ao livro que o filho está a ler, a ver se ainda não virou a página. Na ideia
dela um quarto de hora é mais que suficiente para se estudar uma página…
O Martinho conta essas coisas rindo muito. E eu calo-me. A minha vida é diferente.
Mal entro em casa, pouso a pasta e corro para o campo cortar erva tenra para os vitelos,
que se fartam de reclamar no estábulo. Vou a outro campo buscar as ovelhas e as cabras
que me aguardam, presas a estacas. Corto lenha e acarreto-a para a cozinha; vou à fonte
buscar regadores de água, e encho as pias dos porcos que não param de foçar no
estrume, sempre sujos e esfomeados.
Só depois do jantar é que começo a fazer os deveres de casa.
Apesar dessas canseiras, não me tenho saído mal. Claro que não sou bom aluno; de
vez em quando, tenho negativas, mas lá me vou aguentando.
Difícil foi o primeiro ano. Eu ia da escola primária com os olhos tapados, e toda
aquela barafunda confundiu-me. Sobretudo as salas de aula. Sala A, pavilhão C, Sala D
no pavilhão A, agora numa, depois noutra, em baixo, em cima… que grande confusão
para entender aquilo!
Numa parede estava afixada uma lista com os nomes dos livros e dos materiais que
era preciso comprar. Quanto tempo não estive ali a passar para um caderno, com a letra
muito bem feitinha, aquele batalhão de palavras intermináveis?!…
Depois o dinheiro não chegava para tudo. E a mãe dizia, aflita:
– Já estou arrependida de te pôr a estudar. Se ficasses aqui talvez fosse melhor;
podias aprender uma profissão. Então fica assim tudo tão caro? Não andarás a jogar
numas máquinas que só sabem comer moedas?
Eu jurava que não, que era mesmo assim: tudo caro.
O meu pai suspirava fundo uma série de vezes. E em seguida desabafava:
– Está muito bem! O baile anda a ficar cada vez mais lindo! Hum, se continua
assim, acaba-se depressa a dança… E dizem eles que o ensino é de graça. Conversas…
Só conversas…
Eu entendia-os, mas não podia fazer nada. E por mais voltas que desse à cabeça,
também não conseguia perceber para que eram precisos tantos livros, tantas coisas e
coisinhas.
Mas tudo se foi arranjando. Meu pai vendeu um bezerro na feira e o dinheiro
apareceu. E quando disse que precisava de um fato de treino e sapatilhas para as aulas
de Educação Física, meu pai irritou-se:
– Que pouca vergonha! Na escola aprende-se, não se joga! Francamente, é de mais!
Para que servem estas modernices?!... Anda tudo maluco!... Paciência, enquanto
andares lá, não te vou deixar ficar mal.
E não deixou. Comprou-me um fato de treino e umas sapatilhas, coisas fracas,
baratinhas…
Agora, pensando nesse primeiro mês de aflições, apetece-me rir.
E não posso esquecer a falta que a professora de Português me marcou logo na
segunda aula.
Tocou a campainha e eu, não sei por que razão, deixei-me ficar no recreio. Quando
dei conta que os meus colegas de turma tinham desaparecido, desatei a correr. Com a
pressa, baralhei portas, salas e pavilhões. Finalmente bati na porta certa, aflitíssimo.
O Luís escancarou um sorriso trocista na porta aberta e a professora perguntou com
espinhos na voz:
– Que aconteceu, rapaz?
– Perdi-me, senhora doutora. Não sabia qual era a sala.
Uma gargalhada de toda a turma bateu-me em cheio na cara.
– Que engraçadinho! O menino pode entrar, mas fica já a saber que não lhe vou tirar
a falta. Olha o espertinho!
A professora tem um feitio esquisitíssimo. Até parece que não gosta de estar naquela
escola a dar aulas! Como é que se pode gostar de Português com uma professora assim?
Por causa da falta de dinheiro, eu e o Nicolau fizemos uma sociedade que durou três
meses. Infelizmente não deu os resultados previstos e agora, quando nos lembramos
dessa loucura, dá-nos vontade de gargalhar.
Quem teve a ideia foi o Nicolau. Em meados de Outubro, andávamos já no sexto
ano, o Nicolau, depois de muitos rodeios, perguntou-me:
– Ó Alecrim, não queres ficar rico?
Claro que essa pergunta não tem resposta. Quem me dera!
– Tenho andado a pensar e acho que com alguma sorte podemos ser ricos! Bem, não
pode ser já, ainda temos de esperar algum tempo. Se tu quisesses, fazíamos uma
sociedade… É que para ficarmos milionários temos de gastar algum dinheiro…
Eu não estava a perceber nada, mas agradava-me ouvir aquela estranha conversa.
Sentámo-nos num penedo e o Nicolau, cada vez mais entusiasmado com as próprias
palavras, contou-me pormenorizadamente o plano que não havia de demorar muito
tempo a pôr-nos a nadar em dinheiro.
– Bem, a nossa sociedade tem de ser secreta, ninguém pode saber. Tem de ser um
segredo entre nós, um segredo tão bem guardado que nem a nossa sombra pode saber.
Por isso, temos de jurar. Juras, Pedro?
E eu, concordando em absoluto com as palavras de Nicolau, jurei de olhos bem
fechados e com os dedos em cruz encostados à boca:
– Juro, pelas alminhas do outro mundo, que vou guardar este segredo. E se falar,
ceguinho seja eu!
O Nicolau repetiu as mesmas palavras. E nessa noite, alvoroçado com a riqueza que
não tardaria, custou-me a adormecer. Revirava-me na cama e sorria com os olhos
fechados. Imaginava o espanto de toda a gente quando eu e o Nicolau anunciássemos
com grande solenidade: “Pois é verdade! Nós somos ricos!”
No dia seguinte, acordei mais cedo e corri pelos atalhos para encurtar caminho.
Esbaforido com a correria, encontrei o Nicolau junto de uma ribeira onde cresciam
agriões em barda .
– És sempre a mesma lesma! – disse o Nicolau.
Pusemo-nos a cortar e a escolher com mil cuidados os agriões e metemo-los em duas
sacas de plástico.
Como o Nicolau tinha previsto, quando chegámos ao pomar da mãe do Martinho,
conseguimos vendê-los.
– Para começar não está nada mal! – regozijou-se o Nicolau, metendo no bolso
amoeda que a mãe do Martinho nos dera, recomendando que lhes levássemos mais.
À tarde, pelo caminho, achámos que era melhor guardarmos o dinheiro num
esconderijo seguro. Assim não havia tentações de o gastar.
Arranjámos uma lata vazia de leite em pó, metemos lá dentro o dinheiro e demos
voltas e mais voltas à procura de um sítio seguro. Depois de muitas hesitações,
acabámos por enfiar a lata no buraco do troco de um carvalho velho que ficava rente ao
caminho. E sem nunca abrirmos a boca, fomos metendo na lata o dinheiro que íamos
ganhando com a venda dos agriões.
E para termos a certeza de que não estávamos a ser roubados, todos os dias
enfiávamos os braços no buraco do carvalho, retirávamos a lata, sacávamos a tampa e
contávamos o dinheiro acumulado.
Um dia ficámos desolados! Os agriões tinham desaparecido, alguém os cortara para
dar ao gado.
– Lá se foi a nossa mina, acabou-se o nosso tesouro! – lamuriou-se o Nicolau.
Mas como tínhamos de continuar a juntar dinheiro para ganharmos a fortuna, e
depois de darmos muitas voltas ao miolo, resolvemos levar para o pomar da mãe do
Martinho molhos de nabos sempre bem atados quatro a quatro com folhas de piteira.
Nabos era coisa que não faltava nos campos do Nicolau, tantos eles eram que até os
arrancavam para dar aos animais.
Vendemos castanhas mais serôdias, grelos e pencas. E fartámo-nos de juntar dinheiro
com os cogumelos comestíveis que achávamos nas bordas dos campos e entre as
bouças.
Um dia, contámos e recontámos o dinheiro – algumas notas já tresandavam a mofo –
e começámos a saltar, loucos de alegria.
– Eu não disse? Conseguimos! O dinheiro chega e sobra!
E o meu coração batia com muita força quando entrámos na papelaria Sandra e
pedimos que nos vendesse quatro frações do bilhete da lotaria do Natal que estava
exposto na montra.
–São para o meu tio! – disse o Nicolau, para não haver desconfianças.
– Calha bem ter mandado estes trocadinhos todos! – disse a empregada, toda
contente.
Sobraram duas moedinhas.
– Duas chicletes? – perguntou o Nicolau.
– Manda vir! – sussurrei eu, admirando os papelinhos mágicos que tinha na mão.
Entretanto, começaram as férias e eu esperei ansiosamente que o dia do sorteio
chegasse.
Na noite em que o sonho se desfez, senti-me o mais infeliz de todos os rapazes do
mundo! Inventei uma dor de barriga e deitei-me cedíssimo.
Tanto trabalho para nada! Que grande injustiça! Pensava eu, amargurado, com uma
vontade muito grande de chorar o mais possível, de gritar até ficar rouco, de ferrar as
mãos!
Que grande desilusão!
Claro que a sociedade se desfez. Eu e o Nicolau nunca mais levámos nada para o
pomar da mãe do Martinho. Ela, de vez em quando, dizia:
– Então?! Agora nem salsa trazem?!...
– Não temos tempo… Não temos tempo!...—inventávamos nós.
5
Se não chove, o Nicolau, antes de chegarmos ao Pragal, deixa de me fazer
companhia. Mete por uns atalhos e desaparece por entre um matagal de giestas que no
Verão fica infestado de cobras e das peles que elas largam. Os pais esperam-no para os
ajudar nas lides do campo.
Sozinho, continuo a caminhada. Vou sempre devagarinho e ainda mais devagar
quando é o tempo dos ninhos.
–Vem aí o Pedro! Vem aí o Pedro! – avisa minha irmã Rosália.
Estranho vê-la ali. Geralmente, quando chego a casa, encontro-a a fazer os deveres
da escola.
Jacinto, meu irmão mais novo meio gago, sai de casa a correr com os pés metidos
nas galochas do meu pai. É sempre isto: mal a gente se descuida, lá está ele a mudar de
calçado. Não adiantam os ralhos e os pequenos tabefes que às vezes a minha mãe lhe dá.
Jacinto tropeça, cai, levanta-se, corre novamente e volta a tropeçar.
Levanto-o e ponho-o às cavalitas. E começo a correr, imitando o cavalo ruço do tio
Zé Maria Coxo. Faço-lhe cócegas na barriga e ele, agarrado ao meu cabelo, ri muito
feliz.
– Pedro! Pedro!, espera, espera! – grita Rosália.
– Que foi?! – pergunto, sem grandes amabilidades.
– O pai está doente. Vomitou a tarde inteira. Há tanto tempo que a mãe está a olhar
para o caminho a ver quando chegavas. Nunca mais vinhas!
Pego na pasta, deixo o Jacinto a choramingar, e corro para dentro de casa. Entro na
sala e vejo a porta do quarto dos meus pais aberta. Um cheiro bastante enjoativo invade
todos os cantos.
Se virar as costas, minha mãe recrimina-me suavemente:
– Gostava de saber para que tens as pernas, meu marmanjão!...
Faço de conta que não ouço e entro no quarto. Vejo meu pai estendido na cama,
pálido, com os olhos fechados. Fico especado a olhar para aquela cara que me faz
lembrar azeitonas verdes.
Correu-te bem o dia? – pergunta meu pai.
– Sim. Tive um três no teste de Matemática, mas houve muitas negativas.
– E o Nicolau? – quer saber minha mãe.
– Teve negativa.
– Vê lá o que andas a fazer…– insiste minha mãe.
– Que é que o pai tem?
– Uma pequena indisposição, passa já! – responde o pai.
– Não quer ir ao médico. Então se a gente tem a Caixa, porque é que não há-de
aproveitar?! Mas não, sua excelência não quer ser incomodado… Trata do gado, filho!
— diz minha mãe.
– Pois sim!
Não digo mais nada. Saio de casa a apertar as calças velhas, pego numa corda, na
gadanha e vou direito ao lameiro, ao fundo do Pragal.
Quando entro no campo não vejo nada. Limpo os olhos às mangas da camisa,
endireito o gume da gadanha com a lima que trago no bolso e começo a cortar erva :
zupa, zupa, zupa!
Pouco depois, tenho os braços cansados. Sento-me junto de um rego de água, reparo
que tenho uma bota encharcada, não ligo grande importância e ponho-me a pensar,
incomodado com a algazarra das pegas.
Já não é a primeira vez que o pai fica doente durante semanas seguidas. Nunca quer
ir ao médico. A mãe trava grandes batalhas verbais para que ele, finalmente, ceda. E
enquanto isso não acontece, a capoeira vai ficando cada vez mais vazia de galos e
galinhas para as canjas. Quando meu pai recupera, parece um esqueleto ambulante, só
pelos, pele e ossos.
Enfeixo a erva, ato-a com a corda, ponho às costas o molho e carrego-o até às
manjedouras dos animais.
Distribuo o último braçado aos coelhos e vou espreitar a ninhada que nasceu há uma
semana. Estão lindos, os láparos, muito gordos, brincalhões. A mãe detesta que lhe
mexam nos filhotes e, sem avisar, de vez em quando, ataca à dentada, que não é assim
tão pequena e inofensiva. O Jacinto ainda tem na mão direita marcas de uma ferradela
que ela lhe pregou. Muito chorou o meu irmão quando isso aconteceu! Mas a coelha
teve razão: quem o mandou espetar a ponta de um arame ferrugento nos olhos dos
laparinhos, cegando dois, que acabaram por morrer?
O Jacinto é muito curioso! Um dia, fui encontrá-lo estendido no galinheiro, muito
quieto e calado, com a mão a levantar com jeitinho as penas duma galinha aninhada no
caixote para pôr (...)
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Já escurece quando solto as cabras e ovelhas que, presas a estacas, correm,
impacientes, para casa.
E se o lobo aparece? Ah! Que mania essa – de nos meterem medo com os lobos, mal
nascemos! Não digo isto ao Nicolau, nem a ninguém, mas a verdade é esta: vem a noite
e eu fico com medo. Só me lembro dos lobos.
Pelo caminho conto e reconto as cabeças de gado. Depois fico preocupado porque
faltam dois anhos.
É noite cerrada quando entro em casa. Pergunto pelos borregos à mãe.
– Vendi-os esta manhã. Já estavam criados, só davam trabalho… e sabes meu filho,
uma casa sem dinheiro é como um rio sem água!
7
E o esforço que eu fiz para compreender as palavras novas que ouvia pela primeira
vez, aula após aula!
Os professores diziam:
– É muito fácil, não é verdade?
Toda a gente acenava com a cabeça. Mas não, não era nada fácil. Até o dicionário eu
não sabia consultar. O tempo que eu demorei para descobrir que ALP ficava antes de
ALT…
Muitas vezes apeteceu-me desistir, ou então fazer de conta que as aulas e a escola
não me diziam respeito.
– Hoje não tens nada para estudar? – perguntava minha mãe, depois de desligar o
televisor.
– Já vou, já vou… – dizia eu, aturdido por um sono pesado que não queria
desaparecer. Era a caminhada que me punha assim, descobri mais tarde em conversa
com o Nicolau que se queixava do mesmo mal.
Aquela caminhada estafava-nos. E quando chovia, ou a neve cobria a serra, ainda era
pior.
E não posso esquecer também os primeiros almoços na cantina, com a senha na mão,
fechando os olhos para deixar passar à frente os grandalhões e os zaragateiros.
Nos primeiros dias de aula nem cheguei a almoçar porque não acertava com a hora
de comprar a senha. E ninguém me avisara que era necessário comprá-la com
antecedência.
Para que não se rissem da minha ignorância, preferia calar-me e ficar sem almoço.
Não tinha relógio. O pai prometera-me um, se passasse de ano, como de facto
aconteceu.
Recordo estes tempos com vontade de dar gargalhadas e não consigo concentrar-me
(…)
9 Quando a campainha atordoa todos os sítios, ninguém corre para dentro das salas. O
senhor Inácio, o contínuo, costuma dizer que parecemos bichos gordos a caminho do
açougue.
E é verdade. No princípio do ano, corremos para as salas para conhecer os
professores. Mas, à medida que o tempo vai passando, a vontade esmorece. Cada
professor tem a sua mania, um tique especial.
E há colegas meus que passam todo o ano a fazer provocações. Lembro, por
exemplo, o dia em que o Luís levou para a sala um rato de borracha. Pô-lo em cima da
mesa, escondido entre os livros. A professora de matemática, que tem por hábito passar
a aula de pé, percorrendo mesa por mesa, pôs uma mão na mesa do Luís. E ele não
perdeu tempo: com a ponta da esferográfica empurrou o rato devagarinho,
devagarinho…Quando chegou aos dedos da mão da professora, esta deu um grito muito
forte e, tresloucada, abriu a porta e desapareceu.
Voltou pouco depois, branca como a cal e, secamente, informou que o Luís tinha que
ir ao Conselho Executivo da escola.
O Luís lá foi e, mais tarde, não quis contar o que lá tinha dito. Na aula seguinte,
muito sério, pediu desculpa à professora e explicou que lhe tinha passado aquela ideia
pela cabeça: gostava de ver como as pessoas reagiam ao verem de repente um
inocentíssimo rato de borracha…
Confesso que em algumas aulas sinto o coração a bater com mais rapidez. Há
disciplinas que não são lá muito do meu agrado, e eu detesto tirar negativas.
Se eu fosse professor, explicava sempre o porquê das coisas, com palavras fáceis
para que toda a gente compreendesse.
Se eu fosse professor não dizia “isto é azul”. E ponto final. Não, eu tentava explicar
“porque é que isto é azul”. Ou será que há coisas que não têm explicação?
Nos intervalos, a afluência ao bar da escola é grande. As empregadas não têm mãos
para tantos braços levantados, tanta gritaria, tanta confusão.
Raras vezes lá apareço. Fico a um canto a falar com o Nicolau, agarrado ao pão com
marmelada, queijo ou manteiga que minha mãe nunca se esquece de meter na pasta.
O Nicolau nunca come fora das refeições. E ri:
– Se eu comesse assim, um dia destes dava um estoiro!
Não conseguimos perceber como há colegas com tanto dinheiro no bolso. E alguns
até maços de tabaco compram e fumam às escondidas.
Às vezes ninguém pode estar num quarto de banho com o fumo e o cheirete a tabaco.
10
Chego a casa e não encontro ninguém. Pouso os livros em cima da mesa. Vou
espreitar ao quarto e fico contente por não ver meu pai deitado na cama.
– O pai já não está aqui! – diz-me a mãe.
– Para onde é que foi?
– Para o hospital. A meio da manhã, resolvi telefonar ao dr. Vasco. Quando ele cá
chegou, disse que era melhor interná-lo imediatamente no hospital.
– Quero ir vê-lo!
– Está bem, está bem… mas agora ajuda-me… Ainda tenho o gado em jejum!
– Sempre o gado, sempre o gado, sempre o gado, sempre o gado, que porcaria de
vida!
– O gado não em culpa. Come qualquer coisa!
– Não tenho fome!
Saio de casa com a gadanha às costas.
– Pe--Pedro! Dei—dei—deixa-me ir con-con-conti-go! – Pede meu irmão Jacinto.
– Anda!
A meio do caminho, Jacinto senta-se no chão, faz birra, insiste para que eu o leve às
cavalitas. Acedo, bastante contrariado.
– O-o pai vai mo—mo—morrer, pois vai? – pergunta-me ele de repente.
Ponho-o no chão, dou-lhe uma chapada:
– Isso não se diz, ouviste? Isso não se diz!
Jacinto choraminga:
– Mas-mas ele foi pró—pró—hospital…
– És muito inocente! Então?! Quem vai para o hospital é quem se vai curar. Quem te
disse que o pai ia morrer?
– Ouvi dizer… Mas—mas eu cor—cortei um dedo e—e não fui pró—pro—
hospital…
– Ó moço, que inocência! Tu não cortaste dedo nenhum, foi só um golpezinho de
nada. E foi muito bem feito para aprenderes a não pegar na faca da cozinha!
– Pedro, co—co—como é um hos—hos—hospital?
– Sei lá! Depois o pai explica. E chega de fazer perguntas, que eu tenho muito para
fazer e não estou nada bem disposto, nem com paciência para te aturar, está bem?
13
À noite, depois de jantar, eu, minha mãe e meus irmãos sentámo-nos à porta de casa
a comer as cerejas que fomos apanhar a uma cerdeira muito alta.
De repente, o Jacinto apareceu com o cavaquinho.
– Ah, maroto! Vai lá arrumar isso!
– Mas eu que-que-quero tocar!
– Quando cresceres…
Jacinto começou a choramingar e foi arrumar o cavaquinho que o pai costuma
guardar em cima do guarda-fato, dentro de uma saca de pano.
– Que-que-quero o pai! – disse o Jacinto a chorar.
– Não chores, amanhã ele está aqui.
Mas não era verdade.
Nas noites de calor, às vezes, meu pai pegava no cavaquinho, afinava-lhe as cordas
e começava a tocar músicas. Pouco tempo depois, atraído pelos sons, aparecia o tio
Trindade, com a viola braguesa debaixo do braço. E começava a festa.
Nas noites de Inverno, sobretudo nas semanas do Carnaval, iam tocar a bailes.
Distraíam-se e ganhavam algum dinheiro, o suficiente para a mãe não barafustar. É que
ela detesta que o pai se deite tão tarde – muitas vezes quando começa a raiar um novo
dia. Entra em casa cansado mas contente. E logo a sala fica a cheirar a perfume, a
tabaco e suor.
No Inverno passado fui com o meu pai a um baile, depois de ter vencido os
protestos da mãe, que achava que eu ainda não tinha idade para andar fora de casa até de
madrugada. Era Carnaval, não havia aulas e eu no dia seguinte podia dormir até mais
tarde. E lá fomos.
A sala para onde entrámos era um alpendre espaçoso, com uma mesa comprida no
topo. Meu pai, o tio Trindade, que é ferreiro, e os outros músicos subiram para a mesa e
sentaram-se nos bancos que lá puseram. E o baile começou com muitas serpentinas e
confetti espalhados pelo chão.
A meio da noite, já eu tinha aberto a boca não sei quantas vezes, dois grupos de
rapazes começaram a discutir a um canto da sala. De repente, um velho levantou a
bengala de lódão e bateu com ela na lâmpada. Ouviram-se pedacinhos de vidros a cair
no chão e a sala ficou às escuras. Gritavam mulheres, gritavam raparigas e crianças de
colo de repente despertas, ouvia-se pancadaria, as portas não abriam e eu, cheio de
medo, não fosse uma bengalada cair-me em cima da cabeça, escondi-me debaixo da
mesa! Mas não tinha sido ideia só minha porque dei conta que estava lá mais gente,
sentia-lhes a respiração…
Mal as portas abriram, a sala ficou de repente vazia. Puseram outra lâmpada. E eu
reparei que os músicos, indiferentes ao que se tinha passado, afinavam os instrumentos
com muita atenção.
Daí a nada, o baile recomeçou sem se saber ao certo o que tinha acontecido.
Ah, que noite! Nunca lho disse, mas eu gostava tanto que o meu pai me ensinasse a
tocar cavaquinho. Ou então a viola braguesa do tio Trindade.
Na escola há aulas de música, mas não me entusiasmam. A professora queixa-se que
há falta de instrumentos. Não sei se estou a ser injusto, mas nunca vi ninguém
interessado naquelas aulas de bater palminhas a compasso: um-dois-três-quatro-um-um-
dois-três-quatro…
14 A mãe e eu fomos visitar o pai ao hospital. A nossa vizinha, a Fatinha, que se
casou há pouco tempo e tem o marido a trabalhar em Lisboa, ficou a tomar conta da
Rosália e do Jacinto.
Saímos de manhã e fomos a pé pouco tempo porque a mãe do Martinho deu-nos
boleia.
Encontrámos o pai, depois de termos passado por corredores compridos, estendido
numa cama de ferro, muito bem pintada de branco, com rodas no fundo. Não estava
sozinho, a enfermaria estava cheia de doentes, todos vestidos com pijamas cor de tijolo.
– Olá – disse o pai, contente por nos ver.
– Está melhor? – perguntei. Depois arrependi-me, era uma pergunta tola. E ele:
– Breve vou para casa, vais ver!
Pôs-me a mão esquerda sobre os cabelos e eu senti que a sua pele estava diferente –
era muito mais macia. Reparei que tinha na mão direita um penso por onde saía um tubo
estreito, ligado a uma garrafa presa nas grades da cabeceira da cama.
– O que é isso?
– Soro.
– Dói?
– Não dói nada.
Mudámos rapidamente de conversa. O pai quis saber tudo. Perguntou pelos animais,
quis saber se as pencas já nasciam nos talhos, se os texugos não andavam a arrombar as
presas de água, se o milho crescia bem, se os gaios não tinham comido as cerejas
todas… (…)
Queria dizer muitas coisas ao meu pai. Queria dizer-lhe que ele fazia falta em casa,
que os testes de avaliação estavam a correr bem, que não podia trabalhar mais, que
andava cansado e cheio de sono. (…)
17
19
Tiraram mesa, cadeiras, caixas e a sala ficou espaçosa. Puseram quatro bancos
compridos no meio da sala e abriram as portas.
Trouxeram a urna, que cheirava a verniz, e colocaram-na por cima dos bancos.
Acenderam círios e espalharam a toda a volta coroas de flores.
Vestiram-me sem eu dar conta e puseram-me à entrada da sala. A seguir a mim
estávamos tios, os primos, os homens de toda a família.
E vieram muitas pessoas apertar-me a mão.
Todas diziam a mesma coisa:
– Lamento muito, os meus sentimentos.
Algumas mãos eram calosas, outras tinham suor e pele fina. Muitas cheiravam a
estrume e a terra, outras a perfume.
Foi interminável aquele desfile de mãos, que eu não tinha vontade de apertar.
Vieram o Luís, o Martinho, a Rita, a Joana, o Nicolau. Abraçaram-me e eu não disse
nada.
Apareceu o padre Leandro, abriu o breviário e leu baixinho, mas eu não ouvi nada.
Tinha os ouvidos a zumbir.
Empurraram-me devagarinho para fora da sala. Então ouvi gritar. Seria a mãe?
(… )
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20
Detesto toupeiras!
Ah, como elas me põem nervoso! Infelizmente é difícil encontrá-las, e é a sorte
delas… Porque se apanho uma, traço-lhe logo o destino sem pensar duas vezes: levanto
a enxada e esmigalho-a. E só descanso depois de a ter enterrado num buraco bem
fundo!...
Se eu fosse Deus, não inventava as toupeiras. Bem se eu fosse Deus não inventava
muitos outros bichos!(… )
Quando reguei sozinho a primeira vez, foi um desastre. A água, que no começo do
caminho era uma grande levada, quando chegou ao campo quase que não dava para
arrasar a toca de um grilo!... Fiquei aflito e passei o tempo a correr como um doido
pelos regos à procura dos buracos por onde a água se sumia…(… )
Com o tempo aprendi a defender a água dos malditos buracos das toupeiras. Às
vezes apetece-me desistir, mas o milho, agora cheio de maçarocas, se não for regado,
fica com as folhas torcidas e amareladas. Toda a água é necessária, e no Verão as
nascentes vão ficando cada dia mais fracas; e as presas demoram cada vez mais tempo a
encher.
Pensava eu nestas coisas no meio do milharal que me cobria completamente, e
assobiava baixinho.
De repente, gritei meio assustado: uma chapada de água saltou-me aos olhos,
molhou-me a camisa e os calções, e enfiou-se por entre as galochas.
– Que lindo assobio tu tens! Se o vendesses, fazias um rico dinheiro…
A rir-se, com uma enxada nas mãos, tinha pela frente o Nicolau!
Respondi-lhe com outra chapada de água…
– Hás-de ser sempre o mesmo Alecrim aos molhos! Há mais de meia hora que te
vejo a falar sozinho e a fazer gestos como o maestro duma banda de música. (… )
– Que andas aqui a fazer? – perguntei, já refeito do susto que me pregara.
– Nada de especial. Como não tinha que fazer esta tarde, e como já te não velo há
mais de um século, vim ver se já tinhas crescido um bocadito…
Já estou farto de saber que sou pequeno, mas também não é preciso estarem sempre a
dizer essa verdade, infelizmente. Mas que é que hei-de fazer?! Fiz de conta que não
ouvi a piadinha e respondi-lhe como se fosse um homem casado:
– É assim a vida rapazinho!... Agora há muito trabalho para fazer… A gente passa o
tempo a tapar presas, a esvaziar tanques, pocinhas e minas; agora numa leira, depois
noutra… E há o gado para pensar… E tu, que tens feito?
– Para variar, a mesma coisa que tu… Mas agora acabou-se! Vou-me embora! Esta
terra não tem futuro, estás a perceber?
– Para onde vais?
– O meu destino é Vila Nova de Gaia! Vou ficar em casa do meu irmão Casimiro!
– Que é que vais para lá fazer? Ainda só tens treze anos!...
– Isso não quer dizer nada! E fica sabendo que há por aí muito rapaz com quinze e
dezasseis anos que tem muito menos corpo que eu, está bem? Ainda não tenho a
certeza, mas parece que está bem encaminhado… Mas eu não tenho medo ao trabalho,
seja lá o que for, e se não calhar nisso há-de ser noutra coisa… Imagina o que vai ser o
meu trabalho?! Vou para um café! Já viste?! Aqui o rapaz a trabalhar num café?!... É
claro que nos primeiros dias vai ser uma dor de cabeça por causa dos trocos… (… )
21
– Pedro, tens uma carta! – avisou minha irmã Rosália quando cheguei a casa, à hora
do almoço, com uma fome devoradora.
Minha mãe retirou do bolso do avental um envelope onde estava escrito o meu nome
com a letra miudinha do Nicolau.
Contente e admirado, abri-o devagarinho. E fiquei surpreendido ao ver, dentro do
envelope, guardanapos de papel escritos de ponta a ponta.
Já sem fome, sentei-me à porta da cozinha e comecei a saborear a carta do Nicolau.
Deves estar admirado por eu mandar estes guardanapos, mas eu não tinha outro papel
à mão. E até calhou bem porque são fáceis de dobrar e muito levezinhos.
Fui escrevendo aos bocadinhos, conforme tinha tempo e disposição. Mando-te todos
os guardanapos que escrevi, e acho que vais entender como tem sido a minha vida fora
do Pragal.
Estou cheio de sono e não me apetece escrever mais nada.
É verdade que já estás um bocadinho mais crescido?
Escreve-me e não te esqueças do código postal!
Adeusinho e boas festas!
Teu grande amigo,
Nicolau.
Quando cheguei a casa do meu irmão, ia mais morto que vivo. Pelo caminho enjoei,
vê lá tu, e o Casimiro teve de parar uma data de vezes…
Estava tão desfeito que nem sequer a minha mala carreguei para dentro de casa. E o
pobre do Casimiro é que teve de alombar com os sacos atestados de batatas, garrafões
de vinho e cebolas.
A minha cunhada Isabel, com uma barriga bem empinada, fez-me chá. E foi esse o
meu jantar.
Deitei-me no quarto, que tem uma mobília nova. O meu irmão comprou-a há pouco
tempo e agora anda a pagá-la a prestações.
Nessa noite dormi pouco, embora me doesse a cabeça. Apesar de vivermos num
terceiro andar, da rua vinha o barulho constante dos carros e autocarros …(…)
Acordei porque o meu irmão me chamou.
Não me apeteceu comer e eram seis e meia da manhã quando cheguei ao “Búfalo”!
(…)
O “Búfalo” tem seis empregados. Mas aquele que eu gosto mais é o senhor
Armando, um velhote que sabe muitas anedotas e faz malabarismos com a bandeja,
chávenas, pires, garrafas e copos.
Quem o quiser enfurecer é dizer-lhe que o Futebol Clube do Porto não vale nada: até
fica branco de tanto se enervar.
Foi o senhor Armando que me deu um galão e torradas quando soube que eu era o
novo empregado.
– Rapaz, abre-me essas janelas que tens na testa, e não te deixes enganar. Olha que
eu também vim das fragas!
Esperava que me dessem uma bolsa de couro para atar à cintura e meter dentro os
trocos. Esperava uma bandeja e uma lista com os preços das coisas…
O senhor Xavier apareceu por trás do balcão e mandou-me segui-lo.
“ Vai ser agora!”, pensei, olhando de lado para os espelhos nas paredes a ver se
ainda tinha o cabelo bem penteado.
Passámos por um corredor estreito e mal iluminado, descemos uns degraus, abriu-
se uma porta e ficamos num pequeno quintal, que nem uma couve tinha.
– Tens aqui trabalhinho par muitos dias! – disse o meu patrão.
Eu nem queria acreditar! À minha frente estava uma pilha monstra de garrafas
amontoadas a esmo.
– Lava-as muito bem, as partidas ou com defeito põe-nas para um lado, e vê lá se te
despachas.
Quando o homem desapareceu, eu meti uma mão na boca e trinquei-a com força.
Ah, que grande decepção! A minha vontade, naquele momento era partir aquela tralha
toda e fugir. Depois lembrei-me que o patrão podia estar a vigiar-me, peguei na primeira
garrafa e disse de mim par mim: “Aguenta, Nicolau!” (…)
Há uma semana que ando a lavar garrafas! (….)
Às vezes, fico assim meio esquisito. Acho que se visse uma cabra ou uma ovelha a
tristeza desaparecia.
22
Não sei quantas vezes reli os guardanapos de papel enviados pelo Nicolau.
Hoje à tarde respondi-lhe. Queria dizer-lhe muitas coisas, mas não sabia como
começar. Depois de inutilizar algumas folhas dum caderno que dava ao meu irmão
Jacinto para ele rabiscar e não me aborrecer, a carta saiu-me assim:
Capítulo 1
Capitulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
1-“ Por causa da falta de dinheiro, eu e o Nicolau fizemos uma sociedade que durou três
meses”. Explica em que consistia essa sociedade.
2- Explica o significado das expressões:
- “… pôr-nos a nadar em dinheiro.”
- “ …o Nicolau, depois de muitos rodeios…”
- “…alvoroçado coma riqueza que não tardaria…”
- “…onde cresciam agriões em barda…”
- “…demos voltas e mais voltas…”
3- Onde guardavam os rapazes o dinheiro?
4- Um dia, os agriões desapareceram. Porquê?
5- O que resolveram fazer, para continuarem a ganhar dinheiro?
6 – O que fizeram ao dinheiro que ganharam?
7- Por que razão se desfez a sociedade entre os dois rapazes?
Capítulo 5
1 – Quantos irmãos tinha o Pedro?
2- O que lhe diz a sua irmã Rosália que estava à sua espera?
3- Quando Pedro está a conversar com o pai, o que lhe manda a mãe fazer?
4- Pedro anda preocupado com o estado do pai. Explica o que ele pensava.
5 – Escreve um sinónimo da palavra “láparo”.
6 – De que animais cuidava o Pedro?
Capítulo 7
Capítulo 9
1- “ O senhor Inácio, o contínuo, costuma dizer que parecemos bichos gordos a caminho
do açougue. “ Explica por palavras tuas o que ele quer dizer com isto?
2 – O faria o Pedro se fosse professor?
3 - Por que razão o Pedro raras vezes vai ao bar da escola?
Capítulo 10
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
1 – O que andava a fazer o rapaz quando o Nicolau foi ter com ele?
2- Explica o significado das expressões:
- “…traço-lhe logo o destino sem pensar duas vezes…”
- “…E há o gado para pensar…”
3– O que ele veio dizer?
Capítulo 21
Capítulo 22
1- Mais tarde, o Pedro respondeu à carta do amigo. O que lhe disse de importante?
Capítulo 23
Capítulo I
1. Por quantos parágrafos é constituído o capítulo I?
2. Transcreve uma frase no discurso direto.
3. “… aparece sempre de gravatinha, …”
3.1 Classifica morfologicamente a palavra sublinhada.
3.2 Em que grau se encontra essa palavra?
4. Que tipo de narrador encontramos neste texto? Justifica com frases do texto.
Capítulo II
1. “A camioneta vai ficando vazia, paragem após paragem.”
1.2 Diz se esta é uma frase simples ou complexa e justifica.
2. “… bem acelerada, sem guarda-lamas…”
2.1 Classifica a palavra sublinhada quanto ao processo de formação.
Capítulo III
1. Escreve as seguintes frases no plural.
a) A mãe do rapaz mal sabe ler.
b) E eu calo-me.
c) Claro que não sou bom aluno.
d) A professora tem um feitio esquisitíssimo
2. “A professora tem um feitio esquisitíssimo.”
2.1 Em que grau se encontra o adjetivo desta frase?
2.2 Escreve uma frase, à tua escolha, usando o mesmo adjetivo no grau comparativo de
superioridade
Capítulo IV
1. “… mas agradava-me ouvir aquela estranha conversa”
1.1 Refere em que tempo se encontra a forma verbal desta frase?
1.2 Localiza na frase um determinante demonstrativo e transcreve-o.
1.3 Substitui-o por outro da mesma subclasse.
Capítulo V
1. “Mete por uns atalhos…”
1.1 Que tipo de sujeito encontramos nesta frase?
1.2 Que outros tipos de sujeito conheces?
2. “… corre novamente…”
2.1 Diz a que classe de palavras pertence a palavra sublinhada.
2.2 Explica o seu processo de formação.
Capítulo VI
1. “Nunca mais vinhas.”
1.1 Constrói uma frase em que a palavra “vinhas” apresente outro significado.
1.2 Que nome dás a estas palavras? Porquê?
1.3 Escreve duas frases em que utilizes a palavra “canto” com significados diferentes.
Capítulo VII
1. Reescreve o 10º parágrafo (Nos primeiros dias de aula…) como se o narrador fosse
não participante.
2. “. O pai prometera-me um, se passasse de ano…”
2.1 Em que conjugação se encontra a forma verbal desta frase?
Capítulo IX
1. Substitui as palavras sublinhadas por pronomes pessoais.
a) … passam todo o ano a fazer provocações.
b) … há coisas que não têm explicação?
c) … abriu a porta e desapareceu.
d) Há disciplinas que não são lá muito do meu agrado.
2. Faz a divisão silábica de explicação e classifica-a quanto ao número de sílabas e
quanto à acentuação.
Capítulo X
1. Passa para o Discurso Indireto os 2º, 3º, 4º e 5º parágrafos deste capítulo.
Capítulo XIII
1. Retira do texto duas preposições contraídas com determinantes.
2. “ No Inverno passado fui com o meu pai a um baile…”
2.1 Faz a análise sintática da frase.
Capítulo XIV
1. Retira do texto um sinónimo de “couve”.
2. Coloca por ordem alfabética: quis, perguntou, pai, cama, soro, há, tempo, tomar,
pintada, pijamas.
Capítulo XVII
1 – Retira deste capítulo uma frase do tipo exclamativo e uma frase do tipo declarativo.
2 – Classifica quanto à acentuação as palavras - água, forte e ninguém ?
3 –Faz a análise sintática da frase seguinte:
Na escola, no último dia de aulas, o Pedro deitou uns baldes de água à tília.
Capítulo XVIII
1 – Retira do 1º parágrafo:
um nome coletivo;
um nome comum
um pronome indefinido
uma preposição simples
a contração de uma preposição com um determinante artigo definido
um verbo da 2ª conjugação
um determinante artigo indefinido
2 – Classifica as palavras seguintes quanto à sua formação: batatal, adormecer, mãe.
3 –Escreve os antónimos de: manhã, deitar, facilidade, doente.
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
2 – Indica a que conjugação pertencem as formas verbais que se seguem: sei, dava, saiu,
há, é, ando, tive.
Capítulo XXIII
Compreensão do texto
Lê com atenção esta obra. Depois, capítulo a capítulo e com a ajuda do professor,
responde oralmente ao que te é pedido. Sempre que tiveres dúvidas consulta o próprio
livro.
Depois de leres esta obra vamos pedir-te que faças uma apreciação pessoal da mesma,
agora escrevendo. Que sequências gostaste mais? O que foi mais e menos interessante
para ti? Recomendarias ou não a leitura deste livro a outras crianças? Porquê?
Redige um texto que reflita a tua opinião pessoal sobre este livro: “Pedro Alecrim”.
Que aspetos do livro te parecem modernos e atuais e quais os que te parecem mais
antiquados e longe das nossas realidades de hoje?