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NELLY NOVAES COELHO CIP-Brasil Coelho, Nelly Novacs. OS agent Bag ee Naty Novast Cooler — Ste Te A LITERATURA INFANTIL Quivon : Brasfia : INL, 1981. 1, Litesatura infanto-javenil — Histéria critica 2. Literatura infantoqavenil brasileira — Historia ¢ exitia 3. Livios e leituce pan edangas Tr ingtitut Nocloal do Livro. 1. Titulo. HISTORIA — TEORIA — ANALISE CDp: 800.80382 (Das origens orientais ao Brasil de hoje) o9.9090282, 0285 COE/OBL/SP-81-0792, cpu: 82-98 Pot Indices para catflogo sistemitico (CDD): Literature infantil 0285 | Literatura infantil : Historia e critica 600,60282 erature infantil bensileiw + Histérin e critien 869.0000282 | EDICOES QUIRON LTDA. em convénio com Instituto Nacional do Livro Ministério de Educagao Cultura S80 Paulo/Brasilia 1981 A linguagem é por si, uma relagto com 0 mundo, com 0 inconsciente e a histéria, (Eduardo Prado Coelho, Reino Flutwante) TT Parte MATERIA E FORMA DA LITERATURA INFANTIL Dofinigdes — Distingses Manifestagdes Especfficas ow Modos de Existéncia Literaria A MATORIA LITERARIA Abert 0 carminho para o estudo da Literatura Infantil, pela intervo- gagho sobre sua possivel natureza, pelo registro de suas relagdes genéticas com a literatura popular e fontes arcaicas, © as possiveis formas de ser € criticada, cabe agora interrogarmos 0 seu préprio corpo. O que & esse contexto conhecido como literatura infantil? Do qué? ou como se constréi essa matéria literdria especitica? Quais os géneros, subgéneros, formas ou espécies lterdtias em que ela se expressa? Antes de mais nada, leratura injantil 6 “literatura”. Portanto, é como tum fendmeno literério que, de inicio, a analisaremos. Por mais vago ou informe, que possa parecer 0 fendmeno literario is se constrdi com palavras), a verdade & que tem uma realidade pré- pria, facilmente delimiteda em suas partes ou no todo da matéria literdria. Chamamos de matéria lilerdria ao corpo verbal que constitui uma obra de literatura, Em se tratando de ficgdo (= prosa narrativa) 2 matécia literdria € composta por uma estéria (= argumento, assunto, fabule, ec.) que resulta de uma azo (= acontecimentos, fatos, stcessos, situagées, et.) vivida por personagens (= protegonistas ¢/ou antagonistas; principais e/ou secundérios...) situadas cm doterminado espago (= ambiente, cendrio, local. ..), onde se desenvolve a ago ¢ durante o fenipo em que esta dura Tais elementos reais (= objeto da criagio) sito concretizados pela lingua: gem Mterdria que os transfigura em corpo verbal ou matéria literéria, alta- vvés de um processo de composigiio especitico, Portanto, o *rétulo”, matéria leréria, abarca 0 complexo corpo verbal-terério que é a obra * Os Fatores Determinantes da Construgdo Literéria: — Atitude Narrativa ¢ Foco Narrativo Feehando mais os efrculos da andlise (que tem caminhado do global ara as partes), examinaremos a seguir dois fatores decisivos na elaboracio dda matéria literiria: a atitude narrativa e 0 foco narrativo. Sao elementos que no existem, objctivamente, na referida matéria, mas que, em vllima Analise, decidem de sua natureza ou peculiaridades. 49 Uma vex que figfo navratva & uma “repeseniagso” . uma “tepesotagSo™ da vide (ea cu laventada, nfo importa), ead claro que mines ett cet Plexo © cadtico. Assumindo qualquer das formas ou ie Fig havrativa resulta sompre de uma selcao, de ume ssclya ene gant ee Ora, essa selegtio (bisica Para a invenga > ven¢do ou construcio d: éri Heri) deerminada cm princi, pia atinde assute Set m relagio @ reldade que ee preande wae ‘ fetor «quem ta relcade serétevelade, © & "HHO 0 possvet A ATITUDE NARRATIVA Nessa ordcm de idéias, & facil conc 1 de ins, it que 0 fator-ch lo pros fanmncl flaboragio flccional 6 a aitude narraiva assunida gels sooo fungiio da iniencionalidade que o move. ven Portanto, chamamos atitude narrativa & dupla pos , ude narrative & dupla posigie assumid. or: em relgio a0 seu destinatro (= pba leer es oes eae Spire tenements ele espera aleangar com sia obra) e em ieloehen 1. Atitudes do Autor em relagito ao Leitor 11. Atitude do narrador primordial (de linkagem Spica) © natrador permanece num plano sy . 2 iperior de visto. De onde situado, abarea toda a ealidade a ser revelnda © Mase accu t esti fora dos fatos e sabe de antemio tudo 0 que val a sth for 5 tudo 0 que vai acontecer.” Mantém-se qialanciado da realidade narrada e de seu letor. (Tralaae da “dienes Spica” de que fala W. Kayser ¢ E, Staiger) Passado glorioso acontecido ¢ as sucessivas getugdes ea mento desis Pasado sei significative. Ea vor que fil, ne es Fisteria® 228%, 8° refere a um tempo mitco ou lendétio. u's wee neo Nistorio elevado a mito (como no caso da epopéia homérica), mn B a atitude propria do narrador primordial, — aquele que 1 8 narrava da radio oral, ow a reeebou da mamta do gun oe 3 Suardou para transmitir a outros narradores que, por sua ver «tee, ‘milssem a outros... Ba voz narradora que fala nos mitos,? lendas, part, 50 bolas ou alegorins ... matéria literéria, em geral, ligada as origens do ho- ‘mem ou de seu povo; ou ligada aos mistérios que transcendem o conhe- cimento humano (0 das divindades). Ba atitude narrativa que revela confianca no poder e valor da Palavra, como perpetuadora dos. grandes Fatos da Vida, onde o etemo se revela, Uma das “novidades” da fiogto mais recente é a tendéncia de recupe- ragio do tempo mitico, do tempo das origens® ... Tendéncia muito signi- ficativa para 0 processo de reinvengéo da Literatura Brasileira em curso nestes tiltimos anos. Embora rara, essa tendéncia também jf aparece em nossa literatura infantil ou javenil atual. 1.2. Atitude do narrador tradicional (de tinhagem novelesca) © narrador coloca-se no mesmo plano de visto que o seu leitor, em elagio aos fatos narrados que, via de regra, pertencém a um passado recente ou entio 2 um tempo perfeltamente reconhecivel como histérico. E uma voz familiar (por vezes intima ou amiga) que procura anular as distdncias entre o-que-aeontece na narrativa e o leitor (ou ouvinte) B a atitude comum as narrativas em 3:4 pessoa, quando o narrador estf fora dos sucessos, mas 20 conti-los, participa emocionalmente deles © tem consciéncia de que hé um leitor viriual que o leré (ou o esti ou Vindo).* B como se Autor e Leitor passassem a ter um segredo em comum, ‘A “distincia épica” € anulada pele familiaridade com que 0 natrador se apossa da matéria narrada e a transmite ao Icitor. Essa atitude jé aparece nas fébulas, apdlogos e contos maravilhosos orientais; na novela de cavalatia medieval’ E a atitude que se divulga nas novelas sentimeatais e pastoris do Renascimento; atravessa a época cléssica em novelas aventurescas ¢ encontra sua forma mais plena © com- pleta no romance romantico. # 2 atitude privilegiada nas narrativas infantis, desde seus primérdios com os contos de fadas © predominante nas “narratives exemplares” que ‘comecam a ser escritas para as criangas, a partir de fins do século XIX, chegando aos nossos dias. % também a atitude comum nas narrativas em 1.4 pessoa, quando o narrador & um eu que v8 de dentro os sucessos relatados, por ser também etsonagem desses sucessos.® Tanto cm 3.% pessoa, como em 1.8, podemos definicla como natural no narrador-participante, Ba atitude que revela seguranga por parte do narrador, om relagio A confianga ¢ atengio que Ihe serio dadas pelo pro- vavel Icitor; e também, em relagéio ao seu préprio conhecimento da ma- ‘éria narrada, E principalmente essa seguranga que tiva contemporanea. ser abalada na altitude narra- st 1.3. Atitudes do narrador contemporaneo Contemporancaniente todas as atitudes vistas acima continuam send assumidas pelos eseritores, de acordo com a intencionalidede wan : permis pls soe 10 com a intencionalidade com que ela. Hé, porém, algumas alteragdes que poderiamos chamar de intensifi cago de cetias atitdes, "Bo caso do" dstaniamente eau ea Qbieto narrado e Icitor. Quebrando a familiaridade ou a intimidede que ‘¢ mpusera, a partir do Romantismo, surge em nosso séeulo, (aes ates a Psicologia behaviorsta que tentou substituir a ffeudians), wae wees gale onde se intensifca a mencionada distancia, Nao se tala, porto ej Sistincia épica™ (propria dos antigos rapsodos). Muito pelo coved” jo leva a exer que essa nova atitude (= que revela um narrador indo, {ie do ponto de vista emotivo ou emocional) tenha resltade dances SGynattador” (que comesou no inicio do século e se intensifcou new cae 30), quando diante da deterioragio dos Valores e das Verdadee a Soue> Gide, até entto respeitiveis, ele jé io se actedta capar ou com dion FE esta divida vaise manifestar em gradagdes de distane despojada da realidade enfocada) ¢ também no estilo Invenerio ey Ae ovo romance francés (tipo “escola do olhar” cada. por Retle ceil 70s anos 50), onde a presengn do nerrador & conscientemente detanciads dos fatos, Embora essas novas atitudes possam ter repercussdo na Literatura Tafantl, ainda no & muito enconundiga, pos deh wed pst di descrigéo sobre a narragio no univeso lierdtio, 0 que Mie em attaente ou adequado & mente infantil Como intencionalidade bésica, pode-se dizer que 0 esforgo do ro rar uma ponta do triingulo: aulor-obra-eitor, deinando tele aiveae Contacto direto com personagens e situagSes. E nesle ‘caro o an a Bes, aso, © narrador gstaria em plano abstrato ou indeterminade, em relagio a0 narrade Con seu leltor virtual ” aloe nal contemporiea, seja para adullos, seja para crianges, “Tal | uma tepresentacdo do real bastante objetiva ¢ despojada dle pormenores inttels, que dio muita agilidade ao ritmo narrative, que € ideal em livros para criancas, 52 Presente principaimente na produgio literéria destinada aos adultos, nos anos 60, — quando a crise do narrador se intensifiea . .. j vai mostrar ‘uma mudanga inegivel nos anos 70, onde voltamos a encontrar uma nova posigio que se caracteriza exatamente por uma nova confianga do narrador em seu préprio poder, como elemento atuante no organismo da nagio. Na producdo ficeional “nova” (isto ¢ inovadora), o escritor volta a se assumir abertamente como narrador,"® ¢ radicaliza uma dimensio ja existente antes: cle préprio, como autor e como pessoa real que é, chega a entrar na narrativa para comenti-la com as personagens ficticias ou com © eitor, Skio bem diversificados 0s processos narrativos criados por essa nova atitude, que podemos chamar de descontrafda, porque 0 aspecto que primeizo toca 0 Ieitor € 0 de um narrador bem humorado, descontrafdo, ‘que pende para a ironia parodistica. — ainda uma atitude fundamental. ‘menie ambigua, © que pode enganar nos leitores “distraidos". Pode pa- secer “alicnada”, quando na verdace, mergulha suas raizes em uma rigorosa eonsciéncia critica, cuja objetividade esté oculta sob um tom Iidico © nao mostra, de imediato, sua grande contundéncia. As obras que revelam tal posigio narrativa sio extremamente diversificadas, do ponto de vista esti- stico ou estruturel (surge também nos varios géneros: ficgio, poesia, tea ‘to © critica) © resultam em escrituras sul-generis. Quanto & Literatura Infantil, queremos crer que, em raros casos de narrativa experimental, pode dar acolhida & esta aiiiude descontraida, pois esta resulta em uma matéria literéria bastante ambigua (ou indefinida, aparentemente, quanto & sua significagio), que sé consegue “falar” as ‘mentes mais maduras ¢ capazes de decodificar o sentido translato de um texto, “Por outro lado, dada a riqueza de possibilidades oferecida por essa atitude descontraida, quetemos cter que 0 seu aproveitamento em obras destinadas is criangas ow & meninada cm geral, seria talvez questio de conscientizagio por parte dos escritores, no sentido de conseguirem unir o descompromisso liidico com o rigorismo erttico que descmboca na par6- dia... Bem manipulada por um espfrito criador e inteligente, esta recente atitude narrativa resultaré, sem clivida, em uma fascinante produgio para esse dificil publico, que € 0 do pequeno leitor. 2, Atitudes do Autor em relagio ao Objeto Narrado 2.1, © Autor vé os acontecimentos (ou 0 objeto) como periencentes 40 passado, jf, concluldes ¢, portanto, abarcados na totalidade de sua signi- icago. Isso quer dizex, sue narrativa estar marcada pela visto de quem 4d conhece de antemio ‘todos os segredos do que se vai passat. J4 co- ‘nhece © prinefpio, 0 meio ¢ o fim dos acontecimentos ¢ assim pode sele- cionar, da realidade global, apenas os aspectos significativos e imprimic uma ordem légica ao telato. Em geral, esta atitide em relagio 20 objeto narrado corresponde & do narrador primordial e & do tradicional. fa mais encontradiga na Literatura Infantil 53 2.2. © Autor v8 os acontecimentos (ou o objeto), no presente, no momento do acontecer ¢, portato, os vé patcislmente: no sebe ainda ue esté realmente acontecendo, mio conhece as conseqtencias das atu goes em processo & por iso, ndo pode selecionar os aspectos mais signk ficativos, nem sugerir o desenlace, para orientar o leilor. a tentative de ctiar no espiito do leitor a ilusio de contemporaneidade e de tuz’-10 par. ticipar dinamicamente do relato. B atitude jé bastante freqiiente ne lite. ratura infanto-juvenil e juveni mais recente 2.3. O Autor vé os acontecimentos (ou 0 objeto) como passadld, mas no tem pleno conhecimento de tudo.!’ Ha zonas de sombra quo ele fenta ou nio “iluminar”.... E a atitude privilegiada das narrativas de mis. tério ou dos romances policiais ¢ também excelente para dinamnizar matéria literéria destinada & meninada, © FOCO NARRATIVO Decorrente das atitudes acima, resulta a natureza do foco narrative (= Angulo de visio, ponto de vista, prisma ou perspectiva), — elemento determinanie da elaboragio da. matéria literiria e corresponde 20 ponta privilegiado através do qual flvi a narracio. (Em termos fotogrifices ou inematogrificos, corresponderia ao “olho” da cfmera), B um elemento téenico de importincia-chave na composigéo da narra- tiva, porque é ele que decide a verdadeira “tonalidade” ou “‘densidade” da coisa narrada e os aspectos que sero iluminados ou que ficario na sombra. Intimeras tém sido as definigées dadas pelos teéricos. Para Todorov, visto ou ponto de vista “refere-se & maneira pela qual os acontecimentos ‘airs. dos so percebidos pelo narrador e, conseqitentemente pelo leitor virtual.” (in Estruturalismo ¢ Poétied) Para Perey Lubbock, “A mais inttincada questo de método, na arte da ficgio, julgo ser govemnada pela questio lo ponto de vista, — a questio concemente & relagio do narrader com a historia.” (in The Craft of Fiction) Simplificando a grande variedade de focos narrativos, pattiremos, aqui, das duas posigées bisicas que vém sendo usadas desde as narrativas pri- mordiais: 0 Angulo de visio do narrador que esti do lado de fora das situagoes narradas ea do narrador que esti do lado de dentro. Ao pri. meiro Angulo de visio, chamamos foco narrative em 3 pessoa (é um'ele que fala); a0 segundo, chamamos joco de 1. pessoa (6 um eu que fala). Essas duas posicdes bisicas, por sua vez, podem assumir particularidades distintas, Entre as principais citamos: FOCO EXTERNO OBJETIVO: Exteno porque 0 natrador s¢ mantém fora dos fatos que estio sendo narrados, e objetivo porque apreende tudo com objetividade, isto é, permancce no’ exterior, sem peneirar na subje. ‘ivldade das personagens. “0 foco em 3. pessoa e nko muda © tngulo 54 is ue narrador de finhagem homérica, & de visio. Corresponde a atitude do nai men, 8 ddo narrador primordial ¢, conlemporancamente, ao narrador de fliagio behaviorita (0 au fina 0 exterior das pervonagens, sua conduta para sugerit sua verdade interior). (Segundo J. Pouillon, seria a “vi fora”.) EXTERNO SUBIETIVO: Externo porque o narradot esti fora a tier st ls Secs areas © mibjrbe targus alah dn usin ‘6 exterior dos sucessos, domina com seguranca 0 dentro das situagies ou das personagens. B em 3. pessoa, Corresponde a atitude do narrador “tradicional” quo se revclou nos romances ¢ novelas medievais, chegou a0 apoge no romance romAntcoe eté ainda tem vivo cm noses ds, Ease onhecimento, caracterstco do narrador oniscente (ambém chamado de “demiuigo” on “criador de mundos”), pode assumir duas formas distintas: inci thee a. Joco de consciéncia ‘otal, quando ela apresenta, 0 pleno cont mento de seu universo literdtio, por dentro © por fora. (Segundo J. Pouillon, setia a “visto por detris”.)4 b. foco de consciéncia parcial, quando o narrador conhece apenas parte do que acontece ¢ se identifica intimamente com uma per- sonagem, que passa a ser uma expécie de eixo, @ partir do qual tudo flui na narrative. O narrador adere a uma personagem que se toma central, ¢ a partir de cujo Angulo de visio as coisas podem set vistas, Como diz J. Pouillon, “E com ela que vemos os ou- tos protagonistas, & com ela que vivemos os acontecimentos nar- rados.” Sabeos'destes ou das demais personagens, 66 0 que a personagem central sabe, pois o narradot se conserva. aderido,& sua visio ou conscigncia# (Segundo J. Pouillon, “visio com”.) A literatura Tnfantil apresenta excelentes exemplos desse £000. FOCO INTERNO OBIETIVO: Interno porque o narrador & um ex ue fal de denro dos fos narrados, por se wna das personagens de gio, 8 objeto porque clo assinte nos acontcimentoso b agio det demas Bersonagens ¢ regia tudo objtivamente (em mergulios na 2008 psi égica). um foco em 1 pessoa, que tenta assumir a posicio de narrador onisciente.1° jue 0 narrador & um ew FOCO INTERNO SUBJETIVO: _Infemo porque 0 f aque esté dentro dos fatos narrados; & subjetvo, porque tudo flui, na nax- rativa, de dentro desse eu.” & o foco privileiado das narrativas confes- sonais ou dos grandes conflitos psicoldgicos. Na Literatura Infantil tem sido usado com excelentes resultados, na revelagio do rmundo interior i fant Desses quatro focos basicos, podem surgir intmeros outros combina. dos entre si, Na ficgo contemporinea, aparece um novo foco, que vale a Pena registrar aqui, © que podemos chamar de “foco dialélice”, FOCO INTERNO DIALETICO: Interno, porque se trata de um ew que fala, de deniro das situagdes narradas.88 Dialético porque sua fala € tum continuo diglogo com uma 28 pesosa (=u ou voc8) que permanece sileneiosa todo 0 tempo (transformando, assim, a natrativa em ‘um longo monélogo ou soliléquio). Entre as varias experiéncias que tém sido feitas nna drea da arte narrativa, essa do foco dialético nos parece das mais fecun- das devido ao espago que ele abre a reflexo do leitor, Embora nao conhe. amos nenhuma experiéncia feita, na Area do infantil ou do juvenil, con esse foco dialético, queremos crer que poderé dar resultados excelentes af esté um desafio aos escritores interessados CONCLUSAO Os teéricos tém salientado a maior liberdade natrativa, decorrente do Angulo de visio em 3. pessoa, ¢ as inevitiveis restrigdes do foco em 1". Mas pela observagio das grandes obras, verifica-se que nao ha angulo me, thor ou pior para a elaboragéo de qualquer narrativa. Ha apenas a melhos ou por adequagdo do foco escolhido aos objetivos perseguides pelo na- rador. Por exemplo, um romance de fundo histérico que, por sua natureza, deve desvendar os mil ¢ um fios que enredam os homens nos acontecimen, tos, dificilmente poderia atingir scu objetivo, se for natrado através de um Angulo de visio em 1.9 pessoa (a nfo ser que o intuito fosse realmente mostrar uma visto parcial dos fatos historicos...), pois nesse caso, 0 nat. rador estazia limitado & sua propria visio individual, parcialissima Por outro lado, uma navrativa confessional que pretenda revelar uma experiacia pessoal ¢ tinica ou desvendar © drama profundo de verte cri. ura, teré no foco ei 1." pessoa uma amplidio muito maior para alingit ais fundo o conflito ou a aventura enfocada, e com maior verossimilhanga, Esse tem sido, pois, © foco privilegiado dos romances psicolégicos ¢ tam. ‘bem da fiegio contemporfinea, na linhe do testemunho pessoal, do depoi- mento individual e tnico, na medida em que o narrador procura dar vor, nfio a uma verdade geral, mas & verdade restrta e falivel de um individao, Ha casos, ainds, em que a escolha desse foco mais timitado € o mais adequado a intengfo de deixar na sombra determinada(s) area(s) que se mantém em mistério. E a beleza ow a essencialidade do texto vel depender basicamente dessa limitagio imposta pela posigo narrativa assumida pelo narrador. (& s6 lembrarmos do romance Dom Casmurro de Machado ce Assis: onde ficaria 0 fascinante mistério da personalidade © condula de Capitu, se Machado nio houvesse usado 0 foco narrativo em 1° pessoa?) A inquietagio do escritor contemporineo, empenhado em explorar as © uma facetas do mundo aberto em que vivemos e as insuspeitadas 56 possibilidades da escritura que deve dar forma a esse mundo, obriga-nos examinar com a maior abertura possivel as inimeras pesquisas que vém sendo feitas com 0 foco. narrativo, Nao poclemos esquecer que uma das uidangas de nosso tempo esté se dando em nossa maneira de ver @ mundo, as coisas, os seres © as relagdes existentes entre eles, Assim € muito natural que 0 narrador contemporineo se empenhe em descobrir novos © mais fecundos ‘ingulos de visio. Deles vio depender nossas novas maneiras de reagir a0 mundo & nossa volta * Os Elementos Estruturantes da Narrativa A AGAO, © elemento bisivo na estruturagio de uma narrativa é a agdio: 0 con junto de fatos ou situagdes que sc organizam para compor a estéria, 0 en= redo, © argumento, o assunto, a fébula, a intriga, ete. (Pela falta de unifor- idade terminolégica entre os varios teéricos que se tm ocupado do pro- blema, aqui usamos todos esses nomes com igual valor: designam 0 “‘con- fetido”, aquilo que se conta na narrativa, As diferengas sutis, que os estu- diosos tém apontado em cada um, nfo coincidem entre sie também néo esolarecem com rigor o fendmeno a que se referem. Dai optarmos por usé-los. como equivalentes.) ianto it forma de concalenagéo dos Jatos para estruturar a ago ou 4 eatin em'ss rato do erat snfant 9 fel = seqiténcia 1égica a obediéncia a uma relagio directa de causa ¢ efeito). A confusio ou profixidade na trama dos fios narratives (que atrei sobremaneira 0 espi- rilo adulto) é inadequada & mente infantil, cuja capacidade de concentragio ‘ou de atenglo é ainda precaria. Daf que a forma do conto seja a ideal para as narrativas infantis, endo, a ago, 0 clemento determinante da estrutura formal da nar- ile sucbcte os pons format tasenliar pp thoes Oran: Te acordo com a maior ou menor complexidade da efabulagio, a estrutura narrativa pode assumir as formas de conto, de novela ou de romance (= as ttés formas biisicas do género ficgio). Juanto mais jovem for o provivel Ieitor, mais simples deve ser a es- tru naratie ds enti On ‘melhor, @ forma narrativa mais adequada para ele € a do conto, Facil € verificar que todas as obras cléssicas para criangas si0 contos: desenvolvem-se em torno de wma agiio central (= wma unidade narrativa) que evolui ¢ s¢ resolve de maneira simples, com poucas ‘agbes secundérias ou complementares, 18 0 caso de Chapeuzinho Vermelho Casko central = 0 perigoso e proibido encontro com 0 lobo); de A Bela Adormecida (agio central = 0 longo sono da princesa ¢ do reino, conforme 57 a profecia); A Gara Borralheira (agio central = a injustiga e a maldade exercida contra a drla bela, boa ¢ indefesa); ete. Hf, porém, tramas mais complexas que também atracm © pequeno Ieitor, desde que a seqléncia das unidades narrativas permanccam jastift cadas por determinado fio condutor. Neste caso a estrutura narrativa toma a forma da novela (= uma seqiitncia de agdes diferentes que tm como elo coordenador um fator comum: uma personagem, um local, ete.). Bo caso dos livros de aventuras diferentes vividas por uma tinica personagem, como em As Viagens de Gulliver; ou como em Alice no Pais das Mara. vilhas, ow em As Mil e uma Noites (cujo fator comum é a Sherazade) Hai, ainda, as estérias que estio centradas em um iinico drama, e tudo © mais que acontece esté intimamente ligado a ele, So as estérias que assumem a estrutura do romance ¢ nfo sio as mais freqlentes na lite- retura infantil, devido & sua natural extensio e maior complexidade na rama, Entretanto, entre 08 clissicos infantis, encontramos algumas estru~ {wras que so aparentam & do romance. B 0 caso de Branca de Neve ¢ os Sete Andes que tom como agio ou motivo central a invefa da madrasta ¢ seu desejo de eliminar Branca de Neve, a quem considerava ‘uma rival. Desse motivo decorrem as virias unidades natrativas: a ordem da rainha. madraste 20 cagador para eliminar Branca de Neve; a ida ao bosque ¢ consegiiente ato de piedade do cacador poupando a vida & menina e aban. donando-a sezinha; seu perambular no bosque até a casa dos andezinhos; eto, ete, até a agio final em que Branca de Neve volta A vida e com isso 2 Virtude vence © © Mal ¢ castigado. Sua estrutura & pois, de romance, pois mostra um universo completo e coerente, onde tudo converge para unt {nico ponto: o confronto entre o Mal (= madrasta) © 0 Bem (~ Branca de Neve). Nessa ordem do idéias, podemos dizer que todos 0s contos de fadas ou contos maravilhosos, que apresentem muitas peripécias até chegar & solugio do drama central, tém uma estrusura de romance. E tanto € verdade que as criangas repudiam tais estruturas complexas, que as adap- tagées dos contos populares, ao serem destinados s criangas, eliminarema ‘a maior parte das petipécias ¢ assim convertendo a estrutura-romance em estrutura-de.conto, No caso do conto (ou formas similares como a fibula, a paribola, 0 apélogo...) a seqiiéncia narrativa é via de regra, linear (os fatos’ se sucedem por ordem cronolégica, ou no maximo em flasheback). Da mes- ma forma acontece com a estrutura-romance, No caso da novela, jé a seqtiéncia cronolégica nfo tem demasiada im- ortincia: os fatos que se sucedem sfio independentes entre si, portanto a seqtiucia temporal nio é decisiva para a compreenstio da eststia. Ta um tipo especial de estratura narrativa novelesca: a estéria-puxa-estéria, que aparece desde as primeiras narrativas orientais. & a estrutura “caixa de surpresa” (em francés, d tiroirs ou en abyme), cujo modelo mais an € 0 de Calila e Dimnas® Ainda hoje é utilizado, pois assemelha-se a ume brincadcira ou jogo, — 0 que tora a narrativa divertida ou misteriosa, 58 Duas caracferisticas que atraem particularmente os leitores (criangas ou adultos). Aparenta-se a essa estrutura (= estéria-puxa-estoria), uma outra bas- tante freqiiente nas cangSes ov contos populares e infantis: ¢ a do motivo inicial que vai sendo repetido ¢ a cada repetigao, crescendo com um novo clemento. Essa estruturacm-cadcia é bastante atraente aos ouvidos, pois resulta em uma longa seqiiéncia de sons ritmados que sugerem movimento, jogo ou brincadeira.#0 Quanto & narureza, a acto narrative pode ser de cardter histérico, mitico, lendétio, dramético, alegre, cotidiano, humoristico, sentimental, he- rOico, aventureiro, etc, ete. 1 tio variada quanto a propria vida, pois é desta que cla parte para a representagio literéria. Concluindo: a actio (que de maneira mais ou. menos evidente repre= senta a ptdpria vida) estrutura-se sempre em torno de uma idéia, um valor, um motivo que dé organicidade e interesso a0 universo por ela criado, perseguindo os possiveis “eixos” da efabulagio que encontraremos a visko- de-mundo ali registrada e que, em iiltima anilise, & a responsivel pelo valor global da obra literdria, A PERSONAGEM Obviamente nfo pode haver ago sem personagens que a executem. Portanto, embora separados por um artificio didatico (a fim de os conhe- cermos com mais objetividade) esses dois elementos estruturais sio inter- dependentes. A personagem ¢, sem divide, 0 elemento decisivo da efabulagio, pois € nele que se centra o interesse do Keitor. Adultos ou criangas, todos nés ficamos presos aquilo que acontece &s personagens ou Aquilo que elas sto, A personagem & uma espécie de “amplficagio” ou do “sintese” de todas as possibilidades de existéncia permitidas 29 Homem ou a condigio humana, “Tanto assim, que a palavra “personagem” é oriunda do termo latino, personae, nome com quo os romanos designavam as mdscaras de ‘madeira usadas pelos atores gregos em sues representagdes tcatrais. Tais Tepresentagies 0 faziam ao ar livre, em imensos anfiteatros, ¢ essas mis caras caracterizadoras secviam nfo $6 para aumentar a figura dos atores, como também para ampliar-lhes a yor ou @ postura. A clucidagiio etimo- légica da palavra “personagem” ¢ importante, na medida em que nos es- que & tombe onion, Coy BONO algo da sog0 nanativa") odo parses do fp mart "ie coat Coo hea a donfhemet an Ban ae Cae aes be cai Stas ee Bec Ss a et tye ne ie Sec a ae Ser fa SS ict ele lon tari fer ag ind gat si pa ae ini det ot ne Srigh Mienmac we om aeeocet ee S ae Peso de conclénces ‘Pela sun Uogedade, fragmentagfo « ruptora de Hmites ate o eal © © imaginado 6 um reouo imadequace f Meader cars eteegs Entrotants, 6 seu prnaipio (= a fagmentato) podaria sorties a ae wary ame ce ae, Apr de, Pye ome eum ten fee indo a Heaio contemporinee.” “Sin, porque dl ntinta fez umm cola cond oe fats coe pelt por tr se deste com um per eon doce hl {Gly Arms quando alo coturnva fing que extava de earl core wos doce’ foe {ta pam se fazer intorestante porn aqucla valla bisa de culo Reetie Sake ensava que tia ela no Belge que munca deo pars née nee ara gue ele a missas para ela © para alma dela grinds mieritel que cnc eae follar qaato vintins pata seu expito mtiado me Omtinds tedbs ae ake ye gom aquela velba felagio dela sobre poten ss vewsers tee Ghee Para alémn’ da fragmentacso Kgica de fea, 0 iogito‘ dle’ pontsacio, como ving, ponio-ovrgulasy posts ual ee 22: | 2 Gomentirio: wm roourso que, se bem explorado, podo ser de grande feito a literatura para criangas, no espicagar o seu interesie’ pela ests mek Entretanto um de seus usos atunls é 0 que vem tendo estudeco. pela Linetes como “metalinguagom”: a palavra quo fala de si mesma, E 9 evo do wemenn Medan dy Se detent Sele: "8 pecs que se dgu qlee burn det istéria, « qual — nfo so exquega 0 leitor — 20 dha gente, 6 ppréclio que se diga que o burrinho desta hishcia extava ‘absclutemento ‘convencide de que, com quefer ser gente, nio estva-querendo © inpostiel 106 ¥ 39. Segundo conceitos contemportneos, estabelecomos no quadeo abaixo as al- ferencingtes entre géneros, formas 0 exptetrs litersias, rlaclondles cows watery da linguagem empeegada por cada und delas © com 0 objeto (ou fonts) da mete Tosti, y | ae ree g.4 s > | ag “38 gees Bal ai lay | Hl nil Bae] 37 [ait a Side eas) 7E | ee iy aes § | of |o8k off ot sake Br ' g 8g £ §5 z & Be h B : Z g al i 4 ‘aad age Els a. gi? od dy 5 aie Rubia) ob i leuldiaatelatd] ae Boia] b. 88 Baha: i & [008] fhotil Als6 FORMAS LITERARLAS Reseaha ‘Anilise de texto g ads in 3 4 Poa | ME] peeers Lae El 4 Hu 4 i Pl i] & 34. No dado M M. Sclineider, um dos home, pelos animal, estcia no fato deo bomen te ailo aner® sono" ‘sempre, osm qualieias Taree” (mutivel, matcarado), eaquanto oan] Sey sem ‘pots alae potivas ou nogaivas contami ous posal Hans Se Se meatlsinco sfsmica, “Por out lady en dete Stn Ode relzada,o= sina ‘om seus graus de completagde oats eo uta a ptt amine) cyeentm a Mensa Sas Bat, Cede Girlot, Dietonéito de Norbete “Animais”). “Obvitmente, nfo testo of seed saigerenberto em nossce dias, 0 conto margedThoeo mostra quo a Fantasia «© a Amaginagio sio essenciais & condigio heme ‘Recentemente, Marina Colasantt publicou'uma coletanea, de onde destacunone Um espho de martin Amashecin o sol 6, estava 0 uniobmio pestendo no jedi da Princesa For entre as flores olhava a jencla do quarto onie ie wak Sages i, Datos enema ade Fink Pequeno plsavn no pinot dogran da eieadara Wnty Jardin, fuga tnienio para 0 exc’ ds feet (Um dis, indo o roi Ze mani cedo visit fika ox seve aposntas, itp, nledino na sot delves. Quero esa hale Pose Smediatamente ordenou a cagad (to Uma 1déia Toda Azul — 1970) Pee, “nnecnsttsieto dor espogoe mirvihowm dos antigos contos. pons Tee een omen Salelo: Era wma oes... gu Hd muito tate, nes sabes pats muito ditante ‘Que costumava fisar 4 indeterminggao da tomo’ do espace cade o maravihono” existe, Alife, com relanéo «esta esonteae fy dos contos maravilhosos ow contos do fad areoo-nos que © “Era mina. ver san eat Sldetel, pois © encotramos emt Terrut, so alouls VIL oatgaais 108 vos fol possvel encontri-la nas narratives orlontais 38; Também da colotinen de Marina Colm, destennos este conto de fdas Fio apée fio Todas as tarde, un torte mais alta do cast de video, Neméxa 6 (Gesniaoxdavamn.” Longo erx'o manta ds sols teases Nemesia © ee ra, na RUM com eu Gable, deomanchvn ao fin de iy RS tia flo, part socomerar no di segues /n/ Be a yee {gor proc Derfisto. ADandorando’ por’ in pera, waiara gf sn ets Corn prveton 9 Gio" pe ee Sma Net po Tata pata tn.” Nem alae een, 9, F0 minar'o ponte ¢ libertar mas tina rora* Deis fend ges (in Uma Tdéia toda Azul, 1970) al 2, Lele gripe de povos do Ung indo-ouopts, indivduaisador poe oles do seta 17a, aan rn nat Ses ei ‘Aesanba, Ne nde eo visa impelids pare a Gli, Eapanha, Way Beeincady Wai Tor volta do séeulo 1, os Colas das Giles 6 Baraat ren es aqua romans, ma nf, or fiados na Gribretnhas onde a pla les Palerom foalecerse medanione a0 senate ea 4 ppuuo de vite tenivelmente A invaato sabniesy dsm fern, riod beliono e heréico, em que se afimou o sentiments de rackcinie “ue? Err a dsapresr) se asa amet? enti A8tio dos bretes. A ‘ste prinitiva opopéle, depot assmadk poly pate Hstriea, remontao nome’ do Hat Artur, benadier do eee cle, eptal,quimércn, tito’ de moreno dovanco de enig ee: seyela também 0) mundo: doe “tor mégieos” que aflonmeseny ons miso: sebmergen © eplito em fina azotian pertindara 'O ounda ee ee Feo ia cones paisa” New fe poy» ils mand pas je emgencion e apopdia tea de. “cangbee do) ga’ Nox a, ma fois, aie des to epi setae ee gee Now ‘que imi tarde Seayal fandit de munces pate, come espiaio do erntaciend oe rang, ante Silo do Graal, ~ celasto medieval (cM. Pelayo, Orgone le Noose Pease 381" Segundo pesquisas de M. Pelayo, a fada mais famosn desso lela brotio &:Mangana, perionsgem bentzzaja quo. continuot apsrccenio am flee Toe eee gram Cute aye space am vrs nove de cvs nents dos tem Pasa por metamotfoses, & Viviens. Originalmente, sage cova ane celts dapis€'e que protege © mge Msn, tom ut Scale ae eae posters reaparece, como une jovem que tents sedusir wn Neda [rides Grabs incamando a lurdriay — maior tabu dos eavaleros andantoy, de fe eta Qytes fate quo muito inflain na tmaginegio dos escrtores fol Meare, nee: {bfelia, por vezes um, ser ambigua: meio anilher, cio serpents, que tor nondan ge pelo clime fers’ do marido. No ste. XIV" sung uss Sonemada (lutie, m0 qual el & a pertouegem ceniza Mista’ de eete ate itzal mulher ‘e inde, exemplar, milgre de bondade © bales, aici Semen amma june figure lends, for'ser apontade am coo “reghty dunes con Lundadore de este dos Lasignaa (ihe fila das nobeas ma Rey” (alls, como prova do que ‘os mor o home encontma », psoas hy lids eldde ‘nats fan ee Procolinent fa barnte goo Te intel, dos tempos histriess, quando o# regres genetlopics con ee ceeeaton Ap atebuicem a un mulher sobrenatind a origem de tenia tute inoe mae a Yond como, superiors demas, ob gen mat ja Se eanteal Vejen no Lioro de Linhagons poriuguts, sr isle de sine os Se Cobre” ov da "Mulhor Marinha”. “A vordade € tu"desde sane’, Dime Mafeseepeew com © enigma das crigens © no pedendo eapletii wrote Mistéro 109

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