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Coleccao Formagao Modular Automovel GASES CARBURANTES E COMBUSTAO da Reparagao At COMUNIDADE EUROPEIA MOPPESSCEPRA/3B. SCs ()CEPRA a FCEPRA Referencias CEPRA Goleccao Titulo do Médulo Coordenacao Técnico-Pedagégica Direccao Editorial Autor Maquetagem Propriedade 1 Edicdo Depésito Legal Formagao Modular Automével Gases Carburantes e Combustéo CEPRA -— Centro de Forma¢ao Profissional da Reparac&o Automével Departamento Técnico Pedagégico CEPRA ~ Direceao CEPRA — Desenvolvimento Curricular CEPRA ~ Nicleo de Apoio Grafico Instituto de Emprego e Formagao Profissional Av. José Malhoa, 11 - 1000 Lisboa Portugal, Lisboa, Fevereiro de 2000 147898/00 © Copyright, 2000 Todos 0s direitos reservados \EFP rs * r * eae eee “Produgao apoiada pelo Programa Operacional Formacao Profissional e Emprego, cofinanciado pelo Estado Portugués, ¢ pela Unido Europeia, através do FSE" “Ministério de Trabalho e da Solidariedade — Secretaria de Estado do Emprego e Formago" Gases Carburantes e Combustéo ‘Derr eT INDICE DOCUMENTOS DE ENTRADA OBJECTIVOS GERAIS. secnsnnnnsinnnnsinnnssnnnneE OBJECTIVOS ESPECIFICOS .. EA PRE-REQUISITOS. CORPO DO MODULO 0 —INTRODUCAO. 1 - SISTEMA DE UNIDADES. E3 1.1 - SISTEMA DE UNIDADES LEGAIS EM PORTUGAL, 14 4.2 - SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES (5.1) 14 1.2.1 ~ GRANDEZAS E UNIDADES DE BASE 12 1.2.2 ~ GRANDEZAS E UNIDADES DE MECANICA.... 12 1.2.3 - GRANDEZAS E UNIDADES DE CALOR. os 14 1.2.4 — GRANDEZAS E UNIDADES DE ELECTRICIDADE E ELECTROMAGNE- TISMO soe 18 41.2.5 ~ PREFIXOS SI 16 1.3 - OUTROS SISTEMAS DE UNIDADES 16 2- COMBUSTAO........ 2.1 - GENERALIDADES SOBRE COMBUSTAO_ 2.2 - PROCESSO DE COMBUSTAO 2... 2.2.1 - PRINCIPIO GERAL DA COMBUSTAO... 2.2.2 - TEMPERATURA DE INFLAMAGAO. 2.2.3 - ELEMENTOS CARACTERISTICOS DA COMBUSTAO. 23 2.2.4 - MECANISMOS DE PROPAGAGAO DA COMBUSTAO 24 2.2.5 ~ TEMPERATURA DE CHAMA E VELOCIDADE DE PROPAGAGAO DA CHAMA vo 27 2.3 - MISTURA AR/COMBUSTIVEL ...sn:nsnnssennnnnnnnnnn 2.10 2.4 - PRODUTOS DA COMBUSTAO. . 211 213 2.5 - RENDIMENTO E BALANCO TERMICO ..... 2.5.1 - GENERALIDADES..... 243 2.5.2 - POTENCIA INDICADA, oe 2.13 2.8.3 - POTENCIA EFECTIVA sssssnnnnonnninnnnninnnn 2.15 2.8.4 - POTENCIA ABSORVIDA POR ATRITO E RENDIMENTO MECANICO .....2.15 2.85 - PRESSAO MEDIA EFECTIVA 247 2.56 - RENDIMENTO 2.18 3 - CARACTERISTICAS DOS GASES COMBUSTIVEIS. 3.4 FCEPRA oie eek 3.1 - DEFINIGOES BASICAS DE FISICA E QUIMICA. 34 3.1.4 - DENSIDADE... a connnnsnnnnnnsnnsns 3.1.2 - PRESSOES RELATIVA E ABSOLUTA vocorsnnnsnsnsinnns 8 3.1.3 - TEMPERATURA. 33 3.2 - INTRODUGAO AOS INDICES DA MECANICA DE FLUIDOS. 38 3.3- CAUDAL. 36 3.4- ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO. son 38 3.5 - NUMERO DE REYNOLDS oo son 38 3.5.1 - UNIDADES E MEDIDAS DA VISCOSIDADE senna ST 3.6 - PERDAS DE CARGA 38 3.7 - PODER CALORIFICO 38 3.8- INDICE DE WOBBE 3.10 3.9 - QUADRO DA COMPOSIGAO DOS GASES COMBUTIVEIS 3.10 3.10 - ODORIZAGAO. an 3.11 - FAMILIA DOS GASES COMBUSTIVEIS an 3.11.1 - GASES DA 1" FAMILIA “ senna BAZ 2.11.2 - GASES DA 2* FAMILIA 3.13 3.11.3 - GASES DA 3* FAMILIA... sonnei 8B 3.12 - PRESSOES DE SERVICO. 3.14 3.13 - RELACAO PRESSAO/TEMPERATURA (TENSAO DE VAPOR)...........3.15 4 - UTILIZAGAO DO GAS DE PETROLEO LIQUEFEITO E DO GAS NA- TURAL COMO COMBUSTIVEIS DE VEICULOS AUTOMOVEIS 4.1 - ESQUEMA GENERICO DO SISTEMA GPL... sn 42 4.2 - GAS NATURAL PARA VEICULOS. 43 4.2.1 ESQUEMA GENERICO DO SISTEMA GNV 43 4.3 - TRANSPORTE, ARMAZENAGEM E UTILIZAGAO DO GPL... 4a 5 - CUIDADOS NA UTILIZAGAO E ARMAZENAGEM DO GPL 5.1 - MEDIDAS DE SEGURANGA PARA FUGAS DE GAS 53 BIBLIOGRAFIA.. DOCUMENTOS DE SAIDA POS -TESTE CORRIGENDA DO POS -TESTE. Gases Carburantes e Combustao aa AQ CEPRA [Sige 55 SE coe a DOCUMENTOS DE ENTRADA Mourrain ate OBJECTIVOS GERAIS E ESPECIFICOS No final deste médulo, 0 formando deveré ser capaz de: OBJECTIVO GERAL OBJECTIVOS ESPECIFICOS ACEPRA tos cases FCEPRA PRE-REQUISITOS COLECGAO FORMACAO MODULAR AUTOMOVEL Canes do Wareomro Toccoa on So] consign ||,Comonnte of || tos dette os tnstaigao crea | |S! Se A ee ecaaes |] su Manan ‘re itegaiim, | [eta ierei] [coma ‘sedor ocane cccoatiaarss||crisqae|| reenact |] cimusas || Cancer an | |emace Ament Acwpcmecone || nee ne ‘oom or | eeteroce 4 . ae Tiowrese || mmertagaoneset || atmertrao por || sets aetna || Samm Caan : ‘anoint Coerdae stramscde |] trou, Faise vacrose || SMTA |] stereo sctmsimminto |] § cn Fre || roca ‘ince oa sitenas do || siteaedecanone|| emonigamecaiae|| sewmaese || stoma ce rnngen| Sanne eTgen sequangaronva || ""ssegunnes || "seven || Frama Teka “toque Satan nese ‘ecimyd | Se stp] [ Serene tin] eeaaoraeave]| semen Necincne Aste ‘sou Funconares| | 8 TConscionase |] Separate Canine | [nto Earn rrmcrte|| sneme anecan] [Em= Poo] ‘Den ference | oe Conant snore || Sa “Decrees | | .Dezatwonse Tao Tne ‘nateaocaresce || Repurctoem || rerwertoen |! peaessman || Mamteneto |] 5 Eleapes Cysts || Stra com Sto] | Seton Estee reareace aaa recone Ssccmnac "|| Reontwpencr.|| Emipensacar ||‘ scar || Zageqme || Ppa aac Ran Coe Procrsce de eo] es Tweens || PRON oe ‘riagene pole eso Mimameaoce || Mert |) reranenas Man er roars ccm OUTROS MODULOS A ESTUDAR Imwoawaaoee || oesenho Técnico || Matematica citui)|] FOAL ONEI® || organza Oca Gases Carburantes e Combusto, £3 TN CORPO DO MODULO jon ke 0 -INTRODUGAO ‘A necessidade de encontrar combustiveis alternativos ¢ menos poluentes tem sido mais evidente na ultima década devido ao aumento dos problemas relacionados com a poluicao atmosférica, por exemplo ao nivel da satide humana. A.utilizagao do GPL nos automéveis tem evaluido, em todo o mundo e também em Portu- gal, de forma acentuada, exigindo a formagéo e aperfeigoamento de técnicos com conheci- mentos nao s6 de mecénica, mas também dos aspectos associados a mudanca de com- bustivel. ‘Assim, torna-se necassario dominar diversos conceitos relacionados com os sistemas de unidades, a combustdo e os gases combustiveis, de modo a melhorar 0 nivel de actuagao dos referidos técnicos. SCEPRA Siee i 1 - SISTEMA DE UNIDADES A existéncia de pesos e medidas universais, como as que existem nos nossos dias, & de grande importancia a nivel econémico. & facil imaginar ao caos em que se transformariam as trocas comerciais entre paises, se cada um adoptasse um sistema de medidas proprio. Medir € um processo que nos permite atribuir um numero a uma determinada propriedade fisica como resultado de comparagbes entre quantidades semelhantes, sendo uma delas adronizada e adoptada como unidade. Por outro lado, antes de efectuar uma medigao devemos seleccionar uma unidade para cada tipo de grandeza a ser medida. 1.1 - SISTEMA DE UNIDADES LEGAIS EM PORTUGAL Portugal encontra-se entre os paises signatarios da Convengéo do Metro e tomou obrigato- fio © uso do Sistema Internacional (Si) em 1983, estando actualmente em vigor 0 Decreto- Lei n® 238/94 que aprova, entre outros aspectos, os nomes, simbolos e definigbes de base. Nos nossos dias, a metrologia nacional esté @ cargo do Instituto Portugués da Qualidade (IPQ), cuja aceéo abrange os aspectos cientificos (padres nacionais das unidades de me- dida), industriais (calibra¢ao dos padrées de referéncia dos laboratérios de calibrago in- dustrial) e regulamentares (operacdes de controlo metrolégico de instrumentos de medi- 0). Como reforgo ao sistema de metrologia existem também organismos de verificagao metro- logica, como sejam entidades publicas ou privadas devidamente acreditadas em dominios especificos, as quais é concedida, pelo IPQ, autorizagao para 0 exercicio de actividades de verificagéo metrolégica 1.2 - SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES (SI) © Sistema Internacional de Unidades (SI) foi aprovado pela 11° Conferéncia Geral de Pe- sos e Medidas (CGPM), em 1960, que actualizou 0 entdo denominado Sistema Métrico, cri- ado pela Convengéio do Metro, em 1875. Nas iltimas décadas 0 SI foi sendo actualizado, acompanhando a evoluco tecnolégica, ‘A norma internacional ISO 31, designada por “Quantities and units” (Grandezas e unida- des), & constituida por 14 partes, especificando para as diferentes areas em que esta divi- arene _ Gases Carburantes « Movement ts dida, quais os nomes simbolos das grandezas e unidades, assim como os factores de conversao, quando considerado necessério. 1.2.1 - GRANDEZAS E UNIDADES DE BASE Atabela seguinte ilustra quais as grandezas e unidades de base utiizadas no sistema mé- trico. Comprimento metro m Massa quilograma kg Tempo segundo s Intensidade de corrente eléctrica ampere A ‘Temperatura termodinamica kelvin K Quantidade de matéria mole Intensidade luminosa candela cd Tab. 1.1 ~ Grandezas e unidades base do sistema métrico, As definigdes de algumas das unidades SI de base sao: 1.2.2 - GRANDEZAS E UNIDADES DE MECANICA De acordo com a norma ISO séo indicadas de seguida elgumas das grandezas e unidades Uteis & acgao de formacao e ao desempenho profissional. Area, superficie Metro quadrado Volume Metro ctibico ‘Caudal (em massa) odo por Caudal (em volume) Perea Mas" Periodo ‘segundo: s Frequéncia Hertz (s") He \Velocidade (linear) ‘Metro por segundo Ms* Aceleragao (linear) seg ieee ado Ms? Densidade relativa ou massa voltimica relativa Poténcia Metro cubico Coeficiente de atrito Pressao Pascal (N.m*) Pa") Massa voltimica Quilograma por Kam? Fig. 1.2— Grandezas e unidades de mecanica (©) Um submattiplo do m*,utlizado frequentemente & (*) E admitido 0 uso do bar (bat), como miltiplo do Pa (1 bar = 10° Pa) As definigdes de algumas das unidades SI de mecanica sao: (,L), sendo 11= 10% m*. SACePRA it ie Existem alguns conceitos que so utlizados na mecanica e que significam: 1.2.3 - GRANDEZAS E UNIDADES DE CALOR De acordo com a norma ISO sao indicadas de seguida algumas das grandezas e unidades iteis & acgao de formagao e ao desempenho profissional Intervalo ou variagdo de temperatura |g, KEN. oes Calor, quantidade de calor joule J Capacidade termica Joule por kelvin Jkt Capacidade térmica massica Joule por kelvin UK TKg* (antes chamada calor especifico) | Por quilograma Coeficiente de dilatagao linear 1/ kelvin K Coeficiente de dilatag&o voliimica 41 kelvin kK Energia interna joule J Entalpia joule J Entropia Joule por kelvin aK Tab. 1.3 Grandezas e unidades de calor () A unidade de temperatura Graus Celsius (°C) nao é S.l. (Sistema Internacional de Unidades).. CACEPRA Sistema le Unidas As definigdes de algumas das unidades de Calor no SI sao: Esta grandeza s6 esta completamente definida quando se especitica 0 tipo de tmasfroma- (0, por exem*lo transformagao a pressao constante ou a volume constante mudanga Exemplos: Calor especifico, a volume constante - Cv Calor especitico, a pressao constante - Cp 1.2.4 - GRANDEZAS E UNIDADES DE ELECTRICIDADE E ELECTRO- MAGNETISMO- De acordo com a norma ISO so indicadas de seguida algumas das grandezas e unidades Uteis a acco de formagéo e a0 desempenho profissional. Carga eléctrica (quantidade de electricidade) | coulomg c Potencial eléctrico volt v Diferenga de potencial, tens8o volt u Capacidade eléctrica farad F Resisténcia eléctrica ohm Q Impedancia ohm Q Forca magnetomotriz ampere A Tab. 1.4~ Grandezas e unidades de electricidade e electromagnetismo FCEPRA 1.2.5 - PREFIXOS SI Os prefixos servem para designar certs mulltiplos e submultiplos decimais, ‘So indicados alguns prefixos mais frequentes: Sistema de Unidades Maitiplos ‘Submultiplos _ Giga = 10° Deci= 107 Mega = 10° Centi= 10 Quilo = 10° Mili = 10° Nota: 10° = 1.000 000 10?= | =001 100 1.3 - OUTROS SISTEMAS DE UNIDADES ‘A adaptacao do SI nao impede a utllizacdo de outras unidades, tanto nos paises de base meétrica (paises da Europa, excepto Gré-Bretanha, maioria dos paises da Asia, ...), como nos paises anglo-sax6nicos (América do Norte, Gra-Bretanha e paises da Commowealth), O proprio diploma legal portugués ja referido (Decreto-Lei n® 238/94) admite a utilizagao de outras unidades de medida, por exemplo em dominios especializados, como a navegacao maritima e aérea Algumas destas unidades s40 reconhecidas pelo Comité Internacional de Pesos e Medidas (CIPM) € estso expressos numa norma internacional ISO. Outras unidades de mecanica, n8o baseadas no Si, mas utlizadas na pratica, so indica das na tab.1.5, 16 Gases Carburantes e Combustéo AQCERRA © TEE ee eS Massa Libra-massa (Ib) 1b = 0,454 kg Forga Libra-forga (Ib) 1 ibf=4,448N Libra-forga por polegada | 1 Ibf/in2 = 6 694,8 Pa Presséo a 2 Ao quadrado (Ibf/ in’) (") | 1 Ibt /in2 = 6 894,8 x 107 bar Tab. 1.5 ~ Grandezas expressas em unidades que nao s4o métricas, e respectivos facto- ‘es de conversdo para unidades do sistema métrico (*) Por raz6es de simplificagao esta unidade aparece também escrita na forma Ib / in? e psi Qcerra TE aaa 2 - COMBUSTAO 2.1 - GENERALIDADES SOBRE COMBUSTAO Do ponto de vista pratico um motor de combustéo intemia é uma maquina em que se obtém trabalho & custa de um combustivel, seja este gasolina, gasdleo, GPL ou Gas Natural. ‘Como sera estudado em detalhe, para ocorrer uma reacedo de combustéo & necessario, além do combustivel, oxigénio em quantidade suficiente para alimentar a combustdo e criar condig6es par infiamagao (ignigo). Resulta desta reaccdo a libertagao de calor @ de produ- tos (gases) da combustdo para a atmostera. (© estudo e conhecimento da combustao e respectives gases emitides pelos veiculos apre- sentam aspectos importantes: 2.2 - PROCESSO DE COMBUSTAO Uma definigao simples de combustéo: Esta reacgao pode ocorrer ao ar livre, por exemplo uma vela a arder ou o queimador de um fogao a gas, ou num melo fechado, caso do motor de combustao interna. Para qualquer dos exemplos referidos a reacc&o quimica ¢ semelhante, embora os combustiveis e a for- ma de provocar a combustao possam vari LQorrs iio TTT 2.2.1 - PRINCIPIO GERAL DA COMBUSTAO De notar que @ combustéo € um processo que liberta calor, sendo este aproveitado para produzir trabalho que é utiizado para mover os veiculos automéveis. O estudo da combustéo faz uso do principio da termodinamica e além disso, utiliza a lei da conservacao da massa que pode ser enunciada da seguinte forma: ‘A matéria nao poder ser destruida nem criada, ou seja em qualquer reacgao quimica a quantidade de matéria, medida regra geral em termos de massa, existente antes e depois da reacedo é igual A fig.2.1 representa o principio geral da combustio, sendo indicados os céloulos eu so is efectuar com os dados da combustao. Caoulo da composigso dos produtos da com bustdo. faisca (ela de i ignicdo) combustvel Produtos da combustio Céculo da temperatura COMBUSTAO FERRE + teorca da combusio ‘comburente | Lei da conservagao da massa Balangos © rendimen- ts Fig. 2.1 - Principio geral da combustiio 2.2.2 - TEMPERATURA DE INFLAMAGAO, ‘S40 necessarias duas condigbes para se verificar a combustéo de um gas: De assinalar que a temperatura de auto-inflamagao varia quando se faz variar as propor- ‘96es relativas de combustivel e de comburente e contrariamente ao que se possa pensar esta temperatura nao é minima para a composigao estequiométrica, No caso das misturas de oxigénio € gas a temperatura de autc-inflamagao € inferior & das, misturas de ar e gas. Os valores das temperaturas de auto-inflamago de diversos gases puros, indicados na ta- bela 3.1 so 08 valores mais baixos obtidos pelos diferentes métodos de determinagso desta temperatura, Butano (C‘H") 280 420 Propano (C:Hs) 470 480 Etano (Ce) - 490 rogenio (Hz) 560 870 Metano (CHs) 535 580 Monéxido de carbone (CO) 590 610 Tab. 2.1 - Temperaturas de auto-inflamagao 2.2.3 - ELEMENTOS CARACTERISTICOS DA COMBUSTAO No estudo da combustao de um gs as principais caracteristicas a considerar so: ers iT As condigdes de referéncia devem ser sempre definidas, pois podem vari- ar. Nos paises da Europa continental, incluindo Portugal, sao: O limite de inflamabilidade do butano é de 1,7% e é designado por Limite Inferior de Explo- sividade (LIE), sendo utlizado nos aparelhos detectores de fugas de gas para este tipo de gas. 2.2.4 - MECANISMOS DE PROPAGACAO DA COMBUSTAO, Quando ocorre a inflamagao de uma mistura gasosa combustivel através de uma fonte de igni¢do, a inflamagao propaga-se a uma velocidade que depende da composicao da mistu- ra, da temperatura, da pressao, do estado de turbuléncia e por vezes das dimensdes da ca- mara de combustao. ‘A propagagao pode realizar-se segundo dois mecanismos principais: Dum cs A fig. 2.2 ilustra estes dois mecanismos, estando representado em ordenadas a distancia percorrida pela chama em fungso do tempo (t) Distancia percorrida pela chama Movimento uniforme a volocidade reduzida (oftagrago) Detonagéo Movimento tuutento ~~ Gefisgragtc) Fig. 2.2 — Mecanismos de propagago da combustio no interior de um tubo ‘A detonagao, como mostra a fig. 2.3 propaga-se por intermédio de uma onda de choque que a sua passagem provoca uma brusca compressa das camadas gasosas, originando a auto-inflamagao da mistura ‘A velocidade de propagagdo de uma detonagao & muito elevado, apresentando valores en- tre 1 @ 6 km por segundo, consoante a natureza da mistura gasosa. valor da pressao na frente da onda de choque é da ordem de 20 a 40 bar. me een os = i t Fig. 2.3 — Detonagdo no interior de um cilindro de um motor de combustao intema (© mecanismo de detonagao s6 pode ocorrer se a proporgao combustivel/carburante estiver compreendida entre os limites de detonabilidade, que s40 mais apertados que os limites de inflamabilidade definidos anteriormente Este mecanismo de propagago da combusto néo ocorre normalmente durante o funcio- nramento dos motores de combustéo interna dos veiculos automéveis, mas devido a diver- ‘sas causas pode acontecer de um modo muito localizado e por curtos periodos de tempo. ors Ss oe RR ERERRIT! Algum dos factores que afectam a ocorréncia de detonag&o intrinseca, ou seja a que se pode associar a parémetros caracteristicos do motor) so: Caracteristicas do combustivel - a tendéncia anti-detonante de um combusti- vel 6 quantificada por meio de testes normalizados (por ex. nos EUA pela A.S. T.M. American Society Testing and Materials), para cada tipo de combustivel. parémetro utilizados & 0 n° ou indice de octano € 0 n° de cetano do combus- tivel, respectivamente para o motor Otto e Diesel. As caracteristicas anti-detonantes de um combustivel podem ser alteradas, em geral de um modo no proporcional a relagao da mistura, por: Condicées da mistura. Instante de ocorréncia da igni¢ao / injec¢ao — a eliminagéo da detonagao & possivel se actuarmos no avango da ignigéo/injeceao, de modo a atrasé-lo. ‘Além dos factores que afectam a ocorréncia de detonagao intrinseca antes referidos, po- dem existir causas extrinsecas, ou seja aquelas que nao estao directamente associadas a parametros do motor, sendo assim, até certo ponto, “imprevisiveis". Na prética, as causas intrinsecas e extrinsecas podem ocorrer simultaneamente e interagir. Todas as causas extrinsecas de combustéo anormal ocorrem devido @ ignicao superficial que pode ter origem em duas situagdes: Localizagao dos pontos de ignicao, nomeadamente nos casos de: Que (ERED Instante de ocorréncia da ignigto estranha relativamente @ normal (provocada por falsca/ injeceéo), nos casos de: ‘© mecanismo de deflagragao pode ser explicado por duas teorias: 2.2.5 - TEMPERATURA DE CHAMA E VELOCIDADE DE PROPAGACAO. DA CHAMA (NOVO) ‘A temperatura tedrica de combustéo 6, por definigao a temperatura maxima que é possivel cobter com um combustivel Esta temperatura pode ser calculada para as misturas de ar ou oxigénio com um combusti- vel. Na tabela 2 apresentam-se os valores da temperatura teérica de combustéo dos principais gases, calculadas pelo método referido. Butano (CaHr0) 1960 2790 Propano (CsHs) 1950 2800 Etano (C:He) 1940 2780 Hidrogénio (Hz) 2080 2750 ‘Metano (CH.) 1940 2760 ‘Monéxido de carbono (CO) 2100 2640 Tab. 2.2 - Temperaturas tedricas de combustao As temperaturas tebricas de combustdo sao influenciadas por diversos factores: De um modo geral a temperatura de combustao é maxima quando a mistura é ligeiramente mais rica do que a relagao estequiometrica. Em relagao a temperatura inicial da mistura, 0 pré-aquecimento da mistura provoca 0 au- mento da temperatura de combustdo, Por outro lado, a adi¢ao de inertes, caso do azoto (Nz) e do didxido de carbono (C02), pro- voca o abaixamento da temperatura de combustao. © conhecimento da velocidade de combustéo, ou seja, da propagagao da chama, é de ‘enorme importancia para a utilizag8o dos gases combustiveis, mas a determinaco precisa desta velocidade apresenta dificuldades experimentals, pols os resultados obtidos variam ‘com © método utilizado. A tabela 2.3 indica, varios valores da velocidade da propagagao de ‘chama da combustao de varios combustiveis, CRPRA [SRI Aee eR aa EERE Hidrogénio (Hz) 267 Monoxido de carbono (CO) 45 Butano (CcHo) 40 Propano (CaHe) 4 Metano (CHy) 36 Tab, 23 Velocidade de propagagao da chama Método do tubo (ar total do cone luminoso) Diametro do tubo: 0,8 em. Pressao atmosférica: 1.013 mbar. ‘Temperatura da mistura ar-gas: 25°C. No estudo experimental da velocidade de propagagao da chama encontrou-se a influéncia dos seguintes factores: Para cada um destes factores refere-se de seguida e sucintamente, de que forma é influen- ciada a velocidade de propagacao da chama. No que se refere as propor¢ées de combustivel e de comburente verifica-se que por ‘exemplo nas misturas ricas em propano a velocidade de propagagao atinge minimos de 10 cm/s, enquanto nas misturas pobres os valores minimos 840 pouco inferiores a 30 cm/s. Anatureza do combustivel tem uma influéncia importante, tendo-se verificado que os hi- drocarbonetos saturados tém velocidades de propagagéo inferiores aos hidrocarbonetos nao saturados e, para estes a velocidade aumenta medida que 0 nlimero de ligagbes du- plas e triplas aumenta DeEPRA 9) ooo eTmT Em relagao ao comburente, verifica-se que a presenga de gases inertes, como 0 azoto, nas misturas combustiveis, provoca a diminui¢ao da temperatura da chama, pelo que a ve~ locidade de propagacéo também diminui, A combust&o muito mais rapida quando o ar substituido por oxigénio como comburente. © aumento da temperatura inicial ou de pré-aquecimento da mistura provoca o aumen- to da velocidade de propagagso. A influéncia da pressdo da mistura gasosa sobre a velocidade de propagagao ainda néo esta completamente determinada, mas aceita-se como valido que para presstes da ordem de 0,1 a 1 bar, as velocidades elevadas (80 a 200 cvs) so independentes da presséio. ‘A passagem do regime laminar para o regime turbulento produz 0 aumento da espessura da frente e a partir de determina intensidade de turbuléncia, a chama torna-se ruidosa. 2.3 - MISTURA AR/COMBUSTIVEL A elacdo estequiométrica € a razéo, em peso, entre o ar e 0 combustivel, necessaria & mis- tura te6rica ideal para se conseguir uma combustéo completa. De seguida, através da utllizagaio das equagées basicas da combustio, sera calculado 0 va- lor desta relaco para o caso do butano puro, que é o principal constituinte do GPL utilizado ‘como carburante. a) Dados de partida ) Equacio da reaccto de combustdo: Own [iii Nota: Nao sao considerados os restantes componentes do ar, nomeadamente 0 azoto por- que nao reagem com o combustivel. ¢) Célculo da relagao ar/ combustivel: Da equagéo da reacgéo, em termos de massa, temos: Ou seja, 58 g de C,Hioreagem com 208 g de O2, dando origem a 176 g de COz€ a 90 g de H.0. O que é equivalente a: Isto significa que para se realizar a combustéo de 1 g de butano (C4Hic) € necessario 3,59 g de oxigénio (02) ‘Como 0 oxigénio constitui cerca de 23% da massa do ar, podemos calcular a quantidade de ar necessario: Para realizar a combusto de 1g de butano (C,H) & necessario 15,69 de ar, sendo esta a relagdo estiquiometrica do butano, ou seja, a relagdo de butano/ar para realizar uma com- bustéo completa 2.4 - PRODUTOS DA COMBUSTAO Recordando o que jé foi referido anteriormente, numa combustéo completa, ou seja quan- do a mistura é estequiométrica os produtos da combustdo resultantes so: DUM LICE No entanto quando existe excesso de ar diz-se que a mistura 6 pobre e que 2>1 Quando ha excesso de combustivel diz-se que a mistura é rica e que h<1. © factor 2. (lambda) ou coeficiente de excesso/defeito de ar, é a proporgdo que exciste entre ‘a relago arfcombustivel com 0 qual 0 motor esté a admitir € @ relacdo teérica ar! ‘combustivel com a qual deveria trabalhar para que a combustéo fosse completa Relagao ar/combustivel admitida Relagao estequimétrica a No entanto para se obter uma combustao completa é necessario que exista ar em quanti- dade suficiente, nos varios pontos onde ocorre a combustéo. Quando esta condi¢&o ndo é respeitada os produtos da combustéo contém monéxido de ‘carbono (CO) que ¢ um gas t6xico, inodoro e em determinadas concentrages pode ser le- tal contendo também hidrocarbonetos nao queimados (Hc's). No caso de uma combustio se realizar com excesso de ar & necessério verificar que a combustdo nao produz depésitos de carvao, ou seja, combustivel que devido a chama da vela nao se ter propagado nao foi queimado. Num motor que funciona a baixa rotagao sem carga, a borboleta do carburador esta pratt camente fechada e a presséio de aspiracao € de 0,3 bar, sendo a pressao na camara de combustao de 1,1 bar, ou seja a pressdo dos gases de escape ¢ aproximadamente igual & pressao atmosférica. A medida que se abre a borboleta do carburador as diferencas de pressao diminuem e re- duz-se a diluigao da mistura, ou seja a mistura toma-se rica, aumentando a possibilidade de contacto do combustivel com o ar. Com rotagbes médias e velocidades de cruzeiro & fundamental obter-se a maxima economia de combustivel, sendo necessario que a mistura seja eventualmente inferior a estequiométrica. Com a rotagdes elevadas € normal que se atinjam valores de poténcia elevados e a mistu- ra sera mais rica, com as seguintes vantagens: Dom Ree 2.5 - RENDIMENTO E BALANGO TERMICO. 2.5.1 - GENERALIDADES ‘A poténcia desenvolvida ou produzida no interior dos cilindros nao é integralmente transmi- tida 20 veio do motor, porque uma parte dela & absorvida pelas resisténcias passivas ou perdas por atrto dos érgéos méveis do motor. Devemos considerar trés tipos de poténcia: Verificam-se as seguintes relagdes entre os diferentes tipos de poténcia: ‘ou 0 que ¢ equivalente a: A poténcia indicada é a poténcia fornecida ao motor e determina-se através da area do ci- clo, e mede o trabalho realizado pelo gas no interior do cilindro durante um ciclo. A poténcia efectiva obtém-se medindo com um freio dinamométrico 0 trabalho no veio do motor. A ppoténcia absorvida pelas resistencias passivas ou atrito produzido pelas pegas moveis do motor, mede-se por meio de uma fonte de poténcia externa fazendo girar o motor sem ve- las. 2.5.2 - POTENCIA INDICADA A pressao média indicada, (Pri) € 2 ordenada média do ciclo indicado, igual ao quociente entre a area do ciclo e 0 volume de um cilindro ou cilindrada unitaria. Embora a pressao média no se mantenha constante ao longo do ciclo, vamos considera- la como tal para simplificagao dos caiculos. SAD CEPRA hist asi aa aOR Ramanan Num diagrama p-V, a area compreendida entre A - B°- C - D - A® representa o trabalho uti realizado pelo fluido activo. Se sobre a base do diagrama tragarmos um rectangulo A, B,C, E cuja area seja igual 8 do ciclo, a altura do rectangulo representara a presséo média (pm). Fig. 2.4— Ciclo de OTTO simpiificado Ve~ Volume cémara de combustéo Vj ~ Cilindrada por cilindro Designando a pressao indicada por pi, @ poténcia indicada é facilmente calculada e cor- responde a poténcia desenvolvida pelo fluido activo no interior do cilindro. Sendo (D) 0 diametro do émbolo e (C) percurso do mesmo, o valor da forga total (F), que actua sobre o émbolo é: E 0 trabalho realizado por essa forga € Cr /S ST Sendo nD? igual a cilindrada Vp de um cilindro, temos que o trabalho realizado pela 4 forga F & dado por: Para calcular a poténcia indicada basta muttiplicar 0 trabalho realizado durante um percur- 0 pelo n° de percursos iteis efectuados na unidade de tempo. Como no motor a 4 tempos, 0 ciclo se realize em duas voltas completas do eixo do motor, se n for 0 nlimero de rotagées por minuto do motor ¢ (i) for 0 n? de cilindros, sendo a cilin- drada total V = Vp x i), ento pode-se determinar a poténcia indicada, P,, que dada por: 2.5.3 - POTENCIA EFECTIVA A poténcia indicada é aquela que depende do fluido operante no interior do cilindro. Mais, interessante do ponto de vista pratico ¢ conhecer o binatio disponivel e a poténcia gerada por esse bindirio, ou seja a poténcia recebida pelo motor. ‘A poténcia efectiva ou poténcia de freio & aquela que ¢ gerada pelo bindrio do motor dispo- nivel, e é assim designada por ser medida por um freio que se opSe ao movimento do mo- tor (freio de Prony). 2.5.4 - POTENCIA ABSORVIDA POR ATRITO ‘A poténcia absorvida pelos resisténcias passivas ou por attito (Pa), é utiizada para vencer 08 aititos entre as pegas mecénicas em movimento, para efectuar 0 trabalho da aspirag3o ‘© compress&o do fluido actuante e para accionar os varios grupos de equipamento acesso- rios, como a bomba de agua, de éleo, de combustivel, ventiladores, etc. Dada a diversidade de perdas neste sistema complexo € dificil determinar com exactidao 0 seu valor. Mas pode obter-se 0 seu valor pela diferenga entre a poténcia indicada (Pi) e a poténcia efectiva (Ps): DPM COON Indicam-se de seguida alguns dos factores que contribuem para as perdas por atrito, assim ‘como as ordens de grandezas das perdas: E mais facil medir 2 poténcia efectiva num banco de ensaio de motores ou com um freio di- namomeétrico, depois suprime-se a ignigéo no motor e usa-se o dinamémetro para leva-lo ‘as condigées mais proximas dos anteriores. A poténcia desenvolvida pelo freio dinamomé- {rico com motor eléctrico é a poténcia perdida por atrto. Rendimento mecanico de um motor ¢ obtido pelo quociente entre a poténcia efectiva e de potencia indicada: Que representa um indicador da poténcia perdida por atrito. Um dos processos praticos a calcular a poténcia indicada é medir a poténcia efectiva (Pe) normal e depois (Pe") que se ‘obtém eliminando a combustao num dos cilindros. Como as perdas mecanicas sé cons- tantes a diferenca (P. - Px) dé-nos a poténcia indicada do cilindro. No motor com (i) cilin- dros, temos que: A poténcia absorvida sera: Dcerra Essen © valor do rendimento mec&nico total m € obtide com o valor de binario maximo e variar& entre 0s 80% @ os 90%. 2.5.5 - PRESSAO MEDIA EFECTIVA A pressao média efectiva pode ser considerada como a soma de duas pressSes médias hi- potéticas: a presséo média pp necessaria para vencer as resistencias passivas e a presso efectiva, produtora de trabalho efectivo do motor. age ecnenerso( Podemos calcular a poténcia efectiva (P,): E fazendo Pind - im = Per temos a expresso da poténcia efectiva em fun- Ao da cilindrada total, V, da pressao média efectiva, pe, e do numero de rotagées por minuto do motor, n: ern (hh as Relagaode | pemaxima Combustiveis Compressao (bar) Normal 6588 75285 Gasolina Super 252105 gait Motor normal 650105 8210 Combustivel especial de aviagao (105 octanas) Motor sobrealimentado Bars 10418 G.P.L. (Gases de Petréieo Liquefeito) Propano, Butano. 8a10 65285 Injecgao Directa 14ato ato Injecgso Directa Sobrealimentada 14a19 gata Motor Camara de pial TUPBUIENGIE as 18022 ao Camara de turbuléncia Guaee sobrealimentada. 1eaze vara Précamara 15422 ate Injecgo Directa; 16.422 65885 Motor 2T. Pré-cimara 20022 58a7 Tab. 2.4 ~ Relagdo de compressao ¢ pressoes efectivas de diversos combustiveis| 2.5.6 - BALANGO TERMICO. ‘Como referido anteriormente s6 uma pequena parte da energia do combustivel fornecida ao motor se transforma em energia mecénica. A restante energia € dispersa sobre diversas formas, Aars qs TS A valorizagao em percentagem do calor perdido € feita de forma bastante simples em labo- ratorio e pode ser designado como Balango Tétmico do motor: AcePRA ntsc dos cas Canaistios| 3 - CARACTERISTICAS DOS GASES COMBUSTIVEIS 3.1 - DEFINIGOES BASICAS DE FISICA E QUIMICA 3.1.1 - DENSIDADE A densidade dos gases em relago ao ar é dada, para iguais condigées pressao (p) e tem- peratura (t), pelo quociente da razéo entre as massas da unidade de volume do gas e do ar. d= massa de 1 m’ do gas /massa de 1m’ de ar ( valor da densidade pode ser: Na tabela 3.1, sfc indicados os valores da densidade para diferentes gases combustiveis, medidos a 18°C e 1013 mbar (condig6es de referencia). Propano 4,560 Butano 2,080 Gas De Cidade (Lisboa) 0,56 2 0,60 ‘Ar Propanado 4,152 1,30 Gas Natural Tipo H 0,640 ‘Ar Metanado <1 (depende da mistura) Tab. 3.1 — Densidade de varios gases SPQCEPRA © certs cat conti 3.1.2 - PRESSOES RELATIVA E ABSOLUTA Pressio € a relag&o entre uma forca e a superficie sobre a qual a mesma actua. Por exemplo: pressio atmosférica (pa) ¢ a presso devida ao peso do ar existente sobre uma area ao nivel do mar. Mas, a press8o atmosférica varia conforme o local, pois a densidade do ar depende da alti- tude e das condigSes meteorologicas do local. Normaimente a presso € medida em relacdo a pressao atmosférica existente no local € neste caso ¢ chamada de presséo efectiva, pressao relativa ou presstio manométrica (pm) © pode ser positiva ou negativa ‘A presséo menor que a pressao atmosférica é denominada por vacuo. ‘A pressao absoluta (p) é a press positiva a partir do vaicuo perfeito, ou seja, corresponde 20 valor da pressao atmosférica (pa) do local adicionado ao valor da pressao relativa (pm). P=patpm Na industria, utlizam-se ainda as nogdes de pressao atmosférica normal (atm) e de atmos- fera técnica (at). () Medidores de presséo absoluta: (il) Medidores de presséo relativa: (il) Medidores de presséo diferencial. FCEPRA ! (Catacleristicas dos Gases CombuRtWvels UNIDADE: EQUIVALE | ‘siMBOLO DESIGNAGAO Pa | bar | mmea |mmHg| psi atm Pa Pascal + | 10 | 0,102 }o007] 14,5x 10°] 9.869 10% bar Bar so | 1 [roaxto?} 750 | 1451 | 9.969% 10° mmCA |Milimetrode colunade agua | 981 |aatcio*} 1 _| 0,073 |14,22x104J0,9678 x 10°| mmHg [Miimetro de colunade mercirio | 133 [1.33xt0°] 136 | 1 | 1934 | 1316x107 psi Libras por polegada Quadrada | 6895 | 0.06895 } 7033 | 51.7 | 1 _ | 6.005x107 aim —_[Atmosfera 101325] 1,01326 | 10392 | 760 | 14.696 1 Tab. 3.2 Equivaléncia entre as varias unidades de presséo 3.1.3 - TEMPERATURA ‘Temperatura de um corpo ¢ a propriedade termodinamica que caracteriza a transferéncia de calor entre ele e outros corpos. A medig&o de temperatura é facilmente influenciada por factores externos aos dispositivos de medida ou pela inércia inerente ao sistema em si. A escala mais vulgar da temperatura 6 a escala de Celsius (°C), nos paises Anglo-Saxénicos é vulgar ainda ser utiizado a esca- la absoluta de Farhneit (°F. Arelagao entre °F € °C, estabelece-se através das expressbes, °C =5. ((F-32)/9 °F = (1,8 x °C) +32 Escala em graus Centigrados 0°C..........-100%C «» (100 divis6es) Escala em graus Farhneit 32°F 212°F «» (180 divisbes) Aescala de temperatura do SI é a escala Kelvin T=273,15K=0°C K = 273,15+T (°C) ‘Também ¢ utilizada a escala Rankine T= 491,68 R= 32, 018°F Gases Carburantes e Combustéo 33 AcePRA cara cases contain As quatro escalas podem ser relacionadas: T= 273,15 K = 0° C= 491,68 R= 32,02 F jores de temperatura podem ser divididos em dois grandes grupos: 4) Sistema Fisico, que se baseia na dilatagéo do material Os termémetros que funcionam baseando-se no sistema fisico classificam-se em: ) Sistema Eléctrico Dependendo dos seus principios de funcionamento, os termémetros deste sistema podem- se classificar em: A palavra fluido um termo genérico que inclui gases e liquidos. Um gs 6 um fluido que pode ser facilmente comprimido e que preenche completamente o recipiente que o contém. s liquidos ocupam um volume definido e podem ter superficies limites, a0 passo que os gases se expandem até ocuparem a area que os contém. Todos os fluidos tem um certo grau de compressibilidade, contudo, os gases so compres- siveis e os liquidos quase incompressiveis. Acura ais as ces cons 3.2 - CAUDAL © caudal é a quantidade, volumétrica ou massica, do fluxo em relago ao tempo. © caudal vollimico exprime-se no sistema SI em metros ciibicos por segundo (m*/s). Multi- plicando o caudal vollmico pela massa espectfica do fluido (, kg/m®), obtém-se o caudal massico em escoamento, expresso nas unidades SI correspondentes (kg/s), ‘A medigo do caudal a Gnica que deve ser feita com o fluido em movimento, a0 passo que todas as outras medidas, como as de pressdo, de temperatura e de nivel, podem ser feitas em fluidos no estado estatico. De acordo com a definig&o, o caudal volmico pode também exprimir-se pelo produto da area da secgao " recta de passagem” (S) de uma conduta ou de um orificio onde se escoa lum fuido pela velocidade média absoluta do escoamento perpendicular a esta seceto (vm) Logo 0 caudal volumico (Q) pode ser calculado pela seguinte formula: 3.3 - ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO Definem-se dois modos de escoamento de fluidos: CAQCEPRA | wan consi 3.4 - NUMERO DE REYNOLDS A generalidade dos escoamentos de fluldos processam-se sob regimes de escoamentos turbulentos. Determinou-se que o tipo de escoamento laminar, ou turbulento, é representado por um ni- ‘mero, © nlimero Reynolds (Re), que se define do seguinte modo: Para a tubagem da secedo circular com fluxo total, o numero de Reynolds é dado por: Sendo: A identificagso dos tipos de escoamento 6 dado pelo n® de Reynolds. 3.5 - VISCOSIDADE Avviscosidade é a caracteristica que traduz a maior ou menor facilidade com que um fluido se desloca, ou seja, a maior ou menor resisténcia que este oferece ao movimento. SAQCEPRA, ts es Sass comms Diz-se que um fluido é do tipo “Newtoniano” quando numa pelicula lubrificante (Fig. 3.1), de espessura H, submetida & acg4o de uma forga F sobre uma superficie mével de érea §, as camadas “empithadas’ (tipo baraiho de cartas) deslizam entre si com uma velocidade (U) proporcional a sua cota (Y), relativamente & superficie estacionaria, Fig. 3.1 — Pelicula de lubrificante A viscosidade cinematica (m’/s) € 0 quociente da viscosidade dinamica (N.s/m*) pela mas- sa volumica especifica (kg/m’). ven/p | Agua 998 10,046 1,006 Merciirio, 13548 15,540 1147 Ar 4,164 0.1824 15.67 Propano 1881 0.075 3.987, Gas Natural 0.76 0.10 13,158 (Valores para p=1 atm e T=20°C) Tab. 3.3~ Viscosidade dinamica cinemética de varios uidos 3.5.1 - UNIDADES E MEDIDAS DA VISCOSIDADE A viscosidade dindmica ou absoluta (1) tem por dimenséo: No sistema SI esta unidade designa-se por N.s/m? ou Pas. 1 PL=4 (Pascal x segundo) A.unidade da viscosidade cinematic () no sistema internacional é dado em mi/s. Na prati- ca utiliza-se mm’/s que sera igual ao centistokes (0 stockes é a unidade do sistema C.G. S., 1 St= tem’s). 3.6 - PERDAS DE CARGA Quaiquer causa ou dispositive que conduza a uma modificagao no escoamento do fluido, que Ihe altere a velocidade, ou mesmo que apenas Ihe mude a direcgéio do movimento, provoca uma perda de energia, Esta energia, dissipada sob a forma de calor, e da origem a uma perda de carga (presséo) Curvas, cotovelos, unides, derivagées, valvulas, aparelhos de medida, etc., s8o acidentes que provocam perdas de carga localizadas As perdas de carga localizadas s4o calculads utiizando a seguinte formula Em que K € 0 coeficiente de perda de carga ( dado por tabelas ); v - a velocidade do fluido em mis eg - a gravidade, com a constante de 9,81m/s’. 3.7 - PODER CALORIFICO ‘Chama-se poder calorifico de um gas a quantidade de calor libertado na combustéo com- pleta de uma unidade de massa ou de volume de gas seco, considerando-se 0 combusti- vel @ © comburente a 0°Ceauma pressio de 1013 mbar. Consideramos igualmente na pratica, para a facturagdo do gas ou para a regulago dos aparelhos, 0 “poder calorifico do gas no estado do contador’, quer dizer, a quantidade de calor libertado pela combustao completa de 1m* de gas nas condigées de pressdo, tempe- ratura € humidades iguais do contador. ‘As condig6es do contador sao geralmente 15°C, (1013 + p) mbar, gas seco ou saturado a 18°C. AIcCEPRA ais ds ass combiiis No decurso da combust8o, o hidrogénio livre ou ligado, contido no gas, reage com o oxigé- rio do ar transforma-se em agua, no estado de vapor ou de condensado. Definindo-se en- to um poder calorifico inferior e um poder calorifico superior, conforme o caso. A dife- renga entre os dois corresponde a entalpia da vaporizacao da agua, ou seja, a energia que & necesséria para vaporizar a 4gua contida no combutivel A simbologia utilizada para caracterizar 0 poder calorifica é: 4a Para o gs natural: Hs / Para os gases liquefeitos: Hs / Hi= 1,09 Para os gases manufacturados: Hs / de1.121,13 Sendo 0 poder calorifico uma caracteristica do combustivel que se traduz em quantidade de energia capaz de ser libertada, ¢ expresso no SI em J/m® e pelos seus miltiplos: kfm? ou Mum? No entanto ha quem decida adoptar a unidade em kilowatt hora, ou se exprima 0 poder ca- lorifico em kilocalorias e em termias por metro cibico (gases). Os anglo-saxénicos usam BTUI ft. 1 kilocal = 4,1855 kilojoule = 1,16264 x 10° kWh; 1.27778 x 10° kWh; 3,6 x 10° kJoule. 1 Kilojoule = 0,23892 kealoria = 1 kwh = 0,86011 x 10° kcal 4 m® propano 23,300 11 m?butano 28,800 1m? gas natural 10,000 11m? gas de cidade 4,200 11kg de carvo 6,500 - 6,900 1/kg de lenha 3,000 1 Ide gasbleo 9,100 8,100 1 Ide gasolina super Tab, 3.4— Poder colorfco superior de alguns combustiveis| FCEPRA bs 5 Caracteristicas dos Gases Combi 3.8 - INDICE DE WOBBE gs distribuido pode ser uma mistura de gas proveniente de um grande numero de fon- tes. Os gases combustiveis de densidades e poderes calorificos diferentes, possuem ca- racteristicas préprias que influenciam uma mesma combustao nos aparelhos. indice de Wobbe é definido pelo quociente do poder calorifico (geralmente o poder calo- rifico superior) e a raiz quadrada da densidade do gas. W=Hsd Indice de Wobbe exprime-se nas mesmas unidades que 0 poder calorific: kWh/m?, ou kim? indice de Wobbe é portanto uma medida de quantidade de energia que pode ser fomeci- do 20 injector de um queimador. Este indice é de grande importancia para a avaliag8o da possivel intermutabilidade com gases alternativos. 3.9 - QUADRO DA COMPOSIGAO DOS GASES COMBUSTI- VEIS Considera-se gases combustiveis os produtos gasosos ou liquefeitos obtidos a partir da re- finagao do petréleo bruto, do tratamento de hidrocarbonetos naturais, da industria petroqui- mica e tratamento de carvoes graves dos respectivos gases de substituicao e dos resultan- tes da fermentagao de biomassa Atabela 3.5 indica a composic¢ao quimica de alguns gases. comosnisioom | 0, |, Joos] m [co | om Jean fen] con ]eat| cat [eae] cae voune reve [=|] -]- 1-1] ]esfeo[mofes] - [20] - auto w]e} efi fl] spas] PPP yes] ate fore] os rpopanaso |1s2[sra] = |: 015] 05s [25] a0] - Joss] cieawtisnoe [02 |200|100|s00|21 [08] - | - | - | - | - [se | or Tab. 3.5 - Composi¢éo quimica de alguns gases 340 Gases Carburantes e Combustao stves AcErRA tas en Sse ansistias 3.10 - ODORIZAGAO Os gases combustiveis s80 obtidos ou produzidos a partir de substéncias que, no seu esta- do original, contém produtos ricos em enxofre e/ou acido sulfurico, os quais Ihe conferem um odor desagradével Porém durante os processos de depuracéo, fraccionamento ou destilacdo, ha a necessida- de de remover esses produtos, geralmente corrosivos e toxicos. Nestas condigbes, os ga- ses combustiveis s40 praticamente inodoros quando saem das unidades de fabrico, pelo que a lei vigente impde que thes seja adicionado um agente odorizante, de cheiro caracte- ristico, para permitir que as pessoas 0 possam detectar e identificar, pelo seu olfacto. Os agentes odorantes s4o, esse captanos, 0 THT € outros, em concentragdes muito baixas, inferiores @ Imente, compostos sulfurados, da familia dos mer- 50 ppm, isto €, 50 mg/kg ou 50 cc/m’, 3.11 - FAMILIAS DOS GASES COMBUSTIVEIS (Os gases que actualmente so utlizados dividem-se em familias e so designados comer- cialmente por: Os gases combustiveis so classificados em trés familias, e subdivididos em grupos se- ‘gundo o NP EN 437 da seguinte forma. 4° Familia Gases manufacturados com indices de Wobbe (W) compreendidos entre 22,4 e 24,8 MJ im SACEPRA ra Consens 2° Familia Gases naturais do grupo H, Le E, € seus gases de substituigo, com indice de Wobbe (W) compreendido entre 39,1 ¢ 54,7 MJim*: 3° Familia Gases de petroleo liquefeitos, com indice de Wobbe compreendidos entre 72,9 ¢ 87,3 Md/ 3.11.1 - GASES DA 1° FAMILIA ‘A 1® familia engloba os gases manufacturados. Esté nela incluido o chamado “gas de cida- de", Inicialmente comegou por ser produzido pela destila¢éo seca das hulhas gordas (carvées), tendo sido, nessa altura designado por “gas de hulha’. O gas de cidade que ¢ distribuido na cidade de Lisboa, é produzido pelo processo de frac- cionamento de naftas quimicas. O fraccionamento térmico consiste na rotura das molécu- las, obtendo-se hidrocarbonetos mais leves, a temperaturas da ordem dos 1300 °C. 0 fraccionamento catalitico consegue um resultado equivalents, a temperatura da ordem dos 750°C. A saida das unidades de fabricagao o gés ¢ armazenado em “gasémetros’ no estado gaso- 50, em baixa presséo, Estes tipos de gases séo menos densos que o ar, ou seja, em caso de fuga o gas tem ten- déncia a ocupar os locais mais altos. FCEPRA eR _Caracteristcas dos Gases Combustvels, 3.11.2 - GASES DA 2° FAMILIA A.2* familia de gases engloba os gases naturais que, quimicamente, so misturas de hidro- carbonetos gasosos (principalmente metano) provenientes de jazidas subterraneas. A sua produgao pode estar associada a do petréleo bruto. gas natural extrai-se directamente das suas jazidas. € por vezes, necessério proceder ‘sua purificagao em pequenas instalagbes, a fim de Ihe remover certos components, tais como compostos de enxofre, azoto, didxido de carbono, etano, propano, butano, etc. Acomposicao do gas natural (GN) é varidvel, sendo o metano o componente principal. A utlizagao do gas natural ¢ mais recente que a do petrdleo, e @ sua armazenagem apre- senta maiores dificuldades. O gas natural € distribuido através de redes torando-se, tal como o gas de cidade, de cémoda utiizagao. Este tipo de gases s4o considerados gases secos, néo libertando vapor de agua. 3.11.3 - GASES DA 3? FAMILIA Nesta familia incluem-se os gases obtidos por refinagao do petréleo bruto, embora a sua extraccéio também se faga a partir do gas natural, So misturas de hidrocarbonetos e desi- gham-se por “butano comercial’ e "propano comercial’ conforme predomina na mistura 0 respectivo gas. Os gases desta familia so transportados e distribuidos sob forma liquida ou gasosa. ‘As vantagens da liquefacc&o traduzem-se por uma aprecidvel redugdo de volume (cerca de 250 vezes) ou seja, por uma valivsa concentracao de energia aliada a uma grande facilida- de de transporte em garrafas e veiculos cisterna. © propano e o butano obtém-se quer a partir da destilago do petréleo bruto (proceso que também permite obter gasolinas, Kerosene, fuel e dleos pesados), quer por separagao de alguns gases naturais. (Os gases da 3* familia so mais densos que o ar, ou seja, no caso de fuga tendem a ocu- ppar os locais mais baixos. Este tipo de gases também sao considerados gases secos. Embora membros da mesma familia, © propano e 0 butano tém algumas caracteristicas que, em termos praticos, os tornam bem distintos. Ambos se mantém no estado gasoso & pressio atmosférica e temperatura ambiente, mas podem ser liquefeitos a pressdes de, SACEPRA fe eaacteraieaee respectivamente 8 2 bar (valores aproximados), que se consideram valores modestos, comparativamente a outros gases (metano, azoto, etc.) cujos respactivos valores de pres- ‘so ultrapassam os 100 bar. Caracteristicas tipicas dos GPL, so expressos na tabela 3.6) “Caracteristicas fisico-quimicas | Unidades | Propano | Massa especifica do gas (1 atm/20°C) ol 1,85 ‘Massa especifica do liquido (20°C) gicm® 0,502 Volume de gas por volume de liquido - 370 Densidade do gas - 1.54 Tensao de vapor koticm? 92 Viscosidade absoluta do gas (20°C) centipoise_| 0,083 Calor de vaporizagao (20°C) keallkg a4 Calor especifico (1 atm; 20°C) keal/om? 0,380 0,390 Poder calorifico superior kealim® 11900 | 11800 Poder caloritfico inferior keallkg 20400 | 26200 = Limite inferior de inflamabilidade no ar % 22 14 ~ Limite superior de inflamabilidade no ar % 10,0 88 = Temperatura de chama °c 1915 1915 ~ Velocidade de propagagto da chama emis 80 80 = Indice de octanas - 120 - Tab. 3.6 — Caracteristicas dos gases de petréleo liquefeito 3.12 - PRESSOES DE SERVICO As pressées de servigo das redes de distribuigdo de gases (gas natural, no exemplo cita- do), das instalagdes dos iméveis e das instalagbes individuais, s8o determinadas e classifi- cadas por legislacdo propria, Esses valores esto fixados conforme se indica: Gasodutos de transporte. son 20 8 120 bar Rede primaria (ligagdo entre rede de transporte e rede de distribuigao). 420 bar Redes de distribuigao, inf. a4 bar Nos imoveis, soonniff, 2 1,5 bar Nas instalagdes individuais. inf. a 40 bar 3.14 Gases Carburantes e Combustéo = dos Gases Combustivels AyceepRa yy waiter arcane AA titulo exemplificativo indica-se os valores de presséo e a respectiva classificagéo usada em Franca: Categoria BP (baixa pressao): rede com funcionamento & pressSo correspon- dente (sensivelmente) a pressao efectiva, necesséria a entrada dos aparelhos de utiizagao: 3.13 - RELAGAO PRESSAO/TEMPERATURA (TENSAO DE VAPOR) De um modo geral, as substancias sblidas, liquidas e gasosas aumentam de volume nas mudangas de fase. No caso des gases combustiveis, usuaimente contidos em recipientes ou circuitos estan- ques de volume fixo, este nao varia, variando sim a sua tensao de vapor. Esta variagao de pressao no é linearmente proporcional em relacdo ao desvio da tempe- ratura, antes se processa numa rela¢do exponencial, varidvel com a natureza do gas. Este fendmeno tem impacto no caso dos gases da 1° familia, dado o sistema de armazenagem usado (gas6metro de tecto flutuante). Os sistemas de armazenagem dos gases das 2° e 3° familias s80 calculadas em conformi- dade com cédigos reconhecidos e providos com dispositivos de seguranca adequados. SACEPRA | eter cesases cma ‘Suponhamos um depésito contendo GPL, com a sua massa de liquido e de gas em equill- brio. © liquido, pelo efeito do calor absorvido, passa ao estado de vapor seco nao saturado, ‘quando se verificar uma pressao determinada que equilibre © vapor com o liquido no per- mmitindo mais a vaporizagao. O vapor fica saturado e a esta pressao é chamada tens&io de vapor. ‘Accres conc teeters 4 — UTILIZAGAO DO GAS DE PETROLEO LIQUEFEI- TO E DO GAS NATURAL COMO COMBUSTIVEIS DE VEICULOS AUTOMOVEIS A utllizacéio do gas de petréleo liquefeito carburante (GPL-c) e o gas natural para veiculos (GPV) como combustivel tem como vantagens: FCEPRA LUllizagao do Gés de Petréleo Liquefeito e do Gas Natural como Combustiveis de Veiculos Aulomoveis A figura 4.1 indica a diferenca de emiss6es poluentes de um veiculo equipado com um mo- tor alimentado a gasolina e outro a GPL. 2 esoine No HC+ NOx co x Norma ECE 25 Norma ECE Norma ECE (lprova) 38 tofpro) 55 (g/prova) Motor fro Motor quente _ Motor frio - Motor quente — Motor frie. Motor quente Fig. 4.1 ~ Comparacéio entre a composieéo quimica dos produtos de escape de um motor a gasolina e um motor a GPL 4.1 - ESQUEMA GENERICO DO SISTEMA GPL sect ts lnictdor de nivel GPUGatoing istuador algesoing Vata atta Una de simi fate “ecard niet gids GPL Encoovtnde de eave Unidae cei. “Lmtacr ge seb cemando GP Senda abs ‘Cana estanque dae mutates Fig. 4.2 ~ Sistema de alimentagao de um motor a GPL-¢ 42 Gases Carburantes e Combustéo ‘ovens haem 4.2 - GAS NATURAL PARA VEICULOS No caso da utilizagao do GNV, 0 problema maior a resolver, & a obtengao do funcionamen- to satisfatério do catalisador. Com efeito, os hidrocarbonetos emitidos sao constituidos em cerca de 80% por metano, dificilmente oxidével, contudo e com formulas cataliticas escolhi- das e seleccionadas cuidadosamente, pode-se obter a conversao do metano e reduzir si- multaneamente os NOx. Quer o catalisador tenha ou no plena eficacia, as emissdes de hidrocarbonetos de um motor alimentado por GNV apresenta sempre valores baixos nos produtos toxicos e reacti- vos. 4.2.1 - ESQUEMA GENERICO DO SISTEMA GNV figura 4.3 € mostrado um veiculo ligeiro equipado com um motor alimentado a GNV. rate ce apt _ epee 20080 pm ‘irda Ge sepregy at eis oie eaterre moh a cevnite (eves doheoese Fig. 4.3 ~ Sistema de alimentagéio de um motor a GNV (Gas Natural para Vefculos) Des os mem namatapieete 4.3 - TRANSPORTE, ARMAZENAGEM E UTILIZAGAO DO GPL (Os meétodos habituais de armazenagem de GPL sao: Em Portugal sé é utilizado 0 primeiro método referido. Os recipientes ou reservatbrios sob presséo s8o constituldos de acordo com os requisitos de codigos estrangeiros de prestigio reconhecido, legislag8o comunitaria e nacional. O pro- cesso de construgao € acompanhado por acgbes de verificagao e inspeccao de qualidade, incluindo ensaios nao destrutivos, de modo a garantir a seguranga e a durabilidade. transporte do GPL pode efectuar-se por diferentes processos: No que se refere especificamente 4 armazenagem do GPL-carburante para veiculos auto- méveis so utilizados reservatérios de diferentes formas: esr 9a eeeammmmemame ‘As condigées de aprovaco dos equipamentos dos sistemas de carburagao de GPL, nome- adamente os depésitos esto definidos pela regulamentacao especifica, Em materia de utlizagdo 0 GPL tem a vantagem de ser manipulado e armazenado na fase liquida em baixa press8o, ‘Aestac&o de servigo € composta de uma armazenagem, de uma bomba e de um contador volumétrico. Estes trés elementos so evidentemente complementados por drgaos de se- guranga, a evitar qualquer incidente. “Aowprn as ea acs. 5 — CUIDADOS NA UTILIZACAO E ARMAZENAGEM DO GPL (Os principais riscos associados @ manipulacdo e utiizagao do GPL so: INTOXICAGOES ‘A presenca de CO (monéxido de carbono) na atmosfera, é, regra geral, resultado de defici- ente combustéo, podendo causar intoxicagbes graves mesmo em quantidades minimas. Deve ter-se particular cuidado sempre que um veiculo a GPL esté trabalhar no interior de um edificio (Oficina, Pavilh&o, Centro de Inspecgdes) de modo a assegurar uma eficiente entrada de ar fresco e saida dos produtos da combustio. ‘A Organizagao Mundial de Satide (OMS) recomenda que, em locais ocupados, nao se excede 0 teor de 50 ppm de CO. (© butano, um dos principais constituintes do GPL - carburante, ao ser inspirado em deter- minadas quantidades pode provocar a perda da consciéncia. Experiéncias efectuadas com animais deram origem a perda de consciéncia a partir de 30% de butano no ar. QUEIMADURAS PELO FRIO Este risco pode ocorrer quando se manipula ou trasfega a fase liquida do GPL, pois as temperaturas de ebuli¢go so extremamente baixas e provocam, quando em contacto di- recto com a pele, queimaduras graves e mesmo a morte. Por esta razdo os operadores de trasfega usam roupas, luvas, capacetes e Oculos de pro- tecgdo. DEFLAGRACAO E DETONAGAO Embora na pratica se fale em explosao de gas, os termos correctos $40: “SQcEPRA INCENDIO Um incéndio ocorre se existem simultaneamente trés factores, designados por triangulo do Embora o melhor combate que se pode dar a um incéndio seja evitar que ele acontega, de- ver conhecer-se os meios de combate adequados a cada classe de fogo. ‘As quatro classes de fogo s&o: De referir que os incéndios da classe C originam, regra geral, incéndios das classes A e B, elo que, so indicados na tabela 5.1 os agentes extintores para estas trés classes de fogo. Jacto de Agua Bom . (Reservatorio sob Presso) ‘S6 arrefecimento de RSP (Reservatério sob Presséo) Agua pulverizada Muito Bom | Aceitavel Espuma Bom Bom 6 Quimico : Bom Oe Aceitavel_[ Aceitavel Halogéneos Aceitavel_ | Bom Tab. 5.1 ~ Agentes extintores para as diversas classes de fogo Owe ae eee 5.1 - MEDIDAS DE SEGURANGA PARA FUGAS DE GAS ‘Quando se suspeita da existéncia de fuga de gas, por exemplo através do cheiro a gas, € necessério tomar as seguintes medidas de seguranga minimas: Por tiltimo, nunca utilize chama (por exemplo, um isqueiro) para localizar fugas. ‘A deteceao de fugas deve ser efectuada através de uma solugdo espumifera ou detector de gas adequado 20 tipo de gas. cr, oo ITT BIBLIOGRAFIA Decreto-Lei n? 238/94 de 19 de Setembro ~ Estabelece o Sistema de Unidades Legais NP 172 (1986) - Sistema Internacional de Unidades APPELT, Duetmar - “Grandezas, niimeros, unidades’, in Gazeta de Fisica, Vol. 18, Fasc. 4, 1995 ISO 31-0 “Quantities and units, Part 0: General principles” 1SO 31-3 “Quantities and units, Part 3: Mechanics” 1SO 31-4 “Quantities and units, Part 4: Heat” 180 31-5 “Quantities and units, Part 0: General principles” ISO 1000 “S/ units and recomendations for the use of their multiples and of certain other units” ‘Aide-Mémoire de l'industrie du gaz, Association Technique de industrie du gaz en France GAZ daujourd'hui, n°7-8-9 (N° especial sobre "Gaz carburants-véhicules propes’), p.305 a 423, Paris, Set. 1996 GPL ACTUALITES (Franca), n° 42, 1997 GAS ACTUAL (Espanha), n? 56 “La combustion des gaz et les flammes’, Collection des Techniques gaziéres, Association Technique de l'industrie du gaz en France WILSON, Jerry D.;BUFFA, Anthony J. — College Physics ~ Prentice Hall, 1997 FISHBANE, Paul M.; GASIOROWICZ, Sthephen; THORNTON, Sthephen T. ~ Phisios for Scientists and Engineers — Prentice Hall, 1996 DUARTE, Henrique; LIMBERT, Daniel; ALVES, Germano ~ Mecdnica Aplicada, Motores Térmicos ~ Editorial do Ministério da Educagao AQ CEPRA (eS is) SE Ai eae em DOCUMENTOS DE SAIDA Cnr (iii POS -TESTE Em relagdo a cada um dos exercicios seguintes, so apresentadas 4 (quatro) respostas das quais apenas 1 (uma) esta correcta, Para cada exercicio indique @ resposta que consi- dera correcta, colocando uma cruz (X) no respective quadrado. 41. No Sistema Internacional (S!) a grandeza area tem como unidade: a) Segundo. b) Metro quadrado ) Metro ctbico ... QqQaaa d) Joule 2. No Sistema Internacional (SI) a grandeza calor tem como unidade: A) Jon B) Coreen ok. qgqaaa aykt 3. No Sistema Internacional (SI) a grandeza resisténcia eléctrica tem como simbolo: a) Ampere (A)... ) Volt (W), 1) Ohm (2) oem aaaa d) Farad (F) QO CAT. 4. Dos seguintes tao: mentos, qual nao 6 um elemento que caracteriza uma combus- a) Composicao quimica b) Poder calorifico. ©) Altura das chamas produzidas pela combustéo Qgoaa d) Limites de inflamabilidade 5. Os prin mecanismos de propagacao da combustao sao: a) Detonagao e deflagracao. ) Igniga0 @ compressao..... c) Expanso e compressao 4d) Igniga0 e expansao 6. Um dos factores que influencia a ocorréncia de detonagao é: a) Angulo de cruzamento de vaivulas. b) Caracteristicas do combustivel ©) Velocidade do vetculo automovel agaaa 4) Quantidade de combustivel existente no depésito. Oe LTT 7. Dos seguintes factores, qual nao influencia a velocidade de propagacao da chama no interior de um cilindro de um motor a gasolina: im) a) Proporgées de combustivel e de comburente ) Tipo de combustivel ©) Tipo de comburente. aaa d) Colocagae do injector no colector de admissao. 8. Para realizar a combustao completa de 1kg de butano é necessario utilizar como comburente a) 30kg de OXIgENIO...nnnnnnnnnne : : o b) 5kg de ar... 0 ©) 15,6kg de ar... 4) 15,69 de ar. 9. Numa combustao completa qual dos seguintes produtos de combustao nao é emi- tido: Q a) Azoto. 1a) Mondxido de carbono. a) Dibxido de carbono... Qaa a) Vapor de agua 10. A utilizacao duma ventoinha do radiador accionada por um motor eléctrico em substitui¢ao duma ventoinha do radiador accionada pelo motor permite: 2) Aumentar a poténcia absorvida por atrito, aumentando a poténcia efectiva do o motor... ») Diminuir @ poténcia absorvda por att, diminuindo a poténcia efectiva do motor CI) c) Aumentar a poténcia absorvida por atrito, diminuindo a poténcia efectiva do a motor... 4) Diminuir a poténcia absorvida por atrito, aumentando a poténcia efectiva do motor a 11. Ao inserir um gas com uma densidade relativa de 1,56 dentro de um recipiente fe: chado, 0 gis: a) Tem tendéncia a se acumular na parte inferior do recipiente ... b) Tem tendéncia a aquecer o recipiente. ©) Tem tendéncia a se acumular na parte superior do recpiente a 4) Tem tendéncia a se acumular somente junto das paredes na parte intermédia do recipiente 12. A odorizagao dos gases tem como fungao: a) Aumentar a densidade do gas... a) Colorir o gas para a sua identificacao a) Permitir a deteceao do gas em caso de fuga agaa a) Aumentar 0 poder calorifico do gas. ‘Dorms “okey EE EERE 18.0.9 wtzado como carats nos velo stmt um gb: a) Da primeira familia. b) Da segunda familia... ©) Da primeira e segunda familia, aagaa d) Da terceira familia 14, Uma das vantagons de utilizar GPL-c e GNV como combustiveis, em substituicéo ina, gaséleo), tem como vantagens: dos combustiveis liquidos (gas a) A emisso minima ou nula de produtos toxicos, como seja o benzeno € 0 for- maldeido. b) A maior emisso de benzeno e formaldeido ©) Amaior emissao de enxofe..... goqaga.ua 4d) A maior emisséo de hidrocarbonetos parafinices ..... 15. Um dos riscos inerentes ao manuseamento do GPL-c é: a) A auséncia de deflagrages 2) As queimaduras pelo frio a) A auséncia de detonagées.... aaaa a) A pequena possibilidade da existéncia de incéndios..... “Dourra ico RRR 16. Ao existir uma fuga de gas no interior de um compartimento fechado, uma das medidas de seguranca a nao executar é: a) Desligar as tomadas eléctricas... im) ) Ventilar 0 compartimento...... o ©) Nao fumar...., 4) Nao utilizar @ luz produzida por uma chama para tentar localizar a fuga de gas...) ACEPRA Corrigenda e Tabela de Cotagéo do Pés Teste CORRIGENDA E TABELA DE COTAGAO DO POS-TESTE RESPOSTACORRECTA | COTAGAO 1 b) 1 2 a) 1 3 °) 1 4 °) 1 5 a) 1 6 b) 1 7 ¢) 1 8 °) 2 9 b) 1 10 4) 1 1" a) 2 2 °) 2 B 4) 1 14 a) 1 16 b) 1 16 a) 2 TOTAL 20 Gases Carburantes @ Combustéo 87

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