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Este livro que você tem cm suas. mãos nai-ra alguns fatos importantes dc uma linda história de
ano. Não um amor humano, mas sim um amor divino, o profundo amor de um Deus pelo seu
povo. O Novo Testamento conta alguns fatos da vida dc Jesus, o Deus que se fez homem e por
amor deu sua própria vida para a nossa salvação. Contudo, esta história começa
bem antes dos fatos narrados neste livro, pois o Novo Testamento é a concretização da promess
a que Deus fez ao homem há muito tempo atrás, no começo da criação. Essa história começa
num outro livro, o
Antigo Testamento, a primeira parte da Bíblia, com a
criação do mundo e do homem, quando Deus já tinha um
plano maravilhoso para essa criatura muito especial para
Ele.
Amor eterno: “No princípio criou Deus o céu e a terra”,
Gn 131. Quando nada existia, nem o tempo, Deus rompeu
o silêncio com sua Palavra criadora. Essa Palavra divina,
vivaecficaz, deu início a tudo que existe evive. E”Dcus
criou o homem à sua imagem;... criou homem e mulher”,
Gn 1,27. Deus coroa sua obra criando o homem e
fazendo dele senhor de toda a criação. Contudo, o plano
de Deus foi transtornado pelo pecado. Consciente e
dcliberadarncnte, o homem se separa de Deus. Nega-se
a depender daquele que o criou. O pecado fere primeiro ao homem. “Aquele que mc
ofende prejudica sua alma”, Pr 8,36. Embora o homem tenha tomado a decisão dc se afastar do
Pai celeste, Ele não o abandonou. Cheio de amor e compaixão, promete á salvação; Deus toma a
iniciativa porque Ele nos ama com um amor eterno, “porque eu te aprecio e te amo”, Is 43,4.
A promessa: Deus promete, então, que o Mal vai ser
vencido definitivamente: “Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta
te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”, Gn 3,15. Deus prometeu que alguém descendente
da mulher derrotaria o Mal. De uma mulher nasceria Aquele que venceria definitivamente o mal
e tiraria o pecado do mundo. Estamos diante da profecia, e ao• mesmo tempo da promessa,
maior e mais importante de todo o Antigo Testamento. O Novo Testamento será a sua
realização.
O dilúvio: À medida que as gerações iam passando, o panorama do mundo não melhorava.
Pelo contrário, a.
k.
maldade do homem crescia, dc seu coração só brotava o mal. Foi cntão que Deus, para purificar
e corrigir o homem, enviou a água do dilúvio sobre a humanidade pecadora. Somente um
homem com sua família escapou:
Noé, o pai do novo gênero humano. É o infcio dc uma nova etapa na caminhada humana.
“Então falou Deus a
Noé: Sai da arca, com tua mulher, teus filhos e as mulheres dc teus filhos. Fazc sair igualmente
contigo todos os animais que estio contigo dc todas as espécies. E Deus abençoou Noé e seus
filhos. Sêdc fecundos, disselhes ele, multiplicai-vos e enchei a terra. Disse também Deus a Noé
e a seus filhos: Vou fazer uma aliança convosco e com vossa posteridade, assim como com
todos os scresvivos queestão convosco, Lodos os animais”,
A Torre de Babel: O dilúvio purificou o homem, masnão o libertou da lei do pecado que
continuava latente cm seu coração. Portanto, também os filhos dc Noé e seus descendentes se
afastaram do caminho dc Deus. Mais uma vez., o homem pretende ser auto-suficiente, chegar
até Deus pela sua força e capacidade; tentou construir uma torre cujo ápice chegaria até os céus.
“Vamos, façamos para nós uma cidade e uma torre cujo cimo adnjaos céus. Tornemos assim
célebre o nosso nome”, Gn 11,4.0 resultado desse projeto é a confusão e a dispersão. No
paraíso o pecado é dos pais, cm Babel o pecado é dos filhos. “Por isso deram-lhe o nome de
Babel porque ali o Senhor confundiu a linguagem de todos os habitantes da terra, e dali os
dispersou sobre aface dc toda a terra”, Gn 11,4.9.
Abraão: Ohomcm não pode salvar-se por si mesmo. Deus é bom, e Ele tinha decidido pôr em
ação seu plano de salvação que havia prometido a nossos primeiros pais. Deus sempre cumpre a
sua palavra e busca o homem na situação em que e.stá; não impõe condições para chamá-lo e
amá-lo. Aceita-o em sua situação dc pecado e vai ao seu encontro. Deus em sua sabedoria quis
manifestar este
amor de maneira especial intervindo surpreendentemente
cm toda a vida dc um homem, um desconhecido arameu,
um homem qualquer cujo nome era Abrão. Deus o chamou
para fazê-lo Abraão: pai de umgrande povo. “Pois que
Abraão deve tomar-se uma nação grande e poderosa, e
todos os povos da terra serão benditos nele”, Gn 18,18.
3esus será descendente dc Abraão. Contudo Sara, sua
mulher, vê mais sua impotência por já ser velha do que o
poder de Deus, e de seus lábios brot.a um sorriso dc
incredulidade. Porém, Abraão, que esperou contra toda a
esperança, não vacilou cm sua fé ao ver seu corpo já sem
vigore o seio de Sara estéril. Ao contrário, sua féo encheu
Gn 8,15—17 e 9,1.8—10.
j’ de fortaleza e deu glória a Deus, pcrsuadido dc que poderoso era Deus para cumprir o
— prometido. “Mas Deus rc.spondeu-lhe: Não, é Sara tua mulher que te dará àluz um filho, ao
qual chamarás Isaac. Farei urna aliança com ele, uma aliança que será perpétua para’ sua
posteridade depois dele”, Gn 17,19.
Os Patriarcas: Vemos, portanto, que Jesus, a salvação do Pai, será descendente dc Isaac. De
Isaac nasce Jacó, que será chamado Israel, pai daqueles que seriam o fundamento das doze
tribos de Israel, do qual descenderá Jesus. “Eu o vejo, mas não é para agora, percebo-o, mas não
de perto: um Astro sai dc Jacé, um cetro levanta-se de Israel”, Nrn 24,17. Deus tinha prometido
que os filhos de Abraão seriam tão numerosos como as estrelas do céu e as areias da praia.
Porém na história do povo dc Deu a força
humana tenta opor-se à realização do plano de Deus. Israel é escravo no Egito e o Faraó decidiu
que “toda criança nascida dc hcbreus será lançada ao rio”, Ex 1,22. Nada, nem ninguém,
poderia contrariar suas ordens. Israel está perdido; cada hebreu é condenado à morte. Para Israel
não existe esperança humana dc salvação.
Moisés: É nessa circunstância que Deus decide fazer dos filhos dc Abraão um povo. “Nesta
conjuntura nasceu Moisés, que era formoso aos othos de Deus”, At 7,20. Como todo hebreu,
Moisés estava condenado à morte, porém “recolheu-o a filha de Faraó, que o criou corno filho
seu. Moisés foi instruído cm toda a sabedoria dos egípcios”, At 7,21—22. Deus é o Senhor da
história e
domina todas as circunstâncias, por isso serviu-se até da flUia do Faraó para levar a cabo a
salvação do povo dc Isracl. Pode parecer estranho aos nossos olhos, mas o fato é que Deus usou
o Egito, que escravizava Israel, para salvá-lo. Os caminhos de Deus são misteriosos. “Eu sou o
Deus dc leu pai, o Deus dc Abraão, o Deus dc Isaac e o Deus de Jacó. Eu vi, eu vi a aflição dc
meu povo que está no Egito, e ouvi os seus clamores por causade seus opressorcs. Sim; ‘u
conheço seus sofrimentos. E desci para o livrar da mão dos egípcios e para fazê-lo subir do
Egito para unia terra fértil e espaçosa, urna terra que mana leite e mcl”, Ex 3,6—8.
Um Deus Libertador: A libertação grandiosa e gloriosa chega para Israel! Não é o Faraó que
permite ao povo sair. Mas é o Senhor Deus que liberta o seu povo. Para o povo de Deus começa
uma longa caminhada que vai durar quarenta anos até chegarem à terra prometida. É um
proceso. Aquele que crê estar livre total e definitivamente corre ori sco de ser escravo desi
mesmo. Ao mesmo tempo que Israel dá seus primeiros passos para a terra prometida, vai
aprendendo a ser livre.
A Aliança do Sinal: Depois da surpreendente e excepcional libertação da escravidão, Deus
conduz seu povo para o monte Sinal para estabelecer com ele a sua Aliança dc amor. “E
estejam prontos para o terceiro dia, porque, depois de amanhã, o Senhor de
ccrá à vista de todo o povo sobre o monte Sinai”, Ex 19,11. “Eu screi teu Deus. Tu serás
Ó—rneu povo”, Jr 7,23; Lv 26,12. “Eu sou o Senhor teu Deus, que te fez sair do Egito, da casa
da scrvidao”, Ex 20,2. “Vós sois propriedade minha entre todos os povos, porque minha é toda a
terra. Sereis para mim um reino de sacerdotes e urna nação santa”, Ex 19,5—6. “Não terás outro
Deus fora de Mim. Eu serei teu único Deus!”, Ex 20,3. “Ouve, 6 Israel! O Senhor, nosso Deus,
é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, dc todo o teu coração, de toda a tua alma e de
todas as tuas forças”, Dt 6,4—5. NoS inai csuibclcccuse uma Aliança eterna, um matrimônio
entre Deus e seu povo. Essa relação com Deus estabeleceu Israel como povo. A sua união coro
Deus o levará auma integração nacional. Enquanto permanecer unido ao Senhor Deus, será um
povo unido em seu interior. É o
autêntico nascimento do povo dc Deus, não da carne, nem do sangue, mas da vontade deDeus
que se manifesta na lei. “Um rebento brotará de suas raízes”, Is 11,1.0 Messias, o Salvador, sairá
deste povo com quem Deus se desposou numa Aliança dc amor.
A Promessa a Davi: Estamos cm march para Cristo. “O Senhor anuncia-te que ele qUCT fazer-te
uma casa. Quando chegar o fim de teus dias e
repousares com os teus pais, então suscitarei depois dc ti
a tua posteridade, aquele que sair de tuas entranhas, e
firmarei o seu reino. Ele mc consiniiiá um templo, e
firmarei para sempre o seu trono real. Eu serei para ele um
pai ecleserá para mim um filho.Tua casa e teu reino eslão
estabelecidos para sempre diante de mim, e o teu trono
está firme para sempre”, ti Sm 7,11—16. Esta profecia não
se limitava a um sucessor. Um rei da dinastia davfdica
garantirá a permanência eterna da casa de Davi. Num
futuro “um renovo sairá do tronco de Jcssé”, is 11,1. O
misterioso descendente da mull’cr será filho dc Davi, e,
como ele, também será rei. O plano de Deus vai-se
acontccirncnto.
O Messias: Falam os profetas de um Messias sofredor (Jcsus Cristo): “Suscitarei sobre a casa dc Davi e
sobre os habitantes de Jerusalém um espírito dc boa vontade e dc prece, e eles voltarão os seus olhos para
mim. Farão lamentações .obrc aquele que traspassaram, como se fosse um filho imnico; chorá-lo-ão
amargamente como se chora umprimoganito!”, Zac 12,10. “Dcpois dessas sessenta e duas semanas um
ungido será suprimido e ninguémserá a favor dele”, Dn 9,26. “Assim como à sua vista muitos ficaram
embaraçados... tão desfigurado estava que havia perdido a aparência humana”, Is 52,14. “Poderia contar
todos os meus ossos”, Si 21,18. Falam, também, os profetas dc um Messias soberano (Jesus Cristo): “Vou
mandar o meu mensageiro para preparar o meu caminho. E imediatamente virá ao seu templo o Senhor
que buscais, o anjo da aliança que desejais. Ei-lo que vem, dizo Senhor dos Exércitos”, MI 3,1. “Assim
fala o Senhor dos Exércitos:
Eis o homem, cujo nome é Gérmcn; alguma coisa vai germinar de sua linhagem. Ele é quercconstruirá o
templo do Senhor: usará insígnias reais e sentar-se-á como rei sobre o seu trono; terá um sacerdote à sua
direita, ercinará perfeita paz entre eles”, Zc 6,12—. 13. “Mas tu, Belém-Efrata, tão pequena entre os
clãs de Judá, é dc ti que sairá para mim aquele que é chamado a governar Israel”, Mq 5,1. “Vi um ser
semelhante ao filho do homem, vir sobre as nuvens do céu: dirigiu-separa o lado do ancião, diante dc
quem foi conduzido. A ele foram dados imjrio, glória e realeza, e todos os povos, todas as nações e povos
de todas as línguas serviram-no. Seu domínio será eterno; nunca cessará e seu reino jamais será
destruído.”, Dn 7,13—14. “Dias virão oráculo do Senhor cm que farei brotar dc Davi um rebento justo
— —
que será rei e governará com sabedoria e exercerá naterra o direito e a eqüidade. Eis o nome com que será
chamado: Javé-nossa-justiça!”, Jer 23,5—6. “Eis o meu servo que eu amparo, meu eleito ao qual dou toda
minha afeição, faço repousar sobre ele o meu espírito, para que leve às nações a verdadeira religião.
Anunciará com toda a franqueza a verdadeira religião, não desanimará, nem desfalecerá, ai.é que ienha
estabelecido a verdadeira religião sobre a terra, e até que as ilhas desejem seus ensinamentos.”, Is 42,1—
4. “A pedra rejeitada pelos arquitetostornou-sc pedra aigular”, Si 117,22.
A realização do plano 4e Deus: Os acontecimentos na “ida do Messias não se deram por terem sido
escritos antes, como se fossem determinados por um fatalismo. Não. Eles foram escritos antecipadamente
porque iam acontecer. Ou seja, as co is as não sucederam porcstaicm escritas, mas foram escritas porque
assim sucederam. Você poderá comprov ar o cumprimento da profecia esboçada no Antigo Testamento
lendo, estudando, rezando no Novo Tcstamcnto. Nele começa ahistL5riado Verbo dc Deus que quis tomar
condição humana em Maria. Aquele que é a Vida encarnou-se nela por obra do Espírito Santo. O Bom
Pastor que dará a vida pelas ovelhas tomou a vida humana dc Maria, a nova Eva. E deste momento em
diante inicia para a humanidade urna nova era.
a’ -r
Profecia
Prom essa
C um u ri me n to
Lc 2, 1—7
,
Mt2,16
Mt 2,14—15
Mt 4,12—16
Hb6,20
A fuga do Egito
Mt 1,18;
Lc 1,26—35
J0
6,14;
At
,19—26
3
O tempo do seu
nascimio
Nascerá de uma
virgem
Jer 31,15: Eis o que diz o Scnhor: Ouve—se
existem.
era a escória da
despojos.
Seu ministério na
Ga)iléia
Deut 18,15: O Senhor, teu Deus, T.e suscitará
Jesus será
sacerdote segundo
Melquisedeque.
JESUS DE NAZARÉ
t
O Antigo Testamento contém um conjunto dc profecias que prcpara o povo para receber a pessoa dc Jesus
Cristo. E o Novo Testamento é a realização dessas profecias na pessoa dc Jesus de Nazaré • o Cristo, o
Enviado, o Messias, o Salvador. O quadro abaixo, como veremos, apresenta a relação das profecias do
Antigo Testamento com o Novo Testamento:
Profecia Promessa Cumprimento
Gi 4,4;
Lc2,7;
Ap 12,5
At 3,25;
Mt 1,1;
Lc3,34
Mt 1,2;
Lc 3,34
Lc 3,34;
Mt 1,2
Jesus
será descendente de Abraão
.
de Isaac
Lc
Gn 49,10: Não se apartará o cctro dc Judá, nem o bastão de comando Jesus será
3,33;
dentre SCUS atA que venha aquele a quem pertence por direito, e a quem descendente
devem obediência os povos. Mt 1,2
da tribo de Judá
—3
Is 9,6: O seu império será grande e a paz sem fim sobre o trono de Jesus será
Mt 1,1;
Davi e cm seu reino. Eleo firmará co manterá pelo direito e pela herdeiro do
Mt 1,6
justiça, desde agora e para sempre. trono de Davi
L27_.
Profecia
Promessa
Mt.26,15
Mt 27,3—7
At 1,18—20
Senhor.
Zc 9,9: Exulta dc alegria, filha dc Sião, solta gritos dc júbilo, filha J0 12,13
Sua entrada
de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei, justo e vitorioso; Eleé
triunfal —14
simples evcmmontado num jumento, no potro de uma jumenta.
21,1—10
Será traído Mc 14,10
Si 40,10: Atéo próprio amigo cm quem eu confiava, que partilhava
por um Jo 13,21
do meu levantou contra mim o calcanhar.
amigo —27
Será vendido
de prata
Zcll,13: OScnhordisse—mc:”Lançaessc
O dinheiro devolvido
para comprar o
campo de um oleiro
encargo.
SI 26,12: Não me abaridoneis à merca Será acusado por dos inimigos, Mt 26,60
contra mim se ergueram falsas tesftmunhas violentos e falsos testemunhos. —61
Permanecerá
Is 53,7: Foi maltratado e resignou—se, não abriu a boca, como em
Mt 26,62
um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda silêncio
nas mãos do tosquiador. —63
quando
acusado
Profecia
Prom essa
CLI m prime n to
de minha cabeça os que me detestam sem razão. São odiado sem 15,23—
Será motivo j0
mais fortes que meus 25
humilhado.
Suas mãos e
Si 21,17: Sim, rodela-me urna malta dc
seus pés j0 20,27
cães, cerca—me umbandodemalfcitores,
transpassaram minhas mãos e meus s. serão J0 19,37
transpassados
Ser-lhe-á dado
Si 68,22: Puseram fel nõ meu alimento, na minha sede deram—
Jo 19,29
me vinagre a beber.
feÏ e vinagre
Ouvirá
palavras
Si 21,9: “Esperou no Senhor, pois que cleolivre, que o salve, se o
proféticas Mt 27,43
ama.”
ditas como
crítica
Cu r p ri ni e n to
Profecia
Promessa
Lc23,34
Jo 19,34
Mc 15,24
1
Jo 19,32—33
Lc 23,32—33
Sua ressurreição
SI 67,19: Subindo nas alturas levastes os ativos; recebestes homens como tributos, aqueles
que recusaram habitar com o Senhor Deus.
Subirá ao céu
Lc 24,50—51
At 1,9—11
108,4:
acusaram, Em resposta ao meu afeto mc eu, porém, orava.
SI
mnica.
suas vestes
touvessc mentira.
Morrerá entre
malfeitores
a corrupção.
Mc Mt28,9 16,6
1
4. As línguas da Bíblia: São duas as línguas bíblicas: o hebraico e o grego. São cha.rnadas
línguas bíblicas porque os livros do Antigo e do Novo Testamento foram escritos em algum
destes dois idiomas. O hebraico é a língua do povo hebreu. A maior parte dos livros do Antigo
Testamento foi escrita em hebraico. O grego era língua popi
‘4
lar no tempo dc Cristo e dos Apóstolos. Os livros do Novo Testamento foram escritos nesta
______
língua.
5. Inspiração da Bíblia: Na redação dos livros sagrados, Deus
escolheu homens, dos quais se serviu fazendo-os usar suas próprias faculdades e capacidades, a
fim dc que, agindo Ele
próprio neles, escrevessem, como verdadeiros autores, tudo e só aquilo que Ele próprio quisesse
(Vat.II). A inspiração bíblica supõe urna ação divina sobre a inteligência (iluminação, revelação)
e uma moção divina sobre a vontade (impulso acolhido com liberdade), que leva alguém a
escrever aquilo e somente aquilo que Deus deseja comunicar aos homens. Assim sendo, Deus
torna-se o autor principal, e certos homens, autores secundários da Bíblia. Esses homens são
instrumentos livres, conscientes e ativos. Eles imprimem ao texto sagrado o seu próprio estilo.
Para nós católicos a tradição divino-apostólico-eclesiástica tem como inspirados por Deus os 73
livros que compõem a nossaBíblia. Quando aBíblia ensinaverdades religiosas e morais não pode
errar. Trata- se de verdades divinas, às quais corresponde na Igreja e em cada homem a
aceitação interior e exterior baseada na fé em Deus. O objetivo da inspiração bíblica é religioso,
pois nos ensina aquilo que o homem não pode compreender por sua inteligência, ensina- nos
sobre o plano de amor e salvação que Deus tem para nós. Portanto, a Bíblia não é um estudo
sobre ciências como geografia, história ou astronomia. Para entendermos a Palavra de Deus é
necessário conheccrmos os ambientes e os costumes dos povos aos quais pertenciam os
escritores bíblicos. Esse conhecimento é importante para percebermos o sentido religioso da
Bíblia. Entendido o conjunto que compõe determinado livro, como: país, costumes, situação
social, política e econômica; situação geográfica e estilo dc redação, perceberemos, então, com
melhor clareza, a mensagem que Deus quer transmitir a nós homens, que passamos pelos
mesmos problemas e crises dos escritores sagrados. Por isso podemos descobrir que textos
bíblicos iluminam fatos semelhantes de nossa vida cotidiana.
6. Conseqüéncias da Inspiração Bíblica: Porque a Bíblia é, na sua totalidade e cm cada
uma de suas partes, inspirada por Deus, ela não contém erro, nem se contradiz quando
nosensina sobre a fé e a moral, necessárias para nossa salvação. Pois o Espírito Santo
que inspirou os autores sagrados, tanto do Antigo comodo Novo Testamento, é sempre
o mesmo.
7.Interpretação da Bíblia: Énccessário interpretar aBíbliapara sabcrqual é, exatamente, o
pensamento do autor sagrado, qual é a verdade revelada por Deus e o seu autêntico sentido. Eis
o grande e o mais difícil problema dc quem a lê. É comum ouvir dizer que “cada um lê e
interpreta a Palavra de Deus como quer, ou melhor, como pcssoalmcnte e interiormente lhe
inspira o Espírito Santo”. Éo conhecido princípio do livre exame. A conseqüência disto é o
surgimento das diferentes crenças ou seitas. Para nós católicos, “existe uma autoridade
credenciada por Cristo para interpretar, autcnticamcntc e com autoridade infalível, a Bíblia. Para
nós a Igreja hierárquica—Papa, Bispos em comunhão entre si gozam da assistência divina para
—
Gêneros Literários: Falamos aracriormcntc quc paia escrever a Bíblia os autores sagrados
utilizaram diversos recursos da linguagem humana. Gênero literário é a variedade, tipo,
maneira, estilo, natureza, técnica de linguagem que o escrit.or’dc uma determinada época usa
para escrever so’bre um assunto.
Na Bíblia encontramos os seguintes gncros literários:
— No Antigo Testamento:
a. História para edificação do povo. Ex.: O livro dc Tobias
b. Narração. Ex.: A burrinha de Balaão Nm 22
Uso do Novo Testamento: Para encontrar as passagcns bíblicas com mais facilidade e para ajudar o
manuseio e a leitura da Sagrada Escritura, os livros foram divididos cm capítulos e versículos. As citações
do texto bíblico são apresentadas da seguinte forma:
Nome do livro, seguido do capítulo e do versículo. Ex.: Mt 5, 23.
—0 ponto (.) indica um salto entre os versículos. Ex.: Rm 8,1 .5 .24 (carta aos Romanos,
capítulo 8, versículos 1, 5 e 24).
O hífen (—) indica que se deve ler desde um versículo até o outro, sem omitir os
—
444444444
1*
4
“1
• ESTUDO DO EVANGELHO
L1 SEGUTDO MARCOS
Marcos = leão. Marcos é s irnboliz.ado pelo leão porquc comcça seu1JI evangelho com João
Batista no deserto, e
o deserto era tido como o lugar onde
habitam os animais selvagens, Mc 1,13. O E’ angelho de Marcos
pode sem dúvida ser chamado o Evangelho do catecúmeno
(catccúmcno é o principiante, aquele que está sendo
evangelizado). Marcos não foi um dos doze apóstolos de
Jesus, mas foi seu discípulo, porque foi diretamente discíp
lo de Pedro e companheiro de Paulo. Marcos é filho de Maria de Jerusalém: At 12,12. Em At
12,25 é chamado João Marcos. Parente de l3arnabé, Col 4,10, uniu—se a Paulo e Bamabé em
sua primeira viagem missionária, At 12,25; 13,5. A tradição afirma que Marcos foi companheiro
dc Pedro; este livro é chamado o Evangelho de Pedro por alguns escritores da antiguidade.
Marcos escreveu este livro dirigido aos pagãos convertidos ao cristianismo. O lema do livro de
Marcos é Jesus Cristo servo incansável dc Deus e do homem. A vida de Jesus é descrita como
cheia dc baas obras. São dezenove os milagres registrados no livro de Marcos que demonstram
o poder sobrenatural do Senhor Jesus:
Oito deles provam seu poder sobre as enfermidades: 1,31; 1,41; 2,3—12; 3,1—5; 5,25—33;
—
9,25—27.
Dois demonstram sua conquista sobre a morte: 5,3539—42; 16,9.
—
iMarcos
1’
16,15_..lg: Jesus envia a Igreja
16,19_2(): Após a ascensão, Jesus continua cooperando com a Igreja
ESTUDO DO EVANGELHO
SEGUNDO LUCAS
Lucas = touro. Lucas é simbolizado pelo touro porque éomcça
seu evangelho com o sacrifício oferecido por Zacarias no tcmplo, local onde eram imolados os
touros. Lucas não era judeu; era um médico sírio. Lucas era discípulo de Paulo e permaneceu
fiel a ele cm todo
o seu trabaJho missionário. Foi companheiro de Paulo até o
martírio. Lucas é o médico amado, Col 4,14. Lucas também é
o autor dos Atos dos AjxSstolos, e os dois livros são para a
mesma pessoa, cuja identidade é desconhecida, O Evangelho
dc Lucas é o manual do evangelizador, porque responde à
importante pergunta: Como se forma o evangelizador? Corno
é formado na Igreja aquele que tem o ministério, o ser’%’iço da
evangelização?
É o evangelho da graça de Deus: 2,32; 3,6; 24,47. É o evangelho do “Filho do Homem”
—Mostra a atitude amável de Crisio para com os pobres, os humildes e os marginalizados. Os
discípulos pobres: 6,20; A mulher pecadora: 7,37—50; Maria Madalena: 8,2; Os samaritanos:
10,30—36; Os publicanos e pecadores: 15,1; Os mendigos abandonados:
16,19—31; Os leprosos: 17,12; O ladrão na cruz: 23,39—43.
É um evangdilio que ressalta especialmente a oração:
1) Contém 3 parábolas sobre a oração que não encontramos nos outros evangelhos: O amigo da
meia-noite: 11,5—8; Ojuiziníquo: 18,1—8; O fariseu co publicano: 18,9—14. 2) Contém as
oraçõc.s dc Cristo:
a. Em seu batismo: 3,21
b. No deserto: 5,16
c. Antes dc escolher os seus discípulos: 6,12—13
d. Na transfiguração: 9,29
e. Antes de diicr a oração do Senhor: 11,1—4
f.Por Pedro: 22,32
g. No Getsêmani: 22,44
h. Na cruz: 23,46
É desse evangelho que tiramos alguns dos principais hinos de louvor da nossa Igreja:
1) A Ave Maria: 1,28.42
2) O Magnificat: 1,46—55
3) O Beriedictus: 1,68—79
4) O Gloria in Excelsis: 2,14
5)0 Nunc Dimitis: 2,29-32
Nesse evangelho a mulher tem um lugar de honra: Maria e Isabel no capítulo 1; Maria esua
irmã Marta: 10, 38—42; As filhas de Jerusalém: 23,27; também menciona muitas Viúvas:
2,37; 4,26; 7,12; 18,3; 21,2.
Esse evangelho, em relação aos outros, possui a biografia mais completa dc Cris Lo.
Cerca de metade das informações contidas nesse livro não estÁ nos outros. Muitos dos mais
Portantes discursos e fatos da vida de Jesus estão registrados nesse evangelho. Ex: A
2<
í
26_
pesca milagrosa 5,6; A ressurreição do filhoda viúva dc Naim 7,11—15; Os dez lcprosos
17,12—19; A cura de Malco 22,51.
Mensagem do evangdllo de São Lucas:
Salvação e misericórdia
—
Pobreza e alegria
—
-A moeda perdida
O filho pródigo
—
19,1—10: Zaqucu
17,1—4: O pecado e o perdão
23,35—43: O bom ladrão
Parábolas encontradas somente neste evangelho:
) figueira estéril: 13,6—9; O amigo à meia-noite: 1 1,5—8; O grande banquete: 14,15—
24; A moedaperdida 15,8—10; A parábola do dinheiro emprestado: 19,11—28; O filho
pródigo:
15,11—32; O rico insensato: 12,13—21; O mau ricoe o pobre Lázaro: 16,19—31; Os
devedores: 7,41—43; O juiz iníquo: 18,1—8; O administrador prudente: 16,1—13; Os
servos inúteis: 17,7—10; O servo humilde: 12,35—40; O administrador fiel e
prudente:
12,42—48.
1,14: Jesus ma-rav ilha os seus parcntes e conhecidos por sua prcscnça
1,15: João Batista dá tcstemunho
1,16—18: Jesus no seio do Pai comunicou as riquezas dc Dcus
1,19—5 1: João Batista apresenta o Cordeiro (Jesus); os primeiros discípulos
2,4: Cidade de Caná (o P sinal de quc Jesus é o enviado dc Deus)
2,1—12: As Bodas de Caná
2,4; 4,21;4,23; 5,25; 5,28; 7,30; 8,20; 12,27; 12,33; 13,1; 16,32; 17,1 e 19,27:’
Textos sobre a hora de Jesus
2,13—23: A Páscoa cm Jerusakm: O verdadeiro templo
3,1—21: Conversa com Nicodemos
3,22—36: João Batista, o amigo do esposo, diminui diante de Jesus
4,1—42: Jesus e a samaritana
4,43—54: A cura do filho dc um oficia) (o 2Y sinal deque Jesus é o enviado de Deus)
5,1—47: Cura do paralítico de Betesda, no dia de sábado: o Filho faz as obras do Pai
6,1—15: A multiplicação dos pãcs
6,16—21: A caminhada sobre o mar
6,26.—71: O escnda1o do pão da vida
6,26—31: A obra é crer
6,32—51: Qual é o pão do céu?
6,5 1—59: O pão é minha carne, vida para o mundo
6,60._71: A opção dos discípulos
CAL JJL 7 A : Granzlcs discussões
7,1—53: A festa dos Taberriáculos e a promessa dos rios do Espfrito;’discussões sobre
aongemJ-55
7,1—24: Jesus ensina na festa
A promessa do Espfrito Santo
7,25—36 e 40—53: Discussão sobre a origem de Jesus
8,1—11: A mulher adiiltera
8,12—59: Debates entre os judeus e Jesus
CAw’IrujLo ): O cego de nascença vê e a sinagoga torna-se cega
CwnrJLo 11®: O Bom Pastor dá a vida por suas ovclhas
Jesus sobe para sua morte
11,1-44: Jesus liberta Lázaro da morte e troca sua vida pela dele (a ressurreição de
Lázaro)
11,45—57: Conspiração contra Jesus
12,1—11: A unção dc Betânia: anúncio da morte de Jesus
12,12—19: Entrada dc Jesus cm Jerusalém
12,20—36: Se o grão dc trigo não morrer...
12,37—50: Cegueira dos judeus e falta de fé do mundo
CAw1ITuL 113 A 117: A iltima ceia e os discursos dc adeus
CAI?1r1uLo 113. A I1,3i1: A humildade de Jesus
13,1—20: Jesus lava os pés dos discfpulos
13,2 1—33: Jesus prevê a traição de Judas
13,34—35: Jesus dá um novo mandamento
CÂwinrwLo ]1: Jesus fortalece a fé dos discípulos
14,6: Jesus é o caminho, a verdade e a vida
14,10: Jesus e o Pai são um
14,15: A promessa do Espírito Santo
C,htuuc i1,11 11,33: A videira
15,1—17: A verdadeira videira
15,18—27: Os discípulos e o mundo
16,5—14: A obra do Espírito Santo
16,16: Jesus se despede dos após tolos
16,24—2.8: Oração em nome de Jesus
16,29—33: Jesus vencedor do mundo
17,1—26: Xoração de Jesus
CÂP1ruLo 11 A 119: A Paixão de Jesus Cristo
18,1—11: A prisão de Jesus
IF ‘Qi 21U1 310r
18,12—24: Jesus diante do supremo sacerdote Anás
•• ••
p1
CkTUo I1 A I(: Jcsus perante Pilatos
19,16—42: A cena do Calvário
19,25—27: A mãe de Jesus perto da cruz
CM?huLo : A Ressurreição
20,1—2: Maria Madalena
20,19_31: Aparições aos discípulos
CÂLwLo 11: À beira do lago Tibcríadcs
21,15-23: Declaração de amor dc Pedro
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ESTUDO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS
O livro dos Atos dos Apóstolos é em certo sentido urna continuação do Evangelho dc Lucas,
pois o autor é o próprio Lucas. É a história do dcsenvolvimcnto daigrejaprirnitivadcsdc a
ascensão de Cristo até a prisão dc Paulo cm Roma co começo de seu trabalho apostólico aí.
Podemos ver neste livro o começo da era do Espírito Santo. Quando Jesus partiu para o Pai,
convocou todos os seus discípulos para uma grande campanha de missões por todo o mundo sob
o poder do Espírito Santo: 1,8. Neste livro vemos claramente que a naturcza da Igreja e do
cristão é ser nissionário.
Esquema do livro:
1. Missões locais cm Jerusalém
A) Preparação:
1,4—8: Jesusdelega autoridade aos apóstolos para evangelizar cm seu nome
1,9—li: Jesus é elevado ao céu
1,12_14: Os discípulos se preparam para receber o Espírito Santo cm oração
1,15_26: Eleição dc Matas, que substituirá Judas
2,1_li: Dia dc Pentecostes
2,14....36: Pedro anuncia a pessoa dc Jesus
2,37.40..41: As primeiras conversões
2,3839: Condições para uma verdadeira conversão
3_. 2,4 e 4,31: A condição pala ser cvangc’lizador
B) Ação missionária da Igreja primitiva
2,14—40: Pedro em Pcntccostcs
3,12—26: Scgunda prcgação dc Pedro
4,8—12: Pedro dirige aos chefes do povo
7,1—59: Estavão
8,5—25: Filipe e Pedro
8,26—40: Filipe
C) Os atos da Igreja
2,42—47: Primeira comunidade
3,1—26: Cura realizada através de Pedro
4,1—22: Prisão dc Pedro e João
4,23—3 1: Oração comunitária e plenitude do Espírito Santo
4,32—35: A partilha (unidade e amor da Igreja primitiva)
4,36—37: Barnabé: testemunha de partilha
5,1—11: Ananias e Safira contra testemunho dc partilha
5,12—16: O poder espiritual da Igreja (os milagres)
5,42: Os apóstolos anunciam a Boa Nova
6,1—7: Eleição de administradores da comunidade
D) A Igreja perseguida
4,1—3: Prisão dc Pedro e João
5,17—18 e 40: A prisão ds apóstolos
6,8—15: A prisão dc Estavão
7,54-.--60: Morte de Estavão
8,1—2: Dispersão da comunidade
8,1—3: Saulo dc Tarso persegue a Igreja
8,1—4: Pcrscguidos, os discípulos pregam fora dc Jerusalém
12,1—11: Morte de Tiago, prisão de Pedro e sua libertação
2. Mjssõcs estrangeiras
8,5—25: Filipe cm Sarnaria em companhia dc Pedro e João
8,6—7: Jesus confirma a pregação através de sinais
9,32 e 10,23: Atividade missionária de Pedro
9,32—43: Dois milagres dc Pedro
9,32—35: Cura de um paralítico
9,36-42: A mulher dc Jope
11,22—24: Missão de Barnabé na Antioquia
11,19—26: Fundação da Igreja da Antioquia pelos hclcnistas
11,25—26: Bamabé leva Saulo de Tarso para Antioquia
Ckw1irTuLc k ,2: Primeira missão dc Paulo
13,1—5: Sob a direção do Espírito Santo, Paulo e Barnabé foram enviados corno
3 13,4—12: Procõnsul
16,14: Lídia
16,25—34: Carcereiro
17,34: Dionfsio e Dâmaris
19,18—20: Queimaram os livros dc magia
4. Prisão e morte de Paulo
CruLo 2i1,]1 A 2): Da prisão para a morte. De Jerusalém para Cesaréia
Crui.o 7,]1 A 2,]1: Roma
A OBRA LITERÁRIA DE PAULO
A obra literária de Paulo cm suas cartas é um tesouro de incalculável valor para nós, católicos. Possuimos
13 cartas nascidas dc sua inspiração, distribuídas da seguinte maneira: Nove (9) são cartas dirigidas a
comunidades concretas:
Romanos; 1 e 2 Coríntios; Gálatas; Efésios;
— — — —
Quando ficou pronta a coleção de cartas de São Paulo? Provavclmcni.eno final do século 1, entre 90 e
100 depois de Cristo. Nesta época já se tm suas principais cartas.
ESTUDO DA CARTA AOS ROMANOS
São Paulo escreve aos Romanos em Corinto, cndc etevc cerca dc trás (3)
meses, quando atravessava a Macedônia dirigindo—se a Jérusalém. Acredita-se que essa
carta foi escrita na primavera de 58 d.C.
Esquema da Carta:
1,1—7: Saudação
1,8—15: Ação dc graças e projetos
1,16—17: Justificação, vida e salvação
• CAL?ZJLc A A fé
3,21—30: Justificação de todos pela fé •.
Esquema da Carta: q ‘(
1,1—11: Introdução
1,1—2: Saudação
CIftuLo 1l,11 7,2l: Tribulação e esperança do ministério apostólico
Ck,ruJL , ,3l: Explicações dc Paulo sobre sua mudança dc viagem
1,15—24: Somos marcados com o selo o Espírito Santo
CTu3Lo 29fl A 3,]1: O ministério da Nova Aliança
A esperança faz vencer as dificuldadcs
4,1—6: Lealdade na pregação do evangelho
CtruJLo ,I1I ,iiU: O ministério da reconciliação
6,1—5: O apóstolo se apresenta corno ministro dc Deus
CArUJLO$ A 7,]1: Benefício trazido pela mudança dc itinerário
A partilha entre as Igrejas (exortação)
8,1—24: As boas intenções da Acaia
8,1—6: Riqueza espiritual constatada na Macedônia
8,7—15: Espontaneidade do dom, generosidade dc Cristo
8,16—24: Envio de Tito e dos irmãos
9,1—15: Necessidade de prestar ajuda aos irmãos
Sentido da missão dos irmãos
9,6—9: Convite à generosidade sem constrangimento
9,10—14: Riqueza espiritual esperada cm Corinto.
9,15: Ação de graças
Severa chamada de atenção
10,1—11: Mesmo ausente, Paulo reivindica sua autoridade
CIiruiLo l1©,l2 A l1l1,11’: Polêmica contra os falsos apóstolos
CA1PTu3Lcs 11]1,]1 A ]1,]10: A glória dc Paulo está nas provações e trabalhos
sofridos
12,7—10: O apóstolo também sofre as tribulações da vida
12,11—21: Paulo autêntico apóstolo de Corinto
13,1—lo: Que Paulo não precise usar de sua autoridade quando estiver cm Corinto
13,11—13: Recomendações, saudações
ESTUDO DA CARTA AOS GÁLATAS
Essa cana foi escrita provavelmente entre 48 e 56 d.C.. a data não é bem Precisa. A carta aos
Gálatas é enviada às igrejas da Galácia, Gi 1,2, sem mencionar nenhuma cidade, talvez porque
se tratasse de pequenas comunidades espalhadas, mas tinidas entre si por laços que permitissem
‘a mensagem dc Paulo passar dc uma a outra. Esquema da carta:
1,1_5: Saudação .
2,1—10: A missão de Paulo foi reconhecida pelos que eram colunas da Igrcja
2,1—2: Anúncio
2,3—6: Os apóstolos em Jerusalém não exigiram a circuncisão de Tito
2,7—10: Os apóstolos reconhecem a autenticidade da missão dc Paulo entre os incircunsisos
(pagãos)
2,11—20: A vivência da fé dc Pedro, que cra judeu, era confonnc o Evangelho que pregava
Paulo
2,11—14: Pedro tinha renunciado cspontancamentc viver à maneira judaica
2,5—16: Os judeus reconheciam que somente Criso os justificava
2,17—20: O regime da Lei não pode mais ser restabelecido
2,21: Conclusão
CÂfirrJLo 3,11 A ,J1: Sendo filhos dc Deus, somos chainados pelo Espírito para a liberdade
3,1—5: Recebemos o Espírito Santo pela fé, não pelas obras
3,6—29: Vós sois a descendência prometida a Abraão
3,6—14: Segundo a Palavra de Deus, a bênção dada a Abraão se estende a todas as nações, ao
passo que a Lei conduz à maldição do transgressor
3,21—29: O querigma cristão: a fé nos torna filhos dc Deus cm Cristo, ao passo que a Lei era
apenas um professor até a vinda dc Cristo
4,1—30: Vós sois herdeiros de Deus e não escravos
A conseqüência da filiação é a liberdade cristã
4,1—11: O qucrigma cristão: Deus vos torna seus flllos, seus herdeiros; quereis
voltar à vida de escravos?,
4,12—20: Apelo, à experiência: vivestes a adesão livre a*Crisw, mas agora aparecem homens
que pretendem tirar proveito dc vós,
1
Li t— 1)_
1,6—8: Deve ‘1reavivar o carisma” que recebeu pela imposição das mãos de Paulo
1,9—10: Que o poder de Deus que saivaseja para ele ehcorajsnento
1,11_18: Que o exemplo de Paulo e 1,15—18 o de Oncsíf6ro o rDconfortcm
2,1_13: Que os sofrimentos e a morte do critão sejam sempre vistos sob a luz da
ressurreição de Cristo. Um hino encerra a passagem
CÂiTuLoS A 43,: Pastor do rebanho, Timóteo 1cve ser cuidadoso
2,14—26: Timóteo proclamará corajosamcntc a Palavra diante do perigo dos falsos doutores
2,14—18: Que Timóteo permaneça flrmc; muitos se deixaram levar por palavras cnganosas
2,19—21: Que ele se lembre dc que “a casa dc Deus” é inabalável
2,22—26: O combate contra os falso doutores não deve impedir o scr’’o do Senhor de ser
manso, bondoso e paciente com todos
CA?UILG 2,l1 A Timótco deve preparar—se para enfrentar os perigos dos iltimos tempos
3,1—9: É necessário preparar—se para dias difíceis
3,10—17: Timóteo deverá permanecer firme, segundo o exemplo de Paulo e mostrando—se fiel
à Palavra dc Deus
4,1—5: É neccssário proclamar a Palavra cm todo tempo e cm todas as circunstâncias
4,1—8: O Testamento dc Paulo
4,6—22: Conclusão
4,6—8: Paulo, no fim dc sua vida, prepara—se para aparecer diante dc Deus
4,9—13: Paulo dá algumas notícias e pede a Tin-iótco pequenos favores
4,14—18: Paulo relembra seu processo e conta a Timótco com tristeza que muitos o
abandonaram (solidão dc Paulo)
4,19—22: Despedida
ESTUDO DA CARTA A TITO
A cana a Tito parece que foi escrita da Macedônia. Nesta carta Paulo preocupa—se em fazer
com que a jovem Igreja deCreta receba uma sólida organização. Por isso escreve sobre os
requisitos que os bispos e as várias classes dc fiéis devem ter, bem como as relações que os
cristãos devem ter com a autoridade e com os concidadãos. Esquema da carta:
1,1—4: Introdução
1,5—16: Tito e a organização das Igrejas
1,5—9: Tit.o deverá instalar cm cada cidade dc Creta líderes que tenham as
qualidades necessárias
1,10—16: E terá de combater os falsos doutores
CAi?iruJlL,o ,11 A ,1UI: Tito e a vida cristã dos fiéis
2,1—15: Um bom pastor em contato com o rebanho
2,1—10: Deveres particulares dc algumas categorias dc fiéis: velhos, mulheres idosas,
jovens, escravos
2,11—15: Deus adquiriu para si um povo santo, cheio de ardor para as “boas obras”
3,1—8: Deveres dos cristãos em geral
3,1—8: O cristão na sociedade civil
3,1—2: Os cristãos saberão submeter—se ‘as autoridades e mostrar—se
acolhedores com todos
.3
13,1—6: Sociais
13,7: Pai-a com os líderes
13,8—9: Dever de mostrar como a doutrina cristã é sólida
13,15—17: Dever de ser agradecido, lxndoso e obclientc aos governantes
13,18—25: Despedida
Para muitos a carta dc Tiago foi o primeiro escrito do Novo Testamento, anterior ao Concílio dc
Jerusalém de 49 a 50 d.C. Essa carta foi escrita para cristãos que estavam sendo provados de
diversas maneiras; não só por causa dafépor parte dos judeus oudos pagãos, mas também pelo
comportamento dos ricos arrogantes e opressores. Com essa carta Tiago quis amparar na
provação os fiéis e reavivar—lhes o fervor primitivo. Esquema da carta:
CÂInuLo ii: Provação /Tentação
1,2—lI: Os frutos daprovação suportada; sabedoria—verdadeira grandeza
1,12—18: Santidade de Deus e fraqueza do homem
1,19—25: Os deveres para com a Palavra
CÁJrUJLO : Fé e obras (cujo teste foram as provações do capítulo 1)
CuJL 31I 3]1(i]): As obras não se opõem à fé, mas a uma vida que se contenta com palavras
bonitas. Falsa profissão de fé
3,1—12: Disciplina da língua (domínio) À
3,13—18: Sabedoria verdadeira e falsa
4,13—17: Agir segundo a consciancia «.._.
essencial dc sua expcriEncia religiosa. João quer mostrar a nossa condição de filhos de Deus e
aretidão denossavidamoral, considerada como fidelidade ao duplo mandamento daféem Jesus
Cristo, Filho de Deus, e do amor fraterno. O autordá4 razões para escrever essacarta: a)Para
aumentar a alegria da comunidade: 1,4; b)para proteger a comuniddc do pecado: 2,1; c) para
advertir a comunidade sobre os falsos mestres: 2,26; d) para fortalecer a fé dos leitores cm
Cristo e dar-lhes confiança na vida eterna: 5,13. O lema central da carta é: Deus é amor
perfeito, vida e luz. O objetivo da carta é levar o leitor a viver cm santidade, amando
fraternalmente.
Esquema da carta:
Escrita no final do século 1, cssa pequena carta ‘isa combater os falsos mcsbcs, Sz
bem como os crros dccarátcr moral, que transformam aiibcrdadc cristã em licenciosidade; —. — Esquema
da carta:
1—2: Introdução
3—4: O motivo da carta é chamar a atenção dos destinatários a combatcrcm pela fé,
porque homens pc.rigosos para a comunidade começaram a causar prejuízos
5—7: Trazer à memória 3 exemplos dc castigo tirados do Antigo Testamento
8—16: As pessoas que agem do mesmo modo são passíveis dos mesmos castigos
17—23: Viver na fé, no amor e na esperança (5) ,,
irnpiedade
Iflj.ros: 7 Número perfeito, a plenitude; 6 (sete menos um) imperfeição; 3 1/2 (a metade do sete)
-imperfeição, sofrimento, tempo de provação e perseguição; 12 Israel (antigo e novo); 4 o mundo criado;
cns:gcm às Sete
2,1—7: Igreja dc Éfcso Frieza em seu amor
—
As sete trombetas:
8,7—12: Primeira, segunda, terceira e quarta Toques
—
OS SALMOS
A poesia e a rrn5sica sempre estiveram unidas aos sentimentos humanos, como amor, alegria,
tristeza, prazer e dor. Através delas também se expressava o povo hcbreu, escolhido por Deus
para revelar à humanidade que existe um só Dcus, Criador e Pai onipotente, que a todos ama
sem distinção. Ao longo da história, esse povo, inspirado por Deus, compôs cânticos e poesias
para orar ao
Senhor louv ando, comemorando vilórias (Si 107), pedindo perdão pelas faltas cometidas
(SISO), pedindo socorro a Deus (Si 53), louvando a Deus pelos bens recebidos (SI 125).
Esses cantos eram ensinados de geração em geração, e fazem parte da história do
relacionamento entre o Povo Eleito e seu Deus.
O hábito de utilizar os salmos corno forma de oração já é antigo. Jesus, Maria e os Apôstolos
rezavam os salmos, tanto ria oração comunitária corno na pessoal. A Igreja Católica, fundada
por Jesus Cristo,igualmcne utiliza os salmos cm suas orações. Durante séculos os salmos têm
ajudado o homem a comunicar—se com Deus.
A Palavra dc Deus, para ser comprecndida, deve ser lida cm oração. Antes dc ler o
NovoTcstarncnto, abra o livro dos salmos core, pedindo inspiração a Deus. Os salmos são
oraçõcs vivas, que dizem respeito à sua vida hoje. A esperança recitada pelos salmistas já se
concretizou cm nosso tempo; o Messias esperado já veio e revelou a suadoutrjna a todos os
homens. Conhecer os salmos é conhecer melhor a Deus, que se revela ao homem à medida cm
que este se abre. Reze profundamente, utilizando as 150 fórmulas coritidas neste livro, fonte
inesgotável de Sabedoria.
1. Sentido: Salmo quer dizer “prece”, “oração” ou ‘cântico de louvof’. Os salmos foram
asorações individuais e comunitárias do Antigo Povo dc Deus. Eles são a expressão mais
profundado caráter religioso do povo dc Israel: “Todas as cordas do sentimento religioso so
neles dedilhadas: respeito à majestade divina, gratidão pela misericórdia infinita e pelo perdão
de Deus, absoluta confiança na Providência, penitência e contrição ante os próprios pecados,
tristeza e temor dos perigos que nos cercam, paz, consolação, coragem, Obediência, alegria e
esperai-iça. Por outro lado, os poemas rncssiànicos e as numerosas alus&s ao Filho dc Davi
tornam os salmos ainda mais familiares às nossas almas cristãs”. Nas festas e solenjdades do
Povo de Israel, os salmos eram cantados pelos grupos dc cantores oficiais do Templo (Cf. SI
91,2—3).
A palavra “sairno” é dc origem grega. Seu sentido era ode “tocar um
lTiStrUmcnto de cordas” ou “um c.ntico acompanhado de tal instrumento”. Ora, o no caso, era
o “saltério”, semelhante à harpa. Do nome desse instrumento
Surgiu a palavra “saltério”, como se entende hoje: a coleção dos 150 salmos da Bíblia.
2. Origem e autores dos salmos: Os salmos são as manifestações poético-religiosas do
Povo de Israel. Os salmos foram, aos poucos, recolhidos em coleções ou pequenos
sahcnos:o saltério de Maf; o dos filhos dc Coré; o dos salmos dc Peregrin ação; do KalleI;
OS SaImos de Davi; os do “mestre dc canto”. A opinião dos especialistas modernos da
‘1.’.
1
c) Spica Individual: 3; 5; 6; 7; 10; 12; 16; 19; 21; 24; 25; 27; 30; 34; 37; 39; 41; 42; 50; 53; 54;
55; 56; 58; 62; 63; 68; 69; 70; 76; 85; 93; 101; 108; 119; 129; 139;
140; 141; 142.
d)Siplica Coletiva: 11; 13; 43; 57; 59; 73; 76; 78; 79; 82; 83; 84; 89; 93; 105;
107; 122; 125; 128; 131; 136.
c) Confiança: 3; 4; 10; 15; 17; 22; 26; 45; 61; 62; 90; 120; 124; 128; 130; 143.
f) Pcnitcncial: 6; 31; 37; 50; 101; 129; 142.
g)Sabcdoria 1; 9; 10; 13; 24; 33; 36; 42; 48; 49; 51; 74; 80; 81; 90; 94; 110; iii; 118; 126; 127;
132; 144.
OS SALMOS
PRIMEIRO LIVRO (SALMOS 1—40)
Os dois caminhos
11 Feliz o homem que não procede conforme o conselho dos ímpios,
não trilha o caminho dos pecadores,
nem se assenta entre os escarncccdorcs.*
2 Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor
e medita sua lei dia e noite.
3Ele é como a árvore plantada
na margem das águas correntes:
da fruto na época própria,
suaS folhagem não murchará jamais.
Tudo o que empreende, prospera.
4 Os impios não são assim!
Mas são como a palha que o vento leva.
5 Por isso não suportarão o juízo,
nem permanecerão os pecadores na assembléia dos justos.
6 Porque o Senhor vela pelo caminho dos justos,
ao passo que o dos ímpios leva à perdição.
O Messias, senhor do universo
2 1 Por que tumuItuaii as nações?
Por que tramam os povos ‘às conspirações?*
2 Erguern, juntos, os reis da terra,
e os príncipes se unem para conspirar
contj Senhor e contra seuCristo.*
Quebremos seu jugo, disseram eles,
e sacudamos para longe de nós as suas cadeias!”
sal 1 1. Feliz: esta palavra abre o saltério. Desde o começo levanta o grande problema: do bem e
do mal, que ecoará através de todo o saltério, nos lábios do justo, assim como na zombaria dos
mplos. A questão se sublimará lcntamcnte até a palavra do Mestre: Be,n-aeníurados os pobres (Lc
6,20). O justo e o ímpio, a bondade e a maldade estão aqui como pórticos do saltério
Sal fltelro\
1. Salmo mcssiãnico, que anuncia o domínio religioso do Messias sobre todos os reis da terra.
faz crescer nEle. E urna Boa Nova dc salvação, que traz paz e alegria a cada
pessoa.
Daí porque acolhemos com entusiasmo e gratidão a iniciativa do Escritório
Nacional de Evangelização 2000 no Brasil dc difundir um milhão de exemplares
do Novo Testamento, Livro dos Salmos e estudo bíblico a preço de custo,
acessível à nossa população pobre.
Este projeto vem atender ao insistente apelo de João Paulo II para uma nova
evangelização, marcada por um “renovado empenho missionário” (João Paulo II,
encíclica Ryc1cm.ptoHs Míssio).
Mas, para que a Palavra dc Deus seja “sustentáculo e vigor para a Igreja, e, para
seus filhos, firmeza da fé, alimento da alma, pura e perene fonte da vida
espiritual” (Constituição dogmática Dci Verbum, 21), como nos fala o Concflio, é
preciso que seja lida e interpretada na fé do Povo dc Deus, expressa nos símbolos
dc fá, nas formulaçõc dogmáticas e no Magistério da Igreja.
Cardeal-arcebispo de Brasília
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