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UNIDADE 1

Agronegócios 13
UNIDADE 2

Tecnologia 23
UNIDADE 3

Arte & Cultura 33


UNIDADE 4

Saúde 43
UNIDADE 5

Estilo de Vida 53
UNIDADE 6

Turismo 63
UNIDADE 7

Esportes 73
UNIDADE 8

Meio Ambiente 83
UNIDADE 9

Terceiro Setor 93
UNIDADE 10

Emigração 103

Explicações Gramaticais 113


PANORAMA
BRASIL
UNIDADE 1
Agronegócios

Três Cs Engordam o Agronegócio


Nos últimos anos, a soja reinou quase absoluta no mundo do agronegócio, mas
analistas dizem acreditar que, a partir de 2005, a bola da vez serão o café, a
cana-de-açúcar e as carnes. Roberto Rodrigues, ministro da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, afirma que o superávit da balança do agronegócio continuará
crescendo. Cana, café e carnes serão beneficiados, principalmente, pela conjuntura
internacional. No caso das carnes, problemas sanitários jogaram para escanteio os
principais concorrentes do País e ajudaram a popularizar marcas como Sadia. "Em
Moscou, a dona de casa russa vai ao supermercado comprar um Sadia (frango),
assim como no Brasil palha de aço é sinônimo de Bombril", diz Marcus Vinicius
Pratini de Moraes, ex-ministro da Agricultura. O setor pretende continuar as ações
de marketing do "Brazilian beef" – como a carne bovina brasileira é conhecida no
exterior – e investir nas vendas de produtos de maior valor agregado. Ou seja,
apostando na exportação de cortes bovinos em detrimento da carcaça e na de coxas
e sobrecoxas em lugar do frango congelado inteiro. No setor de açúcar e álcool, a
alta do petróleo está estimulando os brasileiros a comprarem carros bicombustíveis
e países como Japão e Índia a buscarem uma alternativa ao diesel e à gasolina. A
escassez de grãos para fazer um bom cafezinho está forçando importadores europeus
e americanos a pagarem um preço cada vez mais alto pelo café brasileiro. Se há
alguns anos a qualificação do Brasil como "celeiro do mundo" provocava risadas
nos mais céticos, hoje o País é visto como uma "superpotência agrícola". O bom
momento da agricultura é visível a olho nu para quem visita o interior do País. Se
na cidade causa espanto dirigir uma Porsche de US$ 100 mil, no campo não faltam
frotas de até 30 colheitadeiras de algodão, cada uma avaliada em US$ 300 mil.
Tratores com ar-condicionado deslizam macios em meio às plantações de algodão.
Casas com piscina e fazendas com redes de fibra ótica que correm por baixo das
lavouras são mais comuns do que se poderia imaginar. Agricultores, ou melhor,
"empresários rurais", como eles preferem ser chamados, estão bancando com
dinheiro do próprio bolso a pavimentação de estradas no Mato Grosso.

Fonte: adaptado do artigo de Lucia Kassai para a revista Forbes Brasil, janeiro/2005

1. Responda às perguntas e discuta os assuntos com um colega ou com o seu professor.

a. Qual área da economia está experimentando um progresso parecido com o do Agronegócio em seu país?
b. Que produtos brasileiros são bem conhecidos e encontrados à venda em seu País?
c. Qual das informações acima lhe causou maior surpresa?

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Agronegócios

GRAU DO ADJETIVO
É a flexão que expressa a intensidade com a qual o adjetivo caracteriza o substantivo.
Além do grau normal do adjetivo, existem o COMPARATIVO e o SUPERLATIVO.
>> saiba mais: p. 122

2. Compare os Preços Médios da Cotação Nacional de alguns produtos fortes da agricultura


brasileira divulgados em 9/1/2005 pelo www.agrolink.com.br e faça frases Comparativas e Super-
lativas seguindo os exemplos abaixo:

EXEMPLOS: A Soja tem mais cotações do que o Algodão em pluma.


O Algodão de Goiás é o mais caro de todos.

Cotação de Produtos
ALGODÃO EM PLUMA FD 15 Kg ARROZ Sc 60 Kg CANA-DE-AÇÚCAR T1 T
Estado Preço Estado Preço Estado Preço
BA 39,0677 MG 26,5 SP 29,323
GO 45,6121 MS 29 TO 28,5
MG 40,34 MT 20
SOJA Sc 60 Kg
MS 43,8105 PR 32,5
Estado Preço Estado Preço
MT 38,8262
CAFÉ Sc 60 Kg BA 28,2871 MT 28,7342
PR 41,4693
Estado Preço DF 28,3538 PR 30,3956
SP 42,9945
PR 260,5555 GO 28,661 RS 29,7426
LARANJA Cx 41 Kg SP 252,3275 MA 27,923 SC 30,4064
Estado Preço MG 29,9264 SP 30,494
MANDIOCA granel 1 T
SP 9,1481 MS 29,1404 TO 27,7777
Estado Preço
SP 215,2702

Pernambuco Exporta Frutas por Avião


Em 2005 saiu diretamente do aeroporto de Petrolina, no Estado de Pernambuco, o primeiro vôo internacional de
carga de frutas com destino a Luxemburgo e ao Japão. O uso do aeroporto de Petrolina permite que as exportações
do Vale do São Francisco para o mercado externo ganhem mais agilidade no processo de entrega. A pista de pouso
e decolagem do aeroporto foi ampliada de 1,95 mil metros para 3,25 mil metros, permitindo a saída de vôos de
carga diretos para o mercado externo. Antes da ampliação da pista, os fornecedores usavam o aeroporto da cidade
pernambucana apenas para armazenar as frutas, que aos poucos eram transportadas via porto.

Fonte: adaptado do artigo de Viviane Monteiro, para o jornal Gazeta Mercantil, abril/2005

3. A organização de uma logística apropriada a cada produto é sempre uma questão-


chave que busca aprimoramentos constantes em qualquer empresa de fornecimento de
materiais. Estude os casos abaixo e procure saídas viáveis para os problemas apresentados.

a. Editora de livros didáticos ganha concorrência para distribuir seus livros para escolas do ensino funda-
mental em toda a região amazônica brasileira. A entrega deve ser feita no mês de outubro para uso no ano
letivo seguinte.

PROBLEMA: Haverá necessidade de se usar barcos, já que muitas escolas ficam em regiões alcançadas
apenas por vias fluviais.

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b. Produtora de ovos vende seus produtos à empresa que utilizará apenas a gema e a clara na fabricação
de biscoitos e bolos. Para ganhar o contrato, compromete-se a recolher as cascas e a repassá-las a uma
empresa de fertilizantes naturais que fica a mil quilômetros da fábrica de biscoitos.

PROBLEMA: A retirada deve ser feita no prazo de 12 horas após a quebra dos ovos, em caminhões fecha-
dos. As cascas devem ser lavadas antes da entrega final. O fornecedor do serviço de lavagem ainda não
foi encontrado.

c. Empresa situada no interior de Tocantins especializa-se na fabricação de perucas com cabelos naturais.
A coleta de cabelos deve ser feita em todo o País e, para otimizar a linha de produção, a entrega deve ser
feita nos mesmos dias a cada dois meses.

PROBLEMA: Não há um bom controle da coleta de matéria-prima que se origina precariamente em sa-
lões de cabelereiros ou em entidades de voluntariado de apoio a portadores de câncer.

PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO


Refere-se a fatos que começaram no passado e foram concluídos.
>> saiba mais: p. 119

Caracol Dourado é Opção a Escargot


Uma nova espécie de molusco, criado na água, pode ser a alternativa para
suprir o escargot nos restaurantes de alto padrão e uma opção rentável
para pequenos. Segundo Vera Lobão, do Instituto de Pesca da Secretaria
de Agricultura, não existe a intenção de substituir o escargot. O caracol
dourado é um produto completamente diferente, apesar de ser "primo"
do primeiro. A carne do caracol é branca, a textura é semelhante à da
lagosta e o sabor comparado ao da ostra. É criado em água doce e não na
terra. Embora seja comestível, a espécie nunca havia sido explorada
comercialmente para fins culinários. Vera diz que "nós o pegamos na
natureza e desenvolvemos um sistema de engorda. Já vimos que dá para
ter uma produção comercial. Agora só falta o aval dos chefs". Se o produto
for bem aceito, o consumidor poderá vê-lo em breve nos cardápios.

Fonte: adaptado do artigo de Niza Souza para o Suplemento Agrícola do jornal O Estado de S. Paulo, maio/2005

4. Veja abaixo informações sobre o investimento inicial para o cultivo do caracol dourado.
Continue o parágrafo com as informações necessárias — veja quadro — para a divulgação
do processo em uma revista especializada.

sítio com um lago – criação em confinamento – tanques-rede de 1x1x1 metro –


capacidade de 780 litros de água – mínimo matrizes: 100 (1 macho para 40 fêmeas)

Para iniciar a produção, o ideal é que o interessado tenha um sítio...

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5. Vera dá uma dica para quem deseja manter afastados os caramujos: uma barreira com
sabão em pó. Passe as instruções abaixo sobre como montá-la para o Pretérito Perfeito do
Indicativo.

a. Pegue o sabão em pó e misture-o com água.


b. Espere adquirir consistência de mingau.
c. Demarque o entorno da casa, ou os limites do jardim ou da horta com um pincel ou brocha.
d. Uma simples passada é suficiente para barrar os caramujos por até três semanas, se não chover.
e. Para exterminar o caramujo, pegue uma lata ou latão, encha-a de água, ponha os caramujos e
cozinhe por 5 minutos, após levantar fervura.
f. Enterre os bichinhos mortos.
g. Qualquer tipo de manuseio deve ser feito com luvas.

Uma Mulher no Comando dos Criadores de Nelore


O que começou como lazer, virou profissão e, em 2005, a pecuarista Alice
Ferreira assumiu a presidência da Associação dos Criadores de Nelore do
Brasil. É a primeira mulher a dirigir a instituição que responde por 80% do
plantel nacional de gado de corte. Alice resolveu virar pecuarista quando
herdou do sogro a fazenda de Indaiatuba, em São Paulo, que servia de lazer
à família. Comprou gado e hoje tem um plantel de 10 mil cabeças, destinado
ao melhoramento genético. "Ser pecuarista é uma profissão muito peculiar,
mas a visão profissional na área é igual, independente de ser mulher ou
homem.", afirma. À frente da cinqüentenária entidade, Alice pretende dar
continuidade à administração atual, onde era vice-presidente. Entre as metas
para a gestão, estão a difusão do Programa de Qualidade Nelore Natural e
do Circuito Boi Verde de Julgamento de Carcaça, que visam estabelecer
normas de criação dos animais e destacar os melhores da raça. Atualmente,
são produzidas 700 toneladas/mês com o selo de qualidade da raça. Alice

Foto: Roberto Loffel


quer também aumentar em 20% o número de associados, que, no início de
2005, era de 1,6 mil pessoas. Para atingir essas metas, a ACNB pretendia
investir R$ 2 milhões em 2005. Alice acredita que a participação das mulheres
tem crescido no setor. O reflexo da força feminina no agronegócio verificou-se
no Congresso Internacional da Mulher no Campo, em abril de 2005.

Fonte: adaptado do artigo de Neila Baldi para o jornal Gazeta Mercantil, março/2005

6. a. Use informações do texto acima para escrever um dos parágrafos do discurso de posse
de Alice Ferreira na ACNB.

b. Imagine ser o fundador de uma Associação de Classe em seu ramo de negócios.


Desenvolva um discurso para a divulgação da associação em eventos relacionados à sua
área de atuação. Inclua informações sobre:

— recursos financeiros
— meios para atrair novos sócios
— atividades a serem oferecidas
— outras informações que lhe pareçam pertinentes.

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Sentidos Superaguçados
Imagine passar o dia provando bombons, como se a Páscoa durasse o ano inteiro. Ou experimentar numa tarde
até três quilos de sorvete. Não gosta de doces? Então que tal fazer o test-drive de alguns dos desejados cosméticos
ou degustar o que há de melhor em vinhos, uísques e cachaças? Degustadores são profissionais cujo trabalho é de
suma importância no mundo dos agronegócios. Poucos profissionais são tão invejados quanto os especialistas em
testar cheiros e sabores. Mas nem tudo é festa nessa seara de narizes e línguas afiadas. Para não errarem no seu
trabalho, eles precisam cuidar muito bem do paladar e do olfato. Um resfriado, um cigarro ou umas gotas de
perfume podem pôr a perder o que têm de mais precioso: a sensibilidade apurada. Veja, abaixo, a rotina de um
desses profissionais.
Marco Kerkmeester, dono de uma cafeteria em São Paulo: para montar o cardápio da casa, ele visita fazendas em
diversas regiões do país. Nessas ocasiões, chega a fazer sessenta provas em um único dia. Existem dois tipos de degustação.
Com o café expresso, tirado à máquina e o chamado cupping, em que se utiliza uma moagem grossa à qual é adicionada
água fervente (nesse caso, o degustador experimenta o líquido com uma colher e cospe). Segundo Marco, os melhores
grãos são aqueles que deixam a língua energizada.

Fonte: adaptado de artigo da revista Veja São Paulo, março/2005

7. Leia as afirmações de alguns degustadores e tente descobrir quais são as suas especiali-
dades, os tipos de empresas para as quais trabalham e os produtos.

a. "Quem disse que a água é inodora, incolor e insípida?"


b. "Mesmo quando estou de folga, escovo os dentes pelo menos cinco vezes ao dia."
c. "E pensar que, para mim, azeitona servia apenas para colocar na salada."
d. “Quando falo qual é minha profissão, as pessoas pensam que só manipulo fórmulas químicas", diz ela.
"E aí se surpreendem com a maciez das minhas mãos."
e. "A temperatura ideal para degustar é em torno de 10 graus negativos. Mais gelado que isso pode anestesiar
as papilas gustativas."
f. "Os machos têm uma saliência quase imperceptível entre as pernas, como se fosse uma bolinha."
g. "Se beber tudo, o sujeito não agüenta."
h. “Há oito meses na função, admito que ganhei dois quilos em minha doce vida de degustadora."

8. Além dos dois sentidos do corpo humano mencionados no texto, o paladar e o olfato,
existem mais três, que são: o tato, a audição e a visão. Os profissionais acima trabalham com
quais sentidos? Para cada afirmação, marque o número correspondente aos sentidos envol-
vidos no trabalho de cada um dos profissionais.

1. paladar 2. audição 3. olfato 4. tato 5. visão


a. ( ) b. ( ) c. ( ) d. ( ) e. ( ) f. ( ) g. ( ) h. ( )

9. Algumas das atividades que desenvolvemos seriam profundamente afetadas se um dos


nossos sentidos não funcionasse perfeitamente. Qual dos cinco sentidos lhe faria mais falta
caso apresentasse algum problema?

10. Imagine tornar-se um profissional da degustação. Com que tipo de produto você gosta-
ria de trabalhar? Por quê? Pense nas vantagens e nas desvantagens dessa profissão.

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11. Se não existissem esses profissionais, como


você poderia obter o controle de qualidade de-
sejado? A tática que você visualizou seria mais
vantajosa para a empresa?

12. Agora analise os produtos e/ou serviços


oferecidos por sua empresa. Haveria algum
trabalho que necessitasse de degustadores,
pesquisadores de mercado, demonstradores,
que poderia aproximar mais seus produtos
dos clientes? Sabor Tropical
O crescimento das exportações brasileiras
13. Há inúmeras iniciativas nas empresas e a popularização da imagem do País
modernas para a contratação de funcio- fizeram com que produtos desconhecidos
nários com deficiências físicas ou com neces- até mesmo da maioria dos brasileiros
sidades especiais. A sua empresa oferece esse ganhassem o mundo. A lista, que co-
tipo de programa? Que outras preocupações meçou no início da década de 1990 com
com o social constam da política da empresa a vitaminada acerola, inclui hoje o
para a qual trabalha? energético açaí e os exóticos serigüela,
bacuri e cupuaçu. O embarque dessas
frutas saltou de US$ 561,7 mil em 2003
14. Leia o texto ao lado e explique o signifi- para US$ 900,1 mil no período de janeiro
cado das seguintes palavras ou expressões: a outubro de 2004. A flora da região
também dá vida a cosméticos, como os
a. carro-chefe da linha Ekos da Natura. Eles já são
sucesso na Argentina, Chile, Peru e
b. portfólio da loja
Bolívia e são o carro-chefe do portfólio
c. trajetória da cachaça
da loja que a fabricante brasileira abriu
d. colher dividendos em Paris, em 2005. O bom desempenho
e. maré favorável de frutos exóticos e essências amazônicas,
f. vender a peso de ouro no entanto, ainda é muito tímido quando
comparado à trajetória da cachaça no
exterior. As vendas avançam de forma
15. Responda: contínua desde o início da década. Quem
está colhendo bons dividendos nessa área
a. Quais são os sabores tropicais, apreciados pelos é o Grupo Tatuzinho. Dona das marcas
estrangeiros, mencionados no texto? Velho Barreiro e Tatuzinho, a destilaria
b. Por que esses produtos começaram a "ganhar o lançou uma batida de coco e concen-
mundo"? trados de maracujá, caju e acerola para
c. Que medidas do Grupo Tatuzinho conseguiram serem misturados à aguardente. Os
colher bons dividendos? produtores de café também aproveitam
d. Você acha que o status do café está mudando lá a maré favorável. É da Fazenda Ipanema,
fora? E no Brasil? do ex-banqueiro Julio Bozano, um dos
e. Que sabores brasileiros mais lhe causaram estra- cafés "premium" servidos na rede ameri-
nheza quando começou a apreciar nossas frutas, cana Starbuck's. A marca também é
verduras e nossa comida em geral? vendida a peso de ouro em butiques de
f. Na sua opinião, que tipo de informação lhe faz/ café na Dinamarca, Inglaterra e Japão.
fez mais falta sobre os hábitos alimentares encon-
trados nas diversas regiões brasileiras?
g. De que tipo de alimento você sente/acha que Fonte: adaptado da revista ISTOÉ Dinheiro,
sentiria mais falta vivendo no Brasil? nº 382, dezembro/2004

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16. Imagine ser um empresário exportador de açaí, conversando com outro empresário que
está pensando em começar a exportar seus produtos. Use as palavras e expressões novas do
texto e os verbos nas conjugações abaixo para elaborar um diálogo. Siga o modelo.

A: Ouvi dizer que você está colhendo bons dividendos com a exportação do açaí. É verdade?
B: É sim. Posso dizer que aproveitei a onda favorável e resolvi tentar.
A: Em quanto tempo você conseguiu tal façanha?

O Brasil que Planta e Colhe Dinheiro


Como, em três décadas, o agronegócio transformou-se no mais importante motor econômico do País
A agricultura, a pecuária e os negócios em torno de ambas tornaram-se o principal motor da economia brasileira nos
últimos trinta anos. Um em cada três reais gerados pela economia tem alguma relação com a agropecuária, que é a
fonte de alimentos, fibras, biomassa para fins energéticos e madeira para a produção de móveis, papel e celulose. O
agronegócio ostenta uma performance de tigre asiático, águia americana ou dragão chinês. O Brasil, que já era líder
mundial na exportação de suco de laranja, açúcar, café e tabaco, assume a liderança nos rankings da soja, do frango e
da carne bovina. Não foi por milagre, mas com trabalho e investimento, que se chegou ao recorde de 122,4 milhões
de toneladas de grãos da última safra – um quarto maior do que a anterior. A soja é quase 50% do peso nessa balança,
com uma produção multiplicada por dez em três décadas.

Fonte: adaptado do artigo de José Edward para a revista Veja, Edição Especial – Agronegócio/2004

17. Trabalhe com um colega ou com o seu professor. Preparem-se para elaborar um relatório
a ser apresentado aos acionistas da empresa na próxima reunião do Conselho. Na pauta
dessa reunião estão os seguintes temas:

a. Retomar investimentos apenas no seu país de origem.


b. Continuar investindo no Brasil.
c. Buscar novas possibilidades de investimentos em países variados.

Guia para discussão:

— Vocês saberiam definir quais os principais "motores da economia de seus respectivos países" nos últimos
três anos?
— Considerando-se o seu conhecimento da economia brasileira, haveria como apresentar sugestões con-
sistentes sobre a continuidade dos investimentos no País?
— Que perspectivas mundiais poderiam ser apresentadas como alternativas de investimentos em outros
países?

A Multiplicação dos Grãos


Nas últimas treze safras a produção de grãos nas lavouras
brasileiras cresceu 125%, para um aumento de apenas 24%
na área plantada. O uso da tecnologia fez dobrar a
produtividade. Compare no gráfico ao lado essa evolução.

Produção em milhões de toneladas


Área plantada em milhões de hectares

Fonte: Agroconsult, Ministério da Agricultura e Conab

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18. Escolha uma das propagandas abaixo e, simulando ser um dos representantes da em-
presa mencionada, convença seu colega ou professor a comprar seu produto. Use os dados
abaixo para ilustrar sua explicação.

EXEMPLO: Você precisa de um trator novo porque o seu já está muito velho,
e com o aumento da safra de soja...

De Olho nas Exportações


A fruticultura é um dos setores que mais crescem no País, e esse desempenho está ligado aos bons resultados que o setor
vem obtendo com as exportações de sucos e frutas frescas. Produzindo frutas de climas tropical e temperado, como nos
casos da banana e da maçã, respectivamente, o Brasil tem na fruticultura um dos esteios do agronegócio. O setor
emprega hoje mais de 5 milhões de pessoas e ocupa uma área de 3,4 milhões de hectares. Estima-se que para cada
US$10 mil investidos em fruticultura, são criados três empregos diretos e dois indiretos.
A grande frente de negócios está no exterior. Com uma fruticultura diversificada, o Brasil é atualmente um dos
maiores pólos mundiais de produção de sucos de frutas. Do total de US$ 1,25 bilhão alcançado em exportações em
um ano, 95,5% correspondem a suco de laranja, do qual o País é o maior produtor e exportador. No setor de frutas
frescas, o Brasil é o terceiro do mundo em produção (atrás apenas da China e da Índia). A manga lidera o ranking do
segmento, mas também são significativas as vendas de uva, mamão e maçã. Os principais destinos das frutas frescas são:
Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Reino Unido, Argentina, Uruguai, Canadá, Portugal e Emirados Árabes.

Fonte: adaptado da revista Manchete, nº 2531, setembro/2004

De Olho nas Expressões!


19. São muitas as expressões idiomáticas que o brasileiro usa diariamente. Aqui estão algu-
mas delas. Tente decifrar o significado das expressões nas frases abaixo e crie novas senten-
ças em contextos diferentes.

a. De uma hora pra outra, as vendas caíram consideravelmente. Não entendo o porquê. Só pode ser "olho
gordo".
b. "Estão de olho" na sua fazenda. Fique atento para evitar surpresas desagradáveis.
c. O novo funcionário era apenas o "laranja". Você nem imagina quem estava por trás das falcatruas.
d. Não sei quem errou, mas quero os nomes dos que vão "descascar esse abacaxi" agora.
e. Já cansei de falar, mas ele não entende o processo. Só pode "ter água de coco na cabeça".
f. Ele é um "banana"; pode passar o problema para outro funcionário, porque ele não vai resolver nada.

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Em Primeiro Lugar
Como o Brasil se destaca nas exportações
Vende 82% do suco de laranja distribuído no planeta.
Detém 38% do mercado mundial de soja em grão.
Vende 29% de todo o açúcar consumido no mundo,
28% do café em grão e 44% do café solúvel.
Vende 23% do tabaco consumido no mundo.
É o primeiro em venda de frangos, com exportações de 1,9 bilhão de dólares.
É o maior exportador mundial de álcool.
Ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de couro curtido e calçados de couro.
Assumiu a liderança do mercado mundial de carne bovina em 2003.

Fontes: Agroconsult, Icone, Abef, Abiec, Unica e USDA.

Fonte: adaptado da revista Veja – Agronegócios, abril/2004

20. Escreva por extenso os números que aparecem no texto acima. Em seguida, procure
informações parecidas sobre o seu país de origem e prepare-se para apresentá-las à classe
ou ao professor.

Pronaf
Agricultor de Menor Renda Dispõe de R$ 70 Milhões em Recursos
O Banco do Brasil dispõe de R$ 70 milhões para aplicar na linha de microcrédito rural que atende agricultores
familiares pertencentes ao grupo "B" do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf ). O
financiamento do Pronaf "B" visa beneficiar produtores com renda anual de até R$ 2 mil e se destina ao financiamento
de investimentos que possam gerar maior renda à unidade familiar. O valor máximo por operação é de R$ 1 mil e
cada família pode ser beneficiada com até R$ 3 mil, observado o fato de que cada produtor só poderá ter um único
financiamento em carteira. Os juros são de 1% ao ano, com bônus de adimplência de 25% sobre cada parcela paga
até o vencimento. A contratação pode ser realizada por meio de parcerias com sindicatos, cooperativas e demais
entidades de classe.

Fonte: assessoria de imprensa, www.bb.com.br, outubro/2005

21. Discuta com seus colegas ou com o seu professor o significado do Pronaf "B". Use o Pre-
sente do Subjuntivo para completar suas frases.

— Talvez Pronaf "B" seja uma categoria...


— É provável que signifique...
— Talvez haja outras categorias, como...

22. Quais as vantagens e restrições para que um agricultor de menor renda obtenha um crédito
do Pronaf?

23. Qual é a importância da abertura de linhas de crédito em países em desenvolvimento?


E nos demais países, esses créditos também são importantes?

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BRASIL
de braços abertos

Tatsuhiko Nishio, 60 anos, vice-presidente da KDB Fiação Ltda., está no Brasil há 4 anos. Embora tenha vindo para cá
por ordem da empresa, ele diz que gostou muito da idéia e não se arrepende de ter vindo. Aliás, arrepender-se não faz
parte da sua filosofia de vida, comenta ele, que já esteve em outros países, como Indonésia e China. De todos os lugares
em que o senhor Nishio esteve, considera o Brasil o melhor. "As pessoas são mais alegres, sociáveis e o clima daqui é
muito bom", comenta sorridente. Dentre os problemas de adaptação que precisou enfrentar, principalmente no início,
estão as diferenças culturais, o desconhecimento do idioma e o fato de ter vindo sozinho, deixando a família no Japão.
Quanto à questão da diferença cultural, diz que "Saber a diferença entre os dois povos é primordial para se adaptar e
viver bem.". Nishio acha que conseguiu se adaptar a algumas diferenças, mas aponta outras com as quais continua com
"um pé atrás". Ele diz que no Japão a empresa vem em primeiro lugar, e que elas se preocupam com seus funcionários
– preocupação extensiva a seus familiares – o que não acontece no Brasil. Talvez por isso seja tão difícil encontrar um
brasileiro que "vista a camisa" da empresa, conclui. Já se acostumou ao "modo direto dos brasileiros de dizerem as
coisas", independente do que o interlocutor possa sentir ou pensar, mas no início foi difícil, diz ele, porque os japoneses
costumam medir as palavras na tentativa de não chocar o interlocutor e de manter uma harmonia entre os dois. Uma
das atitudes com a qual não conseguiu se acostumar é a de "ter sempre uma desculpa na ponta da língua", em vez de se
desculpar, comenta resignado. A aprendizagem do idioma foi importante para entender melhor os brasileiros, afirma
com convicção. Nishio viajou muito pelo Brasil, mas geralmente a trabalho, visitando fazendas de algodão, suas forne-
cedoras. Só não chegou a ir à Região Norte, mas em todos os lugares que visitou conseguiu "dar uma escapadinha" para
conhecer as imediações. Diz que a qualidade do algodão no Brasil melhorou muito nestes últimos anos, mas os altos e
baixos dos preços do produto dificultam o seu trabalho. A modernização da maquinaria da fábrica ajudou a aumentar
a qualidade dos fios produzidos pela empresa.

Tatsuhiko:
Um Executivo Japonês a
Serviço no Brasil

24. Discuta com outro aluno do seu grupo ou com o professor:

a. Pense em todas as viagens a negócios que já fez. Houve alguma que, por qualquer motivo, você se
arrependeu de ter feito?
b. Qual é a relação das empresas com os familiares de seus funcionários em seu país de origem? Liste os
benefícios que as empresas oferecem aos funcionários e que são extensivas aos familiares, e discuta-os
com seu colega.
c. Que "altos e baixos" internacionais influenciam os negócios de sua companhia? De que maneira essas
situações são contornadas? Que tipo de planejamento é feito com a finalidade de minimizar as flutuações
econômicas originadas interna ou externamente ao país onde se situa a empresa?

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