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Mobilização
de Recursos_
Manual de
Mobilização
de Recursos
2015
Coordenação da publicação na Fundação Telefônica Vivo
Luis Fernando Guggenberge – Gerente de Inovação Social e Voluntariado
Beatriz Piramo Torres de Oliveira - Inovação Social e Voluntariado
Anna Paula Nogueira – Gestão do Conhecimento
Edição e revisão
Carline Piva, gestora de comunicação do Instituto Fonte para o Desenvolvimento
Social
Material publicado sob licença Creative Commons 3.0 Brasil, o que significa
que pode ser copiado, distribuído e retransmitido desde que citada a autoria
de Instituto Fonte/Fundação Telefônica Vivo, sem alterações e para uso sem
fins comerciais.
Índice
Introdução
7 F
F Ajudando a OSC com doações: o projeto ContribuIR. 54
Ajudando as OSCs a acessarem recursos dos Fundos Especiais:
O que são os fundos? 56
F Como funcionam os Fundos dos Direitos da Criança e do
Adolescente? 60
PARTE 1: Como Mobilizar F O que uma OSC precisa fazer para acessar os recursos do
Recursos Financeiros Livres? Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente? 62
F O que é um projeto? 65
F Venda de serviços e produtos da organização. 16
F O que vai para o papel, se transforma em documento? 74
F
F
Doações de indivíduos e empresas: sócios-contribuintes,
doações pontuais, apoio e patrocínio. 28
Ações virtuais: financiamento coletivo. 36
53
F Voluntariado Digital - Fundação Telefônica Vivo. 41
F Eventos especiais. 43
11 Bibliografia
89 Glossário
91
Prefácio
A Fundação Telefônica Vivo é parte do Grupo Tele- Pesquisamos e sistematizamos nesse documento di-
fônica e atua como uma Fundação Digital, fazendo da versas oportunidades de captação de recursos finan-
tecnologia e da inovação importantes aliados na busca ceiros existentes no Brasil, como os Fundos Municipais
por novas respostas para os desafios do mundo con- de Direitos de Crianças e Adolescentes.
temporâneo. Realizamos iniciativas voltadas à Edu-
cação e nossas estratégias buscam o desenvolvimento Aqui, você encontrará um passo a passo que enten-
de pessoas e instituições para que possam desfrutar demos que pode ser uma importante ferramenta de
plenamente de todas as oportunidades do mundo digi- trabalho para o suporte às organizações que apoiamos
tal, melhorando suas vidas e da sociedade onde estão no nosso Programa de Voluntariado.
inseridas. Para tanto, investimos em Empreendedoris-
mo, Cidadania e Letramento Digital. Temos certeza de que com vontade, atitude e conheci-
mento você pode ser um agente de transformação que
Na linha de Cidadania, lideramos um Programa de Vo- contribui, de forma sustentável, com o desenvolvi-
luntariado que estimula a participação solidária e mento organizacional de diversas instituições que têm
reúne colaboradores do Grupo Telefônica engajados na por missão melhorar a qualidade de vida da população
construção de um mundo melhor. O Programa é parte brasileira.
de uma iniciativa global do Grupo Telefônica e, desde
2005, realiza ações presenciais e à distância que já bene-
ficiaram milhares de pessoas.
Boa leitura e excelente participação social!
Você, voluntário, é um importante agente de mudança,
por doar seu tempo e sua energia para a transformação
social. Preocupados em disponibilizar ferramentas e
conhecimentos que o apoiem em sua atuação, desen-
volvemos essa publicação cujo conteúdo tem o obje- Gabriella Bighetti
tivo de ser um apoio para um dos maiores desafios das Diretora Presidente da Fundação Telefônica Vivo
organizações sem fins lucrativos: a sustentabilidade.
7 8
“Transforme a sua energia em cidadania. Comece hoje” Introdução
Programa de Voluntariado – Fundação Telefônica Vivo
Já pensou se não precisasse existir nenhuma organi- Aqui você encontrará: o que é preciso saber sobre esses
zação no mundo? Não uma ou duas, mas nenhuma: Fundos Especiais, o que é recomendável pensar sobre o
nenhuma das que fazem algum trabalho em prol dos projeto antes de colocá-lo “no papel” e, depois do docu-
direitos humanos, do meio ambiente, dos idosos, das mento pronto, o que fazer para acessar os recursos.
crianças e adolescentes... Não por que elas não quises-
sem, mas porque não precisassem existir. Já imaginou? Este é um Manual que aborda o como fazer e, particu-
larmente, aborda aquilo que não pode ser esquecido
O mundo precisaria mudar muito para que isso fosse para levantar recursos, os detalhes, os cuidados, as di-
possível. cas, os princípios...
Já se imaginou fazendo parte dessa mudança? Há, ainda, um glossário em que você encontrará as
definições dos termos pouco comuns fora do ambiente
Esta publicação tem o intuito de ajudar você a fazer ta- social. Você poderá ouvi-los com frequência ao traba-
manha diferença: na vida das organizações sociais, das lhar nesses temas com a equipe da OSC apoiada por
pessoas que elas beneficiam e consequentemente no você e será bom ter o glossário à mão para que todos
mundo. O conteúdo aborda diferentes formas de mo- “falem a mesma língua”. Há também uma bibliografia
bilização de recursos que a Organização da Sociedade com dicas de leituras para aprofundar algum aspecto
Civil (OSC) apoiada por você pode passar a utilizar, com que lhe parecer importante. Seguramente, a equipe
a sua ajuda. da OSC já conhece parte desses textos, mas a leitura
e discussão conjunta com você podem trazer outros
Na primeira parte, você e a sua organização encontrarão benefícios: a criação de visões conjuntas de futuro, por
várias oportunidades de obter recursos financeiros exemplo.
livres, que chegam por meio de doações sem determi-
nação de uso específico e dão à organização condição Fazer a diferença começa com o simples: começa com
para sua existência, pagar as contas digamos mais “es- o “fogo”. É ele que pode fazer com que muitos outros,
truturais” (aluguel da sede, salário dos colaboradores como você, se disponham a fazer com que nenhuma or-
etc). Lá estão reunidas ideias inspiradoras de eventos ganização seja necessária no mundo. Compreender que
de mobilização de recursos, desde bazares até campa- o fogo não está no que se faz, mas no para que se faz, é
nhas de financiamento coletivo. um bom começo.
Na segunda parte, escolhemos falar sobre os Fundos Esperamos que este livreto inspire sua busca.
dos Direitos da Criança e do Adolescente por ser um dos
mais conhecidos e utilizados no Brasil. Boa leitura!
9 10
Parte 1:
Como Mobilizar Recursos luntários Telefônica, Vaca-
11 Manual de Mobilização de Recursos Fundação Telefônica Vivo Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres? 12
para viabilizar a prática so- portante canal para mobi- Já os financiamentos são Como mudar esse
cial a qualquer hora, e de lizar pessoas, aumentando exíguos para as “atividades cenário?
qualquer lugar, benefician- o engajamento social. meio” – aquelas relativas
do pessoas e instituições, à contabilidade, à gestão É possível ajudar as OSCs a
e também pode ser um im- de recursos humanos ou desenvolverem iniciativas
à coordenação geral - e criativas de mobilização
“Você, voluntário, é um importante agente de para as despesas de ma- de recursos de forma sis-
mudança, que doa seu tempo e energia para a nutenção (taxas bancárias, temática e planejada,
transformação social. Com a utilização da tec- consumo de água e ener- que venha a integrar um
nologia, é possível encontrar novas formas de gia, por exemplo). Essas calendário anual de cam-
atuação, que se somam às tradicionais “despesas invisíveis” não panhas, além de eventos e
potencializando o impacto”. são cobertas pelas fontes geração de renda própria.
financiadoras de projetos Com isso, será possível,
A maior parte das or- a mobilização de recursos. e acabam ficando “soltas”, inclusive, estabelecer um
ganizações sofre do “de- Angariar recursos deve sem entrada de receita fundo de recursos finan-
safio da mobilização de ser um processo contínuo, para cobrir seus custos. ceiros livres, não rubri-
recursos” e, por isso, a pautado pela arte de esta- Isso leva a OSC a sofrer da cados, ou seja, recursos
busca por alternativas para belecer e sustentar bons “síndrome do cobertor cur- que chegam à organização
garantir o sustento de pro- relacionamentos. to”: puxar daqui e dali um sem estar atrelado a algo
jetos e ações das OSCs no pouquinho de recurso para específico ou uso pré-
mundo é uma das deman- Para os projetos, inter- quitá-las, levando, muitas determinado.
das que desponta no topo venções ou ações junto ao vezes, a realizar inadequa-
das necessidades. Um dos público-alvo final da OSC, damente parte das ações Como os voluntários da
motivos pode ser o fato várias fontes de recursos previstas nos projetos e a Fundação Telefônica Vivo
de as organizações tra- estão disponíveis: os fun- uma gestão pouco eficaz, são profissionais acos-
tarem deste assunto de dos públicos e privados, às vezes confusa, princi- tumados a conviver com
forma pontual, emergen- os apoios das agências de palmente na hora de pres- planejamento, rotinas, e
cial, sem planejamento, cooperação internacional tação de contas ao finan- incentivados a ter visão de
apenas quando precisam e multilateral, os editais ciador. longo prazo voltada para
do dinheiro “para ama- de institutos e fundações resultados, podem con-
nhã”. É preciso encorajá- empresariais, dentre tribuir e muito para que
las, portanto, a ter um outros. as OSCs ampliem e for-
olhar mais estratégico para taleçam o seu olhar e sua
13 Manual de Mobilização de Recursos Fundação Telefônica Vivo Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres? 14
Venda de serviços
prática com relação à sus- rede de relações pessoais
e produtos da organização
tentabilidade financeira. e profissionais em prol do #impactosocial #negociosocial #designdeserviços
desenvolvimento de ações
Além de contribuir com de mobilização desses
sua força de trabalho en- recursos livres junto às
quanto voluntário, é im- instituições apoiadas. Quando iniciamos a con- mas pode ser prazerosa,
portante articular a sua versa sobre geração de pois a receita que será
renda própria com a venda gerada é relativa à venda
de serviços ou produtos, de produtos, serviços ou
Que tipos de iniciativas podem gerar sempre vem uma per-
gunta: uma organização
à propriedade intelectual
– o que dá notícias de sua
recursos financeiros livres? sem fins lucrativos pode criatividade e potenciali-
comercializar produtos ou dade - e ao mesmo tempo
São inúmeras as possibi- se dá por mágica: como serviços? contribui para o desen-
lidades de ações que po- todas as outras atividades volvimento da agenda so-
dem gerar recursos livres, de gestão da organização, Segundo especialistas, cial da organização.
dinheiro que pode ser usa- essas ações precisam ser SIM, desde que como
do pela organização con- planejadas estrategica- “atividade-meio”, ou seja, A venda de produtos pode
forme suas necessidades mente de forma perma- desde que todo resultado ser feita com os itens
e conveniências. nente, levando-se em obtido pela comerciali- oriundos de proces-
conta o investimento e o zação de produtos seja sos educativos desen-
Esse tipo de recurso pode risco. revertido para os fins volvidos com o público
ser libertador, pois se a institucionais. De toda for- beneficiário, de produção
organização tiver verbas Inspire-se com as ma, para fazer isso, a OSC industrial terceirizada ou
próprias para sustentar ideias reunidas neste precisa ter sua inscrição de licenciamento da mar-
suas despesas fixas e bási- capítulo! estadual e esta atividade ca para produtos diversos.
cas do cotidiano, poderá precisa constar no esta-
respirar melhor e decidir tuto social da organi- Já a venda de serviços é
a que tipo de financiador zação 1 . a forma de a organização
deseja se unir, vincular mostrar seu trabalho e
sua marca e desenvolver Iniciar um programa de conseguir recursos a partir
parcerias. Vale salientar geração de renda própria da expertise e das metodo-
que ter recursos livres não não é uma tarefa fácil, logias desenvolvidas para
17 Manual de Mobilização de Recursos Fundação Telefônica Vivo Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres? 18
Aprenda com quem faz
19 Manual de Mobilização de Recursos Fundação Telefônica Vivo Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres? 20
Quem sabe virar um negócio social? na área social assemelha- em favor da OSC. Além de
se muito ao licenciamento produzir receitas finan-
na área comercial. O im- ceiras para a organização,
Na sua atuação como voluntário, você pode ajudar portante é que haja con- isso pode contribuir para
a OSC apoiada e refletir sobre a possibilidade de criar vergência de interesses e aumentar a conscienti-
uma empresa que oferece soluções escaláveis para de valores entre a organi- zação do público local
problemas da sociedade (inclusive os relacionados zação e a empresa. sobre as necessidades e
ao meio ambiente), cujo impacto social está relacio- problemas sociais na qual
nado à atividade principal do produto ou serviço ofer- O potencial de licencia- a organização atua.
ecido. Parte dos lucros desse negócio de impacto so- mento é grande desde que
cial pode ser direcionada para sustentar a organização. se leve em consideração
a abrangência territorial
Para ajudar nessa reflexão, é possível contar com orien- do trabalho social, o seu
tações da Artemisia, uma organização sem fins lucrativos reconhecimento no local,
pioneira na disseminação desse tipo de negócio no Brasil. na região ou no país e, en-
tão, se desenvolva uma
Saiba mais : http://artemisia.org.br/conteudo/negoci estratégia de distribuição
os/nosso-conceito.aspx e venda do produto licen-
ciado com foco na mesma
área geográfica. Isso é im-
Licenciamento de produtos para venda portante, pois o trabalho
da organização só incor-
pora valor a um produto
A associação de produ- empresa a organização quando o valor agregado
tos fabricados por em- ganha um percentual so- é reconhecido pelo público
presas diversas a marcas bre a venda e, assim, o consumidor. Se a organi-
sociais é uma tendência recurso está sempre “pin- zação atua apenas local-
que vem se configurando gando” na conta. Já as em- mente, em uma única co-
como uma oportunidade presas têm a oportunidade munidade, o ideal é que
interessante para as de agregarem valor ao seu desenvolva uma parceria
OSCs. Esse tipo de produto, pois associam a com uma empresa local.
comercialização traz um marca da empresa a uma Pode-se, por exemplo,
fluxo de receita muito de- causa social (seus valores fazer um acordo: a padaria
sejável por sua caracte- e princípios de transfor- do bairro que licenciaria
rística constante, já que a mação da sociedade). O li- um determinado tipo de
cada produto vendido pela cenciamento de produtos biscoito produzido por ela
21 Manual de Mobilização de Recursos Fundação Telefônica Vivo Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres? 22
Aprenda com quem faz Instituto Rodrigo Mendes - IRM
Conheça experiências de licenciamento de produtos: Organização sem fins lucrativos com a missão de co-
laborar para que toda pessoa com deficiência tenha uma
educação de qualidade na escola comum. Para isso, de-
Instituto Ayrton Senna senvolve programas de pesquisa, formação continuada e
controle social na área da educação inclusiva.
Pesquisa e produz conhecimentos para melhorar a quali-
dade da educação, em larga escala, no Brasil. Além de re-
O IRM desenvolve um conjunto de ações voltadas para
ceber doações de empresas e de pessoas físicas, o Insti-
sua sustentabilidade financeira por meio da comer-
tuto conta como fonte de recurso os 100% dos royalties
cialização de produtos que levam sua marca e licen-
de licenciamento das marcas Ayrton Senna e Senninha,
ças para empresas de diversos segmentos de mercado.
doados pela família do piloto.
Esses licenciamentos exploram os conteúdos produzidos
pelo Centro de Estudos do Instituto e as obras de arte de
Muitas empresas, brasileiras e internacionais, licenciam a
seu banco de imagens digital. Parte das receitas geradas
imagem do tricampeão de Fórmula 1 e a do personagem
com essas ações é destinada a ex-alunos do IRM.
Senninha, lançado pelo próprio Ayrton em 1994. O per-
sonagem é um garoto de 8 anos que gosta de aventuras
Alguns exemplos de licenças desenvolvidas pelas empre-
e atualmente está presente em jogos, histórias em quad-
sas: Tilibra (cadernos universitários, agendas e outros
rinhos, produtos alimentícios, brinquedos, calçados, arti-
itens de papelaria); Artex (produtos de cama, mesa e ban-
gos de papelaria, dentre outros.
ho), Pão de Açúcar (canecas),
Kopenhagen (embalagens de
Saiba mais: http://senna.globo.com/institutoayrtonsen
chocolates),dentre outros.
na/recursos/licenciados.asp e www.senninha.com.br
Saiba mais: http://www.insti
tutorodrigomendes.org.br/
23 Manual de Mobilização de Recursos Fundação Telefônica Vivo Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres? 24
Pensando na venda de serviços
A A venda de serviços é tos. Por outro lado, nem Conheça sete passos para colocar um produto à venda
uma atividade que deve sempre esses serviços são
estar vinculada à missão adequadamente remune- 1 Estudar, levantar e analisar os diversos públicos que podem
e à metodologia de inter- rados pelos órgãos públi- se interessar pelo tema com o qual a organização trabalha.
venção da organização. cos.
Trata-se do uso do talento, 2 Formatar os produtos para venda e preparar um portfólio
das habilidades e conheci- O que as OSCs às vezes es- de produtos. Por exemplo: palestras, cursos de formação,
mento da equipe técnica quecem, particularmente oficinas, publicações e manuais.
da organização colocados aquelas que já têm lon-
a serviço dos “clientes”. ga trajetória em um tipo 3 Utilizar no material de venda e no material didático uma lin-
de atendimento, é que guagem de fácil compreensão para o público comum, lem-
Essa tem sido uma forma muitas metodologias po- brando de incluir imagens dos produtos e depoimentos.
muito usada pelas or- dem ser preparadas para
ganizações para vender serem oferecidas a públi- 4 Realizar uma pesquisa no mercado para conhecer o compor-
serviços técnicos e/ou cos diversos, para além tamento da concorrência e o preço praticado naquela região.
terceirizar ações que po- dos “muros” governamen-
deriam ser executadas di- tais, pois tem a capaci- 5 Planejar estratégias de divulgação e venda pró-ativa dos
retamente por secretarias dade de mobilizar apoio serviços.
governamentais. de sua clientela (admira-
dores) e produzir receitas, 6 Participar de eventos em que serão discutidos o tema com
A contratação dos se as pessoas acreditarem o qual trabalha a organização, a fim de divulgar os serviços
serviços é feita por meio que a atividade comercial disponíveis.
de termos de convênio. complementará os proje-
É comum que prefeituras tos sem fins lucrativos da 7 Fazer um acordo com a equipe técnica sobre a ação e os de
organização. talhes da venda do serviço: quem serão os responsáveis
conveniem organizações
pela execução e pelo cuidado com o pós-venda. É impor-
para atender crianças em tante lembrar que as atividades cotidianas da OSC não po-
As dicas relacionadas
creches, por exemplo, dem ser prejudicadas em detrimento da venda de serviços
abaixo podem servir de
ajudando tais prefeituras e, por isso, é preciso conciliar as agendas.
guia para uma reflexão
no atendimento da de-
que você pode contribuir a
manda por esse serviço. A busca pela autossustentação por meio de projetos de geração de
OSC a fazer quando estiver
É uma boa forma de a or- renda é uma aposta. O sucesso não é garantido, mas as perspecti-
se preparando para obter
ganização mostrar sua vas e os resultados podem ser positivos se forem disponibilizados
recursos desta forma: capital, tempo e esforço para o planejamento das ações.
capacidade e conhecimen-
25 Manual de Mobilização de Recursos Fundação Telefônica Vivo Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres? 26
Doações de indivíduos e
Aprenda com quem faz empresas: sócios-contribuintes,
doações pontuais, apoio e patrocínio
#voluntarios #doação
Doutores da Alegria
Desde 1991 atua junto a crianças hospitalizadas, seus A doação de indivíduos belecendo uma relação
pais e profissionais de saúde, usando a paródia do ou empresas acontece a saudável de participação,
palhaço que brinca de ser médico tendo como referência partir da construção de cooperação e desenvolvi-
relacionamento entre mento. Ao redor de cada
a alegria e o lado saudável dos pacientes e colaborando
pessoas. Relacionar-se é organização existe uma
para a transformação do ambiente onde se inserem.
uma arte, requer investi- comunidade a ser engaja-
As intervenções em empresas surgiram como forma de mento de tempo e ener- da. Você, como voluntário
ampliar o alcance do trabalho realizado pela organização gia. É preciso oferecer ao da Fundação Telefônica
e como forma de levar a cultura da alegria para dentro doador a oportunidade Vivo, pode ajudar a OSC a
do ambiente corporativo. Os recursos provenientes das de investir aquilo de que enxergar potenciais doa-
intervenções em empresas são 100% revertidos para a dispõe - sejam recursos dores, além de implemen-
manutenção e o fortalecimento da atuação da ONG em financeiros, bens e mate- tar estratégias para mobi-
hospitais públicos. riais, serviços voluntários lizá-los.
ou conhecimento – esta-
Saiba mais: http://www.doutoresdaalegria.org.br/
alegria-nas-empresas/ Pensando em doação de indivíduos
“Tudo que você faz de coração te faz mais cidadão.
Comece hoje.”
Programa de Voluntariado 2015 – Fundação Telefônica Vivo
29 Manual de Mobilização de Recursos Fundação Telefônica Vivo Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres? 30
Aprenda com quem faz Para fidelizar sócios-contribuintes:
Comunique-se!
Cultivar o relacionamento com os doadores contribui
Liga Solidária para a fidelização dessas pessoas na causa da organi-
zação. Para desenvolver uma comunicação de relaciona-
Atende mais de 10 mil crianças, jovens, adultos e mento constante e sistemática, é importante:
idosos por meio de 10 programas de educação e
cidadania. F convidar o doador para eventos, festas e
comemorações da organização, por exem-
A organização escolheu uma criança para ser sím- plo;
bolo da campanha, de forma a despertar empatia F encaminhar periodicamente um informativo
dos doadores. “Mateus quer ser veterinário quando com as novidades institucionais;
crescer, mas a violência pode estragar esse sonho. F publicar um balanço anual no site da orga-
Por isso nós, da Liga Solidária, lutamos pelo fu- nização e enviar o link para o doador;
turo dele e de milhares de crianças e jovens que F mandar mensagem de felicitações pelo ani-
vivem em áreas de risco social. Doe agora, ajude a versário e pelo aniversário de seu vínculo com a
realizar o sonho do Mateus e de outras crianças.” organização.
A organização utiliza um sistema de CRM que
ajuda a gerenciar seus projetos e doações.
Você tem outras ideias de como nutrir a
Saiba mais: http://www.ligasolidaria.org.br/co relação com os contribuintes? Anote-as aqui!
labore/doacao/
31 Manual de Mobilização de Recursos Fundação Telefônica Vivo Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres? 32
Os relacionamentos pes- a respeito da relação com (e as particularidades das a identificar afinidades
soais são muito impor- esse (efetivo ou potencial) pessoas que nela traba- ou ligações entre o que a
tantes, pois quem toma doador. lham). Estude-a antes de empresa comercializa ou
decisão de doar são pes- abordar para fazer o pedi- valoriza e o que a organi-
soas. Mas os relaciona- Vale a pena lembrar de do de doação, de forma zação promove.
mentos da organização convidar o doador a au-
precisam ser vistos como mentar a sua contribuição Cuidados que devem ser tomados ao prospectar uma
relacionamentos institu- a cada dois anos (pelo
menos), e a indicar pos-
empresa doadora
cionais, da organização
com a empresa por exem- síveis doadores a serem
F Priorizem empresas no entorno da organização, na comuni-
plo. Por isso, devem estar prospectados. Numa or-
dade, não se prendendo às grandes, mas também procuran-
devidamente registrados ganização que tem um
do pelas médias e pequenas. Fazer um pedido do tamanho
todos os contatos, con- trabalho social consis-
de cada uma e lembrar-se que as pequenas costumam ser
versas ou acordos que a tente e de qualidade, o
boas doadoras principalmente de recursos materiais.
equipe da organização programa de doação de
fizer com algum doador indivíduos se bem plane-
F 0#,!-,2001#+.0#11Aì.-11ð4#*0#*'803+*#4,2
ou potencial doador. Esse jado, bem desenvolvido
mento no entorno, caminhando, usando sites de buscas, ou
registro pode ser feito em e sólido tende a crescer.
sites da Associação Comercial local, do Clube de Dirigentes
um banco de dados e deve Além de recursos financei-
Lojistas (CDL), da Federação das Indústrias e até da Asso-
estar acessível a qualquer ros, consegue-se o apoio e
ciação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH).
pessoa da organização a o engajamento de pessoas
qualquer momento, par- para a causa da organi-
F Você pode ajudar a agendar a visita de um representante da
ticularmente se for o caso zação!
OSC na empresa escolhida, e apoiar na forma como o pedido
de incluir nova informação
será feito. Contribui bastante ter uma apresentação estru-
turada e clara sobre o trabalho da organização, a missão,
Pensando em doações de empresas os projetos desenvolvidos, a metodologia de intervenção,
os impactos e resultados do trabalho, as certificações, os
As empresas podem apoiar de material etc. recursos que já foram conseguidos com outras fontes.
ou se tornarem parceiras Para estabelecer uma
da OSCs de diversas ma- relação com uma empre- F Após o encontro, é apropriado mandar mensagens de agra-
neiras: apoio, patrocínio, sa, a organização que so- decimento e encaminhar o que eventualmente foi prometi-
fazendo doação pontual licita o apoio deve estudar do (um relatório específico de atividades, por exemplo), e
de recurso financeiro ou o contexto da companhia agendar retorno/conversa de continuidade da parceria.
33 Manual de Mobilização de Recursos Fundação Telefônica Vivo Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres? 34
Ações virtuais: financiamento coletivo
#crowdfunding #empreendedorismo #mobilização
Chegou o momento de dar mais visibilidade aos pro- F Identificação com a causa;
jetos apoiados pela Fundação Telefônica Vivo. A F Confiar no potencial do realizador, da organização
parceria com a plataforma de financiamento coletivo que está propondo a ideia;
KicKante vai permitir angariar mais recursos financei- F Indicação de amigos;
ros para os projetos desenvolvidos pelas organizações F A qualidade da apresentação do projeto;
apoiadas. Os comitês de voluntariado - e quem mais F Conhecer pessoalmente quem está propondo a ini-
quiser se engajar para fazer o bem - podem aproveitar ciativa/ideia;
esse incentivo para criar campanhas específicas de F As recompensas oferecidas, e
arrecadação, contando com a experiência e o poten- F Conhecer outros apoiadores.
cial da plataforma KicKante.
Conheça a pesquisa na íntegra em:
É possível contribuir também fazendo doações online
e repercutindo as campanhas em suas redes de rela-
http://pesquisa.catarse.me/
cionamento!
Acesse e participe:
Manual de Captação Online
http://fundacaotelefonica.kickante.com.br/
O passo a passo de uma cam-
panha de crowdfunding está de-
talhado na publicação lançada
Lembre-se de que para o projeto ser bem-sucedido em 2015 pela iniciativa Doe Mais
é preciso um grande esforço na mobilização de pes- Doe Melhor. O guia que orienta
soas dispostas a doar para a campanha de crowd- as OSCs para esse tipo de mobili-
funding. Aproveite as suas redes sociais e as da zação de recursos pode ser baixado
própria organização (aqueça a equipe deles!) para gratuitamente em:
divulgar as ações. Começar mobilizando as pes- h t t p : / /m a n u a l . d o e m a i s d o e m e
soas mais próximas é uma estratégia que irá lhor.org.br/
certamente ampliar o alcance da campanha.
37 Manual de Mobilização de Recursos Fundação Telefônica Vivo Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres? 38
Aprenda com quem faz
39 Manual de Mobilização de Recursos Fundação Telefônica Vivo Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres? 40
Voluntariado Digital -
Fundação Telefônica Vivo
#voluntariadodigital #gamificação #gamesocial
Preparado para jogar em nome do
“É preciso aproveitar as oportunidades oferecidas pela tecnologia social?
e utilizá-las a nosso favor. Não podemos nos esquecer de que a
tecnologia é um meio criado e permanentemente otimizado por
“O jogo é transformar oportunidade em cidadania.”
nós humanos. Bons exemplos de transformação com o uso de
tecnologias estão presentes continuamente em nossa vida.” Programa de Voluntariado – Fundação Telefônica Vivo
Saiba que a publicação Vo- do desenvolvimento social, Dentro da plataforma de Voluntariado Digital, os cola-
luntariado Digital reúne aproveitando o uso da tec- boradores podem realizar e participar de ações sociais
100 exemplos transforma- nologia. Lançado em 2014, à distância, criando projetos - chamados de missões -
dores no Brasil e no mun- o livro traz um estudo ide- que ajudem as organizações a mobilizar pessoas, recur-
do. E o melhor é que está alizado pela Fundação Te- sos financeiros e materiais para sua causa. Isso pode
disponível para download lefônica Vivo e realizado contribuir e muito para conseguir recursos livres!
gratuito, ou seja, além de em parceria com a espe-
você anotar boas ideias, cialista em voluntariado
Para aproveitar melhor as experiências que os colabora-
pode recomendar a leitu- corporativo Monica Beatriz
ra aos membros da OSC Galiano. Para a produção dores estão tendo desde o lançamento dessa plataforma
apoiada, assim poderão da obra foi feito também em 2014, surgiu o Game do Bem. As missões podem, por
juntos criar novas oportu- um levantamento sobre exemplo, mobilizar livros, material de artes, alimentos,
nidades de atuação em prol novos comportamentos da mobiliário, técnicos para prestar serviços voluntários
sociedade conectada, as para as organizações, enfim, promover o bem por meio
práticas voluntárias à dis- de uma competição divertida. Esse conceito da gami-
tância e o impacto social ficação estimula e desafia as pessoas a se envolverem
do uso de tecnologias. com o cumprimento e superação da missão da qual par-
ticipam e, quando a meta é alcançada, organizações
O estudo pretende con- são beneficiadas. Tudo de forma lúdica e interativa.
tribuir com a discussão e
criação de conceitos liga-
dos à conectividade e seu
impacto sobre a sociedade Participe! Acesse: www.gamedobem.com.br
contemporânea, especial-
mente no agir solidário.
Acesse: http://www.funda-
caotelefonica.org.br/Conteu
dos/Publicacoes/140/livro-
voluntariado-digital
13
41 Manual de Mobilização de Recursos Fundação Telefonica Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres? 42
Eventos Especiais
#eventosocial #corridabeneficente #bazarbeneficente
Realizar eventos com recursos de forma direta e tos que dão certo e trazem da organização não ficarão
o propósito de anga- indireta, atrair voluntários soluções para problemas suspensas, uma vez que
riar fundos para ações e possíveis doadores. sociais. isso traria mais prejuízos
sociais é algo muito antigo do que benefícios.
e muitas vezes realizado Quando o propósito prin- Você como voluntário
de forma assistencialista, cipal é captar recursos pode colocar suas Há muitas alternativas que
usando apelos de comuni- financeiros e materiais, habilidades organi- já foram testadas e podem
cação que colocam a falta os eventos precisam ser zacionais a serviço ser adaptadas, recriadas
e a escassez da organi- planejados e organizados do planejamento do de acordo com as necessi-
zação no centro do even- para este fim e aconte- evento da OSC que dades, o perfil e a capaci-
to. Mas isso pode e deve cer de forma sistemática, apoia. Ou articular a dade organizativa de cada
ser diferente. Os eventos preferencialmente com sua rede para esta- OSC. É recomendável ava-
criativos servem para di- um calendário regular para belecer uma parce- liar os riscos e os retor-
vulgar a causa e a imagem que as pessoas possam se ria com empresas e nos de cada evento e con-
da organização, mobilizar programar para participar. profissionais de even- tar, de preferência, com
tos, mesmo que seja um grupo de voluntários,
apenas com um con- pois dificilmente apenas
Como esses eventos podem gerar recursos? sultor que pode fazer a equipe técnica da or-
recomendações. ganização dará conta das
demandas que surgem no
Os recursos podem vir das cio, um evento comercial Com o devido planejamen- momento da produção do
cotas de patrocínio que qualquer, levando em con- to e organização do even- evento.
podem ser vendidas em sideração que o apelo é to, as atividades rotineiras
troca de assinatura nas diferente. Esse fato pode
peças de comunicação e mexer com o emocional Anote aqui as suas ideias de eventos:
divulgação dos mesmos e das pessoas, o que é uma
da venda de ingresso/con- vantagem se for explora-
vites e produtos. da de forma competente,
alegre, animada, como um
Para que isso aconteça convite a fazer parte de
é necessário desenvol- um projeto bacana, pois
ver esses eventos como as pessoas querem se jun-
se gerencia um negó- tar a boas ideias, a proje-
13
43 Manual de Mobilização de Recursos Fundação
FundaçãoTelefonica
Telefônica Vivo Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres? 44
Definindo o tipo de evento e o calendário
Diante de tantas possibilidades existentes, a OSC pre- F Torneio Gol de Letra, que desde 2004 é uma for-
cisa definir que tipo de evento(s) deseja e pode realizar ma bem-sucedida de captação de recursos para os
a cada ano. Esse pode ser de caráter: programas educacionais da Fundação Gol de Letra.
Empresas comprometidas com a responsabilidade
social são convidadas a formar equipes em São
Didático: palestras, seminários e cursos. Paulo e no Rio de Janeiro. Após fases eliminató-
rias, as finais do torneio são realizadas estádios
São eventos que ajudam a divulgar a causa e a me- do Morumbi e Maracanã, respectivamente. O jogo
todologia de intervenção social da organização. É pre- final é uma grande festa esportiva e conta, inclu-
ciso pensar no conforto dos participantes, no local, na sive, com a presença de ídolos do futebol brasileiro.
programação, nos palestrantes, nos equipamentos que
serão usados e, se houver verbas, no lanche que será Saiba mais: http://www.goldeletra.org.br/default.
servido e no material que será distribuído. aspx?section=9
45 Manual de Mobilização de Recursos Fundação Telefônica Vivo Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres? 46
fogo, Caetano Veloso, Djavan, Marcelo Bratke, Maria F Já o Lar do Nenen, uma OSC que acolhe crianças de
Bethânia, Maria Gadu, Milton Nascimento, Sandra de 0 a 4 anos em situação de risco, conta com um bazar
Sá, Sandy, Seu Jorge, dentre outros. Os recursos ar- solidário que funciona de forma permanente na sede
recadados neste espetáculo foram revertidos para da entidade.
a campanha “Infância Livre de Exploração e Abuso
Sexual”. Saiba mais: http://www.lardonenen.com.br/bazar
47 Manual de Mobilização de Recursos Fundação Telefônica Vivo Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres? 48
Algumas dicas e cuidados ao planejar
eventos para posteriormente agradecer e mandar novidades
periódicas.
Veja como você pode ajudar a OSC que apoia na realização
de eventos: F Invistam na divulgação: a internet e as redes
sociais são aliadas muito importantes na divulgação
F Engajem a equipe: o processo de preparação costuma de eventos.
ser demorado e deve envolver a colaboração de mui-
tas pessoas da organização e voluntários. É preciso
planejar os detalhes com antecedência.
Preparando um check list de evento
A partir de um check list genérico, você pode adaptar ao
F Busquem parceiros que podem colaborar com o pro-
formato de cada evento a ser organizado pela OSC que re-
jeto, facilitando e dando suporte às necessidades de
cebe o seu apoio voluntário. O importante é que a planilha
recursos para colocar as ideias em prática.
seja uma ferramenta que auxilie no processo de organi-
zação da ação.
F Desenvolvam um cronograma de ações e definam os
responsáveis por cada ação: isso vai ajudar a geren-
ciar as tarefas, as atividades necessárias, a ordem em Nome do evento: Data: Local:
que elas devem acontecer, os prazos de cada etapa e
a equipe envolvida. Público estimado: Resultados esperados:
F Saibam quem é o público-alvo: pesquisar hábitos, Descrição da Responsável Fornecedor Contatos Valor Prazo de Status/ Observa-
opções de lazer, ferramentas de comunicação que o atividade estimado conclusão situação ção
49 Manual de Mobilização de Recursos Fundação Telefônica Vivo Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres? 50
Trata-se de uma lista de verificação que engloba os itens Comece a planejar o evento. Anote aqui:
necessários para a realização de um evento, desde o seu
planejamento até a execução. Sugira que a equipe envol-
vida se reúna periodicamente - e junte-se a eles, se puder
participar dessas reuniões! - , buscando entender como
anda a preparação das atividades.
51 Manual de Mobilização de Recursos Fundação Telefônica Vivo Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres? 52
Parte 2:
Fundos Públicos Especiais
Atuando como voluntário, renda a pagar. Veja abaixo organizações que querem taleça – no mínimo, no
você pode apoiar uma or- em ContribuIR mais infor- realizar um projeto que es- que diz respeito aos seus
ganização de diferentes mações sobre o programa. teja em consonância com aspectos administrativos
maneiras. Uma delas é por o plano de ação elabora- e gerenciais, já que uma
meio do programa dese- Outra delas é ajudando a do pelo Conselho a que o série de documentação
nhado pela Fundação Te- OSC a acessar os recursos fundo está vinculado (veja é requerida, além de um
lefônica Vivo para que disponíveis nos diferentes informação a respeito em projeto bem elaborado,
você e demais colabo- fundos públicos criados O que são os fundos? gerido e avaliado.
radores possam apoiar pelos três níveis de go- neste capítulo).
diferentes OSCs no Brasil verno (federal, estadual São, portanto, várias as
através da doação de uma ou municipal). Esta é uma Mas não é só: como o oportunidades para você
parcela do seu imposto de opção atraente para as acesso a esses recursos só exercer seu compromis-
pode ser feito sob deter- so cidadão e contribuir
minadas condições, esta para que a sociedade seja
é também uma oportuni- mais justa e igualitária.
dade de contribuir para Arregace as mangas: va-
que a organização se for- mos começar!
F Quem são as pessoas e grupos atuantes na Que tal construir uma linha do tempo?
situação (pensem inclusive em quem “atua”
passivamente nela, por exemplo, as pessoas
ou grupos que sabem da situação e são indife- A linha do tempo é uma fer- Pode ser feita de maneira
ramenta que pode ajudar simples, com papel – o de
rentes a ela)? Que perfil têm hoje? nessa reconstrução. É flip chart ou o craft são
normalmente utilizada na os mais indicados, pois
F Quem mais sofre com essa situação? Por quê? educação como forma de permitem a construção
Quem se beneficia com essa situação? Por quê? ajudar estudantes e inves- de grandes painéis. Nesse
tigadores a compreender papel é traçada uma linha
F Quais são as relações que se estabeleceram en- os eventos e estabelecer em que se constrói uma
tre esses diversos grupos? Quem colabora com relações entre eles. divisão do tempo (em me-
1. uma “fotografia” da situação atual, que suscita Você Tem mais perguntas a acrescentar?
questões, traz sofrimento para algum grupo e
na qual estão estabelecidos certos padrões de
relações;
2. uma “fotografia” que representa uma situação so-
nhada e desejada, na qual uma nova dinâmica e no-
vas formas de relacionamento foram criadas.
6 Na nota 4 você viu dicas sobre como ajudar o Conselho de Direitos de seu município a
construir um diagnóstico da situação da infância e da adolescência. As mesmas dicas po-
dem ser úteis aqui e ajudar o grupo que está construindo o projeto a analisar a situação
atual e a construir a situação desejada.
71 Fundos Públicos Especiais 72
O que vai para o papel, se transforma
em documento?
#elaboracaoprojeto #avaliacaosocial #modeloorcamento Conheça sete passos para elaboração de um
projeto
Feito esse esforço, um mesmo uma pessoa pode Para colocar a ideia do projeto no papel muitos rotei-
outro precisa começar a ficar responsável por sis- ros podem ser seguidos e as nomenclaturas podem ser
ser feito: alimentado pelo tematizar as principais diferentes das apresentadas aqui. O importante é com-
primeiro esforço – de for- decisões num documento, preender o que cada parte do roteiro pede para poder
mular e aprimorar a ideia mas recomenda-se que o fazer as adaptações, se necessário:
do projeto – o segundo se documento seja submeti-
torna vivo e, certamente, do à leitura de todos os 1. Caracterizar a situação
menos conturbado e envolvidos no processo, Trata-se do passo dado até aqui: o levantamento e
fragmentado que poderia para que deem suas con- análise da situação atual, suas características, os
ser caso o primeiro passo tribuições de melhoria e principais atores, o que o grupo quer transformar.
não tivesse sido dado. indiquem se estão efetiva-
mente se comprometendo 2. Definir objetivos
Colocar o plano do projeto com as mesmas coisas. Objetivos expressam claramente o compromisso
no papel pode ser impor- que o projeto assume perante a sociedade. Para
tante por várias razões: É importante considerar chegar a uma boa articulação daquilo que se pre-
primeiro, é a expressão que um bom documento é tende conseguir, pode-se perguntar:
formal do compromisso produto da conversa sobre
assumido; também ajuda o projeto. Se o documen- F Com que podemos nos comprometer efetiva-
mais pessoas a enten- to está pobre, pode ser mente?
derem o que está sendo porque a conversa sobre
proposto; facilita para o projeto também esteja F Por quais resultados podemos assumir respon-
lembrar o que foi combi- pobre. Quando a conversa
sabilidade?
nado, e pode ser enviado é rica – e bem registrada –
a potenciais doadores na a tendência é a produção
mobilização de recursos de documentos ricos e F Pelo que queremos ser cobrados durante e ao
(inclusive para acessar os inspiradores. O documento fim do projeto?
recursos do Fundo Espe- deve conter basicamente
cial da Criança e do Ado- os aspectos essenciais do É comum as instituições assumirem dois níveis de
lescente). que foi conversado até o objetivos: um conjunto de objetivos gerais, ligados
Um pequeno grupo ou momento sobre o projeto. ao efeito que o projeto deve promover, e um con-
Bons objetivos podem ser escritos começando-se F Quanto tempo cada ação leva, aproximada-
com um verbo no infinitivo (por exemplo, “Ensinar mente, para ser implementada?
os jovens do bairro a fortalecer a sua empregabili-
dade”). Podem também ser expressos do ponto de F Quem é responsável em cada ação?
vista de uma conquista (por exemplo, “Todos os
jovens do bairro trabalhando conforme a sua vo- F O que é preciso prever em termos de atividades
cação”). de suporte e apoio (para a contabilidade do
projeto, por exemplo)?
Bons objetivos costumam ser concisos, simples, to-
car o coração e desafiar a pensar sobre o que fazer. Depois, o plano de ação pode ser transformado em
uma apresentação gráfica, na forma de uma ta-
3. Construir um plano de ação bela, a que se dá o nome de cronograma: faz-se um
Um plano de ação funciona como um mapa: indica quadro com períodos de tempo (meses, por exem-
o caminho a ser percorrido e a ordem dos esforços plo) e em cada período se colocam as atividades que
a serem empreendidos. Um bom plano de ação res- serão realizadas, agrupadas por cores ou formas
ponde à pergunta “como chegar lá?” e se constitui diferentes.
numa sequência de ações e atividades escolhidas
“a dedo”, articuladas de forma lógica e distribuídas Um bom cronograma oferece uma visão rápida das
no tempo. Algumas perguntas que podem ser tra- atividades essenciais do projeto e facilita a sincro-
balhadas na construção do plano de ação: nia dos esforços. A elaboração do plano de ação e
do cronograma envolve provavelmente algumas ro-
F O que é preciso fazer para atingir os objetivos? dadas de conversa em que uma versão construída
é apreciada e na qual se faz os ajustes necessários.
F Que ações precisam ser realizadas? Nesse processo, a equipe pode ser confrontada com
questões bem práticas:
F Quando cada ação deve ser implementada?
F Consigo me comprometer com isso?
8 Pode começar, por exemplo, com o artigo “O Conselho dos Direitos da Criança e Adoles-
cente e suas (des) funcionalidades: Síndrome do Peter Pan em busca da ‘Terra do Nun-
ca’? Até quando?”, de Marcio Berclaz e Millen Medeiros de Moura em http://www.gnmp.
com.br/publicacao/70/o-conselho-dos-direitos-da-crianca-e-adolescente-e-suas-des
-funcionalidades-sindrome-do-peter-pan-em-busca-da-terra-do-nunca-ate-quando. Ou
o livro ASSIS, S. G. (org.) [et al.] Teoria e prática dos conselhos tutelares e conselhos
dos direitos da criança e do adolescente. Rio de Janeiro : Fundação Oswaldo Cruz; Edu
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87 Fundos Públicos Especiais 88
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Gestão plena: Definida e regulada pela Norma Ope- Inscrição estadual: É o número do registro feito
racional Básica do Sistema Único da Assistência So- junto à Secretaria da Fazenda de um Estado por
cial, a gestão plena diz respeito à gestão da assistên- uma empresa ou organização, sendo obrigatório
cia social feita pelos municípios. É o nível em que o para as que desejam atuar no comércio de merca-
município tem a gestão total das ações, mesmo que dorias ou na prestação de serviços de transporte
receba repasse de recursos do governo federal ou do e de comunicação. Apenas com esse registro, as
governo estadual para executá-las. O gestor deve empresas ou organizações podem emitir nota fis-
responsabilizar-se pela oferta de programas, pro- cal e é através delas que o contribuinte calcula o
jetos e serviços que fortaleçam vínculos familiares imposto devido e o Estado pode arrecadá-lo. Esse
e comunitários, que promovam os beneficiários do imposto é o ICMS (Imposto sobre Circulação de
Benefício de Prestação Continuada (BPC) e trans- Mercadorias ou Prestação de Serviços). Empresas
ferência de renda; que vigiem os direitos violados e organizações não contribuintes do ICMS estão
no território; que potencializem a função protetiva desobrigadas de possuir inscrição Estadual, caso
das famílias e a auto-organização e conquista de au- dos bancos, hospitais, laboratórios, e de todas
tonomia de seus usuários. Essa norma, conhecida as outras empresas ou organizações prestadoras
como NOB-SUAS, pode ser acessada na íntegra em de serviços sujeitas ao ISSQN – ou Imposto sobre
http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/arquivo/ Serviços de Qualquer Natureza.
norma-operacional-basica-do-suas.pdf/view.
Lei nº 8.666: De 21.06.1993, a Lei estabelece
Indicadores: Dados que não devem ser analisados normas gerais sobre licitações e contratos admi-
Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e União: Reunião de todos os Estados brasileiros e
do Adolescente (SGDCA): Consolidou-se a partir o Distrito Federal que formam a República Federa-
da Resolução 113 do Conselho Nacional dos Direi- tiva do Brasil.
tos da Criança e do Adolescente (CONANDA) de
2006. É formado pela integração e a articulação Voluntariado Digital: Conjunto de ações que a
entre o Estado, as famílias e a sociedade civil Fundação Telefônica Vivo vem investindo des-
como um todo, para garantir que a lei seja cumpri- de 2012, a fim de incentivar os colaboradores a
da, que as conquistas do ECA e da Constituição de aproveitaram a tecnologia à distância para poten-
1988 (no seu Artigo 227) não sejam letra morta. O cializar o impacto de sua contribuição social. Tam-
SGDCA estrutura-se em três grandes eixos estra- bém é o nome de uma plataforma lançada em 2014,
tégicos de atuação: Defesa, Promoção e Controle. na qual os colaboradores acessam a realidade das
organizações sociais cadastradas (podendo articu-
Sistema Nacional de Atendimento Socioedu- lar melhoras as ações transformadoras) e também
cativo (Sinase): Foi originalmente instituído pela o nome do livro lançado em 2014, disponível em
Resolução nº 119/2006, do Conselho Nacional dos http://www.fundacaotelefonica.org.br/Conteu-
Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA dos/Publicacoes/140/livro-voluntariado-digital.
- e depois aprovado pela Lei nº 12.594, de 18 de ja-
neiro de 2012. Regulamenta a forma como o Poder
Público, por seus mais diversos órgãos e agentes,
deve prestar o atendimento especializado ao qual
adolescentes autores de ato infracional têm dire-