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Manu Apostila 01 PDF
Manu Apostila 01 PDF
SERIE MANU
Copyright © 1997 Sociedade Brasileira de Eubiose
Pesquisa, Redação, Revisão: Roberval Baptista Lobo, Tereza de Jesus
Vallejo Oliveira, Élcio Rogério Barrak, Maria Christina Gaviolle, Luciano
Gaviolle Neto e Wilson José Medeiros de Oliveira.
GRAU M ANU
AULA Na 01
Assim, quanto mais antiga for a tradição esotérica a que se liga o Postulante,
mais fácil é sua luta pela conquista da iluminação. Quando, entretanto, se liga a
tradições reconstituídas ou corrompidas, sua luta se torna mais árdua, não
conseguindo, na maior parte dos casos, chegar ao seu elevado objetivo.
Cada grau que o discípulo alcança é expresso na Linguagem Universal do
Verbo por uma palavra que sintetiza todo o Poder da Torrente Espiritual a que está
ligado. São as Palavras Sagradas, as palavras de passe. Elas são de um enorme
poder no Mundo Oculto, por isso mesmo, só são comunicadas pelo Mestre ao
Discípulo, de boca a ouvido, na hora da Sagração. Todas essas palavras se derivam
de uma única, da Palavra Inefável, a Palavra Perdida, simbolizada pelo A l!M . O
verdadeiro segredo ligado a esta Palavra constitui o fruto da mais elevada iniciação.
Mas, para que um dia o discípulo possa alcançá-la, é indispensável o apoio espiritual
da Tradição Oculta, a fim de que, assim fortalecido, possa enfrentar, com
possibilidade de vitória, as forças antagônicas que tentam afastá-lo de seu objetivo.
Como os Iniciados criaram um Poder Espiritual Ativo; a humanidade, na sua
inconsciência, também gera um poder incomensurável, formado pelas suas ações,
seus pensamentos, palavras e paixões de ordem inferior. Desse poder se servem
algumas criaturas para a realização de seus desejos, ódios, vinganças etc., quando
aprendem os processos de entrarem em contato com esta força através, também, de
certas iniciações, tão conhecidas dos denominados Magos Negros. Esse Poder,
formado pela coletividade, pelos seus impulsos contrários à Lei, considerado mau
pelos espiritualistas, também tem uma consciência constituída pelos múltiplos
agregados das ações nocivas dos homens em todos os planos de sua atividade; é o
tão falado Guardião do Umbral, a terrível Potestade que deve ser vencida por todo o
, candidato à Magia Branca. Como o discípulo, durante milênios sem conta, concorreu
mais para este Poder do que para a Torrente Espiritual da Boa Lei, é claro que fica
muito mais ligado a ele pelos poderosos laços das más ações que praticou do que
pelas suas vagas aspirações ao Bem Supremo que caracteriza o outro pólo. É este o
motivo pelo qual se torna difícil ao homem libertar-se da suserania do Guardião do
Umbral.
É nessa libertação preliminar que se resumem as provas iniciáticas a que é
submetido o discípulo. Assim, o discípulo sozinho, tendo apenas por apoio o Poder
Espiritual da Tradição a que se filiou, deve cortar, um por um, todos os laços que o
prendiam ao Egrégora Negro.
Podemos agora compreender porque os Iniciados não podem de modo algum
interferir nesta luta de vida ou morte em que o discípulo se empenha. Com o choque
que ele estabelece com o Guardião do Umbral, todas as más qualidades afloram ao
campo consciente do discípulo, do mesmo modo que o contato com a Torrente
Espiritual faz desabrochar as sementes do bem, que nele porventura existam, de
forma a despertar na sua alma as duas tendências que se defrontam e se digladiam,
até que uma delas sucumba para sempre.
1°)a curiosa: procura matar sua curiosidade e, como todo o processo é oculto,
desiste;
2°) a cética: duvida de tudo, até de seu ceticismo, ficando, assim, perdida;
31
S) a indiferente: chega à iniciação por causa de outros, e como tanto faz, sai
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*3
como entrou;
4a) a fanática: é a pior, porque continua na iniciação, de onde tira poderosos
alimentos para seu fanatismo que a afasta da realidade iniciática;
5a) a que busca a verdade: é a que realmente pode tornar-se iniciada nos
mistérios menores, ligados à evolução da humanidade, e nos maiores, ligados às
Hierarquias Espirituais, na razão dos 56 arcanos menores e dos 22 arcanos maiores
doTarô.
O processo iniciático trabalha no interior de cada um, visando transformar a
vida-energia externa, em vida-consciência interna.
4 MANU - APOSTILA N" 01
- Teseu -
Herói ou discípulo na luta da iniciação.
- Minotauro -
Ser com cabeça de touro e corpo de homem. Representa a animalidade ou
emocional dominando o homem. O fato de se alimentar de carne humana simboliza a
animalidade consumindo o próprio homem.
- Centauro -
Ser com cabeça e tronco de homem e corpo de cavalo. Representa a mente
dominando o animal ou emocional, postura que o Mestre passa ao discípulo Teseu. É
o inverso do Minotauro em significação.
- Cnossos-
Nosso corpo físico, suporte da evolução e da luta na iniciação.
- Labirinto -
Nossa alma, verdadeiro labirinto, onde nos perdemos na escuridão de seu
desconhecimento, sede da evolução e da iniciação.
- Ariadne -
Nossa consciência cósmica superior, nosso espírito, o objetivo da iniciação e
do lento processo evolutivo da humanidade. O prêmio após vencer os desafios da
alma.
MANU-APOSTILA N 101
-Fio Condutor -
O fio de sütrâtmâ que liga nossa consciência física quaternária à no:,'..i
consciência ternária superlorou Eu Superior, EGO, como Teseu ligado a Ariadne.
- Minos e Pasifae -
Rei-sacerdote e sua contraparte, Casal Manúsico, pais de Ariadne ou da Raçi i
Ariana. Na antropogênese oculta correspondem aos Manus da 4a Sub-Raça Célticn
da 5aRaça-Mãe Ariana.
- Touro -
Símbolo da terra e do reino animal. O amor de Minos e de Pasifae pelo touro
representa o amor das hierarquias pela Terra e seu fruto, a humanidade provinda do
reino animal. Zeus ou Júpiter e Possêidon ou Netuno, as expressões maiores das
hierarquias envolvidas no jogo do mental e emocional humanos.
B ibliografia:
BLAVATSKY, H. P. G lossário Teosófico, Editora Ground Ltda., São Paulo, 2* ed., 1991.
FERREIRA, A.C. A Iniciação. Dhâranâ, A n o LX, Série União, n° 4, p.41 -3,1986.
RAMOS, A. C. A u la s ministradas no grau Manu, Departamento de São Paulo.
Aula pesquisada por Adhemar da Cunha Ramos e Luciano Gaviolle Neto.
MANU - APOSTILA Na01 /
AULA Ne 02
A TRÍPLICE INICIA ÇÃ O
________________________ T R Í P L I C E IN IC IA Ç Ã O E U B IÓ T IC A ________________ |
Cada uma das três colunas agrupa aspectos que têm entre si um
relacionamento direto para fortalecer cada uma das três bases da iniciação, Mente
Emoção-Vontade, como descrito nas próximas explicações.
IN IC IA Ç Õ E S
O ser humano está sujeito a três tipos de iniciação: a indireta, a direta e a real.
* Indireta *
É a iniciação pela própria vida, onde o homem recebe as cargas de sofrimento e
de felicidade, geradas, respectivamente, pelos erros e acertos. É a mais sofrida,
sendo aquela a que a humanidade está sujeita. Todos estão se iniciando ao longo dos
ciclos de reencarnação, para atingir o padrão evolutivo finai do quarto reino hominal,
conhecido na linguagem esotérica como Jívâtmâ.
* D ireta*
É a que se processa através de um colégio iniciático, onde o discípulo interpreta
os ensinamentos segundo sua própria capacidade. É chamada de Simbólica devido
aos símbolos que são usados nos graus e nos ensinamentos ocultos. As práticas de
yogas, rituais, mantrans e instrução oculta, gradativamente aumentam o grau de
consciência e capacitam o discípulo para entendera linguagem simbólica.
* Real*
É a que ocorre quando o discípulo penetra e decifra os símbolos, deparando-
se, assim, com a verdade. A meditação constante nos símbolos iniciáticos é, portanto,
a chave que abre a porta da verdade.
BASES
Nosso colégio iniciático possui três bases que sintetizam todo o trabalho que o
discípulo deve executar para chegar ao encontro do portal, que dá entrada tanto aos
8 MANU - APOSTILA N° 01
mundos superiores como à sua própria realidade. As três bases são MENTE-
EMOÇÃO-VONTADE, representadas como três vértices do triângulo eubiótico. O
homem comum tem sua consciência ligada ao seu corpo físico, e sua vida está
regulada pelo pensar-sentir-querer. Estas três funções não
existem isoladamente no homem, mas sempre associadas a
outras. O pensar estimula uma função do querer ou do sentir. O
sentir, por sua vez, estimula uma função do pensar ou do querer,
e o querer estimula uma função do pensar ou do sentir.
Normalmente, não sabemos se queremos porque pensamos ou
sentimos, se sentimos porque queremos ou se pensamos e, se
pensamos porque sentimos ou queremos. Estas três funções,
sendo simultâneas, estão embaralhadas no homem comum, e a
iniciação visa separá-las numa primeira fase, a fim de serem estudadas e conhecidas;
para, numa segunda fase, serem trabalhadas e dominadas.
Visa-se, assim, o equilíbrio das três funções para fortalecimento das três bases
do processo iniciático, ou.seja: mente, emoção e vontade.
* Mente *
Através do pensar o discípulo trabalha a primeira base da iniciação que é a
mente. Pelo processo oculto começa a isolar seu corpo mental, sede dos
pensamentos concretos, e começa, também, a entendê-lo e dominá-lo. Quando o
trabalho do mental concreto estiver desenvolvido, começa a vibrar o mental abstrato
ou manas superior, primeiro aspecto do seu espírito. A mente deve ser desenvolvida
em equilíbrio com a emoção e a vontade. Se for desenvolvido um forte pensar,
associado a um fraco querer, pode-se cair no diletantismo mental, fazendo com que
os pensamentos não se reflitam em ação ou em prática. Um forte pensar, associado a
um fraco sentir, pode transformar o ser humano num monstro, que usa a mente sem
sentimentos, geralmente para destruir, como no caso de criar armas cada vez mais
poderosas e terríveis.
Atualmente, a humanidade passa por essa fase; o nível tecnológico é bastante
avançado aliado à miséria e ao sofrimento da maioria, era dos computadores e da
fome. Se junto com a tecnologia, fruto do pensar, fosse desenvolvido o amor ao
próximo, como expressão do sentir, e a ajuda mútua, como expressão do querer,
assim, pelo agir, teríamos um mundo muito melhor e com o karma coletivo mais
aliviado.
* Emoção *
É através do sentir que o discípulo trabalha a segunda base da iniciação, a
emoção. Pela análise dos sentimentos e consequente aprimoramento do sentir,
começa o trabalho iniciático para isolar o corpo emocional, sede das emoções, a fim
de que atuem, na sua plenitude, os fluxos energéticos que constituem o veículo
emocional, determinando aquilo que conhecemos como emoção superior. As
emoções, frutos do arranjo energético ou estado provocado no Ser pelos
sentimentos, modificam os movimentos respiratório, circulatório e de secreções
glandulares, bem como provocam repercussões nos estados de excitação ou
depressão.
Todo conhecimento do mundo está ligado ao processo sensório, ao mundo
sensível percebido pelos sentidos. Com os ensinamentos ocultos, o discípulo, aos
poucos, começa a equilibrar seu corpo emocional, sede de suas emoçõès e
sentimentos; e começa, também, a entendê-lo e dominá-lo. Quando o trabalho com o
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S IT U A Ç Õ E S
V IR T U D E S
não representa pobreza e inferioridade, mas sirp, riqueza e superioridade. Poderá sei
desenvolvida através do aprimoramento do;C"arãter (emocional), e pela prática do
auto-conhecimento (mental), determinando, assim, o encontro de suas próprias
limitações no contexto evolutivo.
* Perseverança *
É a qualidade que mantém o discípulo firme no seu caminho e constante nas
práticas de yogas e meditação.
Pela perseverança, as dificuldades são superadas e a perfeição é alcançada
com a repetição incansável. Todo obstáculo é um desafio e uma oportunidade de
provar que está firme na busca da verdade.
Esta virtude é desenvolvida pelo querer, pela vontade e pela prática, ação, em
si mesmo, do conhecimento adquirido.
P O S IÇ Õ E S
* Transformação *
Transformar, filosoficamente significa deixar de ser o que é. Pelo fato do
Homem atual não estar sintonizado às atuais exigências cíclicas da evolução, esta
transformação implica dois trabalhos opostos:
í ) podem os resum ir na palavra “D E S TR U E R E ”, que consiste em
d e b e la r de nossa psique as incrustações advindas da form ação do reino
hom inal;
2°) resum e-se na palavra “C O N S TR U E R E ”, e que consiste em
angariarm os para nossa psique valores que ainda não possuím os, m as que
são im prescindíveis para colocar nossa alma em sintonia perfeita com a Obra
do Eterno no presente ciclo.
Somente cada um de nós, num exame introspectivo, poderá constatar as
mazelas ainda existentes e as ausências de virtudes tão necessárias ao nosso
aprimoramento.
Esta avaliação dialética se processa em nossa interioridade, na voz do silêncio,
onde não é possível mentir a nós próprios. Nossa atitude, presenciando nossa íntima
realidade, deve equivaler a um “confiteor” (eu me confesso), que traga à tona de
nossa consciência nossos vícios indesejáveis e o anseio de suprir as carências de
virtudes ainda ausentes. Só esta atitude sincera diluirá os percalços impeditivos de
nossa evolução, possibilitando nossa real transformação. Assim, o homem comum
transformando as tendências negativas ou nidânas em tendências positivas ou
skandhas, transforma-se em discípulo, e deste em iniciado.
Encerremos este tópico com as palavras de Shri Aurobindo, transcritas na
página 77 da revista A q u a r iu s , Ano II, n“ 8 ,1976:
“Todas as religiões têm salvado certo número de almas, todavia, nenhuma foi
capaz de espiritualizar a humanidade. Por isso, não é o culto e a crença que são
necessários, mas sim um esforço contínuo de transformação interior que resultará no
desenvolvimento espiritual de cada um”.
* Superação *
É a superação dos sentidos, etapa esta que possibilita o despertar de
percepções superiores, ultrapassando o mundo sensório, perceptível pelos sentidos
e ingressando no mundo supra-sensível ou além dos sentidos. É a superação de
nossa atual condição humana com o desenvolvimento de nossos corpos ou veículos
superiores.
A Superação ou s u p e r + a ç ã o , precisa ser entendida a partir de nossa
compreensão do que seja a ação. Tudo o que fazemos, o que pensamos e como
sentimos, constituem o espectro de nossas ações na matéria. O metabolismo deste
espectro desenvolve-se conforme o “ quantum” de nosso caráter, isto é, do que
trazemos de outras vidas e do que teremos que trabalhar nesta vida. Como, pela
transformação, nosso caráter terá que diluir suas negatividades (nidânas) e angariar
positividades (skandhas), o espectro de nossas ações irá variar também, diminuindo
em suas negatividades e aprimorando-se em positividades, ou seja: esgotar o karma
negativo, preparando seus próprios veículos para que em vidas futuras possamos
agir com consciência, ou melhor, com-ciência, com conhecimento de causa.
* Metástase *
É a etapa onde ocorre a fusão da consciência física com a superior, o triângulo
inferior encontra o triângulo superior, V o n t a d e -M e n t e -E m o ç ã o se integram com
 t m â -B u d d h i-M a n a s S u p e r io r. O discípulo sabe que é homem e que é Deus, que
está no Mestre e que o Mestre está nele.
MANU - APOSTILA N° 01 I3
AULA N° 03
R E A L IZ A Ç Ã O
A
uosos em vez de fazê-lo pelos retos e luminosos, em cujo final se
:ha o Mágico Triângulo da Iniciação, que é o da Mônada Divina, a
Bonsciência Imortal, o Deus de cada Homem.
Y O G A S N A IN IC IA Ç Ã O
M E T O D O L O G IA A P L I C A D A P E L O Y O G A
assim como um lago sereno e imóvel, onde o EGO poderá refletir sua consciência
pura, evolutiva e de natureza divina.
O emprego do esforço contínuo ou prática constante (Abhyâsa), com ausênc ia
de paixões (Vairâgya), habitua o corpo e a alma a trabalharem serenamente. Como
pensar é estabelecer relações, convém pensar somente naquilo que pacifica ,i
mente. Este é o trabalho do yoga: transmutar desejos vulgares, ansiedades, receio:,,
dúvidas, medo, ambições e egoísmo em aspirações sublimadas. Há necessidade dc•
auto-determinação, vontade perseverante na eliminação de hábitos e costume:,,
porque estão arraigados no íntimo do ser, senão elementos ilusórios. O progresso
real surge da aplicação do yoga nos trabalhos da vida diária, isto é, executados com
atenção concentrada, firmeza, honestidade e convicção de que este é um método
que encurta o caminho da evolução. Matar desejos vulgares e egoístas não signifii „ i
destruir o amor puro. O homem é por instinto um animal gregário e uma criatura
sociável. Os desejos são ansiedades dos veículos, e o amor, atributo do EGO: o I u
individual aspira a unir-se a outro Eu individual. O Ego compreende que o amor ó ,i
única força atrativa que a tudo unifica capaz de transformar homens em super
homens.
Os veículos vibram sempre, excitados pelas formas anteriores, fenômenos,
idéias, pensamentos e sugestões do mundo exterior, e tais vibrações criam nove:,
estados de consciência de acordo com a lei de ação e reação. As sensações,
emoções e sensibilidade podem ser serenadas pela repetição de um mantram ou
canto de um hino, cujo mecanismo altera as vibrações. O mantram substitui o
emprego da vontade ou da imaginação e oferece uma sucessão de sons rítmicos,
cujas vibrações sincronizam-se com as dos veículos. Neste processo há economia
de energias voluntárias e imaginativas. Daí a frase: “Quem canta seus maios
espanta”.
Prestar atenção não significa o emprego do intenso esforço físico do pugilista
para vencer o seu rival. A atenção é um ato instintivo, natural e espontâneo que,
dirigido serena e ativamente, transforma-se em concentração, meditação e
contemplação, que são os sucessivos passos do yoga. Quando percorre estes
caminhos serenamente (mental pacificado) pode o corpo executar bem dois ou três
atos ao mesmo tempo, automaticamente, enquanto o EGO cuida de idéias
superiores. Quem procura trabalhar conscientemente, executa uma perfeita
aprendizagem do yoga.
O yoga é acessível a toda criatura normal. Só não conseguem praticá-lo, de
maneira eficaz, os doentes, os incapazes mentais, os céticos, os pessimistas, os
negligentes, os preguiçosos e os sensuais.
Aconsciência desenvolve as faculdades ou poderes, e assim purifica os corpos
físico, astral e mental: pensar bem, falar bem e agir bem. Além disso, a imaginação
(instrumento criador) deve escolher o campo dos fatos elevados (espirituais), como
motivos de evolução iniciática. O discípulo tem que compreender sempre que é
superior às atribulações; sempre desejar o que é justo, e orientar sua vida por
qualidades e quantidades naturais de trabalho, diversão, alimentos, exercícios, sono
e yoga. O verdadeiro aspirante à iniciação organiza seu viver e evita os venenos
morais e materiais; não calunia nem deseja o alheio; não desonra, nem mata; não
ingere tóxico, nem tão pouco cultiva a sensualidade.
O pensador argumenta, analisa e sintetiza, induze deduz, até ao mais alto grau
de raciocínio, além do qual nada mais encontra. Então, detém-se nesse ponto do seu
pensar, espera com a mente fixa que desabroche a intuição. Entretanto, os
imaginativos podem valer-se mais da devoção que do raciocínio. Encontram-se em
um determinado ponto e pela vontade fixam nele a mente.
18 MANU-APOSTILA N° 01
B ibliografia:
BLAVATSKY, H. P. G lo ssá rio Teosófico, Editora Ground Ltda. São Paulo, 2Jed., 1991.
BLAVATSKY, H. P. G lo ssá rio Teosófico, Editora Ground Ltda., São Paulo, T ed., p. 78,761-2,1991.
RAMOS, A. C. A u las ministradas no grau Manu, Departamento de São Paulo.
Aula pesquisada porAdhem arda Cunha Ramos e Luciano Gaviolle Neto.
AULA Np 04
1 S) H A T H A -Y O G A
Expressão em que encontramos as palavras H a (Sol) e T h a (Lua), significando,
portanto, a união do Sol e da Lua, ou seja, o equilíbrio das duas correntes vitais que
sustêm o corpo físico. Esse equilíbrio possibilita a manifestação da terceira onda da
Vida Imanente, aquela que traz a plenitude da consciência.
O Hatha-yoga tem por finalidade precípua dar saúde perfeita ao homem, bem
estar físico, tornando-o apto a superar todos os obstáculos fisiológicos, por maiores
que sejam. Em outras palavras, torna o Hatha-yogí capaz de equilibrar, no corpo
físico, todas as energias que se manifestam na Natureza, de modo a permitir, nesse
veículo mais denso, a livre expansão do Espírito. É o Hatha-yoga que desperta os
órgãos do entendimento e da ação, ainda entorpecidos nas criaturas vulgares. O
Hatha-yogí procura, inicialmente, subjugar por completo todas as manifestações
físicas da vida. Concentra, em seguida, as potentíssimas energias assim
acumuladas em determinados centros nervosos e glândulas de secreção interna, até
que estes se façam plenamente ativos, capazes de responder a qualquer impacto da
Natureza, por mais sutil que seja.
É indispensável, pois, para a conquista desse objetivo, viver em harmonia com
a Natureza, estudar cuidadosamente as estações do ano, o meio físico ambiente etc.,
e corrigir as deficiências naturais que possam surgira cada momento.
Viver em harmonia com a Natureza é conhecer seu ritmo no aspecto esotérico,
como o do nosso Sol que, como coração de nosso sistema Solar, se contrai e se dilata
(sístole e diástole), emitindo e absorvendo substância-energia, de modo a criar uma
circulação perfeita de forças vivas em nosso sistema solar. Essas forças sutis da
Natureza, ou Tattwas são exotericamente em número de 5 e esotericamente em
número de 7. Se o praticante de Hatha-yoga preocupar-se somente com as 5 forças
inferiores poderá ter transtornos de ordens física ou psíquica. Quando é conhecido o
aspecto integral das forças da Natureza, não há nenhum perigo na prática de Hatha-
yoga, pois oyogí passa a viver dentro do verdadeiro ritmo solar.
O Hatha-yoga, pela autr educação, fornece os meios de despertar, nas
profundezas do organismo físic do discípulo, a poderosa energia cósmica que lhe
permitirá a transformação completa de sua natureza interior. O Yoga chega, assim, a
apressar, em escala extraordiná 1a, a evolução do discípulo, que consegue, às vezes,
numa vida, o que normalmente exigiría o trabalho de muitas vid a s..
Em condições usuais, garantindo-lhe o solo, a água e os sais minerais
MANU - APOSTILA Ne01 10
Multiplicidade.
TEOSOFIA, Ciência divina, Sabedoria das Idades, Filosofia Divina, Religião
Sabedoria, não é uma seita, não limita o espírito, não adota teorias ou leis próprias: é
a instituição do caminho sempre indicado pelos grandes instrutores. É a única fonte
de saber puro da atualidade, capaz de impulsionar nossa evolução espiritual nesta
época de falência moral e religiosa.
A poderosa força das doutrinas religiosas do passado teve origem dupla: culto
dos antepassados e personificação dos poderes da Natureza.
O culto dos antepassados criou religiões egípcias, babilônicas, chinesas e
americanas. A antiga religião egípcia dogmatizou que a alma era uma duplicata sutil
do corpo humano, muito parecida com ele, que continuava vivendo depois da morte.
Esse conceito fundamentou o uso da mumificação e ofertas para conforto e supostas
necessidades vitais dos mortos.
Acreditava-se, entretanto, que a vida do duplo só era possível quando o
cadáver permanecia intacto. As pirâmides foram construídas para servirem de
centros iniciáticos e de proteção aos cadáveres das pessoas evoluídas. Os
babilônicos admitiam, nessa época, a mesma crença, porém com a diferença de que
o duplo havia perdido a faculdade de amar e obrigava os vivos, pelo medo, a auxiliá-
los.
A literatura ária atesta que a religião tem origem no culto da Natureza. O Rig-
Vêda, considerado o mais antigo documento da Raça Ária, não menciona o culto dos
mortos na índia, e sim o culto da Natureza.
As mitologias grega, germânica, escandinava etc. provam que as religiões
desses povos tiveram origem na personificação das forças naturais. Vivekananda
pensa de modo eclético, que os dois fundamentos das religiões visam o mesmo fim:
tanto o culto dos mortos como os da Natureza procuram transcender as limitações
dos sentidos.
O homem tem procurado sempre ver a realidade que se oculta atrás do véu da
matéria (Mâyâ).
Do fenômeno natural do sonho, nasce o primeiro vislumbre de religião: é a
primeira noção de imortalidade. Neste estado, a mente continua ativa como no de
vigília. Que há de assombroso que a mente continue ativa depois da morte? Nem
sempre os sonhos confirmam as experiências do estado de vigília, por isso as
religiões das mais recuadas épocas investigaram profundamente os estados mentais
(concentração, meditação, samâdhi) da imaginação e do êxtase. Os mensageiros
divinos e profetas declararam sempre haver experimentado estados mentais que não
eram os de sonho ou de vigília, e nos quais verificaram uma série de fatos
relacionados com o reino espiritual: realizaram, no estado espiritual, verdades
desconhecidas.
Na antiga índia os Mestres do yoga eram os Brahmans e Rishis.
B r a h m a n s : sacerdote pertencente à primeira e mais nobre das quatro castas
hindus.
R is h is : patriarcas divinos da mitologia hindu; instrutores das Sub-Raças em
cada Raça humana (instrutor da Raça é o Manu); nome dado também aos iniciados.
Judeus e cristãos confirmaram a mesma idéia. Vários comentadores
consideraram a doutrina budista como religião materialista. Todas as religiões
asseveram que a mente humana, em dado momento, transcende as limitações dos
sentidos e os poderes do raciocínio, e que os fatos (verdades) desvelados pela
MANU-APOSTILA N201 21
V E T A P A R E A L : * S H U B H A IC H A *
É uma condição interna de busca de algo transcendente. “Éaquele que achou o
caminho”.
Em iniciação, quem atinge esta etapa luta sem apego, sem vaidade, sem
orgulho.
2 1 E T A P A R E A L : * V IC H Â R A N A *
É a adaptação do mental. A pessoa começa a ter contato com uma série de
conhecimentos ocultos e, por meio da meditação, ocorre a adaptação mental.
Significa unir o mental concreto (rüpa - com forma) com o abstrato (arüpa - sem
forma), separando-o da emoção (kâma). A mente deve comandar a emoção, mas
sempre com o “cérebro no coração”, pois, a mente sem emoção torna o homem um
monstro.
3 a E T A P A R E A L : * T A N U -M Â N A S I *
É a redução da atividade mental, ato de manter a mente tranqüila, disciplinada,
tornando-a independente de fatores externos inconscientes. Os pensamentos ficam
claros e a meditação esclarece as verdades ocultas na letra que mata, na mitologia,
nos símbolos, nas lendas e escritos ocultos. É o controle dos VRITTIS (turbilhões
mentais), permitindo a manifestação do Eu superior.
4aE T A P A R E A L : * S A T T V Â P A T T I *
É a percepção das leis universais ocultas na vida e nos fenômenos. A intuição
começa a se manifestar livremente. As coisas são como realmente são e não como
nossos enganosos sentidos mostram.
5 a E T A P A R E A L -S U P E R I O R : * A S A M S A K T I *
É o desapego do mundo, o qual ocorre naturalmente e o discípulo age por
princípios e não por interesses. Entretanto, o discípulo deve tomar cuidado para não
terapego ao desapego.
6a E T A P A R E A L -S U P E R I O R : * P A D Â R T H A B H Â V Â N A *
É a superação dos sentidos, da ilusão dos sentidos, do mundo em si; distingue
o real do ilusório, o espírito da matéria. A deusa Mâyâ (ilusão) não mais é capaz de
enganar.
O discípulo adquire faculdades de percepção consciente. A idéia é uma
constante em sua vida, participando dos planos superiores com consciência dos
mundos das Leis e das Causas.
7 a E T A P A R E A L -S U P E R I O R : * T U R Y A G A B H Ü M I *
É a fusão com a Divindade, a plena realização, o “O M -M A N I-P A D M E -H U M ” é
o estado de SAMÂDHI onde se atinge o mais elevado grau de consciência
(NIRVANA).
3 a) B H A K T I-Y O G A
É a união pela universalização do AMOR, ou seja, o misticismo e a devoção em
sua acepção mais elevada. Este sistema tem por fim a purificação completa da alma
humana, tornando-a inteiramente sáttvica e, portanto, fazendo-a toda pureza,
bondade e renúncia. Difere do Hatha-yoga porque, em geral, não adota nenhum
método que vise o bem estar físico, mas apenas sua identificação com a Alma
Universal, através do Amor sem limites.
Como conseguir isto?
- Pelo desapego completo às coisas do mundo sensível, graças à introspecção
e à meditação sobre as virtudes de uma determinada divindade.
MANU - APOSTILA Ne01 23
R E L A Ç Ã O E N T R E Y O G A S E O S 4 G R A U S IN IC IÁ T IC O S D A S .B .E .
1.1 *AHIMSÂ *
É a não violência, não fazer mal a qualquer ser vivente, sejam animais, vegetais
ou humanos, a menos que seja para sua alimentação.
1.2 *SATYA *
Não mentir, falando sempre a verdade com inteligência. Quem busca a verdade
na iniciação não deve mentir.
1.3 *ASTEYA *
Falta de interesse e de ambição. Não privar os outros com o que não lhe
pertence. Não é o simples roubo ou apropriação indébita de coisas materiais.
Seu sentido é mais amplo e total, como idéias, glórias e méritos.
1.4 *BRAHMACHÂRYA *
Continência sexual; praticar o sexo para fins nobres e sempre por amor.
O sexo é divino e considerá-lo imoral é ignorância, o que redundaria em dizer
26 MANU-APOSTILA N"01
que todos nós nascemos da imoralidade. O sexo com amor não é contra a
espiritualidade, pelo contrário, é função normal no ser humano em evolução. O sexo
deprava, equilibra ou eleva o ser humano, dependendo do uso que se fizer dele.
O LAR quer seja constituído por um sacramento, por um compromisso oficial da
Lei ou por compromissos íntimos e sinceros de um casal, deve estar de acordo com
sua palavra:
L = lealdade; A = amor; R = renúncia.
organismo humano.
4 oP A S S O : = P R Â N Â Y Â M A
Domínio e regulação da respiração, do alento (prãna).
Em nosso caso, praticar o prânâyâma na posição (âsana) denominada de
Purâsana, ou seja, sentar confortavelmente, com a coluna na vertical e as mãos
sobre as coxas ou, também, na postura de Samanâsana, que consiste em sentar com
as pernas cruzadas e as mãos sobre cada joelho.
5 oP A S S O : = P R A T Y Â H Â R A
Abstração ou retraimento dos sentidos e da mente, afastando-os dos objetos
exteriores e atraindo-os para a mente. Graças a estes meios, purifica-se e sublima se
a mente e, então, o discípulo encontra-se apto a passar para os três graus suporion -.
do Râja-yoga, que são os seguintes: DHÂRANÂ, DHYÂNAe SAMÂDHI.
6 oP A S S O : = D H Â R A N Â
Intensa e perfeita concentração da mente em determinado objeto interno, com
a completa abstração do mundo dos sentidos, isto é, o sumo controle do pensamento,
da inteligência e do mental.
1° P A S S O : = D H Y Â N A
É a meditação onde se consegue a Sabedoria pura que nenhum raciocínio
profundo pode atingir, penetrando-se num estado superior ao do mental concroto,
denominado Búddhico ou da intuição. É a chave que abre as portas de ouro, que
concentra a mente em um objeto sem qualquer interferência da mente conei rl.i. nu
seja: contínua e prolongada corrente de pensamento dirigida a um nb|filu
determinado até chegar a absorver-se nele.
8o P A S S O : = S A M Â D H I
É a contemplação estática, em cujo grau superior chega :.r a peulei ulú a
consciência da própria individualidade, e a alma, unificada em inelavol In illlu dr com
o Eu Superior, abstrai-se e fica em completo isolamento, que lhe peimite liam.lerli
sua esfera de ação para um plano muito mais elevado e sem limite'.
Liberta-se da dor e da ignorância, ama a tudo e a todos atingindo o próprio
estado de consciência da Divindade. É o objetivo máximo do yoga onde se atinge a
plenitude da Consciência Cósmica.
Esses três últimos exercícios são designados coletivamente com o nome de
S A M Y A M A . No passado, a Sociedade Brasileira de Eubiose teve os nomes
S A M Y A M A e D H Â R A N Â . Este último permanece atualmente como nome de nossa
revista.
O S O IT O P O D E R E S D O Y O G A
(Oito Siddhis, oito vibhütis, oito atributos de Shiva)
Com essas duas pétalas, o chacra Vibhüti, logo abaixo do chacra cardíaco, fica
ativado e cada uma de suas oito pétalas, em sintonia com cada um dos oito chacras
(7+1), adquirem um poder (O Yoga dos Chacras será estudado posteriormente).
Os oito poderes do yoga são os seguintes:
1°) AN IMÃ
Poder de assimilar-se consigo próprio e de focar a consciência em um só ponto.
É o poder de se tornar pequeno, correspondendo ao chacra frontal e ao estado de
Dhâranâ, fazendo com que o possuidor deste dom possa penetrar no Universo
microscópico.
T ) MAHIMÂ
Poder de aumentar a estatura, capacidade de expandir a consciência até o
infinito. Dilatar no espaço (considerar que o material da alma é altamente expansível).
3°) LAGHIMÃ
Poder de neutralizar a gravidade e a inércia, tornar-se leve como um floco de
algodão e possuir a liberdade de flutuar pelo espaço.
4°) GARIMÂ
Poder de tornar-se pesado, como os próprios corpos celestes, até a máxima
densificação possível da matéria.
5°) PRÂKÂMYA
Poder de realizar todos os desejos (é a vontade em si). Poder de movimentar
quaisquer objetos simplesmente pela vontade.
6a) PRAPTI
Poder de transferir a consciência através do tempo e pelo espaço. Poder de
transportar-se pela vontade para onde quiser. Poder de adivinhar, profetizar e curar.
T) ICHATVA
Poder de criar ou de fazer surgir.
8a) ISHITÂ
Poder de dominar a tudo, de alcançar a supremacia, tornar-se um dos
chamados Rudras (Deuses dirigentes do mundo). Este é o oitavo dos poderes
correspondendo a Shiva-Vasâyitâ, o poder da suprema identificação com a
Divindade, poder para iniciar a criação de um Universo ou, então, corresponde a
Kâmâ-Vasâyita, o poder de aniquilar os desejos, suprimir toda a sensação, capaz de
lograr a absoluta indiferença denominada Paravairâgya, o total desapego, estado
final do conhecimento perfeito.
Os oito Siddhis correspondem às oito etapas da tradição secreta da Flor de
Ouro do esoterismo chinês. O oito (8) é o próprio símbolo do infinito, como oitavo
poder ou síntese dos outros sete. Corresponde aos oito símbolos do trigrama oculto
de Fo-Hi.
B ibliografia:
BLAVATSKY, H. P. G lo ssá rio Teosófico, Editora Ground Ltda., São Paulo, 2aed., p.761-2,1991.
RAMOS, A. C. A u las ministradas no grau Manu, Departamento de São Paulo.
SOUZA, H.J. V erdadeiro Cam inho da Iniciação, 4’ ed., 1978.
VIEIRA JR., J.C.R. Aulas ministradas no grau Manu, Departamento de Campinas.
- A B C da Eubiose, 1*ed., 1989.
- Série D, aulas 29-30.
-S érie Mental.
Aula pesquisada por Adhemar da Cunha Ramos, Maria Christina Gaviolle e Luciano Gaviolle Neto.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE
Av. Getúlio Vargas, 481, São Lourenço, MG, CEP 37470-000