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SOCIEDADE BRASILEIRA DE

SERIE MANU
Copyright © 1997 Sociedade Brasileira de Eubiose
Pesquisa, Redação, Revisão: Roberval Baptista Lobo, Tereza de Jesus
Vallejo Oliveira, Élcio Rogério Barrak, Maria Christina Gaviolle, Luciano
Gaviolle Neto e Wilson José Medeiros de Oliveira.

Capa: Adaptação da revista Dhâranâ ano LXII, Série Superação, na 5,


1989; arte original Inez F. L. Martins.
Reprodução em grafite: Umberto Gandin Neto.

Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia


autorização escrita da Sociedade Brasileira de Eubiose.

Tiragem: 500 Exemplares


Edição: 01/2012
Impresso por: Gráfica União
Tel.: (35) 3332-1089
São Lourenço - MG
MANU-APOSTILA N"01

GRAU M ANU
AULA Na 01

A INICIA ÇÃ O DO PRIMEIRO GRA U

“A verdadeira Iniciação é aquela que obriga o homem a descobrir por s i


mesmo (pela meditação) o que não pode, desde logo, ser desvendado diante de
seus olhos, nublados pelos densos véus da matéria em que se acha envolvido.
Daí a frase: 'Do ilusório conduz-me ao real, das trevas à luz, da morte á
imortalidade'”... (J.H.S.)

Sabem todos os Iniciados que não é possível alcançara Suprema Aspiração, a


realização interior, se o discípulo não se apoiar numa tradição organizada, que lhe
sirva de base, a fim de poder enfrentar as forças adversas do meio em que vive. Est; i
tradição não deve ser exclusivamente de ordem social e moral, senão de ordem
oculta.
Os que sabem as coisas secretas falam veladamente na Comunhão das Almas
Santas ou na Comunhão dos Santos, como diz a Igreja Católica, servindo de eco .i
um conhecimento mais antigo, cujo sentido verdadeiro lhe escapa completamenL •
Isto quer dizer que cada Aspirante à Verdade que tenta o Caminho Direto, caminho
mais fino que o fio de uma navalha, precisa se apoiar numa força criada, através dos
séculos, pelos seus inumeráveis predecessores nessa vereda espinhosa. Isto,
porque cada homem que se faz Mestre Perfeito deixa no ambiente terreno o resultado
de seus tremendos e perseverantes esforços, como um Poder Espiritual Consciente.
Este poder se une aos dos demais Irmãos de todas as épocas, como um influxo vivo,
verdadeira torrente espiritual dirigida para um determinado sentido, constituindo o
Poder Espiritual de determinada Série de Seres que se sucederam ininterruptamente
como Mestre e Discípulo, o que constitui o elemento fundamental de todas as
iniciações. Este influxo, esta torrente espiritual, remonta à origem das coisas.
Os verdadeiros Gurus, perfeitos conhecedores das Leis da evolução, dizem
não ser possível ao homem alcançar a iluminação sem que este esteja ligado a esta
torrente ininterrupta que comunica ao discípulo, graus que variam segundo as
iniciações ascendentes. Estas Consagrações são definitivas, porque ligam o
discípulo a um Poder infinitamente superior ao que nele possa existir de mais
elevado. Nestas iniciações lhe são dados símbolos, palavras e determinados gestos,
que são a linguagem que expressa este pacto, tacitamente assumido para com a
tradição iniciática a que se ligou. Assim, ninguém pode evoluir até a libertação, num
curto período de tempo, sem esse auxílio indispensável. Este auxílio é uma
verdadeira transferência desta Torrente Espiritual, que o Mestre faz ao discípulo,
quando lhe confere determinada Iniciação. Por isso mesmo, o Mahatma Kut-Humi diz
que “os discípulos são envolvidos pelo ambiente do Mestre, para que todas as suas
possibilidades, boas ou más, se manifestem”.
Certos místicos do Oriente nos falam como já foi dito, no Círculo das Almas
Perfeitas, com as quais os candidatos à Iniciação entram em contato para
alcançarem proteção e auxílio em suas lutas sempre árduas e cheias de perigo. Este
contato não é o resultado de nenhuma cerimônia de evocação de almas de seres
falecidos, senão a elevação do Aspirante ao nível elevadíssimo das esferas
espirituais onde gravitam estas Almas.
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Assim, quanto mais antiga for a tradição esotérica a que se liga o Postulante,
mais fácil é sua luta pela conquista da iluminação. Quando, entretanto, se liga a
tradições reconstituídas ou corrompidas, sua luta se torna mais árdua, não
conseguindo, na maior parte dos casos, chegar ao seu elevado objetivo.
Cada grau que o discípulo alcança é expresso na Linguagem Universal do
Verbo por uma palavra que sintetiza todo o Poder da Torrente Espiritual a que está
ligado. São as Palavras Sagradas, as palavras de passe. Elas são de um enorme
poder no Mundo Oculto, por isso mesmo, só são comunicadas pelo Mestre ao
Discípulo, de boca a ouvido, na hora da Sagração. Todas essas palavras se derivam
de uma única, da Palavra Inefável, a Palavra Perdida, simbolizada pelo A l!M . O
verdadeiro segredo ligado a esta Palavra constitui o fruto da mais elevada iniciação.
Mas, para que um dia o discípulo possa alcançá-la, é indispensável o apoio espiritual
da Tradição Oculta, a fim de que, assim fortalecido, possa enfrentar, com
possibilidade de vitória, as forças antagônicas que tentam afastá-lo de seu objetivo.
Como os Iniciados criaram um Poder Espiritual Ativo; a humanidade, na sua
inconsciência, também gera um poder incomensurável, formado pelas suas ações,
seus pensamentos, palavras e paixões de ordem inferior. Desse poder se servem
algumas criaturas para a realização de seus desejos, ódios, vinganças etc., quando
aprendem os processos de entrarem em contato com esta força através, também, de
certas iniciações, tão conhecidas dos denominados Magos Negros. Esse Poder,
formado pela coletividade, pelos seus impulsos contrários à Lei, considerado mau
pelos espiritualistas, também tem uma consciência constituída pelos múltiplos
agregados das ações nocivas dos homens em todos os planos de sua atividade; é o
tão falado Guardião do Umbral, a terrível Potestade que deve ser vencida por todo o
, candidato à Magia Branca. Como o discípulo, durante milênios sem conta, concorreu
mais para este Poder do que para a Torrente Espiritual da Boa Lei, é claro que fica
muito mais ligado a ele pelos poderosos laços das más ações que praticou do que
pelas suas vagas aspirações ao Bem Supremo que caracteriza o outro pólo. É este o
motivo pelo qual se torna difícil ao homem libertar-se da suserania do Guardião do
Umbral.
É nessa libertação preliminar que se resumem as provas iniciáticas a que é
submetido o discípulo. Assim, o discípulo sozinho, tendo apenas por apoio o Poder
Espiritual da Tradição a que se filiou, deve cortar, um por um, todos os laços que o
prendiam ao Egrégora Negro.
Podemos agora compreender porque os Iniciados não podem de modo algum
interferir nesta luta de vida ou morte em que o discípulo se empenha. Com o choque
que ele estabelece com o Guardião do Umbral, todas as más qualidades afloram ao
campo consciente do discípulo, do mesmo modo que o contato com a Torrente
Espiritual faz desabrochar as sementes do bem, que nele porventura existam, de
forma a despertar na sua alma as duas tendências que se defrontam e se digladiam,
até que uma delas sucumba para sempre.

Por isso disse Kut-Humi:


“O discípulo deverá, unicamente entregue a seus próprios esforços, escolher o
caminho da direita ou da esquerda; fazendo-se por si só um Adepto da Boa Lei ou um
Mago Negro, dependendo exclusivamente de si próprio a escolha do Caminho”.

Segundo o ocultismo, in ic ia ç ã o tem um significado muito mais amplo do que a


simples ação ou efeito de começar. É um processo oculto de instrução que visa a
rápida evolução do discípulo através do aprimoramento do c a rá t e r e da c u ltu r a ,
MANU-APOSTILA N" 01 l

onde a educação é gradual e composta de ensinamentos ocultos, que advêm d.i


Sabedoria Iniciática das Idades e de ensinamentos recebidos diretamenlo de
Mestres e Iniciados.
A postura do discípulo frente a estes ensinamentos é bem definida devo
recebê-las sem preconceito e sem aceitação cega. Em outras palavras, se o discípulo
duvida de um ensinamento oculto, acaba por interromper a entrada do verdadeiro
conhecimento. Por outro lado, se simplesmente aceita, passivamente, ev.i
ensinamentos, acaba por não reconhecer as possíveis falhas existentes durnntn . i
sua exposição, podendo, portanto, ter um entendimento errôneo. O ideal seria qi 10 o
discípulo raciocinasse, tônica do grau Manu, procurando, assim, digerir e comprov. h
os ensinamentos, por meio de uma identificação, ao mesmo tempo, racional <■
intuitiva. Para isso, a melhor maneira seria utilizar a prática da meditação <>
ensinamento oculto coloca dúvidas e, ao discípulo cabe esclarecê-las, de dentro paia
fora, pela meditação (m e -d ita r, d ita r a m im ), observando sempre o respeito o .1
incansável procura pela verdade.
Iniciação é a busca da verdade, e a “verdadeira iniciação é aquela que obriga o
homem a descobrir a verdade por si mesmo”, verdade esta que não é dada,
emprestada, achada e muito menos vendida, mas que deve ser conquistada polo:,
próprios esforços de quem a procura.
Os teósofos, gnósticos, místicos e outros movimentos divulgam a existência
dos mundos espirituais e das faculdades e poderes superiores que o homem possui
em latência, que são reais e possíveis de serem conhecidos através do ocultismo
Esses conhecimentos são fantásticos e até inacreditáveis à primeira vista. O fato do
algo ser oculto, misterioso ou desconhecido, não quer dizer que não exista, mas,
simplesmente, que ainda não é explicado pelas leis físicas da ciência tradicional o
que, pertencendo ao campo de uma ciência oculta, possuidora de leis próprias,
somente poderá ser comprovado pelo verdadeiro estudante de ocultismo. Este não
acredita nem duvida, por mais misterioso e absurdo que seja o assunto, mas, a
princípio, admite que exista, para que através dos estudos e, ainda, pela prática ou
vivenciação desses conhecimentos ensinados nos colégios iniciáticos, possa
comprovar sua veracidade, obtendo a compreensão dos fenômenos ocultos não
apenas porcuriosidade, mas, principalmente, por amorà verdade.

Existem cinco tipos de pessoas que procuram a iniciação: a curiosa, a cética, a


indiferente, a fanática e a que busca a verdade.

1°)a curiosa: procura matar sua curiosidade e, como todo o processo é oculto,
desiste;
2°) a cética: duvida de tudo, até de seu ceticismo, ficando, assim, perdida;
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S) a indiferente: chega à iniciação por causa de outros, e como tanto faz, sai
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*3
como entrou;
4a) a fanática: é a pior, porque continua na iniciação, de onde tira poderosos
alimentos para seu fanatismo que a afasta da realidade iniciática;
5a) a que busca a verdade: é a que realmente pode tornar-se iniciada nos
mistérios menores, ligados à evolução da humanidade, e nos maiores, ligados às
Hierarquias Espirituais, na razão dos 56 arcanos menores e dos 22 arcanos maiores
doTarô.
O processo iniciático trabalha no interior de cada um, visando transformar a
vida-energia externa, em vida-consciência interna.
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O c o r p o f ís ic o é o suporte, a a lm a a sede e o e s p ír ito o objetivo da evolução. A


mente é a ferramenta usada para abrir as barreiras da evolução: nossa ignorância,
nosso egoísmo, nossos dogmas e nossos apegos.
A transformação real ocorre na alma pela ação do nosso mental, o que está
bem representado na mitologia pela luta de Teseu contra o Minotauro.
Esse mito liga-se a Minos, rei de Creta, filho de Europa e Zeus, que sob a forma
de um touro a havia raptado.
Um dia, Minos solicitou a Possêidon, que fizesse sair do mar um touro para
lhe sacrificar em homenagem. Possêidon o atende, fazendo surgir um lindo animal,
que Minos guarda, não realizando o sacrifício. Possêidon, então, castiga a Minos,
fazendo com que sua esposa Pasifae, filha do Sol, tivesse uma paixão irresistível pelo
touro, e da união, concebesse um Ser monstruoso com corpo de homem e cabeça de
touro, o Minotauro, que se alimentava de carne humana.
Dédalo, que era arquiteto, a pedido de Minos, construiu no palácio de Cnossos
um labirinto escuro, onde colocou o Minotauro.
Estando Creta e Atenas em guerra, Minos pede a Zeus que lance uma peste
contra seu inimigo, o povo de Atenas. Zeus atende seu pedido e, posteriormente,
para que a peste cessasse, fizeram um acordo, no qual, Atenas deveria, de 9 em 9
anos, enviar 7 rapazes e 7 moças para servirem de alimento ao Minotauro. Num dos
grupos estava Teseu, o qual fora treinado pelo centauro Quirão ou Kheiron, Ser com
cabeça humana e corpo de cavalo. Teseu chega em Creta e encontra a filha de
Minos e Pasifae, Ariadne, que se apaixona por ele e lhe dá um novelo de linha (fio
condutor). Teseu amarrando uma extremidade do fio em seu corpo, e a outra
deixando com Ariadne, penetra no labirinto, do palácio de Cnossos, onde luta e
vence o Minotauro. Graças ao fio condutor consegue sair do labirinto como herói.

E s s e m ito tem , en tre o u tr a s , a s e g u in te s im b o lo g ia :

- Teseu -
Herói ou discípulo na luta da iniciação.
- Minotauro -
Ser com cabeça de touro e corpo de homem. Representa a animalidade ou
emocional dominando o homem. O fato de se alimentar de carne humana simboliza a
animalidade consumindo o próprio homem.
- Centauro -
Ser com cabeça e tronco de homem e corpo de cavalo. Representa a mente
dominando o animal ou emocional, postura que o Mestre passa ao discípulo Teseu. É
o inverso do Minotauro em significação.
- Cnossos-
Nosso corpo físico, suporte da evolução e da luta na iniciação.
- Labirinto -
Nossa alma, verdadeiro labirinto, onde nos perdemos na escuridão de seu
desconhecimento, sede da evolução e da iniciação.
- Ariadne -
Nossa consciência cósmica superior, nosso espírito, o objetivo da iniciação e
do lento processo evolutivo da humanidade. O prêmio após vencer os desafios da
alma.
MANU-APOSTILA N 101

-Fio Condutor -
O fio de sütrâtmâ que liga nossa consciência física quaternária à no:,'..i
consciência ternária superlorou Eu Superior, EGO, como Teseu ligado a Ariadne.
- Minos e Pasifae -
Rei-sacerdote e sua contraparte, Casal Manúsico, pais de Ariadne ou da Raçi i
Ariana. Na antropogênese oculta correspondem aos Manus da 4a Sub-Raça Célticn
da 5aRaça-Mãe Ariana.
- Touro -
Símbolo da terra e do reino animal. O amor de Minos e de Pasifae pelo touro
representa o amor das hierarquias pela Terra e seu fruto, a humanidade provinda do
reino animal. Zeus ou Júpiter e Possêidon ou Netuno, as expressões maiores das
hierarquias envolvidas no jogo do mental e emocional humanos.

O mito é riquíssimo em simbologia que na iniciação expressa a luta interior do


discípulo, usando a mente para vencer o emocional e evitar que este domine seu
corpo. Mito significa oculto e mitologia o estudo ou conhecimento do oculto,
verdadeiro arquivo histórico do envolvimento das hierarquias espirituais com a
humanidade.
Os números 7 e 9 estão ligados às hierarquias e à iniciação. A evolução o
Setenária e o nove é o número do Adepto ou Iniciado (Arcano 9 = o Ermitão).

Quando reencarnamos, trazemos de vidas anteriores tendências negativ. r,


(nidânas) e tendências positivas ou qualidades (skandhas). Sempre nascemos com
as duas tendências.
Iniciação é a transform ação de nidânas em skandhas.
Nidânas são forças vivas que não podem ser enfrentadas diretamente, mas
transformadas em skandhas pelo processo iniciático. Preguiça, tentações inferiores
e vícios são exemplos de nidânas, as quais, se enfrentadas diretamente, voltam
diferentes e mais potentes. Para se vencer um vício é necessário haver uma
transformação interna (descondicionamento e conscientização), ou melhor,
despertar um skandha. Pelo amor e ajuda ao próximo conseguimos debelar os vícios,
pois o vício liga-se muito ao egoísmo, e a fraternidade o extingue.
A prática da meditação, que é uma forma analógica de pensar, é tônica do
primeiro grau (Manu) e chave da iniciação etítbiótica, que é a mental.
A mística contemplativa, isoladamente, não leva à verdade. A devoção torna o
homem um Santo, porém, ignorante dos mundos espirituais. Embora consiga chegar
aos mesmos, não os entende plenamente. Os Santos não mudaram o mundo, quem
realmente o mudou foram os filósofos. Jesus era Santo e Filósofo, o que o diferencia
de todos os homens santos. O discípulo deve buscar o equilíbrio entre mente e
emoção, conduzindo a sua transformação mentalmente, não interessando a sua
profissão ou escolaridade, pois todos têm o mesmo potencial para a iniciação. É
lógico que o possuidor de uma mente traquejada tem, aparentemente, mais
facilidade, mas dependendo da sua vaidade e orgulho, pode acabar inibindo a mente,
mesmo as mais desenvolvidas.
A in ic ia ç ã o n ã o v is a d e s p e r ta r p o d e r e s s u p e r io r e s e to rn a r o d is c íp u lo
c la r ia u d ie n t e , c la r iv id e n t e o u s e n s it iv o . No processo podem ocorrer sintomas do
despertar dessas faculdades e, até, do seu completo desenvolvimento. Os sonhos
poderão ser lembrados e o discípulo, de posse das chaves do conhecimento oculto,
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poderá saber interpretar os significados, simbólicos ou reais, das experiências


ocorridas no plano astral. Paralelamente, o discípulo vai adquirindo a consciência de
que tudo o que obtiver, pode e deve ser usado em seu aprimoramento iniciático,
visando, antes de tudo, ajudar a humanidade e nunca a obter gratificações
egoísticas.
No caminho da iniciação é importante que o discípulo observe sempre três
regras:
1°) O iniciado se faz, não é feito por ninguém.
Somente pelos próprios esforços é que o iniciado consegue transformar-se
num Adepto. Existem regras ocultas que forçam um Mestre a aceitar um discípulo que
realmente queira se iniciar, independentemente de sua raça, condição social, grau
cultural ou outros, desde que ele preencha as condições básicas. Porém, essas
mesmas regras impedem o Mestre de passar conhecimentos ocultos ao discípulo, se
este não estiver preparado e não se esforçar para consegui-los.
2°) O sigilo deve ser absoluto, os Iniciados se calam.
Na maioria dos casos, quando o Mestre começa a se manifestar, interiormente
o discípulo pode ficar eufórico e acabar por contar aos outros suas experiências. Isto
rompe a ligação conseguida, que só voltará alguns anos depois, após esforços
redobrados. O merecimento de receber algo oculto é apenas daquele que se esforça
e tenha seguido as regras de iniciação. Cabe ao discípulo interpretar as experiências
e usá-las para seu desenvolvimento, visando sempre ajudar a humanidade.
Determinados conhecimentos ocultos, gradativamente, estão sendo passados para
a humanidade, porém, existem conhecimentos que, em hipótese alguma, podem
chegar aos homens, no atual nível evolutivo, pois podem comprometerotrabalho das
hierarquias espirituais envolvidas com a evolução humana e provocar danos
gravíssimos para o Projeto da Lei, ou ainda, no caso de envolver forças sutis da
Natureza, provocar verdadeiros desastres ambientais, como os ocorridos na
Atlântida, que serão relatados nas aulas de antropogênese.
3") Quando o discípulo está preparado o Mestre aparece.
Em outras palavras, KundalinT-shakti se manifesta. Esta força, ou energia
divina, que dormita no corpo vital, liberta-se e corre os centros de força existentes
nesse corpo, transportando a consciência humana comum para outros pontos de
percepção e daí para outros planos supra sensíveis, além dos sentidos físicos.
O Universo e a Eternidade adquirem dimensões e significados muito maiores
do que aqueles que o ocultismo até então deixava transparecer. Existem práticas e
maneiras de acelerar o processo, porém, são extremamente perigosas por
envolverem energias poderosas. Caso não sejam controladas adequadamente,
podem trazer prejuízos físicos, morais e mentais ao praticante que não estiver
preparado pela iniciação. Quem segue e respeita as regras de um verdadeiro colégio
iniciático não busca despertar essas energias. Procura sempre o autoconhecimento
e o auto-aperfeiçoamento, pois sabe que quando estiver pronto essas energias
despertarão naturalmente e sem nenhum perigo. A firme determinação na busca da
verdade aproxima o discípulo do Mestre. Este o acompanha sempre, diuturnamente,
próximo ou à distância, e o encontro se dá em seu interior pela identificação com seu
Eu Superior.

B ibliografia:
BLAVATSKY, H. P. G lossário Teosófico, Editora Ground Ltda., São Paulo, 2* ed., 1991.
FERREIRA, A.C. A Iniciação. Dhâranâ, A n o LX, Série União, n° 4, p.41 -3,1986.
RAMOS, A. C. A u la s ministradas no grau Manu, Departamento de São Paulo.
Aula pesquisada por Adhemar da Cunha Ramos e Luciano Gaviolle Neto.
MANU - APOSTILA Na01 /

AULA Ne 02

A TRÍPLICE INICIA ÇÃ O

A iniciação eubiótica, ensinada pelo Professor Henrique José de Sou/n, r


conhecida como Tríplice Iniciação, pelas três regras vistas na aula anterior e, ainda,
pelos aspectos trinos apresentados no quadro a seguir:

________________________ T R Í P L I C E IN IC IA Ç Ã O E U B IÓ T IC A ________________ |

I N IC I A Ç Õ E S In d ire ta D ireta Real


BASES M ente Em oção V o n ta d e
S IT U A Ç Õ E S E s c o la T eatro T e m p lo
V IR T U D E S P a c iê n c ia H u m ild a d e P e rse ve ran ça
P O S IÇ Õ E S A n a lo g is t a E c lé t ic o o u H a r m o n is ta
S in c r e t is t a
ETAPAS T ran sfo rm a çã o Su p e ração M e tá s ta s e

Cada uma das três colunas agrupa aspectos que têm entre si um
relacionamento direto para fortalecer cada uma das três bases da iniciação, Mente
Emoção-Vontade, como descrito nas próximas explicações.

IN IC IA Ç Õ E S

O ser humano está sujeito a três tipos de iniciação: a indireta, a direta e a real.
* Indireta *
É a iniciação pela própria vida, onde o homem recebe as cargas de sofrimento e
de felicidade, geradas, respectivamente, pelos erros e acertos. É a mais sofrida,
sendo aquela a que a humanidade está sujeita. Todos estão se iniciando ao longo dos
ciclos de reencarnação, para atingir o padrão evolutivo finai do quarto reino hominal,
conhecido na linguagem esotérica como Jívâtmâ.
* D ireta*
É a que se processa através de um colégio iniciático, onde o discípulo interpreta
os ensinamentos segundo sua própria capacidade. É chamada de Simbólica devido
aos símbolos que são usados nos graus e nos ensinamentos ocultos. As práticas de
yogas, rituais, mantrans e instrução oculta, gradativamente aumentam o grau de
consciência e capacitam o discípulo para entendera linguagem simbólica.
* Real*
É a que ocorre quando o discípulo penetra e decifra os símbolos, deparando-
se, assim, com a verdade. A meditação constante nos símbolos iniciáticos é, portanto,
a chave que abre a porta da verdade.

BASES
Nosso colégio iniciático possui três bases que sintetizam todo o trabalho que o
discípulo deve executar para chegar ao encontro do portal, que dá entrada tanto aos
8 MANU - APOSTILA N° 01

mundos superiores como à sua própria realidade. As três bases são MENTE-
EMOÇÃO-VONTADE, representadas como três vértices do triângulo eubiótico. O
homem comum tem sua consciência ligada ao seu corpo físico, e sua vida está
regulada pelo pensar-sentir-querer. Estas três funções não
existem isoladamente no homem, mas sempre associadas a
outras. O pensar estimula uma função do querer ou do sentir. O
sentir, por sua vez, estimula uma função do pensar ou do querer,
e o querer estimula uma função do pensar ou do sentir.
Normalmente, não sabemos se queremos porque pensamos ou
sentimos, se sentimos porque queremos ou se pensamos e, se
pensamos porque sentimos ou queremos. Estas três funções,
sendo simultâneas, estão embaralhadas no homem comum, e a
iniciação visa separá-las numa primeira fase, a fim de serem estudadas e conhecidas;
para, numa segunda fase, serem trabalhadas e dominadas.

Visa-se, assim, o equilíbrio das três funções para fortalecimento das três bases
do processo iniciático, ou.seja: mente, emoção e vontade.
* Mente *
Através do pensar o discípulo trabalha a primeira base da iniciação que é a
mente. Pelo processo oculto começa a isolar seu corpo mental, sede dos
pensamentos concretos, e começa, também, a entendê-lo e dominá-lo. Quando o
trabalho do mental concreto estiver desenvolvido, começa a vibrar o mental abstrato
ou manas superior, primeiro aspecto do seu espírito. A mente deve ser desenvolvida
em equilíbrio com a emoção e a vontade. Se for desenvolvido um forte pensar,
associado a um fraco querer, pode-se cair no diletantismo mental, fazendo com que
os pensamentos não se reflitam em ação ou em prática. Um forte pensar, associado a
um fraco sentir, pode transformar o ser humano num monstro, que usa a mente sem
sentimentos, geralmente para destruir, como no caso de criar armas cada vez mais
poderosas e terríveis.
Atualmente, a humanidade passa por essa fase; o nível tecnológico é bastante
avançado aliado à miséria e ao sofrimento da maioria, era dos computadores e da
fome. Se junto com a tecnologia, fruto do pensar, fosse desenvolvido o amor ao
próximo, como expressão do sentir, e a ajuda mútua, como expressão do querer,
assim, pelo agir, teríamos um mundo muito melhor e com o karma coletivo mais
aliviado.
* Emoção *
É através do sentir que o discípulo trabalha a segunda base da iniciação, a
emoção. Pela análise dos sentimentos e consequente aprimoramento do sentir,
começa o trabalho iniciático para isolar o corpo emocional, sede das emoções, a fim
de que atuem, na sua plenitude, os fluxos energéticos que constituem o veículo
emocional, determinando aquilo que conhecemos como emoção superior. As
emoções, frutos do arranjo energético ou estado provocado no Ser pelos
sentimentos, modificam os movimentos respiratório, circulatório e de secreções
glandulares, bem como provocam repercussões nos estados de excitação ou
depressão.
Todo conhecimento do mundo está ligado ao processo sensório, ao mundo
sensível percebido pelos sentidos. Com os ensinamentos ocultos, o discípulo, aos
poucos, começa a equilibrar seu corpo emocional, sede de suas emoçõès e
sentimentos; e começa, também, a entendê-lo e dominá-lo. Quando o trabalho com o
MANU - APOSTILA N° 01 9

emocional estiver plenamente desenvolvido, começa a vibrar a intuição ou buddhi, o


segundo aspecto do espírito. Buddhi é a tônica de Henrique José de Souza e dos
seres ligados ao sexto aspecto de Deus.
A emoção deve ser trabalhada com a mente e com a vontade. Um forte sentir,
associado a um fraco pensar, caracteriza o sujeito dominado pelo emocional. Um
forte sentir, ligado a um fraco querer, animaliza o ser, deixando-o como vítima das
paixões e prazeres de toda a espécie, como no caso dos viciados. Os vícios menores
tendem a vícios maiores, e os maiores a se multiplicarem, como as cabeças da Hidra
de Lema vencida por Hércules, em um dos seus doze trabalhos iniciáticos.
* Vontade *
Através do querer, o discípulo trabalha a terceira base da iniciação, que é ;i
vontade, impulso superior que recebemos e que nos impele para a vida e para a
evolução. A ação é intensificada pelo querer, que o ocultismo desenvolve, fazendo
com que tudo seja comprovado experimentalmente ou colocado em prática, não
apenas na teoria ou no sentimento. Quando se trabalha com o querer, expresso pelas
ações ou pelo confrontamento do karma (pois karma, em sânscrito, significa ação),
começa a vibrar a vontade superior ou Âtmâ, o terceiro aspecto do espírito.
A vontade deve ser trabalhada junto com o pensar e o sentir. Se o queror
predomina, e o pensar e o sentir não o acompanham, ocorrem sobras de energias e
de impulsos para a ação, caracterizando o tipo de Ser que age muito, que está
sempre em atividade, fazendo tudo sem pensar. Inconseqüente de seus atos, faz
tudo sem sentir, prejudicando aos demais e, o que é pior, nem sequer se apercebendo
disso... É uma máquina de carne e ossos, frio e insensível, e bastante dependente da
cabeça dos outros.
No caminho da iniciação ocorrem transformações que, gradativamente,
provocam o rompimento dos vínculos diretos entre o p e n s a r -s e n t ir -q u e r e r , devido
ao trabalho feito poryogas, meditações e conhecimentos ocultos. Então, o discípulo
começa a experimentar seu corpo mental, como sendo uma unidade independente,
refletindo-se no domínio e na concentração da mente, fenômeno denominado de
“d h â r a n â ”. Fenômeno idêntico ocorre com seu corpo emocional, refletindo na
abstração dos sentidos, denominado “p r a t y â h â r a ” , e idem ocorre no seu corpo vital,
refletindo nas ações, que com a prática de “p r â n â y â m a ” , fortalece os sistemas de
sustentação da vida.
O triângulo inferior do discípulo, m e n t e -e m o ç ã o -v o n t a d e , se prepara em
busca do triângulo superior, m a n a s s u p e r io r -b u d d h i-â t m â . É o despertar da
consciência eubiótica, em que o discípulo começa a ser realmente dono de seus
corpos. Estas três bases devem ser desenvolvidas harmoniosamente e de forma
equilibrada. Se a mente predomina, o Ser torna-se introspectivo, com interesse
ilimitado de saber e conhecer, porém, com indiferença para com a vida, palco de sua
evolução. Se a emoção predomina, torna-se altamente sentimental, tendendo a
tornar-se um místico ou fanático religioso. Se a vontade predomina, torna-se
egocêntrico, tirânico, desenfreado e sem controle nas suas contínuas e desmedidas
ações.
É importante que o discípulo tenha uma vida sadia no corpo e na alma, e que
viva dentro de regras de ética e de moral, com serenidade e harmonia no seu
proceder diário, evitando tudo que possa perturbá-lo exterior e interiormente. Os
desequilíbrios afastam-no do caminho, pois iniciação é sempre o caminho do meio ou
do equilíbrio.
Amenfedeve ser trabalhada pela instrução, a emoção pela educação
dos sentimentos e a vontade pelo trabalho.
10 MANU - APOSTILA Np 01

S IT U A Ç Õ E S

O processo iniciático não envolve apenas o período de vigília, mas sim as 24


horas do dia. Quando dormimos, nas fases de sonho e de sono profundo também
estamos sujeitos à iniciação e, gradativamente, vamos tendo consciência dos
sonhos, os quais passam a ser lembrados e a terem significados, até possuirmos
consciência no estado de sono profundo, uma das mais importantes experiências
ocultas.
A iniciação se dá em três situações: na escola, no teatro e no templo.
* Escola *
É o colégio iniciático ou o meio através do qual ocorre o aprendizado, o lado
mental de nossa transformação. O conhecimento, como já foi mencionado, deve ser
pensado e meditado e nunca recusado ou aceito à primeira vista.
* Teatro *
É o palco de nossa própria vida, onde estamos vivendo nesta personalidade,
expressão atual de uma mônada ou unidade de consciência em evolução. Neste
teatro, fazemos papéis de filho, pai, mãe, profissional, estudante etc. e, até mesmo de
discípulo de escola iniciática. É a parte emocional da nossa transformação, em que
devemos procurar executar bem o nosso papel, seja ele qual for, com arte e
sentimento, lembrando que a platéia é o nosso Espírito ou nosso Eu Superior e as
Hierarquias Espirituais que acompanham nossa evolução. Ao cerrarem as cortinas,
na morte, deveremos receber aplausos pelos acertos e não vaias pelos erros.
* Templo *
Cada discípulo é um templo vivo onde se dá a integração de sua personalidade
com sua individualidade. Yogas, mantrans, meditação e rituais enaltecem este
templo onde se manifestam elevadas energias cósmicas. O ritual é o mito ou o oculto
em ação. Aação é expressão da vontade e de seu aspecto superior, âtmâ. O templo é
o local de ação onde ocorrem os atos religiosos ou de re-ligar (verdadeiro sentido de
religião) a consciência física com a espiritual, o que, do mesmo modo, deve ocorrer
no templo vivo que é o próprio discípulo.

V IR T U D E S

O sucesso na iniciação é alcançado pela prática de três virtudes: a paciência, a


humildade e a perseverança.
* Paciência *
Esta qualidade é desenvolvida pelo trabalho da mente, que pode controlar a
impaciência. Nos acontecimentos do dia a dia, o discípulo desperta esta virtude, que,
por sua vez, resulta na calma e tranqüilidade interior, condição necessária para
coordenar os pensamentos e praticar a meditação. Este exercício constante fortalece
o corpo mental e o faz controlar o emocional. A paciência é a grande virtude que
permite suportar os males e os infortúnios da vida, o karma desta vida e das
passadas.
* Humildade*
É a virtude com a qual manifestamos os sentimentos de nossas fraquezas,
importante para o auto-conhecimento. Sua prática desenvolve o respeito, a modéstia
e a submissão natural, que abafam o pernicioso orgulho. No ocultismo, a humildade
MANU - APOSTILA N“ 0,1 11

não representa pobreza e inferioridade, mas sirp, riqueza e superioridade. Poderá sei
desenvolvida através do aprimoramento do;C"arãter (emocional), e pela prática do
auto-conhecimento (mental), determinando, assim, o encontro de suas próprias
limitações no contexto evolutivo.
* Perseverança *
É a qualidade que mantém o discípulo firme no seu caminho e constante nas
práticas de yogas e meditação.
Pela perseverança, as dificuldades são superadas e a perfeição é alcançada
com a repetição incansável. Todo obstáculo é um desafio e uma oportunidade de
provar que está firme na busca da verdade.
Esta virtude é desenvolvida pelo querer, pela vontade e pela prática, ação, em
si mesmo, do conhecimento adquirido.

P O S IÇ Õ E S

O estudante de Eubiose frente ao conhecimento humano e ao oculto, deverá ter


três posições ou posturas. Deve ser analogista, eclético ou sincretista, e
harmonista.
* Analogista *
É usar o mental com análise e lógica, entre a dedução e a indução. Deduzindo
do geral para o particular ou pela indução de fatos particulares para uma conclusão
geral, obtida como essência. É a constante aplicação da chave hermética que diz “o
que está em cima é como o que está em baixo, e o que está em baixo é como o que
está em cima, para a realização de um só mistério”.
Através desta postura ocorre o desenvolvimento do mental concreto e o uso
ativado da razão.
* Eclético ou Sincretista *
Na iniciação o discípulo não se prende a dogmas; é eclético, usa as diversas
fontes, seleciona e escolhe o que há de melhor e o que considera verdadeiro. Não
segue um só sistema, faz o sincretismo de todos os sistemas, combinando os
princípios filosóficos, científicos, religiosos, sociais etc. O resultado do sincretismo de
todos os sistemas e de todo o conhecimento é a Teosofia ou Eubiose.
O templo de São Lourenço foi dedicado a todas as religiões até 24.05.57, o que
comprova este sincretismo. A partir dessa data foi dedicado ao culto de Melki-Tsedek,
o que equivale dizer, ao futuro Avatara Maitreya Buddha.
O desenvolvimento do emocional superior nos liberta dos apegos e dogmas.
* Harmonista *
É a postura que busca sempre a harmonia, consigo mesmo, com todos os
seres, com a Natureza e com o Universo. Essa harmonia é conseguida pela procura,
pelo entendimento e pela vivenciação das leis universais que regem toda a
manifestação.
Eubiose é a síntese dessa harmonia, bem expressa pela definição do
significado do termo E U B IO S E , ciência do bem viver (E U - como bem, e B IO S E -
como vida). As leis se ligam ao equilíbrio, e o equilíbrio entre mente e emoção é a
vontade._________________________________________________ ,_____________
___________ _________________________ E T A P A S ______________________________________
O processo iniciático se desenvolve em três etapas: a da transformação, da
superação e da metástase.
12 MANU-APOSTILA N° 01

* Transformação *
Transformar, filosoficamente significa deixar de ser o que é. Pelo fato do
Homem atual não estar sintonizado às atuais exigências cíclicas da evolução, esta
transformação implica dois trabalhos opostos:
í ) podem os resum ir na palavra “D E S TR U E R E ”, que consiste em
d e b e la r de nossa psique as incrustações advindas da form ação do reino
hom inal;
2°) resum e-se na palavra “C O N S TR U E R E ”, e que consiste em
angariarm os para nossa psique valores que ainda não possuím os, m as que
são im prescindíveis para colocar nossa alma em sintonia perfeita com a Obra
do Eterno no presente ciclo.
Somente cada um de nós, num exame introspectivo, poderá constatar as
mazelas ainda existentes e as ausências de virtudes tão necessárias ao nosso
aprimoramento.
Esta avaliação dialética se processa em nossa interioridade, na voz do silêncio,
onde não é possível mentir a nós próprios. Nossa atitude, presenciando nossa íntima
realidade, deve equivaler a um “confiteor” (eu me confesso), que traga à tona de
nossa consciência nossos vícios indesejáveis e o anseio de suprir as carências de
virtudes ainda ausentes. Só esta atitude sincera diluirá os percalços impeditivos de
nossa evolução, possibilitando nossa real transformação. Assim, o homem comum
transformando as tendências negativas ou nidânas em tendências positivas ou
skandhas, transforma-se em discípulo, e deste em iniciado.
Encerremos este tópico com as palavras de Shri Aurobindo, transcritas na
página 77 da revista A q u a r iu s , Ano II, n“ 8 ,1976:
“Todas as religiões têm salvado certo número de almas, todavia, nenhuma foi
capaz de espiritualizar a humanidade. Por isso, não é o culto e a crença que são
necessários, mas sim um esforço contínuo de transformação interior que resultará no
desenvolvimento espiritual de cada um”.
* Superação *
É a superação dos sentidos, etapa esta que possibilita o despertar de
percepções superiores, ultrapassando o mundo sensório, perceptível pelos sentidos
e ingressando no mundo supra-sensível ou além dos sentidos. É a superação de
nossa atual condição humana com o desenvolvimento de nossos corpos ou veículos
superiores.
A Superação ou s u p e r + a ç ã o , precisa ser entendida a partir de nossa
compreensão do que seja a ação. Tudo o que fazemos, o que pensamos e como
sentimos, constituem o espectro de nossas ações na matéria. O metabolismo deste
espectro desenvolve-se conforme o “ quantum” de nosso caráter, isto é, do que
trazemos de outras vidas e do que teremos que trabalhar nesta vida. Como, pela
transformação, nosso caráter terá que diluir suas negatividades (nidânas) e angariar
positividades (skandhas), o espectro de nossas ações irá variar também, diminuindo
em suas negatividades e aprimorando-se em positividades, ou seja: esgotar o karma
negativo, preparando seus próprios veículos para que em vidas futuras possamos
agir com consciência, ou melhor, com-ciência, com conhecimento de causa.
* Metástase *
É a etapa onde ocorre a fusão da consciência física com a superior, o triângulo
inferior encontra o triângulo superior, V o n t a d e -M e n t e -E m o ç ã o se integram com
 t m â -B u d d h i-M a n a s S u p e r io r. O discípulo sabe que é homem e que é Deus, que
está no Mestre e que o Mestre está nele.
MANU - APOSTILA N° 01 I3

Metástase avatárica, biologicamente, significa a transferência da função de um


órgão para outro, e analógicamente, do Mestre para o discípulo. Em outras palavras,
a natureza Jiva extensiva a toda a humanidade, passa a Jívâtmâ que alcançou Átmn,
o sétimo princípio do homem. A humanidade Jiva, produto planetário da evolução d;i
matéria, sem luz própria, deve iluminar-se, tornando-se, assim, também, uma fagulh; i
da Estrela-Guia, como as hierarquias, co-participante da família do Espírito. É o
Jívâtmâ em plenitude.
É o homem-jiva que, pelos seus próprios esforços, realizou-se no trabalho de
sua iniciação.
É esta a iniciação de J.H.S. que propicia a objetivação da Metástaso
Avatárica.

O Jívâtmâ é, pois, o antigo Jiva tornado um Vaso de Eleição da Divindade.


Tomou-se, portanto, um Graal, por ter reunido em si o continente da Matéria e o
conteúdo do Espírito.
B ibliografia:
BLAVATSKY, H. P. G lossário Teosófico, Editora Ground Ltda., São Paulo, 2i'ed., 1991.
GOMES, J.R. Iniciação de J.H.S. A p ostila, p. 11-5,1990.
RAMOS, A. C. A u las ministradas no grau Manu, Departamento de São Paulo.
Aula pesquisada por Adhemar da Cunha Ramos e Luciano Gaviolle Neto

AULA N° 03

R E A L IZ A Ç Ã O

Adepto ou Homem Perfeito é o nome que se dá àquele que está em condições


de guiar os demais à suprema síntese, ou à superação da Alma. Esta superação é a
ligação da Alma ao Espírito. Na mitologia grega, Psiquê anda em busca de seu bem
amado Eros. Psiquê ou alma tanto vale, e bem amado, o Espírito, a Consciência
Imortal, o Deus feito carne e transformado em Espírito.
Yoga é como a prece, ou seja, sem sentir Deus em si mesmo jamais um
discípulo se tornará um Adepto. Quereis uma prova mais definidora do que acabamos
de expor? Ela está na sentença filosófica: "Aquele que ultrapassa o Âkasha é fonte de
toda Riqueza".
Mas o que é Âkasha?
- Dá-se o nome de Âkasha ao Segundo Trono, ou a porta que separa o mundo
divino do mundo terreno. Nesse caso, atravessando o discípulo o mundo que medeia
o terreno do divino, neste se acha.
O termo KAKIM, que se divide em três e não dois como julgam certas escolas,
apresenta-nos: o KA para o mundo terreno, o A K para o Âkasha, como indica o
próprio radical, e o KIM, para o mundo divino. Esse exemplo também vale para as três
gunas, ou qualidades da matéria: T A M A S , R A J A S e S A T T V A .
Com elas também se forma a Divina Tríade, obedecendo às cores a m a re lo
(Âtmâ), azul (Buddhi) e verm elho (Manas).
Quando se diz que Moisés atravessou com seu povo, e a pé enxuto, o “Mar
Vermelho”, não passa de uma alegoria. Sim, porque o manu que foi Moisés, como
guia de um povo, não podia permitir que este tocasse na matéria vermelha ou
tamásica do mundo.
14 MANU - APOSTILA N" 01

As más interpretações dos livros sagrados conduzem à superstição e ao


fanatismo. Um verdadeiro Iniciado nos Grandes Mistérios da Vida (que é a própria
Eubiose) não interpreta as coisas através da letra que mata, e sim do Espírito que
vivífica.

Infelizes dos que preferem subir a escada da vida por degraus

A
uosos em vez de fazê-lo pelos retos e luminosos, em cujo final se
:ha o Mágico Triângulo da Iniciação, que é o da Mônada Divina, a
Bonsciência Imortal, o Deus de cada Homem.

Y O G A S N A IN IC IA Ç Ã O

Y o g a (do sânscrito) significa U N IÃ O . Assim sendo, consiste em exercícios para


o homem se unir ou se ligar ao Ser Supremo, como sua origem.

Segundo o Glossário Teosófico, de Helena Petrovna Blavatsky (Editora Ground


Ltda., São Paulo, 2aed„ p. 762,1991.):

“A palavra yoga significa literalmente “união”, e é usada no sistema Patanjali


para designar a união ou harmonia do Eu humano, ou inferior, com o Eu divino, ou
superior, através da prática da meditação. Graças a esta união mística, o homem
adquire um domínio completo sobre o corpo e a mente livra-se de todos os entraves
do mundo material e desenvolve certas faculdades psíquicas maravilhosas, latentes
na espécie humana e que são causa de fenômenos estranhos, que parecem
verdadeiramente sobrenaturais ou milagrosos a todos os que desconhecem sua
causa...”
“...A palavra Yoga, além de significar “união”, tem vários outros significados:
conexão, harmonia, relação; via, método, sendeiro; poder místico ou misterioso:
encanto, feitiço, magia; mistério; devoção, doutrina, ensinamento etc. Em alguns
casos é sinônimo de mârga (sendeiro) e, assim, temos as expressões Karma yoga,
Jnâna yoga e Bhakti yoga, que equivalem a: sendeiro da ação, sendeiro do
conhecimento e sendeiro da devoção, respectivamente”.

Da associação do espírito à parte superior da alma, tem-se a Razão. Da


associação da parte inferior da alma com o corpo físico, tem-se a Paixão. O cérebro é
mantido por energia espiritual, por isso gera idéias, e o coração é mantido por uma
energia psíquica, por isso gera emoções. O equilíbrio entre Razão e Emoção sublima
os pensamentos, equaliza as paixões (os apetites materiais) com os anseios
espirituais determinando, portanto, um equilíbrio entre todas as energias que fluem e
mantêm o corpo físico. Assim, também, as atividades físicas devem harmonizar
esses atributos, a fim de que o corpo são do homem sirva de base a uma consciência
psíquica, onde se possa fixara consciência espiritual, para que, então, transformado,
o homem seja equilibrado, isto é, sábio, justo e perfeito.
Todo ser normal possui em si as possibilidades de despertar na consciência seu
Eu Interno. A Sociedade Brasileira de Eubiose (S.B.E.) procura indicar o caminho
mais apropriado ao nosso temperamento, o qual conduz a esse objetivo. Mas é
preciso não esquecer que a cada qual cabe segui-lo com os próprios pés. Cada
MANU - APOSTILA N" 01 1!)

discípulo é o construtor de seu próprio santuário. Não é a S.B.E., como Instituição,


que vai transformar o discípulo em Mestre. Para isto requer que o discípulo atento
bem às idéias que as aulas procuram exprimir, fazendo-se necessário praticar com
entusiasmo e persistência os exercícios, ou yogas do novo ciclo deixadas por nosso
mestre. Assim como na prática de algum tipo de esporte ou exercício físico se
desenvolvem os músculos, com a prática de yogas se desenvolve a alma. No
entanto, é necessário também seguir uma vida modelada nos mais altos imperativos
morais. Todo este conjunto de normas leva o discípulo não ao psiquismo inconsciente
e passivo, mas ao desabrochar consciente das faculdades do espírito, uma das quais
é o poder da Vontade, com o qual o homem torna-se senhor e não escravo das forças
da Natureza.
“A prática de yogas deve obedecer a regras e preceitos que só um mestre ou
instrutor pode dar, e só deve ser feitas sob controle de um Colégio Iniciático. E tudo
isso de acordo ainda com os estados de consciência que a Mônada tem que
atravessar na presente Ronda, de degrau em degrau, na escala setenária da sua
própria evolução. Daí condenarmos a prática de exercícios tendentes a despertai
estados anteriores ou desenvolvidos nas etapas de raças já percorridas, visto que tal
prática importa em involução, como involução será daqui a milênios a prática do que
agora se acha em franco desenvolvimento. Esse procedimento é comparável ao dc
alguém que desejasse fazer uso, hoje, da imunda e velha roupa de que se serviu em
outras épocas. "(Henrique José de Souza).
Assim, por seus métodos, o yoga encurta o caminho da evolução. Sua
finalidade é a união dos seres com a Divindade, possuindo, ainda, o mesmo sentido
da palavra religião, ou seja, re-ligar. Na busca dessa união desenvolveu-se, nas
escolas iniciáticas do Oriente, práticas de exercícios físicos e mentais que, com o
passar dos tempos, foram sofrendo modificações, transformando-se nos diferentes
tipos de yogas hoje conhecidos.
Os princípios que nortearam os grandes mestres a fundamentarem essas
práticas foram embasados nas leis da Natureza contidas na Sabedoria Iniciática das
Idades, com o objetivo evolutivo de transformar vida-energia em vida-consciência.

A tríplice iniciação de J.H.S. nos fala de: C o r p o -A lm a -E s p ír it o , E s c o l a -


T e a t r o -T e m p io ,T r a n s f o r m a ç ã o -S u p e r a ç ã o -M e t á s t a s e , E c lé t ic o -H a r m o n is t a -
A n a lo g is t a , J n â n a -B h a k t i-K a r m a (como métodos de yoga).

Os poderes do yoga, segundo Patanjali, são denominados yogângas, dos


quais cinco ocupam a fase preparatória e levam o yogin a purificar-se, preparando-o
para os três exercícios superiores, que ele só pratica após ter sublimado o corpo e a
mente, desligando-se das coisas maiávicas ou ilusórias.
Existem inúmeros tipos de yogas. Somente no Bhagavad-GTtâ existem 17
diferentes, um para cada capítulo. (Bhavavad-Gítâ, literalmente, quer dizer: “O Canto
do Senhor”. É um episódio do Mahâbhârata [composto de 250.000 versos], o grande
poema épico da índia. Contém um diálogo no qual Krishna, "condutor do carro", e
Arjuna, seu cheia [discípulo], tem uma discussão sobre a mais elevada filosofia
espiritual. Esta obra é eminentemente oculta ou esotérica).
Para o yoga, o homem é considerado como constituído de corpo e mente,
ligados pela unidade de consciência. Todos os seus envoltórios (veículos,
instrumentos) são variações materiais e espirituais (lei da unidade), graus de
atividade (lei da vibração, ritmo, polaridade), estados de consciência (lei da
transformação, evolução, desenvolvimento) sempre modificáveis pelas mesmas leis.
16 MANU - APOSTILA N" 01

O yoga, como psicologia experimental, estuda o homem sob o duplo aspecto,


sintetizado em corpo e mente: matéria e consciência. A mônada ou Jívâtmâ (Eu, Ego,
Corpo Causai, Centelha Divina, Indivíduo, Homem Interno, Adam-Kadmon, Homem
Celeste), unidade de consciência, sempre habita o interior de suas capas ou veículos.
“Eu sou Prâna”, disseodeus Indra. Nesta frase, prâna significa a totalidade das forças
vitais e equivalería à Consciência. A matéria se designa com o nome genérico de
pradhâna, e o corpo, em oposição à mente, significa para o yogin prático toda a
quantidade de matéria peculiar do mundo externo e que ele é capaz de separar de si,
diferenciada de sua consciência individual. O Eu manifestado é uma quantidade
variável. Durante suas experiências, vai eliminando suas vestes materiais: Eu não
sou o meu corpo físico. A eliminação continua até que a Consciência, revestida
apenas de um único átomo material, se integraliza com sua origem ou mônada.

M E T O D O L O G IA A P L I C A D A P E L O Y O G A

* E U P E L O E U (conhecimento por intermédio de BUDDHI ou RAZÃO PURA).


É o método metafísico e também filosófico. Introspectivo, usa a meditação e a
abstração para obter o conhecimento direto, de natureza búddhica ou do mundo
divino. Procura sempre utilizara faculdade búddhica.
Metafísicos e filósofos empregam, de preferência, a faculdade búddhica,
investigando nas profundezas de sua própria natureza, buscando em si mesmos as
verdades que procuram desvendar. Admitem o conceito de que o Ego existe no seu
interior, crentes, na certeza desta fé intuicional (SRADDHÂ), que transcende a razão,
porque o EU, segundo este método, não pode ser realizado pelo raciocínio. E assim
vão esses pesquisadores, por meditação e abstração, eliminando seus envoltórios ou
instrumentos, até alcançarem a realização do EGO (Iluminação). O mental concreto
inicia sempre os pensamentos dos metafísicos, filósofos, yogins, cientistas e de todos
os homens, qualquer que seja sua orientação.
No método metafísico (Eu pelo Eu) os siddhis (poderes) são obstáculos diretos.
Por isso a vida monástica, o asceta adota o isolamento para evitar as sensações dos
sentidos externos.

* E U P E L O N Ã O E U (conhecimento pela MENTE CONCRETA)


- Método científico que emprega o mental concreto para compreender o
Universo. Pesquisa o real entre o ilusório, o eterno entre o mutável e o Eu entre a
diversidade de formas. O yogin aprende a conhecer a si mesmo. Examina as formas
mutáveis em torno de si e da sua própria constituição, estudando sua essência e a de
outros seres. Analisa as formas físicas, compreendendo que elas não são o EGO.
Procede do mesmo modo com os planos astral e mental, constatando que as formas
mutáveis não manifestam a imutabilidade do EU. Continuando o exame, atinge o
plano búddhico e percebe sua procurada união. Pelo estudo da diversidade, verifica o
conceito da unidade, que o conduz à compreensão do Eu verdadeiro. O praticante,
por observação e experiência, método separativo, diagnóstico por eliminação, chega
a idêntico resultado do método do pensamento puro obtido pela fé. Este processo
utiliza os sentidos físicos, astrais, mentais e os siddhis (poderes).
Os estados vibratórios mentais (vrittis) são constituídos por variações mentais,
próprias ou impróprias à organização de pensamentos construtivos ou destrutivos. A
mente trabalha constantemente, e o EGO necessita dominá-la a fim de evoluir, senão
será seu escravo em vez de senhor. Deve pacificá-la para serenar a alma e o corpo,
que são seus instrumentos de ação. A mente inferior, mental concreto, será então
MANU -APOSTILA NB01 1/

assim como um lago sereno e imóvel, onde o EGO poderá refletir sua consciência
pura, evolutiva e de natureza divina.
O emprego do esforço contínuo ou prática constante (Abhyâsa), com ausênc ia
de paixões (Vairâgya), habitua o corpo e a alma a trabalharem serenamente. Como
pensar é estabelecer relações, convém pensar somente naquilo que pacifica ,i
mente. Este é o trabalho do yoga: transmutar desejos vulgares, ansiedades, receio:,,
dúvidas, medo, ambições e egoísmo em aspirações sublimadas. Há necessidade dc•
auto-determinação, vontade perseverante na eliminação de hábitos e costume:,,
porque estão arraigados no íntimo do ser, senão elementos ilusórios. O progresso
real surge da aplicação do yoga nos trabalhos da vida diária, isto é, executados com
atenção concentrada, firmeza, honestidade e convicção de que este é um método
que encurta o caminho da evolução. Matar desejos vulgares e egoístas não signifii „ i
destruir o amor puro. O homem é por instinto um animal gregário e uma criatura
sociável. Os desejos são ansiedades dos veículos, e o amor, atributo do EGO: o I u
individual aspira a unir-se a outro Eu individual. O Ego compreende que o amor ó ,i
única força atrativa que a tudo unifica capaz de transformar homens em super
homens.
Os veículos vibram sempre, excitados pelas formas anteriores, fenômenos,
idéias, pensamentos e sugestões do mundo exterior, e tais vibrações criam nove:,
estados de consciência de acordo com a lei de ação e reação. As sensações,
emoções e sensibilidade podem ser serenadas pela repetição de um mantram ou
canto de um hino, cujo mecanismo altera as vibrações. O mantram substitui o
emprego da vontade ou da imaginação e oferece uma sucessão de sons rítmicos,
cujas vibrações sincronizam-se com as dos veículos. Neste processo há economia
de energias voluntárias e imaginativas. Daí a frase: “Quem canta seus maios
espanta”.
Prestar atenção não significa o emprego do intenso esforço físico do pugilista
para vencer o seu rival. A atenção é um ato instintivo, natural e espontâneo que,
dirigido serena e ativamente, transforma-se em concentração, meditação e
contemplação, que são os sucessivos passos do yoga. Quando percorre estes
caminhos serenamente (mental pacificado) pode o corpo executar bem dois ou três
atos ao mesmo tempo, automaticamente, enquanto o EGO cuida de idéias
superiores. Quem procura trabalhar conscientemente, executa uma perfeita
aprendizagem do yoga.
O yoga é acessível a toda criatura normal. Só não conseguem praticá-lo, de
maneira eficaz, os doentes, os incapazes mentais, os céticos, os pessimistas, os
negligentes, os preguiçosos e os sensuais.
Aconsciência desenvolve as faculdades ou poderes, e assim purifica os corpos
físico, astral e mental: pensar bem, falar bem e agir bem. Além disso, a imaginação
(instrumento criador) deve escolher o campo dos fatos elevados (espirituais), como
motivos de evolução iniciática. O discípulo tem que compreender sempre que é
superior às atribulações; sempre desejar o que é justo, e orientar sua vida por
qualidades e quantidades naturais de trabalho, diversão, alimentos, exercícios, sono
e yoga. O verdadeiro aspirante à iniciação organiza seu viver e evita os venenos
morais e materiais; não calunia nem deseja o alheio; não desonra, nem mata; não
ingere tóxico, nem tão pouco cultiva a sensualidade.
O pensador argumenta, analisa e sintetiza, induze deduz, até ao mais alto grau
de raciocínio, além do qual nada mais encontra. Então, detém-se nesse ponto do seu
pensar, espera com a mente fixa que desabroche a intuição. Entretanto, os
imaginativos podem valer-se mais da devoção que do raciocínio. Encontram-se em
um determinado ponto e pela vontade fixam nele a mente.
18 MANU-APOSTILA N° 01

“Quando se transcende a meditação, como uma semente, a mente espera


equilibrada no silêncio vazio, envolta na nuvem (visão) do Ego. Neste silêncio,
primeiramente brotam formas, cores e sons, para então florescer a voz da
consciência e desabrochar a centelha crística adormecida no âmago”.

B ibliografia:
BLAVATSKY, H. P. G lo ssá rio Teosófico, Editora Ground Ltda. São Paulo, 2Jed., 1991.
BLAVATSKY, H. P. G lo ssá rio Teosófico, Editora Ground Ltda., São Paulo, T ed., p. 78,761-2,1991.
RAMOS, A. C. A u las ministradas no grau Manu, Departamento de São Paulo.
Aula pesquisada porAdhem arda Cunha Ramos e Luciano Gaviolle Neto.

AULA Np 04

PRINCIPAIS TIPOS DE YOGAS

1 S) H A T H A -Y O G A
Expressão em que encontramos as palavras H a (Sol) e T h a (Lua), significando,
portanto, a união do Sol e da Lua, ou seja, o equilíbrio das duas correntes vitais que
sustêm o corpo físico. Esse equilíbrio possibilita a manifestação da terceira onda da
Vida Imanente, aquela que traz a plenitude da consciência.
O Hatha-yoga tem por finalidade precípua dar saúde perfeita ao homem, bem
estar físico, tornando-o apto a superar todos os obstáculos fisiológicos, por maiores
que sejam. Em outras palavras, torna o Hatha-yogí capaz de equilibrar, no corpo
físico, todas as energias que se manifestam na Natureza, de modo a permitir, nesse
veículo mais denso, a livre expansão do Espírito. É o Hatha-yoga que desperta os
órgãos do entendimento e da ação, ainda entorpecidos nas criaturas vulgares. O
Hatha-yogí procura, inicialmente, subjugar por completo todas as manifestações
físicas da vida. Concentra, em seguida, as potentíssimas energias assim
acumuladas em determinados centros nervosos e glândulas de secreção interna, até
que estes se façam plenamente ativos, capazes de responder a qualquer impacto da
Natureza, por mais sutil que seja.
É indispensável, pois, para a conquista desse objetivo, viver em harmonia com
a Natureza, estudar cuidadosamente as estações do ano, o meio físico ambiente etc.,
e corrigir as deficiências naturais que possam surgira cada momento.
Viver em harmonia com a Natureza é conhecer seu ritmo no aspecto esotérico,
como o do nosso Sol que, como coração de nosso sistema Solar, se contrai e se dilata
(sístole e diástole), emitindo e absorvendo substância-energia, de modo a criar uma
circulação perfeita de forças vivas em nosso sistema solar. Essas forças sutis da
Natureza, ou Tattwas são exotericamente em número de 5 e esotericamente em
número de 7. Se o praticante de Hatha-yoga preocupar-se somente com as 5 forças
inferiores poderá ter transtornos de ordens física ou psíquica. Quando é conhecido o
aspecto integral das forças da Natureza, não há nenhum perigo na prática de Hatha-
yoga, pois oyogí passa a viver dentro do verdadeiro ritmo solar.
O Hatha-yoga, pela autr educação, fornece os meios de despertar, nas
profundezas do organismo físic do discípulo, a poderosa energia cósmica que lhe
permitirá a transformação completa de sua natureza interior. O Yoga chega, assim, a
apressar, em escala extraordiná 1a, a evolução do discípulo, que consegue, às vezes,
numa vida, o que normalmente exigiría o trabalho de muitas vid a s..
Em condições usuais, garantindo-lhe o solo, a água e os sais minerais
MANU - APOSTILA Ne01 10

necessários, a semente exigirá bastante tempo para se transformar numa planta


Contudo, a moderna ciência agrícola consegue, lançando mão de vários processos,
que não vale a pena enumerar, reduzir consideravelmente o tempo de germinação, O
Yoga, do mesmo modo, apressa a transformação da semente, que é o discípulo, na
planta plenamente desenvolvida, que é o Adepto ou Iluminado Perfeito, capaz de dai
de si os frutos magníficos da espiritualidade. A energia de que necessita o discípulo
para essa metamorfose é Kundalini. Só o despertar e o domínio sobre Kundalinl
podem transformar a natureza interior do discípulo, própria do ciclo atual, naquela
correspondente a um remoto ciclo do futuro. Entretanto, atentemos bem, não basta
despertar Kundalini, é preciso dominá-la. Kundalini desperta deve ser apenas, o meio
de atingir o fim almejado: a iluminação perfeita.
Quando Kundalini desperta, mas não é dominado, torna-se uma força ceg.i,
terrível, uma serpente de fogo, sibilante e raivosa, que destruirá o incauto que .1
arrancou de seu letargo, sem saber para onde conduzi-la. Daí o ditado oriental do
Hatha-yoga-pradípakâ: " K u n d a lin i lib e rta o s á b io e e s c r a v iz a o n é s c io " . O Hath; 1
yoga nos dá, justamente, essa possibilidade de bem aproveitar Kundalini,
garantindo-nos uma saúde perfeita e a ciência do ritmo, graças aos exercícios
respiratórios e ao domínio do prâna. O discípulo consegue, assim, desintegrar aquela
porção de matéria que, localizada no sacro, representa a purã'condensação ou
cristalização da energia cósmica. Essa matéria é um tesouro de energia, da qual uma
parte ínfima é gasta pelo homem comum, apenas numa vida. Aproveitada totalmente,
é como uma bomba atômica. Eis, portanto, a verdadeira finalidade do Hatha-yoga
primordial, ainda que mal apreciado pelos livros comuns: o despertar e o bem
aproveitar, no sentido do progresso espiritual, a força espantosa de Kundalini.
O homem que palmilha, verdadeiramente, o caminho direto da iniciação, não
pode dispensar essa fase preliminar de preparação física. Uma vez preparado
fisicamente, o discípulo é submetido a uma série de provas, de ordem moral e
psíquica. Então, começa a aperfeiçoar, ou melhor, afeiçoar sua alma às exigências
do progresso espiritual.
O Yoga ensinado na série Peregrino (Y o g a d o s 5 e le m e n to s ), cuja finalidade é
a do equilíbrio dos corpos físico e etérico, visou o preparo do discípulo para a
realização do yoga deste grau (Y o g a d o s C h a c r a s , que será explicado em aulas
posteriores). Quanto a isto disse o professor Henrique José de Souza:
"Na Glândula Pineal ou Epífise dos homens existem sete e mais uma secções,
cada qual com uma substância, que vasa na campánula do chacra que lhe
corresponde. E como cada chacra tem seu NADI na coluna vertebral, cada Nadi
possui como origem a referida substância. Dia virá em que o aparelho ou visão
humana, poderá descobrir a freqüência luminosa ou velocidade deste ou daquele
chacra, saberá qual a substância a que ao homem falta, e a introduzirá, por meio de
uma injeção no chacra correspondente".
2 a) J N Â N A -Y O G A
É a ciência do conhecimento; ensina métodos para unir a personalidade à
individualidade, e o EGO à Divindade, sob a Lei da Unidade, cuja cadeia de
manifestação é a única realidade que esclarece a mente.
Adiferença entre animal e homem é a faculdade humana que sempre interroga
a si mesmo: - QUEM SOU? - QUEM FUI? - QUEM SEREI? Se não tivesse mente, a
esfinge humana nãopoderia formulartaisperguntas.
Jnâna cuida do desenvolvimento mental, do desenvolvimento dos estados de
consciência, estudando os planos denso e sutis de manifestação, conhecimentos
estes indispensáveis à compreensão da harmonia existente entre a Lei e a
20 MANU-APOSTILA N°01

Multiplicidade.
TEOSOFIA, Ciência divina, Sabedoria das Idades, Filosofia Divina, Religião
Sabedoria, não é uma seita, não limita o espírito, não adota teorias ou leis próprias: é
a instituição do caminho sempre indicado pelos grandes instrutores. É a única fonte
de saber puro da atualidade, capaz de impulsionar nossa evolução espiritual nesta
época de falência moral e religiosa.
A poderosa força das doutrinas religiosas do passado teve origem dupla: culto
dos antepassados e personificação dos poderes da Natureza.
O culto dos antepassados criou religiões egípcias, babilônicas, chinesas e
americanas. A antiga religião egípcia dogmatizou que a alma era uma duplicata sutil
do corpo humano, muito parecida com ele, que continuava vivendo depois da morte.
Esse conceito fundamentou o uso da mumificação e ofertas para conforto e supostas
necessidades vitais dos mortos.
Acreditava-se, entretanto, que a vida do duplo só era possível quando o
cadáver permanecia intacto. As pirâmides foram construídas para servirem de
centros iniciáticos e de proteção aos cadáveres das pessoas evoluídas. Os
babilônicos admitiam, nessa época, a mesma crença, porém com a diferença de que
o duplo havia perdido a faculdade de amar e obrigava os vivos, pelo medo, a auxiliá-
los.
A literatura ária atesta que a religião tem origem no culto da Natureza. O Rig-
Vêda, considerado o mais antigo documento da Raça Ária, não menciona o culto dos
mortos na índia, e sim o culto da Natureza.
As mitologias grega, germânica, escandinava etc. provam que as religiões
desses povos tiveram origem na personificação das forças naturais. Vivekananda
pensa de modo eclético, que os dois fundamentos das religiões visam o mesmo fim:
tanto o culto dos mortos como os da Natureza procuram transcender as limitações
dos sentidos.
O homem tem procurado sempre ver a realidade que se oculta atrás do véu da
matéria (Mâyâ).
Do fenômeno natural do sonho, nasce o primeiro vislumbre de religião: é a
primeira noção de imortalidade. Neste estado, a mente continua ativa como no de
vigília. Que há de assombroso que a mente continue ativa depois da morte? Nem
sempre os sonhos confirmam as experiências do estado de vigília, por isso as
religiões das mais recuadas épocas investigaram profundamente os estados mentais
(concentração, meditação, samâdhi) da imaginação e do êxtase. Os mensageiros
divinos e profetas declararam sempre haver experimentado estados mentais que não
eram os de sonho ou de vigília, e nos quais verificaram uma série de fatos
relacionados com o reino espiritual: realizaram, no estado espiritual, verdades
desconhecidas.
Na antiga índia os Mestres do yoga eram os Brahmans e Rishis.
B r a h m a n s : sacerdote pertencente à primeira e mais nobre das quatro castas
hindus.
R is h is : patriarcas divinos da mitologia hindu; instrutores das Sub-Raças em
cada Raça humana (instrutor da Raça é o Manu); nome dado também aos iniciados.
Judeus e cristãos confirmaram a mesma idéia. Vários comentadores
consideraram a doutrina budista como religião materialista. Todas as religiões
asseveram que a mente humana, em dado momento, transcende as limitações dos
sentidos e os poderes do raciocínio, e que os fatos (verdades) desvelados pela
MANU-APOSTILA N201 21

supraconsciência têm sido suas bases espirituais.


Religião, ciência e filosofia são elos do conhecimento da cadeia unificada pela
lei da hierarquia; são aspectos simbólicos de crenças, pesquisando a verdade pelo
estudo de ciclos transformadores.
A filosofia divina pesquisa em planos opostos aos da física, donde as
divergências aparentes: a física procura a unidade no limite mínimo, e a filosofia
busca a relação do infinito com o finito como causa primordial, unitária, para explicar;i
verdade. As abstrações filosóficas se corporificam na abstração da Unidade, sob
aspecto de Presença Absoluta, Ser Onipotente, Personalidade Abstrata denominai 1.1
DEUS, Essência Abstrata, imanenteem toda existência ou como Lei moral.
As religiões não são mais do que aspectos artísticos da Filosofia (Eubiosc , mU •
de bem viver), assim como as técnicas, profissões e artes o são da ciência. Toda:.. r
nações sempre tiveram por base um esquema político ideal, variável no tempo e no
espaço, alicerçado em hipóteses, concepções abstratas ainda não experimentada .,
quer no campo da ética, da moral, da sociologia e da política, como no das artes e
ciência, têm sido tão somente impulsos, resenhas egoístas.
As hipóteses sempre foram o ponto de partida dos sentidos externos, e as leis
descobertas, sua confirmação posterior (a ciência utiliza constantemente seres e
fenômenos, conhecendo apenas seus mecanismos, todavia, desconhece quase
sempre suas leis originais).
O infinito só se manifesta parcialmente no plano denso, com feição superficial
do estado aparente, contudo, fenômenos sutis da consciência espiritual, ocultos no
seio da matéria e da energia, geram as condições ambientes sustentadas por suas
leis.
A renúncia constitui a essência de todos os códigos de moral retigiosa e
filosófica. Ela abrange a abnegação, fraternidade, altruísmo, amor, justiça, ética O
aniquilamento individual da personalidade, destruição individual no plano material,
doutrina do não EU, libertação do Ego superior ou espiritual, é a pedra de toque do
ensino dos grandes instrutores.
A compreensão filosófica supraconsciente cria a ética real. A ética social,
limitada pela concepção da ciência objetiva (empirismo), é relativa ao ciclo evolutivo
material de uma civilização que nasce, prospera e declina numa curta fase temporal,
deixando apenas restos históricos de seu progresso, que são atestados de sua
imperfeição.
Pelo exposto, vemos que Jnâna-yoga é o caminho da sabedoria e do
discernimento. É a doutrina do olho usada por Gautama o Buddha. Através do
conhecimento visa distinguir o real do ilusório. Procura identificar as leis que regem a
vida universal, e que o sujeito e o objeto são duas expressões do Absoluto.
Esse caminho, que corresponde ao grau Manu, cuida do desenvolvimento
mental, do desenvolvimento dos estados de consciência, estudando os planos denso
e sutil da manifestação, conhecimentos estes indispensáveis à compreensão da
harmonia existente entre a Lei e a Multiplicidade. É, portanto, a linha usada pelos
filósofos e livres pensadores, onde o Jnâna-yogi é feliz porque encontra a sua
Divindade aqui mesmo na Terra, com todas as limitações que possuí. Quando atinge
a realização, sua felicidade é total e não parcial, porque compreende tudo, sabe o que
sente e o que vê e, assim, é útil aos seus irmãos, pois é capaz de traduzir o que vê. Os
Santos deixaram apenas relatos de felicidade suprema, nada mais. É o caminho do
autoconhecimento.
O método de Jnâna-yoga (iniciação do primeiro grau) consiste de 7 etapas:
22 MANU - APOSTILA N° 01

V E T A P A R E A L : * S H U B H A IC H A *
É uma condição interna de busca de algo transcendente. “Éaquele que achou o
caminho”.
Em iniciação, quem atinge esta etapa luta sem apego, sem vaidade, sem
orgulho.
2 1 E T A P A R E A L : * V IC H Â R A N A *
É a adaptação do mental. A pessoa começa a ter contato com uma série de
conhecimentos ocultos e, por meio da meditação, ocorre a adaptação mental.
Significa unir o mental concreto (rüpa - com forma) com o abstrato (arüpa - sem
forma), separando-o da emoção (kâma). A mente deve comandar a emoção, mas
sempre com o “cérebro no coração”, pois, a mente sem emoção torna o homem um
monstro.
3 a E T A P A R E A L : * T A N U -M Â N A S I *
É a redução da atividade mental, ato de manter a mente tranqüila, disciplinada,
tornando-a independente de fatores externos inconscientes. Os pensamentos ficam
claros e a meditação esclarece as verdades ocultas na letra que mata, na mitologia,
nos símbolos, nas lendas e escritos ocultos. É o controle dos VRITTIS (turbilhões
mentais), permitindo a manifestação do Eu superior.
4aE T A P A R E A L : * S A T T V Â P A T T I *
É a percepção das leis universais ocultas na vida e nos fenômenos. A intuição
começa a se manifestar livremente. As coisas são como realmente são e não como
nossos enganosos sentidos mostram.
5 a E T A P A R E A L -S U P E R I O R : * A S A M S A K T I *
É o desapego do mundo, o qual ocorre naturalmente e o discípulo age por
princípios e não por interesses. Entretanto, o discípulo deve tomar cuidado para não
terapego ao desapego.
6a E T A P A R E A L -S U P E R I O R : * P A D Â R T H A B H Â V Â N A *
É a superação dos sentidos, da ilusão dos sentidos, do mundo em si; distingue
o real do ilusório, o espírito da matéria. A deusa Mâyâ (ilusão) não mais é capaz de
enganar.
O discípulo adquire faculdades de percepção consciente. A idéia é uma
constante em sua vida, participando dos planos superiores com consciência dos
mundos das Leis e das Causas.
7 a E T A P A R E A L -S U P E R I O R : * T U R Y A G A B H Ü M I *
É a fusão com a Divindade, a plena realização, o “O M -M A N I-P A D M E -H U M ” é
o estado de SAMÂDHI onde se atinge o mais elevado grau de consciência
(NIRVANA).
3 a) B H A K T I-Y O G A
É a união pela universalização do AMOR, ou seja, o misticismo e a devoção em
sua acepção mais elevada. Este sistema tem por fim a purificação completa da alma
humana, tornando-a inteiramente sáttvica e, portanto, fazendo-a toda pureza,
bondade e renúncia. Difere do Hatha-yoga porque, em geral, não adota nenhum
método que vise o bem estar físico, mas apenas sua identificação com a Alma
Universal, através do Amor sem limites.
Como conseguir isto?
- Pelo desapego completo às coisas do mundo sensível, graças à introspecção
e à meditação sobre as virtudes de uma determinada divindade.
MANU - APOSTILA Ne01 23

O amor supõe a renúncia de si mesmo em benefício dos demais e, para


manifestar-se, requer a consciência de que todos os seres são irmãos, senão saídos
da mesma origem.
Amor é como dizer reconhecimento da Unidade de tudo. Nos astros manifesta
se em forma de força centrípeta. Todos os planetas se subordinam à unidade de seu
sistema planetário. Nos minerais e substâncias químicas se manifesta como
afinidade; nos animais, como instintos, atração sexual; no homem, como carinho,
simpatia e, em graus mais elevados, como verdadeiro amor espiritual, na forma de
idealismo ou de sacrifício.
A existência da repulsão, da destruição e do ódio não implica a não existênci; i
do amor. Tenha-se em consideração que o Universo se manifesta por meio de força:,
criadoras, conservadoras e destruidoras, naquilo que se refere à ordem física. O
mesmo Sol que cria uma planta conserva-a erguida durante um certo tempo e acaba
por secá-la com os mesmos raios que lhe deram vida. Isto quer dizer que estas tal: ,
categorias de forças são uma em essência.
O Bhakti-yogí elege, via de regra, um ser divino, qualquer, que lhe possa servir
de exemplo e alvo de todos os seus esforços. Um ser, em suma, que tenha
manifestado, neste mundo, todos os atributos divinos de compaixão, amor o
desinteresse. Tendo-o sempre em mira, o Bhakti-yogí procura, pela meditação,
identificar-se inteiramente com ele. É o que fazia o maravilhoso Bhakti-yogí
Ramakrishna. É o que sempre fizeram, em relação a Cristo, todos os pietiala:, do
Ocidente, e, quanto a Mafona, os sufis do mundo árabe.
O Bhakti-yogí procura, portanto, sentir-se como se fosse olo o m :i divino
tomado, por exemplo. Daí a vida solitária que levam os anacoiotn:. do Ind.r. .r.
épocas. Pelo esforço continuado da meditação, chega a sentir, em '.ou piópiio ■.< i , i
presença desses entes divinos, o que se pode exteriori/ar por moio do mii.ii'.
relacionados com a sua passagem pela face da Terra. Daí os ostigrn. r. doo, mçjuo dou
místicos cristãos, e a flor do loto que se desenha na fronte do\ adoiadore;, de
Buddha.
Bhakti-yoga é, portanto, o Yoga da devoção. I chamado de caminho do
coração e liga-se ao elemento feminino*, dado a sua natureza amorosa devocional. Se
o discípulo é místico e devoto, consegue alcançar a realização por meio da emoção
nobre. É o caminho que foi usado quase que pela totalidade dos santos da igreja, que
adoravam as suas crenças e se entregavam, de corpo e alma, a ações de caridade ou
justiça e que, normalmente, culminavam com a morte ou o autoflagelo em função de
outros. Este caminho não é o ideal, pois o discípulo, sem conhecimento, atinge
planos elevados e não entende o que vivência. Os Santos nunca mudaram o mundo,
quem o muda são os filósofos, pelo conhecimento. Os místicos utilizam-se do
Estoicismo, criado pelo filósofo grego Zenão de Citio (aproximadamente 320 a."C.),
que reza o desprezo pelos males físicos.
O caminho da devoção é seguro, mas tem a desvantagem de não dar .o
conhecimento ao discípulo, levando-o, portanto, a uma crença que poderá desviá-lo
da senda da iniciação.
4 o) K A R M A -Y O G A
A filosofia Sankhya estabelece no mundo físico três modalidades de força;
Sattva (equilíbrio), Rajas (atividade) e Tamas (inércia). Estas três forças existem no
homem, predominando, alternadamente, ora uma, ora outra. O Karma-yoga ensina o
emprego dessas gunas (qualidades da matéria), a fim de que possamos realizar atos
próprios ao nosso desenvolvimento evolutivo (K a rm a significa ação e K a r m a -y o g a ,
reta-ação. É o processo de desapego, a libertação pela ação altruísta. Os Karma-
24 MANU-APOSTILA N" 01

yogís usam a máxima de Jesus: “Ama o teu próximo como a ti mesmo”).


A humanidade é uma organização hierárquica. A moral varia de um país para
outro. Há, entretanto, um conceito de moral universal, assim como uma norma de
dever genérico, apesar de variável. O ignorante pensa que a verdade só transita por
um único caminho, porém o sábio distingue vários planos de existência e percebe que
a moral e o dever variam sempre.
A doutrina da não resistência e a da resistência constroem e destroem
continuamente, transformando organizações.
O homem não deve odiar a si mesmo, a fim de manter a crença em si e,
consequentemente, em Deus. O dever e a moralidade variam com as circunstâncias,
as exigências do karma e com o impulso das tendências que determinam as ações.
Os fenômenos da existência, vida, oscilam entre os pólos positivo e negativo, variam
dentro dos seus limites de potencial energético.
A idéia central de Karma-yoga é, portanto, a da resistência e não resistência. Os
fortes se abstêm de resistir e os fracos devem crer em si mesmos, conscientes do
poder do EGO, que orienta e soluciona os problemas evolutivos.
O homem luta e resiste até adquirir experiência, depois compreende o valor da
não resistência. Inatividade (inércia) é fraqueza e atividade é sinônimo de resistência.
Depois que se consegue resistir aos males mentais e físicos, sentimos a calma e
após sofrimentos e gozos, renunciamos.
A cooperação deve substituir sempre a competição.
Para alcançar o ideal, cada indivíduo deve escolhê-lo e realizá-lo.
As criaturas podem evoluir quaisquer que sejam suas atividades, quer sejam
solteiros, casados, ascetas, místicos, metafísicos, yoguís de várias disciplinas, todos
trilhando seus caminhos escolhidos para atingir a realização. A prática eficiente de
Karma-yoga exige moderação consciente, uso dos preceitos áureos.
O EGO do praticante de Karma-yoga é sempre senhor e não servo da
personalidade: usa de modo racional e natural os objetos, cultiva o amor. Seus
inimigos classificam-no de herói, nunca se queixa nem se exalta, não diz que é pobre,
rico, sábio ou ignorante, trabalha para adquirir conhecimento e fortuna.
A sabedoria e a fortuna constroem as civilizações. O iniciado Karma-yoga
procura a fortuna para aplicá-la em benefício do aperfeiçoamento da evolução
coletiva, aprecia sua fama, porém não se envaidece, pois, é um religioso ligado a
cadeia da hierarquia cósmica.
O ensino dos Vedas repete sempre o vocábulo intrepidez, porque o temor
significa debilidade.
Cada qual é grande em seu próprio meio. A grandeza emana do trabalho
executado no momento da necessidade (dever consciente), isento de egoísmo e com
aspiração para alcançar a perfeição.
5 P) R Â J A -Y O G A
É o Yoga Real. Método de união do físico, pelo mental, com a consciência
superior, desenvolvimento espiritual feito por quem o executa (exerce e sofre a ação).
Método de concentração. É o uso da mente impulsionada pela vontade que domina
os corpos do yogí e o leva ao encontro com a Divindade em seu interior e a adquirir os
SIDDHIS (Poderes).
Râja é real porque é o yoga mais nobre, o que sintetiza todos os outros. Busca
conseguir uma mente completamente dominada, educada e perfeita. É lógico que,
quando isso ocorre, os corpos Astral, Etérico e Físico também estão dominados.
Embora sintetize todos os Yogas, geralmente o discípulo pratica outros, para finalizar
MANU - APOSTILA Ns 01 2 !i

com o RÂJA, Yoga da Vontade.


No nosso caso, devemos primeiro desenvolver JNÂNA, para terminarmos com
RÂJA em graus posteriores de iniciação.

R E L A Ç Ã O E N T R E Y O G A S E O S 4 G R A U S IN IC IÁ T IC O S D A S .B .E .

JNÂNA MENTE MANU Uso da mente, tônica do Ciclo


BHAKTI EMOÇÃO YAMA Ter a mente no coração
KARMA AÇÃO KARUNA Agir, de modo fraternal/humanidade
RÂJA SABEDORIA ASTAROTH Uso da vontade, integração com a Obra
O yoga ensina como se obter experiências espirituais e como se pode percorrei
seu caminho pelo método científico. Emprega a análise, a síntese, o ecletismo e .i
analogia, para ligar elos vitais da cadeia hierárquica da transformação universal. Sou
método preferencial consiste na concentração dos raios mentais, focalizados num
ponto definido, até a obtenção de uma finalidade.
C o n h e c e -t e e a s s im c o n h e c e r á s o U n iv e r s o .
As experiências de yoga são físicas e psico-mentais. Investiga as leis natur;ii :.
para que o yogí possa por elas viver orientado e assim compreenda e use o principio
da unidade.
O verdadeiro yogí nao acredita em mistérios, crê na Unidade, porque dol; i lurii i
deriva em infinita multiplicidade deformas, regidas poríeis invariáveis.
O Râja-yoga é uma síntese de todos os yogas e consta do H p .iw tr, n
estágios:
1 9P A S S O : = YAM A
Y a m a compreende cinco interdições que o discípulo dovn, ib:.loi m m li >praticai
Aalta disciplina para dominaro aspecto animal do homem.
- 1.1 abstenção de danificar qualquer ser vivo;
-1.2 sinceridade;
-1.3 abstenção de apropriar-se de bens alheios;
-1.4 continência ou castidade;
-1 .5 desinteresse ou renúncia a tudo o que possa servir de recreação para os
sentidos.

1.1 *AHIMSÂ *
É a não violência, não fazer mal a qualquer ser vivente, sejam animais, vegetais
ou humanos, a menos que seja para sua alimentação.
1.2 *SATYA *
Não mentir, falando sempre a verdade com inteligência. Quem busca a verdade
na iniciação não deve mentir.
1.3 *ASTEYA *
Falta de interesse e de ambição. Não privar os outros com o que não lhe
pertence. Não é o simples roubo ou apropriação indébita de coisas materiais.
Seu sentido é mais amplo e total, como idéias, glórias e méritos.
1.4 *BRAHMACHÂRYA *
Continência sexual; praticar o sexo para fins nobres e sempre por amor.
O sexo é divino e considerá-lo imoral é ignorância, o que redundaria em dizer
26 MANU-APOSTILA N"01

que todos nós nascemos da imoralidade. O sexo com amor não é contra a
espiritualidade, pelo contrário, é função normal no ser humano em evolução. O sexo
deprava, equilibra ou eleva o ser humano, dependendo do uso que se fizer dele.
O LAR quer seja constituído por um sacramento, por um compromisso oficial da
Lei ou por compromissos íntimos e sinceros de um casal, deve estar de acordo com
sua palavra:
L = lealdade; A = amor; R = renúncia.

É possível a transformação direta da energia sexual O J A S em energia ou força


mental (é o caso de certas linhas de gnósticos).
2.1 *APARIGRÀHA*
Não ter apego, não ser avarento. Isto não significa que o discípulo deva ser
trapista ou dar o que possui aos outros. Devemos evoluir em todos os aspectos,
inclusive no material, mas sem apego. Cada um pode enriquecer quanto quiser à
medida que enriquece aos outros com o trabalho digno, e nunca pela.exploração,
principalmente da desgraça alheia.
Lembrar que na iniciação o importante é SER e não TER.
2 ° P A S S O : = N IY A M A
São cinco prescrições que compreendem as seguintes regras:
- 2 .1pureza mental e corporal;
- 2.2 alegria;
-2.3 mortificações (jejuns etc...);
- 2.4 estudo dos textos sagrados;
-2 .5 o próprio abandono à Divindade.
2.1 *SAUCHAM*
Pureza interna e externa. É a pureza do corpo físico, não apenas o asseio
propriamente dito, mas também, o da alimentação.
Internamente ter pensamentos e emoções puras, evitando o ódio, a inveja, o
despeito, a ambição, a vaidade e o desejar mal ao próximo.
2 .2 *SANTOCHA *
. Alegria, contentamento que torna a vida mais bela.
2.3* TAPAS*
É o controle de si mesmo, pelo mental, em qualquer situação favorável ou
desfavorável, no sucesso ou insucesso, na alegria e na dor; enfim, austeridade.
2 .4 *SVÂDHYÂYA *
Pensamento constante na divindade, estudo das escrituras sagradas e
compreensão dos desígnios de Deus. Meditar nos ensinamentos do grau.
2 .5 *ISHWARA-PRANIDHÃNA *
Integração e harmonização com o Universo, agir conforme as leis da Natureza,
ser a própria Lei, abandonar-se ao seu Ser Divino.
3° P A S S O : = Â S A N A
Atitude corporal adequada à meditação. Posturas para o domínio do corpo
físico, como medida preparatória para as demais etapas. Transformou-se na ciência
hoje chamada de Hatha-yoga, que visa o equilíbrio físico e somático através dos
movimentos e da absorção de prâna. Existem centenas de posturas para diversas
finalidades, e cada uma delas visa alterar as correntes prânicas que circulam no
MANU - APOSTILA N°01 ■H

organismo humano.
4 oP A S S O : = P R Â N Â Y Â M A
Domínio e regulação da respiração, do alento (prãna).
Em nosso caso, praticar o prânâyâma na posição (âsana) denominada de
Purâsana, ou seja, sentar confortavelmente, com a coluna na vertical e as mãos
sobre as coxas ou, também, na postura de Samanâsana, que consiste em sentar com
as pernas cruzadas e as mãos sobre cada joelho.
5 oP A S S O : = P R A T Y Â H Â R A
Abstração ou retraimento dos sentidos e da mente, afastando-os dos objetos
exteriores e atraindo-os para a mente. Graças a estes meios, purifica-se e sublima se
a mente e, então, o discípulo encontra-se apto a passar para os três graus suporion -.
do Râja-yoga, que são os seguintes: DHÂRANÂ, DHYÂNAe SAMÂDHI.
6 oP A S S O : = D H Â R A N Â
Intensa e perfeita concentração da mente em determinado objeto interno, com
a completa abstração do mundo dos sentidos, isto é, o sumo controle do pensamento,
da inteligência e do mental.
1° P A S S O : = D H Y Â N A
É a meditação onde se consegue a Sabedoria pura que nenhum raciocínio
profundo pode atingir, penetrando-se num estado superior ao do mental concroto,
denominado Búddhico ou da intuição. É a chave que abre as portas de ouro, que
concentra a mente em um objeto sem qualquer interferência da mente conei rl.i. nu
seja: contínua e prolongada corrente de pensamento dirigida a um nb|filu
determinado até chegar a absorver-se nele.
8o P A S S O : = S A M Â D H I
É a contemplação estática, em cujo grau superior chega :.r a peulei ulú a
consciência da própria individualidade, e a alma, unificada em inelavol In illlu dr com
o Eu Superior, abstrai-se e fica em completo isolamento, que lhe peimite liam.lerli
sua esfera de ação para um plano muito mais elevado e sem limite'.
Liberta-se da dor e da ignorância, ama a tudo e a todos atingindo o próprio
estado de consciência da Divindade. É o objetivo máximo do yoga onde se atinge a
plenitude da Consciência Cósmica.
Esses três últimos exercícios são designados coletivamente com o nome de
S A M Y A M A . No passado, a Sociedade Brasileira de Eubiose teve os nomes
S A M Y A M A e D H Â R A N Â . Este último permanece atualmente como nome de nossa
revista.

O S O IT O P O D E R E S D O Y O G A
(Oito Siddhis, oito vibhütis, oito atributos de Shiva)

Quando um discípulo se ilumina, pela transformação de nidânas em skandhas,


surgem no chacra cardíaco mais duas pétalas, passando de doze para catorze,
sendo uma verde (Fohat) e a outra vermelha (Kundalini).
Na mitologia egípcia, S e t despedaçou o corpo de O s ír is em 14 pedaços e os
escondeu em 14 lugares diferentes. í s is (esposa-irmã de O s ír is ) , em companhia de
seu filho H o r u s , procura e reconstrói, através de fórmulas mágicas, o corpo de O s ír is
que ressuscita.
Na mitologia grega corresponde ao mito de Z a g r e u (primeiro Dionísio)
despedaçado pelos T it ã s .
28 MANU - APOSTILA N" 01

Com essas duas pétalas, o chacra Vibhüti, logo abaixo do chacra cardíaco, fica
ativado e cada uma de suas oito pétalas, em sintonia com cada um dos oito chacras
(7+1), adquirem um poder (O Yoga dos Chacras será estudado posteriormente).
Os oito poderes do yoga são os seguintes:
1°) AN IMÃ
Poder de assimilar-se consigo próprio e de focar a consciência em um só ponto.
É o poder de se tornar pequeno, correspondendo ao chacra frontal e ao estado de
Dhâranâ, fazendo com que o possuidor deste dom possa penetrar no Universo
microscópico.
T ) MAHIMÂ
Poder de aumentar a estatura, capacidade de expandir a consciência até o
infinito. Dilatar no espaço (considerar que o material da alma é altamente expansível).
3°) LAGHIMÃ
Poder de neutralizar a gravidade e a inércia, tornar-se leve como um floco de
algodão e possuir a liberdade de flutuar pelo espaço.
4°) GARIMÂ
Poder de tornar-se pesado, como os próprios corpos celestes, até a máxima
densificação possível da matéria.
5°) PRÂKÂMYA
Poder de realizar todos os desejos (é a vontade em si). Poder de movimentar
quaisquer objetos simplesmente pela vontade.
6a) PRAPTI
Poder de transferir a consciência através do tempo e pelo espaço. Poder de
transportar-se pela vontade para onde quiser. Poder de adivinhar, profetizar e curar.
T) ICHATVA
Poder de criar ou de fazer surgir.
8a) ISHITÂ
Poder de dominar a tudo, de alcançar a supremacia, tornar-se um dos
chamados Rudras (Deuses dirigentes do mundo). Este é o oitavo dos poderes
correspondendo a Shiva-Vasâyitâ, o poder da suprema identificação com a
Divindade, poder para iniciar a criação de um Universo ou, então, corresponde a
Kâmâ-Vasâyita, o poder de aniquilar os desejos, suprimir toda a sensação, capaz de
lograr a absoluta indiferença denominada Paravairâgya, o total desapego, estado
final do conhecimento perfeito.
Os oito Siddhis correspondem às oito etapas da tradição secreta da Flor de
Ouro do esoterismo chinês. O oito (8) é o próprio símbolo do infinito, como oitavo
poder ou síntese dos outros sete. Corresponde aos oito símbolos do trigrama oculto
de Fo-Hi.
B ibliografia:
BLAVATSKY, H. P. G lo ssá rio Teosófico, Editora Ground Ltda., São Paulo, 2aed., p.761-2,1991.
RAMOS, A. C. A u las ministradas no grau Manu, Departamento de São Paulo.
SOUZA, H.J. V erdadeiro Cam inho da Iniciação, 4’ ed., 1978.
VIEIRA JR., J.C.R. Aulas ministradas no grau Manu, Departamento de Campinas.
- A B C da Eubiose, 1*ed., 1989.
- Série D, aulas 29-30.
-S érie Mental.
Aula pesquisada por Adhemar da Cunha Ramos, Maria Christina Gaviolle e Luciano Gaviolle Neto.
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