Você está na página 1de 25

FACULDADE IESM

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR E COORDENAÇÃO


PEDAGÓGICA

ROSALINA FAGUNDES TELLES

PROJETO INTERVENÇÃO

TIMON-MA
2012
2

ROSALINA FAGUNDES TELLES

PROJETO INTERVENÇÃO

Projeto Intervenção (PI) desenvolvido do Curso de Especialização em Gestão


Escolar, da Faculdade IESM.

TIMON-CE
2012
3

APRESENTAÇÃO

A Proposta de Intervenção se trata de um plano de ações a serem implementadas


na escola com o objetivo de envolver toda a comunidade escolar no processo de
reelaboração do Projeto Político Pedagógico da escola. Pois quando o PPP foi
construído não teve a participação coletiva envolvendo os pais, alunos, professores,
funcionários, em fim os envolvidos no processo de ensino aprendizagem. Para que
ele seja a expressão viva de um projeto coletivo, deve ser desenvolvida uma ação
conjunta, partilhada entre o diretor e o coletivo da escola, pois o PPP é a base
norteadora do ato pedagógico na melhoria de vida do aluno.
4

SUMÁRIO

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA.................................................. 5

2 DESCRIÇÃO DA REALIDADE DA ESCOLA ................................................ 8

3 PROJETO INTERVENÇÃO............................................................................ 9

3.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 9

3.2 JUSTIFICATIVA................................................................................................11

3.3 OBJETIVOS....................................................................................................12

3.4 REFERENCIAL TEÓRICO..............................................................................12

3.5 AÇÕES............................................................................................................17

3.6 CRONOGRAMA..............................................................................................20

3.7 AVALIAÇÃO.....................................................................................................21

REFERÊNCIAS.......................................................................................................22

APÊNDICES............................................................................................................23

ANEXOS..................................................................................................................24
5

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA

A Escola Municipal de Educação Infantil Cachinhos de Ouro, está situada na Rua


Dona Guilhermina nº. 1167, quadra 33, pertence a 7ª Coordenadoria Regional de
Educação. Sua criação foi pelo decreto municipal nº. 113/1998, alterado pelo decreto
nº. 142 de 26 de outubro de 2000. Tendo como código do INEP: 43182763.

1.1 CARACTERISTICAS GERAIS DA ESCOLA

A escola municipal de educação infantil Cachinhos de Ouro, então é localizada


na zona rural a oitocentos metros do centro da cidade. É Pré-escola única de
educação infantil existente no município que atende crianças de quatro aos seis
anos de idade, vindas do interior e cidade. A escola surgiu no ano de 2000, época
em que a educação infantil passava por municipalização, esta foi construída para
atender um número menor de crianças, ou seja, somente uma turma, mas a
demanda foi além, apareceram 66 crianças então tivemos que transformar o
refeitório em uma sala de aula. Diante disso foi contratada mais uma professora e
dividido o número de crianças em duas turmas Jardim A, crianças de quatro anos e
Pré-Nível B, crianças de cinco a seis anos de idade. A escola é mantida com os
recursos financeiros vindos das políticas públicas do governo Federal. Esta
instituição é um ponto de referências, pelo fato de atender todas as crianças vindas
de oito comunidades do interior do município e cidade. O público atendido vem de
diferentes classes sociais, os alunos são filhos de pequenos e médios agricultores e
pecuaristas, funcionários públicos, comerciantes e pensionistas.
Hoje temos 42 crianças matriculadas na escola, os quais estão divididos em
duas turmas jardim A, 17 alunos e Pré-B, 25 alunos, a maioria são descendente de
italianos predominando a religião católica.
O corpo docente da escola está composto por quatro professoras
concursadas, sendo que uma além de professora desempenha a função de
gestora, todas possuem graduação em Pedagogia Anos Iniciais e são atuantes na
docência. Duas professoras são titulares das turmas possuem especialização em
educação infantil, uma Pós-graduada em Psicopedagogia e a outra Atendimento
educacional Especializado. As outras duas são monitoras de turma, uma com Pós-
6

graduação em Supervisão Escolar e a outra com Pós-graduação em


Psicopedagogia. Na área da limpeza e merenda escolar temos uma merendeira
com 30 horas semanais, uma servente de serviços gerais com 40 horas semanais
e um vigia noturno com 22 horas semanais.
A escola funciona somente no turno da tarde, toda a equipe de funcionários da
escola são efetivos no município com a carga horária de 22 horas semanais. É uma
instituição mantida com os recursos financeiros vindos das políticas públicas do
governo federal. Como recursos próprios, anualmente com a participação da
comunidade escolar é feito uma rifa beneficente para gastos extras como a
formatura do nível-B, compra de lembrancinhas para as mães, pais, dia das crianças
e outros.

1.2 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVO/PEDAGÓGICA

A escola dispõe somente do setor da direção, sendo que este recebe o


assessoramento dos Serviços de Apoio Administrativo. A organização pedagógica é
constituída pelo Serviço de Supervisão Escolar realizada pela Secretaria de
Educação, também acompanha o desenvolvimento do trabalho pedagógico,

coordenando e controlando o processo de planejamento e dinamização do


currículo, conforme a linha filosófica e objetiva da escola. Possui Círculo de Pais e
Mestres CPM, representado pelos pais dos alunos. A matrícula é feita anualmente,
as condições para ingresso da criança na Educação Infantil devem ter idade entre
quatro e seis anos. A lotação máxima por turma atendida é 25 alunos, a matrícula é
feita mediante o preenchimento de um formulário próprio.

A organização didático-curricular abrange todo o conjunto de vivência e


atividades em situações concretas fundamentais à educação da criança, é
trabalhado em forma de pequenos projetos contemplando todas as dimensões do
desenvolvimento infantil. A base orientadora das práticas pedagógicas é o Projeto
Político Pedagógico (PPP), Regimento Escolar, Plano de Trabalho, Calendário
Escolar, este último é um documento construído anualmente em parceria com os
professores municipais buscando atender as particularidades locais e regionais,
aprovado pela Secretaria de Educação e homologado pela mantenedora. Também
7

no início do ano letivo os professores da escola conjuntamente, traçam um plano de


trabalho orientando as práticas pedagógicas para ser desenvolvido no decorrer do
mesmo.

1.3 PROGRAMAS E PROJETOS EM ANDAMENTO

A escola juntamente com as escolas municipal e Estadual faz parte do PUFV,


Programa União Faz a Vida, uma parceria entre a Prefeitura Municipal, SICREDI,
COOPIBI E Universidade Regional de Ijuí (URI) Através deste programa as escolas
recebem assessoramento dos professores da URI, para o desenvolvimento de
alguns projetos que se encontram em andamento como de Leitura, Limites e
Disciplina. Também estamos desenvolvendo o projeto de Informática em parceria
com a Secretaria de Educação, o qual as crianças têm aulas quinzenais no
Laboratório de Informática Municipal com uma profissional da área.

A escola participa juntamente com as outras escolas municipais em eventos


como festa em homenagem as Mães, os Pais, São João, carnaval Infantil, Festa do
Colono e Motorista, Semana da Pátria e Farroupilha, Dia da Criança e outros. Estes
são alguns dos projetos trabalhados na escola tendo como culminância a integração
com as crianças de diferentes instituições.
8

2 REALIDADE DA ESCOLA

O nível sócio econômico predominante da comunidade escolar é a agricultura


e pecuária, a economia do município é basicamente agrícola, algumas crianças são
filhos de funcionários públicos, professores e comerciantes.
Por ser uma instituição de pequeno porte possui somente diretor indicado e
nomeado pelo poder executivo municipal, observando-se os critérios conforme Lei
Municipal nº877/2010, esses atende alguns requisitos elaborados conjuntamente
com os gestores das escolas municipais. Entre outros a direção da escola muda de
ano em ano, desde que o professor atenda os requisitos exigidos pela lei em vigor.
Com relação a outras realidades de escolas, na instituição de educação
infantil os pais estão mais presentes, ou seja, as mães são quem mais participam do
dia-a-dia das crianças na escola. De modo geral a “participação” acontece, sempre
que convidados para reuniões os pais marcam presença, mas quando precisa tomar
decisões e resolver alguns problemas na escola eles preferem que a direção e
professores decidam a melhor maneira de resolvê-los. Os alunos são bem
participativos, eles falam o que pensam e sentem sem medo de serem reprimidos. E
a equipe docente é formada pelo sexo feminino, é um grupo dinâmico com opinião
formada sobre educar e educação, com consciência crítica das dificuldades e
avanços que norteiam a comunidade escolar na qual estão inseridos.
A escola possui CPM que é composto pelos pais dos alunos, eleitos através
de votação direta, a mesma mantém bom relacionamento com o órgão mantenedor,
comunidade e outros que envolve os direitos das crianças.
Apresenta uma evasão escolar mínima, em média de 2% ocorrendo
somente com as crianças do nível-A, quatro anos de idade.
As reuniões administrativas e pedagógicas são realizadas sempre que
necessárias envolvendo a comunidade escolar, mas com datas definidas são
realizadas em média quatro reuniões durante o ano.
Como já falei anteriormente o PPP da escola quando foi construído não
teve a participação coletiva da comunidade escolar, acontecendo o mesmo com os
outros documentos. É por essa razão que estamos em processo de reelaboração do
PPP e outros documentos norteadores do ato pedagógico.
9

3. PROJETO INTERVENÇÃO

O Projeto Intervenção tem como foco principal a reelaboração do Projeto


Político Pedagógico, o mesmo não foi elaborado coletivamente com a participação
de todos os segmentos da escola e com a comunidade local “[...] primeiro passo
para que a escola seja democrática é a busca de um conhecimento crítico da
realidade, procurando os determinantes da situação tal como ela hoje se apresenta”.
(PARO 2002, p.19). A escola precisa conhecer a realidade do pública que a serve,
identificando os problemas, as necessidades, os desejos e anseios do seu público
majoritário.

3.1 INTRODUÇÃO

A Escola de Educação Infantil Cachinhos de Ouro está localizada na Rua


D.Guilhermina, nº1167, quadra 33, na zona rural a oitocentos metros do centro da
cidade. É uma escola polo e única de Educação Infantil que atende 99% das
crianças munícipes, vindas de oito comunidades do interior e cidade. Esta é um dos
pontos de referência do município. Diante desse contexto a comunidade escolar é
composta por diferentes realidades e culturas, tornando-se um desafio para os
professores trabalhar com tantas diferenças. Ao longo da história, a escola assumiu
função e papel diferentes, como diferentes também se tornaram as famílias e alunos
em cada período da história.

Hoje está matriculado na entidade um número de 42 alunos com idade entre


quatro e seis anos, que estão divididos em duas turmas: Jardim A-17 alunos e Pré-
B-25 alunos. Esse público ao que a escola serve são filhos de pequenos e médios
agricultores, pecuaristas, comerciantes e funcionários públicos, predominando a
origem italiana e a religião católica.

A equipe de funcionários que compõem a escola são quatro Pedagogas Pós-


Graduadas em cursos na área da educação; uma merendeira, uma servente e um
vigia noturno, todos são efetivos no município e cumprem uma carga horária de 22
horas, com exceção da merendeira e servente que cumprem 40 e 30 horas
semanais. A escola funciona em turno único, à tarde. Com relação aos recursos
10

materiais e aspectos físicos é bom, possui um parquinho todo coberto com


brinquedos adequados à idade em que a criança se encontra, tem um pátio amplo e
gramado. O prédio foi ampliado no início deste ano, contando agora com duas
amplas salas de aula sem a interferência de barulho, têm um refeitório, três
banheiros, área de serviço, despensa, cozinha, direção e sala para guardar os
brinquedos.

A nossa realidade de escola vem sendo motivo de reflexões entre equipe de


trabalho e comunidade escolar sobre como construir uma escola mais democrática
envolvendo todos os segmentos no processo educativo? Diante das nossas
reflexões entendemos que o PPP existe na escola, mas não foi construído com a
participação de todos os segmentos da mesma e comunidade local. Através do PI a
escola vem reelaborando o Projeto Pedagógico de forma coletiva, articulando
projetos e temas que sejam de comum interesse de todos os envolvidos no processo
de ensino aprendizagem. Por ser uma escola que atende crianças de todo o
município, ela está composta por várias comunidades, então a participação acontece
mais nos eventos realizados, por exemplo, a festa de Formatura dos alunos do nível
B que a mesma realiza todos os anos. Este é um evento que envolve a comunidade
escolar e comunidade local. Na verdade a escola é quem participa da comunidade.

A escola possui o Círculo de Pais e Mestres (CPM) composto pelos pais dos
alunos, mas sempre que precisa tomar decisões é realizado reuniões não somente
com o CPM, e sim com todos os pais dos alunos e corpo docente. A forma de
avaliação que a escola realiza é conforme o artigo 31 da LDB, a avaliação na
educação infantil far-se-á mediante acompanhamento e registro de seu
desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino
Fundamental. A forma de avaliar o aluno é entendida como um conjunto de ações
que auxiliam as professoras a refletirem sobre condições de aprendizagem
oferecidas e ajustar a sua prática ás necessidades colocadas pelos alunos.

Na instituição não são oferecidos cursos de formação, estes são oferecidos


pela Secretaria Municipal de Educação envolvendo todos os professores e
funcionários da rede municipal, sendo que alguns são específicos para a educação
infantil. Com relação aos professores da escola é formado por um grupo unido com
11

olhar voltado para os mesmos objetivos, isso faz com que todos participem nas
reuniões e projetos realizados na/pela escola.

Sabe-se que algumas mudanças em relação à participação dos segmentos


que formam a comunidade escolar deverão ocorrer durante o processo de
reelaboração do PPP, no decorrer da nossa pesquisa-ação pretendemos encontrar
respostas para as seguintes perguntas, quais as possibilidades de intensificar e
qualificar a relação com a comunidade? Como consolidar o princípio da gestão
democrática com a participação de todos os segmentos nas decisões escolares?
Que estratégias utilizar para desenvolver uma cultura de participação na escola? A
formação direcionada a equipe de trabalho da escola é uma alternativa para a
melhoria da qualidade de ensino? Que tipo de formação? Acreditamos que
momentos de encontros de formação na escola direcionados ao público que a
escola o seve, são fundamentais para a realização de uma educação de qualidade.

3.2. JUSTIFICATIVA

O Projeto Intervenção veio ao encontro das nossas reflexões enquanto


comunidade escolar, este vem nos orientando sobre como proceder na realização
das pesquisas em relação à reelaboração do Projeto Político Pedagógico da escola,
o mesmo se encontra em fase inicial de construção. Através do PI a instituição vem
realizando ações que envolvem a participação dos pais, alunos, funcionário e
professores de forma coletiva, fazendo com que a escola se torne um espaço
democrático onde diretor e coletivo desenvolvam uma ação conjunta e partilhada.
Todo o processo de construção coletiva gera maior envolvimento e compromisso das
pessoas envolvidas e assim surgem efeitos significativos nas ações desencadeadas
pelo grupo. Sabe-se que o PPP faz parte da caminhada do aluno, então deve estar
ligado às suas necessidades e interesses, pois, Segundo Veiga, (2003).

O projeto é um meio de engajamento coletivo para integrar


ações dispersas criar sinergias no sentido de buscar soluções
alternativas para diferentes momentos do trabalho pedagógico-
administrativo, desenvolver o sentido de pertença, mobilizar os
protagonistas para a explicitação de objetivos comuns definindo o
norte das ações a serem desencadeadas, fortalecer a construção de
uma coerência comum, mas indispensável, para que a ação coletiva
produza seus efeitos. (VEIGA, 2003, p.275)
12

Diante do que a autora nos diz, a proposta pedagógica precisa ser uma prova
viva da escola, esta é quem norteia todo o ato pedagógico da mesma, por isso que é
indispensável a participação de todos os segmentos da escola na sua construção.
Ela precisa atender os interesses e necessidades de todos os envolvidos no
processo educativo.

3.2 OBJETIVOS

Os objetivos deste PI contemplam as ações que serão desencadeadas na


reformulação do PPP da escola, esses serão desmembrados em objetivos gerais e
específicos de forma clara, conforme o problema apresentado.

Objetivo geral:

Implantar um processo de reflexão sobre a gestão democrática e sobre o


desenvolvimento de práticas colegiadas de gestão, que favoreçam a constituição de
uma cultura de participação na escola e na comunidade.

Objetivos específicos:

Oportunizar espaços para que todos os envolvidos no processo educativo possam


dialogar discutir e intervir de forma compartilhada no processo de reconstrução da
proposta pedagógica da escola;

Desenvolver projetos relacionados aos determinantes diagnosticados pela


intervenção de forma coletiva, através de ações concretas;

Implementar práticas pedagógicas que garantam o direito a uma educação de


qualidade e promova a aprendizagem dos estudantes, fazendo com que sejam
sujeitos ético, críticos e formadores de opiniões;

Envolver a família no processo de ensino-aprendizagem despertando o gosto pelo


estudo e na criação de vínculos com o cotidiano escolar.

3.3 REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo Paro (2002), “[...] Numa sociedade em que o autoritarismo se faz presente,
das mais variadas forma, é de se esperar que haja dificuldade em levar as pessoas
13

a perceber os espaços que podem ocupar com sua participação”. (PARO, 2002,
p.59).

Diante do que diz o autor, se evidencia a ideia que a escola precisa


desenvolver uma cultura de participação para que as pessoas possam perceber que
esta é um espaço também seu, onde todos os envolvidos no processo educativo
podem construir o conhecimento coletivamente e mudar através de suas ações a
realidade a qual faz parte. Nós fazemos parte de uma geração onde os paradigmas
de educação eram outros, fomos educados para ouvir e não falar. O que o autor nos
coloca se evidencia durante as reuniões, percebe-se que os pais pouco opinam, não
falam o que pensam sobre os assuntos referentes à escola, dando impressão que
esta é um espaço somente para alunos e professores interagirem. Como a nossa
escola atende crianças de quatro aos seis anos de idade, a cada dois anos mudam
as famílias e os alunos, aí se percebe o nível de participação para mais ou para
menos, o ato participativo é uma questão cultural.

Ainda conforme o autor:

A participação da comunidade na escola, como todo o


processo democrático, é um caminho que se faz ao caminhar, o que
não se elimina a necessidade de se refletir previamente a respeito
dos obstáculos e potencialidades que a realidade apresenta para a
ação. (PARO, 2002, p. 17).

Nos últimos anos estamos procurando desenvolver uma gestão mais


democrática na escola através ações onde pais, professores, funcionários e alunos
participem mais das decisões e do processo de ensino. Como a escola é de
pequeno porte possuindo poucos professores e funcionário é realizado um trabalho
bastante cooperativo, as ações são mais compartilhadas entre o grupo, porque
envolve crianças pequenas que precisam de mais cuidados e atenção. Entendemos
que a gestão democrática da escola vem ocorrendo não de forma acelerada, ela
está em fase gestacional, mas acreditamos que mesmo lentamente as mudanças
vêm acontecendo. Entendemos que conforme a realidade da escola temos uma
longa caminhada a ser seguida em relação a democracia, mas estamos no rumo
certo.

Estamos vivendo um momento histórico que são as eleições municipais, por


ser um período eleitoral, a nossa intervenção com a comunidade e comunidade
14

escolar ficará um tanto restrita, porque algumas ações não poderão ser realizadas
em função disso para evitar discussões oposicionistas desnecessárias. Por tanto
através do PI percebemos que a escola deve ser um espaço democrático e o
caminho a ser seguido, é a busca de um conhecimento crítico da realidade
focalizando os problemas presente e com a participação conjunta de todos os
protagonistas envolvidos, procurar desencadear ações concretas para que ocorram
as mudanças almejadas na realidade.

Conforme (Brasil, 2012 p. 3), “Projeto Intervenção”: é uma pesquisa centrada


na realidade da escola, envolvendo a comunidade, com vistas a uma transformação.

Aqui cito um exemplo que aconteceu na escola onde atuo, desde que mesma
foi construída, seu espaço físico vinha sendo pequeno para comportar a demanda
de crianças e nós professores, funcionários e pais vínhamos reinvidicando
constantemente a construção de mais salas, mas não éramos atendidos. No início
do ano de 2010 foi realizada na escola uma reunião com os pais para debater e
decidir assuntos referentes à mesma, entre esses estava o de ampliação de mais
salas. Durante a reunião surgiu a ideia colocada por dos pais, em fazer uma
mobilização na escola contando com a presença dos gestores públicos municipais, a
idéia foi acatada por todos, e assim aconteceu em outra data marcada. As reformas
foram acontecendo já no decorrer do mesmo ano, começando com a cobertura dos
brinquedos do parquinho, encerrando no início do ano de 2012 com a construção
das novas salas. Então aqui se efetivou uma ação conjunta em torno de uma
necessidade que envolvia toda a comunidade escolar.

Vasquez (1977) diz que:

“A teoria em si [...] não transforma o mundo”. Pode contribuir para sua


transformação, mas para isso tem que sair de si mesma, e, em primeiro
lugar, tem que ser assimilada pelos que vão ocasionar,Com seus atos reais,
efetivos, tal transformação. Entre a teoria e a atividade prática
transformadora se insere um trabalho de educação das consciências, de
organização dos meios materiais e planos concretos de ação: tudo isso
como passagem indispensável para desenvolver ações reais, efetivas.
Nesse sentido, uma teoria é prática na medida em que materializa, através
de uma série de mediações, o que antes só existia idealmente, como
conhecimento da realidade ou antecipação ideal de sua transformação
(VASQUEZ, 1977, p. 207, sem grifos do autor)”.

Concordo com o autor, “a teoria não muda o mundo por si só”, acredito que
ela fundamenta as nossas práticas pedagógicas para que sejam consistentes e
15

tenham sentidos. Nós precisamos de um embasamento teórico para desenvolver as


nossas ações seja no âmbito da escola ou não. Mas a teoria produz seus efeitos
quando através de práticas concretas contribui para a transformação e mudanças na
sociedade. Por isso que o Projeto Político Pedagógico da escola está passando por
mudanças para serem agregadas coisas novas e retiradas as que não deram certo,
não desconsiderando o já construído, mas sim reconstruindo um projeto, para que
a teoria seja assimilada por todos os sujeitos integrantes da comunidade escolar,
que através dos seus atos concretos vão ocasionar tais transformações.

Veiga (2000) expressa que:

É necessário decidir, coletivamente, o que se quer reforçar dentro da escola


e como trabalhar as fidelidades para se atingir à almejada cidadania. O
trabalho de interrogar-se sobre suas finalidades faz com que a escola se
volte para uma de suas principais tarefas: a de refletir sobre sua
intencionalidade educativa. (VEIGA, 2000, P.23)

Para ilustrar o que a autora diz, a reconstrução da Proposta Pedagógica da


escola ocasionará mudanças cuja finalidade é à participação coletiva da comunidade
escolar no processo de construção do projeto da escola, transformando-a num
espaço democrático onde a clientela majoritária participe das decisões e do
processo de ensino-aprendizagem. Para juntos criar alternativas para incorporar o
novo, construir, reconstruir, projetando as ações a serem desencadeadas
focalizando o tipo de cidadãos e sociedade que a escola pretende formar. Este é um
papel que compete à escola e a comunidade a que serve realizar e definir.

Gadotti (2000) apud Brasil (2012) aponta que:

[...] aluno aprende apenas quando se torna sujeito de sua aprendizagem. E


para ele tornar-se sujeito de sua aprendizagem ele precisa participar das
decisões que dizem respeito ao projeto da escola que faz parte também do
seu projeto de vida. Não há educação e aprendizagem sem sujeito da
educação e da aprendizagem. A participação pertence à própria natureza do
ato pedagógico. (GADOTTI, 2000, apud BRASIL 2012, p.12).

Aqui o autor não deixa nenhuma dúvida, que a proposta pedagógica é prova
viva das práticas pedagógicas, é a espinha dorsal de todas as ações pedagógicas
realizadas na/pela escola. Por isso que tal documento deve ser construído
coletivamente com todos os segmentos da escola, contemplando as necessidades,
interesses, desejos e anseios da comunidade a que serve. Sabe-se que para
elaborar tal documento requer um conhecimento critico da realidade escolar, ou seja,
os problemas, as dificuldades, os interesses em fim suas expectativas para o
presente e o futuro. Diante desse contexto serão encontradas algumas dificuldades
e limitações, mas não as impedem de construir o novo. Ainda conforme o autor
(2000).
16

Ao discutir os obstáculos e limites que surgem quando se implementam


processos de gestão colegiada nas escolas, argumenta que, para a real
efetivação dos mesmos, é preciso que a escola esteja impregnada de uma
certa atmosfera que respira a “circulação de informações, na divisão do
trabalho, no estabelecimento do calendário escolar, na distribuição das
aulas, no processo de elaboração ou de criação e novos cursos, ou de
novas disciplinas, na formação de grupos de trabalho, na capacitação de
recursos humanos.(GADOTTI, 2000 apud BRASIL 2012, p.13).

A escola é um espaço educativo onde deverão ocorrer as mudanças e as


transformações, por isso precisa desenvolver ações compartilhadas entre diretor e
comunidade escolar, onde todos devem caminhar na mesma direção buscando os
mesmos objetivos que é o ensino-aprendizagem. A escola é um dos espaços de
formação de cidadãos, de relações e de construção coletiva.

Segundo texto, BRASIL (2012),

O Projeto Político Pedagógico deve se constituir na referência norteadora,


em todos os âmbitos da ação educativa da escola. Por isso mesmo, sua
elaboração requer, para ser expressão viva de um projeto coletivo, a
participação de todos que compõem comunidade escolar. Todavia, articular e
construir espaços participativos, produzir no coletivo um projeto que diga não
apenas ao que a escola é hoje, mas também apontar para o que pretende
ser, exige método, organização e sistematização. (BRASIL, 2012, p. 1).

A construção coletiva de um projeto gera interesse, comprometimento e


responsabilidade por parte dos seus integrantes, pois todos estão engajados no
trabalho seguindo os mesmos objetivos e em busca dos mesmos resultados. A
proposta pedagógica é o que define o que a escola é ou será, é a base orientadora
do ato pedagógico. As ações realizadas pela escola representam à forma que o PPP
foi construído e o tipo de gestão que a mesma apresenta.

Líbâneo (2005) diz que:

A democratização da escola pública, portanto, deve ser entendida


como ampliação das oportunidades educacionais, difusão dos
conhecimentos e sua reelaboração crítica, aprimoramento da prática
educativa escolar visando à elevação cultural e científica das camadas
populares, contribuindo, ao mesmo tempo, para responder às suas
necessidades e aspirações mais imediatas e à sua inserção num projeto
coletivo de mudança da sociedade. (LIBANÊO, 2007, p.12).

Diante do que o autor coloca, além da democratização do trabalho


compartilhado entre gestor e todos os segmentos da escola e comunidade escolar, é
preciso adequar as nossas práticas pedagógico-didática ao público majoritário que a
escola serve. Público esse que é o nosso aluno, isto é, desenvolver um trabalho
que o ajude a se comunicar de diversas formas proporcionando-lhes o saber e o
17

saber fazer em todas as instâncias de sua vida. Não basta aqui dizer que nenhuma
criança pode ficar fora da escola, mas sim oferecer recursos e condições para que
essa criança permaneça na mesma tendo um atendimento e ensino de qualidade.
Sabe-se que realizar uma gestão democrática não depende somente da gestão da
escola, que na maioria das vezes precisa ter um grande “jogo de cintura” para
desenvolver suas práticas administrativas e educativas de forma que atenda esse
público conseguindo a almejada mudança na sociedade.

Thiollent (2005) diz que:

Pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é


concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a
resolução de um problema coletivo e nos quais os pesquisadores e os
participantes representativos da situação ou problema estão envolvidos de
modo cooperativo ou participativo. (THIOLLENT (2005, p.16).

3.5 AÇÕES

Reorganizarei as AÇÕES DO PI de forma mais clara e ordenada as quais


foram e serão desencadeadas durante a reformulação do Projeto Político
Pedagógico. Como a reformulação do Projeto Político Pedagógico teve seu início
antes da aplicação do Projeto Intervenção já haviam acontecido algumas ações a
baixo citadas:

Reunião com os pais, funcionários e professores para explicar sobre a


reformulação do PPP, surgindo aí a idéia da Caixa de Sugestões passar pelas
famílias para que todas dessem a sua contribuição participando de forma coletiva;

Encontros de formação para os professores e funcionários da rede municipal e


estadual, tratando especificamente do tema construção e reconstrução do PPP,
essa formação foi assessorada pela professora Samile da Universidade Regional de
Ijuí (URI). Os encontros aconteceram nos meses de maio e julho. O primeiro
encontro tratou-se dos passos para a construção do PPP e embasamento teórico a
ser seguido, também o grupo de professores e funcionários de cada escola teve a
oportunidade discutir e rever a sua proposta pedagógica. O segundo encontro
tratou-se especificamente sobre a avaliação.
18

Caixa de Sugestões que continua passando pelas famílias com questões


norteadoras para responderem, sobre o que fazer e como fazer para melhorar o
trabalho realizado na escola. Quando essa caixa passar por todas as famílias será
realizado reuniões para serem debatidos e agregados ao PPP, os temas relevantes
ressaltados durante a pesquisa para que sejam trabalhados na escola, atendendo
aos interesses e necessidades da comunidade escolar.

Um questionário que ainda está em andamento para as famílias dos alunos


responderem sobre a história da escola e contexto sócio cultural a qual está
inserida, destacando as visões de mundo.

Questionamento com a participação das crianças sobre o que elas fariam para
mudar a escola?

Reunião com pais, professores e funcionários para debater os resultados da


pesquisa da caixa de sugestões e o questionário;

Antes do PI a escola já vinha desenvolvendo algumas ações voltadas para


uma gestão democrática, proporcionando espaços para a comunidade escolar
participar de forma coletiva nas tomadas de decisões e realização de atividades
cooperativas entre pais, alunos, professores e funcionários. A pesquisa-ação a qual
estamos dando continuidade está nos trazendo temas muito importante de comum
interesse de todos os envolvidos no processo educativo, os quais estão sendo
articulados ao PPP da escola. Alguns a escola já está desenvolvendo projetos
sobre, como: Limites, Disciplina, Inclusão. Outro tema de grande relevância surgida
durante a pesquisa é relação Pais e Filhos, o qual a escola pretende trabalhar.
Também surgiram outros temas como intensificar o cuidado com as crianças
durante o intervalo e outros que exige ações imediatas. Aqui organizamos um
cronograma de atendimento as crianças no horário do intervalo, onde há um
revezamento envolvendo as professoras e as funcionárias da escola, assim os
cuidados se intensificaram de forma colaborativa e participativa.

A escola além das ações que estão em andamento pretende desenvolver as


seguintes:
19

SACOLA DE LEITURA – esta será levada pela criança para juntamente com a sua
família ler os livros e fazerem algumas atividade referente às leituras levando-as
para a escola. No final do roteiro as famílias serão convidadas a socializarem as
suas produções na escola. Acreditamos que a leitura aproxima as crianças e seus
pais, promovendo a parceria família-escola e desenvolvendo o gosto pelos livros;

O DIA DA FAMÍLIA NA ESCOLA - nesse dia as famílias serão convidadas a


participarem de uma exposição na escola sobre as construções realizadas através
das leituras feitas com o auxílio da Sacola de Leitura, nesse dia serão convidadas
outras escolas para compartilhar o que foi construído.

PALESTRAS COM EDUCADORES E PSICÓLOGO - para auxiliar as famílias na


relação e educação dos seus filhos, ampliando os vínculos familiares e relação com
a escola, pretendemos trazer as famílias para participar do cotidiano escolar dos
seus filhos através de atividades lúdicas;

CADERNO DE RECADOS – através deste será ampliada a comunicação e o


diálogo entre escola x família.

3.6 CRONOGRAMA
20

AÇÕES PROGRAMADAS IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES

Abri Mai Jun Julh Ago Set Out No


l o ho o sto. emb ubr em
ro o ro
Reunião com a comunidade escolar para X X
reformulação do PPP;
Cursos de formação com os professores X X
e os funcionários sobre a construção do
PPP;
Pesquisa (caixa de sugestões passando X X X
nas famílias);
Reunião para debate com a comunidade X X
escolar referente a temas específicos
(questionário e caixa de sugestões);
Pesquisa com os alunos X
Integração com os alunos da APAE X X
Caderno de recados (ampliando a X X X X
comunicação entre família e escola)
Dia da família na escola para interagir X
com os filhos nas atividades escolares;
Palestra com educadores e Psicóloga X X
envolvendo a comunidade escolar.

3.4 AVALIAÇÃO

No primeiro curso de formação sobre a proposta pedagógica da escola tivemos a


oportunidade coletivamente discutir e debater sobre a construção do PPP, base
norteadora do ato pedagógico. Cada grupo de professores e funcionários de cada
escola pode rever o que poderia continuar e o que deveria ser tirado ou agregado ao
21

mesmo. O segundo encontro que ocorreu no mês de julho no período do recesso


escolar tratou-se especificamente sobre os tipos de avaliação e o que avaliar no
ensino aprendizagem.

Na semana da família coordenada pelo órgão mantenedor foi realizado palestras


com o educador e Psicólogo Selmiro sobre Valorização da Vida, a qual toda a
comunidade escolar participou em dias destinados aos professores e funcionários
das escolas, dia para os alunos e professores, dia para os pais e dia para os
servidores públicos. Os temas abordados pelo palestrante com suas especificidades
foram muito importantes e estão dentro de uma proposta pedagógica democrática
construída coletivamente para uma melhoria de vida de todos os envolvidos no
processo educativo.

No final do mês de junho professores, funcionários e direção da escola,


juntamente decidiram sobre a forma de pesquisa que seria realizada na/ pela escola,
chegando a um consenso que para o momento a CAIXA DE SUGESTÕES seria
uma das melhores formas de intervenção com as famílias. Entendemos que é uma
forma democrática de envolver a comunidade escolar no processo educativo sem
gerar mais problemas além dos encontrados no decorrer da pesquisa, já estamos
concretizando algumas ações referentes a temas sugeridos pelas famílias. A escola
também realizou uma pesquisa com as crianças oportunizando-as a falarem o que
pensam e esperam da gestão da escola. Através da pesquisa as crianças fizeram
colocações significativas levando o corpo docente a refletir sobre a prática
pedagógica realizada na escola.

A criança na sua inocência fala o que passa muitas vezes despercebido pelo
adulto, mas significante para ela, então ouvi-las ajuda a resolver questões e
problemas do cotidiano. Está previsto para o mês de setembro uma segunda
avaliação com a participação da comunidade escolar, para vermos os temas
relevantes da pesquisa que deverão ser articulados ao PPP da escola. Como a
avaliação se trata de um processo contínuo estaremos sempre atentos aos
resultados mesmo sendo parciais.

REFERÊNCIAS
22

BRASIL. Ministério da Educação. Escola de Gestores da Educação Básica: II: o


trabalho do gestor na escola: dimensões, relações, conflitos, formas de atuação.
Disponível em:
http://wwwmoodle3.mec.gov.br/ufrgs/file.php/1/gestores/vivencial/pdf/trabalhogestore
scola.pdf Acesso em: jun.2012.

GADOTTI, Moacir. Perspectivas Atuais da Educação. Porto Alegre: Artes Médicas,


2000.

LIBÂNEO, José. C.Democratização da Escola Pública (20ªed.) São Paulo:


Edições Loyola, 2005.

PARO Vitor. A gestão democrática da escola pública. São Paulo: Editora Ática,
2002a.

ESCOLA, Regimento Escolar Municipal, 2012.

THIOLLET, M. Metodologia da Pesquisa-ação (14ªed.) São Paulo: Editora Cortez,


2005.

VEIGA, Ilma. P. A. Projeto Político Pedagógico da Escola: uma construção


possível. (10ª edição). Campinas, SP: Editora Papirus, 2000.

PÊNDICES

Perguntas orientadoras para respostas na caixa de sugestões do PI (o público


alvo pais, funcionários e professores).
23

1. O que vocês gostariam que fosse trabalhado na escola?

2. O que vocês gostariam que fosse melhorado na escola?

3. Outras sugestões;

PERGUNTA PARA OS ALUNOS RESPONDEREM (oralmente)

 Se você fosse a Diretora da escola, o que você faria para melhorar o que não
está bom?

ANEXO

.
24
25

Você também pode gostar