Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PAES - Programa de
Apoio ao Estudante
São Paulo
Rede Internacional de Universidades Laureate
2015
Sumário
Capítulo 1: Gestão do Tempo-------------------------------------------------------------------- 5
Introdução------------------------------------------------------------------------------------------- 5
1 A importância da Gestão do Tempo----------------------------------------------------------- 6
2 O que é o tempo-------------------------------------------------------------------------------- 7
3 O tempo e a modernidade--------------------------------------------------------------------- 7
4 Avaliação do uso do tempo próprio----------------------------------------------------------- 8
5 Planejamento e execução--------------------------------------------------------------------- 10
6 Elaborando uma tabela diária de atividades----------------------------------------------- 12
7 Compromisso, transtornos e responsabilidade--------------------------------------------- 14
8 O hábito de perseverança para o estudo e o trabalho sobre o tempo----------------- 17
9 Modelos de trabalho e tempo---------------------------------------------------------------- 18
Síntese--------------------------------------------------------------------------------------------- 20
Referências Bibliográficas----------------------------------------------------------------------- 21
Capítulo 1
Introdução
Gestão do Tempo
• o tempo para executar todas as tarefas que precisava realizar foi limitado;
• foi necessário dar prioridade àquilo que iria ser feito depois;
• foi inevitável ter de postergar o que não foi possível fazer no tempo de que dispunha no
momento.
Tudo isso gira em torno da uma boa priorização. A Gestão do Tempo, nesse sentido,
compreende: alocação de horas contra atividades; priorização do que precisa ser feito
primeiro e a sequência de execução das demais atividades; dimensionamento do tempo
que pode ser reservado a cada atividade, de acordo com sua importância e natureza;
determinação das atividades que devem ser evitadas a fim de poupar ou reduzir o desperdício
de tempo; e qual o momento certo para uma atividade, se houver restrições implícitas
dessa natureza. Nesse último caso, a reunião com uma pessoa que tem disponibilidade
apenas em um determinado horário exemplifica o que se quer destacar.
5
Gestão do Tempo
Mas não cultivar o hábito de organizar suas atividades é algo que pode prejudicá-lo profundamente
por toda a vida. Eis alguns exemplos de insucesso que a falta de organização e distribuição do
tempo pode lhe causar:
A falta de uma programação adequada em nossas agendas nos afasta dos familiares em ocasiões
importantes e pode prejudicar nossa saúde pela necessidade de compensação de horários,
sacrificando o período natural e indispensável de sono e fazendo com que a pessoa amada
acabe se cansando de esperar por nós.
Há, ainda, algumas atividades que não têm nenhum uso e só representam perda de tempo: filas
em supermercados ou em restaurantes são um exemplo. Uma programação do horário mais
adequado para ir ao supermercado ou para se alimentar pode reduzir tais desperdícios.
Da mesma forma, ultrapassar limites com atividades como o entretenimento, para além do
razoável, pode comprometer seu rendimento em outras áreas, e o estudo é apenas uma delas.
Tais atividades são chamadas de “bloqueio”, o que nos distrai de um propósito real e mais
relevante.
Jogos e exercícios físicos são importantes para um aluno, porque estimulam sua mente e o
mantêm física e mentalmente apto, mas o tempo dos jogos não deve ultrapassar limites práticos
que acabam por inviabilizar a execução de atividades importantes pelo desperdício de tempo.
Mas ninguém perde tempo intencionalmente. Ele quase sempre é desperdiçado de forma
insensível, e é por isso que um aluno não sente quando perde tempo, até que chega o dia dos
exames. Então, é melhor considerar a maneira mais adequada de usar o tempo que se tem
disponível do que lastimar as oportunidades perdidas.
Se um aluno perde tempo, significa que ele é descuidado sobre seu estudo, ou não sabe como
gerenciar o tempo. Assim, você precisa saber mais sobre a importância desse recurso e ser
específico no uso desse conhecimento no seu dia a dia. Você precisa aprender a gerir o tempo!
O tempo é uma conveniência da vida moderna, e numerosos padrões, regras e costumes sociais
têm sido estabelecidos, permitindo ou obrigando que as pessoas coordenem eventos e, de uma
forma geral, mantenham suas vidas correndo dentro de um padrão.
Isaac Newton acreditava que o tempo é contínuo e que ele flui de forma constante e homogênea
em qualquer parte do universo. Mas Einstein, baseado em um experimento de Michelson e Morley,
criou a Teoria da Relatividade, segundo a qual o tempo tem um ritmo variável, dependente da
velocidade de deslocamento relativo entre dois ou mais observadores e da força dos campos
gravitacionais em que esses observadores estão. Complexo, não é mesmo?
VOCÊ O CONHECE?
Michelson e Morley foram cientistas que, nas duas últimas décadas do século XIX, se
dedicaram a provar que o vácuo era preenchido por uma substância (éter) que provocaria
mudanças na direção da luz e do calor pelo atrito de partículas que o atravessassem.
Suas experiências mostraram que o possível efeito do éter era tão insignificante que
não se poderia dizer que ele de fato fosse relevante. Na prática, a experiência tinha
limitações de ordem prática que não permitiam um aproveitamento efetivo de seus
resultados. Mais tarde, porém, Einstein usou as experiências de Michelson e Morley
como base para seu postulado a respeito da constância da velocidade da luz e provocou
uma grande reviravolta no meio científico com sua Teoria da Relatividade. Tudo partindo
de um experimento originalmente falho!
Mas a verdade é que o tempo parece passar com velocidades diferentes em diversos tipos de
situação: quando experimentamos uma sensação prazerosa, parece que o tempo voa, e, quando
experimentamos uma sensação desagradável ou monótona, parece que não passa, causando um
descompasso no nosso coração e fazendo nossos relógios caminharem lentos (VALENÇA, 1997).
Basta você imaginar como parece que o tempo demora quando está esperando um ônibus ou
aguarda atendimento em um fila de banco.
Devido a essa sensação, é preciso que se administre o tempo de forma a não deixar que ele corra
demais, quando nos envolvemos em coisas agradáveis, não nos restando oportunidade para
fazer algo que não consideramos tão agradável.
3 O tempo e a modernidade
As discussões sobre a forma como o rápido desenvolvimento das tecnologias de mídia e
comunicação modela e intervém em nossas experiências de tempo na modernidade se aprofundam
cada vez mais no discurso popular e na pesquisa acadêmica. Investigações sobre essas mudanças
frequentemente enfatizam o papel da mídia na compressão do tempo, resultando em condições
7
Gestão do Tempo
de vida que têm proporcionado um imediatismo desenfreado e uma ansiedade crescente: quanto
mais rápido, melhor; ou é preciso que se tenha isto ou aquilo já!
É importante que se aprofunde o olhar sobre como a mídia e as comunicações em geral estão
impactando a experimentação do tempo. Estamos envolvidos por mensagens que tentam nos
convencer – e a muitos convencem – de que é possível rapidamente nos tornarmos mais bonitos,
mais cultos, mais fortes, e até mais jovens. Isso tem provocado uma sensação de que se pode
saltar etapas, em nome de uma objetividade e uma aceleração crescentes e positivas. Infelizmente,
em educação, tal suposição – de que podemos acelerar ao extremo os processos de ensino-
aprendizagem – continua se mostrando falsa. E os estudos sobre os métodos pedagógicos têm
demonstrado que é preciso mudar procedimentos e metodologias. Mas, em relação ao tempo, a
questão central continua a mesma: como geri-lo bem, para que não desperdicemos esse recurso
não renovável?
Atribuir prioridades é uma competência importante em qualquer parte de nossas vidas. Além de
desenvolver mecanismos para controlar nosso tempo, é preciso definir prioridades para saber
se a destinação se dará a cada período disponível de tempo que temos. E um bom critério é
a consideração da extensão dos resultados de cada ação que executamos, isto é, do impacto
dessa ação sobre nossos principais objetivos. Por exemplo, se você pretende fazer uma reforma
no seu carro e não pode ficar com ele parado por um período muito grande para realizar todas
as manutenções devidas, precisará escolher o que fazer agora e o que deixar para depois. Se o
carro precisa de uma revisão no sistema de freios e uma pintura nos para-choques, supõe-se que
Este exemplo simples é a base daquilo que se chama Princípio de Pareto, que foi referenciado
no questionário sobre o tempo: poucas coisas têm forte impacto sobre a condição geral de
algo que se avalia, enquanto outras têm um impacto menor. Além disso, o que causa maior
impacto estatisticamente consome menos tempo e recursos do que o resto, que precisaria de
uma dedicação maior a detalhes que, embora importantes, possam não ter tanta relevância
quanto o que se escolheu tratar primeiro. Isso dá margem a que o Princípio de Pareto também
seja chamado de “Regra 80-20”.
20% 20%
80% 80%
VOCÊ O CONHECE?
Vilfredo Pareto, referenciado no questionário proposto, foi um cientista político que
nasceu na França, em 1848, filho de italianos. Um de seus estudos percebeu a grande
concentração de riqueza na Itália, onde 80% das terras estavam nas mãos de não mais
que 20% da população. Isso inspirou Joseph Juram a desenvolver o Princípio de Pareto,
que foca a desproporcionalidade entre as causas e os efeitos de diversos fenômenos:
20% das causas estão geralmente associados a 80% dos efeitos observados – bons ou
ruins – e vice-versa. Isso deve orientar a aplicação de recursos – em especial o tempo –
na hora de priorizar ações que proporcionem melhorias nas nossas atividades pessoais,
profissionais, acadêmicas etc.
9
Gestão do Tempo
5 Planejamento e execução
É comum dizer que: “Quem falha em planejar, planeja para falhar”. Sabemos que o planejamento
é muito importante, se você quiser ser um aluno bem-sucedido. Uma agenda ajuda você a utilizar
o seu tempo de forma mais produtiva, quando, por exemplo, precisa completar seu curso em um
determinado período preestabelecido. Diz-lhe quanto cada parte de seu curso pode consumir
de estudo, semanalmente ou mensalmente, para que você possa concluí-lo no prazo regular
ou até mesmo antes. Você pode fazer a programação para todo um semestre, com atividades
diárias, explorando a ideia do tempo disponível que tem para realizar diferentes atividades:
trabalho, viagens, outros cursos de menor duração, atividades físicas etc. É bom que você faça
programação ainda no começo de cada período letivo e vá atualizando sua programação
mensalmente, ou sempre que algum fato novo e relevante surgir e for impactar seu cronograma.
Para detalhar sua programação, conte o número de temas incluídos no seu curso. Conte também
a quantidade de capítulos e aulas ou temas ou exercícios em cada tema. Essas informações
básicas podem ser recuperadas a partir dos Planos de Ensino e de Aulas que são oferecidos tanto
em disciplinas presenciais quanto nas disciplinas de EAD.
Em seguida, calcule a soma de lições, capítulos ou tópicos. Conte os meses ou dias que você
tem disponíveis para a preparação do seu curso. Divida o total de tópicos do seu curso pelo total
de dias que você tem para a preparação: isso lhe dará uma ideia de quanto cada parte pode ser
estudada diariamente para que você possa concluir seu curso.
Faça uma tabela. Escreva as datas nas linhas de uma coluna e os nomes de referência dos
tópicos ou capítulos nas linhas de outra coluna. Isso pode levar uma hora ou duas, mas, se não o
fizer, você pode perder muitas horas, porque uma agenda cria certo senso de urgência e permite
que você utilize seu tempo mais eficaz e produtivamente.
Vamos a um exemplo.
Total 720
No nosso exemplo, temos 720 tópicos a serem distribuídos por 4 meses, ou 80 dias, se você
considerar cada mês com 4 semanas e apenas 5 dias de estudo por semana.
Trabalhar com uma estimativa de tempo disponível menor introduz certa folga em seu planejamento,
que será útil para absorver determinados imprevistos, e eles sempre ocorrerão.
Você também pode fazer uma divisão por finais de semana, no caso de ter muitas atividades
durante a semana, por exemplo, quem estuda ou faz estágio junto com o curso.
De volta ao nosso exemplo básico, podemos dividir 720 tópicos por 80 dias, o que nos mostra a
necessidade de estudar 9 tópicos por dia. Isso significa que, se você estudar e preparar 9 tópicos
diariamente, você pode concluir seu preparo facilmente antes do exame final. Lembre-se de que
você não deveria estudar 9 tópicos da mesma disciplina em um dia: é melhor selecionar tópicos
de diferentes matérias para todos os dias. Dessa forma, terá um avanço homogêneo em todas
elas e poderá aproveitar as aulas de maneira mais efetiva, acompanhando as exposições dos
professores.
Você pode aumentar o número de tópicos por dia: depende de você, mas a programação básica
diz que estudar pelo menos 9 tópicos por dia fará com que você complete sua preparação em
tempo hábil.
Após esse cálculo, faça a tabela sugerida inicialmente com as datas em uma coluna e os nomes
dos tópicos associados a cada data em outra coluna. Você também pode criar colunas específicas
por disciplina. A escolha é sua.
Uma alternativa mais simples, porém eficaz, é tratar cada aula programada como uma unidade de
estudo e estabelecer uma proporcionalidade entre o tempo das aulas e o de estudo complementar.
Isso é particularmente mais prático para o estudo na modalidade presencial. Nesse caso, você
pode tentar começar com a programação de meia hora de estudo para cada hora de aula em
sala. Em alguns casos, isso pode ser suficiente. Em outros, como em cursos de pós-graduação,
mestrado e doutorado, a proporcionalidade na prática deve ser maior, em função da carga de
trabalho de pesquisa que é designada aos estudantes.
Mesmo nesse esquema mais simples, um dimensionamento realista do tempo que você tem para
estudar semanalmente é a base de toda a programação que você irá realizar.
Uma dica importante é ir usando um marcador para assinalar os tópicos já estudados. Isso lhe
proporcionará uma sensação de avanço e criará uma pressão sobre você mesmo, caso se atrase
na execução da programação.
11
Gestão do Tempo
Fazer uma agenda em que você tem tempo para cada assunto de seu curso, bem como para
descanso e outras atividades diárias, é uma iniciativa que deve ser tomada desde cedo em
nossas vidas. É necessário certo grau de disciplina pessoal e muita atenção sobre nossos próprios
hábitos, necessidades e, também, vícios de comportamento.
O período do dia em que você está mais ativo e alerta (isso varia de pessoa para pessoa) deve
ser preservado para as atividades que exijam maior concentração. Quando você faz seu horário,
colá-lo na parede em frente à sua mesa de estudo permite que você possa vê-lo sempre e não
tenha maiores desculpas para não segui-lo. Isso é mais importante do que fazer a agenda, pois
fazê-la sem a pretensão de segui-la é perda de tempo.
Tente seguir sua agenda. No início pode ser um pouco difícil, mas se você segui-la por uma
semana, então vai gostar de segui-la para sempre. Existe uma ideia acerca da formação de
hábitos que diz que, se você se obrigar a seguir um hábito por 21 dias, ele ficará definitivamente
incorporado à sua rotina. Sites na internet se dedicam a isso, nos quais você pode cadastrar
desafios para si mesmo e uma mensagem diária lhe será enviada, após o cadastro, lembrando-
lhe do compromisso. Um exemplo é o <http://www.21habit.com>.
Mas, voltando à agenda pessoal, calcule o tempo que você tem além de seu horário na escola ou
faculdade e de seu período de sono. Suponha que você venha para casa, de volta da faculdade,
às 14h. Suponha, ainda, que você durma no período da 0h às 6h. Isso significa que de 14h
(quando você volta da faculdade) até 0h (quando você dorme) é o tempo que você tem disponível.
Das 14h à 0h, há 10 horas. Nessas 10 horas, você tem que estudar e ainda realizar outras
atividades de rotina como trabalhar, estagiar, se alimentar, tomar banho e arrumar a bagunça de
seu quarto. Atribua tempo para cada assunto e outras atividades (obrigatórias ou convenientes,
como o avesso à internet e a ida à academia de ginástica) nessas 10 horas. Você pode alocar as
últimas horas para atividades fáceis e que demandem menor concentração, porque você pode
estar exausto e se sentir sonolento nesse horário.
Vamos a um exemplo de agenda simples, partindo-se da ideia de que você estuda pela manhã,
até as 11h30:
13h00-16h00 Estudo
16H10-17h15 Exercício
Estudo Deslocamento
18h30-19h00
para casa
20h00-22h00 Estudo
Estudo
22h00-0h00 Filmes, Jogos, Internet
O exemplo oferece duas opções: um estudante que não faz estágio e outro que faz. Inúmeras
alternativas podem ser consideradas: curso de línguas, trabalho regular (em vez de estágio),
outros tipos de curso etc. A programação diária ainda pode variar, incluindo a necessidade de
se programar o fim de semana para aqueles que trabalham, complementando o ciclo de estudos
semanal.
Os melhores períodos de estudo variam para diferentes alunos. Alguns gostam de estudar à
noite, outros pela manhã, outros de madrugada. Depende do aluno o período do dia em que
sente que estuda melhor. Então faça a agenda de acordo com seu tempo de estudo.
E, por falar em agenda, o uso de smartphones tem tornado a agenda algo ainda mais presente
e dinâmico em nossas vidas. O Google permite que você monte a agenda na internet, a transfira
para o smartphone e dispare alertas no seu aparelho de telefone, na tela de seu notebook ou
tablet e até mesmo em alguns relógios mais sofisticados. Mas isso é falar o óbvio para uma
geração que nasceu na “Era do Google”!
13
Gestão do Tempo
Ainda sobre o melhor tempo para estudar, este depende das atividades que compõem sua rotina
e dos horários que você pratica: quando você dorme e se levanta, por exemplo. Você pode
ser capaz de estudar a qualquer hora, mas seu rendimento pode variar muito, a depender do
horário. Considere os seguintes pontos para escolher o seu tempo de estudo:
• Tente evitar que outras coisas desnecessárias lhe ocupem esse tempo;
• Estude os assuntos que precisam de mais atenção nesse tempo nobre, quando você está
mais ativo e alerta. Geralmente é o período da manhã, quando acordamos e nossa mente está
relaxada e mais perceptiva;
• Siga uma agenda para utilizar o seu tempo de forma mais produtiva;
• Tente dormir sem interrupções: preserve seu tempo de sono. Afinal, descanso é essencial para
o bom estudo.
7 Compromisso, transtornos e
responsabilidade
A preguiça é uma armadilha! Alguns alunos se furtam ao trabalho devido à sua preguiça, o que
pode acontecer de forma inconsciente. Um estudante diz a si mesmo: “Vou começar meu estudo
a partir de amanhã porque é tarde hoje, ou hoje estou muito cansado”. Mas, amanhã, ele diz
novamente que vai começar a partir do dia seguinte, e assim sucessivamente. Dias são passados
da mesma forma, e o plano não é realizado!
Quando você assume que vai começar algo amanhã, está se aproximando perigosamente da
data final do exame e nem sempre aceita o fato de que desperdiçou o tempo de que dispunha
para estudar. Eis um hábito comum de muitos estudantes: não começam o estudo porque acham
que há muito tempo ainda até a prova e eles podem perder tempo estudando agora e esquecendo
tudo antes de a prova chegar. Argumentações não faltam para não se começar agora.
É comum você perceber na véspera da prova que desperdiçou muito tempo, mas então é tarde.
Sempre há a esperança de que uma boa “virada” pode compensar todo o tempo perdido, e
alguns estudantes até conseguem isso, mas não todas as vezes. Na maioria dos casos, a própria
tensão de momento não deixa que nada se fixe em suas cabeças e o desastre se consuma horas
depois.
E não se trata somente de considerar as provas. Outras atividades, como entrega de trabalhos
e apresentações orais em sala, se submetem aos mesmos riscos de atraso e postergação, até o
momento em que é tarde demais.
Dessa forma, você perde seu tempo, mas não sente ou não assume isso conscientemente.
Repetindo para si mesmo essas frases cômodas, nunca começa seu estudo, consumindo de forma
pouco produtiva seu tempo ao longo de todo o período letivo: no presente e no futuro. Se você
usa mal seu tempo diariamente, seu curso ou suas disciplinas se tornarão um fardo cada vez
maior, que você não será capaz de superar no tempo restante. E no exame você será submetido
ao estresse final, com um resultado compatível com seu empenho.
* Se você não tem tempo para fazer alguma coisa, nunca terá tempo para consertar.
Não se engane! Nunca diga que você vai começar o estudo a partir de amanhã. Você tem de
assumir um novo modelo de comportamento: iniciá-lo agora, pois é o momento certo para o
estudo. Se você não começar isso agora, você não vai começar isso nunca, porque “O amanhã
nunca chega”. Uma frase banal, mas realista.
Não espere a situação ideal. Não diga que você não está de bom humor ou que está quente
ou frio hoje e não pode estudar. Essas são todas as desculpas para fugir do que você sabe
que é preciso cumprir. É você que tem que fazer o ambiente de estudo, se algo não o deixa
estudar. Não fique esperando o ambiente ideal. Se você tem algum transtorno momentâneo ou
um trabalho muito importante, então você pode deixar o estudo, mas se isso se repete sempre,
desconfie, porque pode ser uma forma de criar desculpas para deixar de fazer algo importante,
mas que não é tão prazeroso no momento.
Lenine tem uma música chamada “Do it”, cuja letra alerta sobre o
que é preciso ser encarado e como fazê-lo. Ao longo das estrofes,
você é estimulado a tomar a iniciativa e usar “a sua chance... e
não se submeta”. Ou seja, a não repetir velhos hábitos, inovando
e realizando seus objetivos. Disponível em: <http://www.letras.
com.br/#!lenine/do-it>. Acesso em: 30 jul. 2015.
O tempo é um recurso precioso para o estudante que está em constante movimento. Se você
quiser utilizá-lo a partir de agora, não espere para amanhã, porque isso é perda de tempo: “Use
sua chance”.
Decida que você tem de começar seu estudo de hoje: agora é o momento certo para isso. A
preparação para o exame é um longo processo. Não é uma tarefa de um dia ou dois. Então,
não espere o exame se aproximar. Inicie sua preparação (estudo) a partir de agora e continue
estudando diariamente até o último dia. Ao estudar diariamente, você estimula a memória de
longo prazo. Ao estudar somente na véspera das provas, o conhecimento fica retido em uma
memória de curto prazo: rapidamente se perde no esquecimento, e os tópicos que se encadeiam
ao que você está estudando agora se tornam ainda mais difíceis de serem assimilados quando
15
Gestão do Tempo
A criação de uma agenda tem a ver com o hábito de escrever sobre “iniciar a partir de agora”:
permite que os alunos reconheçam uma atitude comum de muitos estudantes, que lhes faz
empregar o tempo de uma maneira que não sentem que estão o desperdiçando, para que se
tornem cuidadosos e iniciem seu estudo em vez de inventar desculpas.
Quando algum tópico ficar difícil de ser assimilado, dedique-se a outros temas e, então,
novamente inicie o estudo, após um dois ou três dias. Mas não pare de estudar. Essa técnica
ativa partes do nosso cérebro que continuam trabalhando sobre um assunto que nos preocupa,
mesmo quando conscientemente não nos ocupamos dele.
Devido a outras atividades, também pode ocorrer de um estudante não encontrar tempo para o
estudo diário e manter os livros fechados por vários dias.
• completa seu estudo diário cada vez com maior rapidez, e seu trabalho não se torna mais um
fardo para você;
• estimula sua mente de forma constante, e, se você estuda um tópico hoje e estuda o próximo
tópico amanhã, tem retido na memória o tópico anterior, o que ajuda na aprendizagem do
próximo tópico e cria ligações cognitivas que facilitam a criação de uma visão abrangente do
objeto de estudo. Todos os temas, aulas e tópicos de cada disciplina estão em uma sequência de
aprendizagem, em que o tópico anterior ajuda na aprendizagem do próximo. Se você estuda um
capítulo ou tópico ou lição hoje e estuda o outro após três ou quatro dias, poderá ter esquecido
o anterior, por isso será difícil para você aprender o novo tópico e você poderá ter de rever o
tópico anterior; caso contrário, você não entenderá o novo tópico bem.
• Nunca estude mais do que sua resistência em um dia (especialmente no primeiro dia, se
você está recém- começando). Aumente o seu estudo diário aos poucos. Se um aluno estuda
muito (mais do que sua resistência) em um dia, ele se cansa e tem a ilusão de que está tendo
muito rendimento. Então, ele acha que deveria descansar por alguns dias. Não caia nessa
armadilha: tente estudar o máximo possível, mas não mais do que sua resistência permite. Lenta
17
Gestão do Tempo
e gradualmente você irá desenvolver o hábito de estudar mais e mais e a resistência aumentará
naturalmente, mas sem estresse;
• Se você encontrar alguma complicação no estudo ou você acha que é difícil aprender algo,
não desanime: leia a lição de novo e tente aprender. Se ainda houver dificuldade, entre em
contato com seu professor na escola ou faculdade;
• Uma boa tática é abordar cada tópico com três leituras: uma rápida, para saber do que se
trata, mas sem preocupação de maior entendimento. Uma segunda leitura, mais profunda e
detalhada, buscando o entendimento de fato. E uma terceira leitura, para elucidar as dúvidas
que ficaram;
• Faça pausas curtas em tópicos longos. Com isso, você não vai perder o interesse em seu
estudo. Então, retome o estudo em seguida. Isso lhe mantém em um nível de estresse e de
desgaste mais administrável;
• Leve seu estudo a sério. Diga a si mesmo que você tem que se preparar para o exame, e isso
só é possível se você estudar com perseverança. Evite as atividades inúteis que desperdiçam
muito do seu tempo: Facebook, SMS, buscas frequentes na caixa de entrada de e-mails etc. Há
sempre aqueles que conseguem fazer tudo isso ao mesmo tempo, mas o desgaste de energia é
grande, e esse ritmo em pouco tempo não poderá mais ser mantido. É uma questão de escolha:
você quer ser maratonista ou um corredor de 100 metros? Não é difícil perceber que o primeiro
sempre vai mais longe.
• Modelo por prioridade: faça primeiro aquilo que mais provavelmente lhe dará o maior
retorno pelo tempo investido;
• Modelo por “hora do dia”: aloque as partes do dia segundo a sua percepção de melhor
rendimento. Por exemplo: faça seus contatos com amigos e use as redes sociais no horário em
que seus amigos estão on-line (não o dia todo), e deixe os estudos para outro período;
• Modelo do ritual: dedique cada parte da sua agenda semanal a alguma tarefa definida a
ser repetida sempre nesse mesmo período. Por exemplo, reserve sempre que possível o mesmo
horário diário para os estudos: às sextas-feiras, faça arrumação do quarto; às quintas, dedique-
se a um projeto específico (um TCC, por exemplo); às quartas, procure ampliar seu networking,
em busca de oportunidades de estágio ou de trabalho; às terças e quintas, faça ginástica; e às
segundas, reveja o planejamento geral. Nos finais de semana, descanse, se for compatível com
o seu curso;
• Modelo “checklist”: prepare listas de verificação toda semana. Enumere as coisas que queira
fazer durante a semana e, quando começar o dia (dependendo de onde estiver), dê uma olhada
na lista e decida o que vai realizar naquele dia.
DICA: Não caia na armadilha de fazer o que é mais fácil, conveniente, ou o que você mais
gosta. Faça o que precisa ser feito! E se você não gosta de fazer alguma coisa, ache um jeito
de fazê-la de outra forma. Por exemplo, peça ajuda a alguém (inclusive a família), terceirize,
automatize, mas faça!
19
Síntese
Gestão do Tempo
Síntese
Neste Capítulo:
• discorremos sobre o que é o tempo e sua relação com a modernidade, evidenciando uma certa
evolução de sua percepção ao longo da nossa história;
COARACY, J. Princípio de Pareto. Pensamentos Lucena, 30 jan. 2014. Disponível em: <http://
pensamentoslucena.blogs.sapo.pt/principio-de-pareto-1251914>. Acesso em: 31 jul. 2015.
GIAMBIAGI, F. Depois dos Jogos: pensando o Rio para o Pós 2016. Rio de Janeiro: Elsevier,
2015.
MATSUKI, E. Pesquisa mostra como os adolescentes usam internet no Brasil. Portal EBC, 2 out.
2012. Disponível em: <http://www.ebc.com.br/tecnologia/2012/10/pesquisa-tic-kids-online-
brasil>. Acesso em: 28 jul. 2015.
WEB-TECH. Comment les jeunes vivent-ils et apprennent-ils avec les nouveaux médias? Le Monde,
Internet Actu, 21 nov. 2011. Disponível em: <http://internetactu.blog.lemonde.fr/2011/11/21/
comment-les-jeunes-vivent-ils-et-apprennent-ils-avec-les-nouveaux-medias/>. Acesso em: 28
jul. 2015.
21