Rio de Janeiro
Setembro/2004
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Rio de Janeiro
Setembro/2004
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AGRADECIMENTOS
DEDICATÓRIA
Vitor da Fonseca
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RESUMO
Palavras-chave:
• Educação;
• Lúdico;
• Brincadeiras;
• Atividades Lúdicas;
• Infância;
• Psicomotricidade.
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METODOLOGIA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I 19
O PAPEL DA PRÉ-ESCOLA 20
CAPÍTULO II 26
CAPÍTULO III 32
PSICOMOTRICIDADE 33
CONCLUSÃO 52
BIBLIOGRAFIA 54
INTRODUÇÃO
9
Por esse motivo o trabalho com jogos tornou-se fundamental na medida que
sua estrutura e dinâmica estão presentes em todos os períodos do desenvolvimento e
socialização do ser humano enquanto cidadão. Jogar representa momentos de
elaboração de hipóteses, construção de diferentes pontos de vista, socialização,
possibilidade de exploração e apropriação do espaço e tempo.
Por esse motivo essa pesquisa tem como objetivo geral analisar, identificar e
caracterizar a importância de se utilizar recursos lúdicos, no processo de
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expectativa de vida baixa. Ora, o não avanço nas técnicas medicinais aliados a falta
de higiene foram os principais responsáveis pelo alto índice de mortalidade infantil.
As crianças da sociedade medieval, quando conseguiam vencer a “barreira da
morte”, eram vistas como “adultos em miniatura”. Áries (1981), em suas pesquisas,
conseguiu captar esta visão infantil, a partir das obras artísticas da época.
(...) Uma miniatura otoniana do século XI, nos dá uma idéia impressionante
de deformação que o artista impunha então aos corpos das crianças, num sentido que
nos parece muito distante de nosso sentimento e de nossa visão. O tema e a cena do
Evangelho em que Jesus pede que se deixe vir a ele as criancinhas, sendo o texto
latino claro Parvulli. Ora, o miniaturista agrupou em torno de Jesus oito verdadeiros
homens, sem nenhuma característica de infância: eles foram simplesmente reduzidos
numa escala menor. Apenas seu tamanho os distingue dos adultos. Muna miniatura
francesa do século XI, as três crianças que São Nicolau ressuscita estão representadas
numa escala mais reduzida que os adultos, sem nenhuma diferença de expressão ou
traços. (Áries, 1981. P. 50).
Cabe aqui destacar que as crianças desta época, quando conseguiam viver
sem auxílio de amas ou mães, eram introduzidas no mundo dos adultos. Essa
passagem rápida do mundo infantil para o mundo adulto, restringia e negava as
necessidades infantis de uma convivência mais prolongada com os brinquedos,
brincadeiras e com as crianças da mesma faixa etária como um bloco homogêneo,
com dimensões e funções sociais pré determinadas.
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O novo sentimento de infância, que estava surgindo fez com que a criança
fosse vista por outro ângulo. A forma de agir espontânea e sua gentileza davam um
enfoque nas relações sociais. A partir destas mudanças surge o primeiro sentimento
de infância dominado pelo paparico. Este primeiro sentimento de infância fez com
que as crianças da idade média ficassem mais próximas de suas famílias. Enfim o
reconhecimento da natureza infantil intensificou a interação criança-criança, ao
mesmo tempo os brinquedos e as brincadeiras começaram a ter um caráter infantil.
experiência sócio-histórica criada pelo seu meio social. Este contato vai possibilitar
desenvolver sua imaginação, elaborar regras, organizar, categorizar e trocar
experiência com o outro. Segundo Wajskop (1995), para Vygotsky;
CAPÍTULO I
O PAPEL DA PRÉ-ESCOLA
O PAPEL DA PRÉ-ESCOLA
20
Esta não existe por si, é uma ação contínua entre as pessoas que cooperam,
comunicam-se e comungam de um mesmo saber. Realizando uma pequena
retrospectiva da história da educação no Brasil chegamos a uma impressionante
revelação. Segundo Kramer (1998) no contexto brasileiro a educação passou a ser
encarada como dever do estado e direito de todos os cidadãos à cinquenta anos, isso
em se falando da educação elementar. Em se falando da história do atendimento às
crianças de 0 a 6 anos até muito recente esse atendimento era visto como tendo
caráter assistencial e médico. Só a partir da década de 70 que a educação das crianças
nessa faixa etária é reconhecida e as políticas governamentais ampliam o
atendimento. No entanto por ainda não estar assegurada pela legislação houve a
dificuldade de expansão com qualidade.
A LDB se refere ainda a forma de avaliaçào que deve ser feita na educação
infantil em seu artigo 31 estabelece que na educação infantil a avaliação far-se-á
mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem objetivo de
promoção mesmo para acesso ao ensino fundamental”.
Uma terceira tendência mais recente é aquela chamada de crítica onde a pré-
escola é o lugar de trabalho, a criança e o professor são cidadãos, sujeitos ativos,
cooperativos e responsáveis. O teórico desta tendência é Celestin Freinet (1896-
1966) e tem por objetivo básico desenvolver uma escola popular. O movimento
pedagógico por ele fundado caraterizava-se por sua dimensão social, demonstrada
através da defesa de uma escola centrada na criança, vista como indivíduo isolado,
mas fazendo parte de uma comunidade a que ela serve e que a serve, e que possui
direitos e deveres, dentre os quais o direito ao erro. Freinet foi um dos pedagogos que
mais contribui, por esta preocupado com a construção de uma escola ativa, dinâmica
e contextualizada do ponto de vista social e cultura. Atualmente e após grandes
contribuições de muitos teóricos fica uma pergunta no ar. Como fica delimitada a
proposta pedagógica dos tempos atuais, após a regulamentação da Educação Infantil?
outra que nasceu e vive no centro urbano, ambas terão grandes aprendizagens, mas
cada uma de acordo com o seu meio social.
“Cada idade não está em função da outra idade. Cada idade em,
em si mesma, a identidade própria , que exige uma educação
própria, uma realização própria enquanto idade e não enquanto
preparo para outra idade (...).
cada fase da idade tem sua identidade própria, suas finalidades
próprias, têm que ser vivida na totalidade dela mesma e não
submetida a futuras vivências que muitas vezes não chegam. Em
nome de um dia chegar a ser um grande homem, um adulto
perfeito formado, , sacrificamos a infância, a adolescência, à
juventude. Hoje não é esta a visão. A visão e que a totalidade da
vivência tem de estar em cada fase de nossa construção enquanto
seres humanos”. (Barreto et all, 1994. P.90.)
Ter uma visão das crianças como seres sociais, indivíduos que vivem em
sociedade, cidadãs e cidadãos. Possuindo diferentes características, não só em termos
de história de vida ou de região geográfica, mas também de classe social, etnia e
sexo. Devemos reconhecer as crianças como seres sociais e levarmos em conta as
diferenças e os conflitos que possam surgir a partir delas. Levando-se em conta
todos os aspectos acima citados, percebemos que a educação infantil vem trazer
grandes ganhos para as crianças de 0 a 6 anos, pois elas terão espaço definido e
garantido por lei onde poderão obter conhecimentos e aprendizagens como a
construção da autonomia e da cooperação, o enfrentamento e a solução dos
problemas, a responsabilidade, a criatividade, a formação do auto conceito estável e
positivo, a comunicação e a expressão em todas as formas, particularmente ao nível
da linguagem. Os professores devem ter em mente que a melhor forma de educação
pode ser levando a criança há um desenvolvimento pleno e a aquisição de
conhecimentos simultaneamente, se o caminho seguido for no sentido da construção
da autonomia, a cooperação e a atuação crítica e criativa.
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CAPÍTULO II
que a falsa alegria proporcionada nas pessoas em geral. O que poderá causar nas
crianças?
Absorvida pelo brinquedo a criança não joga mais, não explora mais, não
cria mais nem representa concretamente seu pensamento, valores, mas torna-se
objeto do verdadeiro objeto. É fundamental compreender que o conteúdo do
brinquedo não determina a brincadeira da criança. Ao contrário, o ato de brincar
(jogar, participar) é que revela o conteúdo do brinquedo. A criança, ao puxar alguma
coisa, torna-se cavalo; ao brincar com areia, torna-se padeiro; ao se esconder, torna-
se guarda. Nada é mais adequado à criança do que o manuseio de materiais como:
pedras, bolinhas, papéis, madeira, pois ela estará construindo seu pensamento e
raciocínio lógico através de materiais que fazem parte da sua vida.
aos poucos, em práticas esportivas, pois passam a compreender finalidades por meio
de esforços conjuntos.
CAPÍTULO III
PSICOMOTRICIDADE
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PSICOMOTRICIDADE
Conceitos:
A função psicomotora, no entanto, não pode ser estudada senão como uma
unidade onde se integram a incitação, a preparação, a organização temporal, a
memória, a motivação, a atenção, etc.
O meio ambiente terá de ser favorável para que a criança tenha uma
maturação normal fazendo com que sua inteligência seja desenvolvida.
É muito importante saber que a escola irá recebe-la para implantar e reforçar
a sabedoria, mas que o bom desempenho da criança dependerá como ela foi
preparada anteriormente no meio familiar.
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• Equilíbrio:
- Quando a criança consegue manter-se em bom equilíbrio estático e dinâmico,
conseguindo manter-se normalmente sobre um pé durante algum tempo.
Trepa, pula, salta e sofre bem poucas quedas. Pode acontecer da criança ter
enorme deficiência postural de equilíbrio estático e dinâmico. Não
conseguindo manter-se sobre um pé só, pular, saltar e sofrer várias quedas
contínuas.
• Lateralidade:
Dominância Lateral:
Uma criança cuja lateralidade não está bem definida encontra problemas de
ordem espacial, não percebe diferença entre a esquerda e a direita, é incapaz de
seguir a direção gráfica (leitura começando pela esquerda). Igualmente não consegue
reconhecer a ordem em um quadro. Como nessas condições poderia colocar
corretamente um título ou a data em seu caderno?
Ex.: A criança percebe que seus membros não reagem da mesma forma. “Pode pular
em um só pé, com o pé esquerdo mas não com o direito”.
• Esquema Corporal:
Interesses voltados para o mundo exterior (atividade exploratória). Não que haja
uma construção do mundo externo. Parte da atividade de exploração do mundo
externo para formar o mundo inteiro.
Função do ajustamento (adaptação ao mundo exterior);
Internacionalidade práxica;
Exploração do corpo – ligadas a experiências afetivo-emocionais;
Corpo entra como objeto global na relação;
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• Imagem Corporal
• Noção Espaço-Temporal:
Para que tais objetivos sejam atingidos será necessário que os exercícios
psicomotores não se restrinjam à estimulação e desenvolvimento de funções
fisiológicas, mas devem proporcionar ao aluno as possibilidades de exploração do
seu próprio corpo e do mundo.
Conceito
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Objetivo
Formas de atuação
Elementos intermediadores
Processos.
Esquema Corporal
1.1 – Percepção global do corpo, de sua unidade, de sua posição no espaço;
1.2 – Primeiras relações espaciais que só deverão ser apresentadas após a criança
ter assimilado os dados anteriores:
- “ inventário” do corpo;
- intervenção do eixo corporal.
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Relaxação
2.1 – Relaxação generalizada;
2.2 – Relaxação segmentar.
Coordenação Geral
3.1 – Coordenação estática
3.2 – Coordenação dinâmica global e manual.
Equilíbrio
4.1 – Educação das sensações (dos pés);
4.2 – Treinamento do equilíbrio simples, na vertical;
4.3 – Adaptação à altura;
4.4 – Treinamento do equilíbrio, mais complexo na vertical;
4.5 – Equilíbrio estático;
4.6 – Educação na posição sentada.
Ritmo
• Associando, intrinsicamente, os elementos estudados à atividade do próprio
corpo.
• Multiplicando as sensações cinestésicas, visuais, auditivas, etc.
• Da mesma forma que nos primeiros estágios de desenvolvimento, o tempo
confunde-se com a ordem espacial, pode-se transpor o espaço nas diferentes
noções.
• Finalmente para reforçar mais ainda a impregnação das diferentes sensações ou
associações para visualizá-las e memorizá-las convém associar, intimamente a
transição gráfica que é meio pedagógico essencial ao ecercício que se trata.
Relações têmporo-espaciais:
6.1 – Orientação e estruturação temporal;
6.2 – Orientação e estruturação espacial.
Relações intelectuais
7.1 – Requisitos para todo exercício mental profundo.
• Atenção
• Interesse
7.2 – A educação das faculdades sensoriais
• Sensação
• Percepção
O desenvolvimento na percepção visual
• Posição no espaço
• Relações espaciais
• Coordenação isomotora
• Constância da percepção
• Figura fundo
7.3 – As faculdades representativas
• Imaginação
• Memória
7.4 – A educação do entendimento
• Entendimento
• Juízo
• Raciocínio
7.5 – desenvolvimento global das funções intelectuais
Musculatura orofacial
8.1 – de lábios;
8.2 – de língua;
8.3 – de bochechas;
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8.4 – de mandíbula;
8.5 – do véu do paladar
Linguagem
• Comparação;
• Análise;
• Síntese;
• Generalização;
• Abstração.
9.1 – Linguagem oral
• Ao enriquecimento de experiências, pois é importante que a criança entre em
contato com a natureza, ouça relatos passeios, excursione, procure
informações sobre assuntos de seu unteresse.
• Ao desenolvimento da fala, uma vez que depois de introjetadas as
experiências, é necessário externá-las, sendo a linguagem oral um dos
melhores veículos.
9.2 – Linguagem escrita
• A ideação e produtividade, no início, conversa sobre experiências, idéias e
sentimentos, depois, estas expressões audio-verbais são transportadas para a
escrita. Apesar de que o objetivo principal é capacitar o indivíduo a converter
pensamentos em linguagem escrita, é essencial seguir a seguinte progressão
“experiência”, “linguagem auditiva”, “linguagem escrita”.
À medida que a criança se desenvolve, quanto mais o meio permitir, ela vai
ampliando suas percepções e controlando seu corpo através da interiorização das
sensações. Com isso ela vai conhecendo seu corpo e ampliando suas possibilidades
de ação. O corpo é portanto “o ponto de referência que o ser humano possui para
conhecer e interagir com o mundo”. Ele servirá de base para o desenvolvimento
cognitivo, para aquisição de conceitos referentes ao espaço e o tempo, para um maior
domínio de seus gestos e harmonia de movimentos.
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A – Até à 4ª semana:
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VISÃO: permanece com a vista imóvel durante longos períodos. Seu campo
visual é limitado pela reação tônico-cervical. É capaz de acompanhar um estímulo
colocado em seu campo visual comum movimento combinado de olhos e cabeça. A
apreensão ocular precede a preensão manual
B – Até 16 semanas:
C. Até 28 semanas:
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D – Até 40 semanas:
E – Com 1 ano:
F – Com 18 meses:
G – Com 2 anos:
H – Com 3 anos:
Maior domínio da direção vertical, mas ainda grande inabilidade nos planos
oblíquos. Pode dobrar um papel ao largo e ao comprido, mas não o faz na diagonal,
mesmo com molde.
Sobe escadas alternando os pés, salta do último degrau com os dois pés de
uma altura de 30cm. Pedala velocipede.
I – Com 4 anos
CONCLUSÃO
foram substituídas por jogos e filmes de violência. As cantigas de roda surgem como
lembranças do passado. As brincadeiras de chicotinho queimado, de carrinhos de
rolimã e de queimados estão em via de extinção. Por outro lado, no campo
educacional houve grandes avanços que não se pode negar. O processo ensino
aprendizagem, antes todo calcado nos exercícios repetitivos e memorização do
conhecimento, hoje tem novos aliados: as atividades lúdicas. A grande meta é educar
com prazer. Nas últimas décadas foram muitos teóricos dedicados a fornecer
pressupostos teóricos para a prática do brincar no contexto escolar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Paulo Nunes. Educação Lúdica. 9 ed. Rio de Janeiro, Loyola, 1992.
ARIES, Philippe. História social da criança e da família. 2 ed. São Paulo, Guanabara
– Koogan, 1981.
KRAMER, Sonia. Coma pré-escola nas mãos. 9 ed Rio de Janeiro, Ática, 1992.
NOVA ESCOLA. Para professores do primeiro grau. Ano IX, número 79, outubro
1994.