Você está na página 1de 7

ARTIGO E SPECIAL

S PEClAL ARTICLE

Diagnóstico e Tratamento das Lombalgias e Lombociatalgiasc*)


Brazil AV, Ximenes Ae, Radu AS, Femades AR, Appel e, Maçaneiro eH, Ribeiro eH, Gomes e, Meirelles
ES, Puertas EB, Landin E, Egypto EJP, Appel F, Dantas FLR, Façanha FO FAM, Furtado GE, eameiro FO GS,
eecin HA, Defino HL, earrete Jr. H, N atour J, Marques Neto JF, Amaral FOJe, Provenza JR, Vasconcelos JTS,
Amaral LLF, Vialle LRG, M asini M , Taricco MA, Brotto MWI, Daniel MM, Sposito M, Morais OJS, Botelho
RV, Xavier RM, Radominski se, Daher S, Lianza S, Amaral SR, Antonio SF, Barros FO TE,
Viana U, Vieira VP, Ferreira WHR, Stump XMG

DESCRIÇÃ O DO MÉTODO DE COLETA DE senso , com algumas adequações , foi elaborada em trabalh o
EVIDÊNCIAS
colaborativo entre o editor m édico e a com..issão técnica do
projeto diretrizes AMB / CFM .
R eunião consensual e multidisciplinar para elaboração do texto
com inclusão das citações bibliográficas, numa colaboração das
GRAU DE RECOMENDA Ç ÃO E FORÇA DE
especialidades de reumatologia, ortopedia e traumatologia,
EVIDÊNCI A
neurocirurgia, radiologia, m edicina física e reabilitação e pato-
logia da coluna vertebral. A partir de um texto básico referencial A: Grandes ensaios clínicos aleato rizados e m eta-análises.
elaborado pelo editor médico, os participantes, divididos em B: Estudos clínicos e observacionais bem desenhados.
cinco grupos de trabalho, geraram , por acréscimos e subtrações C: Relatos e séries de casos clínicos.
ao texto básico, recomendações aprovadas, posteriormente, em O: Publicações baseadas em consensos o u opiniões de
plenária, que permitiram a edição de um texto preliminar. O especialistas.
documento do co nsenso fo i veic ul ado pela Internet, para
consulta pública, tendo recebido várias sugestões e com entários OBJETIVOS
de especialistas no assunto . As propostas fo ram devidamente
Oferecer informações sobre o diagnós tico e tratamento das
avaliadas por uma comissão julgadora e revisora, qu e selecio-
lombalgias e lombociatalgias.
nou as que foram in corporadas ao texto preliminar. O editor
médico, a partir da ve rsão revisada, chegou ao texto fin al
PROCEDIMENTOS
pu blica do, qu e rece be u da Biblioteca N ac iona l o ISBN
nO85-90 1548-1-5. Uma versão resumida do referido con- Diagnósticos e terapêuticos para as lombalgias e lombociatalgias .

INTRODUÇÃO e ntanto, quando do ate ndime nto priman o por m édicos


n ão-esp ecialistas, p ara ap e n as 15% d as lombalgias e lombo-
A dor lomb ar con stitui uma cau sa freqüente d e morbidad e ciatalgias, se en contra uma ca usa esp ecífica(J)(D).
e incapacidade, sendo sobrepujada ap en as pela cefaléia na A s dificuldad es do estudo e da abordagem das lombalgias
escala dos distúrbios dolorosos que afetam o home m . No e 10l11.bociatalgias d e corre m d e vários fa tores, d entre os

* Tra balho real iza do sob a coordenado ria e edição méd ica de Ceci n HA. por representan tes das segu in tes sociedades médicas: Sociedade Brasilei ra de Reuma-
tologia. Sociedade Brasileira de Ortopedia e Trauma to logia. Sociedade Brasi lei ra de Neurocirurgia. Colégio Brasileiro de Radiologia. Sociedade Brasileira de
Medicina Física e Rea bil itação . Elaboração final: 6 de junho de 2001
O Projeto Diretrizes. iniciativa conjunta da Assoc iação Médica Brasi leira e Conselho Federal de Medicina. tem por objetivo concil iar in fo rmações da área médica
a fim de padroniza r condu tas que auxi liem o raciocínio e a to mada de decisão do médico. As info rmações contidas neste pro jeto devem ser submetidas à
avaliação e à crítica do médico. responsável pela conduta a ser seguida. frente à realidade e ao estado cl ínico de cada paciente a ser seguida. frente à realidade
e ao estado clínico de cada pacien te.

Endereço para corres pondência: Secretaria editoria l. Av. Brigade iro Lui z An tonio. 2.4 66. co nj. 93. CEP 01402-000. São Paulo. SP. Brasi l. E-mail : sbre@ terra.com .br

Rev Bras Reumatol . v. 44. n. 6. p. 41 9-2 5. nov,fdez .. 2004 419


Brazil et aI.

qu ais, pod em ser m encionados a inexistên cia de um a DIAGNÓSTICO CLÍNICO


fidedigna co rrela çã o entre os ach ados clíni cos e os de
imagem (2l(B); ser o segm ento lombar in ervado por uma OS ELEMENTOS DA ANAMNESE E SUA FISIOPATOLOGIA
NORTEIAM O RACiocíNIO DIAGNÓSTICO QUANTO À:
difusa e entrelaçada rede de nervos, tornando diflcil deter-
Intensidade, horário de aparecimento e o utras características
minar com precisão o local de o rigem da dor, exceto nos
da dor.
acom etimentos radí culo-medulares ; pelo fa to das co n-
o N a lo mbalgia m ecânica comu m (a forma m ais preva-
traturas musculares, freqü entes e dolorosas, não se acom-
lente), na m aioria dos casos, se limita à região lombar e
panharem de lesão histológica dem onstrável; e, por serem
nádegas. R aramente se irradia para as coxas. Pode aparecer
raramente cirúrgicas, há escassas e inadequ adas informações subitam ente pela manhã e aprese ntar-se acompanhada de
quanto aos achados anatômicos e histológicos das estruturas escoliose antálgica. O episódio doloroso tem duração média
possivelmente comprometidas, o qu e torna diflcil a inter- de três a qu atro dias. Após esse tempo, o paciente volta à
pretação do fenô meno doloroso. completa no rmalidade, com ou sem tratamento.
T ais fa tos faze m da caracterização etiológica da síndrom e o N a hérnia de disco, quando se realiza um esforço de

dolorosa lombar um processo emin entemente clínico , onde fl exão durante o dia, o m aterial nuclear é imp elido para
os exam es complem entares devem ser solicitados apenas trás, em sentido antero-posterior, através das fibras do anel
para confirmação da hipótese diagnóstica . fibroso, m as por ele ainda é contido. N este mo mento po de
D o ponto de vista evolutivo, as lombalgias, lombocia- ainda não aparecer dor. N o entanto, durante a noite, em
talgias e ciáticas podem ser caracterizadas como agudas ou razão de uma m aior embebição aqu osa do núcleo e conse-
lumbagos, subagudas e crônicas(3l(D) . qü ente elevação da pressão intradiscal, as fibras do anel se
As dores lombares podem ser primárias ou secundárias, rompem , dando então início, durante as primeiras horas
do dia, à sintomatologia de quadro doloroso agudo, intenso,
com ou sem envolvimento neurológico(4l(D). Por outro lado,
com irradiação da dor para um o u o utro membro inferi or
afecções localizadas neste segmento, em estruturas adjacentes
e com m anobras semió ticas positivas de compressão radi-
ou m esm o à distância, de natureza a m ais diversa, como
cular. A dor se exacerba com os esfo rços(! 3l(C).
congênitas, neoplásicas, inflam ató rias, infecciosas, m etabó-
o No osteoma osteóide, a dor é desencadeada pela libe-
licas, traumáticas, degenerativas e fun cio nais, podem pro- ração de prostaglandinas pelas células tumorais durante a
vocar dor lombar. madrugada. Os pacientes se qu eixa m de do r n este período,
A lombalgia idiopáti ca, antigamente assim chamada, pois ou no com eço do dia(!4 l (D) .
não se achava um substrato para sua causa, e qu e hoj e é o N o estreitamento do canal raquidiano artrósico, a dor

denominada de lombalgia mecânica comum, ou lombalgia lombar, às vezes, é noturna; outras vezes , à ela se associa
in específi ca, é a fo rma anatom oclínica inicial de apresen- ciatalgia uni o u bilateral intensa, que m elhora ao sentar-se.
tação e a m ais prevalente das causas de natureza m ecânico- Pode ser acompanhada de dor na panturrilha e de claudi-
degenerativa. cação neurogênica intermitente. O processo doloroso piora
Inúmeras circunstân cias co ntribu em para o dese n ca- ao caminhar, principalmente ladeira abaixo, e melho ra
dea mento e cro nificação das síndro m es do lo rosas lo m- ladeira acima, o qu e a dife rencia da claudicação vascular,
bares (algumas sem uma nítid a co mprovaçã o de relação qu e pio ra ladeira acima. O sinal de Lasegue é negativo,
enqu anto na hérnia discai po de ser positivo. A manobra
ca usal) tais como : psicossociais, insatisfaç ão laboral(5 l(B) ,
de R o mberg é positiva. A extensão da coluna lombar,
o besidade(6l(B) , hábito de fum ar(7l(B) , grau de escolari-
durante 30 segundos, desencadeia a do r(! 5l (B).
dade , realização de trabalhos pesados(8l(B) , se dentarism o,
o N as espo ndiloartropatias soronegativas, que são doenças
síndro m es depressivas (9 l(B) , litígios trabalhistas (!°l( B) , fa-
reumáticas inflam ató rias, é ca rac terística a exace rbação
to res gen éticos e antro pol ógicos, hábitos posturais, alte- m atinal dos sintomas; aqui , a fisiopatogenia da dor é influ en-
rações climáti cas, m odificações de pressã o atmosféri ca e cia da pelo ritmo circadiano da secreção do cortisol e pelo
temp eratura(ll l(B) . sistema nervoso autô nom o (!6l(D). A sacro-iliíte bilateral, às
Condições emo cionais po dem levar à dor lombar o u vezes unilateral, consolida o diagnóstico . N a espondilite
agrava r as qu eixas resultantes de outras causas orgânicas anquilosante, a dor po de ter uma característica especial:
preexistentes(! 2l(B) . uma pseudociatalgia alternante. N esta doença, um conjunto
420 Rev Bra s Reumatol. v. 44 , n . 6, p . 419-25 , nov./dez., 2004
Diagnóst ico e Tratame nto das Lom balgias e Lo mboci ata lgias

de cinco informações , prestadas p elo paciente, que inclui posterio r, piorando a dor na hérnia de disco. Há m elhora
lombalgia de ca ráter insidioso, antes dos quarenta anos de ao deitar, posição onde a pressão intradiscal vai qu ase a
idade, com duração maior do que três m eses, acompanhada zero . N o estreitamento artrósico do canal raquidiano a dor
de rigidez m atinal e melhora com a atividade 6sica, apre- piora com a extensão<2°) (B).
senta sensibilidade de 95% e especifi cidade de 85% para a • M anobra de Valsalva
sua identificação(J7) (0). N a compressão radicular a manobra provoca exacerbação
da do r o u irradiação dela até o pé, que não aco ntecia
RELA ÇÃO E X ISTENTE ENTRE A DOR E A ATIVIDADE antes(21) (0) .
CORPORAL OU REPOUSO • M anobra de Lasegue
Dor com o m ovimento corporal ao longo do dia, o u desen- É geralmente considerada positiva quando a dor se irradia,
cadeada por longos períodos de permanência em pé, po de o u se exarceba, no traj eto do dermátom o de L4- LS' o u
ser devido à alterações m ecânicas ou degen era tivas. Ls- S I' quando a elevação do membro inferior faz um ângulo
de 35° a 70° com o plano ho rizontal. Sua positividade a
ASSOCIAÇÃ O DA DOR COM QUEIX AS SISTÊ MICA S 60° comprova compressão radicular(22)(O) .
Qu and o h o uve r co mprom etime nto sistêmico, a d o r • M anobra de R omberg
lombar, geralmente, tem. um começo gradual e progressivo, É considerada anormal, se o m ovimento compensatório
distribuição simétrica ou alternante, sem relação com o do corpo for necessário para m anter os pés fixos no mesmo
movimento e sem melhora co m o repo uso, e pode ser lu ga r. Este sin al cos tuma ser positi vo na esten ose do
acompanhada de rigidez m atinal de duração superior a trinta canal(lS)(B).
minutos(J8) (0) . • Sinal das po ntas
N ão se co nsegue andar com um dos calcanhares: com-
TIPO DE IRRADIA Ç Ã O DA DOR : DISTRIBUi ÇÃ O pressão da raiz Ls.
DERMATOMÉRICA OU N Ã O N ão se consegue andar com uma das pontas dos pés:
Quando a dor se irradia para a face anterior da coxa, não compressão da raiz SI(23)(0).
ultrap assando o j o elho , deve-se p en sa r em n e uralgia • Sinal do arco de corda
crural(J 9) (0) . Levanta-se a perna do paciente, com o na manobra de
Lasegu e, até que a dor apareça; nesse m omento, faz-se uma
DOR DE OR I GEM R A QUI DIANA OU E X TRA -RAQUIDIANA fl exão do j oel ho. Havendo redução e/ o u desaparecimento
A dor de origem extra-raquidiana não tem relação com os da do r, o sinal é considerado positivo para o diagnóstico
movimentos da coluna, aparecendo n'lesm o com o repouso. de hérnia discal(24)(0).
N esta situação, devem ser lembradas a calculose ren al, • Sinais não- o rgânicos de lombalgias psicossomáticas
endom etriose, aneurism a de aorta abdo minal, processos Há simulação de dor lombar ao se fazer compressão axial
expansivos abdominais, retroperito niais e outros. no topo do crânio o u faze ndo rotação da p elve e ombros,
evitando movimentar a coluna, e discrepâncias no sinal
DOR PSICOSSOMÁTICA de Lasegue, quan do pesquisado sentado o u deitado <2S) (D).
Pode ser detectada em pacientes que apresentem sensi- • Sinais de alerta
bilidade dolorosa superficial o u de distribui ção não-ana- Sinais o u sintomas apresentados pelo paciente que possam
tômica, com qu eixa de dor vaga, im precisa, um dia num ser devidos a o utras enfe rmidades sistêmicas qu e não à
lugar, outro dia em outro , com irradiação bizarra para peito, lombalgia agu da mecânica(26) (D).
co luna d o rsa l , abd o m e n e dram ati zação d o qu adro 1. D e tumor ou Infecção:
clínico(J2) (B) . idade acima de 50 o u abaixo de 20;
história de câncer;
OS ELEMENTOS DO E X AME F í SICO E A SUA sintomas co mo fe bre, calafrios, perda de peso, sem
FISIOPATOLOGIA , FUNDAMENTA IS PARA O o utra explicação convincente;
R A Ciocí NIO DIAGNÓ STICO, s à o : Infecção bacteriana recente, dep endentes químicos,
• Flexão e extensão da coluna lombar imunossu primidos;
O aumento da pressão intradiscal durante a fl exão da dor com piora no turna;
coluna lombar impele o disco para trás, no sentido ântero- do r com piora em decúbito do rsal.
Rev Bra s Reumatol. v. 44, n. 6. p. 4 19- 25. nov./dez., 2004 421
Brazi l et aI.

2. D e fratura: TRATAMENTO CONSERVADOR


trauma l11aior;
trauma m enor em idosos o u osteopo róticos. REPOUSO
3. D e síndro m e de cauda eqüina: O rep o u so é efi caz tanto nas lom balgias , como n as
anestesia em sela; lombociatalgias e ciáticas. Ele não pode ser muito prolon-
disfunção de bexiga; gado, po is a inatividade tem também a sua ação deletéria
déficit neurológico progressivo ou grave em memb ros sobre o aparelho locomoto r. Assim. que a atividade e a
inferi ores. deambulação forem possíveis, o tempo de repouso pode
ser encurtado e o paciente deve ser estimulado a retornar
DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR às suas atividades habituais, o m ais ra pidam ente possível.
Este aconselh am ento resulta em reto rno mais rápido ao
A tom ografia computadorizada e a ressonância m agnética trabalho, menor limitação funcional a lo ngo prazo e menor
têm indicação naquelas lombalgias e ciatalgias agudas que taxa de recorrência(3 1,32) (A) .
tenham evolu ção atípica e nas de evolução insatisfató ria, O posicio nam ento em repouso, principalmente nas hér-
cuj a ca u sa n ão fo i determinada ap ós seis sem an as de nias discais, geralmente é feito com o corpo em decúbito
tratam ento clínico. A tom ografia computadorizada é um supino, com j oelh os fletidos e pés apoiados sobre o leito
m étodo planar, segm entar, qu e permite boa avaliação dos e/ o u com fl exão das pernas num ângulo de 90° com as
desarranj os discais, das alterações degenerativas das faces coxas e, um m esm o ângulo destas com a bacia, obj etivando
intervertebrais (platôs vertebrais) e arti culações zigapofi- a retificação da coluna lombar (posição de Z assircho n).
sárias . T ambém avalia o ca nal vertebral, recessos laterais e N estas posições, ele redu z de fo rma expressiva a pressão
fo rames intervertebrais. A sua boa resolução espacial per- sobre os discos intervertebrais e a m usculatura paravertebral
mite m elh or definição dos co ntornos ósseos. A ressonância lo mbar. A sua duração é variável, dependendo do tipo da
magnética é m éto do m ulti planar que não utiliza radiação doença e da intensidade da dor. Em média, deve ser de
io nizante e com amplo campo de visão. Permite boa ava- três a quatro dias e, no máxim o, de cinco a seis dias(33) (0).
liação dos desarranj os discais e das alterações degenerativas. N os casos em que a do r continua intensa, os movimentos
É particularmente útil na análise do conteúdo do canal e a deambulação di6ceis, ele pode ser prolo ngado, pois
vertebral, incluindo cone medular, raízes da cauda eqüina cada caso é um caso(22)(0).
e medula óssea(27) (0).
MEDICAMENTOS
A eletroneuromiografia não está indicada nas lombalgias
O tratam ento m edicam entoso das lombalgias e lombocia-
agudas e crô nicas e nas lombociatalgias agudas. É o único
talgias, após afastadas causas específi cas com o neoplasias ,
método qu e produ z informações sobre a fisiologia da raiz
fraturas, doen ças infecc iosas e i nflam ató rias, deve ser
nervosa envolvida, ajudando a comp or a relevância clínica,
centrado no controle sinto mático da do r para propiciar a
sendo, entretanto, fundam ental no diagnóstico diferencial recuperação fun cio nal, o m ais rapidam ente possível<34)(0).
das outras doenças do sistema nervoso periférico que possam Acetaminofen (paracetam ol) na dose de 500 m g, 4 a 6
mimetizar um quadro radicular(28) (B)(29) (0 ).
vezes ao dia, é eficaz na dor de intensidade discreta e mode-
A densitom etria óssea não está indicada nas lo mbalgias rada. O risco da utilização do m edicamento é considerado
m ecânicas o u n ão, agudas o u não , como m éto d o de baixo, mas deve ser usado com cautela em hepatopatas e
investigação inicial, podend o ser útil naqu eles casos em pacientes em uso concomitante de antiinflamatórios(35) (A).
que o RX simples m ostra a prese nça de deformidade verte- Dipirona é utilizada com freqüência no nosso m eio, na
bral, do tipo colapso, ou osteopenia radio lógica. N este dose de 500 mg, até 4 vezes ao dia(36l(A). O utros analgésicos
asp ecto, o sim pl es ac h ad o de pe rda de m assa óssea, disponíveis no m erca do: ácido acetilsalicílico, clonixinato
revelado por este exam e, não indica que a osteopo rose de lisina; viminol, flupirtina.
justifiqu e a do r lo mb ar. O m édico deve es tar alerta O s opióides não são reco mendados na lo mbalgia crônica,
tamb ém para as vá rias situ ações clínicas de osteop o rose pelo risco da dependência química; qu ando usados por
sec undária, nas qu ais o exam e p ode se r indicado, com o tempo prolongado. São uma opção no tratam ento da lom-
n o uso prolo ngado de co rti costeró ides, hiperparatireoi- balgia e ciatalgia agu das e em casos muito restritos. O fosfato
dism o, etc YO) (O). de codeína na dose de 30 mg, 3 a 4 vezes ao dia, tem
422 Rev Bras Re umatol, v. 44 . n . 6. p . 41 9 ~ 25, nov./dez., 2004
Diagnóstico e Tratamento das Lombalgias e Lombociata lgias

como principais efeitos adversos, sonolência, déficit de aten- clínico-patológico para essa evolu ção atlplCa, podem ser
ção e constipação intestinal(37) (A). O cloridrato de tramado 1 feitas infiltrações nas discopatias (Modic tipo I, 11 ou Ill),
é usado na dose de 100 m g a 400 m g diári os e tem os infiltração de po ntos dolo rosos, inftltração perifa cetária,
m esm os efeitos acima. denervação face tária e artrose do segm ento vertebral(46) (O).
Antiinflam ató rios não-hormonais (AINHs), na prática clí- O tratam ento cirúrgico da h érnia discai está indica do
nica, são os m edicam entos mais empregados. D ependendo nos casos com déficit neurológico grave agudo (menos de
da dose utilizada, a intervalos regulares, têm efeitos analgé- 3 sem anas), com ou sem do r; na lombociatalgia hiperálgica
sicos e antiinflam atórios(34,38) (O). T odas as classes de antiin- e, nas o utras de m enor intensidade, apenas para os pacientes
flam atórios po dem ser úteis no tratam ento da lombalgia, que não m elhoram após 90 dias de adequado tratamento
desde qu e usadas co m precaução em pacientes de risco clínic o . N a síndr om e da ca uda e qüina (alteração de
como os idosos. Os efeitos adversos destes m edicamentos esfíncter, potência sexual e paresia dos m embros inferiores)
podem causar séri os problem as para o pa ciente, devendo- a cirurgia está indica da em caráter em ergencial, como
se considerar na sua escolha, a tolerabilidade e segurança, também , nas lo mbalgias infecciosas (espondiodiscites) com
assim como a sua interação com outros m edicamentos(39) (A) . evolu ção desfavorável(47) (B) (48) (A) .
C orticoesteróides. Os resultados dos estudos controlados e A indicação de cirurgia no canal lombar estreito é feita
randomizados sobre a eficácia dos corticoesteróides na 1001- em caráter individual, caso a caso, na síndrom e da cauda
balgia aguda m ecânica ou nas não-mecânicas, sej a por via eqüina (paresia de MMII , disfunção urin ária e sexual); na
parenteral ou epidural, são conflitantes(40) (O). No entanto, na claudicação neurogênica intermitente incapacitante e pro-
hérnia discal, considerando qu e a compressão radicular pode gressiva e na radiculopatia unilateral que não responde ao
se acompanhar de inflamação, lesão axonal e das células de tratamento conservado r(49,50)(B).
Schwann, a sua utilização pode oferecer vantagens adicionais, A cirurgia também está indicada: na espondilolise, com
uma vez que a inibição do referido processo inflam atório é espo ndilolistese, e espo ndil olistese degenerativa, com dor
mais completa e eficaz do que com AINHs(38) (O). A infiltração lo mbar que não m elho ra com tratam ento clínico; escorre-
epidural com glicocorticóides(41)(O), an estésicos (42)(A) e gam.ento vertebral progressivo no jovem (m esm o assinto-
opióides é uma opção no manej o da dor radicular aguda mático) ; lombociatalgia e claudicação neurogênica devidas
após falha com o tratam ento conservador. a canal estreito qu e não respo nderam ao pro tocolo de
R elaxantes musculares com o carisoprodol, ciclo benza- tratam ento conservador(5 1)(B).
prina são também uma opção no tratam ento , a curto prazo ,
da lo mbalgia aguda, demonstrando eficácia superior ao REABI LlTAÇÃO
placebo . O uso, em associação com outros analgésicos e
antiinflam ató rios, traz benefícios adicionais no alívio da O s m eios físicos de tratam ento (frio e calor nas diversas
dor(43) (B). Complicações p o tenciais inclu em sonolência, m odalid ades) são m eros coa dju va ntes no processo de
tontura e constipação intestinal. Utilização prolongada não reabilitação. N ão atuam sobre as causas e sobre a histó ria
é recomendada. natural das síndrom es dolorosas lombares(52,53) (O).
O s benzodiazepínicos não parecem úteis e não estão Em relação à estimulação elétrica transcutânea (T ens)
indicados na lombalgia m ecânica comum(44)(O). O s antide- existem co ntrovérsias sobre sua real eficácia. N ão está
pressivos não são recom endados na lo mbalgia m ecânica indicada co m o m edid a ini cial n a lombalgia m ecâ nica
aguda. O s antidepressivos tricíclicos são uma opção nas aguda(54) (A) .
lo mbalgias crô ni cas, m esm o qu ando nã o asso ciadas à N ão existem evidências científicas que comprovem o
depressã o. benefício da acupuntura em pacientes lombálgicos, porque
Calcitonina é recom endada apenas nos casos de fratura os resultados das pesquisas não sã o controlados para os
osteopo ró tica rece nte com compon ente dolo roso e nas fa tores de confusão devido ao tam anh o da am ostra, do
dores ósseas das m etástases e doença de Paget(45) (O). desenho do estudo e o uso de placebos(38) (O).
O s exercícios aeróbi cos e de fortalecimento da muscu-
TRATAMENTO CIRÚRGICO
latura paravertebral são comprovadamente eficazes(55) (O) .
Órteses e tração vertebral necessitam de comprovação atra-
A lo mbalgia m ecânica comum é sempre de tratam ento vés de estudos prospectivos, controlados e randomi zados,
conservador. Se resistente e existindo um evidente substrato de m elhor qualidade e consistência m etodológica(56)(A).

Rev Bra s Reumatol. v. 44. n. 6, p. 4 19-25. nov./dez. , 2004 4 23


Brazil et aI.

A manipulação somente deve ser realizada em casos espe- cionais são mais efetivas que recursos placebo ou que deixar
cíficos e por médicos capacitados para tal procedimento(57)(0). os pacientes em lista de espera(58)(A) .
A educação e o esclarecimento dos pacientes são funda- M étodos de tratamento, sem comprovação científica ,
mentais para a sua reabilitação. Estudos de meta-análise podem representar perda de tempo e prejuízo financeiro ,
demostram evidências de que as "Escolas de Coluna" têm quando não, riscos à saúde dos pacientes. Neste aspecto,
a curto prazo melhores resultados que as outras formas de sempre é bom lembrar do preceito de Loeb: "Não faça ao
tratamento. Existem ainda moderadas evidências que as paciente aquilo que não gostaria que fizessem com você
"Escolas de Coluna" em lombalgias por problemas ocupa- mesmo "(59)(0).

19. E cker A, Woltman WH. M eralgia paraestés ica. JAMA 11 0: 1650-2,


REFER Ê NCIAS
1938.
1. D eyo RA, Phillips WR. Low ba ck pain. A prim ary ca re chall enge. 20. Adams MA , M ay S, Freeman BJ , et a!. Effects of backwa rd bending
Spine 21 : 2826- 32, 1996 . o n lumbar interve rtebral di scs. R eleva nce to ph ys ica l th erapy
2. Cec in HA . Pro pos ição de uma reserva anato mofun cio nal , no ca nal trea tments for low bac k pain. Spine 25 :431 -7, discussion 438,2000.
raquidian o, como fator interferente na fisiopatologia das lombalgias 21. Scham SM , T aylor TK. T ension signs in lumbar disc pro lapse. C lin
e lombociatalgias mecâ ni co-degenerati vas. R ev Assoc Med Bras Ortho p 75:195- 204, 1971 .
43:295-3 10, 1997. 22 . Wi ese l SW et aI. The lumbar spin e. 2nd ed . Philadelphia: W .B.
3. Nachemson AL. N ewest kn owledge of low bac k pain. A cri ticaI Sa und ers; 1996. p. 13.
loo k. C lin O rth o p 279:8-20, 1992. 23. D eSeze S. C ongresso B rasileiro de R eumatologia, 8, 1970, R ecife .
4 . Sheo n RP , et a!. Soft tissue rh eumatic pain. 3rd ed; 1996. p. 391. Anais.
5. Bigos S], Batti e M C, Spengler DM, et a!. A prospective stud y of 24. And ersan GB , D eyo RA . History and ph ysical exa min atio n in
work perce pti ons and psychosocial fa ctors affectin g th e report of pati ents with herniated lumbar di scs. Spin e 21:1OS- 18S, 1996.
back inju ry . Spine 16:1 -6, 199 1. 25. W addell G , M cCulloch ]A, Kummel E, et a!. N onorga ni c ph ysical
6. Leboeuf-Y de C , Kyvik KO , Bruun NH. Low back pain and lifestyle. signs in low back pain . Spine 5:11 7-25 , 1980.
Part 11. O besity. Info rmatio n fro m a populati o n- based sa mple of29, 26. Bigos SJ , et a!. Acute low back problems in adults. Agency for Health
424 tw in subj ects. Spine 24: 779-83, 1999. Ca re Policy and R esea rch 95-0643, 1994 .
7. Deyo l'tA , Bass JE. Lifestyle and low-back pain. Th e influence of 27 .. Boos N , Lander PH. C lini cai effi cacy of imagin g modaliti es in th e
smo kin g and obesity . Spine 14:501-6, 1989. diagnosis of low-back pain diso rders. Eur Spin e J 5:2- 22, 1996.
8. Cecin HA. et aI. D o r lo mbar e trabalho pesado: aspectos epide- 28. Nardin RA , Patel MR, G udas TF. EM G and MRI in th e eva lu ati on
miológicos. R ev Bras R eumatol 32:157-62, 1992. ofradi culo pathy. Mu scle N erve 22:1 5 1-5,1 999 .
9. Lei no P, M agni G. D epressive and distress symptoms as predi cto rs 29 . Willb orn AJ , Amin o ff MJ. AAEE Minim o n ograph #32 . T he
of low backpain , neck-sho ulder pain, and orh er musc uloskeleta l electro ph ysio logic exa min ation in patients with radi culopathi es .
mo rbidity: a 10 yea rs follo w- up of metal industry emplo yees . Pai n Mu scle N erve 11:1099- 114,1988 .
53:89-94, 1993.
30. Preve nti on and manage ment of osteoporosis. Co nse nsus statement
10. Heli ovaara M , Makela M , Kn ekt P, et a!. Determinants of sciatica from th e sc ientifi c adviso ry board of th e osteoporosis soc iety of
and low-back pain. Spine 16:608- 14, 199 1. ca nada. C an M ed Assoc ] 155:924- 9, 1996.
11 . McGorry R W, Hsiang SM, Snook SH , et aI. M eteorological conditia ns 31. Vroomen PC, de Krom M C, WilminkJ T , et aI. Lack of effec ti ve ness
and self-repo rt of low back pain. Spine 23:2096- 102, 1998. of bed rest for sciatica . N Engl J M ed 340:418-23, 1999.
12. Kumm el BM . N o norga ni c signs of significance in low back pain. 32. W addell G, Feder G, Lewis M. Systematic reviews of bed rest and
Spine 21 :1077 -8 1, 1996. advice to stay active fo r acllte low bac k pain . Br J Ge n Pract 47:
13. Adams MA , Dolan P, Hutto n W C , et aI. Diurnal changes in spinal 647-52, 1997.
mechani cs and th eir clini ca i significa nce. J Bo ne J oint Surg Br 72: 33. Nach emson AL. N ewest knowledge of low back pain . A criti cai
266- 70, 1990. look. C lin Orthop 279:8-20, 1992.
14. R eni er J C , Bregon CH. Lombalgies. In: Encycl M ed Chirur Pari s: 34. W addell G. Trea tment: scientifi c ev idence. In: W addeU G , editor.
Appareil Locco moteur, 1984. 15840 BI 0, 3. Edinburg: C hurchil Li vingstore 16: 263-74,1998.
15. Katz JN , D algas M , Stucki G , et aI. D ege nerati ve lumbar spinal 35. Hickey RF. Chroni c low bac k pain: a co mparison of diflunisal with
stenosis. Dia gnosti c va lu e o f hi story and ph ysica l exa minatio n . paracetamol. N Z M edJ 95:3 12-4, 1982.
Arthritis Rh eum 38: 1236-41 , 1995. 36. Babej - D olle R , Freytag S, Ec km eyer J, et aI. Parenteral dipyrone
16. Greenspan FS. Basic and clinicai endo crinology. 5.ed . Co nn ecti cut: ve rsus diclofenac and placebo in patients w ith acute lumbago or
Aptl eto n and Lange; 1997 . sc iati c pain: randami zed observer- blind multi center study. In t J C lin
17. Calin A, Po rta], Fri es JF, et a!. C lini cai hi sto ry as a screening tes t for Pharmaco! Ther 32:204-9, 1994.
ankylosin g spondylitis. ]AMA 237 :26 13-4, 1977. 37. Inn es G D , C ros ke rr y P , W o rthin gto n J . Keto ro lac ve rsus
18. J enn er JR , Barry M . AB C of rh eumatology. Low bac k pain. Br acetamin o ph en-codeine in the emergency de partment trea tment of
M ed] 3 10:929- 32, 1995. acute low back pain . J E merg M ed 16:49-5 6, 1998 .

424 Rev Bras Reumatol. v. 44 . n, 6. p. 4 19- 25. nov./dez ., 2004


Diagnóstico e Tratamento da s Lombalgias e Lom bociatalgias

38. Malanga GA , Nadler SF . Nonoperative trea tment of low back pain. 49. Amundsen T, Weber H, Nordal HJ , et aI. Lumbar spinal stenosis:
Mayo C lin Proc 74: 1135-48,1999. co nservative or surgical management' A prospecrive 1O-yea r study.
39 . Berry H , Bloom B, H amilton EB. Naproxe n sodium , diflunisal , and Spine 25 :1424-35 , discussiion 1435-6, 2000 .
pl acebo in the treatment of chronic back pain. Ann Rh eul11 Dis 50. Lehto MU , H o nkanen P . Factors influ e ncing rh e ourcome of
41: 129-32, 1982 . operative trearmem for lumbar spinal sten os is. Acta N euro chir
40. Nachemso n A,Jonsson E, editors . N eck and bac k pain . Philadelphia: 137:25-8, 1995.
Lippinicott Williams & Wilkins; 2000. 51. Feffer HL, Wiesel SW, Cuck1er]M, et aI. D egenerative spondylolisthesis.
41. Spaccarelli KC. LUl11b'lr and ca udal epidural co rti costeroid inj ections. To fuse or not to fuse. Spine10:287-9, 1985.
Mayo C lin Proc 71:169-78, 1996. 52. Michels E. M easurements in phys ica l therapy. Phys Ther 63 : 153-8,
42. Kaplan M , Dreyfuss P , Halbrook B, et aI. The ability of IUl11bar 1989.
m edi ai bran ch blocks to anesthetize the zyga pophysial joint. A 53. Borenstein D. Epidemiology, etiology, diagnostic evaluation, and
physiologic challange. Spine 23: 1847-52, 1998. trearm em of low back pain. C urr Opin Rheumatol 8:124-9, 1996 .
43 . Basmajian JV. Acute back pain and spas m. A controlled multicemer 54 . D eyo RA , Walsh NE , Martin DC , er aI. A comrolled rrial of
trial of combined analgesic and antispasl11 agents. Spine 14:438-9, 1989. transc utaneous electrical nerve stimulation (TENS) and exe rcise for
44. T an Jc. Practical manu al of ph ys ica l medi cine and reabilitation: chronic low back pain. N EnglJ M ed 322:1627-34, 1990.
diagnostics, therapeutics and basic probl el11s. St. Louis: Mosby; 1998. 55 . Liem ohn W . Exercise and arthritis. Exercise and the back. Rh eum
p. 133-155/ 321-85. Dis Clin North Arn 16:945-70, 1990.
45 . Borenstein DG. Low back pain: medicaI diagnosis and comprehensive 56. Beurskens AJ , de Vet HC , Ko ke AJ , et alo Eflicacy of tra ction for
mana ge mem . 2 nd ed. Ph iladelphia: W .B. Saunders; 1995. nonspec ifi c low ba ck pain: 12- week and 6-l11onth results of a
46 . Ja yso n AMIV . Asses l11 em and managem em of chronic ba ck pain . randomized clinicaI trial. Spine 22:2756-62, 1997.
Rev Bras R eul11atol 36:251 , 1996 . 57. Arkuzews ki Z. Th e efli cacy of manual rreatment in low back pain:
47. Abramovitz]N, N effSR. Lumbar disc surge ry: results ofprospective a clinicaI trial. Manual M ed 2:68-7 1, 1986.
lumbar discectomy study of the joim section on disorders of the 58 . Van Tulder MW, Esmail R, Bombardier C, et aI. Back schools for
spine peripheral nerves ofthe America n Assoc iario n ofNeurological nono especific low back pain. Cochrane R ev iews, 2000.
Surgeon and the Congress of N eurologi cal Surgeons. Neurosurgely 59 . Cecin HA , et aI. R efl exões sobre a eficác ia do rratamento fisi átrico
29:301-7 , discussion 307-8 , 1991. na osteoartrose. R ev Bras R eumatol 35 :270-8, 1995.
48. Gibson ]N, Gram IC, Wadd ell G , et aI. The Coc hrane review of
surgery for lumbar disc prolapse and degenerative IUl11bar spondylosis.
Spine 24:1 820-32, 1999.

Rev Bras Reumatol. v. 44. n. 6. p. 419-25 , nov./dez .. 2004 425

Você também pode gostar