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atividades de leitura e escrita, a autora aborda ainda nas seções “o contrato dado-novo” e “o
contraste FIGURA-FUNDO” outras questões pertinentes a esse objetivo. Estas seções
complementam a investigação cognitiva da autora para a indagação que a mesma faz na
apresentação da presente obra “Que fazemos quando lemos e escrevemos” (KATO,1997, p.9).
No tópico o contrato dado-novo, Kato alude que embora duas sentenças contenham o
mesmo significado comunicativo (ato ilocucionário) que revelam as intenções do emissor
(promessa, asserção, ordem etc.) ou mesmo um conteúdo proposicional semelhante, contudo
podem assinalar algo a mais para o receptor.
Esta diferença está sistematizada nos conceitos de tema (DADO) e rema (NOVO).
Tomemos como exemplos: a) Foi João que casou com Maria; b) O João, ele casou com Maria.
Para a autora em a) a expressão “Foi João”, pressupõe uma informação nova para um dado já
conhecido “que alguém casou com Maria”. Em b), essa combinação se inverte em que “O João”
nos remete a uma informação que é dada enquanto “a novidade é que ele casou com Maria”, a
uma informação nova.
Esse contrato pode ser violado, no entanto força o receptor a realizar inferências para
entender a MÁXIMA DO ANTECEDENTE, por exemplo: “Pedro e Carlos são irmãos” /
“Pedro é machista. Carlos também é autoritário”. Essa ordenação implica por parte do leitor
uma desautomatização do processo de leitura que implicitamente por meio da palavra também
retoma o antecedente de que todo machista é autoritário.