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e qui Aula 09 - Felipe HOMONIMAS, PARONIMAS, COGNATAS, ‘. SINONIMOS E ANTONIMOS; COESAO E COERENCIA; AULA 09 COMPREENSAO E INTERPRETAGAO DE Aj TEXTO. SEMANTICA. PALAVRAS P Sumari Seméntica - Nogées Introdutérias . Conceitos fundamentais Coesao e Coeréncia .... Fungo Anaférica e Cataférica do pronome no texto: Coes&o Sequencial - Continuidade Textual... Mais questdes comentadas ..... Lista das questées comentadas na aula .... Mais questes comentadas . Gabaritos ... Prof. Felipe Lucas Rosas m.br ide 112, Aula 09 - Felipe SEMANTICA. COESAO. COERENCIA Seméantica - Nocées Introdutérias Old, pessoal! Parabéns a vocé que perseverou até aqui. Foi um longo caminho, muito contetido e centenas de questées comentadas. Agora, vamos concluir nossa missao! Semantica «¢ o estudo do sentido de palavras ou de textos. E um assunto muito amplo. Para se entender plenamente um texto, cada palavra é relevante. Na pratica, estamos estudando seméntica desde o inicio, subjacente ao sentido de toda parte de morfologia que vimos. O sentido dos conectores, dos tempos e modos verbais, das circunstancias adverbiais, dos verbos regidos por determinadas preposicées, das regras de pontuacéo, tudo isso tem aspectos “seméntica” e vai ser fundamental na hora de ler e decifrar o que esté sendo comunicado. Agora vamos trabalhar algumas questdes mais especificas, como vocabulério, sinénimos, anténimos, coesdo, coeréncia, ambiguidade, interpretacdo, bem como outros detalhes da gramatica que vém sendo cobrados em prova. Pessoal, muito carinho com esta aula! Destaco que o contetide dela também complementa muito 0 conhecimento de interpretacao de texto e de redacao. Vamos seguir! Nessa aula praticaremos com mais de 80 questées comentadas!!! Estaremos prontos para tudo!! Conceitos fundament 4 Campo semantico: As palavras podem ter estreitas relagdes de sentido entre si, como de semelhanga, equivaléncia, diferenca, oposicao, pertinéncia. Palavras que se associam de uma forma direta e previsivel, de modo que uma pessoa consiga facilmente pensar nas outras quando pensa na primeira, formam um “campo seméntico”. eS = &) 6 oe — e £ Prof. Felipe Luccas Rosas m.br 2de 112 teoria e qu Aula 09 - Felipe Luccas Em termos simples, podemos dizer que vocdbulos como bola, chuteira, trave, rede, gol, artilheiro, goleiro, campeonato, pénalti, formam o campo semantico de “Futebol”. Quando pensamos em um elemento desses, geralmente hé uma associago intuitiva aos outros elementos desse conjunto. Evidentemente, as associagdes sao infinitas e nao existe um numero definido de elementos que pertencem a um campo seméntico fixo e previsivel. Essas associagdes se formam no contexto e também dependem da experiéncia e conhecimento de mundo de cada um. Nada impede que faca parte desse campo palavra como Messi, juiz, ingresso, artilheiro, cart&o, patrocinio, uniforme, luva ou outra que também se relacione de algum modo a ideia geral sugerida por “futebol”. 4 Sentido Denotativo X Sentido Conotativo As palavras geralmente tem um sentido mais direto, mais classico, mais primério, que imediatamente se manifesta quando ouvimos ou lemos aquela sequéncia de sons ou letras que formam tal palavra. Esse é 0 sentido denotativo, o sentido direto, primério, principal do dicionério. Cuidado que o diciondrio também traz os possiveis sentidos figurados de um termo, mas 0 sentido denotativo é aquele mais classico, mais imediato, do mundo real, nao figurado. Os sentidos figurados listados geralmente séo extenséo semantica do primeiro sentido, do sentido real. Ex: 0 leo € 0 animal mais visitado do zoolégico. Veja que “ledo" esté sendo usado em sua acepgio mais classica, como animal. Por outro lado, num determinado contexto, a palavra pode assumir um novo sentido, figurado, metaférico, especial, n&o ébvio. Ex: Esse lutador batendo é um leo; apanhando, é um gatinho. Agora a palavra “ledo” deixou de designar o animal para indicar figuradamente uma pessoa que tem a caracteristica da ferocidade. J4 o gatinho tem a a NG ET Prof. Felipe Luccas Rosas m.br 3de112 caracteristica de ser pequeno, inofensivo. Esse € um sentido figurado, metaférico, conotativo Veja exemplos de sentido conotativo que uma palavra pode assumir: ‘= Copenhague: 0 suspense pelo aconta 2 Resperanga na nova Revelugao Verde Observe que “devorando” tem sentido figurado. Nao é possivel “comer”o planeta. Mas esse uso se torna perfeitamente coerente porque a matéria fala sobre o consumo “desenfreado” dos alimentos do mundo. Veja mais um exemplo: Véi....O cara ta frito. —— A palavra “frito” foi utilizada com sentido ambiguo de “ferrado” ou literalmente “frito numa frigideira”. 4 Linguagem figurada: metafora A metéfora nada mais é do que uma comparacio entre dois elementos que tém uma caracteristica em comum. Nessa “intersec¢o” é que ocorre a imagem: Nos exemplos acima, quando dissemos que fulano ¢ um “ledo”, estamos comparando o “fulano”, que tem a caracteristica da ferocidade, ao “animal”, que também tem essa caracteristica. Dessa forma, formamos uma imagem em que a ferocidade do animal ilustra como é a ferocidade do “fulano”. Se disséssemos Prof. Felipe Luccas Rosas 4de112 Aula 09 - Felipe apenas que o fulano é “feroz”, perderiamos grande parte do sentido que foi emprestado do animal, ou seja, uma ferocidade muito grande, arrebatadora. Basicamente, é assim que funciona uma metafora, é uma comparag&o sem um elemento formal (conectores comparativos), que ilustra a qualidade de um ser com a caracteristica comum de outro ser. Quando usamos a expressao “tirar leite de pedra”, sabemos que isso é uma imagem metaférica porque pedra ndo da leite em sentido real, denotativo. A pedra tem a caracteristica da dureza, entdo tirar leite da dureza equivale a tirar um produto de uma situagao dura, dificil. Veja mais alguns exemplos: Ex: Fulana é uma bola (caracteristica comum de ser “arredondado”) Ex: Fulano é um palito (caracteristica comum de ser “fino”) Ex: Fulana é uma fofa (caracteristica comum de ser “macio, suave”) Ex: Este PDF é uma biblia (caracteristica comum de ter “muitas paginas”) 4 Linguagem figurada: metonimia/catacrese A metonimia é um subtipo de metéfora, mas que traz uma relacéio especifica de continéncia/pertinéncia/inclusao/implicagao, nao de intersecco. Vejamos as mais comuns: Y Autor pela obra: Leio sempre Machado de Assis. (= Leio a obra literéria de Machado de Assis.) V Inventor pelo invento: Thomas Edson iluminou o planeta. (= As lampadas inventadas por ele iluminam.) Y Simbolo pela coisa simbolizada: Meu coraco é verde-amarelo. (verde amarelo representa, simbolicamente, por serem as cores da nossa bandeira, brasileiro) Y Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso havana. (= Fumei um saboroso charuto.) V Efeito pela causa: Foi com suor que emagreci. (= 0 exercicio fez emagrecer, o suor é 0 efeito do exercicio fisico) Y Causa pelo efeito: Eu vivo do meu trabalho. (= vivo do meu salério, efeito do que eu trabalho. Ninguém paga contas com o “trabalho em si”, mas com dinheiro) ¥ Continente pelo contetido: Bebeu 3 copos. estava nos copos.) = Bebeu o liquido que V Instrumento pela pessoa que utiliza: As cémeras foram atrés dos atletas. (= Os repérteres foram atrés dos atletas. ) Prof. Felipe Luccas Rosas m.br 5 de 112 Aula 09 - Felipe Y Parte pelo todo: O Brasil se classificou para a Copa. (= Apenas a selecdo brasileira, uma pequena parte do “brasil”) ¥ Género pela espécie: Os mortals sofrem demais na terra. (= Os homens sofrem) Y Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir as ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram chamadas, ngo apenas uma mulher.) Y Marca pelo produto: Minha filha adora danone, nutella e yakult. (= Minha filha adora o iogurte, creme de aveld e leite fermentado dessas marcas. ) Y Espécie pelo individuo: 0 homem foi é Lua. (= Alguns astronautas foram é Lua.) Vv Instrumento pela coisa ou entidade — nomeia-se ou indica-se uma coisa ou entidade por meio do instrumento utilizado: A pena (educac&o) é mais poderosa do que a espada (forca, armas). V Abstrato pelo conereto:.2 32 idade vive muito tempo: A javentude morre cedo(= os idosos vivem muito tempo e os "jovens” morrem cedo.) V Associagao entre funcées - um termo é usado em lugar do outro por uma semelhanca de fungdes: Ele é um avidozinho. (avido indica o pequeno traficante que sobe e desce o morro para buscar drogas, a semelhanca do que ocorre com os avides) Obs: As metonimias que substituem o todo pela parte e o plural pelo singular so também chamadas de 'sinédoque’. Existe um outro tipo de figura muito semelhante, que é a catacrese: metonimia/metafora que foi “cristalizada” pelo uso. Ou seja, é uma metéfora tao “patida” que ninguém mais enxerga como linguagem figurada: Ex: Pé da mesa, braco do violdo, maga do rosti Se vocé encontrar esses tipos de relaciio acima no texto da sua prova, pode confiar que teremos sentido figurado. Outras figuras de linguagem importantes: Sinestesia: transferéncia da experiéncia de um sentido (visdo, audic&o, tato...) para 0 outro, fusdo de impressées sensoriais: Ex: Sua voz é doce e suas palavras me abragam com ternura. Ex: Sentiu o sabor frio e amargo da rejeicao. Ex: "Sempre havia, ao amanhecer, uma cor estridente no horizonte.” (Gi Fratin) Perifrase: designacio de um ser por um de seus atributos. Ex: O ouro negro é 0 tesouro dos paises arabes. (petréleo) Prof. Felipe Luccas Rosas m.br 6 de 112 Ex: O Rei da Selva é um animal preguigoso (0 Ledo) Eufemismo: suavizacdo de um expressao. Ex: Fazer a passagem/Partir desta para uma melhor. (morrer) Hipérbole: expressdo carregada de exagero: Ex: Ele morre de medo, racha de rir depois chora um oceano de lagrimas. Personificagéo ou Prosopopeia: Atribuicéo de caracteristicas de seres animados a seres inanimados. Ex: Os quadros da casa me olhavam com censura, condenando minha preguiga. Ironia: Consiste em dizer algo com um sentido diferente, normalmente oposto ao sentido aparente literal. Trata-se da materializacéo escrita do deboche, do descaso. Ex: Parabéns, vocé conseguir se superar na arte da ignorancia! 1. (CESPE / INSS / 2016) ' ‘Naquele novo apartamento da rua Visconde de Pirsjé pela primeira vez teria um escritério para trabathar. No era um ccémodo muito grande, mas dava para armar alia minha tends de reflexses ¢ leitura: uma escrivaninha, um sof’ e os livros. Na parede da esquerda ficaria a grande © sonhada estante ‘onde caberiam todos os meus livros. Tratei de encomendi-la 3 + seu Joaquim, um marcenciro que tinha oficina na rua Garcia ‘Avila com Bardo da Torre. © apartamento ndo ficava to perto da oficins, Era © quase em frente ao prédio onde morava Mario Pedrosa, entre 1 Farme de Amoedo ¢ a antiga Montenegro, hoje Vinicius de Moraes. Estava ali havia uma semana ¢ nem decorara ainda 0 @ niimero do prédio. Tanto que, quando scu Joaquim, a0 preencher 3 nota de encomenda, perguntou-me onde seria entregue a estante, tive um momento de hesitagdo, Mas foi so sum momento, Pensei nipido: “Se o prédio do Mério é 221 © meu, que fica quase em frente, deve ser 227". Mas Jembreieme de que, ao ir ali pela primeira ve, observara que. 1» apesar de ficar em frente ao do Mério, havia uma diferenca na numeragio — Visconde de Pirajé, 127 — respondi, © seu 2 Joaquim desenhou o enderego na nota. — Tudo bem, seu Ferreira, Dentro de um més estars 16 sua estante » — Um més, seu Joaquim! Tudo isso? Veja se reduz esse prazo. —Acestante & grande, d muito trabalho... Digamos, m_trés semanas. Prof. Felipe Lucas Rosas m.br 7 de 112 ‘ Aula 09 - Felipe De acordo com as informagdes do texto, é correto inferir que seu Joaquim era analfabeto, uma vez que ele "desenhou 0 endereco na nota” (/.22). Comentarios: A palavra “desenhou” esté sendo utilizada no sentido figurado, conotativo. Na verdade é uma forma imagética de dizer que ele “escreveu” o desenho na nota, provavelmente se referindo ao modo “rapido” e “tracejado” com que o endereco foi escrito. Ainda que vocé nao tivesse percebido esse uso figurado, teria que perceber que o item esta errado por afirmar que “Joaquim” era analfabeto. No ha como afirmar isso, ainda mais que num trecho anterior da linha 14 ele preenche a nota fiscal. Questao incorreta. 2. (CESPE / INSS / 2016) Utilizar o texto da questéo 1. No que se refere aos sentidos do texto I, julgue o préximo item. A expressao “armar ali a minha tenda” (.3) foi empregada no texto em sentido figurado. Comentarios: 0 individuo estava dentro de um cémodo de apartamento. Faria sentido armar, de fato, uma tenda ali? Logicamente, isso seria incoerente. “Armar ali a minha tenda” é uma expressao, uma metéfora, no sentido de “se instalar, dormir ali”. Questao correta. 3. (CESPE / INSS / 2016) ‘© um momento. Pensei ripido: “Se 0 prédio do Mario é 228, © meu, que fica quase em frente, deve ser 227". Mas lembrei-me de que, ao ir ali pela primeira vez, observara que, » apesar de ficar em frente ao do Mario, havia uma diferenga na rnumerago. No que se refere aos sentidos do texto I, julgue o préximo item. © verbo dever foi empregado na linha 17 no sentido de ser provavel. Comentarios: Isoladamente, o verbo “dever” tem sentido impositivo, de obrigag&o. Porém, no contexto, o verbo “dever” tem sentido de “ser provavel”, como decorréncia de um raciocinio: “Se 0 prédio do Mario é 228, o meu, que fica quase em frente, (provavelmente) deve ser 227”. O sentido de conclus&o provavel é um dos matizes seménticos do verbo “dever”. Questo correta. 4 Sinénimos: S&o palavras que se aproximam semanticamente por uma relagéo de equivaléncia ou semelhanca. Nao existem sinénimos perfeitos, mas, num dado contexto, palavras com sentido préximo, embora no idénticos, podem ser utilizadas para se referir e retomar o mesmo ser no texto. Prof. Felipe Luccas Rosas m.br 8 de 112 As questdes de sinonimia dependem de um bom vocabulério e de uma boa captacio do que a palavra significa no contexto em que aparece. TTS sonave PRATICARI 4. (CESPE / Policia Cientifica / 2016) 1 Em julho de 1955, Bertrand Russell e Albert Einstein langaram um inusitado apelo aos povos do mundo, pedindo-Ihes que “pusessem de lado” seus fortes sentimentos + a respeito de uma série de questdes e se vissem “exclusivamente como membros de uma espécie biolégica que traz consigo uma histéria extraordindria e cujo 7 desaparecimento ninguém pode desejar”. O dilema com que se defronta o mundo ¢ “claro, aterrador e incontorndvel: poremos fim a espécie humana ou a humanidade renunciara a guerra?” ° © mundo nao renunciou @ guerra. Muito pelo contririo, Hoje, a poténcia mundial hegemdnica se dao direito de fazer a guerra ao seu arbitrio, segundo uma doutrina de 1» “autodefesa antecipada” sem limites conhecidos. Com uma No texto, a palavra a)"arbitrio” (1.12) foi empregada no sentido de vontade. b) “inusitado” (1.2) foi empregada no sentido de corriqueiro. c) ‘extraordindria’ (|.6) foi empregada no sentido de comezinha. d) ‘aterrador’ (1.8) foi empregada no sentido de atenuador. e) “dilema” (|.7) foi empregada no sentido de contraditério. Comentarios: a) Bastava lembrar-se do famoso “livre-arbitrio”, que é a livre escolha de fazer © que se tem vontade. Assim, “arbitrio” e “vontade” sao utilizados como sindnimos. Questéo correta. b) “Inusitado” € incomum, néo usual, que causa surpresa. “Corriqueiro” significa comum, ordindrio, usual, trivial. Essas palavras séo anténimas. Questdo incorreta. c) “Comezinha” é sinénimo de usual, corriqueiro. Tem entdo sentido oposto a “extraordinario”. d) “aterrador” é aterrorizante; “atenuador” é aquilo que suaviza algo. Questo incorreta. e) Na terminologia técnica da filosofia, “dilema” até tem o sentido de uma decisao entre premissas contraditérias. Mas, no texto, “dilema” foi utilizado com sentido de “decisdo a ser tomada”, “escolha”, “problema”, “dicotomia”. Questo incorreta. Prof. Felipe Luccas Rosas m.br 9 de 112 Gabarito Letra A. 4 Anténimos: S80 palavras que se aproximam semanticamente por uma relacio de antagonismo ou oposic¢ao. Ex: Gosto de siléncio: nao tolero barulho. (siléncio x barulho) Em alguns casos, duas palavras podem néo ser exatamente anténimos em seu sentido clssico, mas podem aparecer como opostas no contexto em que se da aquele contraste. A relacéo de antonimia se da no contexto. Ex: Nao fale nada, acalme-se e respire. (falar x se acalmar e respirar) 5. (FCC / SEFAZ-MA / Auditor Fiscal / 2016) Nostalgias perigosas Numa recente e polémica crénica de jornal, 0 escritor Contardo Calligaris manifestou preocupagao com estes dois tracos perigosos de nostalgia que, segundo ele, costumam caracterizar a velhice: 1) Uma avareza mesquinha (e generalizada - néo sé financeira), que consiste em tentar preservar e conservar qualquer coisa, como metéfora da preservacao (impossivel) da nossa vida que se vai; 2) Uma idealizagao fantasiosa de passados que nunca existiram. Os idosos parecem sempre evocar 0 "tempo feliz" de sua inféncia, quando os pais eram severos e por isso educavam bem, quando dava para brincar na rua e a escola publica era muito boa.” E completou sua crénica acusando o fato de que os idosos costumam se apoiar em lembrangas inventadas, em algo que efetivamente néo conheceram, mas que gostariam de ter vivido. Resta saber se a imaginacéo do vivido, para esses velhos, néo é em si mesma uma sensaco real e necesséria, no final da vida. Disseminam-se no texto expressdes de sentido anténimo, tais como: (A) crénica recente / crénica polémica (B) metéfora da preservagSo / avareza mesquinha (C) lembrangas inventadas / imaginagSo do vivido (D) sensagéo real / algo que efetivamente n&o conheceram (E) tragos de nostalgia / avareza e idealizacao - Comentarios: Recente significa que aconteceu ha pouco tempo; polémico significa controverso: nao sdo anténimos. A avareza é qualidade do “pao-duro”, cuidado excessivo em guardar o dinheiro. Nao é anténimo da metafora da preservacdo, é uma comparacéo da avareza de dinheiro com a _avareza do tempo de vida que resta na velhice. Lembrangas inventadas e imaginagao do vivido nao séo anténimos, pois “imaginar” e “inventar” sem sentidos muito proximos. Nostalgia é tem Prof. Felipe Luccas Rosas m.br 10 de 112 Aula 09 - Felipe sentido de saudade e vontade de voltar ao passado; avareza é 0 defeito de néo querer gastar dinheiro. Nao so anténimos, apenas diferentes. O gabarito ent&o é letra d, pois o autor opée diretamente as “lembrancas inventadas”, que sao situacdes QUE NAO FORAM VIVIDAS, mas 0 que os idosos gostariam de ter vivido, a “sensagao real”, que indica algo QUE FOI VIVIDO REALMENTE. Ai sim temos uma relagao de antonimia, entre fato e imaginagao. 6. (FCC / SEFAZ-MA / Auditor Fiscal / 2016) E completou sua crénica acusando o fato de que os idosos costumam se apoiar_em lembrancas inventadas, em algo que efetivamente _ngo gonheceram, A frase acima permanecera correta caso os segmentos sublinhados sejam substituidos, respectivamente, por: (A) se valer por meio de — com algo de que desconheceram, de fato (B) atribuir-se com — algo de que n&o conheceram factualmente (C) recorrer de — em algo cujo de fato nao conheceram (D) recorrer com — por algo que apenas julgam ter conhecido (E) valer-se de - de algo que de fato nao lograram conhecer- Comentarios: Veja como questées de sinonimia podem cair disfarcadas de questées de interpretaco. Dica da questo: observe que na redacdo original, o autor usa a virgula e depois repete a preposigéo “em”, o que indica que a oraco apés a virgula também é um complemento coordenado do verbo e pediria a mesma preposic&o. Dessa forma, tinhamos que riscar as opcdes que trazem as preposicdes diferentes. “Se apoiar em” esta sendo usado em sentido figurado, nao é um apoio fisico: traz um sentido de usar um recurso, de se valer de algo para uma finalidade. “Lograr” significa alcangar, conseguir. Ent&o, “Algo que efetivamente nao conheceram” & 0 mesmo que “algo que no conseguiram (lograram) conhecer”. Dessa forma, o gabarito é a letra E. 7. (FCC / Auditor Fiscal / Prefeitura Teresina / 2016) Desde essa época, e ao longo de todo o século XX, a palavra intelectual refere-se aqueles que, exercendo uma atividade intelectual, usam seu prestigio adquirido nessas atividades para intervir no debate publico e defender valores universais (justica e verdade, em particular); em outras palavras, o intelectual é aquele que transforma uma autoridade intelectual em autoridade politica em nome de uma autoridade moral. Assim, deve haver trés condi¢ées, parece, para que haja intelectuais: um certo tipo de sujeito social, um certo tipo de objeto (0 universal) e um certo espago onde ele possa se exprimir. A palavra particular esté. em relacio de antonimia com a palavra universal, determinada pelo entendimento do autor de que os valores justiga e verdade ndo sao aplicaveis & maioria das situacdes. Prof. Felipe Luccas Rosas m.br At de 112 Comenta: Fora de contexto, “particular” e “universal” podem ser vistos como anténimos. Porém, no texto em tela, particular tem sentido de “destaque”, de “especialmente”, “especificamente”: justica e verdade sobretudo; justica e verdade especialmente. Pense na frase: gosto de frutas; de lim&o e uva em particular. Observe que “em particular” ndo diz que limao e uva no séo frutas, apenas os destaca entre as frutas. No dava para trocar por “em universal”, Entendido? Da mesma forma, o autor lista justiga e verdade como valores universais sim, mas destacados entre os outros. Entdo o item peca ao dizer que 0 autor ndo os entendia como universais, mas como aplicaveis a poucas situagées. Incorreta. 4+ Hiperénimos: Sdo palavras de sentido amplo que indicam, em termo seménticos, um conjunto abrangente de elementos, um “género”. Esse “género” tem unidades menores, “espécies”, que fazem parte daquele conjunto maior (hipénimos). Animal € um hiperénimo. Cachorro, macaco, jabuti so hip6nimos, porque séo espécies de animal. Entéo, “Animal” é hiperénimo de “macaco”. Atleta é um hiperénimo. Nadador, corredor e goleiro sao hipénimos, porque séo espécies de atleta. Logo, “Atleta” é hiperénimo de “nadador”. Ceaued Cre Ce Cortes Pree for 4 Hip6nimos: © conceito de hipénimo decorre da explicag&o acima. Trata-se de um elemento com sentido mais especifico, contido em um grupo maior, ou seja, de uma espécie contida em um género. Gato € hipénimo do hiperénimo Felino. Cavalo & hipénimo do hiperénimo Equino. Deputado é hipénimo do hiperénimo Politico. Essas relagdes de inclusdo e pertinéncia se constroem num contexto. Prof. Felipe Luccas Rosas m.br 12 de 112 Portugués - TRF 52 REGIAQ. teoria e questées. Aula 09 - Felipe Luccas Rosas Mesmo antes de conhecer esses conceitos, sempre nos valemos de hiperénimos bem genéricos, como “coisa”, “pessoa”, “ser”, “acontecimento”, “fato”, “evento”, “elemento” para retomar outro termo mais especifico. As vezes fazemos o contrario, anunciamos o termo geral primeiro, depois o especificamos com um hipénimo: Ex: Tragédia: queda de aviéo mata 56 pessoas em Paris. A cidade organizou um evento de condoléncias. Milhares de pessoas compareceram a solenidade. Observe que tragédia é hiperénimo de “queda de avido", pois a “queda” esta dentro de um grupo maior de “tragédias”. Paris é hipénimo de “cidade”. “Solenidade” é “hip6nimo” de evento e por af vai... 4 Hom6nimos: Homénimos homéarafos: Sao palavras que tém a mesma grafia, mas trazem sentidos diferentes. Homénimos homéfonos: So palavras que tém a mesma prontncia, mesmo som, mas trazem sentidos diferentes. Homénimos perfeitos: Sao palavras que tém som e grafia idénticos, diferenciando-se somente pelo sentido. No dicionério, cada homénimo perfeito tem entrada diferente, numeradas. Veja: «= substantivo feminino 41 Rubrica: anatomia geral MQ. COLUNA VERTEBRAL 20550 fino e pontiagudo do esqueleto dos pees: 3) Use: informal. estorvo, embaraco, espinho 4 Robrica’ dermatologi mg. ACNE (erupcao')

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