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E NA CONTEMPORANEIDADE
*
Doutorando da PUC-Rio.
forma fechada e cabal talvez seja improdutivo. G. S. Kirk tem razão quando
diz o seguinte:
Podemos dizer que mitos são uma sub-classe da classe dos contos.
A restrição que Kirk tenta é bastante interessante, a saber, que os mitos
são contos tradicionais. Walter Burkert tenta uma definição em sua obra
Structure and History in Greek Mythology and Ritual de 1979: “Mito é um
conto tradicional com secundária, parcial referência a algo de importância
coletiva”. A grande dificuldade de se definir mito é que nem seus aspectos
formais nem os de conteúdo o destinguem de outros tipos de contos. O que
tanto Kirk quanto Burkert estão tentando fazer é limitar o conceito através
de seu uso na sociedade. Essa delimitação, apesar de parecer ser a melhor
dos estudos contemporâneos, dificilmente pode ser aplicada aos mitos de
Platão, já que estes não são de forma alguma tradicionais, apesar de haver
elementos tradicionais neles. O que quero fazer aqui é apenas apresentar
uma corrente de pensamento sobre mitos, a escola ritualística para que a
1
G. S. Kirk. Myth: its meaning and its funcitons in ancient and other cultures. O negrito é meu.
p. 28.
6
Timeus 26b2-7; República II 381e1-6; Leis X 887d2-3, etc.
7
Cf. EDMUND, Lowell (editor and introduction). Approaches to Greek myth, “introduction”, p. 8.
9
376d9-10
10
377a5-6.
11
Ver sobre o uso dos discursos falsos como remédios, as ‘mentiras boas’: República 382d,
389b, 414c, 415a.
12
Acredito que o tratamento que Platão dá a ‘boa mentira’ em 414c ff. exemplifica que mitos
(nesta passagem trata-se do ‘homem de metal’) são um importante meio de se garantir um
comportamento.
13
377b,
☯
☺
14
Teeteto, 191d, e o uso estóico da ‘impressão na alma’.
15
Desta palavra, ‘platto’, temos o nosso ‘plástico’ indicando a capacidade de se moldar em
algo.