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Adoração e louvor

Dez motivos pelos quais


usamos a liturgia
A
l iturgia é a ordem de culto que passamos por esses temas. Assim, regu- a liturgia nos ensina a viver de toda a pa-
usamos, incluindo as leituras fixas larmente nos é ensinado “todo o plano de lavra que procede da boca de Deus.
ou assinaladas para cada domingo Deus” (Atos 20.27). 9. A liturgia é exterior a nós e é objetiva.
ou dia festivo. Há pelo menos dez motivos 5. A liturgia é transcultural, ou seja, ela Não se tem em vista que cada pessoa se
pelos quais usamos a liturgia: tem a mesma estrutura básica e o mesmo sinta desta ou daquela maneira ou que todos
1. Nossa liturgia é histórica. Algumas conteúdo em várias línguas e culturas. tenham a mesma experiência “espiritual”. Os
partes da liturgia são do tempo dos após- 6. Ela é repetitiva, num bom sentido. sentimentos variam, quase na mesma velo-
tolos. O Prefácio da Santa Ceia, aquela A repetição é, como se diz, a mãe do cidade com que vêm e vão. A liturgia nos dá
parte do “Levantai os vossos corações”, já ensino. Textos fixos e ciclos anuais de uma base concreta, externa, objetiva, centra-
era conhecida no ano 200 d.C. Portanto, leitura permitem o aprofundamento da da na morte e ressurreição de Jesus Cristo,
a liturgia é tradicional: ela nos vem como aprendizagem. Claro, repetir por repetir, cujos benefícios vêm a nós através dos meios
tradição e pode ser passada adiante como sem que se pense no que está acontecen- da graça (Palavra, Batismo e Santa Ceia). A
tal. do ou sendo dito, não faz sentido algum. fé vem pelo ouvir da Palavra de Cristo, que
2. A liturgia é um símbolo, algo que, Mas o mesmo vale também para uma é objetiva e vem de fora de nós.
assim como um distintivo, nos identifica. mudança constante ou uma variedade 10. A liturgia é a Palavra de Deus. Mui-
O que nós cremos determina a maneira que não tem fim. tos críticos da liturgia esquecem este fato.
como fazemos nosso culto, e nosso culto é 7.  A liturgia é comunitária. Nos Sal- A maior parte das frases e dos cânticos
uma confissão daquilo que cremos ou em mos encontramos aquele “vamos à casa da liturgia foi tirada da Bíblia. Em certos
que acreditamos. do Senhor” (Salmo 122.1). A liturgia faz trechos, temos uma referência indireta ou
3.  A liturgia está centrada em Deus com que deixemos de nos voltar apenas a citação direta de um texto (por exemplo,
e Cristo. Desde a invocação do nome para nós mesmos, pois ela nos liga a o “glória a Deus nas alturas”, que vem
do Deus Trino, em Cristo, pela fé, e ao de Lucas 2.14). Outras partes, como os
que lembramos o Ba- próximo, em amor. Credos, são um resumo da mensagem
tismo, até a bênção No culto, estamos central da Bíblia. Assim sendo, a liturgia
A liturgia nos dá uma
tríplice, ao final, a li- juntos. Não se trata é, ela própria, a Palavra de Deus, e não
turgia dá destaque ao base concreta, externa, simplesmente do apenas uma embalagem ou moldura para
que Deus fez, ainda objetiva, centrada na morte que eu posso “tirar essa Palavra. (Muitos talvez enxerguem
faz, e fará. No centro e ressurreição de Jesus do culto”, pois es- a liturgia como uma simples maneira de
do culto se encontra Cristo, cujos benefícios tou ali também por “emoldurar” o sermão.) Não são poucas
a pessoa e a obra de causa dos outros. as vezes em que a liturgia socorre o
vêm a nós através dos
Jesus Cristo. Assim, Juntos, queremos pregador, providenciando aquilo que o
o culto não está cen- meios da graça (Palavra, receber os dons de sermão não consegue transmitir ou que
trado em “mim” ou Batismo e Santa Ceia). Cristo e nos animar ele deixa de transmitir. Muitas vezes
em “nós”, mas no que uns aos outros (He- somos consolados mais pela estrofe de
Deus fez em Cristo, breus 10.25). um hino do que pela pregação em si. Em
reconciliando consi- 8. A liturgia nos muitos lugares, a Igreja Cristã sobreviveu
go o mundo. Nisto nós fomos incluídos livra da tirania do “aqui e agora”. Nela, graças à liturgia. Muitos cristãos, no leito
através do Batismo. quem determina o que vamos falar e ouvir da morte, são consolados e animados na
4. A liturgia ensina. Ela ensina o que é a Palavra de Deus. É ela que define quais esperança com base num texto da liturgia
Deus quer que a gente saiba, incluindo são as nossas necessidades e formula as que sabem de cor.
criação, salvação (a encarnação, paixão, perguntas que precisamos fazer. Somos Adaptado pelo Prof. Wilson Scholz,
ressurreição e exaltação de Cristo) e tentados a “transformar pedras em pães”, em abril de 2009, de um texto escrito pelo
santificação (a vinda do Espírito e a nova satisfazendo necessidades imediatas ou pastor William Cwirla, postado no site
vida da fé). A cada novo ano litúrgico “coceiras espirituais” que nós temos, mas www.higherthings.org

8 Mensageiro Luterano | Setembro 2009 | Nº 9 | Ano 92

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