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De acordo com o medievalista James A. Schultz, citado por Heywood, por cerca de 2
mil anos, desde a Antiguidade até o século XVIII, as crianças no Ocidente, eram consideradas
como sendo adultos imperfeito, sendo e totalmente subordinadas aos adultos. Desse modo, a
ideia da infância estava ligada essencialmente à idéia da dependência. Se saía da infância
quando se atingia os mais baixos graus de dependência. Esse período era tão breve e
insignificante que a criança não chegava a sair de uma espécie de anonimato, que pode ser
explicado pelo alto índice de mortalidade infantil, que tornava a infância demasiado frágil para
ganhar um lugar significante.
Essa etapa da vida provavelmente seria de pouco interesse, para os escritores
medievais e, assim, somente em épocas comparativamente recentes veio a surgir um
sentimento de que as crianças são especiais, sendo dignas de serem estudadas.
Para Heywood, essa generalização com relação a períodos e lugares não é capaz de
resistir a uma análise mais rigorosa. No entanto, ele considera que a comparação entre
criança “imperfeita” (concepção medieval) e criança mística (concepção dos românticos do
século XIX) é uma ação bastante instrutiva.
(...) Aristóteles acreditava que apenas os homens no vigor dos anos seriam capazes de julgar
corretamente a outros, dado que os jovens exibiam demasiadamente confiança, e os velhos,
confiança de menos. Sendo assim, o conceito aristotélico de criança via esse menino (pois eram
meninos que geralmente se tinham em mente) como sendo “importante não por si mesmo, mas
por seu potencial”.