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Faculdade de Direito de Lisboa – Ano lectivo 2011/2012

DIREITOS REAIS (Época de Coincidências)


26 de Junho de 2012

1. Contrato de compra e venda entre A e B: nulidade por invalidade formal (artigos


875.º e 220.º CC); princípio da causalidade (explicitação)

2. Entrega das chaves pelo vendedor ao comprador: significado possessório (tradição


simbólica); Conceito e elementos da posse: teorias subjectivista e objectivista à luz do
Código Civil; Caracteres da posse (formal, não titulada, presumida de má fé, pública
e pacífica); fundamentação

3. Análise registal: situação prévia à entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 116/2008, de 4


de Julho (obrigatoriedade indirecta / ónus de registar); Artigo 36.º CRPredial (quanto
à legitimidade de A); artigos 7.º, 9.º e 41.º CRPredial; Violação do princípio da
legalidade – artigos 68.º e 69.º CRPredial (responsabilidade do conservador;
irrelevância para a posição jurídica de B); não produção de efeito consolidativo e
impossibilidade de produção de efeito atributivo a favor de B

4. Contrato entre B e C: usufruto de bem alheio (artigo 892.º CC); artigo 22.º, alínea a)
DL 116/2008; Princípio da Causalidade

5. Entrega do prédio a C (posse nos termos do direito de usufruto; mera detenção


quanto à nua propriedade – artigo 1253.º, alínea c)); Caracterização (posse formal,
civil, efectiva, titulada, presume-se de boa fé, pacífica e pública)

6. Registo não obrigatório (obrigatoriedade indirecta/ónus); Artigos 9.º, 36.º


(legitimidade de D) e 41.º CRPredial; Artigo 601.º CC; Inexistência de efeito
consolidativo do registo a favor de C

7. Declaração de nulidade do contrato entre A e B e efeitos no contrato entre B e C


(artigo 289.º CC); legitimidade de E para a acção de nulidade (artigos 286.º e 605.º
CC); eficácia retroactiva (artigo 289.º CC)

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8. Efeito atributivo do registo a favor de C (usufruto): âmbito de aplicação do artigo


291.º CC versus artigo 17.º CRPredial; explicitação dos entendimentos da doutrina;
preferência pela aplicação do artigo 291.º CC (não verificação de situação prevista no
artigo 16.º CRPredial, existência de invalidade substantiva e de registo a favor de B);
análise cumulativa dos requisitos em face do caso concreto

9. Efeitos da posse: usucapião como última ratio da ordem jurídica; requisitos da


usucapião; B: em princípio, o prazo é de 20 anos – artigo 1296.º CC; inviabilidade de
acessão da posse contra A); C: quanto à usucapião do direito de usufruto, o prazo
será em princípio de 15 anos; usucapião como forma de aquisição originária e com
eficácia retroactiva; efeito na posição jurídica de A (nu proprietário)

10. Posição jurídica de D (manutenção da penhora sobre o usufruto) e E (a penhora


apenas pode incidir sobre a nua propriedade – artigo 601.º CC); reacção de C à
eventual penhora que ofenda o usufruto: embargos de terceiro (artigo 1285.º CC)

11. Caracterização do usufruto como direito real menor de gozo; posição jurídica do
usufrutuário: poder de transformação da coisa e seus limites (forma e substância;
problema da conciliação entre o artigo 1439.º e o artigo 1446.º CC;

12. Caracterização dos actos do usufrutuário em relação ao prédio X; delimitação


negativa (pintura como obra necessária, artigo 1472.º CC); substituição do chão
(artigo 1450.º CC: caracterização como benfeitoria útil ou voluptuária); construção da
garagem (delimitação da benfeitoria em face de obra nova/acessão; entendimentos
doutrinários sobre este problema; preferência pela aplicação do regime das
benfeitorias e remissão para o regime da posse); discussão sobre a possível violação
da substância e suas consequências no usufruto

II

1. Servidão predial: caracterização como direito real de gozo menor; Artigo 1544.º;
Desnecessidade de contiguidade entre os prédios

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2. Inexistência de constituição voluntária do direito de servidão

3. Posse de F (nos termos da servidão de passagem): apossamento em 1970 (artigo


1263.º, alínea a) CC) e esbulho em relação a G (sem violência e com publicidade –
artigo 1267.º, n.º 1 alínea d) e n.º 2 CC); Caracterização (posse formal, civil, efectiva,
não titulada, presumida de má fé, pacífica e pública)

4. Possibilidade de aquisição por usucapião da servidão; delimitação negativa (artigo


1293.º CC): a servidão é aparente (existência de um trilho – sinais aparentes e visíveis;
STJ 2/11/2010 (Moreira Camilo): Para que uma servidão de passagem possa ser adquirida
por usucapião torna-se imprescindível a existência de sinais aparentes e permanentes
reveladores do seu exercício)

5. Esbulho por parte de G (sem violência e com publicidade – artigo 1267.º, n.º 1, alínea
d) e n.º 2 CC); artigos 1278.º e 1282.º CC (possibilidade de reacção de F; prazo de um
ano)

6. Discussão sobre a possibilidade de exigir a constituição de servidão legal de


passagem; Conceito de prédio encravado (encrave absoluto ou relativo); Artigo 1553.º
CC: o prédio onerado com a servidão deverá ser aquele que tem menor prejuízo e
esse facto tem de ser alegado e provado pelo titular do prédio dominante
(proporcionalidade); Problema da existência de um caminho público que, desde
tempos imemoriais, é utilizado pelas populações (Assento do Supremo Tribunal de
Justiça de 19/4/89: são públicos os caminhos que, desde tempos imemoriais, estão no uso
directo e imediato do público)

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